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os Princípios Empresariais para

Alimentos e
Agricultura
como orientadores para os Objetivos
de Desenvolvimento Sustentável
A REDE BRASIL DO PACTO GLOBAL agradece às organizações
que patrocinaram esta edição dos Princípios Empresariais para
Alimentos e Agricultura como Orientadores para os Objetivos de
Desenvolvimento Sustentável, possibilitando que este conhecimento
seja compartilhado por meio de cópias impressas e digitais.

patrocínio

coordenação editorial
NA VANGUARDA DO
AGRONEGÓCIO MUNDIAL

A sistematização de uma produção agrícola sus-


tentável é premente no Brasil. Trata-se de um dos
principais setores de nossa economia, colocando
o País entre os principais exportadores de com-
modities do mundo. Tendo em vista a relevância
do tema, após lançar os Princípios Empresariais
de Alimentos e Agricultura (PEAA), em março de
2015, a Rede Brasil do Pacto Global sai mais uma
vez na frente com o lançamento desta Cartilha.

Trata-se de um belo e inovador resultado do Grupo


Temático de Alimentos e Agricultura, que soube
escutar as demandas das organizações. Suas lide-
ranças solicitavam um guia que pudesse, de forma
prática, aplicar os PEAA em seus processos, já em
André Oliveira consonância com os Objetivos de Desenvolvimen-
Presidente da Rede Brasil do Pacto Global to Sustentável (ODS) da ONU – com destaque para
e Diretor Jurídico, de Impostos e Seguros o ODS 2, “acabar com a fome, alcançar a seguran-
da BASF na América do Sul ça alimentar, melhorar a nutrição e promover a
agricultura sustentável”.

A publicação lança novos paradigmas aos negó-


cios na área. Os PEAA guiarão a atuação das em-
presas – bem como de todos os atores da cadeia
produtiva – para a Agenda 2030 da ONU, pautada
por práticas socioambientais responsáveis, que
levam em conta a preservação dos ecossistemas
naturais, sociais e culturais de cada região.

Ao lançar esta Cartilha, a Rede Brasil do Pacto


Global demonstra protagonismo entre as Redes
Locais do UN Global Compact, colocando-se na
vanguarda da discussão sobre a sustentabilidade
do agronegócio no mundo.

Vamos em frente!

03
Expediente

André Oliveira (Basf)


Presidente
Denise Hills (Itaú Unibanco), Antonio Fares (FIEP),
Meire Fidélis (Grupo Abril), Carlos Rossin (PwC)
Vice-presidentes
Beatriz Martins Carneiro
Secretária executiva
Barbara Dunin
Assessora
Gabriela Almeida
Assistente de Projeto
Vanessa Tarantini
Oportunidades de Engajamento
Luiz Fernando Campos
Assessor de comunicação

Princípios Empresariais para Alimentos


e Agricultura como Orientadores para os
Objetivos de Desenvolvimento Sustentável
Grupo Temático de Alimentos e Agricultura

Coordenação: Juliana Lopes (Amaggi)


Integrantes: ABAG, Agroicone, Amaggi, BASF, Bayer,
Bonsucro, BRF, Bunge, Câmara Brasil- Alemanha, CEBDS,
DNV GL, Dow, GT Foods, GTPS, Hospital Albert Einstein,
IFAD, MAPA, Monsanto, Netafim, Novozymes, Odebrecht
Agroindustrial, Proforest, Rever Consulting, SLC Agricola,
Social Carbon, Syngenta, The Nature Conservancy e TOTVS

Coordenação editorial e edição:


Rever Consulting
Projeto gráfico e design:
Akemi Takenaka

Agosto de 2016
Mensagem dos
patrocinadores

Nós, líderes empresariais, temos o dever Precisamos de soluções inovadoras que


de contribuir para a segurança alimentar tragam viabilidade econômica e respon-
de cada cidadão do planeta. Mas também sabilidade ambiental. Que garantam o
temos a responsabilidade de fazer isto respeito aos Direitos Humanos, ao tra-
garantindo a preservação do ecossiste- balho decente e ao desenvolvimento das
ma e a perenidade dos nossos negócios. comunidades rurais.

Foi com a frase acima que iniciei meu A cartilha para implementação dos Prin-
discurso no Global Compact Leaders cípios Empresariais para Agricultura e
Summit, em 2013: convidando todos os Alimentos se constitui em um passo im-
líderes empresariais a contribuir para a portante nessa direção e mostra o quan-
criação de um modelo mais sustentável to estes princípios estão alinhados com
Waldemir Ival Loto
para o agronegócio em seus países. os Objetivos de Desenvolvimento Sus-
CEO da AMAGGI
tentável. Estamos prontos para debater
A AMAGGI se orgulha de ter participado e construir o futuro que queremos.
da construção dos Princípios Empresa-
riais para Alimentos e Agricultura desde Muito obrigado!
o seu início, durante a Rio+20. E tenho a
convicção de que o Brasil pode contribuir
para uma agricultura sustentável.

Garantir o sucesso continuado do agri- volvidas pelas diversas organizações do


cultor é o que nos coloca em movimen- setor, na busca constante de sistemas de
to. E por essa razão, inovamos no de- produção cada vez mais eficientes.
senvolvimento de soluções agrícolas,
compartilhamos nosso conhecimento Temos como setor privado o poder de
e aprendizados e atuamos colaborati- influenciar e engajar nossos parceiros
vamente em uma rede de organizações e públicos para atuarmos colaborativa-
empenhada em promover a segurança mente na promoção do desenvolvimento
alimentar. sustentável da agricultura e no direcio-
namento de ações alinhadas e consis-
Com esse objetivo, nasceu a cartilha tentes para gerar valor econômico em
para implementação dos Princípios Em- direção dos objetivos de desenvolvimen-
Rodrigo Santos
presariais para Alimentos e Agricultura, to sustentável.
Presidente da Monsanto para
reunindo algumas das soluções desen-
Boa Leitura! América do Sul

05
índice
08
sumário executivo

Compromissos para o setor

11
de alimentos e agricultura

PROMOVER SEGURANÇA ALIMENTAR,

16
SAúDE E NUTRIÇão

26
Ser ambientalmente responsável

garantir viabilidade econômica

40
e compartilhar valores

Respeitar os direitos humanos,


criar trabalho digno e ajudar

50
as comunidades rurais a prosperarem

Incentivar a boa governança

62
e a responsabilidade

promover o acesso e a transferência

68
de conhecimento, habilidades e tecnologia

76
COMO GERENCIAR E COMUNICAR OS PEAA
Junte-se A nós!

Somente construiremos soluções para as ques-


tões sociais, ambientais e humanas mais comple-
xas por meio de um processo conjunto, participa-
tivo e estruturado.

O aumento da demanda por alimentos para uma


população estimada em 9 bilhões de pessoas no
ano de 2050 e a escassez da água nos mostram
alguns dos desafios que temos.

Com o lançamento dos Princípios Empresarias


para Alimentos e Agricultura (PEAA) no Brasil em
Juliana de Lavor Lopes março de 2015, trouxemos alguns dos bons exem-
Diretora de Sustentabilidade da AMAGGI plos já existentes e iniciamos a construção desta
e Coordenadora do Grupo Temático cartilha. Todos os participantes deste processo
de Alimentos e Agricultura nos mostram que os resultados podem ser mul-
da Rede Brasil do Pacto Global tiplicados se todos os atores socioeconômicos
envolvidos tiverem uma atuação forte e contínua.

A cartilha tem como objetivo orientar a implemen-


tação dos PEAA, em especial o setor privado, tra-
zendo dicas para a construção de uma estratégia
sólida e uso de ferramentas de gestão que fazem
sentido na atuação diária das empresas, mas que
também mostrem o quanto está vinculada a um
processo global como os Objetivos do Desenvolvi-
mento Sustentável (ODS).

Há muito tempo o Brasil é apresentado como ce-


leiro do mundo, mas acredito que temos todas as
condições de sermos muito mais e assumirmos a
condição de berço de um novo modelo de desen-
volvimento, em que toda a cadeia de alimentos e
agricultura seja sustentável.

Obrigada!
FOTO: Fellipe Abreu

07
sumário

executivo
A “Cartilha de Implementação: Os Princípio 1
Princípios Empresariais para Ali- Promover segurança alimentar,
mentos e Agricultura como orienta- saúde e nutrição
dores para os Objetivos de Desen-
volvimento Sustentável” tem como Temas Segurança do abastecimento alimentar
objetivo orientar uma atuação mensu-
Segurança do alimento
rável para as empresas de alimentos e
agricultura sobre os Princípios Empre- Bem-estar animal
sarias para Alimentos e Agricultura – Desperdício de alimentos
PEAA em busca de um sistema produ-
tivo mais sustentável e resiliente.
Princípio 2
Para facilitar a gestão e reporte, a ser ambientalmente responsável
Cartilha destaca os temas relevantes
para cada Princípio. Os temas são en- Temas Água
tão divididos em frentes de atuação,
Mudanças Climáticas
com exemplos de práticas para o tra-
balho de cada tema. Esta estrutura Biodiversidade de fauna e flora
ajuda as empresas a compreenderem Conservação do solo
distinção entre uma sólida estratégia
para um tema de uma prática ou pro- Resíduos e efluentes
jeto específico. Segurança ambiental de produtos
Desenvolvimento de tecnologias
Os temas e frentes de atuação des-
tacados na Cartilha são baseados no
atual contexto e experiência das em-
presas no Brasil. A Cartilha representa
um consenso dos membros doGrupo Princípio 3
Temático Alimento e Agricultura do garantir viabilidade econômica e
Pacto Global sobre o que as empresas compartilhar valores
do setor devem focar e coordenar es-
Temas Estabilidade dos agricultores
forços neste momento. A definição de
uma estrutura comum permite uma Consumo responsável
atuação em conjunto e alinhada, uti- Gestão de fornecedores e terceiros
lizando seus negócios como motores
propulsores do desenvolvimento am-
biental e social.

A Cartilha traz uma ferramenta – “Pai- Princípio 4


nel de gestão PEAA” – para auxiliar respeitar os direitos humanos,
o planejamento, gestão, monitora-
criar trabalho digno e ajudar as
mento e reporte do desempenho de
cada Princípio. Esta ferramenta apoia
comunidades rurais a prosperarem
a definição de uma estratégia robus- Temas Direitos Humanos
ta, tanto para o Princípio como para
Diversidade e Inclusão
o tema (Capítulo ‘Como gerenciar e
comunicar os PEAA’), baseada na Desenvolvimento profissional
própria estrutura da Cartilha. O Painel Saúde e segurança
também apoia na definição de metas,
resultados esperados tanto para o
Desenvolvimento local

09
negócio como para o impacto sobre o Princípio 5
tema, e indicadores de desempenho incentivar a boa governança
para estes resultados. O Painel con- e a responsabilidade
solida em uma única ferramenta as
informações necessárias para uma
empresa avaliar se sua estratégia irá
Temas Governança corporativa
gerar valor em direção dos Objetivos
de Desenvolvimento Sustentável. Transparência e ética empresarial
Relações institucionais
Com a Cartilha de implementação dos
PEAA as empresas de Alimentos e Regulação & compliance
Agricultura signatárias ou não do Pac-
to Global possuem um framework uni-
ficado para orientação de práticas, mo- Princípio 6
nitoramento e reporte dos Objetivos de promover o acesso e a
Desenvolvimento Sustentável. transferência de conhecimento,
habilidades e tecnologia
O desafio de definir sistemas de pro-
dução mais eficientes já abriu portas Temas Transferência de tecnologia e expertise
a novas soluções e oportunidades. A Acesso a recursos financeiros
Cartilha tenta trazer de maneira prática
algumas destas soluções. Para o su-
cesso, é preciso definir um foco estra-
tégico, que traga benefícios claros aos
negócios e ao desenvolvimento sus-
tentável – A Cartilha de implementação
dos PEAA é o primeiro passo prático
para um bom planejamento, gestão e
execução de cada Princípio.

Os Princípios Empresariais para Alimentos e Agricultura (PEAA), são uma


adaptação dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) para o setor de
Alimentos e Agricultura, com foco na atuação específica do setor privado.

alimentos
e agricultura
peaa
setor
privado

10
compromissos

para o setor

de alimentos

e a g r i c u lt u r a
Objetivos de
Desenvolvimento
Sustentável
Durante a 70ª Assembleia Geral da
ONU em 2015, líderes mundiais de Assegurar uma vida Promover o crescimento Tomar medidas
193 países acordaram a definição saudável e promover o econômico sustentado, urgentes para combater
bem-estar para todos. inclusivo e sustentável a mudança do clima.
de uma nova agenda global para os
próximos 15 anos. Ela busca atender
necessidades universais em cinco
áreas: Pessoas, Planeta, Prosperi-
dade, Paz e Parcerias. Sua constru-
ção se deu a partir de um processo
de negociação com a sociedade civil
organizada, governos e o setor pri-
vado e consiste nos Objetivos de Garantir educação Construir infraestrutura Conservar e promover
Desenvolvimento Sustentável. inclusiva, equitativa e resiliente, promover a o uso sustentável dos
de qualidade. industrialização inclusiva oceanos.

São 17 os Objetivos de Alcançar a igualdade de Reduzir a desigualdade Proteger, recuperar


Desenvolvimento Sustentável gênero e empoderar todas entre os países e promover o uso
as mulheres e meninas e dentro deles sustentável das florestas

Acabar com a pobreza Garantir disponibilidade Tornar as cidades e os Promover sociedades


em todas as suas formas, e manejo sustentável assentamentos humanos pacíficas e inclusivas
em todos os lugares da água inclusivo, seguros, resilientes para o desenvolvimento
sustentável.

Acabar com a fome, alcançar Garantir acesso à Assegurar Fortalecer os mecanismos


a segurança alimentar, energia barata, confiável, padrões de consumo de implementação e
melhorar a nutrição. sustentável. e produção sustentável revitalizar a parceria global.

12
Os Objetivos de Desenvolvimento Os PEAA foram apresentados em Os PEAA são uma adaptação para a
Sustentável estabelecem com clare- Roma com o objetivo de contribuir realidade e peculiaridades do setor
za o compromisso das 193 nações na ao desenvolvimento sustentável pre- privado de Alimentos e Agricultura no
direção do desenvolvimento iguali- visto no documento final da Rio+20, cumprimento das metas determinadas
tário, da sustentabilidade ambiental, “O Futuro que Queremos”. para promoção do desenvolvimento
e a urgência em tratar as mudanças sustentável. Desta forma, as empresas
climáticas e seus impactos. Cada ODS do setor, signatárias ou não do Pacto
possui metas específicas, que podem Global, possuem um framework unifi-
ser consultadas no site do PNUD1. cado para orientação de práticas, mo-
nitoramento e reporte.
O setor privado tem um papel es-
sencial na aplicação dos ODS como Os PEAA como
grande detentor do poder econômico,
propulsor de inovações e tecnologias,
orientadores
influenciador e engajador dos mais
diversos públicos – desde governos,
para os ODS A importância
fornecedores e consumidores – para
atuação colaborativa.
Os Objetivos de Desenvolvimento Sus- dos PEAA
tentável – ODS – estabelecem uma
Agenda 2030 com 17 Objetivos e 169 O crescimento da população para 9,7
metas, que orientam diversos agentes bilhões até 20502 irá aumentar signifi-
para ações em busca de um mundo cativamente a demanda por alimentos,
mais sustentável e resiliente. que por sua vez, irá elevar a pressão e
demanda sobre os recursos naturais.
Os Princípios Empresariais para Ali-
Princípios mentos e Agricultura - PEAA - foram As empresas do setor de Alimentos e
Empresariais elaborados para orientar empresas do
setor sobre a sustentabilidade na ali-
Agricultura têm um papel central no
desenvolvimento de sistemas de pro-
para Alimentos mentação e agricultura, para orientar
práticas e facilitar o monitoramento e
dução mais eficientes – mais produti-
vos e menos demandantes de recursos
e Agricultura reporte de progresso do setor privado. naturais – e escaláveis para garantia da
segurança alimentar e sustentabilida-
- PEAA de da agricultura que todos nós depen-
demos.
Os PEAA têm como objetivo consoli-
dar um conjunto de ações e resultados Os atores da cadeia de produção de
esperados que as empresas devem alimentos - produtores, distribuido-
tomar para se alinharem aos objetivos res, traders, varejistas, investidores,
da ONU. Os PEAA foram desenvolvi- mesas redondas, governos e consumi-
dos pelo Pacto Global da ONU ao longo dores – terão de trabalhar em conjunto
de dois anos, por meio de um processo em soluções reais e coletivas para uma
amplo e inclusivo com diversos ato- cadeia mais sustentável, igualitária e
res. Mais de 20 consultas online e pre- menos impactante. As mesas redon-
senciais foram realizadas no mundo, das, fóruns e coalizões são meios im-
envolvendo mais de 1.000 empresas, portantes na união destes atores, para
agências da ONU e organizações da discussões específicas na busca por
sociedade civil comprometidas com os soluções e troca de aprendizados que
temas da agricultura, nutrição e siste- alavancam as práticas setoriais.
mas alimentares.

1
PNUD – Dos ODM aos ODS (http://www.pnud.org.br/ods.aspx) 2 ONU – Novo estudo da ONU indica que mundo terá 11 bilhões de habitantes em 2100 (https://nacoesunidas.org/
novo-estudo-da-onu-indica-que-mundo-tera-11-bilhoes-de-habitantes-em-2100/)

13
Os PEAA se relacionam com os ODS e suas metas,
conforme correlação abaixo:

Princípio Objetivo do Desenvolvimento


Sustentável3

Promover segurança alimentar,


saúde e nutrição

ser ambientalmente responsável

garantir viabilidade econômica e


compartilhar valores

respeitar os direitos humanos,


criar trabalho digno e ajudar as
comunidades rurais a prosperarem

incentivar a boa governança


e a responsabilidade

promover o acesso e a
transferência de conhecimento,
habilidades e tecnologia

Os ODS relacionados a cada Princípio e tema estão apontados graficamente ao longo da Cartilha.

3
http://www.pnud.org.br/Docs/Portfolio%20ODS-PNUD_ArquivoCompleto.pdf.

14
Os Princípios Empresarias
para Alimentos e
Agricultura – PEAA -
oferecem uma estrutura
voluntária para que
as empresas possam,
de maneira conjunta e
Recomendações A Cartilha traz uma ferramenta – “Pai-
direcionada, buscar o nel de gestão PEAA” – para auxiliar o
gerais planejamento, gestão, monitoramen-
impacto positivo no setor to do desempenho e reporte de cada
e coordenar esforços dos Antes de partirmos para o direcio- Princípio, baseada na própria estrutu-
namento focado nos Princípios, al- ra da Cartilha. Esta ferramenta apoia
demais atores relevantes. gumas recomendações iniciais são a definição de uma estratégia robus-
necessárias e gerais para todos os ta, tanto para o Princípio como para
Esta Cartilha tem como objetivo prin- Princípios. o tema (Capítulo ‘Como gerenciar e
cipal alinhar sobre a atuação das em-
comunicar os PEAA’).
presas pautadas nos PEAA, dando A aplicação dos PEAA deve ser orien-
indicações de práticas a serem desen- tada pelo entendimento das priorida- Outro fator de sucesso para a boa
volvidas para cada Princípio. Além do des específicas da organização tipi- implantação dos PEAA, além da de-
direcionamento de práticas, a Cartilha camente definidas em um processo finição de uma estratégia, é o esta-
busca inspirar as empresas com casos de materialidade. Prioridades organi- belecimento de uma governança que
de sucesso no contexto brasileiro. zacionais de sustentabilidade devem possibilite definir prioridades, objeti-
contemplar: a estratégia e fatores vos e metas e direcione esforços para
O público alvo desta Cartilha são em- críticos de sucesso da organização atingir resultados esperados. Isto re-
presas do setor de Alimentos e Agri- capturados em metas e objetivos; os quer a definição de times e líderes que
cultura, bem como seus parceiros impactos econômicos, ambientais, e serão responsáveis e responsabiliza-
comerciais – que estão diretamente socais da organização; riscos signifi- dos pelo desempenho da empresa em
envolvidos na cadeia produtiva destas cativos para a organização; desafios cada tema ou Princípio. Os líderes têm
empresas e influenciam seu desempe- para o setor indicado por especia- papel fundamental no engajamen-
nho. A adesão aos PEAA é voluntária, listas, organizações orientadoras ou to dos envolvidos e perenidade das
porém a sua utilização está desvin- praticadas por empresas do setor; ações ao longo do tempo.
culada da adesão e objetiva incentivar leis, regulamentos, acordos inter-
todas as empresas do setor a atuarem nacionais e diretrizes voluntárias; O desafio de definir sistemas de pro-
em conjunto e alinhadas, para tornar o competências da organização e como dução mais eficientes já abriu portas
setor um motor de desenvolvimento e podem contribuir com o desenvolvi- a novas soluções e oportunidades. A
melhoria ambiental e social. mento sustentável; e aspectos que Cartilha tenta trazer de maneira prá-
podem influenciar substancialmente tica algumas destas soluções, mas
a avaliação e decisões de partes in- principalmente, estruturar as práticas
teressadas. As empresas devem co- em busca de um objetivo claro, ala-
meçar a aplicação dos PEAA com os vancando o desempenho do setor de
temas mais materiais para a organi- Alimentos e Agricultura na direção do
zação e gradualmente expandir para desenvolvimento sustentável.
os outros princípios e temas corres-
pondentes do setor. Boa leitura.

15
promover

segurança

alimentar,

saúde e nutrição

16
As empresas devem desenvolver
sistemas agrícolas e de alimentos
que otimizam a produção e minimizam
o desperdício, a fim de fornecer
nutrição e promover a saúde
para todas as pessoas no planeta.

17
A
Organização das Nações O consumo excessivo e o desperdício
Unidas para a Alimentação dos alimentos agravam o cenário de
e Agricultura (FAO) proje- disparidade - cerca de um terço dos
ta um aumento de 77% da alimentos produzidos para consumo Considerações
demanda por alimentos nos países em humano no mundo - por volta de 1,3
desenvolvimento – seremos nove bi- bilhões de toneladas - é perdido ou
gerais para
lhões de habitantes por volta de 20304. desperdiçado todo ano6. De acordo a definição
Embora o Brasil tenha apresentado com a FAO, 54% do desperdício mun-
crescimento da produtividade agrícola dial de alimentos no mundo se dá nas da estratégia
nas últimas três décadas5 e tenha saí- fases iniciais de produção (manipula-
do do mapa da fome da FAO no ano de ção, pós-colheita e armazenagem), de cada tema
2014, parte da população brasileira não enquanto que os outros 46% ocorrem
tem acesso a uma alimentação sufi- nas etapas de processamento, distri- A conformidade com a
ciente, de qualidade e segura. Algumas buição e consumo7. legislação vigente para
regiões se tornam “desertos alimenta-
cada tema é essencial como
res”, áreas em que o acesso ao alimen-
desempenho mínimo e seu
to fresco e saudável é insuficiente.
não cumprimento é um fator
de risco para as empresas.
A aderência às certificações
Para mudar este cenário, as empresas devem é recomendada, pois é
uma oportunidade de obter
mostrar avanços nos temas Segurança do direcionamento, padronização
e comparabilidade de práticas
abastecimento alimentar, Segurança do produto, para cada tema. Empresas
que buscam certificações,
Bem-estar animal e Desperdício de alimentos possuem maior controle de
que compreendem os ODS: suas práticas e estão buscando
melhorias constantes.
A cadeia de fornecedores deve
ser considerada na estratégia
de cada tema, sempre que
possível, ampliando o impacto
positivo das ações para além
das próprias operações.
As empresas também têm
papel ativo na promoção
de mudanças da conjuntura
ODS 2 ODS 3 ODS 12 nacional por meio de
Fome zero e agricultura Saúde e bem-estar Consumo e produção investimentos sociais
sustentável no que tange para as metas de responsáveis para
estratégicos, via incentivos
as metas de acesso prevenção às doenças a meta de redução
fiscais, e fomento
ao alimento seguro e em não transmissíveis via do desperdício
quantidades suficientes prevenção – alimentação de alimentos (12.3). de políticas públicas e
(2.1), e o aumento saudável (3.4), e parcerias público-privadas.
da produtividade (2.3); redução de mortes
por contaminações e
substâncias nocivas (3.9);

4
FAO (http://www.fao.org/3/d-i3264o.pdf) | 5 OCDE - FAO Perspectivas Agrícolas 2015-2024 (https://www.fao.org.br/download/PA20142015CB.pdf) | 6 FAO - Key facts on food loss
and waste you should know! (http://www.fao.org/save-food/resources/keyfindings/en/) | 7 FAO - Food wastage footprint (http://www.fao.org/docrep/018/i3347e/i3347e.pdf).

18
19
Empresas e instituições líderes
No setor estão buscando resultados:

Aliança da Terra
Aumentar a produtividade na pecuária
Segurança do de 3,5 para 5,8 arrobas por hectare9.
abastecimento Seguir a Tabela Brasileira de
Composição de Alimentos (TACO)10 68%
alimentar e acordos como o de redução de sódio
em carnes11 em até 68% até 2020.
Segurança do abastecimento
alimentar é o acesso físico e
econômico a alimentos seguros, Unilever 75%
nutritivos e em quantidade Reduzir o volume de sal
suficiente para atender às de 75% de seu portfólio até 2020.
necessidades e preferências de
todos, garantindo uma vida
ativa e saudável (FAO). Syngenta
Aumentar a produtividade média das 20%
Uma sólida gestão da Segurança de principais culturas do mundo em 20% sem
Abastecimento Alimentar inclui, não usar mais terra, água ou insumos, até 2020.
exaustivamente, as seguintes fren-
tes de atuação:

➔ Estímulo do acesso ao ali- com composições mais saudáveis,


mento investindo em produtores lo- como por exemplo menor teor de só-
cais de alimentos e apoiando o circuito dio e gordura trans e maior quantida-
curto de compra, além da criação de de de nutrientes e vitaminas, além da
centros de compra da alimentos em promoção de educação nutricional no
locais mais próximos ao consumidor; uso de seus produtos ou práticas sau-
dáveis com orientação sobre o impacto
➔ Aumento da produtividade dos alimentos na saúde;
dos alimentos, por meio do inves-
timento em pesquisa e tecnologia para ➔ Substituições alternativas
desenvolvimento de novos produtos, à proteína animal, como a inges-
serviços e processos direcionado aos tão de grãos, cereais, vegetais e inse-
pequenos, médios e grandes produtores, tos. O consumo de insetos é recomen-
focando na diversidade de alimentos; dado pela FAO, tanto para humanos
quanto na nutrição animal, pois além
➔ Incentivo a uma dieta ba da garantia da segurança do abasteci-
-lanceada aos consumidores, co- mento alimentar confere muitos bene-
laboradores, suas famílias e sociedade fícios ao meio ambiente, à saúde, à so-
por meio do fornecimento de produtos ciedade e como meios de subsistência8.

8
FAO - A contribuição dos insetos para a segurança alimentar, subsistência e meio ambiente (http://www.fao.org/3/d-i3264o.pdf) 9 Estudo conduzido pela Universidade Federal de
Minas Gerais (UFMG) em parceria com a ONG Aliança da Terra. (http://www1.folha.uol.com.br/ciencia/2015/08/1675241-maior-produtividade-da-pecuaria-brasileira-reduziria-
emissao-de-gases-estufa.shtml) 10 Unicamp - Tabela Brasileira de Composição de Alimentos revisada e ampliada (http://www.unicamp.br/nepa/taco/contar/taco_4_edicao_
ampliada_e_revisada) 11 Portal da Saúde - Saúde e Abia fecham acordo para reduzir sódio em carnes e laticínios (http://portalsaude.saude.gov.br/index.php/profissional-e-gestor/
vigilancia/noticias-vigilancia/7695-saude-e-abia-fecham-acordo-para-reduzir-sodio-em-carnes-e-laticinios).

20
Tecnologia desenvolvida pela BASF controla
a disseminação de plantas daninhas
O arroz é a terceira maior cultura cerealífera do As sementes certificadas possuem maior pureza, ga-
mundo, atrás apenas do milho e trigo, e que está pre- rantindo que os recursos e esforços aplicados no cul-
sente como base alimentar para mais da metade da tivo serão convertidos no produto final, aumentando a
população mundial. A área ocupada pelo cultivo de ar- produtividade do cultivar. Para avaliar os resultados da
roz em 2012/2013 foi de 239 milhões de hectares no utilização do sistema, a BASF contou com a Funda-
Brasil*. O Rio Grande do Sul, maior produtor brasileiro, ção Espaço ECO, que utilizou a metodologia AgBalan-
contribui, em média, com 65% da produção nacional. ce (socioecoeficiência agrícola) para medir e comparar
Plantas daninhas como o chamado ‘arroz vermelho’, a sustentabilidade da produção da Fazenda Condessa
disseminado em quase toda a área cultivada do estado, (Mostardas- RS), usuária da tecnologia Clearfield des-
são responsáveis pela redução da produtividade (Kg/ de 2004, com a produção média do Rio Grande do Sul
*Dados da CONAB - Companhia Nacional do Abastecimento.

ha) e maior custo de produção. Nesse contexto, a BASF, (tendo uma saca de arroz, 50kg, como base) em duas
empenhada em contribuir com o aumento da produti- safras (2004/2005 e 2012/2013). A Fazenda Condessa,
vidade dos alimentos lançou o Sistema de Produção que além do Clearfield incorporou diversas boas práti-
Clearfield® Arroz em 2003, tecnologia de controle do cas agrícolas, teve um custo de produção 15% me-
arroz vermelho baseada em três pilares: sementes de nor e uma produtividade 6% maior que a média do
arroz certificadas e isentas de arroz vermelho, her- estado na safra de 2012/2013. Quanto aos indicadores
bicidas desenvolvidos especialmente para o solo e o ambientais, houve diminuição de 13% nas emissões
clima brasileiros (reconhecidos mundialmente por sua de gases de efeito estufa e de 21% nas emissões
baixa toxicidade ao homem e ao meio ambiente), e o de gases prejudiciais à camada de ozônio. Após 8 sa-
Programa de Monitoramento, treinamento que visa fras, o Sistema Clearfield proporcionou o aumento de
conscientizar os produtores sobre o uso ambiental- mais de 2 toneladas/hectare na produtividade mé-
mente correto do sistema. dia do Rio Grande do Sul, contribuindo para a maior sus-
tentabilidade da produção de arroz irrigado no estado.
12

12
Sistema Clearfield® Arroz (http://www.diadecampo.com.br/zpublisher/materias/Newsletter.asp?data=17/05/2011&id=24273&secao=Gest%E3o)

21
Segurança ➔ Treinamento de colabora-
dores e terceiros envolvidos em
do alimento todas as etapas de produção;

Segurança do alimento é a ➔ Proteção do alimento


garantia de que os alimentos durante sua distribuição,
não ofereçam riscos à saúde armazenamento e manuseio;
humana no seu uso e consumo,
➔ A rotulagem adequada dos
tanto no curto quanto no
produtos, para informar o processo de
longo prazo. Empresas
garantia sobre a segurança do alimento,
devem garantir a segurança
bem como orientar a escolha do consu-
do alimento por meio de
midor. Ela deve informar o consumidor Frentes de atuação e práticas relevan-
um conjunto de normas
de modo claro e preciso as informações tes para bem-estar animal incluem:
de produção, transporte
de composição real dos produtos (pre-
e armazenamento dos
sença de transgênicos, produtos aler- ➔ Garantir necessidades bá-
alimentos para manutenção de
gênicos, ingredientes, quantidade de sicas, mantendo o animal livre de
determinadas características
nutrientes, etc.), data de validade, certi- fome, sede, desconforto, dor, ferimen-
físico-químicas, microbiológicas
ficações, cuidados de armazenamento, tos, doenças ou angústia;
e sensoriais - previamente
entre outras informações. O treinamento
padronizadas por atores ➔ Respeitar o comportamen-
da equipe de atendimento ao consumi-
competentes – assim como, to natural do animal, como
dor tem um papel relevante na orienta-
informar seus consumidores convivência em grupo/individual;
ção dos mesmos.
sobre seus processos.
➔ Monitorar enfermidades
e notificar órgãos reguladores sobre
Existem diversas frentes de atuação
e práticas estabelecidas pelo setor de
bem-estar suspeitas;
agricultura e alimentos que já se mos- animal ➔ Realizar abate humanitário
tram essenciais para uma sólida estra-
para evitar sofrimento físico e mental;
tégia de segurança alimentar, como: Bem-estar animal possui
crescente importância para ➔ Treinar regularmente fun-
➔ Garantia da qualidade e sa- o consumidor final e parceiros
nidade dos produtos, definindo cionários sobre trato de animais e
ao longo da cadeia. Implica na uso de tecnologias;
procedimentos de higiene, segurança e garantia de melhores condições
monitoramento estruturados e auditá- de vida desde o nascimento até ➔ Evitar situação de estresse
veis tanto interna quanto externamen- o momento do abate do animal e ferimentos durante o transporte
te junto a seus fornecedores; e é outro tema que deve ser de carga viva oferecendo boas condições
considerado como requisito aos animais transportados e motoristas.
➔ prevenção de contaminação
para compras internacionais.
do alimento, evitando contato com
patógenos; respeitando aplicação e uso
correto de produtos químicos e veteri-
nários como antibióticos e hormônios Empresas líderes no setor
(produtos originais e liberados pelas estão buscando resultados:
agências reguladoras nacionais) e tempo
de carência entre aplicação e disponibi- BRF
lidade para consumo. A capacitação de 100%
agricultores, colaboradores e terceiros, e
100% das fazendas de suínos adaptadas
o uso de materiais educativos têm papel
para gestação coletiva até 2026.
essencial neste processo;

22
Vida digna e sadia para os suínos
O bem-estar animal é uma das premissas da cul- A demanda mundial para as indústrias iniciou após
tura da BRF, respeitando o conceito das cinco li- a União Europeia definir, em 2008, o sistema cole-
berdades dos animais. Todos os animais recebem tivo como o melhor para o bem-estar dos suínos.
cuidados diários para terem suas necessidades A BRF assumiu então o compromisso, em parce-
garantidas e são assistidos por profissionais ha- ria com reconhecida ONG de proteção animal, de
bilitados, que recebem treinamento constante para adaptar todas as granjas próprias e terceiras já
assegurar aos animais uma vida digna e sadia. existentes até 2026, onde seus parceiros integra-
dos estão envolvidos e engajados com as melho-
Todos os novos projetos da BRF, desde 2012, são rias do sistema.
construídos de modo a aprimorar o bem-estar das
matrizes produtoras de leitão, com melhorias
nas instalações, equipamentos e ambiência, “O sistema coletivo é
como, por exemplo, a estruturação do espaço cole-
tivo, melhorias no sistema de alimentação e quali-
melhor, eu não voltaria
dade do ar. As fêmeas não ficam confinadas, são ao modelo anterior.”
criadas em sistema coletivo e podem externar
seu comportamento natural.

13

Bem-estar suíno - (http://www.worldanimalprotection.org.br/not%C3%ADcia/bem-estar-em-pauta-na-producao-suina-brasileira) e (http://www.worldanimalprotection.org.br/


13

not%C3%ADcia/world-animal-protection-e-brf-anunciam-parceria-global)

23
Desperdício
de alimentos
Desperdício de alimentos
são as perdas que ocorrem na
cadeia produtiva dos alimentos, ➔ Treinar colaboradores e
que vão desde a produção fornecedores para manuseio e
ao consumo. As perdas podem transporte (refrigerado, quando neces-
ter impacto significativo sário) dos alimentos, garantindo sua rastreabilidade
na produtividade e também qualidade e segurança (importante para A rastreabilidade da origem
na garantia da segurança evitar contaminação e garantir qualida- da matéria-prima até seu
do abastecimento alimentar. de para não rejeição do produto); destino final tem se tornado
um crescente foco das
empresas líderes em gestão
da qualidade e impacto dos
seus produtos. Um sistema
de rastreabilidade permite
monitorar informações
relevantes para
a produção e consumo, como
por exemplo o consumo de
insumos, localidade da área
produtiva, tipo de mão
de obra utilizada, etc.
Esta ferramenta tem grande
potencial na garantia da
Segurança do produto, pois
assegura o monitoramento
do produto/alimento em todas
as suas etapas de produção.
Quando aplicada para o tema
de Proteção do Bem-estar
animal, pode, por exemplo,
identificar cada animal para
Desta forma, as empresas do setor ➔ Conscientizar consumido- registro da idade, ganho de
agrícola devem trabalhar nas seguin- res e mobilizar a sociedade, peso, reprodução, uso de
tes frentes de atuação: por exemplo, realizando campanhas medicamentos e vacinas,
públicas para incentivar o consumo alimentação, garantindo
➔ Impedir o desperdício no de alimentos considerados ‘imperfei- a boa gestão da cadeia e
momento de produção de ali- tos’, mas de boa qualidade nutricio- um processo eficiente de
mentos, por exemplo, melhorando nal, vendas promocionais de produtos rastreabilidade (Boas
técnicas, equipamento e embalagens próximos da validade, campanhas de Práticas de Manejo:
durante os processos de plantio, co- conscientização para compra cons- Identificação – Ministério
lheita, distribuição e armazenamento ciente e uso dos alimentos de maneira da Agricultura, Pecuária e
e aproximando a produção do mercado integral, como uso de folhas e cascas Abastecimento, MAPA).
consumidor para, inclusive, fortalecer no seu preparo e armazenamento cor-
o consumo de produtos tradicionais reto no ambiente doméstico.
das culturas locais;

24
indicadores mais utilizados
atualmente para reportar os temas
incluídos neste princípio são:

Segurança Segurança
do abastecimento do alimento
alimentar
G4-FP5
G4-EC8 • Percentual do volume de produção fabricado
• Impactos econômicos indiretos significativos em locais certificados por uma terceira parte
e sua extensão - Indicador de produtividade. independente como de acordo com sistemas
padronizados de manejo de segurança alimentar
G4-FP4 reconhecidos internacionalmente.
• Natureza, escopo e eficácia de programas e
práticas (contribuições em espécie, iniciativas G4-PR2
voluntárias, transferência de conhecimento, • Número total de casos de não-conformidade
parcerias e desenvolvimento de produtos) que com regulamentos e códigos voluntários
promovam estilos de vida saudáveis, prevenção relacionados aos impactos na saúde e segurança
de doenças crônicas, acesso a alimentos saudáveis dos produtos e serviços durante o seu ciclo de
e nutritivos e que melhorem o bem-estar para vida, por tipo de resultado.
as comunidades carentes.
G4-FP12
G4-FP6 • Políticas e práticas sobre antibióticos, anti-
• Percentual do volume total de vendas de inflamatórios, hormônios, e/ou tratamentos
produtos de consumo (por categoria de produto) de promoção de crescimento dos animais.
que possuem baixo teor de gorduras saturadas,
gorduras trans, sódio e açúcares. WASH-WH4.4
• Número de empregados recebendo
G4-FP7 treinamentos e conscientização sobre higiene.
• Percentual do volume total de vendas de
produtos de consumo (por categoria de produto) G4-PR4
que contém ingredientes nutritivos como fibras, • Número total de casos de não conformidade
vitaminas, minerais, fitoquímicos ou aditivos com regulamentos e códigos voluntários
alimentares funcionais. relativos a informações e rotulagem de produtos
e serviços, discriminados por tipo de resultados.
G4-FP8
• Políticas e práticas relativas à comunicação aos • Percentual das categorias de produtos
consumidores sobre ingredientes e informações e serviços significativas para as quais são
nutricionais (além das exigências legais). avaliados impactos na saúde e segurança
buscando melhorias.
• Quantidade de pessoas atingidas e melhorias
de qualidade de vida após programas de incentivo
à dieta balanceada.

Para maiores informações sobre indicadores, por favor consultar o site http://unstats.un.org/sdgs/indicators/database/.

25
ser

a m b i e n ta l m e n t e

responsável

26
As empresas devem apoiar
a intensificação sustentável dos
sistemas de alimentação para atender
às necessidades globais de gestão
da agricultura, pecuária, pesca e
silvicultura de forma responsável.
Elas devem proteger e melhorar o meio
ambiente e usar os recursos naturais
de forma eficiente e otimizada.

27
O
Brasil assumiu, em 2015, na e uso do solo. Além disso, a agricultu-
COP 21 em Paris, o compro- ra irrigada é responsável pelo consu-
misso de zerar as emissões mo de 54%16 de toda a água retirada
de gases de efeito estufa de corpos hídricos no Brasil, e, como
(GEE)14, para combater o avanço do é observada a expansão desse tipo de
aquecimento global. Como o setor da prática, o uso racional desse recurso
agropecuária é o responsável direto também é considerado importante.
por aproximadamente 30%15 da emis- Consumidores precisam ser mobiliza-
são total de GEE do país, é preciso que dos e conscientizados para entender
ODS 13
Ação contra a mudança global do
as empresas contribuam de modo ex- como suas escolhas impactam a for-
clima para as metas de resiliência
pressivo por meio de melhorias nos ma que alimentos serão produzidos e
e capacidade de adaptação (13.1),
seus modelos produtivos e produtos, o ambiente ao seu redor.
integração da problemática na
melhor conservação de áreas naturais
estratégia da empresa (13.2),
educação e conscientização sobre
Para mudar este cenário, as empresas devem mostrar avanços mudança do clima (13.3);
nos temas Água, Mudanças climáticas, Biodiversidade
de fauna e flora, Conservação do solo, Resíduos
e efluentes, Segurança ambiental de produtos e
Desenvolvimento de tecnologias. Os ODS abordados são:
ODS 14
Vida na água para as
metas de conservação
dos oceanos (14.1),
gestão responsável dos
ecossistemas aquáticos,
marinhos e costeiros
ODS 2 ODS 7 (14.2), e práticas
Fome zero e agricultura Energia acessível e limpa para as metas pesqueiras (14.4 e 14.6); e
sustentável para meta de aumento do uso de energias renováveis
de busca por sistemas (7.2), melhoria da eficiência energética
sustentáveis e resilientes (2.4); (7.3), e facilitação do acesso a pesquisa e a
tecnologias de energia limpa (7.a);

ODS 15
Vida terrestre para as metas
de conservação, recuperação
e uso sustentável de
ODS 6 ODS 12 ecossistemas terrestres e
Água potável e saneamento Consumo Responsável para as metas de
para as metas de melhoria da de água doce (15.1), gestão
alcance da gestão sustentável e uso eficiente
qualidade da água (6.3), aumento dos recursos naturais (12.2), manejo sustentável das florestas,
da eficiência no uso (6.4), responsável de produtos químicos e resíduos detenção do desmatamento
realização de gestão integrada (12.4), redução da geração de resíduos e restauração de áreas
(6.5), e proteção e restauração (12.5), informação e conscientização para degradadas (15.2), e proteção à
de fontes (6.6); desenvolvimento sustentável (12.8); biodiversidade (15.5 e 15.7).

14
Portal Brasil – Com proposta mais ambiciosa, Brasil chega à COP21 como importante negociador do clima (http://www.brasil.gov.br/meio-ambiente/2015/11/com-proposta
-mais-ambiciosa-Brasil-chega-a-COP21-como-importante-negociador-mundial-do-clima)15 Observatório do Clima –Evolução das emissões de gases de efeito estufa no Brasil
(1970-2013). Setor da Agropecuária (https://s3-sa-east-1.amazonaws.com/seeg.tracersoft.com.br/wp-content/uploads/2015/08/agropecuaria_2015.pdf)
16
GV Agro – Estudo sobre eficiência do uso da água no Brasil (http://gvagro.fgv.br/sites/gvagro.fgv.br/files/u5/Sumario_Irrigacao-Site-FINAL%20%282%29.pdf)
28
Considerações
gerais para
a definição
da estratégia
de cada tema

A conformidade com a
legislação vigente para
cada tema é essencial como
desempenho mínimo e seu não
cumprimento é um fator de
risco para as empresas.
A aderência às certificações
é recomendada, pois é
uma oportunidade de obter
direcionamento, padronização
e comparabilidade de práticas
para cada tema. Empresas
que buscam certificações,
possuem maior controle de
suas práticas e estão buscando
melhorias constantes.
A cadeia de fornecedores deve
ser considerada na estratégia
de cada tema, sempre que
possível, ampliando o impacto
positivo das ações para além das
próprias operações.
As empresas também têm papel
ativo na promoção de mudanças
da conjuntura nacional por
meio de investimentos sociais
estratégicos, via incentivos
fiscais, e fomento de
políticas públicas e parcerias
público-privadas.

29
Água versas escalas juntamente com os Co-
mitês possibilita explorar a capacidade
Água é o recurso natural de retirada e de recarga da bacia, para
que possa ser compartilhadaentre os
Considerações essencial a todas
as formas de vida. diferentes atores locais.
gerais para
➔Acesso igualitário e de qua-
a definição Uma estratégia empresarial sólida lidade à água, que deve garantir
da estratégia atua em diferentes frentes, como: acesso a todos os atores locais de for-
ma igualitária, humanitária e sustentá-
de cada tema ➔ Gestão de recursos hídri- vel e evitar competição desleal de uso
cos, que deve ser realizada com efi- de água. As empresas devem otimizar
ciência e qualidade, por meio do res- o acesso em áreas críticas por meio
A conformidade com a
peito aos limites de captação de cada de gestão de uso através dos comitês
legislação vigente para
ator local; realização de licenciamento de bacia, controle consultivo de uso,
cada tema é essencial como
adequado; investimento no monito- construção de cisternas, perfuração
desempenho mínimo e seu
ramento da qualidade de água usada adequada de poços, e controle de qua-
não cumprimento é um fator
e devolvida; identificação da depen- lidade da água para uso em atividades;
de risco para as empresas.
dência hídrica das operações e cadeia
A aderência às certificações para se precaver de escassez (quando ➔ Uso racional e redução no
é recomendada, pois é possível); mapeamento de áreas de consumo, que deve buscar minimi-
uma oportunidade de obter estresse hídrico; estabelecimento do zar o uso do recurso ao se respeitar os
direcionamento, padronização balanço hídrico e hidrológico; e pro- limites de captação de órgãos públi-
e comparabilidade de moção de gestão compartilhada de cos reguladores. As empresas devem
práticas para cada tema. corpos d’água com participação ativa monitorar a quantidade de água usa-
Empresas que buscam em comitês de bacias. A realização de da; estabelecer meta de redução a ser
certificações, possuem estudos aprofundados da bacia em di- atingida através de ações como identi-
maior controle de suas
práticas e estão buscando
melhorias constantes.
A cadeia de fornecedores deve
ser considerada na estratégia
de cada tema, sempre que
Gestão descentralizada
possível, ampliando o impacto O Programa de Gestão de Bacias Hidrográficas, elaborado e im-
positivo das ações para além plantado pelo Consórcio Intermunicipal das Bacias dos Rios Piracicaba,
das próprias operações. Capivari e Jundiaí (Consórcio PCJ), visa construir um sistema descen-
As empresas também têm tralizado de gestão dos recursos hídricos da região ao incluir o po-
papel ativo na promoção der público, os usuários do serviço e as suas comunidades. O objetivo
de mudanças da conjuntura da descentralização é minimizar conflitos, contribuir para o desen-
nacional por meio de volvimento econômico da região e garantir que a arrecadação com a
investimentos sociais cobrança pelo uso da água permaneça na região de origem. A arti-
estratégicos, via incentivos culação entre agentes locais, capacitação técnica (seminários, pales-
fiscais, e fomento de tras, reuniões e visitas técnicas), bem como o acompanhamento ativo
políticas públicas e parcerias das legislações federais e estaduais e parcerias com órgãos públicos
público-privadas. e privados (nacionais ou internacionais) estão entre as práticas previs-
tas pelo projeto, baseado na Polícia Nacional de Recursos Hídricos.

17

17
Consórcio PCJ – (http://agua.org.br/hotsites/gestao-de- bacias/) e (http://agua.org.br/hotsites/gestao-de- bacias/politica-2/)

30
ficação rápida de vazamentos e investi-
mento em maquinário mais moderno;
captar água de chuva; e engajar e trei- Sistema de irrigação
nar colaboradores próprios e terceiros
em atividades de eficiência hídrica e aumenta acesso à água
controle de consumo. Também devem Agricultores familiares possuem dificuldade de aumen-
monitorar impactos acumulados em tar a produtividade e qualidade dos produtos a partir dos mé-
sua região de abrangência; desenvol- todos tradicionais de irrigação. Além disso, enfrentam desa-
ver produtos que utilizem menos água fios como acesso limitado à água, fornecimento inadequado de
em sua produção e consumo; além de eletricidade, recursos financeiros insuficientes, perda do recurso por
incentivar a otimização do uso de água desperdício ou evaporação e grande necessidade de mão-de-obra.
pelo consumidor final;
Por meio de um sistema de irrigação por gotejamento acessível e
➔ Reuso, que, por meio de um sis- eficiente, a Netafim levou aos pequenos agricultores a mesma tecno-
tema fechado no processo produtivo, logia de irrigação por gotejamento das grandes lavouras, aumentan-
utiliza água residual em usos alterna- do o acesso à água e o consumo racional do recurso. O sistema
tivos, como limpeza de fábrica, res- realiza a aplicação precisa de água e nutrientes diretamente na
friamento de maquinário e irrigação, raiz da planta, melhorando a qualidade do cultivo. Segundo Francisco
garantindo que a água residual atenda Matildes, técnico em agropecuária da EMATER, parceira da Netafim,
ao requisito de qualidade exigido para os primeiros agricultores que adquiriram o sistema, em Oeiras, Piauí,
as atividades escolhidas e capacitar estavam totalmente desestimulados, cogitando migração. Um deles
colaboradores e sociedade para reuso teve R$1900 de lucro em 80 dias (desde a preparação do solo até a
em áreas domésticas; e colheita), o que permitiu-lhe permanecer na cidade. De 2009 até 2014,
estima-se que 500 famílias foram beneficiadas pelo sistema
18

Brasil Kirin promove o reflorestamento


de 300 hectares em oito anos
Em Itu (SP), a Brasil Kirin, uma das maiores empresas pécies de árvores nativas da Mata Atlântica, desde
de bebidas do País, em parceria com a Fundação SOS 2007, ano de início do projeto. Além disso, o Cen-
Mata Atlântica, reflorestou mais de 300 hectares de tro realiza um trabalho de restauração florestal e
mata ao redor de seus mananciais nos últimos oito um programa de educação ambiental, que desde
anos. O plantio de mudas de quase 100 espécies 2010, recebeu a visita de aproximadamente 33
nativas, produzidas no viveiro mantido na área pela mil pessoas, entre estudantes (do Ensino Infan-
SOS Mata Atlântica, gerou o afloramento de 19 nas- til ao Superior), professores, visitantes e eventos,
centes, com uma estimativa de aumento de 5% na como o Porteira Aberta e Férias na Mata Atlântica.
oferta de água superficial e em 20% da subterrânea.
Em 2014, quando houve uma crise hídrica na cida-
Com capacidade para produzir 750 mil mudas anual- de, a empresa foi capaz de manter suas operações
mente, o Centro de Experimentos Florestais SOS normalmente e ainda contribuir com o abasteci-
Mata Atlântica – Brasil Kirin já cultivou aproxima- mento da população local em colaboração com a
damente 4 milhões de mudas de mais de 100 es- Prefeitura de Itu.

19

Kit de Irrigação – (http://pt.slideshare.net/reggisfilho/adapta-sertao-kifnet-5), (https://www.netafim.com.br/product/family-drip-system), (https://www.youtube.com/


18

watch?v=E0VoxAjohLI) e (http://www.irrigacaodesucesso.com.br/) 19 Brasil Kirin – Relatório de Sustentabilidade (https://www.brasilkirin.com.br/pdf/relatorio-sustentabilidade-2014.pdf)

31
naturais, Eficiência na logística e Va-
loração de custo da emissão:
Empresas líderes no setor
estão buscando resultados: • Energia, ao realizar inventário de
emissões, como GHG Protocolo Agrí-
cola; aumentar eficiência energética e
Amaggi utilizar fontes de energia renováveis e
Redução de 50% da quantidade de água 50% limpas para geração de energia;
usada na aplicação de agroquímicos na
produção até 2020. • Manutenção e recuperação
de áreas naturais, ao manter
áreas de Preservação Permanente
Coca-cola (APPs) e Reserva Legal (RL); apoiar
Ser neutra no consumo de água até 2020, ao utilizar projetos para manter e recuperar
1,47 litro de água captada por litro de bebida produzida. áreas naturais para manutenção/
restauração de microclimas; implan-
Unilever tar corredores ecológicos; prevenir
Reduzir em 50% a quantidade de água usada a degradação de novas áreas; uti-
no consumo de seus produtos até 2020. lizar técnicas de manejo e conser-
vação de solo e melhorar manejo
BASF para intensificar uso de pastagens;
Ter 100% de uso sustentável da água em • Eficiência na logística, por
áreas propensas à escassez hídrica, reduzir 100% meio do investimento em modais de
em 50% o consumo de água proveniente transporte mais eficientes; e trans-
de fontes públicas no processo produtivo e porte compartilhado com parceiros;
diminuir em 80% as emissões de substâncias • Valoração de custo da emis-
orgânicas na água residual, até 2020. são, ao estimular o comércio de
carbono através da participação e
incentivo à precificação20 e estimular
➔ Conservação e recupera-
ção de fontes que deve buscar a
Mudanças gestão de agricultura de baixo carbo-
no. A valoração estimula um maior
preservação e recuperação de bacias hi- Climáticas controle das emissões e, portanto,
drográficas, solo e ambientes naturais. maior busca por eficiência e redução.
Para este objetivo as empresas devem Mudanças Climáticas são as
monitorar impactos de suas atividades variações no padrão estatístico ➔ Mitigação de impacto, com
próprias e da cadeia na qualidade de do clima – temperatura, ações de planejamento de paisagem e
corpos hídricos; controlar e tratar (sem- precipitação, nebulosidade ocupação do solo;
pre que necessário) efluentes antes de e outros fenômenos climáticos
devolvê-los à natureza; evitar a conta- – em escala global ou regional ➔ Adaptação às mudanças
minação do solo com resíduos tóxicos; ao longo do tempo. climáticas, através de investimento
e apoiar projetos de preservação e re- no uso racional de recursos hídricos e
As empresas devem trabalhar três
cuperação. As empresas também de- do solo; monitoramento da ocorrência
frentes de atuação no combate às
vem exigir de fornecedores e produto- de eventos extremos; identificar riscos
mudanças climáticas:
res rurais o atendimento à legislações e e vulnerabilidades a possíveis cenários
licenças pertinentes, bem como apoiar ➔ Redução de emissões: devido à de mudanças; traçar estratégias de
a criação de políticas públicas de Paga- importância dessa frente, suas práticas adaptação para o próprio negócio e ca-
mento de Serviços Ambientais. foram divididas nos blocos de Energia, deia; e desenvolver produtos e tecnolo-
Manutenção e recuperação de áreas gias voltadas às novas condições.

20
The Global Compact - Business Leadership On Carbon Pricing (http://caringforclimate.org/workstreams/carbon-pricing/)

32
Redução de emissão de carbono
também na agricultura
O Plano Setorial de Mitigação e de Adaptação às Mu- Agrário (MDA), o texto foi elaborado por mais de 100
danças Climáticas para a Consolidação de uma Eco- pessoas, de mais de 30 instituições governamentais,
nomia de Baixa Emissão de Carbono na Agricultura não governamentais e da iniciativa privada. A meta
(Plano ABC) foi elaborado para promover a redução do plano é a redução das emissões GEE e nesta pro-
das emissões dos gases de efeito estufa (GEE) en- jeção, o setor agropecuário, tem a responsabilidade
tre 36,1% e 38,9% até 2020, conforme compromisso de contribuir com a redução de 22,5% dessas emis-
assumido pelo Brasil na COP 15 (15ª Conferência das sões.
Partes) em 2009.
Na ação de Integração Lavoura-Pecuária- Flores-
O Plano organiza e planeja ações para adoção de tec- ta além do compromisso de se ampliar a área em
nologias sustentáveis de produção que visem reduzir 4 milhões de hectares está também contemplada a
a emissão de GEE no setor agropecuário. Coordena- implantação de Sistemas Agroflorestais (SAFs) em
do pela Casa Civil da Presidência da República junto 2,76 milhões de hectares pela agricultura familiar.
ao Ministério da Agricultura, Abastecimento e Pe-
cuária (MAPA) e ao Ministério do Desenvolvimento

21

Recuperação de pastagens
e apoio ao pecuarista
O principal desafio da agropecuária brasileira é o au- de no projeto, através da ferramenta GHG Protocolo
mento da produtividade, para que se obtenha maior Agrícola, do World Resources Institute. Os benefícios
produção com o uso racional e sustentável da área. climáticos apurados serão disponibilizados ao pro-
Em resposta a este desafio, o Projeto Carbono Ara- grama de mitigação da pegada de carbono das Olim-
guaia recupera pastagens e monitora emissões píadas de 2016, liderado pela Dow.
de carbono, promovendo a pecuária responsável no
Vale do Araguaia Mato-grossense, abrangendo 80 O objetivo do projeto é monitorar os efeitos da
mil hectares de pastagem de fazendas parceiras. recuperação de pastagens e melhor manejo do
O total de pastagens na região atinge 3 milhões de rebanho. A fazenda modelo tem 1800 hectares de
hectares em 9 municípios, o que demonstra a rele- propriedade da Agropecuária Água Viva, localizada
vância do tema localmente. A Dow oferece suporte no município de Cocalinho (MT). O programa conta
tecnológico e assistência operacional ao pecua- ainda com apoio da Associação Nacional dos Confi-
rista, bem como assegura ferramentas para gerar nadores (Assocon) e do Grupo de Trabalho da Pecu-
os protocolos de gases estufa para cada proprieda- ária Sustentável (GTPS).

22

Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento - Plano ABC (http://www.agricultura.gov.br/arq_editor/download.pdf)


21 22
Projeto Carbono Araguaia – (http://www.portaldbo.com.br/
Revista-DBO/Noticias/Roncador-vai-monitorar-gases-da-pecuaria/14708)

33
Empresas líderes no setor estão buscando resultados:

Monsanto Ambev
Ter operações de sementes Trabalhar em parceria com 15%
com zero emissão até stakeholders locais para
2020, com colaboração de melhorar a gestão da água
produtores. em regiões-chave de cultivo
de cevada e reduzir em 15%
BASF as emissões de carbono nas
Reduzir em 40% as operações logísticas até 2017.
emissões de gases de
efeito estufa e em 70% Raízen 100%
as emissões de poluentes Ter 100% de colheitas
e aumentar em 35% a mecanizadas até 2021.
eficiência energética até 2020.
Fibria 11
Walmart 100% Acumular 11 milhões de milhões
Obter 100% de consumo toneladas de CO2 equivalente
de energia a partir de fontes de saldo positivo, entre
renováveis até 2020. emissões e remoções anuais de
gases de efeito estufa, em 2025.

Biodiversidade vidade em áreas naturais; adequar


propriedades rurais de acordo com
colaboradores, cadeia e sociedade a
seguirem conceitos de manutenção e
de fauna e flora legislações; mapear áreas prioritárias recuperação de ambientes;
para preservação e recuperação de
Biodiversidade de fauna locais degradados; preparar um plano ➔ Expansão agrícola de for-
e flora é a diversidade genética de monitoramento e conservação da ma planejada, com planejamen-
da fauna e flora natural biodiversidade; implantar corredores to de expansão das atividades agrí-
(número e abundância) ecológicos; remunerar fornecedores colas sobre áreas já convertidas e
de determinado local. por meio do Pagamento por Servi- subutilizadas para reduzir abertura
ços Ambientais (PSA); e influenciar de novas áreas.
Desta forma, as empresas do
setor agrícola devem trabalhar nas
seguintes frentes de atuação: Empresas líderes no setor
➔ Manutenção e recupera-
estão buscando resultados:
ção de ambientes naturais 5
por meio do não financiamento, uso,
Syngenta milhões
distribuição, comercialização e con- Aumentar a biodiversidade de 5 milhões
sumo de produtos que tenham pro- de hectares de terras cultiváveis, até 2020.
cessos de desmatamento ilegal em
sua cadeia; analisar impactos da ati-

34
Monitoramento da cadeia de pescados
O Walmart, atento à proteção da biodiversidade e ma- cados comercializados aos princípios de sustentabili-
nutenção dos ambientes naturais, está utilizando fer- dade. Todos os mercados Walmart do planeta podem
ramentas de rastreabilidade para monitoramento da incluir informações no banco de dados, e elas ficarão
sua cadeia de pescados e conscientização do con- visíveis a todos os outros da rede. Com base nesses
sumidor para compra. O projeto, para monitoramen- resultados, são construídas estratégias de melho-
to de riscos ambientais e sociais da cadeia, acontece rias com os fornecedores (nacionais e internacio-
em parceria com a ONG Sustainable Fisheries Part- nais) que são então refletidas em um plano de ação,
nership (SFP) e seus 10 maiores fornecedores de con- de acordo com cada espécie averiguada. Atualmente,
gelados, como Frescatto, DellMare, Pioneira da Costa 80% do volume de pescados comercializados nos
e West Noway. Primeiro são identificadas as espécies mercados Walmart já tem sua cadeia de produção
prioritárias a serem observadas e os desafios ofereci- rastreada e as 21 espécies de peixes congelados
dos por suas cadeias produtivas. As análises de sus- vendidas foram submetidas a um diagnóstico de
tentabilidade, os desafios identificados e as informa- risco ambiental e social. No futuro, o Walmart dis-
ções sobre as espécies vão para um banco de dados ponibilizará essas informações ao consumidor final no
que informa os varejistas sobre a adequação dos pes- Brasil, como já é feito nos Estados Unidos.
23

rastreabilidade produção e consumo, como por aplicada para o tema de Água e


exemplo o consumo de insumos, Mudanças Climáticas, por exemplo,
A rastreabilidade da origem da localidade da área produtiva, tipo pode identificar a quantidade de
matéria-prima até seu destino de mão de obra utilizada, etc. água utilizada em todo o processo
final tem se tornado um crescente produtivo, a quantidade de gases
foco das empresas líderes em Esta ferramenta tem grande
de efeito estufa emitida e auxiliar
gestão da qualidade e impacto dos potencial na garantia de uso
o evitamento de desmatamento,
seus produtos. Um sistema de racional de recursos naturais,
apoiando o monitoramento
rastreabilidade permite monitorar pois assegura o monitoramento
adequado das operações e cadeia
informações relevantes para a do produto/alimento em todas as
de fornecedores.
suas etapas de produção. Quando

23
Monitoramento da cadeira de pescado – (http://exame.abril.com.br/negocios/noticias/o-que-voce-nao-sabe-sobre-o-peixe-que-come-mas-deveria) e (http://www.
walmartbrasil.com.br/noticias/walmart-implanta-programa-pioneiro-de-rastreamento-da-cadeia-de-pescado/)

35
Conservação Empresas líderes no setor
do solo estão buscando resultados:
Conservação do solo busca Syngenta 10
o uso racional e manejo milhões
do solo que visam promover Melhorar a fertilidade de 10 milhões de
agricultura sustentável e hectares de terras cultiváveis à beira da
aumentar a oferta de alimentos. degradação, até 2020.

Frentes de atuação e práticas relevantes Fibria 40


para conservação do solo incluem: Promover a restauração ambiental de mil
40 mil hectares de áreas próprias e reduzir
➔ Gestão responsável de pai- em 1/3 a quantidade de terras necessárias
sagens agrícolas, ao mapear e para a produção de celulose, até 2025.
recuperar áreas prioritárias de preser-
vação para reduzir a erosão e proteger
corpos hídricos; remunerar fornecedo-
res por meio de Pagamento por Ser-
Resíduos e efluentes em campos de cultivo para
fertirrigação; diminuir a destinação
viços Ambientais (PSA); e prevenir a efluentes de resíduos sólidos para aterros e
degradação de novas áreas de cultivo incineradoras ao desenvolver tecno-
e pastagem; Resíduos e efluentes são logias que façam dos resíduos no-
materiais e substâncias sólidas, vas opções de matérias-primas para
➔ Conservação e recupera- líquidas e gasosas que não foram operação própria ou de fornecedores,
ção de solo, ao analisar e monito- convertidos em produto final no aos moldes da economia circular;
rar impactos das atividades na qualida- processo produtivo. enviar resíduos orgânicos para com-
de do solo; realizar técnicas adequadas postagem; utilizar embalagens com-
de manejo como rotação de culturas Para alcançar redução dos resíduos postas por materiais reciclados; in-
e plantio direto; utilizar sistemas ino- em suas operações as empresas centivar a devolução de embalagens
vadores para manutenção de solos a devem: investir no tratamento dos de seus produtos ao fornecer pontos
longo prazo, como integração lavou- efluentes antes de devolver a água de entrega voluntária e adotar a lo-
ra-pecuária-floresta e Sistemas Agro- residual em corpos hídricos; utilizar gística reversa.
florestais (SAFs); promover o uso ra-
cional de adubos químicos através de
receituário agronômico para minimizar
desperdício; manter a matéria orgâni- Empresas líderes no setor
ca e características estruturais do solo estão buscando resultados:
(com adubação verde, manutenção de
palhada, curvas de nível, micro bacias Bunge
e terraceamento, por exemplo); re- Reduzir em 5% o envio de resíduos para
cuperar áreas de matas degradadas destinação não sustentável até 2016.
para reduzir carreamento de solo para
recursos hídricos; identificar áreas frá- Unilever 50%
geis e vulneráveis à erosão e controlar Reduzir em 50% o desperdício associado
focos de erosão assim que forem iden- ao descarte de seus produtos até 2020.
tificados; planejar e gerenciar estradas
rurais para minimizar lixiviação de so- BASF
los para rios; e capacitar colaboradores
Zerar resíduos próprios destinados
e agricultores em técnicas de recupe-
a aterros até 2025.
ração, conservação e manejo através
de eventos e materiais didáticos.

36
Desenvolvimento tejam adaptados a situações extremas
(como estresse hídrico ou enchentes);
de tecnologias aumentem a produtividade do produ-
tor; e utilizem embalagens que dimi-
Desenvolvimento de tecnologias nuam o desperdício de produto.
consiste no desenvolvimento
de pesquisa e inovação para ➔ Serviços de precisão, ao de-
aplicação de melhores práticas senvolver tecnologias, produtos e ser-
Segurança ambientais no processo viços que auxiliem o produtor na me-
produtivo com o objetivo de lhoria de atividade de campo e gestão.
ambiental produzir mais alimento com uso Um exemplo seria o uso de um apli-
cativo para identificar, por exemplo,
de produtos de menos recursos naturais.
melhores produtos e manejo para suas
O tema, para ser bem trabalhado pe- culturas e tipos de pragas com respec-
Segurança ambiental de
las empresas, deve incluir as seguintes tivos tratamentos.
produtos é o conjunto de
frentes:
normas de produção, transporte, ➔ Práticas de intensificação
armazenamento, uso e consumo ➔ Sementes e agroquímicos, ao sustentável e modelos de
dos alimentos de forma que não investir em pesquisa de produtos que produção de valor agregado,
gere danos ao meio ambiente no utilizem menor quantidade de recur- ao usar diferentes modos de produção
curto e longo prazo. sos naturais e emitam menos gases de de cultivos, como orgânicos e agricul-
Frentes de atuação e práticas rele- efeito estufa em seu ciclo de vida; utili- tura familiar que busca a agregar valor
vantes para segurança ambiental de zem resíduos em sua composição; es- social e ambiental em sua produção.
produtos incluem:

➔ Uso responsável de agro- Empresas líderes no setor


químicos, com promoção de treina-
mentos para agricultores e publicação
estão buscando resultados:
de materiais didáticos, incluindo ques-
tões sobre: importância de seguir o
Dow
receituário agronômico, segurança no Alcançar 6 vezes mais impacto positivo 6x
armazenamento e transporte dos lí- líquido do portfólio de inovação sobre o
quidos, qualidade da aplicação, revisão desenvolvimento sustentável até 2025.
periódica de pulverizadores, risco de
deriva, respeito ao tempo de carência
e descarte correto de embalagens va-
zias;

➔ Produção orgânica e
agroecológica, ao respeitar os
ciclos dos nutrientes do solo ao invés
de aplicar fertilizantes e agroquími-
cos; empregar de modo racional os
recursos naturais; utilizar o mane-
jo integrado de pragas e rotação de
culturas; valorizar a biodiversidade
de culturas; estimular a produção ba-
seada nos princípios de agroecologia;
e respeitar o conhecimento e cultura
tradicional local.

37
indicadores mais utilizados
atualmente para reportar os temas
incluídos neste princípio são:

Água Mudanças G4-EU19


• Participação dos stakeholders no
WASH-WWS2.9 Climáticas processo de decisão relacionado
• Número de instalações, em áreas de à planta de energia e ao
escassez hídrica, em que as tecnologias G4-EN7 desenvolvimento da infraestrutura.
de economia de água e campanha de • Reduções nos requisitos energéticos
sensibilização são utilizadas. de produtos e serviços. CDP-CC11.2
• Quantidades de combustível,
• CEO Water Mandate’s Corporate G4-EN15, EN16 e EN17 eletricidade, calor, vapor e
Water Disclosure Guidelines – • Emissões de gases de efeito estufa, refrigeração em MWh adquiridas
Intensidade média de água extraída de escopos 1, 2 e 3. e consumidas durante o ano
em áreas com escassez hídrica, de referência.
G4-EN18
número total e percentual de retiradas
de água de áreas de escassez e
• Intensidade das emissões CDP-CC11.3
de gases estufa. • Discriminar a quantidade e o tipo de
performance da água ao longo da
cada combustível usado.
cadeia de valor. G4-EN19
WASH-WWS2.1
• Redução de emissões de gases CDP-CC11.4
de efeito estufa (GEE). • Detalhar as quantidades de
• Distância entre o local de trabalho e
eletricidade, calor, vapor ou
a fonte de abastecimento de água. G4-EN20 resfriamento que foram consideradas
• Emissões de gases que afetam
UNGC-PF16.14 a camada de ozônio.
como de baixa emissão de carbono.
• Envolvimento da companhia
G4-EC2
com a comunidade para garantir G4-EN21 • Implicações financeiras e outros
que as necessidades de água da • Emissões de NOX, SOX e outros.
última estão sendo atendidas e riscos e oportunidades para as
discutir possíveis estratégias para G4-EU5 atividades da organização em
reduzir a pegada de água. • Alocação de licenças de emissões decorrência de mudanças climáticas.
de CO2 ou equivalentes, discriminadas
G4-EN8 UNGC-PF17.9
por quadro de comércio de carbono.
• Total de retirada de água por fonte. • Práticas promovidas relacionadas
CDP-CC3.3a à estabilidade do clima dentro de
G4-EN9 • Número total de projetos de suas relações comerciais e se estas
• Fontes hídricas significativamente mitigação de emissões em cada fase práticas se estendem aos pequenos
afetadas por retirada de água. do desenvolvimento. Para aqueles nas produtores.
fases de implementação, de quanto se
G4-EN10 UNGC-PF17.13
estimam as poupanças de CO2.
• Percentual e volume total de água • Iniciativas que promovem práticas
reciclada e reutilizada. CDP-CC12.1 resilientes e/ou atualizam os
• Comparação entre emissão procedimentos da cadeia de valor
UNGC-PF16.13 de gases estufa no ano corrente com para enfrentar a mudança climática
• Procedimentos ou sistemas locais e partes interessadas fora da cadeia
o ano anterior.
para ajudar a reduzir sua pegada hídrica. de valor envolvidas (por exemplo,
G4-EN3 comunidades vizinhas e pequenos
• O consumo de energia dentro proprietários).
da organização.
CDP-CC5.1
G4-EN6 • Riscos identificados, relacionados
• Redução do consumo de energia. a mudanças climáticas, capazes de

38
provocar mudanças substanciais no CDP-F8.2 G4-EN27
negócio, na receita ou nos gastos. • Detalhamento dos compromissos de • Extensão da mitigação dos impactos
redução ou fim do desmatamento e ambientais de produtos e serviços.
CDP-CC6.1 degradação da floresta nas operações
• Oportunidades identificadas, diretas da empresa e/ou na cadeia. G4-EN29
relacionadas a mudanças climáticas, • Valor monetário de multas
capazes de provocar mudanças WBCSD-1B significativas e número total de
substanciais no negócio, na receita • Porcentagem de todas as florestas sanções não monetárias aplicadas em
ou nos gastos. (pertencentes, arrendadas e decorrência da não conformidade com
administradas) certificadas. leis e regulamentos ambientais.
Bioddiversidade G4-EN30
conservação • Impactos ambientais significativos
de fauna e flora do transporte de produtos e outros
do solo bens e materiais para as operações da
G4-EN11
• Unidades operacionais próprias, G4-CRE5 organização, bem como do transporte
arrendadas ou administradas dentro • Solo recuperado ou necessitado de de trabalhadores.
ou adjacentes a áreas protegidas e recuperação para o uso exigido ou
G4-EN34
áreas de alto índice de biodiversidade. planejado pela empresa, de acordo
• Número de queixas sobre os impactos
com as disposições legais.
G4-EN12 ambientais das operações, registradas
e resolvidas tratadas através de
• Descrição dos impactos
significativos de atividades, produtos
Resíduos e mecanismos formais de reclamação.
e serviços na biodiversidade de áreas efluentes
protegidas e em áreas não-protegidas
G4-EN22 Desenvolvimento
de alta biodiversidade.
G4-EN13
• Descarte total de água por qualidade
e destinação.
de tecnologias
• Hábitats protegidos ou restaurados. G4-EO13
G4-EN23 • Número, tipo e impacto dos legados
G4-EN14 • Peso total de resíduos, por tipo e físicos e tecnológicos.
• Número total de espécies na lista método de disposição.
vermelha da IUCN e em listas nacionais UNCG-PF14.1
de conservação cujos habitats estão G4-EN24 • Impactos da empresa em relação
em áreas afetadas por operações, por • Número e volume total de ao meio ambiente e saúde local,
nível de risco de extinção. derramamentos significativos de avaliados por autoridades locais/
produtos químicos e todos os resíduos especialistas/ONGs e respostas para
G4-EN26 em todo seu ciclo de vida, de lixo
• Identificação, tamanho, status de mitigação de impactos negativos e
marinho e poluição por nutrientes. aumento de impactos positivos.
proteção e índice de biodiversidade
de espécies marinhas (e de seus G4-EN25 UNGC-PF17.10
habitats) significativamente afetados • Peso de resíduos transportados, • Operações da empresa que ofereçam
por descartes de água e drenagens importados, exportados ou tratados risco de desastres ambientais (por
realizadas pela organização. considerados perigosos nos termos exemplo, a seca, a contaminação, etc.)
G4-EU13 da Convenção de Basileia anexo I, II, sobre as comunidades locais, e se a
• Biodiversidade de habitats naturais III e VIII e percentagem de resíduos empresa está se envolvendo com as
em comparação com a biodiversidade transportados internacionalmente. comunidades para mitigar e gerenciar
das áreas afetadas. esses riscos ambientais e detalhes

G4-OG4
Segurança dos programas no lugar, como
objetivos e metas.
• Número absoluto e porcentagem de ambiental
sites onde foi identificado e monitorado • Retorno para negócio de
risco para a biodiversidade. de produtos investimento em projetos ambientais.

Para maiores informações sobre indicadores, consultar o site http://unstats.un.org/sdgs/indicators/database/.

39
garantir

viabilidade

econômica e

compartilhar

valores

40
As empresas devem
criar, entregar e compartilhar
valores ao longo de toda
a cadeia de alimentos e
agricultura – dos agricultores
aos consumidores.

41
U
ma empresa tem o poten- mas no entendimento do valor agrega-
cial de moldar sua cadeia de do do produto, de sua origem e o meio
produção para a resolução de produção empregado. O consumi-
de questões ambientais e dor está se tornando mais exigente na
sociais, assegurando, por exemplo a sua escolha - apenas 8% da população Considerações
viabilidade econômica dos seus par- acredita na comunicação de ações de
ceiros por meio de uma remuneração sustentabilidade feitas por empresas24
gerais para
adequada – proporcional ao seu papel - e demanda informações precisas e a definição
na cadeia produtiva - garantindo ma- claras sobre a produção.
nutenção do seu negócio e compar- da estratégia
tilhando os valores gerados pelo pro- Há ainda um grande trabalho a ser fei-
duto final. Há uma tendência observada to com consumidores e cadeia sobre
de cada tema
de que consumidor está atento a este compartilhamento e valorização de
cenário, e a decisão de compra não práticas socioambientais. A conformidade com a
fica apenas na comparação de preços, legislação vigente para
cada tema é essencial como
desempenho mínimo e seu não
Para avançar neste cenário, as empresas cumprimento é um fator de
risco para as empresas.
devem mostrar avanços nos temas A aderência às certificações
Estabilidade dos agricultores, Consumo é recomendada, pois é
uma oportunidade de obter
responsável e Gestão de fornecedores e direcionamento, padronização
e comparabilidade de práticas
terceiros. Os ODS abordados são: para cada tema. Empresas
que buscam certificações,
possuem maior controle de
suas práticas e estão buscando
melhorias constantes.
A cadeia de fornecedores deve
ser considerada na estratégia
de cada tema, sempre que
possível, ampliando o impacto
positivo das ações para além
das próprias operações.
ODS 8 ODS 9 ODS 12
Trabalho decente e Indústria, inovação Consumo e produção As empresas também têm
crescimento econômico e infraestrutura responsáveis para as papel ativo na promoção de
para a meta de para a meta metas de alcance da mudanças da conjuntura
promoção de políticas de incentivo à gestão sustentável e uso nacional por meio de
orientadas à inovação e pesquisa científica eficiente dos recursos investimentos sociais
empreendedorismo (8.3); e inovação (9.4); e naturais (12.2), manejo estratégicos, via incentivos
responsável de produtos fiscais, e fomento
químicos e resíduos (12.4),
de políticas públicas e
redução da geração de
parcerias público-privadas.
resíduos (12.5), informação
e conscientização
para desenvolvimento
sustentável (12.8).

24
Akatu – Pesquisa 2012: Rumo à sociedade do bem-estar (http://www.akatu.org.br/pesquisa/2012/SUMARIO_PESQUISAAKATU.pdf)

42
43
Estabilidade dos
agricultores
A estabilidade dos agricultores
pode ser alcançada por meio
de um conjunto de práticas
essenciais para a preservação
do sustento e estabilidade do
agricultor e de sua família e
desenvolvimento socioeconômico
de comunidades agrícolas.

Esse desenvolvimento é fundamental


para a manutenção de unidades produ-
Empresas líderes no setor tivas no país. Desta forma, as empre-
estão buscando resultados: sas do setor agrícola devem trabalhar
nas seguintes frentes de atuação:
Unilever
Impactar a vida de 5,5 milhões de pessoas 5,5 ➔ Melhora no desempenho
da propriedade e incentivo
ao melhorar a subsistência de pequenos milhões
ao empreendedorismo, por
agricultores, os rendimentos dos varejistas
meio do diagnóstico dos principais
de pequena escala e aumentar a participação
desafios, capacitação sobre gestão
dos na cadeia de valor da Unilever (meta global).
de negócio, técnicas e ferramentas de
melhoria de desempenho financeiro, e
Syngenta promover linhas de crédito para aqui-
Capacitar 20 milhões de pequenos
agricultores e ajudar a aumentarem 20 sição de técnicas e/ou tecnologias
para melhoria de cultivo;
milhões
a sua produtividade em 50%.
➔ Compra direta de produtores
rurais, para fortalecer o relaciona-
Cargill mento com a empresa e incentivar a
Certificar 200 fazendas produtoras de cacau até 2019. transparência sobre produtos e práti-
cas de preço no mercado;

➔ Apoio à melhoria da quali-


dade de vida dos agriculto-
res, ao garantir acesso às necessi-
dades básicas de subsistência, como
abastecimento de alimentos e água
de qualidade, obtenção de energia,
garantia de jornada de trabalho ade-
quada e boas condições de trabalho;

➔ Valorização do produtor
para melhoria da imagem dos agricul-
tores perante a sociedade, através de
comunicação sobre produtos e meios
de produção.

44
Empreendedorismo e geração de renda familiar
A COOPERCUC (Cooperativa Agropecuária Fami- como maracujá da caatinga, goiaba, manga, banana e
liar de Canudos, Uauá e Curaça) teve início nos umbu. Os produtos possuem o selo FLO Fair Trade
anos 80 com um grupo pequeno de mulheres em e Certificação Orgânica e são comercializados inter-
Uauá - sertão da Bahia - produzindo incialmente ape- nacionalmente – Itália, França e Áustria.
nas geleias, com o intuito incluir a mulher na gera-
ção de renda familiar, incentivar o empreendedo- Ao todo, 450 famílias de 18 comunidades da re-
rismo e apoiar a melhoria da qualidade de vida gião são beneficiadas pelo trabalho da COOPER-
de pequenos agricultores. Em 2004, a COOPERCUC CUC, que possui capacidade de produção de 200
foi oficializada e tinha quarenta e quatro cooperados. toneladas de doces. Devido ao seu sucesso, a coo-
Buscando estabelecer novos negócios e mercados, perativa passou a receber apoio da terceira edição do
os cooperados têm participado de capacitações e Projeto Pró-Semiárido na Bahia do Fundo Interna-
intercâmbios para ampliar seus conhecimentos cional do Desenvolvimento Agrícola (FIDA) em coo-
por meio de novas tecnologias e estratégias. peração com o Governo da Bahia, que financiou um
plano de negócio para uma nova planta de pro-
Atualmente, os investimentos em capacitação e cessamento da COOPERCUC num total de R$ 4 mi-
infraestrutura – 15 mini-fábricas – resultam na Gra- lhões investidos a ser inaugurada em julho de 2016
veteiros, uma linha de produtos diversa de do- aumentando e diversificando a produção para incluir
ces e geleias à base de frutas nativas do sertão, também polpa de frutas.

25

25
Coopercuc – (http://www.coopercuc.com.br/quem-somos/nossa-historia/), (http://www.coopercuc.com.br/quem-somos/crescimento-producao/) e (http://www.portalsemear.
org.br/banco_de_saberes/cooperativismo-no-semiarido-brasileiro-a-experiencia-da-cooperativa-agropecuaria-familiar-de-canudos-uaua-e-curaca-coopercuc/)

45
Consumo
responsável Uma estratégia sólida de tais em atividades e apoiar indústria de
Consumo Responsável deve reciclagem e logística reversa (quando
Consumo responsável é o contemplar as frentes de: indicado, como por exemplo para em-
“Uso de serviços e produtos, balagens vazias de agroquímicos ou
que respondem às necessidades ➔ Eficiência no uso de recur- embalagens recicláveis);
básicas e trazem melhor sos (como água, energia e solo), ao
qualidade de vida enquanto utilizá-los de modo responsável; eli- ➔ Promover o consumo cons-
minimizam o uso de recursos minar insumos prejudiciais à saúde; ciente ao rastrear e monitorar sua
naturais e materiais tóxicos, reutilizar resíduos; promover a eco- produção; comunicar de maneira trans-
bem como a emissão de nomia circular e produtos que utilizem parente as informações de produtos;
resíduos e poluentes ao longo menos insumo e/ou gerem menos mapear as demandas e tendências do
do ciclo de vida do serviço ou resíduo; utilizar pensamento de ciclo mercado; disponibilizar ao consumidor
produto, de maneira a não de vida dos produtos para identificar meios de destinação adequada de resí-
prejudicar as necessidades das melhorias; desenvolver produtos que duos - logística reversa - e capacitar o
gerações futuras” (Sustainable utilizem menos recursos no seu uso e consumidor a fazer escolha consciente,
Consumption and Production – consumo; dar preferência a fornecedo- ensinando-o a levar em conta impacto
SCP – Oslo Symposium, 1994). res que sigam padrões socioambien- ambiental e social do produto.

rastreabilidade
Empresas líderes no setor
A rastreabilidade da origem da
matéria-prima até seu destino estão buscando resultados:
final tem se tornado um
crescente foco das empresas
líderes em gestão da qualidade
Ambev 100
mil
e impacto dos seus produtos.
Reduzir em 100 mil toneladas os materiais
Um sistema de rastreabilidade
usados em embalagens até 2017.
permite monitorar informações
relevantes para a produção e Nestlè
consumo, como por exemplo o
Evitar o uso de pelo menos 100.000 100
consumo de insumos, localidade mil
toneladas de material de embalagem até
da área produtiva, tipo de mão
2017, através de análise e otimização contínua
de obra utilizada, etc.
do portfólio de embalagem (meta global).
O consumo responsável
requer um monitoramento
preciso e constante da cadeia
Coca-cola 100%
(fornecedores e terceiros), Reciclar 100% da embalagem de seus
desta forma um sistema de produtos até 2020.
rastreabilidade pode assegurar
que a cadeia produtiva
atende aos requisitos sociais,
DOW
ambientais e econômicos Desenvolver 6 grandes projetos de
definidos pela empresa. economia circular até 2025.

46
Frutas de origem sustentável
A Unilever apresenta como visão entregar a los para as demais. Para o consumidor, o con-
seus consumidores produtos que promovam a ceito ‘cultivo sustentável’, mesmo que ainda
melhoria dos padrões de vida, com a visão de pouco conhecido, é interpretado positivamente
gerar crescimento para o negócio, enquan- pelo público-alvo da marca (jovens entre 18 e
to reduzimos o impacto, através do Plano de 25 anos), que ressalta ainda que as comunica-
Sustentabilidade da Unilever (USLP). Dentre ções de marcas devem estar pautadas em
as frentes do plano, está a meta de, até 2020, histórias verdadeiras.
100% de nossas matérias-primas agrícolas
serem fornecidas de forma sustentável. Através deste insight, a Fruttare relançou seus
produtos com novas embalagens que trazem
Com o desenvolvimento deste trabalho, a um selo que destaca a origem da fruta e
Fruttare no Brasil, alcançou a marca de 100% seu cultivo sustentável. Além disso, desen-
das suas frutas de origem sustentável. O pro- volveu a campanha ‘Rota das Frutas’, com o
grama de sustentabilidade para frutas tem se intuito de mostrar o contato e olhar de uma
mostrado benéfico para a cadeia de forne- jovem e suas experiências nas fazendas das
cedores, trazendo melhorias na qualidade de frutas sustentáveis da Fruttare, informando
trabalho para os colaboradores e nos pro- ao público-alvo sobre o trabalho feito, de
cessos. As fazendas que aderem ao programa maneira pouco técnica e engajadora.
tornam-se “fazendas referências” e mode-

26

26
Rota da fruta – (http://www.kibon.com.br/Brand/Fruttare.aspx).

47
Gestão de ➔ Definir um escopo de
atuação com a cadeia mapean-
fornecedores é importante para atingir
resultados esperados;
fornecedores do os ris-cos e oportunidades ao
➔ Engajar com fornece-
longo dos elos da cadeia e segmen-
e terceiros tando fornecedores críticos em re- dores e terceiros para capa-
lação às questões socioambientais citação destes visando avanços nas
Gestão de fornecedores nas quais a empresa quer alavancar práticas socioambientais, por meio de
e terceiros é a gestão seu desempenho, por exemplo, nos palestras, patrocínio de eventos, distri-
do relacionamento com seus temas materiais (Ex.: Mudan- buição de materiais didáticos, etc.;
empresas e indivíduos ças climáticas, Consumo responsá-
fornecedores de produtos vel, Água, Direitos humanos, etc.); ➔ Mensurar os resultados
e serviços para a empresa. por meio de auditorias em fornecedo-
➔ Possuir um Código de Conduta res e terceiros, mapeando e monito-
bem estruturado para fornecedores e rando o cadastro de fornecedores para
A gestão de fornecedores e terceiros terceiros, que inclua cláusulas am- identificação rápida de irregularidades;
bem estruturada pode contribuir subs- bientais e sociais a serem respeitadas
tancialmente para garantir a viabilida- e que remetam aos valores da empre- ➔ Formar parcerias com for-
de econômica e compartilhar valores sa e possibilitem condições de adapta- necedores, terceiros e demais
da sustentabilidade ao longo da cadeia. ção de novos fornecedores, com temas atores relevantes para tratar
Uma abordagem elaborada de Gestão materiais e prioridades da empresa causas de impactos que não podem
de Fornecedores inclui: bem definidos onde o envolvimento de ser abordadas por uma única empresa;

Empresas líderes no setor


estão buscando resultados:

Raízen
700
Cadastrar 700 novos fornecedores em
programa de produção sustentável até 2016.

Unilever 100%
Ter 100% de matéria-prima agrícola sustentável
por meio de verificações e certificações até 2020.

Coca-cola 100%
Certificar 100% dos fornecedores até 2020.

48
indicadores mais utilizados
atualmente para reportar os temas
incluídos neste princípio são:

Consumo G4-12 sub-representados; e pequenos


• Descrição da cadeia de fornecedores e médios fornecedores.
responsável da organização.
UNGC-PF2.12
G4-EN2 G4-LA14 • Os investimentos previstos no país
• Porcentagem de materiais usados • Porcentagem de novos fornecedores para próximos anos, em relação a porte
que foram selecionados com base em de investimento, volume de comércio
proveniente de reciclagem.
critérios de boas práticas trabalhistas. ou volume das trocas comerciais
com fornecedores e distribuidores e
G4-EN7 G4-LA15 modelo(s) de negócio(s) que a empresa
• A redução na necessidade • Impactos negativos significativos reais pretende usar para investir.
de uso de energia de produtos e potenciais das práticas trabalhistas na
e serviços. cadeia de abastecimento e as medidas UNGC-PF2.13
de prevenção ou correção tomadas. • Práticas de compra da empresa
WBCSD-1C (o volume de compra, os preços
• Porcentagem de madeira/fibra/ G4-HR5 negociados e pagos) que impactam a
• Operações e fornecedores volatilidade dos preços das principais
produtos certificados do volume total
identificados como portadores de alto commodities, materiais, culturas, e/ou
de consumo.
risco de ocorrência de trabalho infantil. insumos dependentes de fornecedores
Medidas para contribuir com a abolição locais ou nacionais.
G4-EN27 do trabalho infanto-juvenil.
• Extensão da mitigação UNGC-PF3.5
dos impactos ambientais G4-HR6 • Política/código que aborda direitos e
de produtos e serviços. • Operações e fornecedores identificados normas de trabalho ao longo da cadeia
como tendo risco significativo de valor.
G4-EN28 de ocorrência de trabalho forçado ou
• Percentual de produtos e suas escravo, e medidas para contribuir UNGC-PF3.6
embalagens recuperados em para a eliminação de todas as formas • Mecanismos para monitorar o
relação ao total de produtos vendidos, de trabalho forçado ou obrigatório. cumprimento de normas e padrões
discriminados por categoria trabalhistas de seus maiores
G4-EC9 fornecedores, principais indicadores
de produtos. • Proporção de gastos em avaliados e mecanismo ou sistema
fornecedores locais em regiões com para lidar com fornecedores que não
• Porcentagem dos lançamentos de operações significativas. são compatíveis.
marcas próprias que são submetidos a
uma análise de sustentabilidade, a fim G4-DMAb UNGC-PF13.10 - Programas
de avaliar os impactos no ciclo de vida. • Políticas e práticas utilizadas para de saúde e segurança e/ou ações
promover a inclusão econômica ao dentro da empresa que se estendem
selecionar fornecedores. Formas de a trabalhadores ao longo da cadeia
Gestão de inclusão econômica podem incluir: de valor, que estejam de acordo com
fornecedores pertencentes a mulheres; leis internacionais, nacionais ou locais
fornecedores fornecedores de propriedade ou trabalhistas e padrões do setor, e como
integrados por membros de grupos
e terceiros sociais vulneráveis, marginalizados ou
é feito o monitoramento.

Para maiores informações sobre indicadores, consultar o site http://unstats.un.org/sdgs/indicators/database/.

49
respeitar os

direitos humanos,

criar trabalho

digno e ajudar as

comunidades rurais

a prosperarem

50
As empresas devem respeitar os
direitos dos agricultores, trabalhadores
e consumidores. Elas devem contribuir
para melhorar a vida dessas pessoas
promover e fornecer oportunidades iguais
para que as comunidades se tornem
atrativas para viver, trabalhar e investir.

51
O
Brasil é pioneiro no esta- social. A demanda pela implementa-
belecimento de agendas ção desta agenda é urgente, uma vez
estaduais de Trabalho De- que até 2010, 3,4 milhões28 de crian-
cente – em 2006, lançou a ças e jovens brasileiros estavam tra-
Agenda Nacional de Trabalho Decente balhando para complementar a renda
(ANTD)27, parceria do Governo Federal familiar, e, de 2003 a 2016, cerca de
com a Organização Internacional do 45 mil trabalhadores29 foram resga-
Trabalho (OIT). A Agenda tem como tados de situação de escravidão. As
objetivos a geração de mais e melho- empresas empregadoras têm respon-
ODS 9
Indústria, inovação e
res empregos, a erradicação do tra- sabilidade fundamental no desenvolvi-
infraestrutura para a meta de
balho escravo e do trabalho infantil, o mento do respeito ao trabalhador e à
emprego pleno com remuneração
fortalecimento dos gestores munici- comunidade em que possui operação,
equivalente ao cargo;
pais, estaduais e federais e do diálogo garantindo prosperidade à ambos.

Para avançar neste cenário, as empresas devem


mostrar avanços nos temas Direitos Humanos,
Diversidade e Inclusão, Desenvolvimento
profissional, Saúde e segurança ocupacional e
Desenvolvimento local, que compreendem os ODS: ODS 10
Redução das desigualdades
para a meta de
empoderamento e promoção
da inclusão social, econômica
e política de todos (10.2),
igualdade de oportunidades
(10.3), e adoção de política
salarial para promoção da
ODS 1 ODS 4 igualdade (10.4); e
Erradicação da pobreza para a meta Educação de qualidade para a
de garantia de direitos iguais aos meta de aumento das habilidades
recursos econômicos, serviços técnicas e profissionais de jovens
básicos, propriedade e herança, e adultos (4.4);
recursos naturais, novas tecnologias e
serviços financeiros (1.4);

ODS 11
Cidades e comunidades
ODS 5 sustentáveis no que
Igualdade de gênero para as metas tange a meta de melhoria
ODS 2 de fim da discriminação contra da capacidade para o
Fome zero e agricultura sustentável mulheres e meninas (5.1), eliminação planejamento e gestão de
para a meta de proteção dos de qualquer forma de violência contra assentamentos humanos
recursos genéticos e conhecimentos mulheres e meninas (5.2), e garantia participativos (11.3), e redução
tradicionais (2.5); da participação plena das mulheres e do impacto ambiental negativo
igualdade de oportunidades (5.5); per capita das cidades (11.6).

27
Organização Internacional do Trabalho – OIT (http://www.oitbrasil.org.br/content/oit-no-brasil) 28 Repórter Brasil – Brasil livre de trabalho infantil (http://reporterbrasil.org.
br/wp-content/uploads/2015/02/Brasil-Livre-de-Trabalho-Infantil-Reporter-Brasil.pdf) 29Ministério do Trabalho e Previdência Social – Notícia sobre campanha de combate ao
trabalho escravo (http://www.mtps.gov.br/component/content/article?id=3356)

52
Considerações
gerais para
a definição
da estratégia
de cada tema

A conformidade com a
legislação vigente para
cada tema é essencial como
desempenho mínimo e seu
não cumprimento é um fator
de risco para as empresas.
A aderência às certificações
é recomendada, pois é
uma oportunidade de obter
direcionamento, padronização
e comparabilidade de práticas
para cada tema. Empresas
que buscam certificações,
possuem maior controle de
suas práticas e estão buscando
melhorias constantes.
A cadeia de fornecedores deve
ser considerada na estratégia
de cada tema, sempre que
possível, ampliando o impacto
positivo das ações para além
das próprias operações.
As empresas também têm
papel ativo na promoção
de mudanças da conjuntura
nacional por meio de
investimentos sociais
estratégicos, via incentivos
fiscais, e fomento
de políticas públicas e
parcerias público-privadas.

53
Direitos
Empresas líderes no setor
humanos estão buscando resultados:
Direitos humanos são os direitos
inerentes a todos os seres Unilever 100%
humanos, independentemente de Compartilhar valores de direitos
raça, sexo, nacionalidade, etnia, humanos em 100% das operações
idioma, religião ou qualquer e cadeia até 2020 (meta global).
outra condição.
Os direitos humanos incluem o direito Syngenta 100%
à vida e à liberdade, à liberdade de opi- Promover condições justas de trabalho em
nião e de expressão, o direito ao traba- 100% da cadeia de fornecedores até 2020.
lho e à educação, entre muitos outros.
Todos merecem estes direitos, sem
discriminação (Declaração Universal
dos Direitos Humanos)30. vimentos do setor e incentivo ao uso de rastreabilidade; e apoiar ações de de-
ferramentas de rastreabilidade. senvolvimento em educação, cultura,
Além do respeito à legislação vigente, saúde, lazer e liberdade de escolhas e
como a NR3131, existem diversas fren- ➔ Combate ao trabalho infan- expressão, além de recuperação e rein-
tes de atuação e práticas estabeleci- tojuvenil, procurando mapear par- serção de crianças e jovens resgatadas
das que já se mostram essenciais para ceiros comerciais com risco de trabalho e vulneráveis para o convívio social.
uma sólida estratégia para direitos hu- infantojuvenil evitando assim sua con-
manos como: tratação ou compra dos seus produtos ➔ Proteção às comunidades
e serviços; auditar operações próprias tradicionais e outras comu-
➔ Combate ao trabalho escra- e em sua cadeia por conta própria ou nidades, ao preservar áreas perten-
vo, buscando entender a problemática por terceiros; conscientizar fornecedo- centes a essas comunidades, fomen-
do trabalho escravo contemporâneo; res e sociedade através de patrocínio tar o desenvolvimento sustentável da
aderir quando oportuno e consultar o de publicações e eventos; participação comunidade e ações de empreendedo-
Instituto Pacto Nacional pela Erradica- de projetos e movimentos do setor; rismo e respeitar a cultura e conheci-
ção do Trabalho Escravo (InPACTO); res- incentivo ao uso de ferramentas de mentos tradicionais.
peitar legislações adequadas; mapear
parceiros comerciais com risco de tra-
balho escravo evitando assim sua con- PRINCÍPIOS ORIENTADORES humanos;
SOBRE EMPRESAS E DIREITOS • RESPEITAR: a responsabilidade
tratação ou compra dos seus produtos
HUMANOS - ONU32 das empresas de respeitar os direitos
e serviços; prover ambiente saudável e
Os 31 Princípios Orientadores sobre humanos;
seguro de trabalho; respeitar tempo má- Empresas e Direitos Humanos foram • REPARAR: a necessidade de
ximo de jornadas e garantia da liberdade elaborados pelo Representante Especial que existam recursos adequados e
do trabalhador; não promover endivida- do Secretário-Geral das Nações Unidas, eficazes, em caso de descumprimento
mento e isolamento; auditar operações Professor John Ruggie, para orientar as destes direitos pelas empresas.
próprias e em sua cadeia por conta empresas sobre suas responsabilidades
sobre direitos humanos. Os Princípios são disseminados pelo
própria ou por terceiros; apoiar ações
de empregabilidade para trabalhadores Os Princípios são baseados em Grupo de Trabalho das Nações Unidas
3 grandes pilares: sobre Empresas e Direitos Humanos,
resgatados e vulneráveis; conscientizar que busca identificar os principais
fornecedores, terceirizados e sociedade • PROTEGER: a obrigação dos desafios de implementação e as boas
através de patrocínio de publicações e Estados de proteger os direitos práticas nos países.
eventos, participação de projetos e mo-

Declaração Universal dos Direitos Humanos (http://www.dudh.org.br/definicao/) 31 Norma Regulamentadora 31 (http://www.guiatrabalhista.com.br/legislacao/nr/nr31.htm)


30

Conectas – Empresas e Direitos Humanos (http://www.conectas.org/arquivos-site/Conectas_Princ%C3%ADpiosOrientadoresRuggie_mar2012(1).pdf) e (http://www.agricultura.


32

gov.br/arq_editor/download.pdf)

54
'Trabalho rural tem que ser legal'
A Syngenta acredita que um dos desafios do setor tos dos trabalhadores no campo (cartilhas, vídeos etc.),
agrícola é oferecer condições justas e atrativas de canal para denúncias e programa de auditoria. As
trabalho para a população rural, evitando, assim, a auditorias internas e externas têm registrado melhoria
sua migração para as cidades e o comprometimento continua das condições de trabalho no campo, es-
dos esforços para aumentar a produção de alimentos. pecificamente no atendimento aos requisitos da NR 31,
normativa que contém mais de 210 itens de verificação.
Como as sementes da Syngenta são processadas em
plantas próprias e multiplicadas por centenas de pro- O programa alcança 100% da produção de soja e mi-
dutores parceiros, a empresa assumiu o compromisso lho da empresa no Brasil – atualmente 810 campos de
de que 100% da sua cadeia de fornecedores esteja produção que empregam 3.179 funcionários em mais
em conformidade com os padrões internacional- de 13 estados brasileiros. O salário médio dos funcioná-
mente aceitos, como parte de seu Plano de Agricultu- rios é 40% maior que o salário mínimo nacional, já que
ra Sustentável (The Good Growth Plan). também recebem bônus pelo desempenho no campo, e
contam com café da manhã e almoço na empresa (ga-
Para isso, a Syngenta vem trabalhando com a FLA – nhando, portanto, mais duas horas de sono), uniformes
Fair Labor Association (Associação para o Trabalho e equipamentos de proteção individual (EPIs).
Justo) desde 2004 para tratar das normas traba-
lhistas em fazendas de sementes, incluindo trabalho O projeto tem sido referência entre trabalhadores,
infantil, saúde e segurança, conscientização dos órgãos do governo e sindicatos, e tem como próximo
direitos dos trabalhadores, salários e benefícios, passo construir um sistema de monitoramento e
carga horária, assédio moral e físico, e discrimina- checagem de todos os cooperantes e produtores con-
ção. A campanha teve início no Brasil em 2012 e rece- tratados, em todos os níveis da cadeia de valor, para
beu o nome de “Trabalho Rural Tem Que Ser Legal”. identificar condições análogas ao trabalho escravo
e, caso sejam detectadas infrações, a Syngenta estabe-
A campanha possui materiais didáticos sobre os direi- lecerá restrições comerciais aos responsáveis.
33

33
“Trabalho Rural Tem Que Ser Legal” – (https://www.syngenta.com/global/corporate/en/goodgrowthplan/Documents/pdf/The%20Good%20Growth%20Plan_16pp%20
brochure%20BRA-POR.pdf)

55
Diversidade ➔ Treinamento e capacitação
para inclusão e integração dos novos co-
Há diversas práticas que podem ser
usadas para incentivar o desenvolvi-
e inclusão laboradores à cultura da empresa, para mento profissional, como: estabelecer
assegurar o desenvolvimento de carreira um programa criterioso para atração
Diversidade e inclusão é um de maneira igualitária; e retenção de profissionais, levando
tema muito presente nas em conta suas qualidades e favore-
discussões e iniciativas de ➔ Promoção da equidade de cendo a contratação local; oferecer
gestão de pessoas e tem como gênero, ao apoiar projetos que in- salários competitivos com o mercado;
objetivo fomentar a equidade centivem a inserção das mulheres no assegurar benefícios que aumentem
de gênero, etnia, idade, mercado de trabalho e sociedade; ade- a qualidade de vida do trabalhador,
classes sociais e necessidades são aos Princípios de Empoderamento como plano de saúde; e disponibilizar
sociais dentro do quadro de das Mulheres (Women Empowerment programas e cursos de capacitação
colaboradores das empresas. Principles – WEPs)34 do Pacto Global; profissional, avaliação de desempenho
valorização da mulher no ambiente periódica e plano de carreira personali-
Empresas têm trabalhado diversas corporativo; e capacitação para cargos zado, com estabelecimento de metas e
frentes de atuação na promoção da de média e alta liderança e incentivar o direcionamento com apoio profissional
diversidade e inclusão, como: empreendedorismo; para evolução.

➔ Oferta de oportunidades ➔ Avaliação de desempenho


igualitárias a todos os colabora- de gestores e colaboradores sobre o
dores, independente de sexo, gênero, trabalho com equipes diversas, apoio à rastreabilidade
raça, condição física, orientação se- criação de uma cultura que valorize a di-
versidade, etc. A rastreabilidade da origem da
xual, cultura e classes sociais;
matéria-prima até seu destino
final tem se tornado um
crescente foco das empresas
Empresas líderes no setor
líderes em gestão da qualidade
estão buscando resultados: e impacto dos seus produtos.
Um sistema de rastreabilidade
Unilever 5 permite monitorar
informações relevantes para
milhões
Capacitar 5 milhões de mulheres através a produção e consumo, como
de oportunidades de trabalho em operações, por exemplo o consumo de
promoção da segurança, melhoria das qualificações insumos, localidade da área
e expansão das operações de varejo (meta global). produtiva, tipo de mão de obra
utilizada, etc.
Esta ferramenta pode ser
Desenvolvimento utilizada para monitoramento
profissional e gerenciamento da compra de
produtos e serviços oriundos
Desenvolvimento profissional de parceiros comercias,
é o conjunto de ações educativas reforçando a adesão destes
e profissionalizantes que à legislação, normativas e ao
tenham como objetivo fortalecer Código de Conduta da empresa
capacidades e habilidades já e combatendo o trabalho
existentes nos colaboradores da escravo e infantojuvenil na
empresa, além de proporcionar cadeia produtiva.
novas oportunidades de carreira
a cada funcionário.
34
Pacto Global – Princípios do Empoderamento das Mulheres (http://weprinciples.org/)

56
Saúde e desenvolvimento ➔ Priorização de compras lo-
cais, ao utilizar como critério de se-
segurança local leção de fornecedores a proximidade
física, respeitando seus demais crité-
ocupacional Desenvolvimento local é a riqueza rios de compra e reduzindo impactos
e o desenvolvimento gerados de ambientais e custos, e fortalecer estes
Saúde e segurança ocupacional modo direto, indireto e induzido, fornecedores por meio de capacitação
é um conjunto de ações pelas operações da empresa e de para melhoria na oferta de bens e ser-
realizadas para garantir sua cadeia de valor nas regiões e viços locais;
condições de trabalho saudáveis comunidades em que atuam.
e seguras aos colaboradores com ➔ Empoderamento da gestão
a menor ocorrência possível de Existem diversas frentes de atuação
pública local, ao apoiar e forta-
acidentes e afastamentos, ao e práticas estabelecidas pelo setor pri-
lecer a governança e auxiliar na criação
mapear ocupações com maior vado que já se mostram essenciais para
e desenvolvimento de políticas que
exposição a riscos, instalar uma sólida estratégia de desenvolvi-
melhorem a administração e oferta
controles operacionais para mento local como:
de emprego, saúde, educação e lazer,
minimização desses riscos,
formar comitês responsáveis
pela garantia de trabalho do Empresas líderes no setor
tema na empresa, elaborar
programas de saúde e segurança estão buscando resultados:
específicos para cada operação
e oferecer aos funcionários Nestlé
Beneficiar 350 mil pessoas de comunidades
350
atualização constante de mil
conscientização através de locais em torno de instalações de fabricação
cursos e palestras, além de ou fazendas, com acesso a água, saneamento
equipe de socorro disponível ou projetos de higiene (meta global).
no local e planos efetivos de
salvamento. É importante Fibria
trabalhar esse tema também
Atingir 80% de aprovação nas comunidades
na cadeia, ao tratar
vizinhas e ajudar as comunidades a tornar 80%
de colaboradores de
fornecedores e terceirizados. autossustentáveis 70% dos projetos de geração
de renda apoiados por empresas, até 2025.

além de dar autoridade e capacitação


à comunidade para cobrar o poder
Empresas líderes no setor público sobre retorno dos impostos
estão buscando resultados: gerados localmente;

BASF ➔ Contribuição da operação


Reduzir em 80% a taxa de acidentes
80% à economia local, ao oferecer
salários dignos, desenvolvimento pro-
de trabalho com afastamento até 2020.
fissional e influenciar sua cadeia vi-
sando impacto socioeconômico direto,
DOW indireto e induzido na economia local;
Zerar incidentes graves relacionados
à segurança até 2025.

57
➔ Fomento ao investimento ➔ Incentivo à permanência do aos pais a importância de formação
social, ao mapear as principais ne- jovem no campo, ao apoiar a qua- educacional para os filhos;
cessidades das comunidades, apoiar lificação técnica rural de jovens em es-
projetos sociais que tragam benefícios colas agrícolas (ampliando a educação ➔ Minimização dos impactos
tanto para a sociedade quanto para a para jovens meninas), fornecer exten- da operação, ao respeitar os co-
empresa e que sejam, se possível, au- são rural de qualidade e cursos sobre nhecimentos e culturas locais e tradi-
tossustentáveis ao longo do tempo; práticas de agropecuária e de gestão cionais, ao evitar a imposição cultural,
de propriedades, fornecer linhas de mensurar as externalidades econô-
➔ Fortalecimento da agri- crédito para acesso à terra, maquiná- micas, ambientais, sociais e culturais
cultura familiar, através de rios, tecnologia e insumos, apoiar pro- geradas e entender possíveis focos de
capacitação técnica e extensão rural gramas que melhorem a qualidade de investimento na sociedade local;
para profissionalização e aumento da vida do jovem no campo em questões
produtividade e priorização de compra de saúde, alimentação, educação e in-
de produtos de agricultura familiar. formatização, por exemplo, e explicar

Combustível social
Em 2012, a Bunge desenvolveu processo para compra de matéria
-prima para produção de biodiesel, junto a pequenos agricul-
tores do Rio Grande do Sul, Paraná, Mato Grosso e Santa Catarina.
Esse processo permanece nos estados do RS, SC e PR. Com esta
prática a Bunge obteve o Selo Combustível Social (SCS), certifi-
cação concedida pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA)
para as empresas que promovem a inclusão da agricultura fami-
liar na cadeia produtiva do biodiesel. O Selo Combustível Social
faz parte de um conjunto de medidas específicas regidas pelo MDA
que estimulam a inclusão social e a capacitação técnica destes pe-
quenos agricultores, instituídas em 2005, junto com o Programa
Nacional de Produção e Uso do Biodiesel (PNPB). A unidade pro-
dutora de biodiesel de Nova Mutum (MT) foi inaugurada em março
de 2013. Atualmente, são adquiridas 150 mil toneladas de soja para
a manutenção do SCS, sendo que cerca de 6 mil agricultores fa-
miliares, reunidos em 19 cooperativas, integram o programa.
A fábrica de Nova Mutum tem capacidade para produzir até 124 mil
metros cúbicos de biodiesel por ano.

Esta certificação garante a participação na etapa exclusiva para


usinas portadoras do SCS, que movimenta, no mínimo, 80% do
biodiesel comercializado no Brasil. Além de assegurar a inclusão
da Agricultura familiar, este modelo de operação da Bunge contribui
para a redução de emissões, já que o biodiesel é um combustível
alternativo ao fóssil, uma fonte renovável de energia.
35

35
Combustível Social – (http://www.bunge.com.br/Imprensa/Noticia.aspx?id=446) , (http://www.bunge.com.br/Imprensa/Noticia.aspx?id=476) e (http://www.bunge.com.br/
sustentabilidade/2013/port/ra/21.htm#.Vz4SfZErLI)

58
Empoderamento e participação da comunidade
O Projeto Potencializa, desenvolvido pela Funda- sustentável. Em 2015, primeiro ano do projeto em
ção André e Lucia Maggi (FALM) é responsável pela Campo Novo do Parecis (MT), houve participação de
criação de uma rede de relacionamentos e tem 500 atores locais em 5 oficinas temáticas, 7 re-
como objetivo promover o desenvolvimento das uniões setoriais e 4 oficinas de discussão sobre
comunidades em que a AMAGGI está inserida, o desenvolvimento da comunidade, focado em as-
através do fortalecimento da participação social suntos como gestão estratégica para o ecoturismo
para o empoderamento de questões voltadas em áreas indígenas, participação do município em
à gestão pública local. O projeto é desenvolvido convênios federais, investimento social privado,
em três principais fases: a primeira, onde faz-se o controle social e economia solidária. Tão impor-
mapeamento dos atores mais relevantes da co- tante quanto a quantidade realizada de atividades, é
munidade (pertencentes a grupos diversos, como a visível mobilização de lideranças locais e empo-
poder público, setor privado e sociedade), identifica- deramento da comunidade em busca de melho-
se como é o relacionamento entre esses atores res condições de vida e desenvolvimento local.
e entende-se o contexto local, incluindo conflitos
e oportunidades de avanços em ações já realizadas; O grande diferencial do Potencializa é o exercício de
a segunda, quando esses atores são convidados a pensar a localidade junto com a comunidade, agindo
validar o contexto observado e, através da cons- estrategicamente visando o longo prazo, buscando a
trução de um plano de ação e divisão de res- solução de problemas críticos do município atra-
ponsabilidades, desenvolver uma agenda única vés das potencialidades já existentes. Uma das poten-
de trabalho na região em direção a melhorias; cialidades é a própria rede de atores sociais que
a terceira, onde a Fundação André e Lucia Maggi e podem agregar valor e conhecimento construindo
AMAGGI passam a participar apenas como membros juntos a comunidade que almejam.
da rede, preparando esse projeto para ser autos-

36

36
Potencializa – (http://amaggi.com.br/fundacao-andre- maggi/historia/), (http://idis.org.br/portfolio-item/fundacao- amaggi/~), (http://docplayer.com.br/12752547-Plano- de-
acao- 2015-1.html) e (http://fundacaoandreeluciamaggi.org.br/quem-somos/apresentacao/#.VubEsPkrLIU).

59
indicadores mais utilizados
atualmente para reportar os temas
incluídos neste princípio são:

Direitos Humanos G4- MM5 funcional e por unidades operacionais.


• Número de operações que ocorrem
em (ou ao lado de) territórios dos UNGC-PF4.1
G4-11 povos indígenas e número e percentual • Proporção aproximada de
• Percentual do total de empregados de operações ou locais onde existem trabalhadores (por sexo) ao longo
abrangidos por acordos de acordos formais com comunidades da cadeia de valor que recebem
negociação coletiva. indígenas. treinamento por ano, número médio
de horas (ou dias de treinamento(s)
G4-HR4 G4- MM6 fornecidos aos trabalhadores (por
• Operações e fornecedores nos • Número e descrição das disputas sexo), detalhes sobre os treinamentos
quais o direito à liberdade de significativas relacionadas ao uso da oferecidos.
associação e negociação coletiva terra e aos direitos das comunidades
pode ser violado ou está correndo locais e povos indígenas. UNCG-PF20.1
risco significativo e medidas • Representação das mulheres em
tomadas para apoiar esse direito. G4- MM7 posições de gestão, não- gestão,
• Quanto e como os mecanismos cargos qualificados e posições não
G4-HR5 de reclamação foram usados para qualificadas.
• Operações e fornecedores resolver disputas relacionadas ao uso
identificados como portadores de da terra e aos direitos de comunidades UNCG-PF20.11
alto risco de ocorrência de trabalho locais e povos indígenas, quais foram • Políticas/programas que promovam
infantil. Medidas para contribuir com a os resultados. a igualdade de oportunidades
abolição do trabalho infanto-juvenil. (independentemente do sexo e outras
UNGC-PF3.5 diversidades) que se estende a toda a
G4-HR6 • Política/código que aborda direitos e cadeia de valor.
• Operações e fornecedores identificados normas de trabalho ao longo da cadeia
como tendo risco significativo de de valor. WEPs
ocorrência de trabalho forçado ou • Serviços de saúde, programas
escravo, e medidas para contribuir para UNGC-PF3.6 de conscientização e produtos que
a eliminação de todas as formas de • Mecanismos para monitorar o reflitam as diferenças entre homens e
trabalho forçado ou obrigatório. cumprimento de normas e padrões mulheres e se equipe de assistência
trabalhistas de seus maiores de saúde foi treinada quanto às
G4-HR8 fornecedores, principais indicadores especificidades da saúde da mulher.
• Número total de incidentes avaliados e mecanismo ou sistema
envolvendo violações de diretos para lidar com fornecedores que não
de comunidades indígenas e ações são compatíveis. Desenvolvimento
realizadas como resposta.
UNCG-PF18.5 profissional
G4-HR12 • Política/código de denúncia de
• Número de queixas sobre violação assédio no local de trabalho. G4-LA3
dos direitos humanos, registradas • Taxa de retorno ao trabalho após
e resolvidas tratadas através de licença parental e taxa de retenção
mecanismos formais de reclamação. Diversidade (por sexo).
G4-LA15 e inclusão G4-LA10
• Impactos negativos significativos • Programas para gestão de
reais e potenciais das práticas G4-LA13 competências e aprendizagem contínua
trabalhistas na cadeia de • Proporção do salário-base e que apoiam a empregabilidade contínua
abastecimento e as medidas de remuneração das mulheres em dos funcionários e assistência a eles
prevenção ou correção tomadas. relação aos homens, por categoria durante o fim da sua carreira.

60
G4-LA11 anos, relacionadas com a saúde justo para bens, serviços e / ou
• Percentual de empregados que e segurança dos trabalhadores (e culturas destinadas à Companhia,
recebem regularmente análises de pequenos agricultores, quando possibilitando o comércio
desempenho relevante) ao longo da cadeia de valor, sustentável? Se sim, forneça detalhes.
e desenvolvimento de carreira, por detalhamento dos programas que
sexo e por categoria funcional. estão em compliance com os padrões UNCG-PF14.1
e leis descritos e como é feito esse • Impactos da empresa em relação
G4- EU14 monitoramento de compliance. ao meio ambiente e saúde local,
• Programas e processos para avaliados por autoridades locais/
garantir a disponibilidade de mão-de- G4-PF13.10 especialistas/ONGs e respostas para
obra qualificada. • A empresa tem programas de mitigação de impactos negativos e
saúde e segurança e/ou ações dentro aumento de impactos positivos.
G4-FS4 da empresa que se estendem a
• Processo(s) para melhorar trabalhadores ao longo da cadeia UNCG-PF16.5
a competência dos funcionários de valor e estão de acordo com leis • Proporção aproximada de famílias
e para implementar as políticas e internacionais, nacionais ou locais de agricultores rurais contatados
procedimentos ambientais e sociais trabalhistas e padrões do setor. com acesso sustentável à terra,
aplicados nas linhas de negócios. incluindo terra comum, quando
relevante (desagregar os dados
Desenvolvimento por famílias chefiadas por homens
Saúde e segurança local e mulheres), tendência geral nos
últimos anos (aumento, queda,
ocupacional G4-SO2 estável) e proporções aproximadas
• Identificar operações com atual ou dos pequenos agricultores (por sexo)
G4-LA5 potencial risco de impacto negativo na cadeia de valor que têm garantido
• Percentual dos empregados nas comunidades locais. títulos legais à terra.
representados por gestores e
trabalhadores em comitês formais G4-SO11 G4-EC9
de saúde e segurança, que ajudam • Número de queixas sobre impactos • Proporção de gastos em
no monitoramento e aconselhamento sociais, registradas e resolvidas fornecedores locais em regiões com
sobre programas de segurança tratadas através de mecanismos operações significativas.
e saúde ocupacional. formais de reclamação.
G4-DMAb
G4-LA8 G4-EC1 • Políticas e práticas utilizadas para
• Tópicos de saúde e segurança • Valor econômico direto gerado e promover a inclusão econômica ao
cobertos por acordos formais com distribuído. selecionar fornecedores. Formas
sindicatos. de inclusão econômica podem
G4-EC7 incluir: fornecedores pertencentes
G4-CRE8 • Desenvolvimento e impacto dos a mulheres; fornecedores de
• Tipo e número de certificações investimentos em infraestrutura. propriedade ou integrados por
de sustentabilidade e de sistemas membros de grupos sociais
de classificação e rotulagem para G4-EC8 vulneráveis, marginalizados ou sub-
construção, ocupação, gerenciamento • Impactos econômicos indiretos representados; e pequenos e médios
e desenvolvimento. significativos e sua extensão devido à fornecedores.
criação de empregos.
G4-EU18 UNGC-PF2.13
• Percentual de empregados UN Global Compact- • Práticas de compra da empresa
terceirizados e subcontratados que Oxfam Poverty (o volume de compra, os preços
participaram de treinamentos de Footprint PF – 1.11 negociados e pagos) que impactam a
saúde e segurança no trabalho. • A empresa tem um mecanismo / volatilidade dos preços das principais
política / código que visa assegurar commodities, materiais, culturas, e/ou
G4-PF13.4 que os fornecedores de pequena insumos dependentes de fornecedores
• Número e natureza das escala, pequenos produtores e / ou locais ou nacionais.
controvérsias, nos últimos três distribuidores recebam um preço

Para maiores informações sobre indicadores, consultar o site http://unstats.un.org/sdgs/indicators/database/.

61
incentivar

a boa

governança e a

responsabilidade

62
As empresas devem respeitar
as leis e atuar de forma
responsável, respeitando
os direitos da terra e dos
recursos naturais, evitando a
corrupção, sendo transparentes
sobre suas atividades
e reconhecendo seus impactos.

63
P Governança
ara conseguir compartilhar O combate à corrupção é uma ação
valores e boas práticas, as fundamental atualmente, através
empresas precisam ter uma
estrutura organizada e políti-
corporativa da criação, promoção e treinamento
sobre políticas internas para guiar o
cas internas eficientes. Questões como
transparência na gestão, gerenciamen-
Governança corporativa é o comportamento de colaboradores em
to de conflito de interesses, precaução sistema pelo qual as empresas situações de risco; abertura de ca-
à corrupção e relacionamento regulado e demais organizações são nais de comunicação para denúncias;
com governo devem estar bem delimi- dirigidas, monitoradas e criação de um Comitê especializado
tados e alinhados entre colaboradores incentivadas, envolvendo os formado por diversas áreas com o
da empresa, levando em considera- relacionamentos entre sócios, objetivo de guiar as ações e projetos
ção questões ambientais e sociais na conselho de administração, anticorrupção, antitruste e concorren-
discussão da estratégia da empresa. diretoria, órgãos de fiscalização cial; análise de regiões com riscos na
Assim, não são abertas margens para e controle e demais partes atuação para monitoramento e pre-
desorganização, crises e incapacidade interessadas (IBGC). venção de riscos e fraudes; e enten-
de influenciar outros atores próximos. dimento, prática e, quando oportuno,
Neste tema é importante desenhar adesão ao Pacto Empresarial pela In-
uma divisão de responsabilidades tegridade e Contra a Corrupção.
Para trabalhar de modo funcionais de forma clara e direta; de-
senvolver um Código de Conduta bem
responsivo, as empresas estruturado para guiar relacionamen-
devem mostrar to entre os colaboradores, levando
em conta as especificidades da região
avanços nos temas em que a operação está inserida; criar Relações
Governança corporativa, Conselhos e Comitês, para acompa-
nhar a aplicação de políticas internas; Institucionais
Transparência e ética garantir a implementação de estraté-
Relações institucionais se
gias (para curto, médio e longo prazo);
empresarial, Relações evitar o conflito de interesses; e rela-
resumem no relacionamento
com instituições, órgãos do
institucionais e cionar-se bem com os diversos públi-
governo e grupos da sociedade
cos de interesse.
Regulação e Compliance. civil para apresentação e defesa
dos seus interesses com ética
O ODS abordado é: e transparência.
E, para um relacionamento saudável
especificamente com o poder público,
as empresas devem trabalhar o rela-
cionamento e comunicação com enti-
Transparência dades e agentes públicos, ao construir

e ética uma política interna bem estruturada


sobre vínculo com membros governa-
empresarial mentais; cooperar na identificação de
questões a serem trabalhadas como
ODS 16
Paz, justiça e instituições eficazes Transparência e ética prioridades e suas possíveis soluções
para as metas de redução da empresarial se resumem em ao advogar a favor para políticas pú-
corrupção e suborno (16.5), gestão e atuação empresarial blicas que tragam avanços a práticas
desenvolvimento de instituições que sejam pautadas na sustentáveis; e manter comunicação
eficazes, responsáveis e transparência e na ética, constante e transparente com órgãos
transparentes (16.6), e tomada refletindo os valores do governo para cooperação e realiza-
de decisão responsiva, inclusiva e ção de parcerias público-privadas por
da organização em todas
representativa (16.7). meio de canais oficiais.
as suas relações.

64
Considerações
gerais para
a definição
da estratégia
de cada tema

A conformidade com a
legislação vigente para
cada tema é essencial como
desempenho mínimo e seu
não cumprimento é um fator
de risco para as empresas.
A aderência às certificações
é recomendada, pois é
uma oportunidade de obter
direcionamento, padronização
e comparabilidade de práticas
para cada tema. Empresas
que buscam certificações,
possuem maior controle de
suas práticas e estão buscando
melhorias constantes.
A cadeia de fornecedores deve
ser considerada na estratégia
de cada tema, sempre que
possível, ampliando o impacto
positivo das ações para além
das próprias operações.
As empresas também têm
papel ativo na promoção
de mudanças da conjuntura
nacional por meio de
investimentos sociais
estratégicos, via incentivos
fiscais, e fomento de
políticas públicas e parcerias
público-privadas.

65
Por uma melhor infraestrutura de logística
O Movimento Pró-Logística, presidido pela Aprosoja, dades, participa de câmaras setoriais e conselhos, e
foi criado em 2009 através da união entre entidades realiza ‘estradeiros’: caravanas que percorrem rodo-
agropecuárias, industriais, comerciais e civis, e é vias e verificam in loco a implantação ou conser-
o maior fórum de mobilização pela melhoria na vação das vias. A intermodalidade das atividades
infraestrutura de logística no Mato Grosso. Par- do movimento acaba beneficiando outros estados.
ticipam produtores, empresários e técnicos dos Entre as vitórias obtidas até agora, estão o edital
governos Federal e Estadual, fortalecendo as re- lançado pelo DNIT permitindo o derrocamento do
lações institucionais entre os atores. Pedral do Lourenço, na Hidrovia do Tocantins
(PA), que permitirá navegação entre Marabá e Be-
Inicialmente, foram eleitos projetos de importância lém durante o ano todo, e a contratação dos estu-
máxima para o Mato Grosso, como a construção dos de viabilidade da hidrovia Arinos/Juruena/
de hidrovias, ferrovias e rodovias. O movimento Teles-Pires/Tapajós e Araguaia/Tocantins, que
também atua promovendo simpósios em universi- ampliará a malha hidroviária do norte do estado.
37

Destinação adequada Regulação e


de embalagens compliance
Devido ao uso em grande escala de agroquímicos no Brasil e falta de regula-
Regulação e Compliance
mentação sobre deposição de embalagens nos anos 60, muitos agricultores
é o conjunto de práticas
acabavam por enterrar, queimar ou descartar em rios as embalagens vazias
para identificação e
dos químicos que usavam, além de também utilizá-las para transportar água
adequação às leis e
e alimentos. Os agricultores estavam tendo um grande problema de resíduo, se
regulamentações nas
expondo a riscos de saúde e também causando desequilíbrios no meio ambiente.
quais a empresa está
Desse descontentamento geral, os elos da cadeia discutiram sobre uma solução sujeita. Neste tema, a
para destinação adequada de embalagens vazias que fosse eficiente e funcio- criação de um sistema de
nal. Foi então que, devido à pressão do setor, foi criada a Lei Federal 9.974/00, identificação e avaliação
que obriga agricultores a retornarem as embalagens aos comerciantes e estes, de riscos, criação de
por sua vez, aos fabricantes de agroquímicos – para destinação adequada. O Comitê especializado,
InpEV (Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias) foi cria- cumprimento de
do em 2001, como uma organização destinada a favorecer o cumprimento políticas por parte
desta lei, e gerencia o progra ma de logística reversa ‘Sistema Campo Limpo’, dos colaboradores,
que abrange todo o país e integra agricultores, indústria, canais de distribuição e estabelecimento de
poder público, atuando em rede e cada qual com suas responsabilidades definidas. canais de denúncias
para públicos interno e
Hoje, segundo o próprio InpEV, cerca de 94% das embalagens plásticas pri- externos e fornecimento
márias (ou seja, embalagens que têm contato direto com o produto) e 80% do de treinamentos
total de embalagens vazias de defensivos agrícolas tem destino certo, índice internos são práticas
que tornou o Brasil líder e referência mundial no assunto. essenciais.
38

37
Movimento Pró-logística – (http://www.aprosoja.com.br/aprosoja/parceria/movimento-pro-logistica), (http://www.aprosoja.com.br/comunicacao/release/comissao-e-movimento-
pro-logistica-definem-diretrizes-para-2016), (http://www.cgimoveis.com.br/logistica/movimento-pro-logistica-completa-cinco-anos-com-conquistas) e (http://www.expressomt.
com.br/economia-agronegocio/movimento-pro-logistica-completa-cinco-anos-com-conquistas-114532.html) 38 INPEV – (http://www.inpev.org.br/sistema-campo-limpo/sobre-o-
sistema), (http://www.inpev.org.br/sistema-campo-limpo/fluxo-do-sistema), (http://www.inpev.org.br/sistema-campo-limpo/estatisticas), (http://www.inpev.org.br/inpev/historico),
(http://www.inpev.org.br/inpev/recursos-financeiros), (http://www.inpev.org.br/inpev/governanca-corporativa) e (http://www.inpev.org.br/sistema-campo-limpo/elos-do-sistema)

66
indicadores mais utilizados
atualmente para reportar os temas
incluídos neste princípio são:

Governança Transparência e G4-SO5


• Incidentes de corrupção confirmados
corporativa ética empresarial e atitudes tomadas quando ocorreram.

G4-37 G4-SO7
• Relatar os processos de consulta G4-56 • Número total de ações legais
entre os stakeholders e os órgãos de • Descrever a organização em valores,
envolvendo comportamento
governança da empresa quanto a temas princípios, padrões e normas de
anticompetitivo e monopólio, e quais
ambientais, sociais e econômicos. comportamento, tais como códigos
os seus resultados.
de conduta e códigos de ética.
G4-39 G4-SO8
• Informar se o presidente do mais alto G4-57 • Valor monetário de multas e número
órgão de governança também é um • Relatar os mecanismos internos e
total de sanções não-monetárias por
diretor executivo (se for, informar externos para a procura de conselhos
não cumprir leis e regulamentos.
as razões para tal composição). sobre o comportamento ético e
legal e questões relacionadas com a G4-PR7
G4-41 integridade organizacional, tais como • Número total de incidentes de
• Processos do mais alto órgão de linhas telefônicas de apoio ou linhas descumprimento de regulações
governança para assegurar que de aconselhamento. e códigos voluntários referentes à
conflitos de interesse sejam geridos comunicação de marketing, incluindo
e evitados. Informar também se esses G4-58 propaganda, promoção e patrocínio,
conflitos envolvem stakeholders ou • Mecanismos internos e externos
discriminados por tipo de resultado.
chegam ao conhecimento destes. adotados pela organização para
comunicar preocupações em G4-SO8
G4-43 torno de comportamentos não • Número total de casos de não-
• Relatar as medidas utilizadas para éticos ou incompatíveis com a conformidade com regulamentos
desenvolver e engajar os mais altos legislação e questões relacionadas e códigos voluntários relativos
círculos de governança em tópicos à integridade organizacional, como a comunicações de marketing,
sociais, econômicos e ambientais. encaminhamento de preocupações publicidade, promoção e patrocínio,
pelas vias hierárquicas, mecanismos discriminados por tipo de resultado.
G4-LA12 para denúncias de irregularidades ou
• Composição dos órgãos de governança canais de denúncias. UNGC-PF6.6
e classificação dos colaboradores por • Nível de percepção da corrupção
gênero, faixa etária, se pertencem a G4-SO3 na comunidade e percepção do
grupos minoritários ou não, e outros • Número total e percentual de nível de corrupção para assuntos
indicadores de diversidade; operações que envolvem riscos de relacionados à companhia.
corrupção e descrição destes riscos.
G4-FS9 UNGC-PF6.19
• Cobertura e frequência das auditorias G4-SO4 • Existência de declaração pública
para avaliar a implementação de • Comunicação e treinamento de trabalho ao combate à corrupção,
políticas ambientais e sociais e sobre políticas e procedimentos incluindo ao suborno e à extorsão.
procedimentos de avaliação de risco. de combate à corrupção.

Para mais informações sobre indicadores, consultar o site http://unstats.un.org/sdgs/indicators/database/.

67
pro m o v e r

o ace sso e

a tra nsf e r ênci a

d e conh e ci m e nto ,

hab i l i d a d e s

e t ec no lo gi a

68
As empresas devem promover
o acesso à informação, conhecimento
e habilidades para sistemas agrícolas
e de alimentos mais sustentáveis.
Elas devem investir no desenvolvimento
de capacidades dos pequenos
agricultores e de pequenas e médias
empresas (PMEs), bem como em práticas
mais eficazes e novas tecnologias.

69
D
e todos os estabelecimen- das propriedades, adaptação necessá-
tos rurais no país, 84% deles ria às mudanças climáticas e acesso
são considerados pequenos adequado ao crédito rural que possa
e médios produtores e são alavancar seu desempenho. As boas Considerações
responsáveis pela produção de 70% práticas socioambientais são consi-
dos alimentos consumidos no Brasil. deradas fundamentais pelo mercado
gerais para
O conhecimento e desenvolvimento financeiro e grandes empresas com- a definição
tecnológico do setor está concentrado pradoras de produtos e serviços, e é
nas grandes empresas e propriedades, uma tendência irreversível de utilização da estratégia
chegando de maneira escassa aos pe- como critério de facilitação na captação
quenos e médios empresários e produ- do crédito rural (com juros mais baixos) de cada tema
tores. Desse modo, o compartilhamen- e com prioridade no tempo de liberação
to de conhecimento com pequenos e do crédito. Produtores em desacordo A conformidade com
médios produtores é essencial para a com a legislação ambiental e/ou traba- a legislação vigente para
superação de desafios agropecuários, lhistas tem seu financiamento vetado.
cada tema é essencial como
como técnicas de manejo de gestão
desempenho mínimo e seu
não cumprimento é um fator
de risco para as empresas.
Para avançar neste cenário, as empresas
A aderência às certificações
devem mostrar avanços nos temas Transferência é recomendada, pois é
uma oportunidade de obter
de tecnologia e expertise e Acesso a recursos direcionamento, padronização
financeiros. Os ODS abordados são: e comparabilidade de práticas
para cada tema. Empresas
que buscam certificações,
possuem maior controle de
suas práticas e estão buscando
ODS 1 ODS 2 melhorias constantes.
Erradicação da Fome zero e A cadeia de fornecedores deve
pobreza para a agricultura ser considerada na estratégia
meta de garantia sustentável para a de cada tema, sempre que
de direitos iguais meta de aumento
possível, ampliando o impacto
aos recursos da produtividade
positivo das ações para além
econômicos, agrícola e acesso a
serviços básicos, insumos e serviços das próprias operações.
propriedade e financeiros (2.3); As empresas também têm
herança, recursos papel ativo na promoção
naturais, novas de mudanças da conjuntura
tecnologias
nacional por meio de
e serviços
investimentos sociais
financeiros (1.4);
estratégicos, via incentivos
fiscais, e fomento de
ODS 9 ODS 17 políticas públicas e parcerias
Indústria, inovação Parcerias e meio de
público-privadas.
e infraestrutura implementação para as metas
para a meta de de cooperação para acesso à
aumento do ciência, tecnologia e inovação
acesso à serviços (17.6), e desenvolvimento, a
financeiros, transferência, a disseminação
incluindo crédito e a difusão de tecnologias
acessível (9.3); ambientalmente corretas (17.7).

70
71
Transferência socioambientais (como, por exemplo,
controle dos custos da propriedade e
cisão, e incentivo à formação de redes
para troca de experiências entre ato-
de tecnologia geração de renda, uso correto de pro- res, como universidades, escolas agrí-
dutos químicos, uso de EPIs, deposi- colas, agências de fomento, etc. Outra
e expertise ção de resíduos, uso racional de água, frente a ser trabalhada é a captura de
conservação do solo, manejo de ani- novas técnicas através de incentivo à
Transferência de tecnologia mais, direitos humanos, uso de novas experimentação prática por parte dos
e expertise significam tornar tecnologias e regularização de pro- agricultores para avaliação de possível
disponíveis habilidades, técnicas, priedades). Esta disseminação pode uso em larga escala em caso de bons
conhecimentos, tecnologias e acontecer por meio da realização de resultados e desenvolvimento de estu-
métodos para outros indivíduos, eventos, distribuição de materiais di- dos e tecnologias através de parcerias
organizações e governos. dáticos, valorização do conhecimento com universidades, institutos de ino-
popular local e apoio à tomada de de- vações e pesquisa e startups.
Para auxiliar os produtores rurais a
avançarem, empresas devem pro-
mover a disseminação de conheci- Empresas líderes no setor
mento agrícola, tecnologias e boas estão buscando resultados:
práticas no campo de modo proativo
ou devido a demandas específicas dos Syngenta 20
milhões
produtores, por meio de práticas como:
mapear dificuldades vividas no cam- Treinar 20 milhões de trabalhadores rurais
po e fornecer assistência técnica rural em segurança do trabalho, principalmente
isenta e de qualidade para informar e em países em desenvolvimento, até 2020.
capacitar sobre práticas de gestão e

Manual de Boas Prática Socioambientais


para o Agronegócio
O ‘Manual de Boas Prática Socioambientais para o O Manual possui versão online e em aplicativo, dis-
Agronegócio’ reúne informações sobre a sustenta- ponível para Android e IOS, de fácil utilização. O usuário
bilidade na cadeia de produção de alimentos, fi- seleciona temas de seu interesse, que incluem requisitos
bras e energia, normas trabalhistas e ambientais para operação rural, detalhes sobre os biomas brasilei-
e é distribuído gratuitamente aos participantes dos ros e sobre a legislação ambiental vigente, incluindo o
Dias de Campo de Sustentabilidade, para Novo Código Florestal, e informações sobre os
transferência de conhecimento. Nesse benefícios das melhores práticas, expos-
evento, a Monsanto promove o diálogo en- tas em uma ‘fazenda virtual’ que transmite
tre os produtores que tem a oportunidade as informações ao ser percorrida pelo usuário.
de observar casos práticos para assuntos
relacionados às questões socioambientais Por fim, a possibilidade de uma auto ava-
na propriedade. Esse modelo de interação liação por parte do usuário, por meio de
é derivado de uma prática antiga da Mon- um questionário anexado ao manual, au-
santo, onde a empresa leva conhecimentos xilia os produtores a mensurarem o es-
específicos de tecnologias e treinamentos tado atual da adoção das boas práticas
para os produtores e parceiros comerciais. socioambientais em suas propriedades.
39

39
Manual de Boas Práticas Socioambientais para o Agronegócio – (v), (http://www.monsanto.com/global/br/melhorar-a- agricultura/documents/manual-boas-praticas.pdf),
(https://itunes.apple.com/br/app/manual-boas-praticas-monsanto/id967603796?mt=8), (http://www.canalrural.com.br/videos/bom-dia-campo/monsanto-lanca-aplicativo-para-
ajudar-agricultor-54167), (http://www.monsanto.com/global/br/noticias/pages/monsanto-lanca-aplicativo-de-boas-praticas-socioambientais-para-o-agronegocio.aspx)
e (http://www.monsanto.com/global/br/noticias/pages/dia-de-campo-em-luis-eduardo-magalhaes.aspx)

72
Gestão integrada das propriedades
O Instituto Centro de Vida iniciou o Programa Novo de bonificação por qualidade; recebem qualificação
Campo em 2014, após um projeto piloto de dissemi- para obterem o atestado de boas práticas da Em-
nação de boas práticas de pecuária bovina em 14 brapa, o que agrega confiança ao seu produto e maior
fazendas das cidades de Alta Floresta e Cotrigua- facilidade de entrada em diferentes mercados, etc.
çu (MT). Nelas, foi testado um modelo produtivo de
gestão integrada das propriedades, com práticas O ICV conta com parceiros como a JBS, que auxilia
como a suplementação alimentar dos animais e a buscando novos parceiros para o programa e co-
preservação permanente das áreas de pasto. Com nectando-o ao consumidor final; o Imaflora, que
o sucesso da tentativa, nasceu o Novo Campo, cuja implanta o protocolo de redução de gases estufa
meta é engajar 200 a 400 produtores em 2 anos nas fazendas; a Embrapa, que realiza a supervisão
em compromissos como a redução do desmata- técnica, e o Instituto Internacional para a Sustentabi-
mento e da emissão de gases estufa de forma lu- lidade, que monitora os indicadores econômicos do
crativa e com ganho de qualidade na produção. projeto, entre outros.

Os princípios que orientam o programa são a disse- Em 2014, verificava-se que o custo médio (R$/@)
minação de boas práticas pecuárias na Amazônia, operacional nas fazendas do projeto era metade
o aumento de produtividade das fazendas, e a ca- do custo médio operacional verificado nas fazen-
pacitação de técnicos que façam a transferência de das convencionais. Além disso, enquanto a média da
conhecimento tecnológico aos produtores e agricul- margem bruta de lucro na região de Alta Floresta es-
tores. Para sua implantação, os produtores recebem tava em 100 R$/hectare no mesmo ano, nas fazendas
diversos benefícios: são orientados quanto a técnicas participantes do Novo Campo, chegou a 975 R$/ hec-
para maior produtividade e redução de custos; em- tare. Estas registraram a metade das emissões de ga-
presas parceiras oferecem protocolos exclusivos ses estufa realizadas pelas fazendas convencionais.

40

40
Programa Novo Campo – (http://www.icv.org.br/site/wp-content/uploads/2014/10/Apresentacao_Programa_Novo_Campo.pdf) e
(https://www.youtube.com/watch?v=nPMfNAlqdlo&feature=youtu.be)

73
Acesso a exaustivamente, para atingir uma boa
estratégia de acesso a recursos finan-
análise de crédito e no planejamento de
quitação do empréstimo;
recursos ceiros são:
➔ Fomento a outros instru-
financeiros ➔ Promoção do crédito rural, mentos de mercado, além do
ao estimular o entendimento sobre as crédito, para alavancar recursos, ao
Acesso a recursos financeiros opções de linhas de crédito rural dispo- apoiar comércio de títulos e investir
para alavancagem de níveis para tomada de decisão dos pro- em fundos sustentáveis, por exemplo.
somas destinadas para dutores, por meio de ações próprias ou Independentemente do tipo de recurso,
custeio, investimento ou por meio de cooperativas e integrados, é importante que as empresas façam a
comercialização da cadeia e apoiar o acesso ao crédito ao identifi- avaliação de riscos dos investimentos;
produtiva agrícola. Os recursos car as barreiras de acesso às linhas de
podem ser obtidos, por exemplo, financiamento por parte dos agriculto- ➔ Fortalecimento do seguro
através de títulos e fundos, res e auxiliar na dissolução, como, por rural, ao trabalhar em conjunto com
além de crédito rural, visto exemplo, ajudando os produtores na o setor financeiros para melhoria na ofer-
atualmente como o maior regularização de documentação neces- ta de seguros rurais no país, fortalecen-
desafio no contexto brasileiro. sária, adequação ambiental da proprie- do sua estrutura e encontrando meios
dade, entendimento sobre zoneamento para reduzir seu custo de manutenção.
As frentes de atuação e práticas es- agrícola de risco climático41, na cons-
tabelecidas a serem trabalhadas, não trução do projeto a ser submetido para

Crédito com juros baixos e sem burocracia


A Fazenda Santa Brígida, em Ipameri (GO), com históri- de pastagem, que antes da adoção de práticas sus-
co de sistema de integração lavoura-pecuária-floresta tentáveis, rendia no máximo R$100, agora rende
(iLPF), foi a primeira beneficiada pelo crédito do Plano em torno de R$500, segundo avaliação da EMBRAPA.
ABC. A linha de financiamento do Plano é facilitada, com A melhora do pasto reduziu o tempo de confinamen-
juros mais baixos e menos burocracia (por exemplo, to do gado, o que diminuiu os custos de produção
em uma única operação é possível financiar máquinas e aumentou o lucro. Além dos ganhos financeiros, a
e a compra de animais), e é exclusivo para produto- propriedade deixa de emitir aproximadamente 2,6
res se adequarem aos programas do Plano ABC. mil toneladas de gás carbônico por ano através de
Nos 8 primeiros meses da safra 2014/2015, o estado práticas sustentáveis como o chamado Sistema Santa
de Goiás, onde está localizada a fazenda, foi o segundo Brígida, criado pela Embrapa: um consórcio das cultu-
maior beneficiado pelo crédito do programa, recebendo ras de milho, braquiária e feijão guandu anão que ajuda
R$370 milhões de crédito, atrás apenas de Minas Gerais. na renovação constante do pasto e permite que o gado
engorde apenas com capim.
Com o financiamento, a área de implantação da iLPF
foi ampliada para toda a extensão da proprieda- Hoje, a Fazenda Santa Brígida é visitada por pecua-
de, permitindo que a fazenda produza nos 12 me- ristas e agricultores do país inteiro devido aos seus
ses do ano (diferente das fazendas da região, sujeitas bons resultados ambientais e financeiros e rece-
à sazonalidade), além do gado ter pasto disponível beu inclusive, em abril de 2016, um dia de campo
durante o período de seca. A pastagem está toda re- organizado por diversas entidades (incluindo Embrapa,
cuperada após 10 anos de implantação e, o hectare John Deere e Syngenta).
42

41
Ministério da Agricultura – Zoneamento agrícola de risco climático (http://www.agricultura.gov.br/politica-agricola/zoneamento-agricola) 42 Fazenda Santa Brígida – (http://
www.agricultura.gov.br/comunicacao/noticias/2012/10/primeira-propriedade-financiada-pelo-abc-e-exemplo-sustentavel), (http://www.observatorioabc.com.br/fazenda-em-
goias-recupera-pastagens-degradadas-com-apoio-do-programa-abc?locale=pt-br) e (https://www.embrapa.br/tema-integracao-lavoura-pecuaria-floresta-ilpf/noticias/-/
asset_publisher/c8A6zTdcYVTe/content/id/11292129)

74
indicadores mais utilizados
atualmente para reportar os temas
incluídos neste princípio são:

Transferência de
tecnologia e expertise
G4-EO5
• Tipo e impactos de realização de eventos
socialmente inclusivos.

G4-EO12
• Natureza e extensão da transferência de
conhecimento das melhores práticas e lições
aprendidas.

UNGC-PF13.2
• Proporção aproximada de trabalhadores e
pequenos agricultores expostos a riscos de
saúde que tem acesso a EPI e treinamento
sobre sua utilização, e, que de fato usam o EPI.

• Aumento de produtividade devido a eventos


de transferência.

Acesso a recursos
financeiros
G4-FS14
• Iniciativas para melhorar o acesso aos
serviços financeiros para as pessoas
desfavorecidas.

G4-FS16
• Iniciativas para melhorar a educação financeira
por tipo de beneficiário.

Para maiores informações sobre indicadores, consultar o site http://unstats.un.org/sdgs/indicators/database/.

75
Como

gerenciar

e comunicar

o s P E AA
A implementação dos Princípios Em- pio, relação com ODS, indicadores do preenchendo todas as frentes de atua-
presarias de Alimentos e Agricultura Princípio, temas, visão por tema, ODS ção listadas dentro de cada tema nesta
requer a gestão de diversos temas, atendidos pelo tema, metas deseja- Cartilha, mesmo que ainda não possua
frentes de atuação, práticas e times. das e alcançadas para o tema, frentes práticas ou monitore um desempenho.
É recomendado que a empresa utilize de atuação, práticas relacionadas a O simples preenchimento leva a empre-
uma ferramenta de acompanhamen- cada frente de atuação e respectivos sa à reflexão sobre futuras práticas que
to periódico do desempenho em cada resultados esperados de negócio e de possam alavancar seu desempenho e
Princípio e tema na qual atua. A ferra- impacto e indicadores. estratégia sobre o tema. Por exemplo,
menta ‘Painel de gestão - PEAA’ conso- se a empresa não possui atuação sobre
lida os elementos essenciais de gestão A utilização da ferramenta apoia as em- determinada frente de atuação e não
de cada Princípio e auxilia o reporte de presas no monitoramento do desempe- está atingindo sua meta estabelecida
avanços aos stakeholders da empresa. nho de cada tema, bem como facilita a para o tema, pode ser o caso de revi-
coleta de informações de reporte. sitar a estratégia e definir práticas na
O ‘Painel de gestão - PEAA’ conso- frente de atuação que ainda não é traba-
lida de maneira visual e prática para A recomendação é que as empresas lhada. Veja a seguir a figura ilustrativa
cada Princípio: descrição do Princí- utilizem o ‘Painel de gestão - PEAA’ do Painel.

Preencher o título do Princípio Relacionar todos os ODS com potencial


de serem atendidos pelo Princípio
Descrição
oficial do PEAA, Princípio Listar
designada pelo indicadores para
Pacto Global Descrição ODS relacionados o Princípio

Indicadores chave para o Princípio


Tema 1 visão ods relacionados
Nome do tema Metas para o tema desempenho do tema (perante a meta) Relacionar os
ODS atendidos
estratégia indicador resultado resultado especificamente
de desempenho esperado para o esperado de pelo tema
Visão clara de negócio impacto
sucesso do
trabalho a ser frente de prática 1 descrição • •
realizado sobre
o tema atuação prática 2 descrição • •

a prática 3 descrição
• • Metas para o
tema: Resultado
esperado com
prática 4 descrição as frentes
de atuação e
frente de prática 1 descrição • • práticas.
atuação prática 2 descrição • • Desempenho do

Listar todas b prática 3 descrição


• • tema: Resultado
obtido com
as frentes de
as frentes prática 4 descrição atuação e prática
de atuação após ciclo de
desta cartilha frente de prática 1 descrição monitoramento.
(e frentes • •
adicionais, atuação prática 2 descrição • •
caso haja),
para cada tema c prática 3 descrição
• • Resultado da frente
de atuação com
prática 4 descrição direta contribuição
aos direcionadores
de negócio
cadeia de prática 1 descrição • • (business drivers)
Listar todas as fornece- • •
práticas desta prática 2 descrição
cartilha (e práticas dores • •
adicionais, caso prática 3 descrição
haja) para cada
frente de atuação, prática 4 descrição
e descrição Resultado da
mínima Políticas públicas frente de atuação
Listar os indicadores para monitoramento do para a sociedade/
desempenho em cada prática. meio ambiente

77
Preenchimento incluir uma referência de sucesso no
tempo e dados relevantes de contex-
e ousada, que estimule melhores
resultados.
e utilização tualização do problema.
Desempenho do tema
Princípio Empresarial de ODS relacionados (perante a meta)
Alimento e Agricultura Relacionar os ODS diretamente liga- O resultado alcançado pelo tema deve
Preencher o título do Princípio dos ao desempenho de implantação ser medido com os mesmos parâme-
que será gerenciado. do tema. tros do ‘Metas para o tema’ para fim de
avaliação do desempenho da empresa
Descrição Metas para o tema no tema. A verificação de aderência
Adicionar a descrição oficial do PEAA Definir e comunicar uma meta a ser à meta garante acompanhamento do
citado, designada pelo Pacto Global e atingida com a realização das frentes progresso do desempenho e permite
elencada no início da Cartilha. de atuação e práticas para os negó- correção de rota, caso necessário.
cios e sociedade e em relação ao al-
ODS relacionados cance dos PEAA e ODS. Deve ser es- As ‘Metas para o tema’ devem ser uma
Relacionar todos os ODS com poten- tabelecido um prazo para alcançar a somatória do desempenho das práti-
cial de serem atendidos pelo PEAA em referida meta e buscar o alinhamento cas, ou seja, seu preenchimento deve
questão, também encontrados no iní- entre os objetivos de negócios da em- ocorrer após o monitoramento dos in-
cio da Cartilha. presa com impactos socioambientais. dicadores de cada prática – ver abaixo o
Pode-se utilizar como input os obje- item ‘Indicadores de desempenho’.
Indicadores do Princípio tivos estabelecidos por empresas pa-
Definir KPIs (Key Performance Indica- res, analisados através da realização Frentes de atuação
tors) para o Princípio, ou seja, indica- de benchmarking. As frentes de trabalho definidas nes-
dores que possam refletir o desempe- ta cartilha apontam desdobramentos
nho da empresa para o Princípio como Utilizar o conceito “SMARTS” é funda- necessários para realizar a gestão e
um todo, a somatória dos esforços mental para definição de metas factíveis: implementação adequada de deter-
nos temas relevantes ao Princípio. Os minado tema (a cartilha não abrange
indicadores definidos neste item se- • Específica: meta suficientemente todas as frentes de trabalho existen-
rão os mesmos indicadores utilizados detalhada e clara de maneira que tes, mas as mais relevantes mapeadas
pela empresa para medicação de pro- qualquer pessoa possa entendê-la. para o contexto brasileiro). No preen-
gresso nos ODS. chimento do ‘Painel de gestão – PEAA’
• Mensurável: meta que possa ser
recomenda-se o que todas as frentes
avaliada/quantificável em termos
Tema de atuação sejam listas, como já dito
de valores ou volumes.
Os temas que irão compor a gestão de anteriormente, lembrando de conside-
cada Princípio, devem estar de acordo rar a atuação em políticas públicas e
• Alcançável: meta que pode
com o exercício de materialidade - le- envolvimento da cadeia.
ser atingida dado o momento e
vando em consideração a natureza dos recursos disponíveis.
negócios da companhia, os aspectos, Práticas
impactos, riscos e oportunidades asso- • Relevante: meta significativa As práticas podem ser projetos, ini-
ciados às atividades, produtos e servi- em relação aos compromissos e ciativas ou ações que compõem uma
ços da empresa e visões e expectativas estratégia da companhia. frente de trabalho. As empresas ge-
internas e externas. ralmente já possuem práticas em
• Tempo determinado: meta determinados temas que possuem
Visão com tempo determinado para ser caráter pontual. A estrutura proposta
A visão é um item importante na atingida, em consonância com os nesta Cartilha objetiva organizar tais
composição da estratégia de um demais critérios. práticas, para que sejam alinhadas à
tema, ele traz uma visão clara do um objetivo em comum, somando os
sucesso esperado pela empresa ao • Desafiadora: meta motivadora esforços da empresa.
trabalhar o determinado tema. Deve

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Indicadores de desempenho (business drivers). A busca pelo alinha- Definir um líder para uma equipe
Os indicadores devem ser estabeleci- mento do desempenho de sustentabili- promove o melhor desenvolvimento
dos para monitoramento de análise de dade com o negócio é fundamental para da estratégia, pois garante a respon-
desempenho de cada prática. a demonstração de valor das práticas, sabilidade e responsabilização sobre
engajamento da liderança e incentivo o desempenho do time na implemen-
Na metodologia de medição de de- aos times responsáveis. tação do tema.
sempenho recomendada pelo IFC43,
os indicadores devem ser organiza- Para preenchimento destes resultados O ‘Painel de gestão PEAA’ está preen-
dos e mensurados hierarquicamente: é preciso estabelecer junto às áreas de chido de acordo com a atuação suge-
Insumos (indicadores relacionados negócio, os principais indicadores de rida nesta Cartilha para o tema ‘Água’.
com os recursos investidos), Produ- negócio que possuem correlação com
tos (Bens e serviços gerados pelo uso os temas, frentes de atuação e práticas. O espectro de práticas a
dos insumos – curto prazo), Resulta- serem desenvolvidas dentro
dos (Mudanças esperadas em relação Resultado esperado
de um Princípio e de um tema
ao acesso, utilização, comportamento de impacto
Listar os resultados que a empresa es-
é amplo, e em contrapartida
ou desempenho dos usuários - médio
prazo), Impactos (Efeito último – lon- pera alcançar com as frentes de atuação os recursos das empresas
go prazo – da intervenção sobre uma e práticas no âmbito social e ambiental. são limitados. É preciso
dimensão crucial do desenvolvimento. definir um foco estratégico,
Ex. padrões de vida) e Indicadores de O ‘Painel de gestão PEAA’ não con- que traga benefícios
benefícios para o negócio (valor gera- templa em sua estrutura a definição
de responsabilidade, porém é funda-
claros aos negócios e ao
do para o negócio direta ou indireta-
mental a definição de uma equipe res- desenvolvimento sustentável
mente pelas atividades). É importante
ampliar o monitoramento (e definição ponsável pela realização das práticas, – pautado no engajamento
de metas) de longo prazo para alcance envolvendo pessoas de diferentes e nos Objetivos de
de mudanças estruturais no cenário da áreas e cargos para garantir o cum- Desenvolvimento Sustentável.
empresa, sociedade e meio ambiente. primento efetivo da prática e assegu- O sucesso na implantação
rar as chances de sucesso almejadas.
dos PEAA depende do bom
Os indicadores devem refletir tam- Refletir sobre as necessidades da es-
tratégia ao longo do tempo e mapear
planejamento, gestão e
bém os outros compromissos as-
sumidos pela empresa em âmbito participantes com perfil e funções execução de cada Princípio
nacional e internacional e as carac- adequadas para atuarem como: e tema. O ‘Painel de gestão
terísticas das atividades, operações e – PEAA’ apoia de maneira
• Aprovadores das decisões do time,
serviços que representem riscos ou simples neste planejamento
possam causar um impacto significa- como por exemplo líderes e diretores.
e gestão, bem como na
tivo ambiental ou social.
• Recurso para o time, aquele cuja comunicação de desempenho.
expertise, habilidades e influência
Muitas empresas possuem sistemas
podem ser necessárias em
próprios de monitoramento, reco-
momentos específicos do projeto,
menda-se verificar sistemas internos
por exemplo os gerentes.
de coleta de dados para assegurar
capacidade monitoramento dos indi-
• Membro do time, são as pessoas
cadores selecionados.
que efetivamente coordenarão as
atividades práticas.
Resultado esperado
para o negócio • Parte Interessada, que deve ser
É comum estratégias de sustentabilida- mantida informada sobre a direção
de contribuírem de maneira superficial e resultados, cujo suporte pode ser
aos indicadores de negócio da empresa necessário futuramente.

43
Investimento Comunitário Estratégico – Guia rápido – Destaques do Manual de Boas Práticas do IFC
79
Princípio: Ser ambientalmente responsável
Descrição: As empresas devem apoiar a intensificação sustentável dos sistemas de alimentação para atender às necessidades globais de gestão da ag
Elas devem proteger e melhorar o meio ambiente e usar os recursos naturais de forma eficiente e otimizada.

Indicadores chave para o Princípio: ...


Tema: água visão: Até 2030, retornar à natureza uma quantidade
de água igual à extraída para uso em nossa produção,
garantindo acesso à agua nas regiões onde operamos e
bacias hidrográficas recuperadas.

Metas para o tema: suficiente até 20XX


• Devolução de XX% da água extraída para • Melhorar a eficiência operacional em XX%
uso na produção até 20XX até 20XX
• Aumentar em XX% acesso da comunidade • Recuperar 100% da mata ciliar das bacias
local à água potável e em quantidade hidrográficas na região de operação.

estratégia Práticas/Projetos Indicador de monitoramento


Gestão Entendimento do limite de captação Capacidade máxima de captação de água da bacia que abastece a ope
compartilhada Licenciamento / outorga Validade do licenciamento e outorga
de recursos
Monitoramento da qualidade na captação e devolução Descarte total de água por qualidade e destinação; % de água devolvida
hídricos ambiente equivalente ao volume dos produtos vendidos
Identificar dependência hídrica % das operações, produtos e serviços dependentes de água; % de forne
localizados em regiões de estresse hídrico; % das operações dependen
fornecedores localizados em região de estresse hídrico;
Mapear área de estresse hídrico % das operações em regiões de estresse hídrico; % de fornecedores em área
Gestão compartilhada da bacia local Participação em Comitês de Bacia onde operamos; envolvimento da co
garantir que as necessidades de água da comunidade estão sendo aten
possíveis estratégias para reduzir sua pegada hídrica.

Acesso Acesso ao recurso Total de retirada de água por fonte; % de comunidades beneficiadas por
igualitário de acesso à água; número de dias de paralização das operações por esc
e de qualidade de recurso hídrico e custos associados (custos adicionais e perdas);
à água Intensidade média de água extraída em áreas com escassez hídrica, nú
Competição desleal pelo recurso
e percentual de retiradas de água de áreas de escassez hídrica
Monitoramento da qualidade da água Qualidade da água captada; custo do tratamento da água captada para

Uso racional Monitoramento do consumo Total de retirada de água por fonte; Fontes hídricas significativamente a
e redução retirada de água; % das instalações em que as tecnologias de economia
no consumo campanha de sensibilização são utilizadas em áreas que enfrentam esc
Medidas de redução do consumo Procedimentos ou sistemas locais para ajudar a reduzir sua pegada híd
Captação de água da chuva Percentual e volume total de água reciclada e reutilizada
Treinamento % de colaboradores e fornecedores treinados
Redução no pós consumo % de redução do consumo de água no uso do produto
Educação do consumidor Abrangência das campanhas de educação ao consumidor
Reuso Sistema fechado para reuso % e volume total de água reciclada e reutilizada
Educação do consumidor % redução de consumo em campanhas de educação ao consumidor,
opinião dos consumidores sobre desempenho da empresa sobre o tem
Conservação Monitoramento dos impactos Impacto das operações próprias e de fornecedores nas respectivas baci
e recuperação
de fontes Tratamento de efluentes Qualidade do efluente descartado
Evitar contaminação do solo Qualidade do solo e água subterrânea
Recuperação de fontes Afloramento de novas fontes; % aumento de água superficial; % aumen
subterrânea; Aumento da biodiversidade local
Cadeia de Monitoramento e incentivo à eficiência Desempenho da gestão de água na cadeia de valor
fornecedores

Políticas públicas Prática de Gestão de Bacias Hidrográficas Nível conformidade com Plano Nacional de Recursos Hídricos
gricultura, pecuária, pesca e silvicultura de forma responsável. ODS relacionados: ODS 2; ODS 6; ODS 7;
ODS 12; ODS 13; ODS 14 e ODS 15.

ods relacionados: ODS 6 • Até 2030, melhorar a qualidade a eficiência do uso da água
Água potável e saneamento da água, reduzindo a poluição, • Até 2030, implementar a gestão
Metas relacionadas: substancialmente aumentar a integrada dos recursos hídricos
• Até 2030, alcançar o acesso universal reciclagem e reutilização • Até 2020, proteger e restaurar os
e equitativo à água potável segura • Até 2030, aumentar substancialmente ecossistemas relacionados com a água

desempenho do tema (perante a meta) potável e em quantidade suficiente final)


• Devolução ao ambiente de 94% (atrasado em relação à meta final) • XX% das matas ciliares recuperadas
do volume de água utilizado na • XX% de melhoria da eficiência (dentro do esperado para atingimento
fabricação dos produtos vendidos operacional em 20XX (dentro do da meta final)
• XX% de aumento do acesso à água esperado para atingimento da meta

Resultado esperado de impacto Resultado esperado de impacto


eração • Garantia de abastecimento hídrico para as operações próprias • Utilização sustentável e compartilhada de água na região
e para a cadeia de fornecimento (Mapa de riscos operacionais
para recurso hídrico (incluindo a cadeia de fornecimento)
a ao meio
• Plano de produção adequado à disponibilidade hídrica local
• Reputação com atores locais chave da temática
ecedores
ntes de

a de estresse hídrico
ompanhia para
ndidas e discutir

r projetos/ações • Garantia de abastecimento • Aumento da disponibilidade e acesso à água de qualidade


cassez • Redução do custo operacional
no tratamento da água captada
úmero total

uso operacional

afetadas por • Redução do custo operacional • Aumento da disponibilidade de agua per capita
a de água e • Redução da pegada hídrica
cassez hídrica
drica;

• Redução do custo operacional • Redução de captação de água na bacia local


• Redução da pegada hídrica
ma água • Melhoria da imagem (‘brand’) com consumidores
ias de captação • Aumento da disponibilidade hídrica • Aumento da disponibilidade hídrica
(superficial e subterrânea) (superficial e subterrânea)
• Melhoria de posicionamento em relação • Afloramento de nascentes
à Água com atores locais • Proteção da biodiversidade
nto água • Redução do risco de escassez hídrica

• Redução da pegada hídrica • Redução de captação de água na bacia local


• Engajamento com fornecedores para • Desenvolvimento de fornecedores locais
garantir operações e reduzir risco

• Melhoria de posicionamento em relação • Controle e gestão da arrecadação


à Água com atores locais de recursos financeiros da bacia
Empoderando vidas.
Fortalecendo nações.

Esta publicação da Rede Brasil do Pacto Global contribui para


o cumprimento do Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 12

www.pactoglobal.org.br
www.unglobalcompact.org

/pactoglobalbr @pactoglobalBR

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