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INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO DE GAZA

FACULDADE DE ECONOMIA E GESTÃO

Curso de Licenciatura em Administração Pública


Ano: IΙI

Semestre: I

Disciplina: Direito Comercial


Período: Laboral

Tema: SOCIEDADES EM NOME COLECTIVO

Nomes dos Estudantes: Códigos:


Raida Nataniel Mapsanganhe 20181203

Nome do Docente

Castro Forquia

Lionde, Julho de 2021


Sociedades em Nome Colectivo 2021

Índice
1. Introdução.................................................................................................................................3

1.1. Objectivos.........................................................................................................................3

1.1.1. Geral..........................................................................................................................3

1.1.2. Especifico..................................................................................................................3

1.2. Metodologia......................................................................................................................3

2. Fundamentação Teórica...........................................................................................................4

2.1. Sociedade Em Nome Colectivo ( S.N.S)..........................................................................4

2.2. Procedimentos necessários para a constituição de uma sociedade Comercial..................4

2.3. Sociedade..........................................................................................................................5

2.4. Personalidade jurídica das sociedades comerciais............................................................5

2.5. Composição do nome da sociedade em nome colectivo...................................................6

2.5.1. Nome empresarial......................................................................................................6

2.6. Tipos de sócios..................................................................................................................7

2.7. Direitos, deveres e obrigações  dos  sócios.......................................................................7

2.8. Concorrência e participações noutras sociedades.............................................................9

2.9. Princípios das sociedades em nome colectivo..................................................................9

2.10. Falecimento, Administração e Exclusão dos sócios....................................................10

2.11. Dissolução e liquidação da sociedade.........................................................................12

2.11.1. Responsabilidade dos sócios pelas dívidas no processo de Dissolução..................13

2.12. Vantagens e Desvantagens da sociedade em nome colectivo.....................................13

2.13. Características das sociedades em nome colectivo.....................................................14

3. Conclusão...............................................................................................................................15

4. Referência Bibliográfica.........................................................................................................16

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Sociedades em Nome Colectivo 2021

1. Introdução
Nós primórdios da humanidade, quando a produtividade ainda era muito baixa, todos os
membros da sociedade viviam próximos ao nível de subsistência, mas passando um tempo o
homem desenvolveu um espírito de associativismo que influenciou em criar formas de
exploração conjunta de determinadas as actividades comercias. As sociedades comercias são
aquelas cujo objecto consiste na prática de comércio, é com essa dinâmica económico e jurídico,
conjugando-se com os factores globais, que se têm verificado nos dias que correm, ditam novas
soluções para os problemas com que nos deparamos e, por isso, impõem uma nova abordagem e
uma nova perspectiva do direito comercial. Em Moçambique, o projecto de investimento ou o
contrato de investimento implica sempre a existência prévia ou a constituição de uma sociedade
a registar e a operar a partir do território Moçambicano, ou a existência prévia e a constituição de
uma filial, agência da empresa estrangeira a operar a partir do território Moçambicano.

A sociedade em nome colectivo é um tipo societário onde todos os sócios são solidários e
todos respondem ilimitadamente pelas dívidas da sociedade, ou seja, a dívida da sociedade
pode atingir os bens dos sócios, o objectivo da tese, é de investigar o sentido e alcance do
Direito e de quem pratica o comércio, olhando para os requisitos da sua capacidade jurídica
estabelecidos no Código Comercial de Moçambique.

1.1. Objectivos
1.1.1. Geral:
 Debruçar em torno das Sociedades em Nome Colectivo.
1.1.2. Especifico:
 Descrever a composição da Sociedade em Nome colectivo;
 Explicar a constituição da Sociedades em Nome Colectivo;
 Explicar a responsabilidade dos sócios na Sociedade em Nome colectivo.

1.2. Metodologia
A metodologia aplicada na elaboração do trabalho é um estudo que compreende uma pesquisa
descritiva e bibliográfica ou seja trata-se de um estudo de natureza qualitativa, com base na

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revisão bibliográfica com abordagem descritiva na qual foram realizadas pesquisas em leis,
artigos, sites, bem como literaturas onde abordassem sobre o tema em questão.

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2. Fundamentação Teórica

2.1. Sociedade Em Nome Colectivo (S.N.S)

2.2. Procedimentos necessários para a constituição de uma sociedade Comercial


Em Moçambique, as sociedades comerciais, independentemente da sua tipologia, necessitam de
cumprir com um conjunto de formalidades antes de dar início à sua actividade, estas
formalidades são necessárias para a legalização da sociedade.

Formalidades para constituição da sociedade comercial:

1. Aprovação da denominação social e indicação do tipo societário a adoptar, aprovada pela


Conservatória do Registo das Entidades Legais (CREL), mediante solicitação da reserva
de nome.
2. Documento de Identificação ou Certidões Comerciais, consoante se trate de pessoas
singulares ou colectivas, dos sócios que irão compor a estrutura societária da sociedade.
No caso de se tratar de entidades estrangeiras, os documentos ora mencionados deverão
ser legalizados pelo Consulado de Moçambique no país de origem.
3. Actas de aprovação da constituição da sociedade passada pelos sócios pessoas colectivas;
4. Procurações onde terá de constar o nome da sociedade a constituir, caso os futuros sócios
não consigam se deslocar a Moçambique para assinatura da documentação necessária ao
processo de constituição de sociedade.
5. O pacto social no qual se estabelecem as regras que irão regulamentar o funcionamento
da sociedade, onde obrigatoriamente deverão ser indicados os membros que vão compor
o primeiro Conselho de Administração, e o Conselho Fiscal.
6. Outorga da escritura de constituição, registo comercial e publicação dos estatutos da
sociedade.
7. Registo fiscal (obtenção do Número Único de Identificação Fiscal (NUIT).
8. Alvará da actividade específica, juntando para o efeito uma planta e memória descritiva
do imóvel onde a sociedade estará sediada, bem como o respectivo contrato de
arrendamento e/ ou cedência de espaço que titule a ocupação ou registo de propriedade.

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9. Declaração de Início de Actividade que poderá ser feita a qualquer momento depois da
obtenção do alvará comercial.1

2.3. Sociedade
Sociedade é o conjunto de duas ou mais pessoas com mesmo propósito e objectivos económicos,
se reúnem para realização de negócios em conjunto e a partilharem os resultados entre si2.

A sociedade em nome colectivo, surgiu na idade média, especialmente para substituir as antigas
organizações familiares que realizam um determinado tipo de actividade seu meio de
subsistência, com a passar dos tempos da referida sociedade ligada por vínculos sanguíneos,
passou a aceitar a participação de pessoas estranhas ao núcleo familiar, facto este, que passou a
exigir também que a actividade passa se a dispor um vincula contratual. Já estava fortemente
enraizado o princípio da responsabilidade colectiva, tendo a indústria medível das cidades
italianas durante a idade média considera-se como um dos pioneiros da organização económica
da qual se originou o germe da Sociedade em Nome Colectivo3.

Sociedade em nome colectivo

Sociedade em nome colectivo é aquela que é constituída por duas ou mais pessoas em que os
sócios respondem subsidiariamente e ilimitadamente pelas obrigações sociais.4

Sociedade em nome colectivo trata-se de uma modalidade social destinada somente a pessoas
físicas, onde sócios têm responsabilidade solidária ilimitada em relação as obrigações assumidas
pela empresa, a menos que por ato constitutivo ou convenção posterior haja a limitação das
responsabilidades entre cada indivíduo5.

1
Gabinete Legal de Moçambique, Advogados. MOÇAMBIQUE - FORMAS DE
ESTABELECIMENTO COMERCIAL. Visão global, experiencia de Junho 2013
2
Artigo 980 do Cod. Civil
3
BRUNETTI, 1960 Tratado del Derecho de las Sociedades, Vol.I.
4
Artigo 253 nº 1, e 254 nº 1 do Cod. Comercial
5
Marcos (2009)
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2.4. Personalidade jurídica das sociedades comerciais


As sociedades comerciais são consideradas, ao lado das sociedades civis, como sujeitos de
direito e, portanto, com personalidade própria, ou seja, com aptidão, enquanto pessoas jurídicas
6
que são, para exercer direitos e contrair obrigações. A personalidade jurídica da sociedade
comercial não se confunde com a de seus sócios.

O capital social da sociedade não tem relação com a fortuna individual ou particular dos sócios e
as obrigações por estes assumidos só os afectam até o limite de suas responsabilidades, conforme
as normas legais prescritas para cada tipo de sociedade. As sociedades, como pessoas jurídicas
que são tornam-se titulares de direitos próprios independentes dos de seus membros ou sócios. 7

As sociedades comerciais têm direitos, obrigações e patrimónios próprios, distintos dos de seus
sócios.

2.5. Composição do nome da sociedade em nome colectivo

2.5.1. Nome empresarial


(Segundo artigo 18 do código comercial), O nome empresarial deverá ser formado pelo nome
dos sócios ou de alguns deles, seguido aditivo “&’’ ou Cia na hipótese de não se individualizar
os sócios8, como por exemplo:

 Leomauro e Letícia;
 Leomauro, Letícia & Companhia;
 Leomauro, Letícia & Cia.

Quando ao nome empresarial, se dá por meio de firma, que só pode ser utilizada por
administradores, em que os mesmos, passam a ter acesso ao uso da firma após do registo do
mesmo. (Artigo 24, nr1, código comercial).

Requisitos para constituição do nome da sociedade em nome colectivo

6
www.angelfire.com/ar/rosa01/direito119.html
7
Artigo 86 e 87 do Cod. Comercial
8
Artigo 18 do Cod. Comercial
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É o tipo societário em que todos os sócios respondem ilimitadamente pelas obrigações sociais.
Todos, assim, devem ser pessoas naturais. Qualquer um deles, de outro lado, pode ser nomeado
administrador da sociedade e ter seu nome civil aproveitado na composição do nome
empresarial9.

A sociedade em nome colectivo constitui-se mediante contracto escrito, particular ou publico


que, além das cláusulas estipuladas pelas pastes, mencionará:

O Nome:

Nome completo de cada um dos sócios, temos como exemplo: Leomauro Tsaco Mapsanganhe,
Letícia Fernando Sumbane, Mário Albino Mabunda, Ernesto Afonso Chaúque 10.

Valor:

É estipulado o valor contribuições de indústria, para efeito da determinação da repartição dos


lucros. Nos termos de artigo 255alinea b) do Cod. Comercial.

2.6. Tipos de sócios


As sociedades em nome colectivo só podem ser constituídas por, pelo menos, dois sócios, que
podem contribuir com capital ou com indústria nos teremos de (nr 1 do artigo 254 do código
comercial), que são:

Os sócios de indústria: participam na actividade societária apenas com o seu trabalho, não sendo
esse valor computado no capital social nos termos do (artigo 256 nr 1 do código comercial);

Os sócios de capital: é aquele que entra com bens susceptíveis de penhora na sociedade.

2.7. Direitos, deveres e obrigações  dos  sócios  


Direitos dos sócios

Direito à informação:

9
Fábio Ulhoa Coelho. Manual de direito comercial: direito de empresa. 23. ed. – São Paulo:
Saraiva, 2011.
10
Artigo 255 alínea a) do Cod. Comercial
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Cada sócio tem direito à informação sobre o estado do negócio bem como da situação
patrimonial da sociedade 11 nos teremos do artigo 104 do Cod. Comercial;

Direitos aos lucros:

Nas sociedades comerciais de Moçambique os sócios têm direito aos lucros, Artigo 104, nr 1,do
Cod. Comercial.

a) Quinhoar nos lucros;

Este direito ao lucro é uma concretização da finalidade lucrativa que integra a definição de
sociedade, Na verdade, no artigo 980º do Código Civil previsto que “ contrato de sociedade é
aquele em que duas ou mais pessoas se obrigam a contribuir com bens ou serviços para o
exercício em comum de certa actividade económica, que não seja de mera fruição, a fim de
repartirem os lucros resultantes dessa actividade". Assim, para além do objectivo de obter o
lucro, a sociedade deve distribui-lo pelos seus sócios, o fim de repartir os lucros aparece assim,
como a razão que leva as partes a celebrar o contrato de sociedade sendo pois, a medida da
capacidade da pessoa jurídica constituída art. 88º CC.

Dever dos sócios:

Dever  de  contribuição  Segundo o artigo 254 nr 1 do Cod. Comercial;

Dever  de  lealdade12 – os sócios das sociedades em nome colectivo têm uma proibição de
concorrência, ou seja, o sócio da sociedade em nome colectivo não pode exercer uma actividade
concorrente nem por conta alheia, nem por conta própria. Não posso exercer uma actividade
concorrente nem por conta alheia, nem por conta própria. A ideia da concorrência é atacar os
mesmos consumidores, o mesmo mercado.

Obrigações dos sócios

11
Artigo 258 do Cod. Comercial
12
NUNES, Pedro Caetano. Direito das Sociedades Faculdade de Direito – Universidade Nova de
Lisboa Ano letivo 2017/2018 4º ano --‐ 2º semestre.
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Todo o sócio é obrigado a entrar para sociedade com bens susceptíveis de penhora ou,
tratando-se de sócio de indústria, com qualquer tipo de serviço, conforme esta previsto no
artigo 107 do nr 1 do Cod. Comercial.

Obrigações de entrada:

As entradas de sócios podem ser: entrada com dinheiro, entrada em espécie. 13

Entrada em dinheiro inicial deve ser depositada numa instituição de credito ou banco antes da
constituição da sociedade, como forma de controlo, mas pode ser levantada após o registo da
sociedade e, mesmo antes, quando os sócios autorizem o seu levantamento pelos
administradores para fins determinados;

Entrada em espécie deve ser claramente descritas no acto constitutivo da sociedade e podem
consistir na transmissão de propriedades de bens móveis ou imóveis inclusive um
estabelecimento comercial.

2.8. Concorrência e participações noutras sociedades


Só com expresso consentimento de todos os outros pode um sócio exercer, por conta própria ou
alheia, actividade abrangida pelo objecto social, ser sócio de responsabilidade ilimitada de outra
sociedade, ou ser sócio com participação superior a vinte por cento no capital ou nos lucros de
sociedade cujo objecto seja, no todo ou em parte, coincidente com aquele. Artigo 257 do Cod.
Comercial.

A sociedade pode exigir que o sócio lhe ceda o direito aos proventos obtidos ou a obter com
violação do disposto no número anterior, devendo fazê-lo nos trinta dias subsequentes ao
conhecimento do facto proibido e, em qualquer caso, até seis meses após a produção deste.

2.9. Princípios das sociedades em nome colectivo


Essa situação nos submete as finalidades da sociedade como estrutura jurídica da sociedade e
fica sujeita a três princípios:

 Princípio do interesse social: corresponde ao interesse da sociedade como entidade


colectiva que constitui o substrato da sociedade comercial;

13
Artigo 254 do Cod. Comercial.
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 Princípio da Finalidade lucrativa: a sociedade tem por definição, uma finalidade,


lucrativa nos termos do artigo 108 Cod. Comercial;
 Princípio da verdade: ao escolher a firma deve verificar a natureza da actividade em que
deve constar na sociedade e na finalidade da mesma sociedade nos termos do artigo 19 do
Cod. Comercial.

2.10. Falecimento, Administração e Exclusão dos sócios


Falecimento do sócio

Segundo (Artigo 261, nr 1 do Cod. Comercial), Se os estatutos não previrem o contrario, em caso
de falecimento de um dos sócios devem amortizar a aparte daqueles que continuarem a sociedade
como herdeiro no prazo de noventa dias se nisso concordarem. Significa que a sociedade não
deverá necessariamente dissolver – se em consequência da morte do sócio, isto é, os sócios vivos
ou sócio vivo, deve informar aos herdeiros uma vez conhecidos da intenção de dissolver a
sociedade em consequência da morte no prazo de sessenta dias contados da data tomada de
conhecimento se esta for intenção dos sócios.

Administração

Todos os sócios são administradores, exceptuando casos em que elege – se um órgão de


administração e representação, aquele que gere as actividades sociais e representa a sociedade
perante terceiros, a quem fazem e de quem recebem declarações de vontade.14

A administração da sociedade compete exclusivamente aos sócios, somente pessoas


físicas podem tomar parte na sociedade em nome colectivo, respondendo todos os sócios,
solidária e ilimitadamente, pelas obrigações sociais. A administração da sociedade compete
exclusivamente a sócios, sendo o uso da firma, nos limites do contrato, privativo dos que tenham
os necessários poderes, segundo (artigo 945,nr 1, do código civil).

Já o órgão de fiscalização, obrigatório em alguns tipos societários, não está tipificado, sendo por
isso facultativo. Em todo o caso, esse controlo é exercido directamente pelos sócios, enquanto
tais, ou enquanto gerentes, fiscalizando directamente a actividade da gerência. Nos termos do
(artigo 267 nr 6 do Cod. Comercial).

14
Artigo 267 1 – 3 do Cod. Comercial
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Funcionamento de administração15

Como um ponto de partida em que os tipos societários, a gestão e representação cabe aos
administradores e todos têm, salvo estipulação em contrario, poderes iguais e independente, o
administrador obriga a sociedade com a assinatura acompanhada da menção da qualidade em que
intervém, podendo esta ser indicada através da oposição de carimbo da administração.

Por fim uma vez que todos os sócios são administradores se não houver estipulação em contrário,
qualquer dos administradores pode opor-se aos actos que o outro pretenda realizarem cabendo
nesse caso, á maioria dos administradores decidir sobre o mérito da aposição.

Este mecanismo de controlo mútuo que ocorre entre os administradores serve de freio e
contrapeso na medida em que, qualquer acto de um deles obriga a sociedade e por consequência,
a responsabilidade ilimitada e solidária dos sócios, isto é, considera este um mecanismo que
assegura alguma certeza dos actos a praticar por partes da administração da sociedade em nome
colectivo.

Exclusão do sócio

A sociedade pode excluir – se nos seguintes casos:

1. Quando lhe seja imputável violação grave das suas obrigações para com a sociedade,
designadamente a de não concorrência, ou quando for destituído da administração com
fundamento em justa causa que consista em facto culposo susceptível de causar prejuízo
à sociedade;
2. Em caso de interdição, inabilitação, declaração de falência ou de insolvência do sócio;
3. Quando, sendo sócio de indústria, se verificar a impossibilidade de serem prestados à
sociedade os serviços a que ficou obrigado.

15
Artigo 268 do Cod. Comercial
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2.11. Dissolução e liquidação da sociedade


Dissolução

(Segundo Mircéa Isidora Araújo Delgado 2010, p. 253) 16 A dissolução pode resultar de causas
legais (gerais ou especificas)17 bem como de causas convencionais (previstas no contrato
societário). A eficácia dessas causas não é sempre a mesma: alguns factos determinam a
dissolução de forma automática e imediata enquanto outros abrem caminho à possibilidade da
dissolução por via administrativa.

Dissolução imediata

A dissolução imediata (que ocorre independentemente da vontade específica dos sócios nesse
efeito) da dissolução diferida (que ocorre se os sócios nada fizerem durante um certo período, se
actuarem à margem do objecto social ou se a sociedade incumprir com certos deveres
fundamentais).18 Artigo 269 nr 1 do Cod. Comercial.

Dissolução administrativa

A dissolução pode ser determinada administrativamente, por deliberação dos sócios ou


excepcionalmente judicialmente. Artigo 269 nr 2 do Cod. Comercial

Liquidação

No final da dissolução, a sociedade entra imediatamente em liquidação. Esta consiste num


conjunto de actos praticados pelo liquidatário que visam a finalização dos negócios pendentes, o
pagamento de dívidas da sociedade, a cobrança de devedores e a partilha do resultado da

16
DELGADO, Mircéa Isidora Araújo. 2010. P. 253. Dissolução e liquidação das sociedades
comerciais
17
Artigo 269 nr 2 do Cod. Comercial
18
Mircéa Isidora Araújo Delgado 2010, p. 253. Dissolução e liquidação das sociedades
comerciais

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liquidação aos sócios.19 A sociedade em liquidação mantém a sua personalidade jurídica e


funciona normalmente. Contudo os actos que praticam passam agora a ser no sentido da cessação
ou extinção das relações em causa e não no sentido da prossecução do seu objecto social.

A liquidação tem por finalidade realizar as operações para que os bens sociais fiquem em
condições de ser partilhados. Durante a liquidação faz – se o levantamento de todas as situações
jurídicas relativas à sociedade em liquidação, apura-se o activo e o passivo e paga – se as dívidas
da sociedade. Artigo 269 nr 3 do Cod. Comercial

2.11.1. Responsabilidade dos sócios pelas dívidas no processo de Dissolução


20
Uma vez nomeados os liquidatários, estes devem solicitar aos sócios a satisfação não só das
participações de capital não realizadas, as quantias necessárias, na proporção da parte de cada
um das perdas, sendo a parte do sócio que se encontra insolvente dividida pelos demais na
mesma proporção. Então a norma do nr 2, do artigo 256 refere-se apenas relações internas,
com isso, os sócios de indústria não se beneficiam, mesmo que esteja previsto no contrato da
sociedade.

Na dissolução, e uma vez pretender – se computar o eventual activo social com vista ao
cumprimento aos terceiros das obrigações perante terceiros, todos os sócios incluindo os de
industria deverão contribuir na mesma proporção para a realização do capital subscrito e não
realizado pelo eventual sócio insolvente.

2.12. Vantagens e Desvantagens da sociedade em nome colectivo


Vantagens da sociedade em nome colectivo

 Não existe um montante mínimo de capital obrigatório;


 Solidariedade entre os empresários perante os credores;
 Admissão de sócias de indústria;
 As entradas dos sócios podem ser em indústria, dinheiro outros bens;
 Os sócios de indústria não respondem pelas perdas sócias nas relações internas.

19
Mircéa Isidora Araújo Delgado 2010, p. 259. Dissolução e liquidação das sociedades
comerciais
20
Artigo 233 do Cod. Comercial
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Desvantagens da sociedade em nome colectivo

 Responsabilidade subsidiária aos restantes sócios;


 Complexidade de constituição e de dissolução da sociedade;
 Possibilidade de se verificarem conflitos entre sócios;
 Risco de afectação do património pessoal dos sócios.

2.13. Características das sociedades em nome colectivo


Esta sociedade tem como característica básicas ser constituída por pessoas físicas e divididas por
quotas, onde todos os sócios respondem ilimitadamente e solidariamente pelas obrigações sócias,
ou seja devem responder por todas acções feitas pela sociedade

Caracterizando-se por uma intervenção directa e empenhada dos sócios, o poder supremo
pertence à colectividades de sócios, organizada sob a forma de assembleia ou assembleia de
sócios, sendo estes que tomam decisões através de deliberações, em que todos possam intervir,
expressando a vontade social, ou ainda, recorrendo a outras formas legalmente autorizadas de
deliberação. 21

A assembleia de sócios, além de outras competências mencionadas na lei ou contrato, efectua a


apreciação do relatório de gestão e dos documentos de prestação de contas, a aplicação dos
resultados, a resolução sobre a proposição, transacção ou desistência de acções da sociedade
contra sócios ou gerentes, a nomeação de gerentes de comércio, bem como o consentimento a
que se refere (artigo 129, alínea a) do código comercial).

As deliberações são assim tomadas por maioria simples dos votos expressos, cabendo um voto a
cada sócio, independentemente do montante da respectiva participação e qualidade, ressalvada a
votação das alterações do contrato, sendo necessária unanimidade dos sócios ou maioria não
inferior a três quartos dos votos de todos os sócios.22

21
Artigos 128 e 266 nr 1 do código comercial.
22
Artigos 266 nº 1 e 140 Cod. Comercial.
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3. Conclusão
Entende-se que a sociedade em nome colectivo é à constituição de uma empresa por sociedade,
onde todos os sócios respondem pelas dívidas de forma ilimitada. O código comercial
moçambicano consagra a sociedade em nome colectivo sendo que a mesma esta contida nas
sociedades comercias da responsabilidade ilimitada, considera-se que a sociedade tem muita
pouca relevância prática, existindo em número reduzido. Juridicamente a sociedade empresarial
realmente nasce apenas quando instrumento contratual é registado, assim caso não seja registado,
o contrato será somente mui compromisso de intenções, uma vez que ausência significa a falta de
personalidade jurídica. A Sociedade em Nome Colectiva todos sócios têm responsabilidade
subsidiária, solidária e ilimitada pelas obrigações sócias, sem que haja excepção, em relação aos
sócios só podem serem sócios de pessoas físicas. Diz que é ilimitada esta sociedade porque não
importa com o valor das quotas sócias e cada sócio responde com todo o seu património pelas
obrigações.

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Sociedades em Nome Colectivo 2021

4. Referência Bibliográfica
 BRUNETTE, Antonio., 1960. Tratado del Derecho de las Sociedades, Vol.I.
 COELHO, Fábio Ulhoa. Manual de direito comercial: direito de empresa. 23. ed. – São
Paulo : Saraiva, 2011.
 Gabinete Legal de Moçambique, Advogados. MOÇAMBIQUE - FORMAS DE
ESTABELECIMENTO COMERCIAL. Visão global, experiencia de Junho 2013.
 JÚNIOR, G, Manuel, 2013. Manual de Direito Comercial Mocambicano, Vol.1.
 MARCUS, Marques, 14, maio 2019. Sociedade Em Nome Colectivo.
 DELGADO, Mircéa Isidora Araújo. 2010. Dissolução e liquidação das sociedades
comerciais

Legislações Consultadas

 Código Comercial.
 Código Civil.

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