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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS

Curso de Especialização em Formação Pedagógica Profissional na Área da Saúde:


Enfermagem

PALESTRA – TEMA:

A IMPORTÂNCIA DA ATUAÇÃO DOS PROFISSIONAIS DE


ENFERMAGEM JUNTO AO ALEITAMENTO MATERNO
EXCLUSIVO

Milene Silva Rodrigues

Corinto
2010
Milene Silva Rodrigues

PALESTRA – TEMA:

A IMPORTÂNCIA DA ATUAÇÃO DOS PROFISSIONAIS DE


ENFERMAGEM JUNTO AO ALEITAMENTO MATERNO
EXCLUSIVO

Trabalho apresentado ao Curso de Especialização


em Formação Pedagógica em Educação
Profissional na Área de Saúde: Enfermagem, da
Universidade Federal de Minas Gerais.
Orientador: Alda Martins Gonçalves

Corinto
2010
Milene,
Parece-me que você escolheu a proposta 03. Não ficou bem claro.
Seu texto apresenta uma boa fundamentação teórica sobre o tema que
escolheu para a palestra. A revisão teórica está à altura de um trabalho de
dissertação ou tese, mas não vejo sua contribuição no texto.
Faltou um diálogo seu, como autora do texto, com os autores citados, de
forma a revelar como eles contribuirão para que você discuta com a equipe
de enfermagem sobre a importância da amamentação exclusiva. A
atividade nº 03 propõe que explicite o reconhecimento da necessidade de
fundamentar as práticas de saúde e de educação em “olhares” que,
respeitando a diversidade, promovam ação transformadora por meio de
uma atividade pedagógica?
Quais olhares contribuiriam com a transformação que você deseja
conforme o que você colocou na justificativa do seu texto?
Veja os comentários que coloquei no revisor.
Abraço,
Alda
INTRODUÇÃO

A consulta de pré-natal tem como propósito uma gestação que flua sem
intercorrências clínicas e sem complicações, porém se estas existirem que sejam
identificadas precocemente e tomadas as condutas adequadas. A consulta de
enfermagem é uma atividade privativa do enfermeiro respaldada pela lei do Exercício
Profissional desde 1986, estando apto a realizar as condutas de pré-natal em gestantes
de baixo risco obstétrico. Realizar a consulta de enfermagem pré-natal significa prevenir
o desenvolvimento de agravos e favorecer uma gestação tranqüila, na qual a mulher
sinta-se segura e que ao final venha nascer um bebê saudável (SILVA, 2010).

Segundo Duncan; Schimidt e Giugliani (2006), além dessas atribuições o


enfermeiro tem papel fundamental no puerpério que é o período que inicia logo após o
parto, onde ocorre a involução dos órgãos pélvicos e recuperação das alterações
decorrentes da gestação. É importante que o enfermeiro e sua equipe encoraje a mãe
para que logo após o nascimento do bebê, ou seja, na primeira hora de vida ocorra o
primeiro toque com a mãe e se possível com o pai também, pois esse período é
primordial para fortalecer os vínculos afetivos nessa primeira hora de vida sendo
necessário ofertar para o bebê a primeira mamada.

A amamentação além de ser fundamental para o bebê, também é para a mãe, os


benefícios são imensos, pois protege a sua saúde ajudando o seu útero a recuperar o seu
tamanho normal, reduzindo assim o risco de hemorragia pós-parto, além de melhorar a
recuperação física causa um bem estar à mãe que amamenta, pois proporciona um
ambiente emocional calmo e tranquilo (DUNCAN, SCHIMIDT, GIUGLIANI, 2006).

O aleitamento materno exclusivo é quando o bebê é alimentado exclusivamente


pelo leite materno durante os primeiros seis meses de vida. Conforme Rego (2008) o
leite materno é o único alimento que garante qualidade e quantidade adequada de
nutrientes para o bebê, apresentando concentrações ideais de proteínas, açúcares,
gorduras, sais minerais e vitaminas. Sendo menos concentrado, o leite materno dispensa
a administração suplementar de água e chás entre as mamadas. Quando tem sede, o bebê
mama mais e o aporte hídrico fica garantido pela água contida no próprio leite, mesmo
em regiões de clima quente e seco como o nordeste brasileiro.

O enfermeiro e sua equipe têm o dever de orientar a mulher no cuidado dos


mamilos durante a gestação, puerpério e amamentação; recomenda-se: exposição ao ar e
luz solar por um período de 15 a 20 minutos pela manhã; não utilizar sabonetes para
higienização, lavar somente com água para manter a lubrificação natural. Não se
recomenda: exercícios para exteriorização dos mamilos; fricção com tecido; uso de
álcool ou outros agentes para secar os mamilos; uso de cremes ou pomadas, porque
podem tornar a pele dos mamilos extremamente fina, facilitando o aparecimento de
rachaduras ou fissuras mamilares (REGO, 2008).

JUSTIFICATIVA

Apesar da conhecida importância do aleitamento materno e seus benefícios para


a mãe e o bebê, vários programas brasileiros não são suficientes para atingir as metas
desejadas de amamentação (WENZEL, 2008).
Diante desta constatação vê-se a necessidade de melhorar a orientação do
enfermeiro e sua equipe, estimulando um contato mais próximo com a gestante fazendo
com que ele conquiste sua confiança e ela siga suas orientações.

O aleitamento materno exclusivo deve ser iniciado logo após o parto, pois
permite que se criem vínculos afetivos e em contrapartida faz com que a mulher reduza
o sangramento uterino (RICCI, 2008).

Ao observar uma mãe amamentar o seu filho, é possível perceber uma mulher
amamentando e o bebê recebendo o leite, se a observação for ainda mais cautelosa será
possível testemunhar as interações afetivas que ocorrem entre eles. Percebe-se que um
está totalmente envolvido com o outro, melhor dizendo estão intimamente ligados.

OBJETIVO GERAL

Realizar orientações acerca da importância da orientação do enfermeiro e equipe


de enfermagem direcionada ao aleitamento materno exclusivo nos primeiros seis meses
de vida.

Objetivos Específicos

• Demonstrar a importância da amamentação exclusiva nos primeiros seis meses


de vida;
• Descrever as orientações do enfermeiro no aleitamento materno.
• Capacitar os profissionais de enfermagem no manejo com o aleitamento
materno.
• Sensibilizar esses profissionais quanto à importância da prática do aleitamento
materno.
PALESTRA: A IMPORTÂNCIA DA ATUAÇÃO DOS PROFISSIONAIS DE
ENFERMAGEM JUNTO AO ALEITAMENTO MATERNO EXCLUSIVO

Para realização de uma capacitação sobre o tema A importância da atuação dos


profissionais de enfermagem junto ao aleitamento materno exclusivo é necessário
discorrer sobre os assuntos abaixo citados.

PRÉ-NATAL
Compreende-se como o período do pré-natal desde o momento que se faz o
diagnóstico de gravidez até o momento do parto, ou interrupção da gestação quando
devem existir uma assistência pré-natal e educação em saúde adequada. Durante o pré-
natal existe um acompanhamento periódico da gestante, tendo como finalidade
identificar fatores de risco ou doenças o mais precoce possível, a fim de que não
contribuam negativamente para sua evolução (REGO, 2008).

No pré-natal é o momento adequado para realizar a educação em saúde que pode


ser tanto individual quanto coletiva, sendo abordados temas de interesse das gestantes.
Por ser o momento de maior contato com as gestantes é o momento ideal para
conscientização das mulheres acerca do aleitamento materno, desenvolvendo uma
discussão produtiva e sem atropelos, fazendo com que a mesma absorva e reflita sobre o
tema (REGO, 2008).

PARTO
Na sala de parto é essencial e de direito da gestante que seja tratada com carinho
e respeito por toda a equipe de saúde. Após o nascimento do RN (recém-nascido) é de
fundamental importância que exista uma interação da mãe com o seu filho, para que
seja selado o vínculo afetivo. Sabe-se que as duas primeiras horas após o parto é o
momento em que o laço afetivo entre mãe e filho é mais forte, por isso é necessário que
inicie o aleitamento materno exclusivo para que seja mantido pelos primeiros seis meses
de vida (REGO, 2008).

PUERPÉRIO
Nas consultas puerperais e em todo o contato que tiver com a mãe é necessário
sempre informar sobre os benefícios do aleitamento materno, posicionamento do bebê e
condições para uma boa pega. Segundo Duncan; Schmidt e Giugliani (2004) também
vale ressaltar a mãe que quando ela amamenta ocorre o retorno da fertilidade mais
tardiamente.

A IMPORTÂNCIA DO LEITE MATERNO: AMAMENTAÇÃO

O processo de aleitamento materno não é somente um ato biológico. O ato de


amamentar perpassa pela tomada de decisão da mulher, da vontade, do desejo de
amamentar, coloca em prova a integralidade de ser mulher, estabelecendo modificações
importantes em seu viver. Ao rever seu modo de ser, está identificando e estabelecendo
parâmetros para avaliar sua tomada de decisão. Este aspecto contribui para lhe dar
segurança diante do processo de amamentação (REGO, 2008).

Contribuindo com o autor acima citado o ato de amamentar é natural, sem custo
e essencial para a vida dos seres humanos, minimiza a fome, salva vidas e faz o
indivíduo crescer não só biologicamente, como também emocionalmente devendo ser
de responsabilidade de todos e não apenas da mulher, o leite materno é um composto
nutritivo e perfeito para a saúde do bebê sendo necessário somente o seu uso como
alimento durante os primeiros seis meses de vida.

AMAMENTAÇÃO EXCLUSIVA VERSUS AMAMENTAÇÃO MISTA

Define-se como amamentação exclusiva quando a bebê recebe única e


exclusivamente o leite materno, direto do seio ou ordenhado, não sendo necessário
oferecer alimentos líquidos ou sólidos, com exceção de medicamentos, suplementos
vitamínicos ou minerais (DUNCAN; SCHMIDT; GIUGLIANI, 2004).

COMPLICAÇÕES MAMÁRIAS
O sucesso da amamentação é alcançado através da amamentação exclusiva,
porém segundo Rego (2008) a amamentação somente é exclusiva enquanto for
prazerosa para a mãe e o bebê. Quando se torna dolorosa pode existir a dificuldade para
o aleitamento materno, principalmente quando acontece um problema mamário relativo
a fissuras, ingurgitamento e mastite das mamas.

Algumas mulheres abandonam o aleitamento materno logo nos primeiros dias


após o parto, como afirma Ricci, 2008, quando surge a primeira complicação mamária,
surge também a insegurança materna e como não bastando geralmente resulta na
introdução de outros alimentos na alimentação do bebê.
OS PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM NO ALEITAMENTO MATERNO
O profissional enfermeiro deve ser um instrumento para que a mulher adquira
autonomia no agir, aumentando a capacidade de enfrentar situações de estresse e de
crise, decidindo sobre a vida e a saúde. Um dos momentos importantes na vida dessa
mulher é durante a gravidez que, se desejada, traz alegria, se não esperada pode gerar
surpresa, tristeza. Ansiedade e dúvidas com relação às modificações corporais e
sentimentais pelas quais vai passar, sobre o desenvolvendo do bebê, a incerteza e o
medo do parto, de não poder amamentar, são também sentimentos comuns presentes na
gestante (RICCI, 2008).

Corroborando com o autor acima citado, o pré-natal é o momento exato para que
o enfermeiro conquiste a confiança da mulher, pois depois que essa relação se estreita a
mulher passa a ouvir as orientações do enfermeiro e tem uma forte tendência a segui-
las. O enfermeiro deve orientar a mãe quanto ao cuidado dos mamilos,
sendo necessário que os mesmos sejam lavados somente com água e sabão
e durante o banho, não sendo necessárias várias lavagens durante o dia. A
mãe não deve utilizar cremes ou pomadas nas aréolas e mamilos, sendo
que a sua utilização aumenta o risco de traumas mamilares

CONCLUSÃO

O presente trabalho teve como tema abordado A importância da atuação dos


profissionais de enfermagem junto ao aleitamento materno exclusivo, a orientação
eficaz é geralmente provoca uma reflexão da mãe acerca do aleitamento materno
exclusivo.

Melhorar a situação do aleitamento materno é objetivo primordial da saúde, por


isso a equipe de enfermagem deve dirigir a mãe de forma adequada e na sua linguagem.
Cabe também ao enfermeiro informar sobre a pega correta e os diferentes tipos de
mamilos, pois se não orientados corretamente, certamente irá acarretar no desmame
precoce. Pois é interessante que a mulher conheça o próprio corpo para saber agir
corretamente de acordo com seu tipo de mamilo.

Tendo em vista a contribuição do trabalho da equipe de enfermagem para o


aleitamento materno, é de suma importância que a sua orientação seja exclusiva a cada
mulher e que a mesmo desenvolva outras técnicas, quando necessário, essa equipe não
precisa falar basta assentir com a cabeça ou tocar na mulher quando necessário, isso faz
com que a mulher sinta mais segura e confiante.

REFERÊNCIAS

DUNCAN, B. B.; SCHIMIDT, M. I.; GIUGLIANI, E. R. J. Medicina Ambulatorial:


Condutas de Atenção Primária Baseadas em Evidências. 3° edição. Editora Artmed.
Porto Alegre, 2004.

REGO, J. D. Aleitamento Materno Um Guia Para Pais e Familiares. 2° edição.


Editora Atheneu. São Paulo, 2008.

RICCI, S. S. Enfermagem Materno-neonatal e Saúde da Mulher. Editora Guanabara


Koogan. Rio de Janeiro, 2008.

SILVA, J. M. da; RICCI, L. A. M.; OLIVEIRA, S. G. C.; SANTOS, A. S. da; VAZ, M.


J. R. Consulta de Enfermagem Pré-Natal e Educação em Saúde: prática do
enfermeiro no Programa de Saúde da Família. Revista Nursing, 2010.

WENZEL, D. Aleitamento materno: estudo nacional da prevalência e determinantes


no Brasil, nas macro-regiões e áreas urbanas e rurais. 2008. 141 f. Tese (Pós-graduação
em saúde pública – área de nutrição) – Universidade de São Paulo; Faculdade de Saúde
Pública, São Paulo.

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