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Semestre: I
Nome do Docente
Castro Forquia
Índice
1. Introdução.................................................................................................................................3
1.1. Objectivos.........................................................................................................................3
1.1.1. Geral..........................................................................................................................3
1.1.2. Especifico..................................................................................................................3
1.2. Metodologia......................................................................................................................3
2. Fundamentação Teórica...........................................................................................................4
2.3. Sociedade..........................................................................................................................5
3. Conclusão...............................................................................................................................15
4. Referência Bibliográfica.........................................................................................................16
1. Introdução
Nós primórdios da humanidade, quando a produtividade ainda era muito baixa, todos os
membros da sociedade viviam próximos ao nível de subsistência, mas passando um tempo o
homem desenvolveu um espírito de associativismo que influenciou em criar formas de
exploração conjunta de determinadas as actividades comercias. As sociedades comercias são
aquelas cujo objecto consiste na prática de comércio, é com essa dinâmica económico e jurídico,
conjugando-se com os factores globais, que se têm verificado nos dias que correm, ditam novas
soluções para os problemas com que nos deparamos e, por isso, impõem uma nova abordagem e
uma nova perspectiva do direito comercial. Em Moçambique, o projecto de investimento ou o
contrato de investimento implica sempre a existência prévia ou a constituição de uma sociedade
a registar e a operar a partir do território Moçambicano, ou a existência prévia e a constituição de
uma filial, agência da empresa estrangeira a operar a partir do território Moçambicano.
A sociedade em nome colectivo é um tipo societário onde todos os sócios são solidários e
todos respondem ilimitadamente pelas dívidas da sociedade, ou seja, a dívida da sociedade
pode atingir os bens dos sócios, o objectivo da tese, é de investigar o sentido e alcance do
Direito e de quem pratica o comércio, olhando para os requisitos da sua capacidade jurídica
estabelecidos no Código Comercial de Moçambique.
1.1. Objectivos
1.1.1. Geral:
Debruçar em torno das Sociedades em Nome Colectivo.
1.1.2. Especifico:
Descrever a composição da Sociedade em Nome colectivo;
Explicar a constituição da Sociedades em Nome Colectivo;
Explicar a responsabilidade dos sócios na Sociedade em Nome colectivo.
1.2. Metodologia
A metodologia aplicada na elaboração do trabalho é um estudo que compreende uma pesquisa
descritiva e bibliográfica ou seja trata-se de um estudo de natureza qualitativa, com base na
revisão bibliográfica com abordagem descritiva na qual foram realizadas pesquisas em leis,
artigos, sites, bem como literaturas onde abordassem sobre o tema em questão.
2. Fundamentação Teórica
9. Declaração de Início de Actividade que poderá ser feita a qualquer momento depois da
obtenção do alvará comercial.1
2.3. Sociedade
Sociedade é o conjunto de duas ou mais pessoas com mesmo propósito e objectivos económicos,
se reúnem para realização de negócios em conjunto e a partilharem os resultados entre si2.
A sociedade em nome colectivo, surgiu na idade média, especialmente para substituir as antigas
organizações familiares que realizam um determinado tipo de actividade seu meio de
subsistência, com a passar dos tempos da referida sociedade ligada por vínculos sanguíneos,
passou a aceitar a participação de pessoas estranhas ao núcleo familiar, facto este, que passou a
exigir também que a actividade passa se a dispor um vincula contratual. Já estava fortemente
enraizado o princípio da responsabilidade colectiva, tendo a indústria medível das cidades
italianas durante a idade média considera-se como um dos pioneiros da organização económica
da qual se originou o germe da Sociedade em Nome Colectivo3.
Sociedade em nome colectivo é aquela que é constituída por duas ou mais pessoas em que os
sócios respondem subsidiariamente e ilimitadamente pelas obrigações sociais.4
Sociedade em nome colectivo trata-se de uma modalidade social destinada somente a pessoas
físicas, onde sócios têm responsabilidade solidária ilimitada em relação as obrigações assumidas
pela empresa, a menos que por ato constitutivo ou convenção posterior haja a limitação das
responsabilidades entre cada indivíduo5.
1
Gabinete Legal de Moçambique, Advogados. MOÇAMBIQUE - FORMAS DE
ESTABELECIMENTO COMERCIAL. Visão global, experiencia de Junho 2013
2
Artigo 980 do Cod. Civil
3
BRUNETTI, 1960 Tratado del Derecho de las Sociedades, Vol.I.
4
Artigo 253 nº 1, e 254 nº 1 do Cod. Comercial
5
Marcos (2009)
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Sociedades em Nome Colectivo 2021
O capital social da sociedade não tem relação com a fortuna individual ou particular dos sócios e
as obrigações por estes assumidos só os afectam até o limite de suas responsabilidades, conforme
as normas legais prescritas para cada tipo de sociedade. As sociedades, como pessoas jurídicas
que são tornam-se titulares de direitos próprios independentes dos de seus membros ou sócios. 7
As sociedades comerciais têm direitos, obrigações e patrimónios próprios, distintos dos de seus
sócios.
Leomauro e Letícia;
Leomauro, Letícia & Companhia;
Leomauro, Letícia & Cia.
Quando ao nome empresarial, se dá por meio de firma, que só pode ser utilizada por
administradores, em que os mesmos, passam a ter acesso ao uso da firma após do registo do
mesmo. (Artigo 24, nr1, código comercial).
6
www.angelfire.com/ar/rosa01/direito119.html
7
Artigo 86 e 87 do Cod. Comercial
8
Artigo 18 do Cod. Comercial
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Sociedades em Nome Colectivo 2021
É o tipo societário em que todos os sócios respondem ilimitadamente pelas obrigações sociais.
Todos, assim, devem ser pessoas naturais. Qualquer um deles, de outro lado, pode ser nomeado
administrador da sociedade e ter seu nome civil aproveitado na composição do nome
empresarial9.
O Nome:
Nome completo de cada um dos sócios, temos como exemplo: Leomauro Tsaco Mapsanganhe,
Letícia Fernando Sumbane, Mário Albino Mabunda, Ernesto Afonso Chaúque 10.
Valor:
Os sócios de indústria: participam na actividade societária apenas com o seu trabalho, não sendo
esse valor computado no capital social nos termos do (artigo 256 nr 1 do código comercial);
Os sócios de capital: é aquele que entra com bens susceptíveis de penhora na sociedade.
Direito à informação:
9
Fábio Ulhoa Coelho. Manual de direito comercial: direito de empresa. 23. ed. – São Paulo:
Saraiva, 2011.
10
Artigo 255 alínea a) do Cod. Comercial
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Sociedades em Nome Colectivo 2021
Cada sócio tem direito à informação sobre o estado do negócio bem como da situação
patrimonial da sociedade 11 nos teremos do artigo 104 do Cod. Comercial;
Nas sociedades comerciais de Moçambique os sócios têm direito aos lucros, Artigo 104, nr 1,do
Cod. Comercial.
Este direito ao lucro é uma concretização da finalidade lucrativa que integra a definição de
sociedade, Na verdade, no artigo 980º do Código Civil previsto que “ contrato de sociedade é
aquele em que duas ou mais pessoas se obrigam a contribuir com bens ou serviços para o
exercício em comum de certa actividade económica, que não seja de mera fruição, a fim de
repartirem os lucros resultantes dessa actividade". Assim, para além do objectivo de obter o
lucro, a sociedade deve distribui-lo pelos seus sócios, o fim de repartir os lucros aparece assim,
como a razão que leva as partes a celebrar o contrato de sociedade sendo pois, a medida da
capacidade da pessoa jurídica constituída art. 88º CC.
Dever de lealdade12 – os sócios das sociedades em nome colectivo têm uma proibição de
concorrência, ou seja, o sócio da sociedade em nome colectivo não pode exercer uma actividade
concorrente nem por conta alheia, nem por conta própria. Não posso exercer uma actividade
concorrente nem por conta alheia, nem por conta própria. A ideia da concorrência é atacar os
mesmos consumidores, o mesmo mercado.
11
Artigo 258 do Cod. Comercial
12
NUNES, Pedro Caetano. Direito das Sociedades Faculdade de Direito – Universidade Nova de
Lisboa Ano letivo 2017/2018 4º ano --‐ 2º semestre.
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Sociedades em Nome Colectivo 2021
Todo o sócio é obrigado a entrar para sociedade com bens susceptíveis de penhora ou,
tratando-se de sócio de indústria, com qualquer tipo de serviço, conforme esta previsto no
artigo 107 do nr 1 do Cod. Comercial.
Obrigações de entrada:
Entrada em dinheiro inicial deve ser depositada numa instituição de credito ou banco antes da
constituição da sociedade, como forma de controlo, mas pode ser levantada após o registo da
sociedade e, mesmo antes, quando os sócios autorizem o seu levantamento pelos
administradores para fins determinados;
Entrada em espécie deve ser claramente descritas no acto constitutivo da sociedade e podem
consistir na transmissão de propriedades de bens móveis ou imóveis inclusive um
estabelecimento comercial.
A sociedade pode exigir que o sócio lhe ceda o direito aos proventos obtidos ou a obter com
violação do disposto no número anterior, devendo fazê-lo nos trinta dias subsequentes ao
conhecimento do facto proibido e, em qualquer caso, até seis meses após a produção deste.
13
Artigo 254 do Cod. Comercial.
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Segundo (Artigo 261, nr 1 do Cod. Comercial), Se os estatutos não previrem o contrario, em caso
de falecimento de um dos sócios devem amortizar a aparte daqueles que continuarem a sociedade
como herdeiro no prazo de noventa dias se nisso concordarem. Significa que a sociedade não
deverá necessariamente dissolver – se em consequência da morte do sócio, isto é, os sócios vivos
ou sócio vivo, deve informar aos herdeiros uma vez conhecidos da intenção de dissolver a
sociedade em consequência da morte no prazo de sessenta dias contados da data tomada de
conhecimento se esta for intenção dos sócios.
Administração
Já o órgão de fiscalização, obrigatório em alguns tipos societários, não está tipificado, sendo por
isso facultativo. Em todo o caso, esse controlo é exercido directamente pelos sócios, enquanto
tais, ou enquanto gerentes, fiscalizando directamente a actividade da gerência. Nos termos do
(artigo 267 nr 6 do Cod. Comercial).
14
Artigo 267 1 – 3 do Cod. Comercial
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Sociedades em Nome Colectivo 2021
Funcionamento de administração15
Como um ponto de partida em que os tipos societários, a gestão e representação cabe aos
administradores e todos têm, salvo estipulação em contrario, poderes iguais e independente, o
administrador obriga a sociedade com a assinatura acompanhada da menção da qualidade em que
intervém, podendo esta ser indicada através da oposição de carimbo da administração.
Por fim uma vez que todos os sócios são administradores se não houver estipulação em contrário,
qualquer dos administradores pode opor-se aos actos que o outro pretenda realizarem cabendo
nesse caso, á maioria dos administradores decidir sobre o mérito da aposição.
Este mecanismo de controlo mútuo que ocorre entre os administradores serve de freio e
contrapeso na medida em que, qualquer acto de um deles obriga a sociedade e por consequência,
a responsabilidade ilimitada e solidária dos sócios, isto é, considera este um mecanismo que
assegura alguma certeza dos actos a praticar por partes da administração da sociedade em nome
colectivo.
Exclusão do sócio
1. Quando lhe seja imputável violação grave das suas obrigações para com a sociedade,
designadamente a de não concorrência, ou quando for destituído da administração com
fundamento em justa causa que consista em facto culposo susceptível de causar prejuízo
à sociedade;
2. Em caso de interdição, inabilitação, declaração de falência ou de insolvência do sócio;
3. Quando, sendo sócio de indústria, se verificar a impossibilidade de serem prestados à
sociedade os serviços a que ficou obrigado.
15
Artigo 268 do Cod. Comercial
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Sociedades em Nome Colectivo 2021
(Segundo Mircéa Isidora Araújo Delgado 2010, p. 253) 16 A dissolução pode resultar de causas
legais (gerais ou especificas)17 bem como de causas convencionais (previstas no contrato
societário). A eficácia dessas causas não é sempre a mesma: alguns factos determinam a
dissolução de forma automática e imediata enquanto outros abrem caminho à possibilidade da
dissolução por via administrativa.
Dissolução imediata
A dissolução imediata (que ocorre independentemente da vontade específica dos sócios nesse
efeito) da dissolução diferida (que ocorre se os sócios nada fizerem durante um certo período, se
actuarem à margem do objecto social ou se a sociedade incumprir com certos deveres
fundamentais).18 Artigo 269 nr 1 do Cod. Comercial.
Dissolução administrativa
Liquidação
16
DELGADO, Mircéa Isidora Araújo. 2010. P. 253. Dissolução e liquidação das sociedades
comerciais
17
Artigo 269 nr 2 do Cod. Comercial
18
Mircéa Isidora Araújo Delgado 2010, p. 253. Dissolução e liquidação das sociedades
comerciais
A liquidação tem por finalidade realizar as operações para que os bens sociais fiquem em
condições de ser partilhados. Durante a liquidação faz – se o levantamento de todas as situações
jurídicas relativas à sociedade em liquidação, apura-se o activo e o passivo e paga – se as dívidas
da sociedade. Artigo 269 nr 3 do Cod. Comercial
Na dissolução, e uma vez pretender – se computar o eventual activo social com vista ao
cumprimento aos terceiros das obrigações perante terceiros, todos os sócios incluindo os de
industria deverão contribuir na mesma proporção para a realização do capital subscrito e não
realizado pelo eventual sócio insolvente.
19
Mircéa Isidora Araújo Delgado 2010, p. 259. Dissolução e liquidação das sociedades
comerciais
20
Artigo 233 do Cod. Comercial
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Sociedades em Nome Colectivo 2021
Caracterizando-se por uma intervenção directa e empenhada dos sócios, o poder supremo
pertence à colectividades de sócios, organizada sob a forma de assembleia ou assembleia de
sócios, sendo estes que tomam decisões através de deliberações, em que todos possam intervir,
expressando a vontade social, ou ainda, recorrendo a outras formas legalmente autorizadas de
deliberação. 21
As deliberações são assim tomadas por maioria simples dos votos expressos, cabendo um voto a
cada sócio, independentemente do montante da respectiva participação e qualidade, ressalvada a
votação das alterações do contrato, sendo necessária unanimidade dos sócios ou maioria não
inferior a três quartos dos votos de todos os sócios.22
21
Artigos 128 e 266 nr 1 do código comercial.
22
Artigos 266 nº 1 e 140 Cod. Comercial.
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Sociedades em Nome Colectivo 2021
3. Conclusão
Entende-se que a sociedade em nome colectivo é à constituição de uma empresa por sociedade,
onde todos os sócios respondem pelas dívidas de forma ilimitada. O código comercial
moçambicano consagra a sociedade em nome colectivo sendo que a mesma esta contida nas
sociedades comercias da responsabilidade ilimitada, considera-se que a sociedade tem muita
pouca relevância prática, existindo em número reduzido. Juridicamente a sociedade empresarial
realmente nasce apenas quando instrumento contratual é registado, assim caso não seja registado,
o contrato será somente mui compromisso de intenções, uma vez que ausência significa a falta de
personalidade jurídica. A Sociedade em Nome Colectiva todos sócios têm responsabilidade
subsidiária, solidária e ilimitada pelas obrigações sócias, sem que haja excepção, em relação aos
sócios só podem serem sócios de pessoas físicas. Diz que é ilimitada esta sociedade porque não
importa com o valor das quotas sócias e cada sócio responde com todo o seu património pelas
obrigações.
4. Referência Bibliográfica
BRUNETTE, Antonio., 1960. Tratado del Derecho de las Sociedades, Vol.I.
COELHO, Fábio Ulhoa. Manual de direito comercial: direito de empresa. 23. ed. – São
Paulo : Saraiva, 2011.
Gabinete Legal de Moçambique, Advogados. MOÇAMBIQUE - FORMAS DE
ESTABELECIMENTO COMERCIAL. Visão global, experiencia de Junho 2013.
JÚNIOR, G, Manuel, 2013. Manual de Direito Comercial Mocambicano, Vol.1.
MARCUS, Marques, 14, maio 2019. Sociedade Em Nome Colectivo.
DELGADO, Mircéa Isidora Araújo. 2010. Dissolução e liquidação das sociedades
comerciais
Legislações Consultadas
Código Comercial.
Código Civil.