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DISCIPLINA: DIDÁTICA
SÍNTESE 7
FREIRE, Paulo. Professora sim, tia não – cartas a quem ousa ensinar. São
Paulo: Olha D´água. 1997.
A obra intitulada “Professora sim, tia não: cartas a quem ousa ensinar” do
autor Paulo Freire, que durante sua vida foi educador, pedagogista e filósofo
brasileiro trata de várias questões referentes ao cotidiano e as lutas diárias
travadas pelos professores na sua prática docente. O livro é composto por doze
subtítulos, exceto introdução, que tratam de dez cartas aos professores sobre os
mais diversos assuntos e dois subtítulos que tratam das primeiras e últimas
palavras. Logo na introdução da obra, o autor explana os motivos de escrever o
livro e suas expectativas quando este for lido, dialogando também sobre
experiências suas com relação ao livro.
A segunda carta intitulada “Não deixe que o medo do difícil paralise você”,
explana sobre a dificuldade de lidar com o medo, defendendo a crença de que
não deve-se deixar levar pelo mesmo desistindo sem luta e esforço. Sobre o
medo de não entender algum texto quando lido, Freire afirma que é necessário
ver três pontos: “a) se minha capacidade de resposta está à altura do desafio, que
é o texto a ser compreendido; b) se minha capacidade de resposta está aquém e;
c) se minha capacidade de resposta está além.” (p.28) Estudar é um processo, às
vezes, doloroso, mas que traz consigo vitórias e alegrias. É preciso, por fim, que
os educandos possam ler e escrever analisando tramas sociais, utilizando isto
como construção de conhecimento.
A terceira carta intitulada “‘Vim fazer o curso do magistério porque não tive
outra possibilidade’ ” afirma que uma profissão de tanta beleza e importância não
deve ser escolhida a partir de frases com as que intitulavam o subtítulo. A prática
educativa é algo muito importante, pois lida com a vida e formação de crianças,
adolescente e adultos, então, não pode ser considerada apenas uma prática
enquanto “não aparece algo melhor” , é necessário seriedade para que nossos
educandos tornem-se presenças marcantes no mundo. Sem a convicção da
importância de nossos educandos não seremos capazes de lutar por nosso
salário e contra o desrespeito. Isso seria aceitar a condição de tia, de dócil.
Precisa-se entender, que “É urgente que o magistério brasileiro seja tratado com
dignidade para que possa a sociedade esperar dele que atue com eficácia e exigir
tal atuação.” (p.35), Freire ainda afirma que a educação pode não ser a alavanca
para a transformação social, mas, com certeza, sem ela não há como tal
acontecer.
A sétima carta nomeada “De falar ao educando a falar a ele e com ele; de
ouvir o educando a ser ouvido por ele” exprime a compreensão do autor sobre a
questão da importância de ouvir o aluno, de não apenas falar ao aluno e sim falar
com o aluno, levar em consideração suas opiniões e vivências. A autoridade
utilizada como modo de suprimir a vontade do outro deve ser deixada de lado,
segundo Freire, adequando-se a uma postura democrática. Conclui-se, portanto,
que “(...) é preciso e até urgente que a escola vá se tornando um espaço
acolhedor e multiplicador de certos gostos democráticos como o de ouvir os
outros, não por puro favor mas por dever (...)” (p. 60).
A oitava carta intitulada “Identidade cultural e educação” explana sobre a
importância da identidade cultural dos alunos e do educador/a e de suas
diferenças para o processo educativo. As relações contraditórias que, por vezes,
são criadas pelo embate de diferentes identidades traz uma grande riqueza à
prática pedagógica, o aluno se vê em torno de diversas identidades e será
influenciado por estas, não ficando apenas preso a suas convicções “inatas”.Em
relação à educadora, por sua vez, vê-se a necessidade de respeitar todas as
identidades que lhe aparecem no âmbito escolar, as educadoras devem conhecer
a realidade de seus alunos, “(...) o universo de seus sonhos, a linguagem com
que se defendem, manhosamente, da agressividade de seu mundo. O que sabem
e como sabem independentemente da escola” (p. 66).