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JANAÍNA NICHOLLS
Belo Horizonte
Fundação João Pinheiro
2005
II
JANAÍNA NICHOLLS
Belo Horizonte
Fundação João Pinheiro
2005
III
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 1
1.1 Definição da situação problemática ............................................................................ 2
1.2 Justificativa ................................................................................................................... 4
1.3 Secretaria de Estado de Fazenda de Minas Gerais ................................................... 5
1.3.1 Aspectos históricos da SEF ............................................................................................ 5
1.3.1.1 Visão da SEF .................................................................................................................. 6
1.3.1.2 O Modelo de Regionalização da SEF/MG ..................................................................... 6
1.3.2 Planejamento Estratégico – SEF................................................................................... 12
1.3.2.1 O modelo de gestão da SRE ......................................................................................... 13
1.3.2.2 Acordos orientados para receita ................................................................................... 14
2 OBJETIVOS ........................................................................................................................ 15
2.1 Objetivo geral .............................................................................................................. 15
2.2 Objetivos específicos ................................................................................................... 15
3 REFERENCIAL TEÓRICO .............................................................................................. 16
3.1 Planejamento ............................................................................................................... 16
3.1.1 Planejamento estratégico .............................................................................................. 16
3.1.1.1 Características ............................................................................................................... 17
3.1.1.2 Objetivo do Planejamento ............................................................................................ 18
3.1.2 Gestão Estratégica ........................................................................................................ 19
3.1.3 Sociedade da Informação.............................................................................................. 19
3.2 Cultura e Informação ................................................................................................. 20
3.2.1 Cultura organizacional .................................................................................................. 21
3.2.2 Informação .................................................................................................................... 24
3.2.3 Diferenciação entre cultura e informação ..................................................................... 25
3.3 Gestão da informação ................................................................................................. 26
3.3.1 Importância da gestão da informação ........................................................................... 28
3.3.2 Conhecimento e Gestão do conhecimento.................................................................... 29
3.4 Geoprocessamento no Contexto Informacional ....................................................... 31
3.4.1 Tipos de dados em Geoprocessamento ......................................................................... 33
3.4.1.4 Imagens ........................................................................................................................ 38
3.4.1.5 Modelos numéricos de terreno .................................................................................... 40
3.4.2 Evolução Tecnológica do Geoprocessamento .............................................................. 41
3.4.3 Sistema de Informação Geográficas ............................................................................. 43
3.4.4 Sensoriamento Remoto ................................................................................................. 45
3.4.5 Global Positioning System ........................................................................................... 48
3.4.6 Tecnologias relacionadas com o geoprocessamento .................................................... 48
3.4.7 Utilização do geoprocessamento na administração pública ......................................... 49
4 METODOLOGIA................................................................................................................ 55
5 ESTUDO DE CASOs: órgãos públicos que utililizam o geoprocessamento .................. 59
5.1 Prefeitura de Belo Horizonte ..................................................................................... 59
5.1.1 Primeiras ações ............................................................................................................. 59
5.1.2 O uso do GPS ............................................................................................................... 63
5.1.3 O geoprocessamento no gerenciamento fiscal.............................................................. 65
5.1.4 Resultados da utilização do geoprocessamento e novas perspectivas .......................... 66
5.2 Prefeitura de Curitiba ................................................................................................ 68
5.3 Secretaria da Fazenda de Goiás ................................................................................ 72
5.4 Prefeitura de Petrópolis ............................................................................................. 76
6 O CASO DA Polícia Militar do Estado de Minas Gerias (PMMG) ................................ 84
CONCLUSÃO......................................................................................................................... 89
V
1 INTRODUÇÃO
Dentro deste contexto o planejamento seja ele tributário ou fiscal é a atividade que,
feita de maneira proativa, prevê, coordena e projeta atos e negócios com objetivo de
determinar qual o meio menos oneroso para realização destes mesmos atos e negócios.
Sabe-se que a carga tributária no Brasil representa uma importante parcela dos custos
nas organizações, por esta questão, tornou-se essencial para a sobrevivência organizacional a
correta administração do ônus fiscal que em média representa 34% do produto interno
bruto.(RECEITA FEDERAL, 2004)
Com relação aos dois últimos componentes de DAVENPORT (1998), que são os
processos e a arquitetura, estão implícitos nos conceitos de gerenciamento da informação, do
conhecimento, geoprocessamento e sua utilização por outros órgãos públicos; sugerindo uma
nova ferramenta para SEF/MG, no sentido da construção de um modelo mais adaptado ao
cumprimento de sua missão institucional.
Desta forma faz-se necessário a busca de uma ferramenta para tratamento das
informações para um melhor estudo de combate à “fuga de tributos”.
1.2 Justificativa
A Secretaria dos Negócios das Finanças de Minas Gerais foi criada com a publicação
da Lei n.º 6, de outubro de 1891 tendo como primeiras funções a arrecadação, fiscalização,
contabilidade e estruturação da receita e da despesa do Estado, e os movimentos de fundo e
operações de crédito.
1
Minas Gerais. Secretaria de Estado da Fazenda. Relatório Interno. Disponível em www.fazenda.mg.gov.br, jan
/ 2005
6
A modernização da ação fiscal passou a exigir a delimitação cada vez mais precisa das
unidades geoeconômicas, já que a distribuição espacial dessa atividade é fator preponderante
para o planejamento dessa ação.
2
Minas Gerais. Secretaria de Estado da Fazenda. Relatório Interno. Disponível em www.fazenda.mg.gov.br, jan
/ 2005
7
O tamanho do centro urbano é definido pela sua posição econômica, pelos serviços
disponíveis e pelas suas condições sócias e demográficas. Assim, as unidades urbanas se
organizam em torno desses centros dominantes, consoante o poder de atração que o pólo
exerce sobre os mesmos e de sua distância relativa.
Desta forma, a identificação dessas células urbanas com grau mínimo de organização
social, econômica, cultural, política e de serviços num determinado espaço territorial constitui
o que ora se denomina de microrregião geoeconômica. A aglomeração de microrregiões sob a
ascendência de um pólo de maior grau de organização, direcionando os fluxos de população,
bens e serviços, comunicações e tráfego, forma uma região geoeconômica. A conjunção de
regiões e microrregiões em torno de um pólo de, ainda, maior poder de atração consubstancia
a macrorregião econômica.
FIGURA 1
Mapa da atual divisão regional da SEF/MG
FONTE: www.fazenda.mg.gov.br, jan / 2005
FIGURA 2
Divisão Regional da SEF/MG com localização das Delegacias e Postos Fiscais.
FONTE: www.fazenda.mg.gov.br , jan / 2005
12
Através dos computadores instalados nos carros, os fiscais tinham acesso aos sistemas
internos que possuem o banco de dados dos contribuintes do Estado, a Internet,e também os
aplicativos comuns aos computadores pessoais.
Desta forma os fiscais que estavam em diligência podiam realizar todas as consultas
necessárias para fiscalização sem retornarem às repartições públicas, portanto, agilizando os
trabalhos fiscais.
Através do GPS instalados nos carros, foi possível mapear na carta rodoviária de
Minas Gerais vários desvios (locais não convencionais que transportadores costumam usar
para desviar dos Postos de Fiscalização da SEF/MG para que sua carga e ou sua
documentação sobre a mesma não fosse fiscalizada).
O governo que tomou posse em janeiro de 2003 apresentou como opção estratégica
para estruturar as iniciativas e suas ações a reorganização e modernização da administração
pública estadual.
3
A palavra Wireless, provém do inglês: Wire (fio, cabo); Less (sem); ou seja: sem fios.
Wireless então caracteriza qualquer tipo de conexão para transmissão de informação sem a utilização de fios ou
cabos. Fonte: http://mobilelife.com.br/artigos/introducao.asp
13
2 OBJETIVOS
3 REFERENCIAL TEÓRICO
3.1 Planejamento
O planejamento é a função que tem por objetivo fixar o curso concreto de ação que se
deve seguir, estabelecendo os princípios básicos que deverá orientar na sequencia para se
realizar operações e determinar o tempo e números necessários para sua realização. Tavares
(2000) menciona que a progressiva turbulência ambiental
processo que consiste em decidir sobre uma organização, sobre os recursos que serão
utilizados e as políticas que se orientam para alcançar seus objetivos.
3.1.1.1 Características
Gestão Estratégica
Flexibilidade
ABRANGÊNCIA
FIGURA 3
Do planejamento à Gestão Estratégica
FONTE: Tavares, 2000:23
No caso das organizações públicas, os fatores mais importantes estão ligados à missão
institucional, ao processo de planejamento e à gerência da mudança. (MOTTA, 1979).
divorciado da realidade, o que a forma ampla demais, ambígua e até intangível. Essa
característica dificulta a sua operacionalização e a definição dos objetivos, propicia e
incentiva o desvirtuamento e o inchaço da organização, bem como a prática do
corporativismo. Aos poucos, os obstáculos estruturais impedem a consecução dos objetivos
finais, os quais, para ser concretizados, passam a demandar reformas estruturais.
(GIACOBBO, 2005)
É o uso da informação, não sua simples existência, que permite aos gerentes tomar
decisões melhores sobre produtos e processos, aprender com os clientes e com a
concorrência, monitorar resultados de seus atos. Essa vantagem não deve depender
da sorte e não pode ser alcançada sem que se administrem os aspectos humanos da
informação (Davenport, Thomas H. Ecologia da informação,1998: 113)
Pessoas ainda são os melhores „meios‟ para identificar categorizar, filtrar e integrar a
informação. (...). A mais importante equipe informacional de uma organização lida
com as mais valiosas modalidades de informação, como o conhecimento
organizacional e os melhores métodos de trabalho. (Davenport, Thomas H. Ecologia
da informação, 1998: 53).
Todos os povos, mesmo os mais primitivos, tiveram e têm uma cultura, transmitida no
tempo, de geração a geração. Mitos, lendas, costumes, crenças religiosas, sistemas jurídicos e
21
valores éticos refletem formas de agir, sentir e pensar de um povo e compõem seu patrimônio
cultural.
Está claro que funcionários que participam de uma mesma cultura tendem mais a se
unificar em suas ações, e tal unidade afeta o desempenho. Ajuda mais uma organização a
enfocar seus recursos, penetrar seus mercados, atender requisitos do cliente e realizar metas
estratégicas. Em geral, quanto mais inteiramente uma cultura é partilhada mais provável o
sucesso da organização; a curva do consenso cultural e do desempenho, contudo, é mais
complexa que uma mera relação linear.
22
Uma organização pode ter uma cultura sólida, unificada e, no entanto, apresentar uma
queda de desempenho, enquanto uma outra organização com uma sólida cultura assiste ao
crescimento de seu desempenho. Esses diferentes rumos ilustram que não basta ter um
consenso cultural, é necessário que seja a cultura correta. As organizações com mais consenso
e desempenho inferior – podem ter erroneamente concentrado sua cultura no respeito e
manutenção de tradições, em vez de mudanças para novas normas; podem ter se concentrado
demais em processos internos e estimulado uma abordagem do tipo tamanho único para as
necessidades do cliente. Organizações com mais consenso, mais desempenho podem ter
concentrado sua cultura na receptividade, atendendo expectativas variáveis dos clientes,
valorizando a diversidade, reinventando sua constituição e reformulando constantemente sua
cultura. É fácil rotular e desqualificar organizações presas ao seu passado e fracassadas no
processo de renovação para o futuro. Por outro lado empresários que vão com muita pressa,
são consumidos pela renovação, pela mudança e pela criação de novas culturas.
Quando uma organização adota uma cultura que se ajusta às expectativas do cliente,
seus funcionários se concentram nas questões corretas, e o desempenho comercial melhorará.
Devido à unidade fornecida por uma cultura sólida, esta cultura pode se tornar a
impressão digital de uma organização. Essas impressões digitais se tornam o meio pelo qual
clientes, fornecedores, funcionários e investidores identificam uma organização e conferem a
esta reconhecimento e aceitação no mercado. No setor de computadores esses diferenciadores
culturas têm sido chamados „capital de marca‟.
A cultura é uma herança que o homem recebe ao nascer. Por isso a premissa de que
“Os antigos hábitos não são novos” tem consequências tanto para as relações internas ou
externas de uma organização. As organizações existem em mundos cada vez mais complexos
e dinâmicos. Por isso as culturas que correspondiam a antigas necessidades organizações
devem dar lugar a novas culturas que reflitam tendências globalizadas, este é o maior desafio
que as organizações vivenciam no momento, adaptarem-se as tendências atuais do mercado.
É certo que essa mudança não abrange toda a cultura do outro mercado. Somente
alguns traços se transmitem e se incorporam à cultura receptora. Esta, por sua vez, se torna
também doadora em relação à cultura introduzida, que incorpora a seus padrões hábitos ou
costumes que até então lhe eram estranhos. É o processo de transculturação, ou seja, a troca
recíproca de valores culturais, pois em todo contato de cultura as sociedades são ao mesmo
tempo doadoras e receptoras. Dessa forma, a organização adquire novos elementos culturais, e
enriquece seu tipo cultural.
Esses elementos, que compõem o conceito de cultura, permitem mostrar que ela está
ligada à vida do homem, de um lado, e, de outro, se encontra em estado dinâmico, não sendo
estática sua permanência neste ou naquele grupo. A cultura se aperfeiçoa se desenvolve, se
modifica, continuamente, nem sempre de maneira perceptível pelos membros do próprio
grupo. É justamente isso que contribui para seu enriquecimento constante, por meio de novas
criações da própria sociedade e ainda do que é adquirido de outros grupos.
são fáceis de implantar, primeiro deve se convencer aos funcionários que a nova cultura é
melhor do que a velha, que apesar de confortável, está ultrapassada e prejudica inclusive a
estabilidade de seus empregos. As organizações precisam aprender a se livrar de velhas
culturas quando as novas se tornam necessárias e os seus funcionários precisam conviver com
as mudanças de forma tranquila e confortável.
3.2.2 Informação
Estas teorias da informação nada mais são do que distinções frente às propriedades
transcendentais da informação. SHANNON E WEAVER não asseguram a construção do
saber pela quantificação da informação, assim como BUCKLAND atrela sua proposta às
premissas de se medir e processar a informação, o tangível, ou representar o conhecimento e
estar informado, o intangível. Estes quadros conceituais, auxiliados pelas teorias e técnicas da
Biblioteconomia em relação à eficácia da seleção, coleta, armazenagem, representação,
identificação, localização e acesso físico de dados, textos, documentos e objetos,
fundamentam o pensamento dos que estudam, desenvolvem e desenham sistemas de
informação, armazenagem e sistemas de recuperação de dados, tendo a informação como
25
É preciso mais do que nunca saber reconhecer uma cultura ou informação de uma
poluição informativa, nem tudo que se lê ou que se ouve, pode ser considerado uma
informação concreta, precisamos filtrar, saber escolher as informações que recebemos a todo
minuto dos meios de comunicação. Com a informação designamos a medida de uma
possibilidade de escolha na seleção de uma mensagem. Com ela reduzimos incertezas e
eliminamos certas possibilidades de erros.
Gerir a informação é, assim, decidir o que fazer com base em informação e decidir o
que fazer sobre informação. “É ter a capacidade de selecionar de um repositório de
informação disponível aquela que é relevante para uma determinada decisão e, também,
construir a estrutura e o design desse repositório” (ZORRINHO, 1995).
Na gestão de uma unidade econômica, que tem por base a obtenção e utilização de
recursos de forma eficiente, para se atingir os objetivos organizacionais, é necessária
informação em três níveis: estratégico, operacional e táctico. Neste sentido, à medida que
descemos na pirâmide hierárquica organizacional a especificidade aumenta, pois é necessário
resolver problemas mais específicos de determinada tarefa, enquanto que ao nível de topo as
preocupações são mais gerais, afetando a generalidade das funções da organização
(ANTHONY, 1965 apud OLIVEIRA, 1994).
Nível Táctico: Onde têm lugar as decisões tácticas e que exigem informação
pormenorizada, com alguma triagem, havendo responsabilidades na interpretação da
informação, que provém de fontes internas e sendo obtida com alguma frequência.
A gestão da informação, sendo uma disciplina relativamente nova que tenta fazer a
ponte entre a gestão estratégica e a aplicação das Tecnologias de Informação nas
organizações, procura, em primeiro lugar, tentar perceber qual a informação que interessa à
organização, para em seguida, definir processos, identificar fontes, modelar sistemas. E as
novas Tecnologias de Informação são os instrumentos que vieram permitir gerir a informação
em novos moldes, agilizando o fluxo das informações e tornando a sua transmissão mais
eficiente (gastando menos tempo e menos recursos) e facilitando, por sua vez, a tomada de
decisão.
Numa organização, seja ela municipal, estadual, federal ou privada existe uma troca de
informações necessárias ao exercício da função, através da gestão da informação essas
pessoas podem compartilhar recursos valiosos, como mudar de opinião através da informação
recebida ou mesmo tomar decisões importantes. Este tipo de relação interpessoal toma
aspecto importante assumindo a forma de padrões ou redes de interdependência.
O uso efetivo da informação, muito mais do que qualquer tecnologia, pode alterar os
rumos da organização.
O gerenciamento da informação pode ser utilizado tanto para distribuir o poder como
para centralizá-lo.
GRANT (1996) identifica “knowing how como conhecimento tácito e knowing about
como conhecimento explícito” e afirma que a distinção crítica entre os dois tipos de
conhecimento se dá entre relação à transferibilidade e os mecanismos para sua transferência.
Quando o conhecimento coletivo ajuda a empresa a criar valor, será a base de suas
competências essenciais.
30
É possível distinguir diversos níveis de interação social por meio dos quais o
conhecimento é criado na organização, e é importante que a organização seja capaz de
integrar aspectos relevantes do conhecimento desenvolvido a partir dessas interações. Como
forma de apresentar uma melhor compreensão sobre a criação do conhecimento e o
gerenciamento desta criação, NONAKA E TUKEUCHI (1995) propõem um Modelo de
Conversão de conhecimento.
(2002), “Para implantar uma Gestão do Conhecimento efetiva, a organização deve conhecer e
estruturar o seu capital intelectual em toda a sua linha administrativa”. Com utilização
adequada deste, é possível administrar a informação, criando meios que permitam capturar,
armazenar, recuperar, consultar e analisar os dados obtidos na Gestão do Conhecimento e
aproveitando-os na criação de comunidades no âmbito interno da organização.
Desta forma pode se concluir que a gestão do conhecimento está intimamente ligada
com a gestão da informação. Que com seu avanço tecnológico tem facilitado a vida de muitas
organizações.
Segundo vários autores estudados, como ROCHA (2002), Davenport (1994) Rosa
(1996) o avanço da tecnologia da informação, trouxe ao mercado um sistema que pode ser
definido como um conjunto de tecnologias voltadas à coleta e tratamento de informações
espaciais para um objetivo específico: o geoprocessamento.
Antes de conhecer qualquer tarefa, temos de aprender a fazer a pergunta: “De que
tipo de informação eu necessito, sob que forma e quando?” (...) As perguntas
seguintes que as pessoas precisam aprender a fazer é: “A quem devo que tipo de
informação? Quando e onde:” (Davenport, Thomas H. Ecologia da informação,
p.43).
32
Informação pode ser entendida como algo que contribui para a redução do grau de
incerteza sobre as coisas. Neste sentido, um SIG trata-se de um conjunto integrado
de componentes com a função de fornecer informação, na forma de dado, aos
processos decisórios. Em certa medida, um SIG é um SADE, ou seja, um Sistema de
Apoio à Decisão Espacial (RAFAELI NETO:2003).
Uma característica básica e geral num SIG é sua capacidade de tratar as relações
espaciais entre os objetos geográficos. Denota-se por topologia a estrutura de relacionamentos
espaciais (vizinhança, proximidade, pertinência) que podem se estabelecer entre objetos
geográficos.
4
Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT). Relatório do Departamento de Processamento de Imagens.
Disponível em www.dpi.inpe.gov.br, jan / 2005
5
Linha poligonal ou polígono é formado por um conjunto de pontos interligados por segmentos de reta que
começam e terminam em um nó. A diferença entre uma poligonal e um arco está no fato de uma linha
poligonal nunca definir uma área (polígono). É utilizada para modelar feições lineares como por exemplo linhas
que representam fraturas geológicas, rios, estradas, e outros elementos geográficos que possam ser observados
como feições lineares na escala de trabalho adotada.
34
agrícola de uma região. Estes dados, obtidos a partir de levantamento de campo, são inseridos
no sistema por digitalização ou, de forma mais automatizada, a partir de classificação de
imagens.
Para permitir uma representação e análise mais acurada do espaço geográfico, a maior
parte dos sistemas armazena estes tipos de mapas na forma de arcos (limites entre regiões),
incluindo os nós (pontos de intersecções entre arcos) para montar uma representação
topológica. A topologia construída é do tipo arco-nó-região: arcos se conectam entre si
através de nós (pontos inicial e final) e arcos que circundam uma área definem um polígono
(região).
Um mapa temático também pode ser armazenado no formato matricial (raster). Neste
caso, a área correspondente ao mapa é dividida em células de tamanho fixo. Cada célula terá
um valor correspondente ao tema mais frequente naquela localização espacial.
FIGURA 4
Representação vetorial e matricial de um mapa temático
FONTE: Departamento de Processamento de Imagens adaptado de Câmara Neto
(1995), p.2-9
FONTE: http://www.dpi.inpe.br/spring/usuario/edicao_v.htm#area
35
FIGURA 5
SIG VETORIAL
FONTE: César Cândido Xavier - Mestrando CG pela COPPE/UFRJ/LCG. Sistemas de
Informações Geográficas. Trabalhos em desenvolvimento pelo IMPA e INPE: Apresentação,
2005
FIGURA 6
Exemplo de mapa cadastral, mostrando alguns países da América do Sul com seus respectivos
atributos descritivos.
FONTE: Adaptada de INPE/DPI (1997)
3.4.1.3 Redes
No caso de redes, cada objeto geográfico (e.g: cabo telefônico, transformador de rede
elétrica, cano de água) possui uma localização geográfica exata e está sempre associado a
atributos descritivos, presentes no banco de dados.
integração de dados
segmentação dinâmica
linguagem de visualização
capacidade de adaptação
A integração de dados é necessária para aplicações como redes, onde se deseja gerar
uma base cartográfica contínua a partir de informações dispersas em vários mapas.
Usualmente, as redes (elétrica, de telefonia e de água e esgoto) estão interligadas em toda a
malha urbana. Poucos sistemas conseguem armazená-las de forma contínua, dando origem a
particionamentos que não refletem a realidade e que dificultam a realização de análises e
simulações.
Deste modo, um sistema de modelagem de redes só terá utilidade para o cliente depois
de devidamente adaptado para as suas necessidades, o que pode levar vários anos. Isto impõe
uma característica básica para esta aplicação: os sistemas devem ser versáteis e maleáveis.
3.4.1.4 Imagens
FIGURA 7
Ainda segundo MCT (2005) o termo modelo numérico de terreno (ou MNT) é
utilizado para denotar a representação uma grandeza que varia continuamente no espaço.
Comumente associados à altimetria, também podem ser utilizados para modelar unidades
geológicas, como teor de minerais ou propriedades do solo ou subsolo (como
aeromagnetismo).
Para o caso de variáveis geofísicas e para operações como visualização 3D, as grades
regulares são preferíveis, principalmente pela maior facilidade de manuseio computacional.
6
O termo krigeagem é derivado do nome Daniel G. Krige, que foi o pioneiro a introduzir o uso de médias
móveis para evitar a superestimação sistemática de reservas de mineração (Delfiner e Delhomme, 1975). Fonte:
http://www.dpi.inpe.br/spring/usuario/krigeagem.htm
42
A terceira geração de SIG pode ainda ser vista como o desenvolvimento de sistemas
orientados para troca de informações entre uma instituição e os demais componentes da
sociedade (society-oriented GIS).
Para tentar remediar estes problemas, vários países têm estabelecido padrões
cartográficos de transferência de dados, que almejam preservar a riqueza da informação
43
geográfica (topologia e atributos). Estes padrões buscam uma “neutralidade” com relação aos
diferentes fabricantes, e incluem o SDTS (Spatial Data Transfer Standard) nos EUA e o SAIF
(Spatial Archive and Interchange Format) no Canadá.
A ontologia é uma disciplina filosófica que vem desde o estudo feito por Aristóteles
sobre as categorias e a metafísica, e pode ser definida como o estudo do Ser e de suas
propriedades. Para a comunidade de inteligência artificial, ontologias são teorias que
especificam um vocabulário relativo a um certo domínio;
Estas três visões do SIG são antes convergentes que conflitantes e refletem a
importância relativa do tratamento da informação geográfica dentro de uma instituição. Para
esclarecer ainda mais o assunto, apresentamos a seguir algumas definições de SIG:
Numa visão abrangente, pode-se indicar que um SIG tem os seguintes componentes:
FIGURA 8
Sistema de Informação Geográficas
FONTE: César Cândido Xavier - Mestrando CG pela
COPPE/UFRJ/LCG. Sistema de Informações Geográficas.Trabalhos em desenvolvimento
pelo IMPA e INPE: Apresentação, 2005
Desde então os cientistas foram ampliando os seus estudos a respeito de tão fascinante
matéria. Verificou-se que a luz branca era uma síntese de diferentes tipos de luz, uma espécie
de vibração composta, basicamente, de muitas vibrações diferentes. Prosseguindo,
descobriram ainda que cada cor decomposta no espectro correspondia a uma temperatura
diferente, e que a luz vermelha incidindo sobre um corpo, aquecia-o mais do que a violeta
(MCT, 2005).
Além do vermelho visível, existem radiações invisíveis para os olhos, que passaram a
ser ondas, raios ou ainda radiações infravermelhas. Logo depois, uma experiência de Titter
revelou outro tipo de radiação: a ultravioleta. Sempre avançando em seus experimentos os
cientistas conseguiram provar que a onda de luz era uma onda eletromagnética, mostrando
46
que a luz visível é apenas uma das muitas diferentes espécies de ondas eletromagnéticas.
(MCT, 2005).
Uma definição, segundo MCT, 2005, para sensoriamento remoto pode ser: "É a
utilização de sensores para aquisição de informações sobre objetos ou fenômenos sem que
haja contato direto entre eles"
Um conceito mais específico pode ser: "É o conjunto das atividades relacionadas com
a aquisição e a análise de dados de sensores remotos", onde:
poderiam ser classificados como sensores: rádio, televisão, máquina fotográfica, etc... Durante
a fase de aquisição de dados pelos sensores, podemos distinguir os seguintes elementos
básicos: energia radiante, fonte de radiação, objeto (alvo), trajetória e sensor (sistema de
imageamento óptico e detector). A figura a seguir apresenta estes elementos e exemplifica os
vários caminhos que a radiação eletromagnética pode tomar antes de atingir o sistema sensor
(MCT, 2005).
Segundo relatório do MCT, 2005, uma câmara fotográfica com flash poderia ser
tomado como exemplo de um sistema sensor: "quando o sistema da câmara é ativado, o flash
é acionado e emite radiação. A radiação flui para o alvo e é refletida deste para o sistema
óptico da câmara. Então, a radiação refletida é focalizada sobre o plano do filme, que constitui
um detector fotoquímico de radiação. Uma imagem latente do padrão de radiação é formada
no filme e depois desenvolvida quimicamente".
FIGURA 9
Sensoriamento Remoto
FONTE: César Cândido Xavier - Mestrando CG pela COPPE/UFRJ/LCG
Sistemas de Informação Geográficas – Trabalhos em desenvolvimento pelo IMPA e INPE:
Apresentação, 2005.
48
FIGURA 10
Global Positioning System
FONTE: César Cândido Xavier - Mestrando CG pela COPPE/UFRJ/LCG
Sistemas de Informação Geográficas – Trabalhos em desenvolvimento pelo IMPA e INPE:
Apresentação, 2005.
Nesse sentido, da transparência, alguns passos estão sendo dados. Alguns órgãos
públicos colocam à disposição da sociedade, pela Internet, informações sobre o que
estão fazendo, como, por exemplo, planos de governo e suas realizações. Outro
passo importante é o que está sendo dado pelo Tribunal de Contas da União, por
meio da IN 28, de 5/5/99, que estabelece regras para a implementação da homepage
Contas Públicas, de que trata a Lei nº 9.755/99, que obriga os órgãos responsáveis a
divulgar dados e informações referentes a sua gestão.(GEF:99)
50
GEOMINAS7
Objetivos:
Premissas tecnológicas
7
Relatório Interno GEOMINAS. Disponível em http://www.geominas.mg.gov.br , 2005
52
Base de dados Desktop Mapping8: Esta base de dados está disponível no site
GeoMINAS. Contém mapas diversos de MG em escalas de origem 1:1.500.000 para uso de
aplicativos desktop mapping e dados sócio-econômico-culturais georreferenciados. Esta base
é atualizada a partir das aplicações desenvolvidas nos próprios órgãos através da equipe
responsável pelo seu gerenciamento.
Base de dados SIG: Base de dados contendo dados alfanuméricos de interesse e mapas
diversos de MG (escala de origem 1:50.000 e 1:100.000 correspondendo as cartas oficiais
existentes), voltadas às aplicações SIG. Esta base poderá estar distribuída. Cada instituição
provedora é responsável em manter o segmento extraído de sua base de dados local, o qual
pode ser acessado através da aplicação Internet central, o Catálogo de Metadados 9 do
GeoMINAS.
Os dados nas bases de dados SIG e Desktop Mapping estarão no formato padrão de
intercâmbio a ser adotado pelo GeoMINAS. Futuramente as bases de dados Desktop Mapping
e SIG poderão ser integradas. Estarão disponíveis somente as informações oficiais do Estado.
10 Uma ortofotocarta é um documento com uma precisão geométrica comparável a uma carta, contendo, no
entanto todo o imenso detalhe inerente a uma fotografia aérea
FONTE: http://snig.igeo.pt/mercado/Revista/n3/html/ORTOFOTOCARTAS3.htm
53
DPI
4 METODOLOGIA
11
UNILESTE MG – Centro Universitário do Leste de Minas Gerais. Manual de Normas Técnico-Científicas
do Programa de Iniciação Científica Disponível em http://www.unilestemg.br/pic/manual_de_normas.html,
2005.
12
idem
56
planejamento da pesquisa exploratória seja bastante flexível, geralmente ela assume a forma
de pesquisa bibliográfica ou de estudo de caso.13
O método de estudo de casos escolhido foi com técnicas de coleta de dados em fontes
primárias (PMMG) com uso de entrevista, e secundárias (Prefeitura de BH, Curitiba,
Petrópolis e Secretaria da Fazenda de Goiás).
13
UNILESTE MG – Centro Universitário do Leste de Minas Gerais. Manual de Normas Técnico-Científicas
do Programa de Iniciação Científica Disponível em http://www.unilestemg.br/pic/manual_de_normas.html,
2005.
57
Em dos estudos de casos foi realizada uma entrevista do tipo não diretiva, que segundo
AAKER et al (1995) neste tipo de entrevista é dado ao entrevistado o máximo de liberdade
para responder dentro dos limites dos tópicos de interesse deste trabalho através de um roteiro
básico. O sucesso deste método depende: (1) do estabelecimento de um relacionamento de
relaxamento e empatia entre entrevistador e entrevistado; (2) da habilidade de sondagem para
esclarecer e elaborar respostas interessantes sem distorcer o conteúdo da resposta; (3) da
habilidade de guiar a discussão de volta ao tópico de interesse e sempre buscando as razões
que estão por trás dos comentários.
FIGURA 13
Histórico
FONTE: Prodabel. Disponível em http://portal1.pbh.gov.br, 2005.
ocupação dos imóveis, mas somente em 1990 começou a implantar o geoprocessamento com
o intuito de reforçar o Cadastro Técnico Municipal, dando subsídios à retratação da realidade
As primeiras ações começaram com o planejamento e culminaram com a produção do banco
de dados em 1992 com o início do desenvolvimento das aplicações, este histórico pode ser
observado na figura 13 e 14.
FIGURA 14
Histórico consolidado
FONTE: Prodabel. Disponível em http://portal1.pbh.gov.br, 2005.
O primeiro banco de dados (BD) da PBH continha dados vetoriais com 97 tipos de
informações (ver figura 15), apesar de bastante detalhado não continha referencias para
informações segundo o endereçamento. Com a evolução do sistema foram obtidas imagens
das plantas cadastrais e formado um BD com base em endereços (Figura 16).
61
FIGURA 15
Primeiro Banco de Dados Geográfico da PBH
FONTE: Prodabel. Disponível em http://portal1.pbh.gov.br, 2005.
FIGURA 16
Endereços lançados.
FONTE: Prodabel.Disponível em http://portal1.pbh.gov.br, 2005
62
Belo Horizonte tem diversos órgãos para atendimento à população, portanto para um
melhor atendimento ao cidadão, cada órgão tinha o seu próprio cadastro, provocava uma
duplicação de esforços na manutenção dos mesmos. Uma integração destes cadastros trouxe
economia para os cofres públicos e uma racionalização no uso do pessoal. Estes foram,
portanto, os objetivos específicos da utilização do geoprocessamento.
Para que este cadastro seja eficiente, foi utilizado um sistema de informação projetado
para automatizar processos existentes, sistemas de banco de dados independentes que podem
ser utilizados por diversos departamentos ao mesmo tempo, onde é utilizado um dado de
entrada que processado através de uma série de programas que se servi de dados armazenados
gera informações na saída que são gravadas em discos ou impressas conforme a necessidade
do momento.
O sistema utilizado pela PBH (Prefeitura de Belo Horizonte) tem como principal
ferramenta o endereço do contribuinte como forma de referencia do contribuinte, é através do
endereço que se utilizam os bancos de dados para manipulação dos cadastros, registros de
propriedade, e dados sobre qualquer ocorrência urbana (ver figura 17 abaixo) tendo como
parceiros as organizações: Prodabel, Cemig, Copasa, ECT, PMMG e Telemar.
Criação de Modernização da
base de manutenção do
endereços banco de
em favelas endereços
FIGURA 17
Forma de endereçamento utilizado pela PBH
FONTE: Prodabel. Disponível em http://portal1.pbh.gov.br, 2005
63
Com estes procedimentos a PBH abriu caminho para que outras instituições públicas
também fizessem o uso do geoprocessamento nas suas atividades.
Segundo o autor a PBH em 1997, adota o software APIC que conta com 35.500 nós e
89.000 arcos disponível em seu banco de dados, otimizando a rede viária da cidade.
Atualmente as atividades de coleta de dados da equipe de campo da Prodabel vêm utilizando
o GPS para captura das informações referentes a infra-estrutra urbana, ocupação e numeração
dos imóveis de BH. A partir da elaboração de um dicionário de dados contendo as
64
informações que são coletadas em campo (de acordo com os componentes da base) e do
desenvolvimento de rotinas para o lançamento dos dados na base digital, os dados são
lançados na base com segurança, agilizando os processos de trabalho das equipes de campo,
agregando qualidade às informações e ainda proporcionando aos profissionais a oportunidade
de contato com novas tecnologias no setor. Para elaboração do dicionário de dados e carga na
base, estão sendo utilizados os softwares Pathfinder, Autocad e Mapinfo. As atividades de
atualização destes dados da base geográfica do município foram, portanto automatizadas,
proporcionando ganhos significativos em qualidade, precisão e rapidez. O formato desses
dados pode ser visualizado na figura 18, que mostra a imagem de parte da malha viária do
Bairro Tupi com a localização dos endereços de porta, mapeados para carga de dados na base
geográfica do município. A coordenada de cada ponto de endereço foi captura em campo,
com o GPS e os dados foram lançados automaticamente na base. Isto permitiu a atualização e
da base de endereços de BH, mantida pela Prodabel.
FIGURA 18
Base de endereços da PBH
FONTE: Prodabel. Disponível em http://portal1.pbh.gov.br, 2005
65
FIGURA 19
Representação gráfica das passarelas, muros, viaduto, linha e estação Floramar,
cujos dados foram capturados com GPS.
FONTE: Prodabel. Disponível em http://portal1.pbh.gov.br, 2005
FIGURA 20
Mapa de atividade econômica
FONTE: Prodabel. Disponível em http://portal1.pbh.gov.br, 2005
Juntamente com essas ações a PBH trabalha com seus parceiros na organização da
criminalidade da cidade.
14
Conforme Relatório interno PBH. Disponível em http://portal1.pbh.gov.br
67
Além das aplicações listadas acima, cabe ressaltar que praticamente todos os órgãos da
PBH puderam se beneficiar do geoprocessamento, através de demandas específicas. Desta
forma foram utilizadas técnicas de geoprocessamento também em áreas como esportes, lazer,
cultura, desenvolvimento social, meio ambiente, indústria e comércio e regularização de
loteamentos clandestinos.
A Revista FATOR GIS (1997) publicou uma entrevista com o então prefeito de
Curitiba, Cássio Taniguchi, a respeito da implantação do geoprocessamento na prefeitura.
Segundo LOBO (2005), mesmo aquelas regiões mais difíceis de serem mapeadas,
através do geoprocessamento de imagens via satélite, passam a fazer parte do cadastro
imobiliário do município, se integrando ao sistema de arrecadação e podendo ser monitoradas
aumentando a arrecadação de tributos (figura 21).
71
FIGURA 21
Projeto de Integração do sistema de Administração de receitas ao controle
Espacial. Diagrama de contexto
FONTE: A Gestão Municipal e as novas tecnologias. LOBO, Mirna Cortopassi, sd. (2005)
72
Isto suscitou estudos para solução do problema. Os estudo de SILVA, et al, tiveram
como objetivo geral, sistematizar o acompanhamento da produção do setor agrícola, que
representava cerca de 90% da arrecadação do ICMS.
- Usar como meio de aferição dos resultados a comparação do estado vegetativo das
lavouras observado na imagem de satélite e a produtividade média de cada cultura para as
diversas regiões do Estado;
73
I) Criação da Central
A produção agrícola no Estado de Goiás tem as fronteiras bem definidas, com sua
localização geográfica concentrada em 6 (seis) regiões de plantio, de sequeiro ou irrigado,
caracterizadas pela alta densidade de determinadas culturas: soja, milho, sorgo, arroz e
algodão, no caso de sequeiro, e feijão, tomate, batata, cevada, trigo e algodão, no caso das
irrigadas.
FIGURA 22
FONTE: Adaptado da tese de mestrado de FRANCICO FILHO, 1999
O modelo apresentado acima por FRANCISCO FILHO (1999) apresenta uma direção
a seguir para uma integração consistente dos avanços tecnológicos atuais com os da cultura de
planejamento municipal.
77
A incapacidade administrativa dos municipais, uma das sequelas mais comuns, tem
sua gênese na estrutura política vigente no país, em que a figura do clientelismo, arraigada
culturalmente na sociedade brasileira, permite a ocupação desordenada de funções chaves nos
quadros administrativos por pessoas sem a mínima qualificação, emperrando todo o processo
deles dependentes.
Esta fase está ligada diretamente ao módulo técnico, uma vez que depende de
equipamentos, softwares e pessoal capacitado para a identificação de um problema
representativo e a elaboração da proposta para resolução do mesmo, usando o
Geoprocessamento.
O termo globalização tem a conotação fortemente pregada nos dias de hoje, segundo
FRANCISO FILHO, mas está relacionado ao ambiente municipal, considerando sua
80
totalidade. Portanto o autor adotou o termo “integração”, pois é essa a condição final
desejada, que haja uma integração da ferramenta com seus usuários e que se estabeleça uma
rede onde os dados estejam estruturados de forma consistente, sem redundância, par que as
informações daí extraídas representem o elemento motor do sistema.
A base de dados tabular, ou BDC, já é mais conhecida pelos municípios, uma vez que
o IPTU se constitui numa fonte de arrecadação expressiva e, por conta disso, todo município
mantém um banco de dados com informações acerca dos contribuintes e, mesmo que não seja
digital, se constitui numa base tabular de grande importância, sendo facilmente agregada a
qualquer sistema de Geoprocessamento que se venha a adotar.
No terceiro caso foi feita uma extrapolação dos métodos utilizados na aquisição e
tratamento dos dados para todo o município, mostrando a viabilização da metodologia, tanto
em uso restrito a pequenos ares como em todo o território. A geração de um Modelo Digital
de Terreno – MDT – a partir da base cartográfica digital possibilitou a elaboração do mapa de
declividades de todo o município e, a partir daí, uma série de avaliações quantitativas sobre a
ocorrência de faixas de declividades conforme estabelece a Lei de Uso, Parcelamento e
Ocupação do Solo – LUPOS – de Petrópolis.
Segundo o autor certamente há um longo caminho a ser percorrido até que haja uma
integração consistente dos avanços tecnológicos atuais com os da cultura de planejamento
municipal. Se há uma direção a seguir, sem dúvida, ela encontra no Geoprocessamento uma
opção lógica e segura.
Ainda segundo o autor esse trabalho tratou da questão básica, onde a principal
preocupação foi absorção e uso de métodos baseados em Geoprocessamento como forma de
criar um processo cultural do uso dessa tecnologia. Cada etapa tem um vínculo com a
viabilização técnica de entrada e tratamento dos dados e com a persuasão do uso dessas
técnicas baseada em resultados concretos, ao alcance do administrador e da equipe técnica.
A evolução desse trabalho seria uma integração cada vez maior das ações
administrativas para que se alcance uma gestão inteligente do município, baseado em:
82
anterior por falhas que venham a ocorrer no novo processo. Se não há opção,
resolve-se o problema da forma mais rápida possível, caso contrário, sempre se
optará pela volta aos velhos métodos;
Manter convênios com instituições que se dediquem ao desenvolvimento e uso
do Geoprocessamento;
Manter atualizada a estrutura de suporte, principalmente os equipamentos
necessários à operação de todo o sistema, deslocando aqueles menos potentes
para as pontas, ou usuários finais, e inserindo os mais modernos no início,
junto aos desenvolvedores;
Finalmente, estabelecer uma estrutura piramidal, em que a capacitação dos
recursos humanos seja feita, enviando os técnicos mais qualificados para
cursos e treinamentos em instituições externas e que esses, ao voltar,
promovam treinamento do extrato imediatamente abaixo, numa corrente de
transmissão de conhecimento até que chegue ao usuário da ponta.
84
2. Quais foram os itens que direcionaram para o novo modelo de sistema de gestão?
4. Qual a expectativa da organização com relação a esse novo sistema de gestão com a
implantação do geoprocessamento?
Interação Comunitária:
Regionalização:
Para atender estes princípios cada gerente de polícia ostensiva terá informações
precisas do que ocorre ou caracteriza o espaço geográfico de sua responsabilidade.
operações policiais (Figura 23) em união com a PBH e a UFMG (Universidade Federal de
Minas Gerais).
FIGURA 23
Mapa de Hot Spots (Zonas quentes
FONTE: PMMG/CRISP apud PBH/Prodabel. Disponível em http://portal1.pbh.gov.br, jan / 2005
87
Como? Em que
mês?
Fatores
onde? objetivos Em que dia
da semana?
A que Existe um
horas? padrão?
FIGURA 24
Mapa temático de geoprocessamento da criminalidade e violência
FONTE: Polícia por resultados - uma nova forma de se fazer polícia. Apresentação em Power
Point. Agosto de 2002
Com este sistema a Polícia Militar objetiva uma união entre os órgãos específicos de
praticar justiça, com acompanhamento do ciclo policial e criminal pelo cidadão, localização
das viaturas; Monitoramento do evento – do atendimento à execução penal; Medidas de
emergência; Padronização de procedimentos; Centro de Análise Criminal (figura 25). Sendo
algumas aplicações:
FIGURA 25
SISTEMA INTEGRADO DE DEFESA SOCIAL - SIDS
FONTE: Polícia por resultados - uma nova forma de se fazer polícia. Apresentação em
Power Point. Agosto de 2002
Além das entidades públicas acima citadas, de acordo com Alkimim (2004),
organizações como a Eletropaulo, TIM, Gás Natural, Relliant Energy, El Paso, entre outras,
também utilizam essa tecnologia.
CONCLUSÃO
âmbito político e financeiro com a implantação desta ferramenta e a previsão destas mesmas
mudanças para a instituição estudada.
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95
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