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2-.DA REALIDADE A FANTASIA No final do século XIX, as “doengas dos nervos’ ~ entre elas, a histeria — eram atribuidas somente ao sexo feminino, e consideradas como frutos da imaginagao das pacientes ou de disturbios funcionais. Jean-Martin Charcot — médico e cientista francés que alcangou fama na 4rea da psiquiatria na segunda metade desse mesmo século -, porém, ja demonstrava que os sintomas presentes em pacientes histéricas poderiam, através da sugestéo hipnotica, ser removidos e também ser induzidos em pacientes normais. Essas demonstragées apontaram para a importancia das representagoes na estruturacao dos sintomas histéricos, 0 que contradizia os conceitos médicos daquela época (MEZAN, 2006). Apesar de ter contribuido, com suas demonstragbes, para 0 avango do estudo no campo’da histeria, Charcot acreditava que a etiologia da histeria era de natureza fisiologica, mais precisamente, era fruto de uma deterioragao hereditria do cérebro; e, se existissem outros fatores etiolégicos, eram acidentais. Entre esses fatores, ele destacava a ocorréncia de eventos traumaticos que teriam como efeito 08 sintomas ideogénicos (CHARCOT apud MEZAN, 2006). Sigmund Freud, que foi introduzido no campo da hipnose e da histeria por Charcot, critica esse posicionamento, juntamente com Joseph Breuer, no artigo “Sobre o Mecanismo Psiquico dos Fenémenos Histéricos: Comunicagao Preliminar’, publicado em 1893. Nesse texto, Freud e Breuer defendem a tese de que o sintoma histérico € efeito de um trauma psiquico, ou, mais precisamente, de sua lembranga. ‘Além disso, eles acreditavam que o trauma psiquico nao desempenhava a fungdo de apenas despertar o sintoma, ja que, mesmo depois do estabelecimento do sintoma, © trauma continuava agindo como um elemento atual Nesse momento, para explicar 0 modo como’se estabelecia um sintoma histérico, Freud (1893) utilizou o conceito de ab-reacado. Ele acreditava que, em sresposta a um determinado evento, deve ocorrer uma reagéo apropriada para descarregar 0 afeto provocado por esse evento. Sobre isso, Laplanche e Pontalis (1992, p. 1) afirmam que: 13. ‘A ab-reagdo 6 assim 0 caminho normal que permite ao sujeito reagir @ um acontecimento e evitar que ele conserve um quantum de afeto demasiado importante. No entanto, é preciso que essa reagdo seja ‘adequada’ para que possa ter um efeito catairtico. E importante ressaltar que essa reagao ndo'se refere necessariamente a um ato, © homem substitui, na maioria das, vezes, a ago pela linguagem, e, a partir desta, 0 afeto é ab-reagido quase do mesmo modo que na agao. Quando nao ha essa liberagdo de afeto por ab-reagao, em pessoas normais, a lembranga do trauma pode se associar com as lembrangas de outras experiéncias e ser retificada. Jé, em estados patolégicos, como no caso da histeria, a lembranga do trauma permanece revestida de afeto; e, além disso, néo se acha a disposigo da consciéncia normal dos pacientes, ou seja, eles ndo conseguem acessé-la em suas lembrangas. Para Freud (1893, p. 47), [J pode-se dizer que as representagSes que se tomnaram patolégicas persistiram em tal nitidez e intensidade afetiva porque thes foram negados ‘0s processos normiais de,desgaste por meio da ab-reag&o e da reprodugao em estados de associagao néo inibida. Dois grupos de condigdes sao citados nia “Comunicagao Preliminar” para explicar a nao ocorréncia de reagéio ao trauma e sua conseqiiente ab-reagéo: 0 primeiro deles € composto por casos. em que a reagdo nao poderia ocorrer pela existéncia de circunstancias sociais inadequadas para a sua realizacao, ou pelo fato de a natureza do trauma impossibilitar. uma reagéo, ou, ainda, porque o paciente desejava esquecer e recalcou intencionalmente’ o evento em questao; jé 0 segundo grupo diz respeito ao estado psiquico em que o paciente se encontrava — susto, estado crepuscular, estado hipndide, etc. — ao vivenciar o trauma. Dependendo do estado do paciente, a reacdo pode ocorrer ou nao. A partir-de suas experiéncias clinicas, Freud e Breuer (1893) perceberam que, sob sugestdo hipnética, suas pacientes histéricas conseguiam lembrar as cenas traumaticas — 0 que nao ocorria em estado de-consciéncia normal -, e reviver 08 afetos desencadeados no momento do trauma, expressando em palavras o que ' Nesse momento, o termo “recalque” & equivalente a defesa (“Abwehr”), ¢ 0 termo “intencionalmente” indica que hd um motivo para o ato, nao se referindo a intengdo consciente (FREUD, 1893). 14 foi vivenciado. Apés todo esse proceso, os sintomas reapareciam uma ultima vez com intensidade maxima, para depois desaparecerem. Assim, na “Comunicagao Preliminar’, Freud e Breuer defendem o método hipnético como sendo o mais eficaz para eliminar os sintomas histéricos, e passam a utilizé-lo frequentemente em suas pacientes sob o nome de “Método Catartico de Breuer’. A principal diferenga entre esse método e a sugestdo hipnética largamente utilizada pelos médicos naquele periodo era que, no primeiro, médico e paciente interagiam na busca de uma causa para o sintoma; ja, no segundo caso, a eliminagao do sintoma era feita através da sugestio direta do médico, sem que nem ele e nem paciente entendessem a origem desse sintoma. Segundo Mezan (2006, p. 5), 0 valor do método hipnotico é duplo: teoricamente, permite demonstrar que 0 “fator acidental” € muito mais significativo do que supunha Charcot; praticamente, permite 0 estabelecimento de uma técnica altamente eficaz na clinica, 0 chamado "Método Catartico de Breuer’: Porém, ainda restava uma questéo para ser respondida, a saber, qual seria a etiologia da histeria. Na Ultima parte da “Comunicagao Preliminar’, Freud escreve que, nesse artigo, ele e Breuer conseguiram demonstrar como funcionava 0 mecanismo psiquico dos sintomas histéricos; mas, em relagao a etiologia da histeria, eles ndo fizeram nada além do que tocar de leve (FREUD, 1893). Até 0 inicio de 1890, Freud utilizou o Método Catartico de Breuer em sua clinica para eliminar os sintomas ‘histéricos de suas pacientes. Com o tempo, contudo, ele comegou a perceber que, em algumas pacientes, 0 método hipnético nao funcionava, e que, através dele, seria impossivel chegar a causa da histeria, assim como de suas particularidades em relagdo as outras neuroses (obsess6es e alguns casos de confusdo alucinatéria). Mas, como seria possivel fazer a paciente se lembrar dos eventos traumdticos sem estar sob hipnose, j4 que, como foi exposto anteriormente, de acordo com a teoria do método catartico, a lembranga do trauma nao estaria acessivel & consciéncia normal das pacientes? Para resolver essa questéo, Freud comegou a utilizar a “técnica de concentragao", que consistia em aplicar uma pressdo na testa da paciente, sem 0 uso da hipnose, e sugestiond-la de que, ao 15 cessar a presstio, as lembrangas do evento traumatico viriam a consciencia (MEZAN, 2006). Elizabeth von R’ foi uma das pacientes nao hipnotizaveis com a qual, no inicio do tratamento, em 1892, Freud utilizou essa técnica de-concentracao, que demandava grande cooperagao do paciente para possibilitar que as lembrangas fluissem a consciéncia. Porém, Freud comegou a perceber que nem sempre essa técnica surtia efeito, e, para sua surpresa, isso acontecia, principalmente, quando a paciente estava disposta, sem se queixar de dores — como no caso de Elizabeth von R.. Isso 0 fez suspeitar de qui, na verdade, Elizabeth von R. consegula se recordar de algo, mas nao o expressava, ou por se tratar de algo penoso, ou por submeter sua lembranga a uma critica. ; Durante 0 tratamento de outra paciente, Emmy von N. — anterior ao caso acima mencionado -, iniciado em 1889, Freud havia comegado a perceber como era possivel conseguir resultados favordveis a partir da fala sem censura, sem o auxilio da hipnose. Em um momento do tratamento, Emmy von N. chegou a pedir a Freud que parasse de interrompé-la com perguntas e apenas escutasse o que ela tinha a falar. Assim, a partir dos resultados obtidos em sua experiéncia clinica, Freud foi abandonando gradativamente a técnica da hipnose e a da concentragao, adotando uma nova técnica, a da associagdo livre, que consistia em deixar a paciente falar 0 que Ihe viesse @ consciéncia, livre de julzo de valor e de criticas (GAY, 1923). Ele introduziu essa nova técnica no decorrer do tratamento de Elizabeth von R., e em suas pacientes posteriores. Ao longo desse proceso de substituicao do método catértico de Breuer pelo método da associacdo livre, Freud foi abandonando gradualmente as idéias presentes na “Comunicagao Preliminar’ referentes ao mecanismo de ab-reagao e de estados hipndides. Com isso, tomou-se necessaria a elaboragdo de uma nova teoria para justificar a utilizagéo de seu novo método — o da associagdo livre -, 0 que ocorreu, mais uma vez, a partir de sua experiéncia clinica. : Ao utilizar 0 método da associagao livre com suas pacientes, Freud comecou a perceber que, em determinados momentos, elas interrompiam suas falas e resistiam a continuar seus relatos. A partir dessa experiéncia, ele comegou a elaborar a teoria de defesa, que diz respeito a irrupgo, na consciéncia, de uma idéia penosa, que, exatamente por ser penosa, era rechagada pela paciente. E importante ressaltar que, nesse momento, a idéia de defesa elaborada por Freud se referia a um ato voluntario do sujeito (MEZAN, 2006). Essa teoria de, defesa ainda presumia a existéncia de um evento traumatico, sendo a lembranga desse evento que se tornava penosa ao emergir consciéncia. Assim, Freud comegou a investigar a natureza desse evento, chegando & concluséo de que essas lembrangas possulam um cardter sexual. Essa nova descoberta possibilitou diferenciar e classificar os varios tipos de neurose observados por Freud em sua clinica, ja que, em cada um, atuava uma modalidade defensiva especifica. { Para os objetivos deste trabalho, entretanto, iremos nos ater a questao do carter sexual dos eventos traumaticos, que, ao exigir de Freud um longo percurso de estudos, permitiu 0 surgimento da fantasia em suas formulacées. Naquele periodo, a idéia de que a causa dos disturbios nervosos eram problemas sexuais vivenciados pelas pacientes era corrente nas’ conversas casuais e nas ‘anedotas entre os médicos. Freud, no texto “A Historia do Movimento Psicanalitico” (1914), ao fazer um breve relato desse momento em que investigava a etiologia sexual da neurose, relata que chegou a presenciar varias dessas conversas, nas quais eram contados varios casos de pacientes histéricas, cujos maridos possuiam sérios problemas de impoténcia. Uma dessas conversas ocorreu em uma recepgéo na casa de Charcot, que, ao relatar um caso de uma paciente com histeria grave, cujo marido era impotente, afirmou: “Mais, dans des gas pareils, c'est toujours la chose génitale, toujours ... toujours ..." (FREUD, 1914, p. 24) Outro exemplo semelhante, citado por Freud (1914), diz respeito a uma paciente que, sofrendo de acessos de ansiedade, recorreu aos cuidados de Rudolf Chrobak, famoso ginecologista vienense. Certo dia, Chrobak, por estar sem tempo, jA que havia assumido um cargo de professor universitério, pediu a Freud que a visitasse. Posteriormente, ao conversarem sobre o estado da paciente, Chrobak afirmou a Freud que o principal motivo dos ataques de ansiedade da paciente era o fato de que, mesmo apés dezoito anos de casada, ela permanecia virgem, j& que seu marido sofria de impoténcia. Por um tempo, contudo, essas observagées corriqueiras de seus colegas médicos haviam ficado adormecidas em Freud. Mas, ao elaborar a teoria de 2 A tradugo dessa frase é: Mas nesses casos a coisa & sempre genital, sempre .. sempre. sedugao, em 1895, pode-se perceber como essas idéias estavam trabalhando silenciosamente nele (GAY, 1923). : Segundo essa teoria, elaborada a partir dos relatos de treze pacientes com histeria grave, e defendida no artigo “Observagées adicionais sobre as Neuropsicoses de Defesa” (1896), a histeria era efeito de um trauma sexual - que consistia em uma manipulagao dos érgdos genitais - ‘vivenciado pelo paciente na primeira infancia, antes de chegar & puberdade. Freud (1896, p. 164) escreve que: [-] Para causar a histeria, nao basta ocorrer em algum perfodo da vida do sujeito um evento relacionado com sua vida sexual e que se tome patogénico pela liberacdo e supressdo de um afeto afitivo. Pelo contrario, tais traumas sexuais devem ter ocorrido na tenra inféncia, antes da puberdade, e seu contetido deve: consistir numa imritagao real dos érgaos genitais (por processos semelhantes a copula¢ao). Os principais autores desses abusos sexuais, segundo Freud (1896), eram as babas, as governantas, os professores,-e os irmaos mais velhos — os quais também sofreram abusos em um periodo anterior, Nesse artigo, porém, ele omite o fato de que, nas pacientes femininas, o sedutor era, na maioria das vezes, o proprio pai : Em um outro ponto do artigo, Freud (1896) adverte que n&éo sao as experiéncias sexuais vivenciadas pela crianca que atuam de modo traumatico, ja que, como esta ainda ndo’é desenvolvida sexualmente, seu aparelho sexual ainda nao tem condigdo de reagir as investidas. O que produz o trauma, portanto, é a lembranga na qual o sujeito, em um periodo posterior, de maturidade sexual, apés a puberdade, revive as experiéncias sexuais de sua infancia. E importante notar que, nesse periodo, Freud ainda negava a existéncia da sexualidade infantil. Esse processo de “revivesténcia’ das. experiéncias sexuais infantis 6 descrito nesse ariigo do seguinte modo: ao vivenciar experiéncias e excitagdes em um periodo posterior, de miaturidade sexual, o sujeito pode ter 0 trago mnémico referente as experiéncias de infancia despertado. Este traco, porém, nao se torna consciente de imediato, mas produz-uma descarga de afeto que é recalcada, produzindo, posteriormente, o sintoma. Para Freud (1896, p.166), 18 Esse papel dos traumas posteriores se adequa bem ao fato de que eles ‘do esto sujeitos as condigSes estritas que regem os traumas da infancia, mas podem variar em intensidade e natureza, desde a efetiva violagso sexual até meras investidas sexuais, ou ao testemunho dos atos sexuais de outras pessoas, ou ao recebimento de informagbes sobre os processes sexuais. E apenas nesse contexto — de experiéncias sexuais — que a lembranga da experiéncia produz um efeito excitatério maior do que o produzido pela sua vivéncia, jd que aquela é vivenciada em um periodo de imaturidade sexual. Em uma nota de rodapé desse artigo, Freud (1896, p. 167) escreve que “os traumas da infancia atuam de modo adiado, como se fossem experiéncias novas, mas o fazem inconscientemente”. Em 21 de abril de 1896, Freud divulgou a sua teoria de seducdo, em uma conferéncia sobre "A Etiologia da Histeria’, 4 Associagao vienense de Psiquiatria e Neurologia, na qual estavam presentes varios especialistas dos desvios da vida sexual. Apesar de seus inumeros esforgos para convencé-los de que a origem da histeria poderia ser encontrada em abusos sexuais sofridos na infancia, Freud nao obteve 0 acolhimento que esperava de seus colegas de profisso. Um de seus ouvintes, Richard von Krafft-Ebing, cuja especialidade era a psicopatologia sexual, chegou a denominar a teoria de sedugdo de “conto de fadas cientifico” (GAY, 1923). Nao aceitando essa reagao de seus colegas, Freud decidiu continuar suas pesquisas acerca da teoria de sedugao. Porém, durante os meses que se sucederam a essa conferéncia, varias duvidas comegaram a surgir em seu pensamento a respeito dessa teoria. Assim, apés um periodo de muitas.incertezas em relagao ao que havia elaborado nos anos anteriores, em 21 de setembro de 1897, Freud escreveu, em uma carta a Wilhelm Flies — nessa época, seu grande amigo e confidente — “[...] ndo acredito mais em minha neurética” (FREUD, 1897, p. 309). Com essa frase, Freud estava afirmando, entre outras coisas; que nao acreditava mais no relato de suas pacientes acerca da existéncia de uma cena de sedugao na realidade. : Entre os principais motivos citados por Freud, nessa carta, para chegar a essa concluséo, pode-sé destacar: 0 fato de ele nao ter conseguido completar nenhuma de suas analises, ou pelo abandono de seus pacientes, ou pela.utilizagéo de outras vias para obter alguns resultados parciais; 0 fato de que, para sustentar a 19 sua teoria de sedugo, ele tinha que aceitar e defender a idéia de que a perversao presente nos pais era algo universal, o que & pouco provavel, jé que, se fosse assim, “a perversao teria de ser incomensuravelmente mais frequente do que a histeria” (FREUD, 1897, p. 310); e, por fim, o fato, comprovado por Freud, de que néo ha realidade no inconsciente, 0 que o levou a conclusao de que “nao se consegue distinguir entre a verdade e a ficg4o que é catexizada com o afeto.” (FREUD, 1897, p:310). ‘Ao escrever sobre esse momento, no texto “A Histéria do Movimento Psicanalitico” (1914), Freud (1914, p. 27) afirma que: [1] Influenciados pelo ponto de vista de Charcot’ quanto a ‘origem traumatica da histeria, estévamos de pronto inclinados a aceitar como verdadeiras e etiologicamente importantes as declaragbes dos pacientes ‘em que atribuiam seus sintomas a experiéncias sexuais passivas nos primeiros anos da infancia — em outras palavras, & sedugdo: Quando essa eticlogia se desmoronou sob o peso de sua propria improbabilidade e contradigao em circunstancias definitivamente verificéveis, ficamos, de inicio, desnorteados. [..] Deixamos de pisar em terra firme. [. Mas, apesar de no acreditar mais na teoria de sedugéo como uma explicagao para a origem das neuroses, Freud néo abandonou a idéia de que estas possuem uma etiologia sexual. Segundo Gay (1923, p. 102): Krafft bing, afinal, estivera quase certo; o que Freud apresentara a seus colegas médicos naquela noite de abril de 1896 realmente havia sido um conto de fadas, ou melhor, uma coleténea de contos de fadas que seus pacientes haviam the contado antes. ‘Ao denominar os relatos coletados por Freud, em sua clinica, de “contos de fadas’, Gay esté apontando para um elemento que assumiu grande importancia na teoria psicanalitica a partir desse momento, a saber: a fantasia. De fato, Freud (1914, p. 27), afirma que, j4 que os seus pacientes se referiam a existéncia de uma cena que, na verdade, era fantasiada por eles, era necessério, entdo, leva-las “em conta ao lado da realidade pratica.” Assim, ao considerar a fantasia como algo frequentemente presente nos relatos de seus 20 pacientes, Freud pade enveredar por outros caminhos possiveis de explicagao para a etiologia das neuroses.

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