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A minha primeira lembrança sobre olimpíadas é da abertura de Atenas em 2004.

Eu era uma
criança no Colégio Polivalente e ficava espiando a TV da secretaria enquanto entravam as
delegações, sem falar que durante a semana também estudamos a música Mulheres de Atenas
de Chico Buarque.

Nessa época, eu praticava handebol, futebol de rua, skate e parkour. Como eu praticava todos
esses esportes? Simples, sendo ruim em cada um deles! Nunca estive entre os melhores do
meu bairro, nem da minha escola e muito menos da minha cidade, mas isso nunca foi o meu
objetivo.

As Olimpíadas do Rio em 2016 pra mim foi um momento catártico, pois eu nunca vibrei tanto
com esporte como naquele ano. A final do salto com vara em que o atleta Thiago Braz
derrotou o francês, eu vibrei muito mais do que com qualquer título que eu vi o São Paulo
ganhar.

Em 2021 estamos vivendo mais um momento olímpico com a Tóquio 2020 (Olimpíada adiada
por conta da pandemia), o que me fez refletir sobre o momento catártico de receber uma
medalha, pois daqui do meu sofá eu torço por atletas de meu interesse, assim como torço para
crianças caírem do skate em alta velocidade em cima de um corrimão; mas o momento da
medalha é visível na emoção de cada atleta, não só porque ganhou de seu adversário, mas
também porque passa pela cabeça tudo o que ele abriu mão para estar naquele lugar, todos os
dias em que escolheu treinar ao invés de ficar com a família, todos os dias em que teve que
colocar uma coisa incerta como uma competição na frente de coisas concretas como um
emprego de carteira assinada.

Isso com certeza nos faz pensar em nossa vida. Sempre me peguei pensando em qual pessoa
eu seria se eu tive feito determinadas escolhas, de todas as vezes em que tive que escolher
algo que era meu sonho ou algo que era concreto e possível a curto prazo.

Estamos sempre buscando uma espécie de medalha, ela pode ser uma medalha física de prata
banhada a ouro ou então um reconhecimento pelo nosso trabalho bem feito, um carinho
retribuído por aquele que amamos ou apenas um “obrigado” quando fazemos um favor. A
grande questão é: o quanto você está se dedicando para ganhar essa medalha, o quanto você
tem disciplina e realmente acredita em seu sonho?

Tenha a sabedoria de se fazer essas perguntas e a paciência de esperar as suas respostas.

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