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Disciplina: Direito Processual Penal

Professor: Guilherme Madeira


Aula: 15 | Data: 05/05/2020
/03/2018

ANOTAÇÃO DE AULA

SUMÁRIO

PROCEDIMENTOS (Continuação)
9. Procedimento comum sumaríssimo (Lei n. 9.099/95)
9.7. Sistema recursal
9.8. Suspensão condicional do processo – sursis processual (artigo 89)

PROCEDIMENTOS (Continuação)

9. Procedimento comum sumaríssimo (Lei n. 9.099/95)

9.7. Sistema recursal

a) Apelação (artigo 82):

“Artigo 82. Da decisão de rejeição da denúncia ou queixa e da


sentença caberá apelação, que poderá ser julgada por turma
composta de três Juízes em exercício no primeiro grau de jurisdição,
reunidos na sede do Juizado. § 1º A apelação será interposta no prazo
de dez dias, contados da ciência da sentença pelo Ministério Público,
pelo réu e seu defensor, por petição escrita, da qual constarão as
razões e o pedido do recorrente. § 2º O recorrido será intimado para
oferecer resposta escrita no prazo de dez dias.”

Prazo: 10 dias para interposição e razões.

Cabe também da rejeição da denúncia ou da queixa (não existe RESE no JECRIM).

b) Embargos de declaração (artigo 83):

“Artigo 83. Cabem embargos de declaração quando, em sentença ou


acórdão, houver obscuridade, contradição ou omissão. § 1º Os
embargos de declaração serão opostos por escrito ou oralmente, no
prazo de cinco dias, contados da ciência da decisão. § 2o Os embargos
de declaração interrompem o prazo para a interposição de recurso. §
3º Os erros materiais podem ser corrigidos de ofício.”

Prazo: 5 dias.

Interrompem o prazo recursal para a interposição de outros recursos.

Cabem quando houver obscuridade, contradição ou omissão. Não cabe para ambiguidade (só no CPP).

c) Recurso extraordinário (artigo 102, III, CF).

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CARREIRAS JURÍDICAS
Damásio Educacional
d) Habeas corpus: para o TJ.

e) Mandado de segurança: para a Turma Recursal.

“Súmula 376 do STJ. Compete a turma recursal processar e julgar o


mandado de segurança contra ato de juizado especial.”

f) Reclamação.

- Artigos 985 e 988 do CPC.

- Resolução nº. 03 de 07.04.16 do STJ - AgRg nos EDcl no PUIL 694/SP, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, DJe
de 02.04.18.

No início, cabia a reclamação ao próprio STJ. Contudo, dada enorme demanda de reclamações, o STJ editou a
mencionada resolução determinando que as reclamações deveriam ser endereçadas ao TJ.

9.8. Suspensão condicional do processo – sursis processual (artigo 89)

Premissa – Súmula 536 do STJ: “A suspensão condicional do processo e a transação penal não se aplicam na
hipótese de delitos sujeitos ao rito da Lei Maria da Penha”.

Requisitos:

a) Crimes com pena mínima menor ou igual a 1 ano;

b) Não estar sendo processado ou não ter sido condenado por outro crime;

c) Presentes os demais requisitos da suspensão condicional da pena.

Atenção: aplica-se, também, fora do JECRIM.

Leva-se em conta causas de aumento e de diminuição de pena.

“Súmula 243 do STJ. O benefício da suspensão do processo não é


aplicável em relação às infrações penais cometidas em concurso
material, concurso formal ou continuidade delitiva, quando a pena
mínima cominada, seja pelo somatório, seja pela incidência da
majorante, ultrapassar o limite de um ano.”

“Súmula 723 do STF. Não se admite a suspensão condicional do


processo por crime continuado, se a soma da pena mínima da infração
mais grave com o aumento mínimo de um sexto for superior a um
ano.”

Não viola a presunção de inocência, pois se trata de uma benesse ao acusado.

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Atenção: aplica-se, por analogia, a restrição de que só pode ser utilizada uma vez a cada 5 anos, prevista no art. 76,
§ 2º, inc. II, da Lei 9.099/95 (STJ; AgRg no RHC 83511/CE, Rel. Min. Jorge Mussi, DJe 27.09.17). Crítica do professor:
trata-se de analogia “in malam partem”.

Preenchidos os requisitos, o MP faz a proposta:

I. Suspensão do processo por 2 a 4 anos (“período de prova”);

II. Reparação do dano, se possível;

III. Proibição de ausentar-se da comarca sem autorização;

IV. Comparecimento mensal, pessoal e obrigatório;

V. Proibição de frequentar determinados lugares.

O juiz, discordando do MP, não pode conceder – Súmula 696 do STF: “Reunidos os pressupostos legais permissivos
da suspensão condicional do processo, mas se recusando o promotor de justiça a propô-la, o juiz, dissentindo,
remeterá a questão ao Procurador-Geral, aplicando-se por analogia o art. 28 do Código de Processo Penal.”

O STJ entende que não é direito subjetivo do réu, mas sim poder-dever do MP (AgRG no RHC 74464/PR, Rel. Min.
Sebastião Reis Junior, DJe 09.02.17).

O juiz também pode impor condições (artigo 89, § 2º) – Tema 930 do STJ: não há óbice ao juiz de impor restrições
próprias das penas restritivas de direitos.

Se cumprir tudo, sem revogação, estará extinta a punibilidade.

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