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Visita da Comissão Interamericana de Direitos Humanos ao Brasil

A Comissão Interamericana de Direitos Humanos é um órgão autônomo da Organização dos


Estados Americanos (OEA), cujo mandato surge a partir da Carta da OEA e da Convenção
Americana sobre Direitos Humanos. A Comissão Interamericana tem como mandato promover a
observância e defesa dos direitos humanos na região e atua como órgão consultivo da OEA na
temática. É por meio da CIDH que a sociedade civil pode levar casos à Corte Interamericana de
Direitos Humanos.

As visitas da CIDH constituem mecanismos para supervisionar e promover a observância e a defesa


dos direitos humanos. A atual visita decorre de convite formulado pelo governo brasileiro. A última
visita realizada pela CIDH ao Brasil ocorreu em 1995. Durante a visita, a delegação da CIDH se
encontrará com autoridades, representantes da sociedade civil, bem como receberá denúncias e
petições relativas ao seu âmbito de atuação.

A delegação que conduzirá a visita será chefiada pela Presidenta da CIDH, Margarette May
Macaulay; a Primeira Vice-presidenta, Esmeralda Arosemena de Troitiño; o Segundo Vice-
presidente, Luis Ernesto Vargas Silva; os Comissários Francisco José Eguiguren Praeli e Joel
Hernández García e a Comissária Antonia Urrejola Noguera, Relatora para o Brasil. A delegação
também inclui a Chefe de Gabinete, Marisol Blanchard; a Secretária Executiva Adjunta, María
Claudia Pulido; o Relator Especial para a Liberdade de Expressão, Edison Lanza; a Relatora
Especial para os Direitos Econômicos, Sociais e Culturais, Soledad García Muñoz; e os
especialistas da Secretaria Executiva.

A Comissão possui uma Relatoria sobre Direitos dos Povos Indígenas. A atual relatora é a
Comisionado Antonia Urrejola Noguera. Em 2013, a CIDH publicou o Informe PUEBLOS
INDÍGENAS EN AISLAMIENTO VOLUNTARIO Y CONTACTO INICIAL EN LAS
AMÉRICAS: RECOMENDACIONES PARA EL PLENO RESPETO A SUS DERECHOS
HUMANOS . Preparado pela Relatoria sobre Direitos dos Povos Indígenas, o qual faz
recomendações aos Estados para o respeito aos direitos desses povos.

Importante destacar que a CIDH e a Corte Interamericana tem se manifestado sobre o direitos à
consulta livre, prévia e informada dos povos indígenas.

Casos envolvendo indígenas tratados pela CIDH

1. Resolução n. 12/85, Caso n. 7615 contra Brasil (Caso Yanomami), 5 de março de 1985
2. Informe nº 19/98, Caso 11.516 (Caso Ovelário Tames, indígena macuxi, vítima violência
policial que resultou em sua morte). A CIDH considerou o Brasil responsável. Em 2005, o
governo brasileiro publicou Decreto determinando o cumprimento das recomendações da
Comissão.
3. Informe nº 125/10, Petição 250-04 (Caso Povos indígenas de Raposa Serra do Sol). A CIDH
declarou a admissibilidade do caso em 2010.
4. A Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) apresentou à Corte
Interamericana de Direitos Humanos (Corte IDH) o caso 12.728, Povo Indígena Xucuru e
seus membros, a respeito do Brasil. O caso foi sentenciado pela Corte Interamericana de
Direitos Humanos em março de 2018, condenando o Brasil a adotar medidas de reparação
para o povo Xucuru, como a garantia territorial e pagamento de indenização, entre outras. A
Secretaria de Direitos Humanos e Defesa Coletiva da PGR instaurou PA (em 31/10/2018)
para acompanhamento das providências para cumprimento da sentença.
5. A CIDH adotou a Medida Cautelar MC 382/10 - Comunidades Indígenas da Bacia do Rio
Xingu, Pará, Brasil
Em 1 de abril de 2011, a CIDH outorgou medidas cautelares a favor dos membros das
comunidades indígenas da bacia do Rio Xingu, no Pará, Brasil: Arara da Volta Grande do
Xingu; Juruna de Paquiçamba; Juruna do “Kilómetro 17”; Xikrin de Trincheira Bacajá;
Asurini de Koatinemo; Kararaô e Kayapó da terra indígena Kararaô; Parakanã de
Apyterewa; Araweté do Igarapé Ipixuna; Arara da terra indígena Arara; Arara de Cachoeira
Seca; e as comunidades indígenas em isolamento voluntário da bacia do Xingu. A
solicitação de medida cautelar alega que a vida e integridade pessoal dos beneficiários
estariam em risco pelo impacto da construção da usina hidroelétrica Belo Monte. A CIDH
solicitou ao Governo Brasileiro que suspenda imediatamente o processo de licenciamento do
projeto da UHE de Belo Monte e impeça a realização de qualquer obra material de execução
até que sejam observadas as seguintes condições mínimas: (1) realizar processos de
consulta, em cumprimento das obrigações internacionais do Brasil, no sentido de que a
consulta seja prévia, livre, informativa, de boa fé, culturalmente adequada, e com o objetivo
de chegar a um acordo, em relação a cada uma das comunidades indígenas afetadas,
beneficiárias das presentes medidas cautelares; (2) garantir, previamente a realização dos
citados processos de consulta, para que a consulta seja informativa, que as comunidades
indígenas beneficiárias tenham acesso a um Estudo de Impacto Social e Ambiental do
projeto, em um formato acessível, incluindo a tradução aos idiomas indígenas respectivos;
(3) adotar medidas para proteger a vida e a integridade pessoal dos membros dos povos
indígenas em isolamento voluntário da bacia do Xingú, e para prevenir a disseminação de
doenças e epidemias entre as comunidades indígenas beneficiárias das medidas cautelares
como consequência da construção da hidroelétrica Belo Monte, tanto daquelas doenças
derivadas do aumento populacional massivo na zona, como da exacerbação dos vetores de
transmissão aquática de doenças como a malária.

Casos povos tradicionais

INFORME Nº 82/06
PETICIÓN 555-01
ADMISIBILIDAD
COMUNIDADES DE ALCÂNTARA
BRASIL[1]
21 de octubre de 2006
 
 
I.         RESUMEN
 
1.       El 17 de agosto de 2001, el Centro de Justicia Global, los representantes de las
Comunidades Samucangaua, Iririzal, Ladeira, Só Assim, Santa Maria, Canelatiua, Itapera y
Mamuninha – todas integrantes del mismo territorio étnico de Alcântara, Maranhão; la
Sociedad Maranhense de Derechos Humanos (SMDH); el Centro de Cultura Negra de Maranhão
(CCN); la Asociación de Comunidades Negras Rurales Quilombolas de Maranhão (ACONERUQ),
la Federación de Trabajadores de la Agricultura del Estado do Maranhão (FETAEMA), y Global
Exchange presentaron a la Comisión Interamericana de Derechos Humanos (en adelante,
denominada "CIDH" o "la Comisión") una petición contra la República Federativa del Brasil (en
adelante, denominada “Brasil”, "el gobierno brasileño" o "el Estado"). En esta petición se
denuncia la desestructuración sociocultural y la violación del derecho de propiedad, tanto como
del derecho a la tierra ocupada por las comunidades tradicionales de Alcântara. Tal situación
fue creada por la instalación del Centro de Lanzamiento de Alcântara, y por el consiguiente
proceso de expropiación que viene ejecutando el gobierno brasileño en esa región, así como
por la omisión en que incurre éste, al no otorgar los títulos de propiedad definitiva a las
mencionadas comunidades. Según los peticionarios, los hechos caracterizan violaciones de los
Derechos Humanos garantizados por la Convención Americana sobre Derechos Humanos (en
adelante, denominada "la Convención" o "la Convención Americana"), en sus artículos 1.1, 8,
16, 17, 21, 22, 24, 25 y 26, así como por la Declaración Americana de los Derechos y Deberes
del Hombre (en adelante denominada "la Declaración"), en sus artículos VI, VIII, XII, XIII,
XIV, XVIII, XXII y XXIII.

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