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ROTEIRO DE MORFO 1

01. Defina pele e suas funções;

A pele é um órgão complexo composto por diversos tecidos, tipos celulares e estruturas especializadas.
Constitui a interface do corpo humano com o meio externo, exercendo funções cruciais para a vida, como
termorregulação, vigilância imunológica, sensibilidade e proteção do indivíduo contra agressões exógenas, de
natureza química, física ou biológica, e contra a perda de água e de proteínas para o exterior.
É o maior órgão do corpo humano e representa 15% do peso corpóreo, com variações estruturais ao longo de
sua extensão. É composta por três camadas interdependentes: a epiderme, mais externa; a derme, intermediária; e a
hipoderme ou panículo adiposo, sobre a qual repousam as camadas já citadas, permitindo que a pele se movimente
livremente sobre as estruturas mais profundas do corpo.

02. Caracterize o tipo de tecido que compõem a epiderme, derme e hipoderme.

A epiderme consiste em um epitélio pavimentoso estratificado e queratinizado, de origem ectodérmica. 95%


das células que compõem a epiderme são queratinócitos organizados em 4 camadas que se renovam continuamente.
São elas: camada basal ou germinativa, camada espinhosa, camada granulosa e camada córnea. A camada mais
profunda, a basal, apresenta atividade mitótica, e os queratinócitos resultantes da divisão celular sofrem
diferenciação à medida que são empurrados para as camadas mais superiores, sintetizando quantidade
crescente de queratina no seu citoplasma.
As camadas da epiderme estão dispostas de modo que sua superfície é relativamente plana, com exceção das
áreas das pregas cutâneas, submetidas a extensões e contrações. A base da epiderme é sinuosa, formada por cones
epidérmicos que se projetam na derme e encontram-se intercalados com projeções digitiformes da derme
denominadas papilas. Essa disposição confere grande adesão da epiderme com a derme e maior superfície de contato
entre elas, permitindo uma área eficaz de troca entre esses dois componentes, já que a epiderme é avascular e sua
nutrição deriva dos capilares dérmicos.

03. Quais os tipos de células que


predominam na epiderme?
As células da epiderme estão intimamente unidas e
não existe nenhum tipo de substância intercelular
entre elas. Existem quatro tipos de células na
epiderme: Queratinócitos, presentes em maior
número (95%), são responsáveis pela produção de
queratina; Melanócitos, responsáveis pela produção
de melanina, o pigmento que dá cor a pele; Células
de Merkel, responsáveis pela sensação do tato,
localizam-se na região profunda da epiderme;
Células de Langerhans, são encontradas em todas as
camadas da epiderme, participam da proteção da
pele, pois apresentam capacidade de fagocitose e de
ativar os linfócitos T. Podemos dizer que são células
de defesa.
4. Descreva as camadas da epiderme e suas
características histológicas e fisiológicas.
CAMADA BASAL: é a camada mais profunda da epiderme,
delimitando-se com a derme. É constituída habitualmente por
única camada de queratinócitos que possuem citoplasma
basófilo e núcleos grandes, alongados, ovais e hipercromáticos,
em contínua divisão mitótica.
CAMADA ESPINHOSA OU MALPIGHIANA: Situa-se logo
acima da camada basal e é formada por 5 a 10 camadas de
queratinócitos com configuração poliédrica, achatando-se
progressivamente em direção à superfície, com seus maiores
eixos paralelos a esta.
As células espinhosas estão unidas mecanicamente entre si e às
células basais subjacentes por meio de pontes intercelulares
denominadas desmossomos, estruturas complexas que
conferem à pele resistência a traumas mecânicos. Na camada
basal, há apenas uma placa de aderência ligando a membrana
plasmática das células basais à membrana basal; essas estruturas
de adesão são chamadas hemidesmossomos. Anormalidades dos
desmossomos causam separação das células (acantólise), com
formação de bolhas ou vesículas na epiderme. É o que ocorre
em doenças autoimunes como pênfigo foliáceo e pênfigo vulgar,
onde há produção de anticorpos contra as desmogleínas 1 e 3
(constituintes dos desmossomos), respectivamente.

CAMADA GRANULOSA: É composta por 1 a 3 camadas


achatadas de queratinócitos com formato losangulare
citoplasma repleto de grânulos de querato-hialina, que dá
origem à filagrina, importante componente do envelope das
células corneificadas. Nesta camada, já se observam, além da
filagrina, os outros componentes necessários para a morte
programada das células e a formação da barreira superficial
impermeável à água, como involucrina, queratolinina,
pancornulinas e loricrina. Na pele da região palmoplantar, há
uma camada adicional entre as camadas granulosa e córnea
denominada estrato lúcido. Suas células são anucleadas e
formam uma faixa clara e homogênea, fortemente coradas pela
eosina à microscopia óptica.
CAMADA CÓRNEA: É a camada mais superficial da pele. Sua
espessura é variável de acordo com a topografia anatômica,
sendo maior nas palmas e plantas. O processo de maturação dos
queratinócitos está completo no estrato córneo, apresentando
células anucleadas com um sistema de filamentos de queratina
imerso em uma matriz contínua circundada por membrana
celular espessada.
5. Diferencie a epiderme de uma pele delgada e espessa.
A pele espessa é tipicamente encontrada na sola dos pés, palma das mãos, cotovelos e joelhos. Possui uma epiderme
espessa, formada por muitas camadas de células e um espesso estrato córneo. Os vários estratos são geralmente bem
definidos e reconhecidos. A derme também é espessa. É constituída de tecido conjuntivo denso não modelado e
apresenta glândulas sudoríparas, porém não apresenta folículos pilosos, pelos e nem glândulas sebáceas. Na pele fina
a epiderme é delgada, com poucas camadas de células e estrato córneo igualmente delgado. O estrato espinhoso e
principalmente o estrato granuloso são delgados e às vezes difíceis de serem percebidos. A derme constituída de
tecido conjuntivo denso não modelado é delgada, com glândulas sudoríparas, glândulas sebáceas e folículos pilosos.
Note que as glândulas sebáceas estão associadas aos folículos pilosos.

6. Como ocorre o suprimento sanguíneo na epiderme.


A vascularidade dérmica consiste principalmente de dois importantes plexos intercomunicantes: Plexo superficial ou
subpapilar – que percorre a porção papilar da derme, paralela à epiderme, composto essencialmente de capilares;
Plexo profundo ou dermo-hipodérmico – ao redor de folículos pilosos e glândulas écrinas, formado de arteríolas. A
epiderme não é vascularizada, sua nutrição se faz a partir do plexo subpapilar.

7. Defina derme.
A derme é uma das camadas da pele, formada por tecido conjuntivo e localizada abaixo da epiderme e acima da
hipoderme. Assim, é a camada intermediária e mais espessa da pele. A derme apresenta uma espessura variável
conforme a região do corpo e a idade do indivíduo. A sua função é garantir a elasticidade e resistência da pele. Por
ser uma região ricamente vascularizada, é responsável ainda pela nutrição e oxigenação da epiderme.

8. Diferencie as camadas papilar e reticular da derme.

A derme divide-se em papilar (mais externa), reticular (mais interna) e derme perianexial. A derme papilar é mais
delgada, altamente vascularizada e preenche as concavidades entre as cristas epidérmicas, dando origem às papilas
ou cristas dérmicas. É formada por feixes delicados de fibras colágenas (principalmente do tipo III) e elásticas,
dispostas em uma rede frouxa, circundada por abundante gel de mucopolissacarídeos. A derme reticular compõe a
maior parte da espessura da derme, está abaixo do nível das cristas epidérmicas e é constituída de fibras colágenas
(principalmente do tipo I) entrelaçadas, além de fibras elásticas que estão dispostas paralelamente à superfície da
pele. A derme perianexial tem a mesma estrutura da derme papilar, mas localiza-se em torno dos anexos cutâneos. A
camada papilar é a camada superior da derme, sendo formada por tecido conjuntivo frouxo. Ela recebe esse nome por
apresentar regiões parecidas com dedos ou papilas em suas extremidades, os quais fazem a comunicação com a
epiderme. Na camada papilar encontramos os capilares, fibras elásticas, fibras reticulares e o colágeno. A camada
reticular é a camada mais profunda da derme, formada por tecido conjuntivo denso não modelado. Nela encontramos
os capilares sanguíneos, fibras elásticas e de colágeno, fibroblastos, vasos linfáticos e terminações nervosas.

9. Descreva a síntese e a função da melanina.


A síntese da melanina se dá devido à presença de melanócitos que se localizam na junção da derme com a epiderme,
ou entre os queratinócitos da camada basal da epiderme. A melanina é sintetizada nos melanócitos com a participação
da enzima tirosinase. Em razão da ação dessa enzima, o aminoácido tirosina é transformado primeiro em 3,4-
dihidroxifenilalanina (dopa). A tirosinase também age na dopa, produzindo dopa-quinona, que, após várias
transformações, converte-se em melanina. A tirosinase é sintetizada nos polirribossomos, introduzida nas cisternas
do retículo endoplasmático granuloso e acumulada em vesículas formadas no complexo de Golgi. É nessas vesículas
(melanossomos) que se inicia a síntese da melanina. Inicialmente coexistem melanina e tirosinase nos melanossomos.
Quando cessa a síntese de melanina, o melanossomo está repleto de melanina e perde sua atividade tirosmelsica,
recebendo, então, o nome de grânulo de melanina.

10. Qual a relação do vitiligo e albinismo


com a melanina?
O vitiligo é uma doença que provoca a
despigmentação da pele. Ele inibe os melanócitos,
células que produzem a melanina, pigmento que
dá cor à pele. É diferente do albinismo, em que os
melanócitos são incapazes de produzir a
substância desde o nascimento.

11. Quais células


predominam na derme?
O principal tipo de célula presente é o
fibroblasto, responsável pela produção
dos elementos mais importantes
da derme, como as fibras e a substância
amorfa. Também podem ser
encontrados, em menor quantidade,
macrófagos e mastócitos.

12. Defina hipoderme e descreva suas características.


A hipoderme ou tecido celular subcutâneo é uma camada de tecido conjuntivo frouxo localizada
abaixo da derme, a camada profunda da pele, unindo-a de maneira pouco firme aos órgãos
adjacentes. A depender do estado nutricional e da região do corpo, a hipoderme pode conter uma
quantidade variável de tecido adiposo. Como função, a hipoderme ajuda a manter a temperatura
do corpo, dá forma aos contornos do corpo e dá mobilidade a toda a pele. A sua espessura pode
mudar dependendo das partes do corpo e podem ser diferentes entre as pessoas. O sistema
linfático cumpre uma função importante na auto limpeza da pele.
13. Descreva a estrutura histológica e fisiológica dos anexos da pele
UNIDADE PILOSSEBÁCEA: As unidades pilossebáceas são encontradas sobre toda a superfície da pele, exceto nas
regiões palmoplantares, nos lábios e na glande. Compõem-se de uma haste pilosa circundada por bainha epitelial
contínua com a epiderme, uma glândula sebácea, musculatura lisa piloeretora e, em certas regiões corpóreas, ducto
excretor de uma glândula apócrina que desemboca acima da glândula sebácea.
A haste pilosa é a parte do pelo que se projeta para fora da pele, e sua raiz é a região que fica dentro da pele. A haste
é composta por cutícula externa, córtex intermediário e medula. A bainha epitelial da raiz divide-se em bainhas
radiculares externa e interna. A externa dá continuidade às células da camada espinhosa da epiderme superficial, e a
interna é formada por três camadas celulares distintas: camada de Henle, camada de Huxley e cutícula, formada por
escamas que se entrelaçam com as escamas da cutícula do pelo.
Na porção mais inferior do folículo piloso, há uma expansão chamada de bulbo piloso, que contém a matriz do pelo.
Nela ocorre a atividade mitótica do pelo e encontram-se os melanócitos, sendo, portanto, responsável pelo
crescimento e pigmentação do pelo.
GLÂNDULAS SEBÁCEAS: são glândulas holócrinas cuja função é produzir o sebo, que é uma combinação de ésteres
de cera, esqualeno, ésteres de colesterol e triglicérides. É secretado através do ducto sebáceo na luz do folículo piloso
e recobre a superfície cutânea, atuando como lubrificante natural do pelo, além de evitar a perda de água pela camada
córnea, proteger contra excesso de água na superfície e ter ação bactericida e antifúngica. Ocorrem por toda a pele,
exceto na região palmoplantar, e seu controle é hormonal, especialmente andrógeno.
GLÂNDULAS SUDORÍPARAS ÉCRINAS: As glândulas sudoríparas écrinas derivam da epiderme e não pertencem à
unidade pilossebácea. Cada glândula é um túbulo simples com um segmento secretor enovelado situado na derme e
um ducto reto que se estende até a superfície da pele. São inervadas por fibras simpáticas, mas têm a acetilcolina
como mediador.Estão localizadas em toda a superfície cutânea, exceto nas áreas de pele modificada, como os lábios,
os leitos ungueais e a glande. Participam da termorregulação, produzindo suor hipotônico que evapora durante o calor
ou estresse emocional.
GLÂNDULAS SUDORÍPARAS APÓCRINAS : As glândulas sudoríparas apócrinas derivam da epiderme e fazem parte
da unidade pilossebácea, desembocando, em geral, nos folículos pilosos. Localizam-se nas axilas, escroto, prepúcio,
pequenos lábios, mamilos e região perineal, além de, modificadamente, nas pálpebras (glândulas de Moll), mamas
(glândulas mamárias) e conduto auditivo externo (glândulas ceruminosas). Produzem secreção viscosa e leitosa
constituída de proteínas, açúcares, amônio e ácidos graxos; é inodora quando atinge a superfície, mas as bactérias a
decompõem, causando odor desagradável. São inervadas por fibras nervosas simpáticas e estão sob controle dos
hormônios sexuais. Sua função provavelmente representa vestígios de espécies inferiores, cuja comunicação sexual
se dá por meio de substâncias químicas.
UNHAS: São placas córneas (queratina) que se dispõem na superfície dorsal das falanges terminais dos dedos e
artelhos. A superfície da falange que é recoberta pela unha, recebe o nome de leito ungueal. A porção proximal é
chamada raiz da unha ou matriz. É na raiz da unha que se observa a sua formação, graças a um processo de
proliferação de células epiteliais, que gradualmente se queratinizam, formando uma placa córnea. A camada córnea
desse epitélio forma a cutícula da unha. A unha é constituída essencialmente por escamas córneas compactas,
fortemente aderidas uma às outras. Elas crescem no sentido distal dos membros, deslizando sobre o leito ungueal,
que tem estrutura típica de pele e não participa da formação da unha.
INERVAÇÃO: A inervação da pele é abundante e constituída por nervos motores autonômicos e por nervos
sensoriais somáticos.
O sistema autonômico é composto por fibras simpáticas e é responsável pela piloereção, constrição da vasculatura
cutânea e secreção do suor. As fibras que inervam as glândulas écrinas são simpáticas, mas têm como
neurotransmissor a acetilcolina.
O sistema somático é responsável pelas sensações de dor, prurido, tato suave, tato discriminativo, pressão, vibração,
propriocepção e térmica. Os nervos sensitivos têm receptores especializados divididos funcionalmente em
mecanorreceptores, termorreceptores e nociceptores. Morfologicamente, estes receptores podem constituir
estruturas especializadas, como:
 corpúsculos de Vater-Pacini, nas regiões palmoplantares, específicos para pressão e vibração;
 corpúsculos de Meissner, nas polpas dos dedos, específicos para o tato;
 corpúsculos de Krause, nas áreas de transição entre pele e mucosas, sensíveis ao frio;
 corpúsculos de Ruffini, sensíveis ao calor.

Podem também ser desprovidos de características estruturais específicas, que são as terminações nervosas livres
responsáveis pela sensibilidade da dor, prurido e parte da térmica.
14. Descreva a etiologia e fisiopatologia das úlceras por pressão.
Úlceras por pressão são definidas como lesões cutâneas ou de partes moles, superficiais ou profundas,
de etiologia isquêmica, secundárias a aumento de pressão externa contínua, geralmente localizadas sobre uma
proeminência óssea. A úlcera por pressão ocorre quando a pressão intersticial excede a pressão intracapilar,
originando uma deficiência de perfusão capilar, o que impede o transporte de nutrientes ao tecido.

15. Caracterize o tecido adiposo.


O tecido adiposo é caracterizado por células adiposas, às quais denominamos de adipócitos, que armazenam muita
gordura. Estas células possuem um vacúolo central (pode aumentar ou diminuir de acordo com o metabolismo do
indivíduo). A quantidade de gordura difere nas partes do corpo.

16. Diferencie histológica e fisiologicamente o tecido adiposo unilocular e multilocular.


O tecido unilocular possui células grandes que, quando desenvolvidas, apresentam apenas uma gota grande de
gordura, a qual ocupa grande parte da célula. Os adipócitos desse tipo de tecido adiposo podem aumentar seu tamanho
conforme acumulam gordura em seu interior. Essa gordura apresenta carotenos dissolvidos, e, portanto, esse tecido
possui uma coloração que varia do branco ao amarelo-escuro, estando essas variações relacionadas com a dieta. Esse
tecido é altamente vascularizado e apresenta septos de tecido conjuntivo que possuem vasos e nervos. Fibras de
colágeno saem desses septos e garantem a sustentação dos adipócitos. As terminações nervosas, nesse tecido, são
encontradas nas paredes dos vasos sanguíneos apresentando apenas alguns adipócitos inervados. O tecido adiposo
unilocular forma o chamado panículo adiposo, que é uma camada de tecido localizada sob a pele. Quando nascemos,
essa camada tem praticamente a mesma espessura em todo o corpo, entretanto, à medida que crescemos, ela
desenvolve-se em algumas áreas e reduz-se em outras. Esse tipo de tecido adiposo apresenta uma série de funções,
estando relacionado com reserva de energia, proteção e sustentação dos nossos órgãos internos, e atuação como
isolante térmico. O tecido multilocular apresenta células que, quando desenvolvidas, possuem gotículas de gordura
de diferentes tamanhos no citoplasma, bem como várias mitocôndrias. Devido à grande vascularização e à grande
quantidade de mitocôndrias, esse tecido adquire uma coloração parda. Enquanto no tecido adiposo unilocular temos
células grandes, no tecido adiposo multilocular, essas são pequenas e de formato poligonal. O tecido adiposo
multilocular é especializado na produção de calor, estando relacionado, portanto, com a manutenção da temperatura
corpórea. Esse tecido nos adultos está presente em apenas algumas poucas regiões, diferentemente do tipo unilocular,
que é encontrado em praticamente todo o corpo. Uma quantidade maior de tecido adiposo unilocular é observada no
recém-nascido.

17. Descreva a deposição e mobilização dos lipídeos.


A origem dos armazenados são triglicerídeos, que podem vir da alimentação
(quilomícrons), podem vir do fígado através do VLDL e da própria síntese celular,
transformando a glicose em triglicerídeo (a insulina acelera esse processo). Os
quilimícrons (formados a partir dos nutrientes absorvidos da alimentação) são
originados no tecido epitelial no intestino delgado, eles vão para os capilares
linfáticos e depois para o sangue, com isso ele será distribuído para todo o corpo. A
enzima lipase lipoprotéica faz hidrólise das VLDL e quilomícrons que chegaram ali
no tecido adiposo. Dentro dos adipócitos, triglicerídeos são armazenados. O
hormônio noradrenalina é liberada por terminações pós-ganglionares dos nervos
simpáticos e são captados por receptores da membrana dos adipócitos, que ativam
a lipase sensível ao hormônio. Após a hidrólise, liberam ácidos graxos e glicerol
nos capilares do tecido adiposo. No sangue, os ácidos graxos são insolúveis e, por
isso, se ligam na albumina do plasma e, com isso, vão para os tecidos para ser usados
como energia (ATP). Já o glicerol vai para o fígado e é reaproveitado. Quando um
indivíduo perde gordura, seja por qualquer motivo, essa perda não é feita
uniformemente. Primeiro perde-se dos depósitos subcutâneos, mesentéricos e dos
retroperitônios. A última gordura que perdemos é a dos coxins.

18.Compreenda o papel dos hormônicos secretados pelos adipócitos: lipase lipoproteica, leptina, adiponectina
e a resistina.
A lipase lipoproteica trata-se do regulador mais importante para a deposição dos triglicerídeos. Hidrolisa os
triglicerídeos das lipoproteínas de densidade muito baixa (VLDL) e quilomicra, liberando os ácidos graxos que são
captados pelo adipócito. Os genes codificando a LDL não são expressos diferencialmente nos adipócitos omentais
quando comparados aos subcutâneos, mas nos obesos mórbidos o tecido gorduroso do omento (visceral) expressa o
mRNA e a correspondente proteína em nível menor do que no subcutâneo. Quanto à regulação hormonal da LPL, a
insulina e glicocorticóides são os estimuladores fisiológicos da atividade da LPL e a sua associação tem um papel
importante na regulação da topografia da gordura corporal, sendo a LPL central para o desenvolvimento da obesidade
visceral abdominal. Por outro lado, as catecolaminas, hormônio de crescimento e testosterona (no homem) reduzem
a atividade da LPL do tecido adiposo.
A leptina é um dos hormônios reguladores do apetite mais conhecidos. Os experimentos iniciais com ratos
demonstraram que a leptina é um hormônio anorexígeno e que um déficit de leptina poderia produzir um sinal
orexígeno. Interessantemente, alguns experimentos mostraram um ciclo vicioso de resistência à leptina, no qual o
hipotálamo se torna insensível à leptina. Estudos em modelos animais sugerem que a leptina exógena pode ser útil
como terapia para perda de peso e antidiabetes. Alguns estudos mostraram que a leptina reduz os níveis de glicose
em modelos de ratos com diabetes tipo 1 e tipo 2, indicando fortemente que o efeito é independente dos níveis de
insulina. Vários trabalhos relataram também benefícios com o tratamento usando leptina em doenças hepáticas,
amenorreia hipotalâmica, lipodistrofia e lipotoxicidade.
A adiponectina é uma proteína especifica e abundantemente expressa no tecido adiposo, com predominância na
gordura visceral. Ela é detectada no plasma humano, correlacionando-se negativamente com o índice de massa
corporal e com a área da gordura visceral abdominal. Age como fator protetor para doenças cardiovasculares e
aumenta a sensibilidade insulínica. Em adipócitos de ratos, in vitro, uma redução de 60% na expressão de adiponectina
resultou em um aumento significativo da resistência insulínica. Estudos em macacos Rhesus mostraram que havia
uma correlação inversa significativa entre o peso corporal e os valores de adiponectina plasmática ao contrário do
verificado para a leptina circulante. Em macacos hiperinsulinêmicos, os níveis de adiponectina estavam reduzidos
enquanto os de leptina, elevados. Estudos longitudinais mostraram que a adiponectina circulante era negativamente
regulada pela adiposidade. Finalmente, em pacientes com moléstia coronariana se observaram valores mais baixos
do que nos controles, independente do índice de massa corporal ou gordura visceral.
A resistina é uma proteína rica em cisteína secretada pelo tecido adiposo de mus e ratos. Em outros mamíferos, pelo
menos primatas, porcos e cachorros, a resistina é secretada por células imunes e epiteliais. Tem como função o
bloqueio da ação central da Leptina, hormônio produzido pelo tecido adiposo, que induz à saciedade.

19. Compreenda os lipomas.


O lipoma é um tipo de caroço ou cisto que surge sob a pele, composto por células de gordura, tendo a forma
arredondada, e pode surgir em qualquer local do corpo onde as células de gordura estão presentes, sendo muito
comuns nos ombros, tórax, costas, pescoço, coxa e axila.

20. Conceitue obesidade.


Pela definição da Organização Mundial da
Saúde, obesidade é o excesso de gordura
corporal, em quantidade que determine
prejuízos à saúde. Uma pessoa é
considerada obesa quando seu Índice de
Massa Corporal (IMC) é maior ou igual a 30
kg/m2 e a faixa de peso normal varia entre
18,5 e 24,9 kg/m2.

21. Descreva os fatores de risco para obesidade.


As pessoas com maus hábitos alimentares comem demasiado açúcar e gordura. A gordura e o açúcar em excesso
fornecem energia adicional. Se o nível de exercício físico não for suficiente para queimar toda esta energia, a gordura
ingerida é armazenada sob a forma de gordura corporal. O excesso de peso surge quando a dieta de uma pessoa lhe
fornece mais energia do que aquela que o seu organismo precisa. Está em risco de vir a sofrer de excesso de peso se
tiver: História familiar de obesidade; Pouco exercício físico; Maus hábitos alimentares; Uma doença subjacente, como
por exemplo diabetes tipo 2.

22. Diferencie a classificação da obesidade pelo número de células em: hipertrófica e


hiperplásica.
A obesidade hipertrófica está relacionada com o aumento no tamanho das células de gordura (adipócitos), e ocorre
frequentemente em adultos. A obesidade hiperplásica representa o aumento no número de adipócitos, ocorrendo
principalmente nos primeiros anos de vida, na adolescência e em períodos de gravidez (último trimestre da gravidez),
tornando-se estes susceptíveis ao desenvolvimento de obesidade. Já a obesidade hipertrófica/ hiperplásica relaciona-
se ao aumento tanto no número quanto no tamanho das células de adipócitos, e ocorre em períodos similares à
hiperplásica.

23. Compreenda as principais alterações metabólicas que ocorrem na obesidade.


O excesso de peso pode ainda ser causado, ou ao menos facilitado, por alterações hormonais. Endocrinopatias como
o hipotireoidismo podem lentificar o metabolismo, resultando em menor gasto energético de repouso, consumo de
oxigênio e utilização de substratos. Outras deficiências hormonais também podem diminuir a taxa metabólica, como
ocorre no pan-hipopituitarismo.

REFERÊNCIAS:

 SNELL, R.S. ANATOMIA CLÍNICA PARA ESTUDANTES DE MEDICINA, 5ED,


GUANABARA KOOGAN, 2000.
 JUNQUEIRA, Luiz Carlos Uchoa; CARNEIRO, José. Histologia básica. 12. ed. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 2013.
 Sampaio SAP, Rivitti EA. Dermatologia. Artes Médicas, 2001.
 Sampaio SAP, Rivitti EA. Anatomia e fisiologia. In: Sampaio SAP, Rivitti EA. Dermatologia. 3. ed.
São Paulo: Artes Médicas, 2007. p.1-37.
 Blank IH. Factors which influence the water content of the stratum corneum. J Invest Dermatol
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 Mancini, Marcio C. Tratado de obesidade / Marcio C. Mancini ... [et. al]. - 2. ed. - Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 2015.

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