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UNIDADE I: POPULAÇAO

População, de forma geral é um conjunto de indivíduos da uma mesma espécie que vivem
num determinado espaço territorial, realizando livremente as suas actividades biológicas
(Conceito na Biogeografia).

População se identifica como conjunto de habitantes de um país, província, distrito, uma


cidade ou qualquer unidade geográfica. É caracterizada pelo seu volume, composição por
sexos e a estrutura por idades.

População humana é o grupo de pessoas que vivem num determinado território, em que
partilham opiniões semelhantes ou diferentes.

PARTICULARIDADES DA DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL DA POPULAÇÃO

Os grupos humanos, não se distribuem de forma igual na superficie terrestre.


Existem áreas desabitadas, as anecúmenas e outras habitadas, as ecúmenas.
As áreas mais favoráveis a ocupação humana coincide com as regões de clima
temperado, os planaltos tropicais, planícies, os vales e deltas fluviais e as de solos férteis. Estas
são regiões que atraem a fixação humana. Entre as desfavoráveis, repulsívos a fixação humana
apontam-se as regiões polares, os desértos, as elevadas altitudes, o interior dos continentes e as
florestas equatoriais e densas. Assim, a distribuição da população por continente, país,
província, distrito, localidade e até mesmo o bairro apresenta constraste bastante acentuada,
por exemplo:
- A Ásia possui cerca de 3 biliões de habitantes enquanto que a oceânea apresenta apenas
28 milhões.
- A China possui mais de 1 bilião de habitantes e a India cerca de 800 milhões, ao passo
que existem países ou estados independentes com população inferior a 100 mil
habitantes, como as Seychelles (70 mil habitantes), e o Vaticano com 1000 habitantes.
- A densidade demográfico de Mónaco é de 15,475 habitantes por km² enquanto que a da
Australia é de 2.2 hab/km² e da Mongólia, de apenas 1.4 hab/km².

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Entretanto entender a distribuição geográfica da população, seja a nível mundial ou a nível
regional implica a análise e o conhecimento de diversos factores que interferem a tal
distribuição.

FACTORES DA DISTRBUIÇÃO ESPACIAL DA POPULAÇÃO


Na distribuição espacial da população actuam dois grupos de factores: Uns de ordem
natural e outros de ordem sócio-económicos, cuja sua acção é conjunta.
FACTORES NATURAIS
1. O clima: - tem dúpla influência, sobre os organismos humanos, quando condiciona a
sua actividade física e intelectual; tem acção indirecta por condicionar a fixação da
vida animal e vegetal a natureza do solo.
Nas regiões do clima temperado e subtropical, climas moderados, situam-se grandes
concetrações humanos, ao contrário das regiões do clima frio e desértico, tropical e equatorial
em que a população é mais escassa ou mesmo inexistente.
Os organismos humanos adaptam-se as condições ambientais, mas apenas dentro de certos
limites. Nas regiões polaresa a temperatura baixa para além desse limite, nos desertos há falta
de água e a humidade necessária para a sobrevivência.
Por outro lado o clima tem uma influência indirecta sobre a distribuição da população na
medida em que condiciona os bons e os maus anos agrícolas constituindo assim um factor
predominante na produtividade.

2. RELEVO
Cerca de 90% da população mundial encontra-se concentrada em altitude inferior a 400
metros. À medida que aumenta a altitude no relevo a tendência da população é de diminuir,
porque as altas altitudes, a temperatura e a pressão atmosf’erica diminui e no organismo
humano diminui a capacidade física do homem.
Acima dos 500 metros de altitude a vida torna-se impossível, porque nesta regiões dificulta
a implantação de actividades sócio-económicas como a agricultura, indústria construção de
vias de comunicação etc.
Assim, os vales, as plnícies e planaltos são regiões de relevo atrativo ao povoamento
humano, albergaando cerca de 80% da população mundial e só 20% dos homens é que vivem a
mais de 500 metros de altitude.

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3. VEGETAÇÃO
As florestas fechadas constituem geralmente um maior repulsivo a fixação humana devido
a fraca possibilidade de movimentação e prática de actividade human. Assim, as

florestas tropicais de Africa, América e da Oceânia, as florestas subárcticas de euroásia,


américa do norte correspondem as áreas pouco povoadas pois que a espessuar da vegetação
difivculta a fixação dos homens. Outras regiões vegetais que coincide com áreas pouco
populosas são as magras vegetações de estepe e vegetações de pradaria.

4. HIDROGRAFIA
A existência de rios, lagos, mar ou oceano constitui um factor importante e atraente a fixação
humana, na medida em que o homem aproveita-se dos recursos de água, dos solos f’érteis ao
longo das margens dos rios não só mas também permite a fácil comunicação. É desta maneira
que a população se fixa ao longo das bacia hidrgráficas e nos desérto com escassés de recursos
hídricos a população encontra-se junto aos oásis.

5. RIQUEZA AGRÍCOLA DO SOLO


Os solos férteis constitui factor da fixação humana. Daí que é necessário que haja recursos
hídricos para facilitar a fretilidade do solo e consequentemente maior produtividade. Os solos
pobres são repulsivos à fixação do homem.

6. A RIQUEZA DO SUBSOLO
A existência de recursos minerais, energéticos, ou seja recursos de grande valor económico
numa dada região leva a concentração populacional. Mesmo em locais com condições
ambientais hóstis, o homem cria condções tecnológicas para fixar-se e explorar os recursos aí
existentes.
Ex: povoamento do desérto quente de áfrica e Ásia para a exploração do petróleo, gás
natural e outros minérios; ocupação do deserto frio da Sibéria e do Alasca para explorar o
petróleo.

FACTORES SÓCIO-ECONÓMICOS
1. AGRICULTURA

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O desenvolvimento agrícola de uma região constitui um factor trativo para a fixação
populacional, pois as pessoas fixam-se para usar e beneficiar-se das condições ai existentes.
Para isso, é necessário que haja solos férteis e favoráveis a prática da agricultura não só mais
também o uso de técnicas agrícolas, boa rede de comercialização. todas as condições dessa
região serão determinadas pela existência de cursos de água constituindo assim o elemento
mais importante que poderá condicionar a fertilidade dos solos e consequentemente maior
produtividade.
É dado como exemplo a concetração da população ao longo das margens do rio Nilo,
Gange, Indo, Amarelo etc. e nas regiões costeiras dos solos aluvionares.

2. INDÚSTRIA
A revolução Industrial originou uma profunda transformação dos modos de vida.
Geralmente a fixação de uma indústria numa região atrai a fixação de outras actividades
complementares e de mão-de-obra necessária para o trabalho, Assim, o trabalhador e sua
família vai potenciar o crescimento populacional da região. Exemplo: região de ruhr, nordeste
dos EUA,Joanesburgo e outras regiões do mundo.

3.VIAS DE COMUNICAÇÃO
A faciiidade de contacto ou seja a comunicação, sempre atraiu o homem a fixar-se
junto das vias de comunicação. Sendo assim, os grandes aglomerados populacionais se
localizam ao longo dos litorais, corredores rodoviários e ferroviários.

4. DESENVOLVIMENTO URBANO
Com a Revolução Industrial originou uma profunda transformação dos modos de vida.
Assiste-se um verdaeiro exôdo rural e o amontoamento das gentes nos centros urbanos, onde é
fácil encontrar emprego, serviços sociais como: a educação, a saúde e

segurança. Assim, as cidades atraem a concentração populacional como forma da procura dos
tais serviços.

FACTORES HISTÓRICOS- CULTURAIS

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A s lutas entre povos provocam fugas de pessoas de um ponto para o outro, originando
povoamento de um lugar. Tal é o caso do povoamento do Israel como resultado do exôdo de
Judeus expulsos na Alemanha por Hitler.

DISTRIBUIÇÃO MUNDIAL DA POPULAÇÃO


Depois de mencionados os factores que estão na origem na distribuição deigual da
população concluimos que a sua distribuição está dependente de factores atrativos.
Sendo assim, e dependente destes factores podemos mencionar três principais regiões
populacionais do mundo:
- Ásia das monções;
- Europa central e ocidental;
- Nordeste dos EUA e sudeste do Canadá.

ÁSIA DAS MONÇÕES


É a região mais populosa do mundo, com mais da metade da população do mundo, com
uma densidade de 2000 hab/km².
Esta região compreende a faixa Leste da Ásia, que compreende o arquipélago do Japão,
correia do norte, China, Bangladesh, Filipinas, Tailândia, Birmânia, Cambodja, Indonésia,
Malásia, Vietnam, India até ao Paquistão. O maiores aglomerados pertencem ao Japão, China,
India e Indonêsia.

EUROPA CENTRAL E OCIDENTAL


Constitui o 2o foco mais populoso da face da terra concentrando-se esta ao longo das
proximidades dos rios, mares que constitui importantes regiões industriais e urbanos. Esta
regão inclui países da vasta planície central europeia, desde a Grâ-Bretanha, a parte ocidental
da Rússia até a França.

NORDESTE DOS EUA E SUDESTE DO CANADÁ


Compreende a região que vai desde os grandes lagos, até a costa atlântica onde cerca
de 2/3 da população total norte americana se concentra nas grandes
cidades, vales dos rios e regiões industriais.

Variáveis demográficas

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a) Taxa de natalidade e fecundidade

A natalidade e fecundidade são variáveis demográficas que condicionam a variação dos


comportamentos demográficos, este relacionam-se e são responsáveis pelo ritmo de
crescimento populacional.
Até ao séc. XIX a taxa de natalidade permaneceu elevada entre 35‰ e 45‰ acompanhado de
uma fecundidade elevada.
Este acentuado aumento das taxas de natalidade e fecundidade regista-se tanto nos PVDS que
nos PDS. No período após a 2ª guerra mundial regista-se principalmente na Europa o
fenómeno de baby boom1 como consequência de casamentos adiados e os respectivos
nascimentos, posteriormente regista-se nos E.U.A, Canadá, Austrália, Nova Zelândia e Japão.
Os PVDS mantêm as altas taxas de natalidade e fecundidade que variam de 35% a 45%,
condicionado pelos ideais da cultura que favorecem para a natalidade.

Variação da natalidade no mundo

Fonte: MATOS e RAMALHO (1990:52)

Actualmente, a taxa de natalidade nos PDS reduziram drasticamente bem como a taxa de
natalidade para 2 filhos, nos PVDS a taxa de natalidade supera a média e a de fecundidade
vária de 5-6.

1
Explosivo crescimento das taxas de natalidade nos PVDS, no período posterior a 2ª guerra mundial
(1945-1960).

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Tabela nº 13: Taxa de fecundidade no mundo
No mundo Taxa de fecundidade
África 5,1
Ásia 2,6
Europa 1,4
América latina 2,7
América do norte 1,9
Oceânia 2,4
Fonte: ONU, 2002

Em Moçambique a taxa de natalidade atinge cerca de e a de fecundidade 6 que contribui em


grande medida para o aumento da pobreza absoluta.

Evolução da taxa de natalidade nos PVDS e PDS

Fonte: MATOS e RAMALHO (1990:53)

b) Taxa de mortalidade

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A taxa de mortalidade no período antes da revolução industrial observa ligeira redução mas
continuando sempre altas como consequência de uso de novas técnicas na agricultura,
melhoria nas condições alimentares.

: Taxa de mortalidade no mundo (1980)

Fonte: ANTUNES (1987:9)

Com a revolução industrial regista-se a quebra do regime demográfico, consequentemente há


decréscimo da taxa de mortalidade, principalmente da taxa de mortalidade infantil como
resultado de novas técnicas implementadas na agricultura, na saúde, redução das epidemias,
guerras, calamidades, redução das crises de fome.

: Taxa de mortalidade infantil no mundo

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Fonte: ub.es (geocites), 1994

As grandes mudanças ocorridas como resultado desta revolução regista-se primeiro nos PDS
onde teve origem mais tarde nos PVDS, nota-se uma diferença entre os países, na variação da
taxa de mortalidade, bem como na taxa de mortalidade infantil, até o ano de 2000, segundo o
mapa 8.

A disposição dos indicadores demográficos de alguns países.


Indicadores demográficos, de alguns países 2000
Países Taxa de mortalidade Taxa de mortalidade Taxa de mortalidade
com infantil
-5 Anos
Moçambique 200 126 23
Angola 295 172 20
Níger 270 165 20
Somália 225 133 18
Malawi 188 117 22
Nigéria 184 110 14
Etiópia 174 117 19
Costa de Marfim 173 102 15
Madagáscar 132 86 14
Iraque 130 105 8
Índia 96 69 9
Mongólia 78 62 8
África do Sul 70 55 14
Irão 44 36 5
E.U.A 9 7 8
Austrália 6 6 9
Grécia 6 5 10
Canadá 6 6 8
Portugal 6 6 11
França 5 4 9
Japão 4 4 8
Fonte: ONU/UNICEF – 2002

Actualmente, o continente africano continua a ter valores mais elevados da taxa de mortalidade
infantil do globo superiores a 100%º devido aos flagelos demográficos. A deficiente
alimentação, a falta de higiene pessoal, as inúmeras doenças, falta de ajuda médico – sanitária,
habitações precárias e conflitos armados explicam as elevadas taxas de mortalidade (mapa nº).

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Variação da taxa de mortalidade infantil, a nível mundial.
Taxa de mortalidade infantil em %
Anos
1975-1980 1985-1990 1995-2000 2005-2010
Mundo 87 69 57 46
África 120 99 87 73
América latina 69 48 36 28
América do norte 14 10 7 6
Ásia 94 72 57 44
Europa 22 15 12 10
Oceânia 35 28 24 20
Fonte: Adaptado pela autora, 2006.

Contudo, o continente africano é o que se regista maior aumento da população mas, com mais
de 500.000 mulheres morrem por ano durante a gravidez ou parto e destas 99% ocorrem nos
PVDS. Para além dos 6,3 milhões de crianças que morrem de fome e mais de 13 milhões que
morrem antes de atingirem os 5 anos, por causa de doenças diarreicas, malária e outras.
Moçambique regista uma redução da taxa de mortalidade mas, não consegue superar a taxa de
mortalidade infantil visto que a maioria da população é rural e não tem acesso aos centros de
saúde.

c) Taxa de crescimento natural

Da análise feita as taxas de natalidade e mortalidade permitiu observar a evolução da taxa de


crescimento natural que condicionou o aumento da população mundial desde a eclosão da
revolução industrial.

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Taxa de crescimento natural no mundo (1980)

Fonte: ANTUNES (1987:11)

Mas, antes da revolução regista-se um crescimento natural lento condicionado pelas altas taxas
de natalidade e mortalidade.
Com o desenvolvimento da actividade agrícola pouco antes da revolução há um ligeiro
decréscimo da taxa de mortalidade que resultou na explosão demográfica.
A revolução industrial impulsionou o crescimento natural pela redução da taxa de mortalidade
e a manutenção de alta taxa de natalidade, a nível mundial (PDS e PVDS), mostra o gráfico.

Evolução da taxa de natalidade e mortalidades no mundo (PDS e PVDS)

Fonte: MATOS e RAMALHO (1990:55)

A situação do mundo até ano 2000 indicava que a taxa de crescimento natural decresce nos
PDS, onde as taxas de natalidade e mortalidade são quase nulas e os PVDS regista-se o
aumento da taxa de crescimento natural, como mostra a tabela.
Taxa de crescimento anual da população em alguns países.
Taxa de mortalidade infantil em %

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Anos
1975-1980 1985-1990 1995-2000 2005-2010
Mundo 87 69 57 46
África 120 99 87 73
América latina 69 48 36 28
América do norte 14 10 7 6
Ásia 94 72 57 44
Europa 22 15 12 10
Oceânia 35 28 24 20

Fonte: O.N.U/ UNICEF, 2002.

A redução da taxa de crescimento natural nos PVDS condiciona o equilíbrio da população


mundial, caso atravessem a transição demográfica (fig. 33).

Taxa de crescimento da população em alguns países, ano de 1970/1990-1990/2000

Fonte: ONU, 2002

d) Migrações
A mobilidade dos homens foi sempre considerada uma característica de todos os tempos.

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As migrações são fundamentalmente movimentos horizontais tendentes a um equilíbrio
demográfico à superfície do globo. A relação das migrações e os movimentos verticais
(crescimento natural) condicionado pela natalidade e mortalidade aumentam o
desequilíbrio demográfico regional.
Os fluxos migratórios são uma variável que influencia na variação demográfica de uma região.
Estes provocam a diminuição da população nos países de saída e o aumento nos de chegada
alterando completamente a estrutura etária da população influenciando na variação das taxas
de natalidade e mortalidade.

Fluxos migratórios dos PVDS para os PDS

Fonte: DIOGO e
ALEXANDRE
(1990:36-37)

Formas de
migração

 Quanto a área

- Internas e externas, quando os movimentos realizam-se de uma região


para outra dentro do país.
Desta-se nestas migrações o êxodo rural, são movimentos da população do
meio rural para as cidades.
O êxodo rural nos PVDS continua a atingir proporções elevadas, a população
desloca-se aos centros urbanos como forma de busca de emprego e melhores
condições de vida. Nos PDS o êxodo rural há muito entrou em regressão como
consequência do esvaziamento das zonas rurais da população jovem,

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inexistência de mão-de-obra rural e a eficiente ligação do campo à cidade,
devido a modernização dos transportes.
- Nacionais e internacionais, quando os movimentos se efectuam de um
país para o outro.
- Destaca-se as migrações intra continentais, quando as deslocações se
realizam no interior do continente.
Migrações intercontinentais, as que se realizam de um continente para o outro
(transoceânicas).

 Quanto a intencionalidade

- Espontâneas ou livres, quando os movimentos são de livre escolha, sem


imposições para o seu deslocamento.
- Forçadas, o deslocamento de um espaço para o outro é feita por uma imposição
de alguma ordem.

 Quanto ao número de pessoas

- Individuais, estes movimentos são feitos de forma individual.


- Colectivas, caracterizado pelo movimento de um punhado de pessoas.

 Quanto ao tempo de duração

- Temporárias, o movimento migratório implicam a mudança de residência por


um tempo curto e determinado (variando de dias, alguns meses ou poucos
anos).
- Definitivas, quando o migrante passa a se fixar definitivamente no país ou
região de recepção, mesmo que em algumas vezes retorne ao lugar de origem.

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Causas das migrações

Na maioria das vezes a causa fundamental dos migrações são de natureza económica, resulta
do desequilibro entre os países de partida e os de chegada, a procura de melhorias de
condições do nível de vida, melhor assistência social e mais eficaz.

- Políticas, as populações emigram manifestando-se contra o regime político da sua


região de origem, muitas vezes refugiando-se no estrangeiro.

Os conflitos violentos/guerras verificada um pouco por todo o mundo tem sido também um
factor importante que condiciona o deslocamento da população, bem como os refugiados de
guerras.
A situação de Moçambique, que tem recebido muitos povos da região centro de África, é uma
referência.

- Etnias, as diferentes etnias lutam pela sua supremacia colocando em perigo as suas
vidas. As disputas territoriais também constitui motivado para o abandono da
população das suas terras, bem como a necessidade de inter -relação entre culturas
conduz a migração

- Religião, destacam-se as peregrinações, a difusão do evangelho pelos missionários são


destacados nos fluxos migratórios.
Exemplo: A peregrinação dos muçulmanos a Meca

- Naturais, contribuem para o deslocamento de populações por causa de sismos,


vulcões, cheias, secas. As secas cíclicas que ocorrem em África, contribuem para a
destruição de animais e plantas, obrigando a população a fugir da fome e das
calamidades.

As viagens de descobrimento dos séculos XV e XVI contribuíram para o conhecimento de


novas regiões, na história das migrações, povoando estas regiões onde se instalaram.

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As enormes riquezas de África e América latina fez com os portugueses e espanhóis
invadissem estes continentes iniciando nova era no desenvolvimento da população. Os
contingentes de alemãs, ingleses, italianos, franceses, irlandeses, suecos, dinamarqueses que se
fixaram no continente africano e americano, após a conferência de Berlim incentivaram a
expansão demográfica dos países do 3º mundo.
A partir do séc. XX as migrações partem dos PVDS para os PDS, onde a população está em
constante aumento para os de uma população com um crescimento lento, a procura melhores
condições de vida e também a nível mundial regista-se o êxodo rural.

Consequências das migrações

O fluxo migratório condiciona a redistribuição da população na medida que, influenciam na


demografia e a nível económico.
- Influência no crescimento demográfico (natural e efectivo);
- Na estrutura etária e profissional;
- A emigração constitui uma perda de mão-de-obra activa para os países de partida.

DISTRIBUIÇÃO DA POPULAÇÃO MUNDIAL

Densidade demográfica
Continente Pop. Absoluta (milhões) Área (milhões de km²) (hab./km²)
Ásia 3.114 44 70
América 800 42 19
Europa 656 10 65
África 587 30 19
Oceânia 28 9 3
Total 5.185 135 38 (média)

Fonte: 1990

PAÍSES MAIS POPULOSOS DO MUNDO


País Populaçã absoluta (milhões) Área (milhões por km²) Densidade demográfica
(hab/km²)
China 1120 9596 117

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India 812 3287 247
Urss 286 22402 13
EUA 249 9363 26
Indonési 179 1913 93
a
Brasil 150 8512 17
Japão 123 372 330
Nigéria 109 923 118
Banglad 106 144 726
esh
Paquistã 108 802 134
o
Total 3.242 57.315 ____
Fonte: 1990

EVOLUÇÃO DA POPULAÇÃO MUNDIAL (ATÉ SÉCULO XX)

A evolução da População mundial ao longo do tempo deu-se a rítmos muito diferentes antes e
depois da revolução Industrial.

EVOLUÇÃO DA POPULAÇÃO ANTES DA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL

Durante este vasto período, o crescimento da população deu-se igualmente a ritmos muito
diferentes:
− As grandes expansões numér icas da população deram-se em consequência de revoluções
tecnológicas, que permitiram ao homem melhorar a sua intervenção no meio natural.

No final do palcolítico (40 a 30 mil anos ANE), o aperfeiçoamento de instrumentos


de caça, através do uso de sílex, levou a um ligeiro aumento populacional, porque
melhorou a capacidade alimentar dos homens dessa época. surge então a primeira
expansão demográfica.

No neolítico (7 a 6 mil anos ANE), o surgimento da agropecuária e a consequente


sedentarização do Homem e melhorias alimentares, conduziram a segunda explosão
demográfica.

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Entre o período da sedentarização humana (neolítico) até à revolução Industrial (no século
XVIII, da época moderna), vigorou o REGIME DEMOGRÁFICO PRIMITIVO, que se
caracterizou por:
− Crescimento natural lento , as vezes negativo; Altas taxas de natalidade (34`a 45%); altas
taxas de mortalidade infantil (80 à 40%) ; Baixa esperança média de vida (30 à 40 anos).
As principais causas dessa situação demográfica no regime primitivo foram:
− Frequência de guerras, frequência de calamidades naturais como cheias, secas ciclones,
frequência de epidemias, incidência de fomes, ciclones , mãs condições sanitárias e
higiénicas.
Deste modo, a população experimentava ligeiro crescimento efectivo nas épocas de
abrandamento dos factores indicados a tendência geral era um equilíbrio demográfico
mundial.
No inicio da idade moderna, o crescimento populacional ganhou um certo impulso, como
mostra a tabela abaixo.

Efectivos populacionais no mundo .

Anos Efectivos(Milhões)
1000 330
1500 450
1750 750

EVOLUÇÃO DA POPULAÇÃO COM A REVOLUÇÃO INDUSTRIAL (DO


SÉC.XVIII À XX)

Neste período, distinguem-se duas etapas principais que são: A revolução demográfica e 3ª
explosão demográfica.
1ª ETAPA (quebra do regime demográfico primitivo).
Um pouco depois da revolução Agrícola e antes da revolução industrial, o regime demográfico
primitivo quebrou-se, em consequência de, melhoria na agricultura; na saúde; na higiene
publica e no saneamento do meio, redução de epidemias; crises de fome, guerras e
calamidades naturais; instituição de leis de trabalho ( redução do horário de trabalho e

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proibição de trabalho infantil), instituição da escolarização obrigatória, melhoria de nível de
vida.
Deste modo, a mortalidade decresceu bruscamente, mas a natalidade manteve os níveis
anteriores, o crescimento natural da população mundial acelerou e surge então a Revolução
Demográfica, como indica a tabela abaixo.

Anos Efectivo (milhões)


1750 750
1900 1633
1950 2500

2ª ETAPA: (Brutal explosão Demográfica)


No séc. XX, principalmente depois da 2ª guerra mundial, deu-se a 3ª EXPLOSAO
DEMOGRAFICA, isto é, a população passou a crescer muito rapidamente, há duplicação de
efectivos em períodos curtos; a taxa de mortalidade decresceu rapidamente mas a natalidade
não acompanha totalmente essa queda; a esperança de vida ultrapassa os 70 anos; o
crescimento populacional mundial torna-se um problema ecológico.
As principais causas dessa explosão demográfica foram:
Introdução de tecnologia cada vez mais sofisticadas e de baixos custos; aperfeiçoamentos
agrícolas, industriais, sanitárias e higiénicas; Abrando de guerras; refinamento de qualidade e
nível de vida.

A tabela abaixo, população mundial séc: (XX á XXI).

Anos Efectivo em milhões


1950 2500
1960 3000
1974 4000
1987 5000
1999 6000
2010 7000
2054 9000

Evolução da população nos PD’s até o séc. XX

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A partir da roptura do regime demográfico primitivo, até aos nossos dias, a evolução
demográfica dos países industrializados do velho mundo (PD’s) da Europa Ocidental conheceu
5 fazes distintas.

1ª FASE (Entre meados do Séc. XVIII e XIX)


registou-se um acelerado crescimento da população como consequência do decréscimo das
taxas de mortalidade e a manutenção das altas taxas de natalidade devido a, melhorias
alimentares resultantes da revolução agrícola; redução de epidemias, progresso na medicina
preventiva e curativa, desenvolvimento dos meios de comunicação que facilita a divulgação da
descobertas ciênctíficas; publicação de Leis de Trabalho; os progressos industriais melhoram
constantemente o nível de vida.

2ª FASE (dos meados do Séc. XIX à 1ª Guerra Mundial)

Registou-se um declínio das taxas de natalidade a acompanhar a redução das taxas de


mortalidade, assim da-se uma regressão demográfica;
Razões:
 Emancipação da mulher;
 Aumento de encargos para a Educação de filhos;
 Difusão de anticonceptivos;
 Declínio de dogmas religiosas;
 Redução de nº de filhos melhoria da vida familiar.

3ª ETAPA ( do fim da 1ª à Segunda Guerra mundial)

Entre 1918 e 1940, nos PD’s houve uma estabilização demográfica com:
− Baixa Natalidade;
− Baixa mortalidade;
− Crescimento natural muito lente, as vezes negativo;
− Envelhecimento da população e
− Forte emigrção para Países do novo mundo.

4ª FASE ( cinco anos depois da 2ª guerra mundial)

Elaborado pelo Dr Jorge Martino e estudantes de 3º Ano Geografia U.P Nampula 2006. 20
Ocorreu uma espetacular elevação das taxas de natalidade que ficou conhecida por BABY
BOOM, ou seja explosão de Bebés e criau uma súbita elevação do cerscimento natural. Mas
ao longo deste período a situação voltou a estabilizar-se por seguintes razões:
− Euforia do pós guerra;
− Realização de casamentos adiados devido a guerra;
− Realização de filhos desejados pelos casais mas adiados devido a guerra.

5ª FASE (da década de 1960 aos nossos dias).


Dá-se uma estagnação demográfica caracterizada por:
− Muito baixo crescimento natural;
− Estabilização das taxas de mortalidade, sempre baixas;
− Elevação da esperança média de vida.

Consequência da Situação Demográfica Actual nos PD’s


Apezar das suas vantagens, a situiação demográfica actual nos PD’s cria muitas desvantagens
tais como:
− Estagnação demográfica;
− Envelhecimento da população;
− Falta de mão-de-obra;
− Pesados encargos sociais com o idoso;
− Falta de espírito empreendidor e conservadismo político e social.

Esta situação encontra-se nos países desenvolvidos do velho mundo tais como: Inglaterra,
França, Alemanha, Luxemburgo, Áustria, Holanda, Dinamarca, Suécia, entre outros.

Evolução demográfica nos Países desenvolvidos do novo mundo.

Além da Europa nos países desenvolvidos tais como: EUA, Canadá, Austrália, Japão, Nova
Zelândia, entre outros, o crescimento populacional deveu-se a fprte imigração o que causou
altas taxas de natalidade.

Elaborado pelo Dr Jorge Martino e estudantes de 3º Ano Geografia U.P Nampula 2006. 21
No entanto, entre 1930 e 1945, houve um crescimento populacional lento, devido a redução da
natalidade e da imigração, como reflexo da crise económica de 1929 à 1933.
Nestes Países, o Baby Boom, registou-se só na década de 1960. Actualmente prevalece uma
estabilidade demográfica à caminho da estagnação.

Evolução da População nos Países em via de Desenvolvimento (até o Séc.XX)

Da antiguidade aos nossos dias, a evolução demográfica nos países em via de


desenvolvimento, da África, Ásia e da América Latina, conheceu duas fases principais que se
descrevem:

1ª FASE (Antiguidade até a 1ª Guerra mundial)

Nesta fase vigorou o regime demogáfico primitivo, pelas seguintes razões:


− Debilidade económica;
− Afeição pela família numerosa;
− Analfabetismo;
− Radicalismo religioso.

2ª FASE (dos anos 1920 até aos nossos dias)

Apartir de 1920, os países em via de desenvolvimento vão entrar na fase de transição


demográfica, nào pela presença de uma economia industrial que tal sucede, mas em resultado
da importação de técnicas médico sanitárias Ocidentais.
Daí começou a registar-se uma explosão demográfica que se manifestou na:
− Na brusca redução das taxas de mortalidade, mantendo-se a natalidade muito elevada. Este
fenómeno originou uma explosão demográfica que actualmente constitui um problema,
pois trata-se de população muito jovem e por outro lado afectada por um fenómeno de sub
produção.
As medidas anticonceptivas nesse países não são largamente aceites, a população dos PVD’s
constitui a maioria do mundo, por isso a sua explosão demográfica tem grande peso no
crescimento explosivo do mundo no seu todo.

Elaborado pelo Dr Jorge Martino e estudantes de 3º Ano Geografia U.P Nampula 2006. 22
Consequências da situação Demográfica actual nos PVD’s
A explosão demográfica cria muitos problemas socio-economicos tais como:
 Desemprego;
 Sub emprego;
 Fome crónica;
 Carência de alimentos;
 Conflitos violentos;
 Baixas condições sanitárias e higiénicas; carência de habitação;
 Deficiente acesso a educação.

População verso saúde e higiene

A explosão demográfica nos PVD’s está associada a deficiência de saúde e de condições


higiénicas tanto no meio rural como no urbano, consequentemente registam-se altas taxas de
mortalidade infantil e há proliferação de doenças que não são eficazmente combatidas, porque
nem sempre existem recursos para eliminar epidemias nem promover vacinações das
principais doenças endémicas de toda população.
Nas cidades, o saneamento do meio público e higiene pública conhecem uma decadência
crescente porque nem sempre os serviços municipais cumprem o seu dever e boa parte da
população não dispõe de meios para individualmente promover higiene domiciliaria.

População verso educação

Muitas crianças em idade escolar não têm acesso a escolarização devido as reduzidas vagas em
relação a demanda ou a pobreza dos pais.
No caso de famílias numerosas e de baixo rendimento típicas dos PVD’s onde o grosso da
população é juvem. As poucas escolas registam enchentes com turmas ensardinhadas e
carentes de professores e materiais didácticos, falta de infra- estruturas escolares porque as
poucas existentes têm falta de manutenção para satisfazer a população escolar. Assim, os
índices de analfabetismo crescem nos PVDs em alguns casos.

AS DESIGUALIDADES NOS NÍVEIS DE DESENVOLVIMENTO MUNDIAL


 POPULAÇÃO vs ECONOMIA

Elaborado pelo Dr Jorge Martino e estudantes de 3º Ano Geografia U.P Nampula 2006. 23
A pesar do crescente progresso económico social e cultural que se assistiu ao longo deste
século, continua a manifestar-se à escala mundial, grandes contrastes nos níveis de confrnto de
vida e de bem-estar das populações.
Entretanto, o desenvolvimento de um país só existe quando os governantes se preocupam
com a qualidade de vida das suas populações.
As diferenças nos níveis de desenvolvimento e de qualidade de vida constituem
actualmente um dos principais problemas da nossa sociedade.

RELAÇÃO POPULAÇÃO – RECURSOS


O número de pessoas existentes no mundo ou num país é por si só um dado de pouco
interesse. Importante é o tipo de vida que essas pessoas levam.
O bem-estar humano está intimamente relacionado com três aspectos
- O desenvolvimento;
- o crescimento da população;
- O meio- ambiente.
O desenvolvimento é a criação de condições que ofereçam às populações a possibilidade
de uma mais longa, de uma melhor saúde, de uma instruções mais qualificada, de um acesso
mais facilitado de vida minimamente aceitável.

Mas o conceito de desenvolvimento não se limita apenas a estas condções. Nela estão
englobadas, noções tão importantes como a liberdade política, económica, ou social, o
respeito individual e as garantias dos direitos humanos fundamentais
Entretanto, há crescentes desigualidades nos níveis de desenvolvimento mundial, quer
dizer que, nem todos os povos (famílias) partilham do mesmo grau de desenvolvimento.
As familias, que compõe a populaçao, não usufruem da mesma forma os bens que a terra
apresenta.
Se alguns países já se encontram numa fase de grande prosperidade económica, existem
muito outros que ainda se situam num estádio de grande atraso económico, social e cultural.
Os bens materiais estão desigualmente repartidos e existem grandes contrastes entre os
países industrializados e os países em vias de desenvolvimento. Nos países desenvolvidos o
rendimento económico individual é elevado facilitando a aquisição de bens e serviços
diversos..

Elaborado pelo Dr Jorge Martino e estudantes de 3º Ano Geografia U.P Nampula 2006. 24
Nos países o rendimento individual é baixo limitando-se o consumo de bens que possam
garantir a sobrevivência. A pobreza e a subalimentação são características que se dão do
subdesenvolvimento.

POPULAÇÃO vs ALIMENTAÇÃO
Para os países pobres, actualmente, mais de 1000 milhões de seres humanos vivem
numa pobreza absoluta. A falta de alimentação é o sintoma mais grave e o mais geral dos
países subdesenvolvidos, podendo dizer-se que quase todos, padecem de fome, embora ela
exista apenas, por vezes, em algumas regiões ou em alguns países sociais.

QUAL É O COMPORTAMENTO DA POPULAÇÃO vs ALIMENTAÇÃO NOS PD?


A desertificação dos solos deixa a população dependentes da ajuda externa. Os países
do terceiro mundo são frequentimente afectados por secas que empobrecem a terra.
Por isso, a ajuda alimentar é uma prioridade para muitos milhares de habitantes dos
países dos países pobres.

A DEPENDÊNCIA ECONÓMICA DOS PAÍSES MENOS DESENVOLVIDOS


Fala-se de dependência económica para significar diferentes formas de submissão ou
subordinação de uma economia a outra economia mais forte que exerce sobre ela efeitos de de
domínio.
Para os países desenvolvidos, na medida em que não podem viver num regime de
autarquia, tem uma economia dependente.
Quais são as principais causas da dependência económica dos países em vias de
desenvolvimento?
As causas da dependência económica são muitas e estão ligadas entre si. Entre outras
podem citar-se as seguintes:
 a debilidade da capacidade interna de produção;
 a necessidade de exportar grandes quantidades de matérias-primas para poder suportar
a importaçãio de bens manufacturados;
 importação de empresas estrangeiras que controlam certos sectores económicos;
 o mercado financeiro internacional controlado pelas econmias desenvolvidas etc.

Elaborado pelo Dr Jorge Martino e estudantes de 3º Ano Geografia U.P Nampula 2006. 25
POPULAÇÃO – ALIMENTAÇÃO
A DESORDEM ALIMENTAR
Aproximadamente 1/10 da humanidade, vivendo nos mais diversos locais, incluindo
países ricos, está a atravessar situações de carência alimentar.
Nos últimos anos, muitos países estiveram sujeito as condições climatéricas
francamente desfavoráveis á agricultura e muitos e extensas ‘areas sofreram efeitos de secas
prolongadas que fizeram baixar drasticamente a produão agrícola. Esteas problemas tiveram
consequências tanto mais graves quanto os países eram mais pobres, porque por não disporem
de estruturas apropriadas para o armazenamento, conservação e distribuição dos produtos,
viram reduzidas ainda mais as suas já magras possibilidades alimentares e por isso, vêm a
atravessar uma situação de mígua estraodinariamente preocupante.
As “ajudas alimentares de emergência” que lhes estão a ser dadas nem sempre
conseguem o efeito programado, porque muitos dos produtos alimentares deteram-se nos
armazens, ou beneficiam mais a população das cidades, ou encontram dificuldades no seu
consumo, quando não fazerem parte dos hábitos alimentares normais dos povos a que se
destinam. É sempre difícil mesmo em casos de penúria, substituir a mandioca, o inhame, a
bana, a batata-doce, pelo trigo, pela soja, etc.
Muitos dos países, que nas últimas décadas ascenderam a independência ficaram
sujeitos a profundas modificações emocionais e estruturas, que levaram a graves, crises
internas ou mesmo guerras, impossibilitando a necessária produção alimentar.
Por outro lado, a saída de t’ecnicos e de pessoal especializado fez baixar a produção
agrícola, nalguns casos, de forma drástica.

A FOME NO MUNDO ACTUAL


A situação é tão crítica que uma parte dos homens não tem alimento suficiente. Pode-se
afirmar-se que 10 a 15% da humanidade passa fome ou seja, cerca de 500 milhões de homens.
Uma análise especial de problema, leva-nos a reflectir sobre o que se passa na Ásia, em África
e na América Latina.
Trinta países dessas regiões são especialmente deficitários de alimentos e a situação é
de angústia nalguns como o Bangladesh, Haiti, Etiópia, Som’alia Moçambique e de uma
maneira geral nos países do Sahel.

Elaborado pelo Dr Jorge Martino e estudantes de 3º Ano Geografia U.P Nampula 2006. 26
Entretanto, nos últimos dias, têm-se criado vários meios para superar a fome no mundo
mas tudo parece insuficiente.
As pessoas sub alimentadas reduzem a sua actividade física e intelectual. Nos países
pobres é frequente verem-se pessoas agonizando de fome na via pública.
Nas escolas, os alunos têm dificuldades em concentrarem-se e é nítido o baixo
aproveitamento. A fome corresponde à escassez de alimentos provocada principalmente
por alguma deficiência no processo de produção alimentar e que leva à má nutricão à
inanição.

Entende-se por subalimentação a ingestão de uma racção de calorias tão baixa que
venha a provocar, a longo prazo, uma diminuição patológica do peso corporal e da capacidade
física e de trabalho.
A subnutrição é uma deficiência da qualidade nutritiva da ração alimentar, na qual se
verifica quotidianamente a ausência de um ou mais elementos essenciais. Na maior parte dos
casos as populações dos países em vias de desenvolvimento sofrem de subnutrição e
subalimentação por insuficiências alimentares graves e prolongadas.

Contrariamente, em certos píses industrializados assiste-se a um consumo exagerado de


alimentação- sobrealimentação-oque conduz a problemas de saúde diferentes dos verificados
nos países pobres.

POPULAÇÃO E MEIO AMBIENTE

Meio ambiente é o conjunto dos elementos e factores físicos, químicos e biológicos,


naturais e artificiais necessários para a sobrevivência das espécies (Coelho, 1992, 274).

Meio ambiente é formado pelos elementos produzidos pela própria natureza, a chamada
primeira natureza ( solos, vegetação, rios, relevos, clima, etc.) e pelos elementos
produzidos pelo Homem ou seja, a segunda natureza habitações, fábricas, campos
cultivados, etc.) Coelho, 1992, 273

Elaborado pelo Dr Jorge Martino e estudantes de 3º Ano Geografia U.P Nampula 2006. 27
Como sabemos, de todos os seres vivos que além de fazerem parte do meio ambiente
natural, participa também de um outro ambiente especial e diferenciado: o ambiente
cultural ou artificial, que é produto da interferência, da criatividade desenvolvimento
cultural e tecnológico do Homem.
A partir da década de 70 que a consciência a percepção das reais consequências da energia
nuclear, dos grandes desmontamentos, da queima de combustíveis começou a preocupar a
opinião pública, quando os governos se reuniram em 1972, em Estocolmo sob patrocínio
da ONU.

Os exemplos de interferência do homem na natureza são inúmeros e cada veio mais


preocupantes: explosões nucleares, efeito estufa, poluição do ar e das águas, destruição das
florestas e faunas, etc.

CRESCIMENTO POPULACIONAL E RECURSOS NATURAIS


3.1 CONCÉITOS

a. Entende-se por crescimento populacional efectivo ao acto de aumento de


números de pessoas residentes num espaço territorial determinado. Resulta da
soma do crescimento natural (ou vegetativo e das migrações).

3.1.1 CRESCIMENTO POPULACIONAL


Os dados existentes mostram que a população mundial cresceu de modo contínuo ao longo
do tempo.

A intensidade, o volume e as consequências desse crescimento nos últimos 50 anos e em


particular atingiram proporções impressionantes. A preocupação com este crescimento
inicia Há cerca de dois séculos particularmente nos séculos XVIII com o aparecimento das
teorias demográficas em especial a malthusiona, 1978, conhecida também como teoria
Anti-natalista. Esta teoria, encara o crescimento explosivo da população como um grande
perigo para humanidade e preconiza uma limitação voluntária desse crescimento.

Elaborado pelo Dr Jorge Martino e estudantes de 3º Ano Geografia U.P Nampula 2006. 28
Segundo Thomas Robert Mathius (1798), a população cresce em progressão geométrica
enquanto a produção cresce em progressão aritmética, levando a proliferação da fome,
epidemias, guerras e conflitos sociais (Coelho,19)

Tabela de acrescimento da população

ANO POPULAÇÃO (MILHÕES) TAXA DE CRESCIMENTO


ANUAL EM ٪
8000 5
a.C.
1 d.C. 250
1650 500
1800 900 0,16
1850 1200 0,53
1900 1600 0,64
1950 2500 0,89
1990 5250 1,60
2000 6100 1,50
1025 8200 1,20
2050 9500 0,60

A humanidade só tomou consciência da verdadeira gravidade desta questão após a segunda


guerra mundial, em virtude do processo de descolonização e da própria explosão
demográfica.

A medida que a população aumentava, crescia também a variedades de produtos e bens


necessários ao seu uso e sobrevivência.

O Homem desencadeou progressivamente técnicas cada vez mais aprimoradas da


intervenção , aproveitamento e domínio da natureza, aumentando e diversificando as suas
necessidades de uso e consumo.

O sucesso da revolução industrial contribuiu de modo decisivo para baixa taxa de


mortalidade e elevada taxa de natalidade devido a melhoria das condições higiénicas-

Elaborado pelo Dr Jorge Martino e estudantes de 3º Ano Geografia U.P Nampula 2006. 29
sanitárias, médicos –hospitalares e alimentares e no combate as epidemias, reduzindo de
forma gradativa a mortalidade. Entretanto, durante quase todo o século XIX, a natalidade
permaneceu elevada, o que explica o grande crescimento populacional da Europa nesse
período.

Nesse contexto, importa referir que, para a satisfação das necessidades básicas, o homem
relaciona-se com a natureza, ou melhor, com o meio ambiente circundante para dele tirar
Recursos Naturais, indispensáveis para a sua sobrevivência.

1.4.1 Tipos de pirâmides etárias

a) Pirâmide de população jovem ou expansiva

Esta pirâmide caracteriza-se por uma maior proporção de jovens relactivamente superior a
30% da população total. Tem a base larga e estreita no topo, inferior a 10% da população
idosa.
Trata-se de uma população no auge do crescimento mais ou menos rápido, com taxa de
natalidade alta e taxas de mortalidade e esperança média de vida baixa inferior a 40 anos. É
uma pirâmide característica dos PVDS.
O continente africano é o que apresenta a população mais jovem com cerca de 45% da
população com menos de 15 anos.
A maior proporção de jovens significa maior encargo ao estado com a educação, saúde,
elevada taxa de analfabetismo, maior número de mão-de-obra infantil (pirâmides).

Gráficos nºs 8,9,10: Pirâmides etárias de Moçambique, Malawi, México

Elaborado pelo Dr Jorge Martino e estudantes de 3º Ano Geografia U.P Nampula 2006. 30
b) Pirâmide de população adulta ou
construtiva

Apresenta-se como uma pirâmide com maior


proporção de população intermédia, entre a população jovem e idosa, dos 15 aos 65 anos.
É típica dos países que atingiram o desenvolvimento socio-económico recentemente, com
reflexos que tendem a progredir. Apresenta a taxa de natalidade que tende a diminuir e com
elevada esperança média de vida.
Tem a base ligeiramente larga, com a parte intermédia larga e o topo ligeiramente estreito
(pirâmides nºs).

Pirâmides etárias de Cuba e Brasil.

c) Pirâmide da população idosa ou estacionária

A pirâmide da população idosa tem a maior percentagem de idosos com +65 anos, superior a
10% apresenta uma base relativamente estreita e o topo largo.
É característico dos países velhos industrializados com baixas taxas de natalidade e
mortalidade e um crescimento natural baixo, o que indica encargo ao estado com as reformas,
pensões, lares da 3ª idade, merecendo mais cuidados. Há redução da mão-de-obra activa
consequentemente diminuição dos rendimentos económicos (pirâmides nºs 18-19).

Elaborado pelo Dr Jorge Martino e estudantes de 3º Ano Geografia U.P Nampula 2006. 31
Estruturas etárias de EUA, França, Portugal.

Na actualidade, a estrutura etária do globo tem 2 tendências


básicas:

a) O rejuvenescimento (população com – 15 anos), que


ocupa maior percentagem no mundo, especificamente
nos PVDS.
a) O envelhecimento, tem vindo a aumentar o número de
idosos no mundo, com cerca de 600 milhões no mundo, conforme
Ilustra a tabela, de proporção de idosos em alguns países.

Os 10 países com a maior proporção de pessoas acima dos 60 anos.


Taxa de crescimento anual da população em %
Países População total 1970/1990 1990/2000
(milhões) – 2000
China 1.275.1 1.6 1.0
Índia 1.008.9 2.1 1.8
EUA 283.2 1.0 1.1
Indonésia 212.1 2.1 1.5
Paquistão 145.5 0.6 -0.2
Japão 127.1 0.8 0.3
Nigéria 11.9 2.9 2.8
Alemanha 82.0 0.1 0.3
México 98.9 2.5 1.7
Egipto 67.9 2.3 1.9
Reino Unido 59.4 0.2 0.3

Elaborado pelo Dr Jorge Martino e estudantes de 3º Ano Geografia U.P Nampula 2006. 32
França 59.2 0.6 0.4
Etiópia 62.9 2.5 2.8
Fonte: O.N.U/ UNICEF, 2002.

1. O RELACIONAMENTO HOMEM-NATUREZA

A natureza é formada pelo conjunto dos recursos naturais que constituem a base material da
existência do Homem.

A forma de relacionamento do homem com a natureza depende de vários factores, tais como
modo de produção, estágio socio-económico e tecnológico, etc.,. Nas antigas sociedades
comunitárias, por exemplo, a dependência do homem com relação a natureza era total.

O Homem retirava da natureza apenas o necessário para a sua sobrevivência.

Com o advento do capitalismo industrial, a exploração dos recursos naturais sofreu profundas
alterações em relação os seus objectivos, volume e necessidade. Está completamente
demonstrado que a descontrolada e desmetida industrialização contribui dia-a-dia, para uma
cada vez mais poluição da Biosfera. E como consequência desastrosa, verificamos que tudo
aquilo que a humanidade tem levado décadas a conseguir, e a natureza, muitos milénios a
desenvolver, está a ser destruído e empobrecido num espaço de tempo de poucos anos. Por
outras palavras, uma exploração excessiva e irracional dos recursos naturais pode acarretar o
precoce esgotamento dos recursos não-renováveis e até mesmo comprometer a renovação de
outros (solo, vegetação, fauna, etc.).

2. UTILIZAÇÃO DOS RECURSOS NATURAIS

Ao longo do tempo o Homem passou a dominar a natureza em seu benefício, modificando o


ambiente natural ou biofísico, procurando uma melhor qualidade de vida.
Inicialmente o homem dependeu da natureza. Nos primeiros tempos da sua existência
participava do mesmo modo que as outras espécies nos ciclos da matéria da biosfera.
Para satisfazer as suas necessidades básicas o homem viveu da caca, da pesca e da recolecção.

Elaborado pelo Dr Jorge Martino e estudantes de 3º Ano Geografia U.P Nampula 2006. 33
Com o desenvolvimento da agricultura e a domesticação dos animais, começa uma nova fase:
a acção do homem sobre a naturezas cada vez maior –destrói florestas , afecta o ar, a agua, o
solo e outros seres vivos animais.
E a partir do século. XVIII, com a revolução industrial, que tem lugar grandes modificações
ambientais; a paisagem resultante e cada vez menos natural; contaminação do ambiente –
muitas fábricas, chaminés fumigar bairros habitacionais de vea qualidade, poucos espaços
verdes, desflorestamento, etc.

Elaborado pelo Dr Jorge Martino e estudantes de 3º Ano Geografia U.P Nampula 2006. 34
UNIDADES 2: AGRICULTURA

2 . A ORGANIZAÇÃO DO ESPAÇO AGRÁRIO

Ao falarmos das primeiras paisagens humanas não deixamos de lado a actividade económica
que mais se evidenciou, a agricultura, pela sua importância na vida do homem.

De acordo com Leite(1989:8) ate 1983, 61% da população mundial vivia em meio rural, o que
quer dizer as suas actividades principais eram do sector primário.

É certo, que durante muito tempo o homem sobreviveu da colheita de produtos da terra através
da actividade agrícola. Então, o que é agricultura.

2.1.1 Conceito da agricultura

Muitos autores emitiram suas opiniões, entre os demais destacam-se

1. A agricultura e simplesmente o cultivo dos campos quer com vista a obtenção de


produtos alimentares para o homem, para a industria , ou para os animais

2. A agricultura pode ser definida como uma domesticação de plantas e dos animais teias
ao homem (Piere George Asud LEITE,1989: 8).

3. Agricultura é a artificializacao pelo homem do meio natural com o fim de o tornar mais
apto ao desenvolvimento de espécies vegetais e animais, elas próprias melhoradas
(Rene Dumont, Ibid.).

4. Agricultura é o conjunto dos processos através dos quais o homem conseguiu obter da
terra pelo plantio de certos e determinados produtos vegetais que interessam
particularmente a sua vida (Jossue de Castro, apud LEITE 1989, 8)
Se analisarmos cuidadosamente os conceitos concluímos que:
A actividade agrícola e uma acção consciente surgiu com o intuito de satisfazer a necessidade
do homem como é o caso de alimentação, fornecer ao homem o vestuário por meio de
transformação de produtos.

Elaborado pelo Dr Jorge Martino e estudantes de 3º Ano Geografia U.P Nampula 2006. 35
2.1.2 GRANDES ETAPAS DO DESENVOLVIMENTO DA AGRICULTURA

2.1.3 Origem e difusão

As plantas e os animais, cruciais para a vida do homem interessa a geografia não só pela sua
utilidade mas também como indicadores de conexões, migrações do passado e das inter
relações entre os meios e os grupos humanos (Erich Isac, Apud Leite 1989, 8).
Este facto demonstra que o homem na sua constante pratica, observou e provou de que
algumas espécies vegetais como animais eram vantajosas relativamente as outras.
Essas vantagens, obrigaram-no a seleccionar as mais interessantes para a sua manutenção de
geração a geração ate actualidade.
Mas, a questão é: quando teria iniciado esta actividade? Qual e o local que constitui o berço
da agricultura? “
(...) inicio da partida para agricultura ,tem de coincidir com a passagem do nomadismo a
vida fixa (...)”
É sabido de que homem do paleolítico não passava de um nómada colector, o alimento por ele
consumido estava ao critério da natureza que espontaneamente o oferecia.
Quer dizer, o cultivo de plantas e a domesticação de animais era totalmente desconhecida.

2.1.4 Como terá surgido a agricultura?

Muitos autores consideram que a agricultura surge por necessidade, pelo facto do homem se
sentir obrigado a encontrar alternativas para a sua permanência na natureza dado que as
condições do meio ambiente teria alterado e a comida fosse escasseando.
Historicamente, o homem abandona o estagio de (recolector e caçador), passando ao estagio
mas avançado o de (pastor e agricultor) entre os anos 10000 a 7000 ac, em diferentes lugares
da Superfície da Terra.. Este acontecimento ocorre no neolítico.
O aparecimento da agricultura (a sedentarizaçao), produziu consequências imediatas na vida
do homem.

Elaborado pelo Dr Jorge Martino e estudantes de 3º Ano Geografia U.P Nampula 2006. 36
2.2.1 A AGRICULTURA NO NEOLÍTICO

Como se referiu a linhas atrás, o homem do paleolítico viveu essencialmente da pesca, da caça
e da recolecção de frutos e planta “características da vida nómada” deslocando-se segundo as
estacões, mediante a escassez ou ainda abundância de produtos naturais para o seu alimento.
Graças a revolução neolítica o ser humano abandona a dependência “total da natureza”
tornando-se um verdadeiro explorador da natureza a partir da actividade agrícola e dela,
produziu bens para assegurar a sua alimentação e outras necessidades vitais.
Técnicas utilizadas
O tipo de agricultura praticada naquelas sociedades bem como as suas técnicas eram sem
duvida muito rudimentar . COSTA et all, refere que:
Enterrava-se no solo, com ajuda de um pau, raízes frescas ou sementes de
plantas comestíveis . Deitava se abaixo florestas com machado ou por meio de
fogo(...) nos pradarias utilizava se a foice para ceifar o pasto para o gado e
abandonavam a terra quando esgotavam.
O machado de pedra passa a ser de cobre na idade dos metais tal como o arado
que vai permitir lavrar terrenos mais duros.

Produtos Domesticados
O homem do neolítico cultivava os produtos abaixo:
Cereais: o trigo, cevada, o milho miúdo - na Ásia, Africa e Europa.
A domesticação de animais: o cão, o gado ovino, bovino e caprino fez-se simultaneamente
em numerosas regiões.
O primeiro animal a ser domesticado foi o cão, alguns autores consideram que o cão foi
domesticado para ajudar a guardar o rebanho e actividades de caça.

Instrumentos utilizados
o A foice e o moinho foram aperfeiçoados e transformados. A invenção da roda foi a
maior invenção do neolítico.
o As realizações tecnológicas do homem neolítico, a domesticação das primeiras plantas
e dos primeiros animais, as técnicas da olaria e da tecelagem permitiram no homem a
divisão dos trabalhos e o inicio da humanização.

Elaborado pelo Dr Jorge Martino e estudantes de 3º Ano Geografia U.P Nampula 2006. 37
2.2.2 AGRICULTURA NO MUNDO ANTIGO

Quando falamos da agricultura do mundo antigo referimo-nos a do crescente fértil, que e faixa
da terra em forma de quarto da lua, região que abrange o actual Egipto, A Palestina a Fenícia,
a Síria, o Chipre a Mesopotâmia, indo desembocar ao Golfo Pérsico como nome, indica, foi
uma região muito fértil devido as terras aluvionores
depositadas pelos rios que ai atravessam. Nestes vales, desenvolveu-se uma agricultura
irrigada.
Produtos cultivados: arroz, cevada, eram também cultivados, o centeio, o algodão, a cana-
de-açúcar, o coco, plantas aromáticos e legumes.
Técnicas utilizadas: irrigação de campos por meio construção de poços, aquedutos sistemas
de canais ligados aos rios ou lagos, diques e barragens, reservatório e terraços para a
acumulação de agua e impedir que húmus fosse arrastado.
No extremo oriente nas margens do rio Ganges e do rio Amarelo, agricultura era um bem
desenvolvido.
Na Índia a agricultura em principio era uma actividade secundaria em relação criação do gado.
No Egipto desenvolveu-se agricultura irrigada através dos canais de distribuição da agua
retirada do Nilo, cultivava-se o centeio, o trigo, a cevada e o para alem de frutos como melão.
Na pecuária, criava-se animais como: cães, bois, burros, porcos, camelos e aves.

2.2.3 A AGRICULTURA NA ANTIGUIDADE CLÁSSICA

2.2.4 Na Grécia, 79% da região era ocupada pela montanha, dividiu as terras aráveis em
pequenos compartimentos isolados.
Os bons solos, localizavam-se em estreitas planícies a fluviais costeiras onde era desenvolvida
a agricultura de regadio.
Na tentativa de aumentar áreas de cultivo, os Gregos produzem nas encostas das montanhas
usando as técnicas de socalcos.
Devido a secura do clima associado com a pobreza do solo, os Gregos desenvolveram também
uma agricultura de sequeiro e extensiva, com afolhamento e período de pousio.

Elaborado pelo Dr Jorge Martino e estudantes de 3º Ano Geografia U.P Nampula 2006. 38
O sistema de afolhamento trienal compreendia: um ano semeava-se cereais, no seguinte raízes
e tubérculos e no terceiro ano como pousio para pasto de animais.
Instrumentos usados: charrua de madeira e mais tarde rodas de arado de ferro.
Produto cultivado: cevada, trigo, a oliveira e a vinha.
Devido a insuficiência os solos aráveis, os Gregos desenvolveram outras actividades como a
cerâmica, a olaria, produção de vinho e azeite os quais trocavam com os seus vizinhos e deles
recebiam os alimentos.

2.2.5 Na Roma

Técnicas e instrumentos utilizados na produção agrícola


A historia da Roma abrangem os anos entre 753 a.C. e 476 d.C. (data da queda de império do
ocidente).
Os romanos atingiram um alto nível de produção agrícola. Tornaram-se peritos na construção
de barragens e canais, saneamento de solos gerados a métodos de drenagem e instalação de
canalizações subterrâneas.
Produziam a vinha, espelta, (uma espécie de trigo), cevada e mais tarde o feijão, alho, a cebola,
a oliveira e praticava-se a cultura intensiva.

2.2.6 A AGRICULTURA MEDIEVAL

Muitos historiadores relatam que a invasão dos bárbaros ao império romano do ocidente em
476 d.C. gerou uma certa desorganização na Europa e a consecutiva crise ao progresso
cientifico. A economia que conhecia um certo desenvolvimento retrocedeu devido:
o As invasões germânicas acentuaram a ruína da economia romana;
o Contribuíram para a perturbações na circulação de produtos na Europa, tornando
inseguras as rotas comerciais;
o Má qualidade das estradas foram também uma grande inconveniência para o
desenvolvimento da actividade agrícola.
Com tudo, distinguem-se duas fases da agricultura medieval:
2.2.6 A primeira fase

Elaborado pelo Dr Jorge Martino e estudantes de 3º Ano Geografia U.P Nampula 2006. 39
A primeira fase (idade feudal), corresponde ate a primeira metade da idade media,
sensivelmente ate aos séculos IX a X, o comercio conhece um progressivo declínio em toda
Europa.
A agricultura era de subsistência como também a economia. A decadência das actividades
artesanais e das cidades conferia maior importância a agricultura num ambiente de fraca
produtividade, escassas trocas e isolamento de cada grupo sobre si próprio – características de
uma economia rural fechada.
A terra era uma propriedade da minoria nobre (os senhorios, mosteiros ou ao rei). Os
camponeses que ocupavam as terras e as cultivavam não eram os proprietários das mesmas e
faziam esta ocupação mediante um produto em género ou por vezes em dinheiro.
Técnicas e instrumentos utilizados: Praticava-se um afolhamento bienal em que uma porção
do terreno era deixada em pousio e a outra cultivada, para o ano seguinte se proceder a
rotação.
Os instrumentos era extremamente rudimentares. Usava-se a enxada, o arado de madeira e a
foice.
Plantas cultivadas: Destacava-se o trigo, centeio, ervilha, feijão, cevada, veia, para alem de
legumes como o alho, beterraba e o repolho.

2.6.2 A segunda fase:


Entre os séculos XI ate ao Renascimento, esta fase foi marcada por sucessivos
aperfeiçoamento das técnicas e introdução das novas técnicas que permitiram praticar uma
agricultura mais rentável.
É introduzida a charrua de ferro para puder remover solos duros.
A grade de ferro para a lavra, a gadanha para a ceifa, o molho para a base dura dos cereais e o
ancinho, tornam mais eficaz o trabalho do camponês.
O afolhamento bienal persiste em alguns anos e mais tarde introduziu-se o afolhamento trienal.
Contudo os rendimentos agrícolas eram fracos, apesar das técnicas sofrerem uma mínima
evolução e a eliminação dos encloususers, surgindo assim grandes unidades de exploração
agrícola.
É assim que a revolução agrícola que antes permitiu a manutenção demográfica vai conduzir a
revolução industrial.

Elaborado pelo Dr Jorge Martino e estudantes de 3º Ano Geografia U.P Nampula 2006. 40
fig. 1. As colhedoras, de Millet

2.2.7 A AGRICULTURA NA ÉPOCA DOS DESCOBRIMENTOS

Em meados do século XV, a Europa entra em contacto directo e por mar com o mundo
essencialmente com o mundo tropical húmido. Foram estabelecidas assim, rotas e redes
mundiais de relações marítimas inter-continentais.
Estes contactos internacionais, geraram modificações profundas no campo das actividades
agrícolas, pelo resultado de cruzamento de plantas, expansão de culturas para áreas onde
anteriormente não existiam, selecção de plantas mais rentáveis entre outros aspectos, as
quais podem, ser chamadas por uma revolução biológica. Esta revolução resultou do
intercambio de plantas e animais de um local para como de regiões temperadas para as
tropicais e vice-versa.
Como por exemplo, a América rica em património de culturas agrícolas difundiu
rapidamente os seus produtos à varias regiões do mundo, destacando os seguintes
produtos: milho, feijão, abóbora, tomate, mandioca, tabaco entre outros.
Como consequência da revolução biológica, ocorreu no mundo uma revolução
demográfica.
Outra das mais rigorosas do desencadeamento de uma revolução biológica a escala
mundial causada pelas grandes descobertas foi sem duvida a facilidade com que as
plantações, animais e vegetais se efectuaram bem como as grandes mutações económicas e
sociais.

2.2.8 A REVOLUÇÃO AGRÍCOLA.

No século XVIII, desenvolve-se na Europa o fisiocratismo, uma doutrina económica


contra a politica mercantilista que defendia de que a verdadeira riqueza das nações se

Elaborado pelo Dr Jorge Martino e estudantes de 3º Ano Geografia U.P Nampula 2006. 41
encontrava na agricultura, porque, da agricultura dependem todas actividades económicas e
alimentação.
A fisiocracia defendia a liberdade de produção, concorrência e maior investimento de
capital na agricultura e pecuária.
Esta teoria obrigou aos agricultores Europeus a especializarem-se nas técnicas de
produção, o que significo adopção de novas rotações acompanhadas pela eliminação do
pousio, produção em grandes quantidades de novos produtos como o milho, beterraba,
batata entre outros.
A introdução de novas culturas, adubos verdes, estrumes, abertura de canais associados a
novos instrumentos ou a melhoria dos instrumentos já conhecidos, constituíram um enorme
avanço técnico da agricultura a que se chamou por revolução agrícola, a qual permitiu a
segunda explosão demográfica.
As melhorias qualitativas juntaram-se ao aumento de os campos agrícolas e das sua
extensões, modificações nas estruturas agrárias, novos afolhamentos e consequentemente o
aparecimento do emparcelamento.

Fig 2. A mecanização da lavoura auxiliou a aumentar a produtividade das terras em muitos


países

2.2.9 A AGRICULTURA COM A REVOLUÇÃO INDUSTRIAL

A revolução industrial foi uma condição necessária para dinamizar as actividades agrícolas a
medida em que a industria forneceu ao sector agrícola ferramentas de ferro e maquinas
agrícolas.
Partir da primeira década do século XIX, os campo do sector agrícola sofre grandes
modificações associadas ao uso sistemático de varias maquias agrícolas que iam substituindo

Elaborado pelo Dr Jorge Martino e estudantes de 3º Ano Geografia U.P Nampula 2006. 42
continuamente a força muscular humana e do animal, marcando deste modo um grande inicio
irreversível ao progresso dos sistemas agrários.
O ramo dos transportes que também se beneficiou dos inventos da revolução industrial
permitiu por um lado a facilitação de escoamento, comercialização e expansão das técnicas de
produção e dos produtos agrícola.
Muitas regiões se beneficiaram de profundas transformações agrícolas com abertura de novas
rotas de transportes.
São ainda os transportes que condicionaram massivas e rápidas modificações na distribuição
de culturas e métodos de produção agrárias.

Fig 3. O plantio em terraços é uma técnica muito empregada em áreas de relevo íngreme

Progressos científicos no domínio da agricultura

o 1690 – Teoria da maquina a vapor;


o 1698 – Maquina a vapor para elevar a agua;
o 1730 – Sistema Norfolk de rotação de culturas;
o 1803 – Maquina debulhadora a vapor;
o 1824 – Ceifeira mecânica;
o 1875 – Ceifeira enfardadeira;
o 1902 – Primeiro tractor agrícola.

Elaborado pelo Dr Jorge Martino e estudantes de 3º Ano Geografia U.P Nampula 2006. 43
2.3 AGRICULTURA COM A REVOLUÇÃO CIENTIFICA

Com o alvorecer do século XX, aliado a generalizada dos avanços científicos a agricultura
conhece outro dinamismo. Ainda, as exigências do mercado vão promover para que a
produção agrícola seja quantitativa.
A crescente e progressiva mecanização e a revolução do sector industrial condiciona e
modifica as estruturas sociais e os seus respectivos campos.
O tractor modernizado, exige o aumento na construção de parcelas agrícolas cada vez mais
maiores e com unidades de produção rentáveis.
Os campos sofrem uma pesada mecanização recheada de modificações e inovações de
técnicas e meios agrários.

.
Fig 4 a mecanização no mundo desenvolvido substitui a força muscular.
A ciência revolucionou o sector agrícola nos seguintes moldes:
o A actividade agrícola passa a ser uma actividade cientifica pela introdução dos
meios de produção adequados para cada espécie de cultura,
o A agricultura é ligada a experiências laboratoriais, que compreendem o estudo dos
vegetais,
o Associa-se ainda a genética (hereditariedade), selecção e hibridaçao de sementes
ou planta,
o A pedologia (estudo dos solos) e técnicas adequadas para produção,
o Associa-se ainda a biologia, climatologia e outras áreas do saber.
A coesão dos estudos científicos com outra aras, permitem um melhor um melhor aumento dos
rendimentos e da qualidade de produção nos domínios agrícolas.

Elaborado pelo Dr Jorge Martino e estudantes de 3º Ano Geografia U.P Nampula 2006. 44
A agricultura associada ao conhecimento cientifico e orientada para o mercado, desenvolveu-
se em muitas regiões do mundo.
Nos países em vias de desenvolvimento paralelamente a agricultura de subsistência apareceu a
agricultura de plantação moderna e virada para o mercado.

3.1 AGRICULTURA NA ACTUALIDADE

Ao falarmos da agricultura na actualidade é importante distinguir o mundo em dois pólos


socio-económicos. O dos países em via de desenvolvimento com especial destaque as antigas
colónias dos países Europeus localizados na sua maioria no hemisfério sul ( América latina e a
africa) e com países Asiáticos e com a excepção do Japão com a ex-URSS (a Rússia).
Nestes países ate então adoptam agricultura tradicional característica do mundo antigo,
prevalece o uso de técnicas pouco evoluídas ou mesmo rudimentares, muitas vezes
transmitidas de geração para geração.
O índice de mecanização é bastante baixo ou mesmo nulo, o trabalho é quase na sua totalidade
exclusivamente manual, com predomínio de mão de obra familiar, apesar em alguns casos ser
usada a força animal para tracção como o caso de boi, cavalo, burro e outros.
O uso de fertilizantes químicos é insignificante podendo ser em maior dos casos nula.
Nau há critérios para a selecção de semente e a ocupação dos solos é feita sem qualquer
estudo.
A agricultura é dependente dos factores físicos naturais.

Homem trabalhando no cultivo de arroz nos paise em desenvolvimento.

Elaborado pelo Dr Jorge Martino e estudantes de 3º Ano Geografia U.P Nampula 2006. 45
Enquanto nos países em desenvolvimento se opera a agricultura de subsistência, nos países
desenvolvidos a agricultura apoia-se cada vez mais na investigação cientifica e na industria.
Estas áreas fazem com que a actividade agrícola aperfeiçoe técnicas e métodos de produção
agrícola que não dependam das condições fisico-naturais com as seguintes características:
A agricultura é desenvolvida paralelamente as estacões agrárias com laboratórios de
investigação agrárias bem sofisticados os quais permitem criar e seleccionar espécies de
melhor qualidades de maior rentabilidade no mercado, investigação de espécies mais
resistentes a pragas, doenças, intempéries e adaptáveis a diversas condições do meio natural.
O cultivo de plantas é antecipado pelo estudo das características físicas e químicas do solo.
Há uso de fertilizante químicos e pesticidas para a eliminação de doenças e pragas de modo
racional permite uma produção rápida e qualitativa.
O alto grau de mecanização possibilita uma produtividade em grande escala e torna as
operações agrícolas muito facilitadas com menos desgaste da força humana.

1. FACTORES FISICOS NATURAIS

A produção agrícola e a organização do espaço agrário depende de vários factores que


podem ser agrupados em factores físicos naturais e factores humanos.

Factores físicos

São factores físicos naturais da produção e organização do espaço agrário os seguintes:

▪ O clima
▪ O solo
▪ O relevo

O clima – é um dos factores muito importante da produção agrícola e da organização do


espaço agrário, através das suas características, na ciência o clima impõe limites naturais das
plantas cultivadas e dos animais criados nas distintas parcelas do globo terrestre. Por exemplo,
há plantas típicas das zonas tropicais, outras só do deserto ou das zonas temperadas.

Elaborado pelo Dr Jorge Martino e estudantes de 3º Ano Geografia U.P Nampula 2006. 46
O solo - é o elemento fundamental para qualquer tipo de agricultura. Além de ser o
suporte das plantas, é ele que lhes fornece os nutrientes.

O solo provem da rocha-mãe, que lhes está subjacente e forma-se com a ajuda dos
organismos vivos e da atmosfera. É uma camada viva, dinâmica, móvel e de espessura
variável.

As rochas decompõem-se em elementos minerais, segundo processos físicos


(fragmentação) e químicos (dissolução, corrosão, etc.). Estes juntamente com os restos
orgânicos dos seres vivos (vegetação e fauna que fornecem a matéria orgânica), vão constituir
o solo certos organismos vivos – decompositores, decompõem então toda a matéria orgânica
existente no solo. Transformam-na em elementos minerais solúveis (nitratos) de que ira
resultar o húmus, absorvido pelos vegetais; cada tipo de rocha da origem a um solo com
características distintas.

Como nem sempre essas características se coadunam inteiramente com as culturas que ai
se praticam, usa-se altera-las artificialmente. Fazem-se aplicações de estrumes ou adubos;
colagens, acidificações, métodos culturais como lavouras profundas, subsolagens, e alqueives,
drenagens ou secagens, irrigações, etc.

O solo constitui para a agricultura um elemento fundamental pois é o suporte directo de


todas as rochas subjacentes.

O solo desenvolve-se no contacto com a rocha por um lado, e por outro, com os
organismos vivos e a atmosfera. Procede duma dupla origem e representa uma camada viva,
móvel e de espessura variável. A parte superficial da rocha decompõe-se segundo processo
físico (fragmentação) e químico (dissolução); a rocha-mãe resolve-se, finalmente, em
elementos simples que entram na composição do solo. Esta fracção mineral comporta
elementos de tamanho variável.

O albedo é mais elevado nos solos claros e secos e menor nos solos escuros e molhados;
este fenómeno é importante na medida em que modifica, na vizinhança do solo, as condições
da atmosfera e restituição do calor, à noite, pode evitar a formação do gelo em plantas muito
baixas, como a vinha, que ocupam, assim, à ambiência geral da atmosfera.

Elaborado pelo Dr Jorge Martino e estudantes de 3º Ano Geografia U.P Nampula 2006. 47
As couraças das regiões tropicais são um enorme obstáculo à agricultura e, muitas vezes,
uma consequência desta.

Os solos podem ser classificados diversamente. Hoje, distinguem-se em função da sua


evolução, os seguintes tipos:

- Solos pouco evoluídos, insaturados, são os solos das tundras, geralmente ácidas.

- Solos pouco evoluídos, saturados, com um horizonte a espesso são os solos formados
sob calcários duros, são solos carbonatos.

- Os solos de estepes, ricos em matéria orgânica. Tchernozion é um tipo conhecido com


horizonte a espesso, de 60cm, negro-são terras férteis favoráveis a cultura cerealífera.

- Solos castanhos e cinzentos das estepes – são menos ricos que as anteriores em matéria
orgânica. No limite dos desertos encontram-se solos cinzentos subdeserticos.

- Solos evoluídos com fenómenos de migração prolongadas, onde se individualizaram


bem os diferentes horizontes; são os solos cinzentos típicos, os solos lixiviados dos climas
temperados húmidos; onde o horizonte B2 é rico em óxidos ferricos, temos os solos
ferraginosos ou ferraliticos dos climas tropicais.

Esta classificação pretende mostrar a grande variedade de solos e, portanto, sugerir a


diversidade de condições que se apresentam à agricultura.

O relevo deve ser considerado neste estudo sob 2 pontos de vista: por uma lado, como
factor de alteração climática, por outro como elementos sujeito a intensa erosão.

E sabido que as alterações climáticas resultantes do relevo reflectem-se na temperatura,


que diminui com a altitude (cerca de 0.6˚C/100m) e, por isso, a maior parte das plantas não se
adoptam a regiões muito altas. Ainda podem completar o seu ciclo vegetativo, especialmente
rejeitadas como locais agrícolas. No entanto, as encostas soalheiras (expostas a Sul no
Hemisfério Norte) oferecem boas condições para o cultivo de certas espécies, exigentes em
calor (como por exemplo a vinha).

Elaborado pelo Dr Jorge Martino e estudantes de 3º Ano Geografia U.P Nampula 2006. 48
No segundo caso, agora vistas como elementos sujeitos a intensa erosão,
especialmente originada pelas águas das chuvas, as encostas exigem certas unidades.

Assim, é forçoso construir socalcos e efectuar operações de cultivo segundo as curvas de


níveis de forma a contrair a destruição do solo.

«O relevo afecta a agricultura através da inclinação, altitude e drenagem. Qualquer


destes factores poderá tornar a agricultura impossível, ou, então inviável economicamente, os
dois primeiros por serem excessivas e o terceiro por ser inadequado».

Modificando localmente as condições do clima ele esta sujeito a uma erosão mais ou
menos intensa que degrada os solos e impõe aos trabalhos agrícolas, devido ao pendor e
irregularidade das encostas, uma perda de energia maior que num terreno plano.

A temperatura diminui, regra geral, o 0.6˚c por cada 100 m que se sobe. A partir de certa
altitude este limite varia com a latitude e as plantas não podem amadurecer, os planaltos das
regiões tropicais são mais favoráveis a agricultura que as terras baixas desde que a qualidade
de chuva e as temperaturas permitam uma variedade grande de plantas.

2. Factores condicionantes na organização do espaço agrário

2.1. Factores naturais

a) Condições climáticas

O clima – é a força dinâmica mais fundamental que afecta tudo quanto existe à
superfície terrestre através dos seus diversos elementos.

O clima condiciona o cultivo das plantas e a criação de animais, impondo limites que
têm a ver com o calor, o frio que assegura a humanidade, a duração das estações do ano, a
distribuição da trelipitação, o que leva a concluir que são esses elementos (temperatura e
precipitação), os factores mais significativos para a organização do espaço agrário.

Elaborado pelo Dr Jorge Martino e estudantes de 3º Ano Geografia U.P Nampula 2006. 49
A Temperatura - a vida vegetal é influenciada pela intensidade e pelas variações
técnicas cada planta possui um máximo e um mínimo de temperatura, a partir das quais não
poderão servir. Assim encontramos plantas de luz e plantas de sombra.

Em lugares secos é possível o desenvolvimento de certas plantas, se elas forem irrigadas


artificialmente como no Oeste dos Estados Unidos, Nordeste de Africa e Noroeste da Índia. A
água que vem das terras altas e desce até estas áreas áridas favorece a agricultura e em áreas
semi-áridas possibilita o «dry-farming».

Um problema sério do crescimento das plantas em áreas secas advém da qualidade das
chuvas diminuir e à medida que esta diminuição se verifica, a sua variação de ano para ano
tende a aumentar originando assim uma sucessão de estação de ano extraordinariamente secas,
o que pode ser desastrosa para os agricultores.

A penúria das chuvas é, por vezes, corrigida com um contributo de água, esta correcção é
mais fácil nas regiões temperadas onde, por um lado, as securas são relativamente curtas e,
onde por outro lado, as reservas de água no solo são abundantes.

O problema é completamente diferente nas regiões áridas onde não há nenhum rio que
constitua uma reserva hídrica permanente.

Um outro meio de libertas das condições naturais uma planta e, sobretudo estender os
limites que lhe impõem as condições de temperatura, reside na criação, por hibridação, de
variedades novas:

Por exemplo, a cultura de milho pôde generalizar-se em França, na Bacia de Paris,


quando ela se distribuía unicamente em regiões de verões quentes e húmidos.

A temperatura regula a vida das plantas e cada espécie, para o seu desenvolvimento
exige um mínimo de cada sem o qual não sobrevive, de igual modo, suporta um máximo, para
além do qual o seu ciclo vegetativo se tornara duvidas.

Mas para que o factor térmico funcione com o decisivo, é forçoso atender à quantidade
de humidade existente no solo.

Elaborado pelo Dr Jorge Martino e estudantes de 3º Ano Geografia U.P Nampula 2006. 50
As temperaturas poderão ser óptimos, mas se a quantidade de água no solo for mínimo,
nula, ou demasiado abundante, a vida da planta, de igual modo, estará comprometida.

Cada espécie tem o seu «habitat» e a cada região ou zona climática pertence um
determinados números de espécie que se adaptaria mal ou não sobreviveriam se fossem
transferidas para ambientes naturais diferentes.

Na região equatorial sempre quente e húmida, as diferentes culturas são contínuas.

Nas regiões tropicais, com uma erosão húmida e com outra seca, o ritmo é diferente e
só com irrigação artificial será possível a agricultura na época seca.

No mediterrâneo, nos verões quente e secos, a pratica da agricultura só e possível com


irrigação, enquanto no Inverno chuvoso e de temperaturas amenas, a pratica da agricultura não
é interrompido. Ao contrário, nos climas temperados continental e marítimo, os rigores do frio
do Inverno interrompem, por vezes, alguns trabalhos agrícolas.

Na zona quente, opõem-se as áreas vizinhas do equador onde a abundância de chuvas


todo o ano se associa a temperaturas medias sempre elevadas que permitem culturas continuas
e as regiões tropicais onde uma estação seca mais ou menos longa mas sempre bem marcada,
impõem uma paragem e onde certas culturas não são possíveis sem irrigação.

As terras do hemisfério sul são muito mais favoreci dadas em relação a temperatura que
as do hemisfério norte, isto deves, em parte, a estarem geralmente mais perto do equador que
nos continentes do hemisfério norte e a fraca continental idade do hemisfério sul. Também a
grande extensão oceânica modera o clima da relativa pequena

Em relação à temperatura que as do hemisfério norte, isto deve-se em parte, a estarem


geralmente mais perto do equador que nos continentes do hemisfério norte e à fraca
continental idade do hemisfério sul. Também a grande extensão oceânica moderna o clima da
relativa pequena porção de terra arável.

Elaborado pelo Dr Jorge Martino e estudantes de 3º Ano Geografia U.P Nampula 2006. 51
A Precipitação e Humidade - As precipitações concretamente a chuva, desempenham
um papel importante na distribuição especial das plantas, água constitui um elemento
indispensável da vida animal assim como vegetal. Daí que encontramos plantas hidrófitas que
precisam de muita humidade e plantas xerófitas (que precisam ou requerem pouca humidade).

Climas

As principais zonas climáticas são:

- Chuvoso húmido
- Seco
- Equatorial - Semi-arido
- Altitude
1- Clima Quente - Tropical

- Desértico

- Continental

2- Clima temperado - Marítimo oceânico

- Mediterrâneo

- Polar

3- Clima frio - Sub-polar

- Desértico frio

Em suma nos clima quentes as favoráveis a se praticado actividade agrícola são os


climas Equatoriais chuvosas de humidade e os de altitude;

No clima temperado os favoráveis são os marítimos ou seja oceanicos e os climas


mediterraneos, devido a fertilidade dos solos chove com regularidade e a temperatura é amena.
Enquanto que nos climas frios esta região não permite a prática de actividade agrícola devido
ao seu elevado grande congelamento dos solos que faz com que as plantas não se
desenvolvem.

Elaborado pelo Dr Jorge Martino e estudantes de 3º Ano Geografia U.P Nampula 2006. 52
b) Condições pedológicas

O solo – é o elemento fundamental para a prática de agricultura; além de fornecer a


planta os seus nutrientes, serve também para aquela se fixar, com ajuda das suas raízes.

De acordo com a localização geográfica, exestem vários tipos de solo e de acordo com
a sua composição química, podem ou não permitir o desenvolvimento das plantas. Cada
espécie tem as suas exigências alimentares e por isso tipos diferentes originam flora também
diferenciada.

c) Condições topográficas

O relevo – acidentes, morfologia, irregularidades que apresenta à superfície terrestre.

As diferentes formas de relevo (planícies, montanhas vales ou depressões) influenciam


na produção agrícola e na organização do espaço agrário, na medida em que determinam o
grave disposição das culturas aos raios solares, ventos e ainda no decorrer das águas
subterrâneas.

O relevo influencia na organização do espaço agrário da seguinte forma:

- No comportamento técnico

Com o aumento da altitude, a temperatura diminui duma forma geral, na ordem dos
0.6º /100m. A diminuição da temperatura com altitude vai ter, como consequência, um
escoamento das culturas com altitude e de acordo com altitude.

Elaborado pelo Dr Jorge Martino e estudantes de 3º Ano Geografia U.P Nampula 2006. 53
- Influência na quantidade de radiação solar recebida

As encoste das montanhas oferecem habitats muito diferentes consante se se trata das
vertentes

-
- Soalheiras ou Umbrias.

Exs: as encostes aos raios solares aquecem melhores condições para a cultura de
espécies, mais exigentes em luz e calor, enquanto que as encostes expostas à sombra, mais
frias e mais húmidas, com reduzido número de luz solar, apenas servem a florestação ou a
pastorícia.

- Influi negativamente a prática da agricultura ao fornecer a erosão.

O relevo constitui um obstáculo a modernização da agricultura, pelas dificuldades que


acarreta o manuseamento de máquinas agrícolas com terrenos muito declivosos e que se
assiste, muitas vezes, ao seu abandono.

1.1.2- I Quanto à temperatura as plantas cultivadas podem ser.

 Mega térmicas = aquelas que suportam temperaturas acima de 20ºc ao longo de todo o
ano é o caso das plantas tropicais;
 Mesotermicas = exigem temperaturas variáveis entre 13 e 15ºc em todo o seu período
de vida.
 Microtérmicas = aqueles que podem viver em ambientes muito frios, entre 0 e 5ºc.
 Equistotérmicas = plantas que tem como ambientes temperaturas abaixo de 0ºc.

- Quanto à humidade as plantas podem ser:

 Hidrófilas = plantas que exigem muita água durante todo o seu período vegetativo

Elaborado pelo Dr Jorge Martino e estudantes de 3º Ano Geografia U.P Nampula 2006. 54
 Mesófilas = plantas que exigem muita água e humidade durante a floração e
frutificação, embora vivam muito tempo em condições de secural o curso de plantas tropicais –
tropofilas.
 Xerófilas = plantas que suportam a vida em ambientes muito secos ou desérticas.

Assim o espaço agrário será organizado de acordo com o clima dominanteno local, é o
caso da agricultura oásis que apresenta suas especificidades na ocupação de espaço, plantas a
cultivar e animais a criar.

Por ex: Na rosa de depressão a cultura característica nesta região e o cultivo de arroz
devido a presença de pântanos, lagos e lagoas.

Planícies

Por excelência são zonas na prática agrícola.

As planícies subdividem-se em planícies lacustres e planícies fluviais; destas a mais


prática, para agricultura é a planície lacustre.

Planaltos

Nos vales são locais em que são usadas para a prática da agricultura; chove
frequentemente e devido ao elevado grau de declividade permite à ddrnagem das águas por
excesso.

Agricultura nas montanhas das regiões temperadas não se dedica se não a um numero
reduzido de plantas. Mas, o relevo, por outro lado, favorece a insolação nas vertentes bem
expostas ao sol.

Elaborado pelo Dr Jorge Martino e estudantes de 3º Ano Geografia U.P Nampula 2006. 55
O relvo torna os trabalhos agrícolas mais penosas e difíceis porque é preciso um
acréscimo da força de tracção.

O relevo, por outro lado, favorece a erosão e o desmoronamento dos solos, a valorização
das vertentes exige que se remedeie esta situação com a construção de socalcos sustentados
por murros de perda. Esta pratica, no entanto, adopta-se mal à agricultura mecanizada.

Tipo de agricultura aí predominante é sob a forma de socalcos.

Áreas de domesticação de plantas

1. Ásia de Sueste (arroz, bambu, citrinos, taro, banana, couve, chá).


2. Ilhas de Ponda (banana, taro, pepino, cana de açúcar, roz de coco, pimenta,
cravinho).
3. Índia Oriental (arroz, taro, milho miúdo, sorgo, palmeira de azeite, manga, juta).
4. Ásia de Sudueste (trigo mole, cevada, lentinhas, ervilhas, papoila, aveia, alho,
cenoura, nabo, beterraba, sébano, linho, cânlamo, macicira, amendoeira,
figueira,durasqueiro, pereira, serejeira, ameixoeira, vinha lusena).
5. África de Nordeste (trigo duro, milho miúdo, sargo, café, algodão).
6. América Central (milho, feijão, batata, tomate, melão).
7. China Central ( milho miúdo, trigo, mourisco, soja, couve, rabanete, ruisbarbo,
amoreira)
8. Mundo Mediterrâneo (dinha, oliveira, rabaneira, beterraba, açucareira).
9. África Ocidental (arroz, sorgo, milho miúdo, cola)
10. Andes (batata, batata doce, feijão)
11. Este Brasileiro (ananás, algodão, tabaco).

Elaborado pelo Dr Jorge Martino e estudantes de 3º Ano Geografia U.P Nampula 2006. 56
Tema: Factores Humanos da Actividade Agrícola

Conceitos

Agricultura – é a arte de domesticar animais e plantas úteis ao Homem


Pressão Demográfica – é o crescimento populacional
Parcelamento – dividir em parcelas.

Factores Condicionantes da Organização do Espaço Agrário

A produção agrícola e a organização do espaço agrário depende de vários factores que podem
ser agrupados em factores físico- naturais e factores Humanos.

Factores Humanos

O espaço rural foi colonizado e ordenado pelo homem em diferentes épocas e com técnicas de
utilização do solo muito diferentes- A
Paisagens agrárias são, assim o resultado de um esforço secular do homem no sentido de
utilizar a natureza. São paisagens muito diversas pois resultam da combinação, por vezes,
muitos complexa de vários factores.
Dizer que os factores físicos que controlam a produção agrícola numa grande parte das terras
emersas e restringem severamente a possível produção de uma grande parte da área, há que
juntar outras barreiras ao aumento da mesma produção. São barreiras institucionais que
abrangem factores técnicos sociológicos, demográficos e económicos.
As técnicas, o direito de uso e posse da terra, a densidade da população que explora um lado
espaço , o condicionamento dos mercados impuseram certas direcções ao espaço de
organização do agricultor.

Factores Técnico

A técnica como um factor modifica profundamente a vida do agricultor e criam-lhe novos


problemas com o domínio das técnicas agrícolas, o homem faz uma utilização racional do solo,
a estrumação e os adubos minerais mais recentes por exemplo: permitem uma melhoria

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espectacular nos rendimentos em regiões consideradas pobres como também em certos casos
quando o homem recondiciona o solo está também a constituir o ambiente para a sua
convenerencia perturbado os meros ambientais e outros seres vivos.
Devido as técnicas o homem já tinha conhecimento precisos da composição e necessidade do
solo, protecção das culturas contra as doenças.
Actualmente mais de 160 milhões de hectares das terras agrícolas do mundo recebem água de
irrigação.

A mecanização da lavoura auxiliou a aumentar a produtividade das terras em muitos países

http://www.nobel.se/chemistry/laureates/1918/haber-bio.htmlRui Namorado RosaO complexo


agro-industrial e a alienação da relação do homem com a terra

Factor Sociológico

A maneira como a sociedade rural se encontra organizada em termos de culturas, tradição,


crenças, grau de coesão social modalidade de posse de terra isto influi bastante na agricultura.

Elaborado pelo Dr Jorge Martino e estudantes de 3º Ano Geografia U.P Nampula 2006. 58
Quanto a coesão social, existe duas formas de organização de paisagens agrárias.
a) Paisagem Individualistas - são aquelas que não tem coesão das famílias residentes, o uso
de terra das iniciativas individuais.
b) Paisagens Comunitárias – tem paisagens uniformes continuas, ordenadas e regulares.
Quanto ao regime de posse da terra distinguem-se:
a) Paisagens de Sociedades Igualitárias – estas são coesão com morfologia geométrica dos
campos e distribuição equitativa do solo.
b) Paisagens de Sociedade Desigualitária, aqui coexiste a grande propriedade fundiária
privada e pequenas parcelas de campos de pequenos camponeses arrendatários.
Geralmente há escaramuças pela ocupação e uso do solo agrícola.
O peso económico e político desigual destas diferentes classes sociais é motor destas
transformações, por vezes brutais, gera conflitos.
As tensões sociais são um aspecto sociológico bastante importante visto que elas podem criar
situação de mal estar agrário sobretudo quando nas sociedades onde há apropriação privada e
desigual da terra existe uma oposição entre a classe que possui a terra sem a trabalhar e a
classe que trabalha a terra mas não a possui.
Nas sociedades onde coexistem vários tipos de propriedade e classes são geradas as tensões
sociais.
Ex: em países de economia atrasada este mal estar agrário traduzem o desequilíbrio entre o
povoamento rural e estruturais agrários e é agudo quando associam-se a fraca pressão
demográficas e aproperação colectiva da terra.
Enquanto que nos países de economia desenvolvida do tipo capitalista, o fenómeno de mal
estar agrícola deve-se a justaposição de duas agriculturas uma de tipo familiar e inferiorizada
em superfície e de técnicas rudimentares, a outra de tipo capitalista com superfícies extensas
de técnicas mais modernizadas de carácter competitivo; por sua vez o mal estar agrícola nos
países socialistas depende do predomínio da pequena exploração industrial.

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Milho do Estado de Michoacán, no México. Crédito: Claudio Contreras o tipo de alimentação
como um dos factores que determina a produção agrícola
Factores demográficos

O aumento populacional pode fazer alargar a área cultivada como acontece actualmente nos
outros países como Holanda por exemplo, onde a recuperação da terra ao mar e a formação de
novos diques tornam actual o velho provérbio “ Deus fez o mundo e os Holandeses fazem a
Holanda”.
O aumento da população pode levar também a uma modificação do sistema cultural, pode-se
intensificar a produção que aumenta automaticamente o rendimento por unidade de superfície
e supressão de pousio.
Em suma, sempre que há má distribuição da população há também transformação da paisagem
rural

A pressão demográfica que exige a população a prática intensiva da agricultura na Holanda

Elaborado pelo Dr Jorge Martino e estudantes de 3º Ano Geografia U.P Nampula 2006. 60
Factores Económicos

A agricultura é, assim orientada para os mercados e sensível a eles sob o ponto de vista
económico, podemos considerar dois tipos de agriculturas: a de mercado e a de socialista.
A agricultura de subsistência ou tradicional - é praticadas pela maior parte das sociedades
rurais de camponeses dos países subdesenvolvidos; o seu rendimento é só para consumo
próprio.
Pelo contrário, a agricultura de mercado cria novas paisagens agrárias. A produção agrícola é
orientada para mercado mais ou menos distantes que lhe dita as suas leis; a má separação de
área de produção e as áreas de consumo; esta desenvolveu-se com a Revolução Industrial.
A escolha das plantas a cultivar é influenciada pela procura urbana e pelos produtos que
permitem os melhores rendimentos.

Horta em pequena propriedade rural em Avaré

Elaborado pelo Dr Jorge Martino e estudantes de 3º Ano Geografia U.P Nampula 2006. 61
Laranjal Avaré

A produção agrícola baseada nos rendimentos do mercado

Conceitos

Agricultura de subsistência – é um tipo de agricultura cuja produção destina-se


fundamentalmente à satisfação das necessidades essênciais dos agregados familiares que a
praticam.
Shifting Cultivation – designação dada agricultura itinerante sobre queimadas, em alguns
países de expressão inglesa.
Karen – designação dada agricultura itinerante sobre queimadas no Japão e na Koreia.
Ladang – designição dada agricultura itinerante sobre queimadas na Indonésia.
Tavy – designação desta acividade em Madagáscar.
Milpa – designação dada agricultura itinerante sobre queimadas na América central.
Clareira – espaço dentro duma mata, bosque, brenha ou terreno arroteiado.
Exiguo – referente a um período de tempo relativamente curto ou limitado.
Minucioso – algo feito com muito pormenor com todo o escrúplo de uma forma dedicada.
Agricultura moderna ou de mercado – é a gricultura cuja produção destina-se a satisfação das
necessidades do mercado.

Agricultura itinerante sobre queimadas

Este tipo de agricultura, conhecido por “agricultura nómada”, mas também designado
“Shifting cultivation”, em alguns países de expressão inglesa, é a forma mais arcáica e
permitiva de exploração do solo pelo homem.

Pratica-se principalmente em algumas regiões do mundo tropical como:


– África central, nas regiões compriendidas entre o Senegal e o Zambézie;
– Em toda peníssula Indochinesa;
– Na América central, desde a bacia do amazonas até a cadeia dos andes (Figueia e Tecedeiro,
2000:52).

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A agricultura itinerante sobre queimadas ostenta várias designações, isto de acordo com cada
grupo etno-linguístico que a pratica como é óbvio, por exemplo: na Koreia e Japão, designa-se
“Karen”, na Indonésia, Madagáscar e na America central, designa-se “Ladang”, “Tavy”, e
“Milpa” respectivamente.

A característica peculiar deste tipo de agricultura reside no facto de, o agricultor abandonar os
campos ora cultivados anualmente deslocando-se pela savana e pela floresta, isto significa que
esta agricultura pelo facto de ser pouco rentável que por vezes não consegue suprir as
necessidades de quem a pratica, as terras cultivadas são constantemente abandonadas para
outras ainda não cultivadas e não esgotadas.

O carácter pouco rentável desta agricultura intensifica-se pelo facto de esta ser altamente
condicionadas pelas estações do ano, razão pela qual, o processo de produção inicia numa
estação (seca) e numa área previamente delimitada (clareira), sendo que esta começa com o
derrube das árvores restando as de tronco mais grosso, obviamente de difícil corte, ou as que
tenham até aquele momento frutos comistíveis, dado a força que este tipo de trabalho exige,
este é exclusivamente reservado aos homens.

Fig: 1 – corte das arvores na estação seca.


Nas vésparas da estação chuvosa, efectuam-se as queimadas dos troncos e ramos secos, e as
cinzas normalmente ricas em potássio (K) e fósforo (P), servem de fertelizantes embora em
período de tempo muito exíguo.

Este processo culmina com a distribuição das parcelas pelo chefe da comunidade, aos
agregados familiares após as primeiras chuvas. (Figueira e Tecedeiro, 2000:53).

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E por último, as terras são cultivadas pelos homens com auxílio de um pequeno forte e
ponteagudo pau, cabendo a tarefa da cementeira as mulheres, a medida que os homens vão
abrindo as covas. Nestes campos cultiva-se:
- Milho, feijão, inhame, mandioca, amendoím, batata doce, etc.

É um claro sistema de policultura sem afolheiamentos, de baixo rendimento, e fraca


produtividade daí que terminada a estação chuvosa, fazem-se as colheitas e automaticamente
abandonam-se os campos à favor de outros ainda não explorados, voltando a tribo ou família a
repetir o mesmo processo anterior.

Pierre George, citado por Figueira e Tecedeiro, afirma, a cultura que se faz após as queimadas
e que em cada lugar tem um nome particular (Ray entre os moios da Indonésia, ladang na
Indonésia, lougan na África e tavy em Madagáscar), cria apenas esboços frágies de paisagens
rurais temporárias, que mal se distinguem da floresta secundária, onde gravita esse
“nomadísmo cultural”.

A agricultura itinerante, não é adequada as grandes densidades humanas, devido ao uso das
técnicas rudimentares que não permitem a obtenção de alta produtividade, por conseguinte
falta de excedente, é um exemplo claro e práticode uma agricultura de subsistência ou
tradicional.

Daniel Faucher, citado por Figueira e Tecedeiro, afirma “o nomadísmo agricila supõe, sem
dúvidas, condições demográficas especiais e idênticas as que habitualmente se encontram nas
sociedades humanas pouco evoluidas de ponto de vista político e social”.

O nomadísmo agrícola é característico de sociedades política e socialmente pouco evoluidas


apresentando por isso fracos índices demográficos, quando equiparados com outras sociedades
relativamente evoluidas. Nesta, o povoamento é concentrado devido as seguintes causas:
– Necessidade de segurança;
– Laços sociais ou de parentesco, entre os membros da comunidade;
– Espírito de ajuda mútua entre os membros da comunidade;
– A impossibilidade de os familiares construirem as suas casas no interior das suas terras.

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Em redor da aldeia, frequentimente existe um anel de culturas permanentes que se beneficiam
dos dejectos humanos e do estrúme do gado miúdo, e imediatamente segue-se uma outra área
mais ou menos extensa onde se pratica o pousio.

Em suma, é algo comum entre vários técnicos experimentados nesta matéria afirmar que este
sistema agrícola, firma-se fundamentalmente nas condições técnicas e sociais dos povos
primitivos que a praticam e habitam, enquanto perduraram como populações rarefeitas.
(Figueira e Tecedeiro, 2000:54).

Agricultura de jardinagem ou rizicultura

Frequentimente designado rezicultura irrigada, e praticada principalmente na parte meridional


(sul) e sudoeste da Ásia (Ásia das monções).

Este tipo de agricultura embora tradicional, difere-se dos outros tipos na medida em que neste
último, as condições climaticas da região (verões quentes e superúmidos), a existência de uma
estação seca que permite o amadurecimento do cereal (arroz), a grande fertilidade dos solos
em geral, e particularimente nas grandes planícies aluviais onde é o foco desta actividade, e a
disponibilidade de águas em quantidades enormes, conferem um carácter exclusivo a este tipo
de agricultura, na medida em que esta consegue alimentar grandes contigentes humanos de que
a Ásia é característico particularmente nesta região, e com um excedente que visa abastecer o
mercado,contrariamente a agricultura itinerante em que a produção destina-se a alimentação do
grupo social que a pratica (ATUNES,1995:110,e FIGUEIRA e TECEDEIRO,2000:53).

Fig: 2

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De acordo com MARCOS, este tipo de agricultura é uma variedade dos pricipais tipos de
agricultura tradicional,embora utilize técnicas mais ou menos “aprimoradas”cuidadas ou
perfeitas,como a irrigação e adubação (excrementos de animais e do próprio homem), cuidados
bastantes especias em relação as culturas e ao solo, e boa produtividade por hectare.assim, a
predominância da cultura do arroz neste tipo de agricultura não justifica o carácter de
monocultura,uma vez que a esta cultura principal juntam-se outros vegetais compatíveis a esta
cultura e as condições climatéricas da região.

Este tipo de agricultura carecteriza-se:


– Possui propriedades muito pequenas;
– Predominio de técnicas de adubação,irrigação e terraciamento;
– Intenso trabalho manual(braçal),nas fases mais delicadas tais como:adubação nos
terrenos,plantio e colheita,e na constrção de diques, e terraços,canais de irrigação, etc;
– Inundação natural ou artificial das áreas;
– Utilização intensiva do solo;
Reduzida ou quase nula utilização de máquinas,com recurso a força dos animais(búfalo).

“os campos são,em,de pequena extensão e separados entre si por diques.nas fases de
preparação da terra,da plantação e de crescimento do arroz,tem de estar
permanentimente coberto,ou pelo menos saturados de água”(ANTUNES,1995:110).

Em suma,o carácter extremamente intensivo e minucioso, deste sistema,o baixo grau de


mecanização e ogrande número de bocas a alimentar ditam a grande concentração de trabalho
humano, e carácter quase que exclusivo deste tipo de agricultura em relação aos outros tipos.

A actividade agricola, é um longo e minucioso processo, que depende grandimente quer de


factores de ordem físicos naturais (clima,relevo.e solo), quer de factores sócio-económicos ou
humanos (nivel tecnológico,sistemas de culturas,hábitos alimentares,leis do mercado(procura e
oferta) estabilidade ou instabilidade político-social,etc), dai que o sucesso ou insucesso desta
actividade deve ser analisada em conjugação com esta variavel.(ATUNES,1995:85). Ora dos
factores acima arrolados como os que condicionam a actividade agricola, aqueles que jogam
um papel preponderante são os físicos naturais principalmente o clima que por intermédio dos
seus elementos (temperatura e precipitação), condicionam o crescimento ou não das especies

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vegetais, suas variedades, distribuição das mesmas, bem como o volume da produção mas
também ditam as características as variedades e a qualidade dos solos de uma determinada
região do Mundo. O factor clima mostra – se tão importante principalmente para agricultura
tradicional ou arcáica, em algumas vezes na algumas vezes também designados agricultura de
subsistência, uma vez que este tipo depende essencialmente das condições físicos naturais,
visto que neste não ha aplicação de meios tecnológicos (tractores, adubos, fertilizantes,
pestecidas,e fungicidas), como acontece na agricultura de plantação (FIGUEIRA e
TECEDEIRO, 2000:53).

Na actualidade, muitos autores consideram que falar da agricultura tradicional é sem dúvidas
falar de enormes e variáveis subtipos desta, em que a sua designação varia de Pais para Pais
onde ela é praticada, por exemplo em África chama – se Chitemene, no Brasil chama – se
“sistema de roça” herdeira do sistema colonial, na América Central designa-se “Milpa” etc, é
um tipo de agricultura que ate certo ponto considera-se ultrapassada e altamente atrasada
quando comparado com a agricultura de plantação característico dos PD´s e de alguns PVD´s,
mas nestes últimos em menores proporções.

É um tipo de agricultura menos rentável com:


– Técnicas e, recursos e instrumentos redumentares, arcaicos;
– Rotação de culturas;
– A força de trabalho é essencialmente humana e animal;
– Uso da pequena enxada de cabo curto, e prática de um policultura rudimentar de subsistência
de baixíssima produtividade.
Desta maneira, é concessual entre os autores dividir a agricultura tradicional em:
– Agricultura itinerante sobre queimadas;
– Agricultura sedentária de sequeiro e;
– Agricultura de jardinagem ou rizicultura.

Agricultura sedentária de sequeiro

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Contrariamente ao que se assiste na agricultura itinerante, nesta existem verdadeiras
sociedades de camponeses praticando uma agricultura de sequeiro em terrenos de culturas
definitivas.

Este tipo de agricultura possui técnicas extremamente engenhosas quando equiparadas às


utilizadas na agricultura itinerante que permitem a prática de um sistema intensivo de cultura o
que torna a produção suficiente para alimentar fortes densidades humanas.

O carácter intensivo deste tipo de agricultura, prêende-se com o facto de este possuir um maior
rendimento dos solos, isto devido a estrumação dos campos o que possibilita a rápida
renovação dos elementos nutritivos do solo esgotado pelas culturas.

A estrumação dos campos neste tipo de agricultura implica fundamentalmente, a criação do


gado, ou seja, a associação da agricultura e a criação do gado consituem as características
peculiares deste sistema de cultura.

Ora, como referí-me no início desta abordagem este tipo de agricultura é fundamentalmente
em nações com um fraco desenvolvimento tecnológico, em a África não é ecepção, vejamos
então

como este tipo de agricultura é praticado em algumas regiões de África principalmente a sul do
Sahara. (Figueira e Tecedeiro, 2000:54).

a) Paisagens de “Openfield” dos Séréres


Neste tipo de paisagens, as culturas dispõem-se em auréolas concêntricas em volta da aldeia,
num raio aproximado de 200m situa-se uma auréola permanentemente cultivada sem pousio.

A prática da policultura que se assenta essencialmente no cultivo de feijão, legumes, milho e


mandioca, sendo que esta área da agricultura intensiva é bem estrumada com dejectos

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humanos e de animais. Nestes, as parcelas encontram-se separadas por uma faixa de ervas
selvagens.

Na segunda auréola, a área de cultivo divide-se em três folhas sendo que as separações
assemelham-se às da primeira auréola, naturalmente separadas por ervas selvagens.

Entretanto, a divisão da auréola em três folhas permite por um lado a diversificação das
culturas, mas por outro lado, permite a reposição dos elemntos nutritivos do solo uma vez que
a auréloa dividida uma parte produz milho miúdo a outra produz o amendoím com vista a
colocação no mercado, e finalmente a última parte em repouso, ou seja o pousio, isto
decorrente da pobreza dos solos que obriga a períodos de repouso mais ou menos longos entre
dois a quatro anos quando não se recorre ao adubo animal.

Na folha em repouso na estação húmida apascenta-se o gado principalmente bovino,


depositando aí o estrume, e finda as colheitas das duas folhas ora ocupadas, tornam-se
novamente propriedades colectiva da comunidade, onde se derrubam definitivamente as sebes
para permitir a livre circulação do gado que contribui grandemente para a fertilização das
parcelas e por fim na terceira auréola constituida fundamentalmente por mata, procede-se ao
aproveitamente temporal do espaço cultivando-se cereais.

Como se pode deprêender nestas paisagens, a terra é propriedade da comunidade, sendo que os
trabalhos são feitos em conjunto e o chefe da aldeia, o responsável pela atribuição das parcelas
a cada família.

Pierre George apud por Figueira Tecedeiro, afirma que “o espaço agrícola (terroir) de cada
povoação divide-se em três auréolas. A primeira junto às casas, compreende aquilo que se
denomina por culturas caseiras (Pombad) benefecia-se de contínuos cuidados e recebe os
resíduos que constituem o húmus, nesta, cultiva-se ininterruptamente durante muito tempo sem
a
povoação mudar de local. A segunda auréola circular corresponde ao conjunto dos campos
cultivados em conformidade com as normas locais de rotação de culturas, é a que fornece as
colectas básicas e suplemtares de maior procura e comercializáveis e por último, a terceira é
cultivada quando a estação permite, assim, em anos de fracas pluviosidades ou em tempos em

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que as quedas pluviométricas aparecem tardiamente esta desaparece frequentemente ocupando
terras baldias, e serve de pastoreiro quando há criação de gado integrada na agricultura local,
este último tipo de agricultura é raro em áfrica.

b) Paisagens de “Bocage” dos Bamilékés


O grosso número de agricultores situados na parte meridional do Sahara ou seja, a África
negra, vive em área montahosas, a título de exemplo são os bamilékés, povo que vivem regiões
montahosas com altitudes que variam entre 1200 a 1800m, na parte oeste dos Camarões sendo
que este não constitui um verdadeiro grupo étnico mas apenas povos migratórios que se
fixaram em montahas fugindo os caçadores de escravos. A forte e crescente pressão
demográfica deste povos, dão o carácter intensivo da agricultura nestas áreas com paisagens
marcadamente rurais e parcelas pequenas individuais muitas das vezes cercadas por sebes que
acompanham as curvas de nível.

O povoamento neste tipo de paisagem é disperso, ou seja, cada família habita sozinha no
interior das suas terras, o sistema de culturas com uma rotação de culturas complexa e a
associação de inúmeras culturas de acordo com a estação húmida que chega a totalizar 8
meses, testemunham a prática de uma agricultura já com aplicação de certos conhecimentos, e
um pouco mais aprimorado quando comparado com os outros tipos de paisagem.

O milho é a cultura principal por constituir a base de alimentação destes povos, mas que se
associa a um tubérculo complementar que pode ser amendoím ou feijão, sendo em algumas
regiões no seio destas paisagens ocupadas unicamente por inhame ou batata doce, assim as
culturas que necessitam de um longo período para o amadurecimento tais como a mandioca e a
bananeira não entram no ciclo das rotações ocupando apenas os limtes dos campos.

Nos meses secos (Outubro a Março) o campo repousa, e em Fevereiro o camponês abre
“sulcos” profundos dispostos segundo encosta o que permite o escoamento das águas das
chuvas (Figueira e Tecedeiro, 2000:56).

Estes povos, pouco utilizam estrume sendo que preferem a criação do gado miúdo.
“No amanho da terra enterram-se as ervas que contribuem para denvolver ao solo a sua
fertilidade”. (Figueira e Tecedeiro, 2000:56).

Elaborado pelo Dr Jorge Martino e estudantes de 3º Ano Geografia U.P Nampula 2006. 70
Não poucas vezes, a presença dos grupos humanos traduz-se fundamentalmente numa
remodelação parcial ou total da paisagem, sendo que no nosso continete estes povos, são
exemplo vivo da modelação das paisagens, assim, a criação do gado está associada à
agricultura num território em que cada área é caracterizada em função do perfil topográfico e
que esta especifica-se cada vez mais após submeté-la a uma intensa organização, sendo que a
parte superior destas paisagens destina-se ao pastoreio e a parte inferior, em que o solo é
resultado da acumulação das partículas removidas das partes altas pelo processo de erosão,
constitue o sector apto para o cultivo e a parte do fundo dos vales destina-se à plantação de
palmeiras.

Em suma nestas paisagens habitadas principalmente por estes povos, cada solo é objecto duma
especial organização dos outros solos, também com as suas especificidades. (Pierri Lemoniere,
2000:57).

Muitas vezes, a própria população dos países em vias de desenvolvimento, em contacto com a
nova realidade que forma as plantações, alterou o seu tradicional sistema agrícola. Encontrou
como que formas de transição entre uma agricultura de subsistência e uma agricultura de
mercado. Conjuga uma policultura alimentar como a cultura de um ou dois produtos para a
exportação.
O esquema seguinte traduz essa transição:

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1. OS SISTEMAS EXTENSIVOS E INTENSIVOS NA AGRICULTURA
MODERNA
ASPECTOS DIFERENCIAIS

A agricultura extensiva e agricultura intensiva são dois conceitos bastante difíceis de definir
pelo menos de maneira precisa. De qualquer modo há aspectos que são bem característicos de
cada um desses sistemas.
 Do ponto de vista de ocupação do solo, a constatação fundamental na agricultura extensiva
é a da incompleta e descontínua ocupação das terras aráveis da exploração. Pratica-se por
isso onde grande a abundância de terras e as propriedades são de grande dimensão. Os
exemplos mais característicos são os das planícies cerealíferas dos EUA , Canada,
Argentina e Austrália. Pelo contrário, na agricultura intensiva todo o espaço é cultivado
integralmente e de modo contínuo. Domina na fachada oriental dos EUA, na Europa
Ocidental e em volta das grandes cidades dos países desenvolvidos;
 No plano técnico, a agricultura extensiva não exige se não um mínimo de operações
culturais, embora nestas seja utilizada uma tecnologia altamente avançada, nomeadamente
uma intensa mecanização que explica a utilização de pouca mão-de-obra, muito rara e
muito cara nas regiões onde se pratica este sistema. O solo é cultivado em regime de

Elaborado pelo Dr Jorge Martino e estudantes de 3º Ano Geografia U.P Nampula 2006. 72
rotação em que o trigo altera com outros cereais ou com plantas forrageiras para
fertilização da terra ou para alimentação do gado. Outro tipo de rotação pode ocorrer, mas
o antigo pousio quase desapareceu sendo na maior parte dos casos, substituído por
pastagens artificiais.
A agricultura intensiva utiliza uma grande diversidade de operações culturais, muito
minuciosas e exigindo uma mão-de-obra mais abundante mesmo que mecanizadas. O solo é
ocupado mediante combinações culturais ( afolhamento e rotação sem pousio ) que formam
um conjunto complementar de tal modo que seja assegurada um média global de recursos em
cada ano. Trata-se, além disso, de um sistema de abundante emprego de fertilizantes e de
rigorosa selecção de sementes. A variedade de produtos cultivados é em regra, muito grande -
agricultura policultural - com vista ao fornecimento de uma grande gama de géneros
alimentares para abastecimento dos mercados especialmente das grandes cidades.
No plano económico , a agricultura extensiva caracterizava-se pelos baixos custos de
produção e, geralmente, pelos baixos rendimentos por unidade de superfície, pelo menos se se
tiver em conta as terras disponíveis das respectivas explorações, dado que as mesmas são
descontínuas e incompletamente utilizadas. Os baixos custos da produção são uma
consequência da maior simplicidade das operações culturais, do menor emprego de mão-de-
obra e aplicação de princípios das economias de escala.
Dado o alto grau de mecanização, o rendimento por trabalhador – produtividade – é muito
grande.
Em oposição, na agricultura intensiva os custos da produção são, em regra, elevados em
resultado de maiores investimentos que são uma consequência da maior quantidade de trabalho
e de maior diversidade de equipamento agrícola. Em contra partida, os rendimentos por
unidade de superfície cultivada são maiores que na agricultura extensiva, dando os maiores
cuidados postos nas operações culturais, e os produtos são também mais caros ( por serem de
natureza diferente), o que compensa as maiores despesas globais.

GLOSSÁRIO

Autóctone – Indígena
Arável – Cultivável
Beterraba – Raiz carnuda e grossa, da qual se extrai o açucar

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Criptogâmicas – A grande divisão das plantas que não dão flores
Catastrófica – Sinistro, calamitoso
Cereais – Fruto das searas
Detrimento – Prejuizo
Ensilagem – Meter em silo
Estufas – Viveiro para plantas
Floricultura – A arte de cultivar flores
Forrageira – Relativo a forragens
Hévea - árvore, originária do amazonas, cuja ceiva espessa dá a borracha
Hibridação – produção de plantas pu animais híbridos
Intempéries – Perturbação atmosférica
OIT – Organização Internacional do Trabalho
Pradarias – grande planície
Pousio – descanso temporâreo dado a uma terra cultivada
Tufão- ciclone

De técnicas e tecnologias aperfeiçoadas dedicam-se a especialização por regiões (belts)


embora com tendências para a diversificação afim de solucionar os problemas inerentes
superprodução, esgotamento e ruína do solo.

2. AGRICULTURA MODERNA NAS REGIOES TROPICAIS

JAPÃO
O relevo acentuado de origem vulcânica, a diversidade climática e escassez de solos, são
os factores que determinam a agricultura japonesa. Até a segunda guerra mundial era uma
agricultura atrasada. Desde então devido a industrialização formou-se uma agricultura
mecanizada e cientifica embora seja dominante a cultura de arroz, sobretudo no sul onde
predomina o clima húmido.

Elaborado pelo Dr Jorge Martino e estudantes de 3º Ano Geografia U.P Nampula 2006. 74
Nos arredores dos centros urbanos pratica-se uma agricultura de mercado.

ISRAEL
De um deserto nasceu um oásis graças a moderna tecnologia, salientando-se umas formas
de exploração da terra.

KIBBUTZ
Unidade colectiva funcionando como uma cooperativa, a terra pertence ao Estado. ( Fundo
nacional de Judeus ), casas, utensílios, vestuário são colectivos.

MOSHAN
É um regime cooperativo em que o proprietário é o Estado. A cooperativa encarrega-se de
tudo, é mais livre e independente.

QUADRO SINTESE DOS SISTEMAS DE AGRICULTURA MODERNA

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AGRICULTURA MODERNA

NAS REGIOES TROPICAIS NAS REGIOES TEMPERADAS

AGRICULTURA DE PLANTACAO SISTEMAS EXTENSIVOS SISTEMAS INTENSIVOS

Especializada Altamente mecanizada


Especializada Grande produtividade
Especializada
Cientifica Alta tecnologia
Elevado rendimento Elevados rendimentos
Produtividade

QUADRO SINTESE DA AGRICULTURA MODERNA


ASPECTOS CARACTERIZACAO
Objectivos Assegurar a maximização do lucro monetário
Ocupação do solo Separação geográfica entre o local de
produção e de consumo – Rede de transportes
e sistema comercial
Sistemas de cultura Especialização de culturas predomínio do
sistema intensivo de produção
Técnicas agrícolas Técnicas modernas para obtenção do maior
rendimento possível; especialização,
mecanização, carácter cientifico das técnicas
Dependência de factores Depende essencialmente de factores
económicos. EE influenciada pelo mercado e
portanto por dados económicos externos aa
exploração rural
Posição quanto ao mercado de factores Aquisição em larga escala de factores ao
exterior. Existência de capital fixo e de
capital circulante
Posição quanto ao mercado de produtos Elevado grau de participação nos mercados.

Elaborado pelo Dr Jorge Martino e estudantes de 3º Ano Geografia U.P Nampula 2006. 76
O auto consumo não tem qualquer significado
Calculo económico Utilização do calculo económico compreende
a análise de resultados, a previsão e o
planeamento
Estrutura do custo da produção Estrutura complexa, incluindo gastos de
natureza salarial, tecnologia, comercial e
financeira

3. AGRICULTURA DE PLANTAÇÃO
É um sistema agrícola do mundo tropical cujo objectivo é produzir para os países
industrializados do mundo temperado, quer produtos para transformação industrial, quer
pela alimentação.
É a grande propriedade monocultora, com produção de géneros tropicais, voltada para a
exportação. Forma de exploração típica dos países subdesenvolvidos. Este sistema, foi
amplamente utilizado durante a colonização europeia.
Este tipo de agricultura foi introduzido pelos europeus nas suas colónias tropicais a partir
do século XVI período em que coincide com a decadência do feudalismo e início da
expansão comercial e colonial europeia. O sistema de plantação portanto opõe-se a
agricultura itinerante e de jardinagem que são sistemas nativos (autóctones).
A agricultura de plantação é definida pela organização internacional do trabalho (OIT)
como << uma exploração agrícola situada na região tropical ou subtropical, que emprega
normalmente trabalhadores assalariados e onde são cultivados principalmente produtos
com fins comerciais: chá, café, cana-de-açúcar banana, cacau, e ananás como produtos
alimentares e borracha, algodão, amendoim, palmeira, coco, tabaco sisal, e juta, como
produtos industriais >>.
É uma agricultura especulativa por excelência que assenta numa forte base técnica
cientifica e tecnológica, mas com mão-de-obra abundante procurando a máxima
rentabilidade. Actualmente tanto as suas características como a sua repartição geográfica
resultam de uma evolução de vários séculos, marcada pelos acontecimentos que tem vindo
a transformar o mundo tropical.

Elaborado pelo Dr Jorge Martino e estudantes de 3º Ano Geografia U.P Nampula 2006. 77
O sistema de plantação foi iniciado com a cana-de-açúcar no Brasil por escravos negros
levados do continente africano. Quando o mercado ficou saturado de açúcar e os terrenos
esgotados, implementaram-se novas culturas, como a do café, do algodão e cacau.
O desenvolvimento da industria fez surgir necessidades novas. Para as satisfazer, outras
novas culturas foram sendo introduzidas nas plantações como a hevea e as oleaginosas.
Com a melhoria do nível de vida europeu e desenvolvimento dos países da América do
norte, os frutos tropicais passaram a ter grande procura consequentemente surgem grandes
plantações de banana e ananás.

6.2 CARACTERISTICAS GERAIS DA AGRICULTURA DE PLANTAÇÃO

 Aplicação de grandes capitais na produção de géneros e agrícolas tropicais para abastecer as


metrópoles.
 Emprego de grandes propriedades (latifundiários) e de numerosa mão-de-obra ( escrava ou
nativa) para garantir a produção em larga escala;
 Utilização da monocultura agro industrial voltada para o mercado externo;
 Concentra-se em sectores bem definidos da zona inter tropical ;
 É de exportação e os países produtores tem uma rede de escoamento muito deficiente ela irá
ocupar regiões costeiras de fácil acesso aos portos marítimos ou no caso de se localizar a
várias centenas de kilometros para o interior é servida por vias férreas de penetração com
ligação à costa. É o caso da cultura do algodão na baixa do Cassange, servida pela via férrea
Luanda – Malange, com cerca de 500Km.
 São de grandes dimensões a produção em massa só é possível em vastos espaços como a
obtenção de terras é gratuita ou muito barata, as áreas de cada plantação atingem em média
300 a 400 hectares, havendo muitas com 2000 e mais hectares. Não é esforço que a
demarcação esteja total e simultaneamente a ser cultivada, parte da área tem de estar em
descanso ou optar por ser cultivada no caso de aumentar a procura de qualquer produto.
 É intensiva e de monocultura – a monocultura significa todas as operações de cultivo, bem
como os circuitos de comercialização.
 É possível uma produção em massa a baixo de custo quanto as técnicas, as máquinas, os
armazenamentos, a embalagem, a expedição e até os conhecimentos se relacionam apenas
com uma só cultura, pois tudo fica simplificado;

Elaborado pelo Dr Jorge Martino e estudantes de 3º Ano Geografia U.P Nampula 2006. 78
 É totalmente de mercado e comercial - só produzindo o máximo pelos mais baixos custos se
consegue competir no vasto mercado da concorrência colocando os produtos a mais baixo
preços;
 É Cientifica e mecanizada – como a agricultura moderna serve-se da alta tecnologia dos
países industrializados que a financiam. As técnicas laboratoriais são completamente
utilizadas na selecção de sementes, no estudo dos solos e dos climas adequados a cada
cultura, no ensaio de insecticidas, no estudo de variedades resistentes e ainda no estudo de
doenças e seu combate.

6.3 PROBLEMAS DA AGRICULTURA DE PLANTAÇÃO

- Esgotamento e erosão do solo, resultado da monocultura e, nesta região de clima tropical,


com processo acelerado .
- Ilustração de mercados e a consequente oscilação dos preços implicam riscos que muitas
empresas dificilmente podem suportar. Isso levou muitas delas a dividir as grandes
explorações em plantações mais pequenas e a distribui-las a pequenos agricultoras indígenas
que paralelamente se dedicam a agricultura de subsistência.
As grandes empresas deixaram deste modo de se dedicar a produção para passarem apenas a
controlar a comercialização, dada a impossibilidade de a mesma poder ser realizada pelos
pequenos produtores. No entanto, como a comercialização depende naturalmente da produção,
os empresários prestam assistência técnica aos plantadores indígenas. Por exemplo na Malásia
e na Indonésia , cerca de 45% e 67% respectivamente, da produção de borracha é feita por
pequenos plantadores, o mesmo acontecendo com a quase totalidade do cacau produzido pelo
Ghana.
- Condições climáticas adversas, ligadas aa sua localização em clima tropical, em que secas
prolongadas, chuvas catastróficas, tufões devastadores, tem efeitos igualmente desastrosos.
Além de que o clima tropical fornece o habitat favorável para uma série de pragas e doenças
criptogâmicas: o algodão, por exemplo, está sujeita a ataques de várias espécies de insectos,
enquanto o chá, tabaco e o café são atacados por doenças causadas por plantas criptogâmicas.
- Convulsões políticas e sociais: a falta de estabilidade, a procura do justo equilíbrio, a
adaptação a uma situação nova de independência e responsabilização estão ainda de
permitirem o clima ideal de trabalho;

Elaborado pelo Dr Jorge Martino e estudantes de 3º Ano Geografia U.P Nampula 2006. 79
- Divisão internacional do trabalho, através da qual é imposta aos países que a praticam a
função de fornecedores de alimentos e matérias-primas;
- Divisão interna da sociedade em duas classes distintas e antagónicas - Os grandes
capitalistas e proprietários de um lado ( os grandes beneficiários da plantação ) e do outro os
trabalhadores assalariados ou não;
- Excessiva concentração de terras em poucas mãos ( latifundiários ) e destruição das lavouras
de subsistência;
- Desenvolvimento da monocultura de exportação e consequente dependência do mercado
externo e instabilidade económica;
- Revoltas sociais;
- esgotamento de solos etc...;

Como exemplos de plantação podemos citar:


Cana-de-açúcar ( Brasil e Antilhas ), cacau ( Brasil, Ghana e Costa do Marfim ), Café, ( Brasil
Colômbia e América Central ), chá ( Índia e Sri Lanka ), Frutas, Banana principalmente
( América Central ), Borracha ( Malásia, Indonésia e Sri Lanka ).

6.4 AS PRODUÇÕES DE CULTURA E DE PLANTAÇÃO


A produção especialmente relativas a culturas alimentares não é totalmente exportada, mas de
um modo geral, podemos dizer que o equilíbrio da balança comercial dos países produtores se
baseia essencialmente na exportação agrícola que totaliza em média 50% a 80% dos seus
rendimentos.

6.5 PONTOS DE VISTA SOBRE A AGRICULTURA DE PLANTAÇÃO


Este tipo de agricultura assiste-se vantagens e desvantagens ( inconveniências) para os países
produtores:

VANTAGENS
o As relações comerciais entre uns países e outros são a causa principal de uma
abertura ao diálogo rompendo-se o isolamento económico com o exterior devido às
relações estabelecidas.

Elaborado pelo Dr Jorge Martino e estudantes de 3º Ano Geografia U.P Nampula 2006. 80
o Com a introdução de novas culturas e seu melhoramento, de novas técnicas
agrícolas, os produtores directa ou indirectamente recebem ensinamentos
modernos;
o As relações e contactos entre os povos subdesenvolvidos com outros povos de
maior cultura cientifica, de outras línguas, com outros modos de vida abrem
perspectivas ao seu desenvolvimento cultural;
o A entrada de divisas pela exportação, a entrada de maquinarias e de capitais devido
aos investimentos, contribui para um melhor equilíbrio da sua balança comercial;
o A instalação de empresas com todas as infra-estruturas enriquece o património do
pais;
o A existência das plantações pode servir de estímulo as populações indígenas
levando-os a cultivar nos seus próprios campos a mesma cultura que irão vender
auferindo assim de mais algum rendimento para melhorar a sua subsistência.
o As plantações são outra grande fonte de receita pela mão-de-obra autóctone que
utilizam minimizando o desemprego.

DESVANTAGENS
 Os solos agrícolas ocupados pelas plantações são os de melhor qualidade e
maior rendimento, ficando para os indígenas as terras de fraca qualidade e de
pior acesso
 A maior parte dos lucros de empresa saem para o seu país de origem, ficando
apenas uma pequena parcela no país do produtor;
 As tensões sociais e as relações entre os trabalhadores e a empresa estão em
constante latência.

6.6 OBJECTIVO DA AGRICULTURA DE PLANTAÇÃO

O objectivo é a exportação e naturalmente o lucro.


Os proprietários das plantações são geralmente firmas ou pelo menos homens de negócios e
não propriamente agricultores.
Este tipo de agricultura viria a sofrer em muitos casos algumas alterações devido, quer razões
de origem ecológica quer a razões económicas, quer razões de ordem politica:

Elaborado pelo Dr Jorge Martino e estudantes de 3º Ano Geografia U.P Nampula 2006. 81
 O desequilíbrio ecológico provocado por uma monocultura exigente em solos muitas
vezes já frágeis, traduziu-se, frequentemente pelo esgotamento destes e consequente
abandono da exploração; é necessário então reiniciar-se noutro local, um novo ciclo, com
todos os prejuízos monetários que isso acarreta.
 A existência de um único produto a comercializar faz depender economicamente a
plantação de flutuação dos preços do mercado consoante as colheitas.
 Nos últimos tempos, razões de ordem política, onde se destaca a ascensão à independência
de muitas antigas colónias, contribuíram também para que fossem introduzidas algumas
modificações nestes sistemas agrícolas no sentido de tornar mais intensivo, mas
simultaneamente mais científico e menos especializados.
Nas regiões tropicais coexistem, lado a lado, formas primitivas de agricultura com outras
formas de agricultura especulativa:
As primeiras, totalmente dependentes das condições naturais e cuja produção mantém-se sub-
nutrida uma população que vive exclusivamente dela.
As segundas, tendo como objectivo o lucro, utilizam técnicas modernas que lhes permitem a
obtenção de grandes produções destinadas à exportação
Os esquemas seguintes põem em evidência duas modalidades actuais do mundo tropical.

Elaborado pelo Dr Jorge Martino e estudantes de 3º Ano Geografia U.P Nampula 2006. 82
II. SISTEMA MODERNO – QUINTA COMERCIAL

PRODUÇÃO AGRÁRIA E O SEU PESO ESPECÍFICO NA ECONOMIA DE CADA


GRUPO DE PAÍSES.
Produção agrária é o conjunto dos bens através dos quais o homem consegue da terra certos e
determinados produtos vegetais que interessam particularmente a sua vida.

O SEU PESO ESPECÍFICO NA ECONOMIA DE CADA GRUPO DE PAÍSES.


A produção agrária tem um peso importante na economia mundial.
 É a 1ª actividade produtiva que se encontra associada ao desenvolvimento da
sociedade;
 É a partir desta, que se envolve e se criam uma grande parte dos sectores produtivos;
 É principal abastecedora de alimentos e fornecedora da matéria prima para as indústria;
 Ela fornece directamente ou indirectamente quase todas as pessoas pretendendo dar
resposta a procura cada vez maior acompanhando com o processo científico para obter
maiores qualidades e quantidades.
 A sua importância depende largamente do nível do desenvolvimento económico de
qualquer grupo de países.

Elaborado pelo Dr Jorge Martino e estudantes de 3º Ano Geografia U.P Nampula 2006. 83
Por exemplo:
Nos países em via de desenvolvimento, a produção agrária apesar de uso de técnicas
atrasadas, assume um grande papel na economia, pois absorve maior percentagem da
população activa.
Fornece produtos primários para indústrias ligeiras.
É principal fonte de proteínas animais e vegetais.
É prinmcipal fonte de captação de divisas.
Para países desenvolvidos, a produção agrária ocupa também o papel de destaque.
Esta influencia no rendimento global da economia, por isso exerce influência nos diferentes
sectores de actividades, como:
Indústria, turismo, comércio e outros.

CONTINENTE AFRICANO
A agricultura é a principal actividade da população não só porque ela absorve a maioria das
pessoas mas também porque produz os alimentos e as matérias primas necessárias a indústria.
Esta situação foi imposta pelos países colonizadores que tudo fizeram para tornar o nosso
continente num fornecedor da matéria prima para as suas indústrias.

Na altura das independências, os jovens Estados herdaram uma agricultura que, estava
organizada para servir os interesses dos colonos. Era necessário transformá-la voltando para a
produção de culturas necessárias a alimentação da população e a produção da matéria prima
para a indústria local embora mantendo a gricultura também de exportação.
Nos diversos países, medidas têm sido tomadas para aumentar a produção e produtividade
agrícola tais como:
o Controlo do empobrecimento do solo, evitando as queimadas;
o Equilíbrio entre a produção das culturas de exportação e de consumo imediato das
populações;
o Introdução de novas técnicas e equipamentos agrícolas e formação de camponeses na
sua utilização para aumentar a produção alimentar;
o A criação nas zonas rurais de um sistema de transporte e vias de comunicação, para
facilitar o escoamento e a comercialização dos produtos agrícolas, melhoramento da
habitação e dos serviços sanitários e de educação sem os quais o desenvolvimento da
agricultura e da produção alimentar não se poderá fazer;

Elaborado pelo Dr Jorge Martino e estudantes de 3º Ano Geografia U.P Nampula 2006. 84
o Desenvolvimento do gosto da população pelo consumo dos produtos alimentares
produzidos nos seus próprios países;
o Diversificação das culturas e a introdução de outras novas.

CONTINENTE ASIÁTICO
A agricultura neste continente pratica-se com maior relevância na Ásia Oriental nas regiões
dos grandes rios, nos solos férteis favoráveis para a agricultura.

II.1 CHINA
A bacia vermelha e as regiões de laesse são importantes regiões agrícolas da China. Outras
regiões são a planície costeira e os vales fluviais.
Produz-se o trigo que é cultivado nas planícies do norte da China, o sorgo e o milho são outras
culturas da área.

II.2JAPÃO
No Japão a agricultura desenvolve-se em planícies que correspondem a 6ª parte do território.
As principais culturas são:

 Arroz, trigo, cevada, batata e as frutas.

II.3INDIA
A agricultura é a base do desenvolvimento económico mas os seus rendimentos são muito
baixos porque as técnicas usadas são rudimentares, é uma agricultura de subsistência.

A India possue o maior rebanho de bovino.


As principais culturas agrócolas são:
 Arroz, trigo, milho, cana-de-açúcar, sorgo e algodão.

Elaborado pelo Dr Jorge Martino e estudantes de 3º Ano Geografia U.P Nampula 2006. 85
II.4ARÁBIA SAUDITA
A planície de Hassa é mais fértil do país onde são cultivados o trigo e a tamareira. Uma
parte da população dedica-se da agricultura secundária onde ela é possível sendo as
principais culturas o café, sésamo, algodão e o milho.

III.CONTINENTE EUROPEU
Os países da Europa ambicionam produzir suficientemente para o seu auto-consumo.
Duma forma geral, as suas condições naturais, económicas possibilita-lhes a produção de
trigo, milho, beterraba açucareira e batata.
III.1 ALBÂNIA
Nas planícies de Albânia produz-se algodão, tabaco e milho.

III.2 BOÉMIA
Nas terras baixas da Boémia e Morávia cultiva-se cereais e a baterraba açucareira e cria-se
gado bovino e suino. Nos vales da Boémia cultiva-se o centeiro e a batata.

III.3 HUNGRIA
Na Hungria entre rio Danúbio e Tisza, seu afluente há uma planície muito fértil que é o
centro agrícola deste país. As estepes a leste da Tisza são utilizadas particularmente para a
pecuária.
Nas grandes palnícies do norte da Polónia, por onde corre o rio Vistula, Westhe e Oder hä
grande bosque de coníferas e cultiva-se centeiros e batata.

III.4 POLÓNIA
A Polónia Central tem planície e planalto com terras férteis que permitem uma boa
produção agrícola.

III.5 BULGÁRIA
No norte da Bulgária estende-se a planície danubiana. Esta planície é uma área fértil onde
se produz cereiais como trigo e milho.
Ao sul desta planície cultiva-se batata, cereais e cria-se gado bovino e suino.

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III.6 ROMÉNIA
Na Roménia, a planície do baixo Danúbio é muito fértil cultivando-se trigo, milho e
girassol.
A Bulgária e e Hungria fornecem hortaliça e frutas a outros países da região.
A terra preta da Polónia, o centro da bacia da Bósnia a depressão da Moravia na Checo e
Eslováquia e as planícies do Médio e Baixo Danúbio na Roménia são produtores de trigo,
milho betarraba açucareira e batata.

CARACTERÍSTICAS DA AGRICULTURA EUROPEIA


Ela é moderna e racional, mecanizada e eficiente, indice de produção em alguns sectores é
maior que o consumo o que possibilita a exportação dos excedentes.
IV. CONTINENTE AMERICANO

CARACTERÍSTICAS DA AGRICULTURA

N Características continente
º
1  Agricultura intensiva; América do Norte
 Alta productividade;
 Grande volume de produtos e mecanização
intensiva.
2  Agricultura de sobrevivência e das América Latina
plantações;
 Destruição progressiva dos recursos
naturais;
 Produção de cultura destinada a
alimentação;
 Milho, arroz, trigo, cevada, batata,
tubérculos e legumenosas.
3  Produção de frutas tropicais, soja, centeiro, Estados Unidos da
algodão, cana-de-açücar, arroz e legumes. América

Elaborado pelo Dr Jorge Martino e estudantes de 3º Ano Geografia U.P Nampula 2006. 87
V. AUSTRÁLIA
A aridez do clima em vastas regiões, dificulta a agricultura, mas as zonas mais favorecidas
apresentam grande indice de produção agro-pequária. O trigo é produzido nas terras do
ocidente das montanhas do sudeste e nas áreas próximas das cidades de Adelaide e Perth. É
uma agricultura abundante e mecanizada.
A pecuária é grande riqueza do país sendo o 1º produtor na produção mundial de lá, a área
de maior criação de gado e o sudeste.
É o primeiro produtor mundial de cereais percapita e segundo na criação de gado.

VI. OCEÂNEA
Os principais recursos económicos das ilhas são o coco (do qual é extraida a copra), a
madeira, os fosfatos, cana-de-açúcar, banana, o ananás e o algodão.

O PAPEL DA R.C.T. NA ACTIVIDADE AGRÁRIA


Com a Revolução Industrial veio impulsionar a Revolução Científica Tecnológica na
actividade agrária começando:
 Produzir matéria prima para a indústria;
 Produzir excedentes alimentares usando técnicas e tecnologias modernas (máquinas,
produtos químicos, sementes seleccionadas, culturas racionalizadas e reconversão);
 Agricultura mista de mercado com baixa percentagem de mão-de-obra;
 Emparcelamento e cooperativismo foram caminhos seguidos para mecanização;
 É uma agricultura especulativa por excelência de grande produçao;
 A propriedade é de grandes dimensões e concentradas;
 Mecanizaçao elevada com uma baixa percentagem de activos agrícolas;
 De técnicas e tecnologias aperfeiçoada;

Elaborado pelo Dr Jorge Martino e estudantes de 3º Ano Geografia U.P Nampula 2006. 88
 Dedica-se a especialização de regiões, apesar com tendência para a diversificação com
objectivos de solucionar os problemas de superproduçao, esgotamento e ruina dois
solos.

Elaborado pelo Dr Jorge Martino e estudantes de 3º Ano Geografia U.P Nampula 2006. 89
Unidade 3 INDUSTRIA
É a actividade económica de transformação de matéria-prima (produtos brutos ou semi-
elaborados) em novos produtos ( intermédios ou acabados), mediante a aplicação de energia e
técnica de elaboração

AS GRANDES ETAPAS DO DESENVOLVIMENTO INDUSTRIAL ATÉ À REVOLUÇÃO


INDUSTRIAL
2.1. AS TÉCNICAS PRIMITIVAS
A arte de transformar matérias-primas em objectos úteis terá começado com a simples
operação de partir uma pedra, ou seja, a transformação de pedra lascada em pedra polida
(aguçada) que servisse de arma para caça, protecção, fiacção e obtenção de raízes; a fabricação
de barro parra para a modelação, a simples fundição de metais.

Neste período de Paleolítico, o homem emprega ténicas rudimentares de fabricação de


instrumentos de trabalho de caça e pesca na base de trabalho manual sobre pedras, paus, ossos
de animais, chifres de alguns animais para obter ferramentas capazes de furar, cortar ou raspar
madeira ou peles e utensílios pontiâgudos destinados também para cavar, havia pelo menos,
nestes instrumentos uma preferência po utensílios especializados.
No período paleolítico predominaram as indústras líticas associadas às t’ecnicas
manuais.

O período Neolítico (período de sedentarização do homem) é caracterizado por uma


consider’avel extensão e aperfeiçoamento das técnicas primitivas. O homem pratica a
metalurgia com a fundição de metais (cobre, bronze e ferro) e produz instrumentos de trabalho
tais como a enxada, catana, foice, machado, ancinho, charrua e o arado.
Os primeiros passos da indústria foram dados no Neolítico, porque é neste período que
surgem novas formas de produçào industrial, a cerâmica, a cestaria, a tecelagem e a moagem
que tinham em vista suprir as necessidades domicialiares ou familiares.
O aparecimento da cerâmica foi um dos grandes inventos técnicos do Neolítico, que
parece estar intimamente ligada ao desenvolvimento da vida agrícola e sedentária.
De início era produzida, a nível aratesanal e familiar mas cedo se tornou uma tarefa
especializada. A fiação e tecelagem da lã, do linho e do cânhamo, a cestaria, a moagem e o uso

Elaborado pelo Dr Jorge Martino e estudantes de 3º Ano Geografia U.P Nampula 2006. 90
da roda são outras das criações técnicas do neolítico e que lhe conferem o carácter
revolucionário.
Com estas condições o homem já estava estruturado política, social e culturalmente.
Ele passa a viver em aldeias onde faz a domesticação de animais o que resultou na estrumação
dos campos agrícolas, pratica actividades laborais e tem transporte, regista-se a especialização
do trabalho e o aumento da população.

2.3. A CAPACIDADE TÉCNICA DOS GRANDES IMP’ERIOS DA ANTIGUIDADE


ORIENTAL E CLÁSSICA
Nos princípios do 4o milénio a.C em v’arios pontos do Próximo Oriente os homens
descobriram a metalurgia de cobre, bronze e depois de ferro. A fundição de metais pressupõe o
uso corrente de um conjunto de técnicas produtivas e tornou possível os primeiros passos no
sentido da produção em massa.
Com a descoberta da metalurgia desenvolvem-se as civilizações históricas da
Antiguidade e inicia-se a revolução urbana.. As cidades dirigem o comércio, as actividades
artesanais, a vida social, política e religiosa.
Os progressos da metalurgia, especialmente da metalurgia de ferro melhoraram as
técnicas antigas e iniciaram mesmo as técnicas novas. Aparecem simultaneamente objectos de
ferro desde o egipto à Mesopotâmia e ao vale do Indo.
O Mediterrâneo Oriental e a Ásia Ocidental possuiam a complicada e poderosa
utilização da fundição e da forja.

Antiguidade Clássica (grécia e Roma)


A intervenção decisiva do pensamento matemático e científico, entre os factores do
progresso industrial, realizou-se na Grécia, com a criação da mecânica racional.
As ideias técnicas descobertas pelos gregos têm um enorme alcance industrial e é
mesmo sobre elas que assenta uma boa parte da potência mecânica moderna. Destas ideias

Elaborado pelo Dr Jorge Martino e estudantes de 3º Ano Geografia U.P Nampula 2006. 91
uma das mais fecundas foi a do parafuso, de onde nasceram inúmeras invenções, é pela
adaptação do parafuso à porca que se constitui a chamada cavilha de ligação ainda hoje
indispensável à técnica moderna.
No imp’erios Romano, as minas e pedreiras encontravam-se quase todas na posse do
estado , que delas tirava grandes rendimentos, em parte devido à utilização quase que
exclusiva de mão-de obra escrava, ou muito mal remunerada.

A produção artesanal descentraliza-se no século II; A cerâmica estava difundida por


todas as províncias devido às exigências dom’esticas dos colonos e depois das necessidades
das populações locais.
A indústria têxtil é, no entanto, mais activa no Oriente (corporações da Ásia Menor,
oficinas do estado no Egipto).
A metalurgia predomina no imp’erio omano, onde as oficinas são em muitos casos
propriedades dos grandes agricultores locais, destinando-se a produção à satisfação das
próprias necessidades e os excedentes ao mercado.

2.3. A IDADE MÉDIA E AS TECNICAS


A primeira parte da idade média caracterizou-se pela pequena indústria de domicílio. O
trabalho realizava-se em família e nào em oficina comum. normalmente trabalhava-se para um
mercado reduzido, numa economia de produção para autoconsumo.
As actividades comerciais e industriais diminuem, a pequena produção contava com
escasso capital, com instrumentos rudimentares e inseria-se numa economia fechada, em que
os produtores trocavam os produtos entre si.
A uma economia natural sucede uma economi comercial e monet’aria apoiada no
desenvolvimento do consumo, nos progressos técnicos, na evolução dos meios de transportess
terrestres e marítimos, nas feiras e nas cidades.
O grande volume de negócios fez modificar profunadamente as técnias de produção.
Surge a indústria de ofícios que reuniu, no mesmo local, aprendizes. companheiros e mestres e
onde regulamentos rígidos determinavam a produção e a organização do trabalho, visando o
interesse dos produtores e consumidores.

Elaborado pelo Dr Jorge Martino e estudantes de 3º Ano Geografia U.P Nampula 2006. 92
A intervenção de um capitalista, o mercador dos produitos da indústria e fornecedor de
matéria-prima, vai separar definitivamente o trabalho e o capital; fazendo executar as
encomendas dos seus fregueses, apoderou-se o capitalista a pouco e

pouco da direcção da produção dando indicações técnicas, proporcionando matérias-primas, e


às vezes os instrumentos de trabalho.
Deste modo os artífices independentes transformaram-se em opreários assalariados.
Firmada no grande volume de negócios que fez modificar as técnicas industriais, pode afirmar-
se que na idade média se lançaram os fundamentos do capitalismo e que terminou pelo triunfo
do progresso industrial.
Em resumo, a indústria artesanal medieval é já, uma indústria urbana, mais ou menos
especializada, que se agrupa por ruas (ex: Ruas dos sapateiros), não só para que a distribuição
das matérias-primas se torna-se mais fácil, mas também para zelarem mais cuidadosamente
pelos seus interesses.
Cada especialização agrupava-se em corporações de artes e ofícios com regulamentos
próprios a cumprir, como sejam as leis de concorrência, a exclusividade de mercado, horários,
preços, salários, números de trabalhadores.
Cada corporação estava divididas em categorias: mestre, artesão, aprendiz e
companheiro.
O mestre – artesão era o chefe e proprietário independente. Mais tarde a indústria
artesanal passa a instalar-se na casa do artesão, efectuanda por familiares ou por alguns
assalariados, desenhando-se já uma “empresa” capitalista com o capital de um lado e a mão-
de-obra de outro.
Entre 1500 e 1600 surge um novo tipo de indústria: indústria de manufactura – de
trabalho colectivo e com divisão de tarefas, com o consequente aumento de produtividade. É
neste tipo de indústria que surge pela primeira vez, o operário especializado, cabendo a cada
um uma tarefa específica que com o decorrer do tempo,se aperfeiçoa automatiza nas diferentes
operações de transformação, resultando um produto a baixo custo.
Surge aqui a burguesia e o capital como principais investidores e, não raramente, o
Estado como principal administrador. É a indústria de manufactura que prepara o advento da
verdadeira actividade industrial- a indústria moderna.

Elaborado pelo Dr Jorge Martino e estudantes de 3º Ano Geografia U.P Nampula 2006. 93
2.4. A IDADE DE RENASCIMENTO
Neste período, regista-se a emergência da manufactura o aperfeiçoamento da mecânica
racional, o melhoramento dos ofícios e os trabalhos da metalurgia cada vez mais evidência.
Como resultado destas ocorrências vai-se verificar as Revoluções: demográfica, urbana, de
transportes e agrícla.
Nota-se a existência de duas correntes a constituirem bases económicas: o
mercantilismo e o fisiocratismo. A corrente mercatilismo defende quee o comércio era a base
da economia de um país, enquanto o fisiocratismo defende que a riqueza de um país provém
da terra (agricultura).

2.5. A REVOLUÇÃO INDUSTRIAL – A INDÚSTRIA MODERNA


A Revolução Industrial é um marco na história da evolução da humanidade. Em
meados do século XVIII dá-se uma alteração sem precedentes nos campos da tecnologia e da
técnica que se viria a repercutir em toda a vida económica e social dos países onde essa
eclosão teve lugar: primeiro na Inglaterra, depois na frança, Alemanha e Bélgica.
O conceito da Revolução Industrial pode ser tomado como conjunto de modificações
profundas de ordem técnica e tecnologica, económica, institucional e político-social que
acompanharam o desenvolvimento industrial, com destaque para a invenção da máquina a
vapor.

2.6. FACTORES FAVORÁVEIS À ECLOSÃO DA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL NA


INGLATERRA
Sabe-se que no século XVIII surgiram duas correntes importantes: a corrente
renascimento e corrente Humanista que ambas defendem a liberdade de pensamento do
homem. E a inglaterra é considerada com sendo o pioneiro da Revolução Industrial pelos
seguintes factores:

a) Acumulação primitiva do capital – desde o século XVII que a inglaterra se tinha virado
com as suas numerosas colónias elevando-a `a categoria de maior potência colonial e
comercial do mundo. Surge e expande-se uma nova classe de burgueses endinheirados
ávidos de investir em algo novo-a indústria;

Elaborado pelo Dr Jorge Martino e estudantes de 3º Ano Geografia U.P Nampula 2006. 94
b) Espírito de iniciativa- possuir capitais abundantes e em excesso não bastava se o inglês
ná tivesse um espirito de aventura e de risco; foi exactamente o que aconteceu co esse
espírito de iniciativa que os levou ao topo da expansão industrial do século XIX;
c) Detentora de vastos mercados- um dos principais objectivos de quem produz é vender e
esse incentivo será tanto maior quanto maior for a potencial clientela. Apesar do
mercado interno inglês ser vasto, o que lhe garantia a expansão industrial era o
mercado externo, com destaque para as colónias, que os ingleses sempre souberam
aproveitar;
d) Matérias-primas abundantes- Apesar da sua riqueza em lã é principalmente o algodão
proveniente das colónias, que serve de estímulo à expansão industrial inglesa, levam-se
os tecidos confeccionados e traz-se o algodão, principal matéria-prima têxtil;
e) Riqueza do subsolo inglês- Os ingleses tinham tudo. A principal fonte de energia – o
carvão- era abundante no seu subsolo, a matéria-prima essencial à sua siderurgia. O
ferro abundava, de igual modo;
f) Situação geográfica da Grã-Bretanha – Os seus numerosos portos marítimos e a
proximidade do continente davam-lhe todas as facilidades de intercâmbio, não só
internamente, mas principalmente com o exterior;
g) As grandes invenções t’ecnicas e tecnológicas – A um rítmo verdadeiramente
espantoso sucedem-se novas máquinas, cada vez mais aperfeiçoadas, com destaque
para o campo têxtil com máquinas de fiar, tecer e cardar a máquina a vapor, que veio
revolucionar toda a força do trabalho, não só na indústria mas nos transporte marítimos
e terrestres com realce para o caminho de ferro;

h) Elevada frota mercante;


i) Revolução agrária.

Energia

MATÉRIA PRIMA Transformação NOVO PRODUTO


Técnica de elaboração

Elaborado pelo Dr Jorge Martino e estudantes de 3º Ano Geografia U.P Nampula 2006. 95
O QUE FOI A REVOLUÇÃO INDUSTRIAL?

A Revolução Industrial foi um conjunto de transformações sofridas pelo sector de produção


manufactureira, com a mecanização do processo produtivo (através de aplicação de inventos
técnicos), com o uso de novas fontes de energia e novas matérias primas.

QUANDO E ONDE SE DEU A REVOLUÇÃO INDUSTRIAL

A Revolução Industrial iniciou na Inglaterra (Europa Ocidental) na segunda metade do século


XVIII e depois atingiu outros países da Europa e do mundo como França, Bélgica, Holanda,
Alemanha, Rússia, Estados Unidos da América, Japão, Austrália e outros.

A Inglaterra foi o principal país a conhecer a Revolução Industrial porque reunia


cumulativamente condições propícias mais do que qualquer país Europeu.

A Revolução Industrial marca um dos passos mais importantes da civilização dos tempos
modernos pelos reflexos que teve nos diferentes campos de actividade humana.

Nasceu e progrediu rapidamente a indústria moderna.

A REVOLUÇÃO INDUSTRIAL E O CAPITALISMO

No decorrer do século XVIII, a Europa Ocidental passou por uma grande transformação no
sector da produção, em decorrência dos avanços das técnicas de cultivo e da mecanização das
fábricas, a qual se deu o nome de Revolução Industrial. A invenção e o uso da máquina
permitiram o aumento da produtividade, a diminuição dos preços e o crescimento do consumo
e dos lucros.

As origens da Revolução Industrial Podem ser encontradas nos séculos XVI e XVII, com a
política de incentivo ao comércio adoptada pelos países absolutistas.A acumulação de capitais
nas mãos dos comerciantes burgueses e a abertura dos mercados proporcionada pela expansão
marítima estimularam o crescimento da produção, exigindo mais mercadorias e preços
menores. Gradualmente, passou-se do artesanato disperso para a produção em oficinas e destas
para a produção mecanizada nas fábricas.

Elaborado pelo Dr Jorge Martino e estudantes de 3º Ano Geografia U.P Nampula 2006. 96
A Inglaterra foi o país pioneiro da industrialização. A agricultura inglesa desenvolveu-se com
o cercamento dos campos e a difusão de novas técnicas e instrumentos de cultivo. O fim do
uso comum das terras gerou o “trabalhador livre”, expulso do campo onde não tinham mais
condições de sobrevivência e transformado em mão-de-obra urbana. A mecanizaçãod da
produção criou o proletariado rural e urbano, composto de homens, mulheres ecrianças,
submetido a um trabalho diário exaustivo, no campo ou nas fábricas.

Com a Revolução Industrial, consolidou-se o sistema capitalista, baseiado no CAPITAL e no


TRABALHO ASSALARIADO.
O capital apresenta-se sob a forma de terras, dinheiro, lojas, máquinas ou crédito. O agricultor,
o comerciante, o industrial e o banqueiro, donos do capital, controlam o processo de produção,
contratam ou demitem os trabalhadores, conforme sua conveniência. Estes, que não possuem
capital, vendem sua força de trabalho por um salário. (www.google.pt revoluçãoindustria)l

BREVE HISTORIAL DA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL

A Revolução Industrial é um marco na história da evolução da humanidade. Em meados do


século XVIII dá-se uma alteração sem precedentes nos campos da tecnologia e da técnica que
se viria a repercutir em toda a vida económica e social dos países onde essa eclosão teve em 1º
lugar na Inglaterra.

Os marcos importantes da revolução Industrial

- São os métodos utilizados;

- A quantidade e a qualidade dos bens que produz, a estrutura em que assenta e as novas
fontes de energia que caracterizam a uma indústria moderna.

ETAPAS DA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL

1ª Fase (1750-1875) – Fase da Força Mecânica

O desenvolvimento da manufactura passa para a maquinofactura (pequenas máquinas) tendo


sido a indústria têxtil a primeira a beneficiar-se. Dessa mudança, graças aos inventos
fornecidos por:

John Kay (1733) inventa a máquina de tecelagem;

Elaborado pelo Dr Jorge Martino e estudantes de 3º Ano Geografia U.P Nampula 2006. 97
James Hargreaves (1765) inventa a máquina de fiar;

R.Arkwright (1768) nova máquina de fiar mais rápida;

E.Carttwright (1784) Primeiro tear mecânico;

James Walt (1785) máquina a vapôr.

O invento mais importante e espectacular desta 1ª fase foi a máquina a vapôr. Esta máquina
exigia o carvão e a hulha, constituíram a solução para o funcionamento desta máquina, bem
como para o aparecimento de uma nova indústria: a Siderurgia, para a exploração de recursos
de fonte para abastecer novas indústrias.

- 1815 aparece a locomotiva a vapôr assim nasce o transporte ferroviário, resolvendo os


problemas dos transportes e das comunicações internas, a aceleração das trocas
comerciais, tornando as populações mais próximas e intensificando as trocas
comercais;

- É a fase do capital, intensifica a actividade bancária que irá ditar na emissão de acções;

- Surgem as sociedades anónimas e as companhias de seguros;

- Nasce uma nova classe – a operária e as suas organizações sindicais. Assiste-se a uma
mudança pelo aparecimento dos primeiros complexos fabris junto a sua exploração;

- O estado intervém promulgando leis que salvaguardam o operário.

Elaborado pelo Dr Jorge Martino e estudantes de 3º Ano Geografia U.P Nampula 2006. 98
Máquina de fiação movida pela força
hidráulica (força produzida pelo
movimento da água) do 2º quartel do
séc. XVIII

– interior de uma fábrica de tecelegem


(tesres mecânicos dos fins do séc. XVIII

Fig. 4 – Trabalho no exterior


de uma mina inglesa de
carvão nos princípios do séc.
XIX

2ª Fase (1880-1950) – Novas fontes de energia

Foi a era da Energia – Petróleo, Electricidade e Gás Natural.

Elaborado pelo Dr Jorge Martino e estudantes de 3º Ano Geografia U.P Nampula 2006. 99
O uso do carvão só trazia incovenientes de exploração e transportes difíceis, daí surge o
petróleo. Com esta fonte de energia assiste-se a uma auténtica revolução. Nos transportes, na
utilização de novas máquinas agrícolas como o tractor.

O Petróleo constituiu uma poderosa fonte de matéria-prima para obteção de uma gama enorme
de produtos químicos sintéticos desde os plásticos aos têxteis, dos betumes aos lubrificantes,
de variados produtos químicos ao gás doméstico;

A electricidade começa a ser usada por volta de 1860 como força propulsora da máquina. Vai
ser usada como luz, é transportada a distância a partir de centrais geradoras onde faz mover
novas máquinas que substituem a velha máquina a vapor.

3ª Fase – fase da energia nuclear ou atómica.

- Novas transformações técnicas e novos sectores modernos;

- De ponta, a informática, robótico, biotecnologia (a invenção do computador);

- A automatização;

- A automação;

- A invenção dos transportes aéreos;

- Melhoramento de estradas para intercâmbios internacionais;

- Conquista do espaço cósmico estendem-se as investigações para o espaço cósmico;

- Era das energias renováveis (solar, eólica, geotérmica);

- Especialização nos transportes de todos os tipos: de passageiros, mercadorias


marítimas (de petroleiros, cerealiferos, mineralíferos);

- Transportes ferroviários (tanques);

- Transporte rodoviário (camiões a tanques, frigoríficos);

- Surgem os tranportes intercontinentais;

- Aparecimento de multinacionais;

- A difusão de revolução industrial nos PVDS;

Elaborado pelo Dr Jorge Martino e estudantes de 3º Ano Geografia U.P Nampula 2006. 100
FASES DA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL, SUAS CONSEQUÊNCIAS

1ª fase

No início, esta, foi essencialmente mecânica.

Para fazer face á crescente procura, em virtude do acentuado crescimento demográfico e de


melhor nível de vida e das relações comerciais, a indústria sentiu necessidade duma maior
produtividade, fazendo, para isso, apelo á máquina. Foi na indústria têxtil onde se verificaram
as primeiras e decisões descobertas, sendo a primeira a mecanizar-se.

Ao longo do tempo, as invenções são aperfeiçoadas, completadas e alargadas a outros sectores


industriais.

Como consequências a mecanização triunfa e passa a assegurar uma produção maciça, regular
e menos dispendiosa.

Esta fase teve seus limites, pois o poder das máquinas é restringido pela insuficiência das
fontes de energia, que se resumiam a pouco mais que a força muscular e a força dos cursos de
água.

A máquina a vapor construída no séc.XVIII por James Watt, utilizava a lenha e o carvão
vegetal o que tornava-o pouco rentável. Porém, o carvão natural, hulha veio resolver tão
importante problema, onde a Revolução Industrial ganha um novo e decisivo impulso.

Com o carvão hulha, se desenvolve a metalurgia, a utilização do coque (obtida da hulha)


permitiu a obtenção de ferro em massa e de boa qualidade:

- Altos fornos multiplicaram-se assim a siderurgia foi a base do sistema industrial desta
primeira fase;

- O Mundo das fábricas suplanta definitivamente a indústria doméstica e artesanal;

- O operário toma conta de várias máquinas;

- A divisáo do trabalho acelera-se;

- Alteração do trabalho da população activa, onde populações rurais afluem em massa às


cidades, reduzindo a mão-de-obra ao sector primário daí o crescimento rápido do sector
secundário.

NB: A utilização do carvão mineral, da máquina a vapôr e das novas máquinas têxteis, o
desenvolvimento da metalurgia do ferro e dos transportes e o nascimento da classe operária,

Elaborado pelo Dr Jorge Martino e estudantes de 3º Ano Geografia U.P Nampula 2006. 101
suas organizações de defesa (sindicatos), constituem os principais aspectos que caracterizam a
1ª fase da Revolução Industrial.

2ª fase

Era energética, fim do século XIX e principios do século XX.

O fraco rendimento da máquina a vapôr, aliado ao carvão, muito pesado e difícil transporte,
havia portanto necessidade de descobrir outras fontes de energia.

E então com o petróleo, a electricidade e o gás natural, conhece assim a industria um dos seus
períodos mais prósperos da história da humanidade.

O petróleo:

- Veio permitir a produção de uma enorme variedade de motores de combustão interna


permitindo a expansão da indústria de automóveis , de aviões e uma imensidade de máquinas
agrícolas.

A electricidade:

Deu efeitos estraordinários na indústria e nos transportes. Por ser mais limpa, de fácil manejo e
mais rentável, passou-se a usar em substituição do carvão e do petróleo. A partir desta,
surgiram numerosas indústrias como a produção do alumínio, rádios, televisores, aparelhos
electrodomésticos e de máquinas eléctricas para fins variados. Intensificou a divisão do
trabalho e a especialização permitindo um maior rendimento e qualidade dos produtos.

- A produção em série e o trabalho em cadeia permitiu produzir enormes quantidades de


produtos num curto espaço de tempo, constituíndo factores essenciais do abaixamento
dos custos de produção:

- O êxodo rural acentua-se porque as cidades atraem a população que nelas procura
melhores salários e trabalhos menos penosos. Cresce o sector secundário e terciário.

3ª fase – Revolução Electrónica (ou nuclear)

A energia nuclear, a difusão da automação, a conquista do espaço cósmico e a vulgarização do


uso dos computadores marcou o início duma nova era indústrial.

Elaborado pelo Dr Jorge Martino e estudantes de 3º Ano Geografia U.P Nampula 2006. 102
Transformação radical das condições de trabalho nas fábricas onde é suprimida grande parte
da intervenção do homem, que cada vez mais se limita a determinar e a programar o trabalho
das máquinas integradas em cadeias de produção.

Uma indústria com acentuado grau, emprega mais engenheiros, analistas e programadores. O
computador, autêntica “máquina pensante”, constitui a expressão máxima do elevado nível
tecnológico a que a indústria moderna conduziu.

 No campo energético, as centrais nucleares, prometem no mundo uma exploração quase


inesgotável fonte de energia eléctrica.

 No domínio dos transportes e comunicações sobressaem o aperfeiçoamento dos


transportes aéreos com:

- Maior rapidez, comodidade e segurança;

- O desenvolvimento dos transportes ferroviáreos electrificados e as


comunicações a longa distância (via satélite).

CONSEQUÊNCIAS DA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL

 Acelerou o processo de migração do campo para cidade (êxodo rural) intensificando


deste modo o crescimento da população urbana formando uma nova classe social, a
operária;

 A utilização das máquinas reduziu o preço da força de trabalho a níveis de mera


substância, daí que o desemprego, a miséria produzidos pela industrialização acabaram
por desencadear um movimento espontâneo de destruição das máquinas, pelos
operários, que ficou conhecido como LUDISMO;

 Com o surgimento do capitalismo financeiro desenvolveu-se o capitalismo industrial;

 A formação dos grandes conglomerados económicos onde ocorreu o desenolvimento


do liberalismo económico, que se baseava na livre concorrência. Esse sistema, por sua
vez criou condições para que as grandes empresas eliminassem ou absorvessem as
pequenas através de um processo da substituição da livre concorrência pelo monopólio;

 O processo de produção em série, as mercadorias passam a ser produzidas de maneira


uniforme e padronizada;

Elaborado pelo Dr Jorge Martino e estudantes de 3º Ano Geografia U.P Nampula 2006. 103
 A expansão do imperialismo, as potências capitalistas necessitavam de mercados
externos que servissem de escoradouro para seu excedente de mercadorias.

A REVOLUÇÃO CIENTÍFICA E TÉCNICA

A indústria transformou a superfície, desde a paisagem rural à urbana, a vida social e


económica das sociedades aos reflexos profundos na demografia, nos transportes, na
agricultura. A força da indústria alterou radicalmente originando uma nova paisagem.

Na demografia

A partir do início da Revolução Industrial dos países desenvolvidos (1750), a evolução


demográfica altera-se radicalmente, provocando uma autêntica Revolução demográfica.

Em 1850 cem anos depois, a população andaria por 1200 milhões, em apenas 100 anos cresceu
mais que nos 1500 anos anteriores. Duplicou entre 1650 e 1850 e voltaria a duplicar entre
1850 e 1950, sendo as tendências actuais para um aumento cada vez mais progressivo. Em
1980 estava-se próximo dos 4500 milhões e de 2000 em diante prevê-se 65000 milhões de
habitantes no mundo.

Causas

a) Ligada a Revolução Industrial está a Revolução Agrícola. Pela introdução da


maquinaria, novos sistemas, novas culturas, aumento de áreas de cultivo, novos
meios de transportes, permitiu as melhorias na alimentação quer em quantidade e
em qualidade. Resultou numa redução substancial da taxa de mortalidade e ao
aumento da esperança média de vida.

b) Progresso na medicina e na higiene com o aparecimento das vacinas, o raio X, a


descoberta dos grupos sanguíneos, as vitaminas, o BCG, o DDT (que destroi os
insectos vectores de doenças), as penicilinas, vacina antipoliomelite, conjugou para
diminuição da taxa de mortalidade, com relevo para a mortalidade infantil.

c) A promulgação de leis do trabalho (1802) as crianças e as mulheres começaram a


ter horários compatíveis.

Elaborado pelo Dr Jorge Martino e estudantes de 3º Ano Geografia U.P Nampula 2006. 104
Na agricultura

Aliado a revolução agrícola se observou o desenvolvimento técnico, tecnológico e científico.


O abandono do meio rural à procura de emprego nas indústrias pois caso contrário elas
paralisariam o aumento da produtividade com ajuda da máquina e com aumento das áreas de
cultivo. Suprime-se o pousio, estabelece-se o afolhamento e a rotação de culturas novas e
melhoradas.

As ervas daninhas são eliminados pelos herbícidos;

As melhorias se observaram também na pecuária graças a cultura de espécies forrageirras e à


inseminação artificial; os pântanos são drenados e secos tranformados em campos de cultivo;
eliminação de doenças pelos insecticidas; o uso de adubos químicos intensifica-se; a
especialização da agricultura, os solos passam a ser estudados, corrigidos e conservados com
técnicas adequadas.

Agricultura passa a constituír-se em empresa ligada a indústrias,estabelece-se uma interacção,


uma reciprocidade crescente.

Nos transportes

a evolução dos transportes se manifestou pela transferência de matérias-primas do local de


produção. As fontes de energia, primeiro o carvão e depois o petróleo tem de chegar nos
centros industriais de consumo não só como também a colocação dos produtos transformados
junto ao mercado.

As vias de comunicação terrestre tornar-se-ão mais rápidas, seguras e confortáveis. Prrimeiro


as estradas de macadame, depois o asfalto e o alcatrão e por fim as grandes pontes de cimento,
maior tráfego, de custos reduzidos, as distâncias diminuem, a mobilidade do homem e bens,
multiplicação de ideias, o meio rural evolui. Por fim o avião e os novos métodos de
comunicação à distância tornam um ciclo de progresso resultado de uma permanente evolução
industrial.

No desenvolvimento urbano

Iniciado com a evolução Industrial do século XVIII atinge o seu ponto mais alto ao longo do
século XIX e inícios do século XX.

Elaborado pelo Dr Jorge Martino e estudantes de 3º Ano Geografia U.P Nampula 2006. 105
No início do século XIX havia 200 (duzentas) cidades com mais de 20 mil habitantes, 45
(quarenta e cinco) com mais de 100 mil e nenhuma com 1 milhão.

Cento e cinquenta anos depois (1950) havia 5500 cidades com 20 mil habitantes, 875 com 10
mil e 50 com 1 milhão.

A população urbana europeia triplicou ente 1800 e 1850 e quadruplicou entre 1850 e 1900. nos
EUA, entre 1800 e 1850 dá-se um aumento de seis vezes e entre 1850 e 1900 a multiplicação é
por 12.

AUMENTO DA POPULAÇÃO
ANOS
Mundial Urbana/%

1800-1850 29,2 175,4

1850-1900 37,3 192,0

1900-1950 42,2 228,0

CONCEITOS E DEFINIÇÕES

Automatização – funcionamento das máquinas por meios mecânicos, isto é, as máquinas


realizam várias operações sem a intervenção do homem.

Especilalização – aperfeiçoamento dos operários em determinado tipo de trabalho industrial, o


que lhes permite executar, com precisão as suas tarefas.

Produção em série – fabrico de grandes quantidades de produtos idêntivos entre si. Reduz o
número de operários e aumenta o rendimento das máquinas, o que se reflecte no menor custo
dos produtos.

Matérias-primas – são todos os materias em bruto, que se encontram no seu estado natural,
fornecidos pela exploração mineira e florestal, pela agricultura, pesca, criação de gado.

Automação – controlo de funcionamento de uma ou mais máquinas por outras, que pode ser
um computador ou um “robot”.

Indústrias de ponta – são as que empregam uma tecnologia altamente avançada, recorrem a
uma constante e dispendiosa pesquisa científica em ligação com centros de investigação,

Elaborado pelo Dr Jorge Martino e estudantes de 3º Ano Geografia U.P Nampula 2006. 106
institutos tecnológicos, laboratórios e universidades, empregam pessoal altamente qualificado,
elaboram produtos de alto valor unitário.

Manufactura – obra feita à mão, trabalho manual, estabelecimento industrial em que os


produtos serão por meio do trabalho manual.

FASE ANO FONTE ENERGÉTICA

1ª ________a 1875

2ª 1880 a _______

_______aos nossos
dias

1. Identifica a indústria que mais se destacou com a eclosão da Revolução Industrial.

2. Uma das consequências da Revolução Industrial foi a aceleração do êxodo-rural.

a) Que implicação isso trouxe na vida das populações?

3. Dá (2) exemplos de marcos importantes da Revolução Industrial no globo terrestre.

4. Que eventos marcam o início da segunda fase da Revolução industrial?

Factores de localização industrial

A localização das indústrias e as paisagens que as mesmas engendram dependem de


numerosos factores.
Com efeito, para que seja possível a instalação e o funcionamento duma indústria é
fundamentalmente necessário
- o espaço geográfico, para a implantação do estabelecimento industrial;
- a energia, para fazer funcionr às máquinas;
- as matérias-primas, com que se fabricam os produtos;
- o mercado, para venda da produção;
- o capital, para a compra de máquinas, pagamento de salários, construção de instalações, etc.

Elaborado pelo Dr Jorge Martino e estudantes de 3º Ano Geografia U.P Nampula 2006. 107
Então, para a escolha do lugar onde devem instalar as suas indústrias, os empresários têm em
conta não só aqueles factores como muitos outros de modo a obterem os mais baixos custos
possíveis da produção, sobretudo

- A localização das fontes de energia

A energia pode ser, o carvão, o petróleo, a electricidade ou gás natural. Outras fontes de
energia, como a nuclear, a geotérmica, a eólica e a das marés, têm, por enquanto, um papel
muito limitado.
Nos primeiros tempos da Revolução Industrial, as máquinas utilizavam principalmente a
energia hidraúlica (água). Depois, passou a utilizar o carvão. Porém, as quantidades enormes
necessárias e o seu grand peso tornam o seu transporte difícil e muito caro o que forçou as
indústrias que o utilizavam a instalar-se nas proximidades dos locais de extracção. Por
exemplo, a maior parte das grandes zonas industriais do mundo, como a de Yorkshire
(Inglaterra), do Norte da França, do Ruhr (Alemanha), de Dombass (URSS) e do Nordeste dos
EUA. Ainda hoje, a indústria siderúrgica, grande consumidora de carvão, tende a localizar-se
junto das minas carboníferas.
Nos países que utilizam o carvão importado, a indústria, como é natural, junto dos grandes
portos.

Actualmente, o empprego de novas fontes de energia – petróleo, gás natural e electricidade –


facilmente transportáveis, liberta em certa medida, as indústrias dos condicionalismos
energéticos quanto à sua localização.

- a localização das fontes de matéria-prima

Em muitas indústrias, na maioria das vezes, aproveita-se duma pequena parte de matéria bruta.
Por exemplo, um mínimo de ferro com o teor-percentagem de metal limpo – de 10٪ implica o
transporte, por cada tonelada, de 900 kg de produto inútil (escória). No entanto, será l’ogico
que as indústrias de transformaçao se localizem o mais próximo possível dos locais de
extracção. Pelo contrário, se o teor desse minério for de 60٪ ‘e natural que outros factores
como – a energia, a mão-de-obra, mercado, etc, pesem mais na decisão da localização e esta se
verifique relativamente longe das minas. Por exemplo, a ind’ustria de polpa de papel,

Elaborado pelo Dr Jorge Martino e estudantes de 3º Ano Geografia U.P Nampula 2006. 108
encontra-se tipicamente situada próximo das florestas, como no Canadá e na Suécia,
exactamente pela elevada percentagem de matéria vegetal não aproveitável.

- a mão-de-obra
A quantidade e a qualidade da mão-de-obra ditam, muitas vezes, a localização da indústria. Na
verdade, há indústrias que exigem abundante mão-de-obra como a têxtil, a eléctrica e a
automobilística, sendo por isso natural que se localizem em zonas que ofereçam uma força de
trabalho abundante e diversificada.
Portanto, as cidades constituem, por isso, grandes centros de atracção para aquele tipo de
indústrias.

- os mercados consumidores
O poder de atracção que os grandes centros urbanos exercem sobre a indústria não se resume à
sua disponibilidade de mão-de-obra, pois, eles constituem também grandes centros de
consumo, para onde são atraídas muitas indústrias ligeiras, como a de vestuário, de
refrigerantes, de produtos alimentares, de artigos eléctricos,etc.

- as vias de comunicação
Os transportes e vias de comunicação desenpenham um importante papel na localização dos
estabelecimentos industriais.
Estes têm de ser facilmente alimentados, com a menordespesa possel, de matérias-primas e
têm de expedir, com a brevidade possível, os produtos acabados para os seus clientes. Tal só
será possível se se dispuser de bons tranportes e boas vias de comunicação junto às quais a
indústria tem tendência a estabelecer-se.

As margens dos grandes rios navegáveis(como os da América do Norte) tornaram-se grandes


baluartes industriais pelas facilidades que oferecem às trocas comerciais quer internas quer
externas.

- a solidariedade técnica

Em regra, muitas indústrias atraiem outras indústrias de as possibilidades de as primeiras


fornecerem às segundas matérias-primas ou produtos semiacabados, além disso, as primeiras
indústrias a estabelecerem-se numa determinada zona criam ali sistemas de transportes, de
fornecimento de energia e de serviços variados e fixam a mão-de-obra que podem exceder as

Elaborado pelo Dr Jorge Martino e estudantes de 3º Ano Geografia U.P Nampula 2006. 109
necessidades locais. Criadas estas condições, muitas outras indústrias dela se aproveitam e se
estabelecem junto das primeiras. Assim se constituem vastas regiões industriais, como a do
Ruhr – Vestefália (Alemanha), inicialmente carboníferas e siderúrgica e hoje com grande
número d outras in”ustrias.

A acção do Estado

A acção do Estado pode condicionar hoje a distribuição geográfica das indústrias, com vista a
evitar os grandes desiquilíbrios regionais. Procura-se, por um lado, que a indústria se
estabeleça em zonas economicamente pobres e onde o desemprego é elevado e por outro lado,
evitar que ela continue a acumular-se em zonas já desenvolvidas e muito populosas.

Exercícios

1. Mencione os factores que maior influência exercem na localização das indústrias.

2. Alguns tipos de indústrias estão muito condicionados, quanto à sua localização, pela
exploração das respectivas matérias-primas minerais.

3. cite exemplos dessa indústria e explique as razões do referido condicionalismo.

4. O próprio Estado intervém muitas vezes na localização de certas indústrias. Porquê?

Factores de localização das indústrias

Os factores que influenciam na localização das indústrias dividen-se em: factores de natureza
técnica; de natureza económica e de natureza humana.

1.Factores de natureza técnica

As proximidades das fontes de energia

Até aos nossos dias, o espaço industrial foi profundamente marcado pela procura de uma
proximidade imediata de energia, desde a fornecida pelos moínhos de água, até a potente

Elaborado pelo Dr Jorge Martino e estudantes de 3º Ano Geografia U.P Nampula 2006. 110
central térmica implantada junto à mina de carvão ou às grandes centrais hidroeléctricas de
montanha e de planície.
As maiores zonas industrias do mundo localizam-se ainda hoje em números consideráveis
junto de uma ou várias fontes de energia. Subsistem ainda regiões onde se mantém uma
associação entre fontes de energia, presença de minérios e unidades de fabrico como junto às
fábricas huihíferas no século xix, os lugares privilegiados dos espaços industriais. Estão , no
entanto em declínio as grandes unidades metalúrgicas das <<Regiões Negras>> em proveito
das zonas costeiras.
O equipamento hidroeléctrico permitiu à grande indústria moderna instalar-se em grandes
vales, tendo como base a fixação de indústrias eléctricas e fixando à sua volta outras
indústrias.
Existem, hoje em dia, técnicas capazes de transportar sem grande perda a energia
termoeléctrica ou hidroeléctrica ou ainda gás natural a distância de mais de 3000 Km.

Proximidade das matérias-primas

Importa frisar que as matérias-primas são evidentemente indispenásveis à indústria. Conforme


a natureza delas, assim, as indústrias se encontram mais ou menos condicionadas na sua
localização. Os transportes obrigam sempre os custos de produção e no caso de matérias
primas de grande peso ou volume, impõe-se às indústrias, por motivos económicos evidentes,
à maior proximidade possível em rerlação aos locais de abastecimento. É o caso dos antigos
centros siderúrgicos no luxemburgo perto das minas de ferro;
Não obstante, os produtos alimentares como a carne, o peixe, os vegetais e as frutas que são
facilmente deterioráveis implicam um rápido processamento indústrial. Por isso, instalações
industriais de tratamento, refrigeração e embalagem, situam-se normalmente próximos das
zonas produtoras. A moderna indústria das madeiras é um exemplo ao lado de uma fábrica
importante que pode encontrar uma série de pequenas fábricas que usam: aparos, serraduras ou
cascas de árvores para a produção de derivados.

A abundância da água

A abundância da água é um factor muito antigo e moderno. Desde as primeiras indústrias


têxteis, que se localizavam em regiões ricas de água necessárias ao tratamento de lã, até as

Elaborado pelo Dr Jorge Martino e estudantes de 3º Ano Geografia U.P Nampula 2006. 111
modernas fábricas de papel que consomem muita água e ainda às oficinas metalúrgicas que
exigem grande quantidade de água para seu arrefecimento., assim, como as fábricas de
produtos químicos que fazem dele grande consumo.

Factores de natureza económica

Os transportes e comunicações

A indústria estabelece uma corrente de trocas – a indústria compra e vende dependendo


portanto de um circuito comercial.
Nas indústrias pesadas o papel dos transportes é importante, com efeito com efeito é
necessário que as indústrias sejam alimentadas facilmente e com a menor despesa em
matérias-primas muitas vezes de origem longínqua e que possam distribuir o mais rapidamente
poss’vel as mercadorias aos seus clientes.
Ligações aquáticas importantes como o rio reno (Europa) e ligações ferroviárias fixaram
muitas indústriais pelas facilidades que ofereciam às trocas comerciais. Por outro lado, os
custos dos transportes dependem da natureza dos produtos independentemente do seu peso ou
volume. Bens alimentares tendem a pagar fretes mais elevados pois obrigam a utilizar camiões
ou vagões frigoríficos.
As matérias-primas pagam tarifas de transporte relativamente mais elevadas do que os
produtos manufacturados. Sendo estes de maior valor, podem também suportar fretes mais
pesados.
Assim, as indústriais que consomem grandes quantidades de aço tendem a localizar-se junto
dos centros siderurgicos, já que em relação aos produtos acabados como maquinaria pesada, os
fretes de transporte representam uma pequena fracção do custo total.
Por outro lado, as indústriais que consomem pequenas quantidades de matérias-primas
facilmente transportáveis, como as indústriais de aparelhos eléctricos, tendem a localizar-se
junto da mão-de-obra ou dos mercados.
Os custos dependem naturalmente dos diferentes meios de transporte disponíveis. Em
princípio para grandes distâncias o transporte rodoviário é mais caro do que o ferroviário e este
mais caro que o transporte marítimo. Para pequenas distâncias verifica-se o contrário.

Elaborado pelo Dr Jorge Martino e estudantes de 3º Ano Geografia U.P Nampula 2006. 112
Os grandes mercados consumidores

A indústria só pode existir expandir-se se houver mercados adequados.


A técnica moderna implica uma racionalização crescente de todo o processo industrial, impõe
economias de escala só viáveis com vastos mercados.
Assim, as empresas industriais para se expandirem têm de conquistar mercados cada vez mais
vastos à escala internacional. Naturalmente são as grandes aglomerações urbanas dos países
desenvolvidos que constituem os mercados de maior interesse tanto pelas suas dimensõescomo
pelo seu poder de compra. Assim se compreende que as indústrias procurem instalar-se nas
zonas urbanas consumidoras dos seus produtos tanto mais que aí é mais fácil o recrutamento
de mão-de-obra.
Por outro lado, quando o transporte dos produtos acabados é mais dispendioso do que as
matérias-primas, há a vantagem das unidades industriais se instalarem junto dos mercados
consumidores. Um aumento do peso ou da fragilidade dos produtos finais resultantes do
processo industrial leva o produtor a procurar situar-se perto do mercado. Por exemplo, as
indústrias alimentares e de bebidas. Se o mercado é vasto e os custos de transporte afectam
apreciavelmente os custos finais, as indústrias tendem a dispersar-se. Contudo, se a produção
se deve apenas a algumas empresasque abastecem determinado mercado, as unidades fabris
tendem a concentrar-se num ponto favorável em relação à distribuição.

O capital

O capital é absolutamente indispensável para que qualquer indústria possa existir e prosperar.
No entanto, há indústrias com maior exigência, como a do petróleo que exige capitais bastante
elevados, ao contrário, a indústria têxtil, que tem um coeficiente baixo. A revolução industrial
que teve início na inglaterra nos finais do século xviii, só foi possível porque a agricultura e o
comércio puderam fornecer os capitais necessários.
No concernente ao processo industrial observa-se que todas as suas fases implicam
determinados financeamentos como sejam a compra do terreno, a construção dos edifícios
fabris e administrativos, a aquisição de equipamentos e matérias-primas, o pagamento de
salários, a amortização do capital investido, o pagamento de juros de empréstimos contraidos,

Elaborado pelo Dr Jorge Martino e estudantes de 3º Ano Geografia U.P Nampula 2006. 113
as despesas de publicidade e a comercialização de produtos, a investigação científica e o
progresso tecnológico.
No concernente ao capital encontramos o capital técnico e o capital monetário. No primeiro
caso, corresponde ao imóvel e ao equipamento. O seu investimento é feito por um período de
tempo relativamente grande e as despesas feitas são amortizadas a longo prazo. E no segundo
caso, é a fonte de investimento, aqui, observa-se uma fluidez muito maior. A possibilidade de
reunir ou aumentar depende mais do volume de negócios e da gestão de empresa do que da sua
localização. Se é rentável e bem gerida facilmente encontrará os dinheiros de que necessita.
Atendendo que actualmente é grande a mobilidade dos financeamentos através do sistema
bancário moderno, só muito raramente o capital é um factor de localização da indústria.

O espaço é hoje em dia, um importante factor de localização das indústrias. Com expansão
contínua das indústrias resulta uma falta de espaço nos terrenos anterior adquiridos. O preço
elevado dos terrenos e os obstáculos que interditam a industrialização urbana tornam mais
cómodo e rentável, vender o terreno ocupado pela indústria e construir fábricas novas em
espaços mais desafogados.

Factores de natureza humana

A mão-de-obra

A mão-de-obra é um factor fundamental na produção industrial, mas nem todas as empresas


estão na mesma dependência. É importante não só a quantidade mas também a qualidade da
mão-de-obra. Há indústrias que requerem um grande número de operários, por exemplo, a
indústria têxtil, e há outras que sucede o contrário, por exemplo, a indústria petroquímica.
Muitas indústrias procuram assim instalar-se em zonas onde haja uma mão-de-obra ao mesmo
tempo abundante e barata.
Hoje em dia, os progressos técnicos, a racionalização da exploração e a automatização estão a
diminuir em muitos sectores a importância relativa do factor trabalho. Assim, a qualidade da
mão-de-obra é fundamental. Por exemplo, as indústrias de relojoaria, electrónica, aviação, etc,
necessitam de operários altamente qualificados. Ora o seu número é em geral escasso, visto ser

Elaborado pelo Dr Jorge Martino e estudantes de 3º Ano Geografia U.P Nampula 2006. 114
necessário uma longa preparação profissional que so paises tecnicamente evoluidos podem
oferecer. Entretanto, esta mão-de-obra, implica sempre, pagamento de salários mais elevados,
além de um conjunto de vantagens económicas e sociais que as empresas têm de satisfazer.
Uma parte desta mão-de-obra qualificada é constituida pelos quadros superiores, engenheiros,
investigadores, gestores, de que todas as emppresas necessitam em maior ou menor número.
A composição da mão-de-obra é igualmente importante. No caso de indústrias que exigem um
trabalho dedicado e paciente convém uma mão-de-obra essencialmente feminina, por exemplo,
a indústria electrónica.

A poluição

A poluição do ambiente tornou-se um dos problemas mais graves da actualidade .


A principal causa da poluição do ambiente é a utilização de quantidades crescentes de carvão,
petróleo, gás naturale derivadas, originando massas impressionantes de res’iduos de
combustão que são lançados no meio natural, isto na actualidade.
Outra causa, é a natureza química que fornece hoje um número cada vez mais elevado de
novas substâncias como matérias plásticas, detergentes, fertilizantes, etc, alguns altamente
poluidores.os efeitos da poluição são variados e incalculáveis e está-se longe de poder avaliar
em toda a sua extensão as consequências possíveis da polução actual num futuro mais
próximo.
Tanto a poluição sonora como a poluição atmosferíca, afectam fundamentalmente os centros
urbanos provocando fortes danos como doenças respiratórias, bronquites, crónicas, asmas e o
câncro do pulmão. O perigo que a poluição representa para a saúde do organismo humano
torna-se já particularmente evidente quando se ultrapassam certos níveis de concentração. É
uma nova tendência acelerada para a dispersão das indústrias principalmente das mais
poluidoras que são colocadas em áreas mais afastadas das cidades.

Elaborado pelo Dr Jorge Martino e estudantes de 3º Ano Geografia U.P Nampula 2006. 115
Fábrica de cimento perto de Setúbal

A inércia geográfica

Para se procurar no passado a explicação racional das distribuições geográficas actuais,


recorremos à inércia geográfica, pois a sobrevivência duma área industrial de longa data
reside nela, ou seja, numa resistência ou declínio que é um forte factorde preservar a
localização industrial. Contudo, uma área pode-se ter tornado num grande centro industrial
graças à existência próxima de matérias-primas, fontes de energia ou por ser o ponto de custo
mínimo de transporte. Mas se os factores responsáveis pela implantação inicial da indústria
declinarem ou desaparecerem o centro industrial pode manter-se.
As regiões em que o desenvolvimento industrial se deu em larga escala têm grandes
possibilidades de manter a sua actividade menos se as vantagens iniciais desapareceram.
As razões que explicam esta inércia podem ser: a relativa imobilidade do capital, edifícios,
maquinaria de grande duração, o pesado investimento que é difícil transferirpara novas
regiões e a existência de uma força de trabalho qualificada, meios de transporte regionais
desenvolvidos, facilidades económicas, interdependência técnica entre várias indústrias e que
constituem vantagens que podem compensar as desvantagens.
Há portanto, grande resisência ao abandono das antigas regiões industriais apesar da
capacidade de manutenção de uma indústria ser maior ou ter um peso superior ao da
capacidade de atracção.

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A inércia geográfica é mais intensa nas regiões de indústria pesada, como nas siderurgias de
Pittsburgh (EUA) e sheffield no Reino Unido onde a atracção pelas localizações originais tem
diminuído de importância mas, heranças do passado somsdas à vantagens da aproximidade de
muitas grandes siderurgias, têm-lhes assegurado o lugar que ocupam na produção siderurgica
dos respectivos países.

Acção do Estado

A intervenção do Estado na localização das indústrias pode fazer-se com um fim estratégico,
quando as entidades governamentaispromoverem a localização em função de um conjunto de
problemas que podem advir como resultado de uma concentração, exemplos: catástrofes
naturais ou desencadeadas pelo Homem.
Mas o Estado pode também intervir de maneira a promover o desenvolvimento de áreas mais
favorecidas incentivando as empresas públicas ou privadasno sentido de uma descentralização.

Reflexos da industrialização na paisagem

A Revolução Industrial dos séculos xix e xx modificou completamente a paisagem de certas


regiões. A industrialização alterou radicalmente o carácter das antigas cidades ao estender-se
pelos seus arredores, modificou profundamente as áreas rurais vizinhas das minas, transformou
regiões desabitadas em pólos de atracção.
Fábricas, chaminés reservatórios, armazéns, montes de escórias, fumos ruído, movimento,
bairros operários, circulação intensa e regulada por horários, tais são os elementos
fundamentais da paisagem industrial.
Cada paisagem industrial tem a sua fisionomia própria que resulta do tipo de actividade
industrial dominante, do aspecto e idade das suas fábricas, das relações com a população e das
diferentes fases do desenvolvimento por que passou. Mas apesar de cada paisagemindustrial
ter a sua originalidade é possivel classificá-las.

Critérios de classificação das paisagens industriais

Elaborado pelo Dr Jorge Martino e estudantes de 3º Ano Geografia U.P Nampula 2006. 117
- a localização;
- a idade dos estabelecimentos industriais;
- o tipo de actividade;
- o nível de desnvolvimento;
- a dimensão espacial.

As paisagens industriais

1. As << regiões negras >>


Começou por se atribuir esta designação às primeiras regiões industriais inglesas que
surgiram com a revolução industrial junto das minas de carvão; deste modo, a uma <<
Inglaterra Verde >> das paisagens rurais opunhan-se uma <<Inglaterra Negra>> (<<black-
country>>) das paisagens minerais. Este termo hoje, refere-se as paisagens industriais
antigas, herdeiras da Revolução Industrial e que surgiram junto dos poços e minas de
carvão, quer na Inglaterra, na França, na Alemanha Federal, na URSS ou nos EUA. As
paisagens das “regiões negras” são, portanto, as << paisagens industriais clássicas>>.

Elementos da paisagem

São constiuidas pelas fábricas de aço, centrais térmicas, fábricas de produtos químicos,
pirâmide de aço, enormes montes de escória, altos fornos, torres metálicas, tubos
monstruosos e altas chaminés que lançam em toda a região fumos negros, brancos,
vermelhos ou verdes, culminando com a poluição das fábricas como das casas.
Um conjunto de problemas ligados ao esgotamento das minas e a crise do carvão (1930)
como fonte de energia conduziu a um esforço de transformação e de reorganização
industrial destas regiões, nos últimos 50 anos.
Deu-se a introdução de novas indústrias na região, e as antigas unidades industriais em
declínio ou abandonadas foram modernizadas ou reconvertidas; O espaço urbano foi
reordenado, aparecendo áreas verdes, parques desportivos, novos centros comerciais e
novos bairros de edifícios mais claros.

Elaborado pelo Dr Jorge Martino e estudantes de 3º Ano Geografia U.P Nampula 2006. 118
Deste modo, as << regiões negras >> vão sendo progressivamente modificadas. As velhas
indústrias, que fizeram a fortuna dos agregados hulhíferos do século xix, vão sendo
substituídas e os velhos bairros operários dão lugar a modernas áreas residenciais.

Paisagem negra (Minas carboníferas e industrias metelúrgicas e químicas pesadas) no


nordeste da França

2.As paisagens industriais urbanas

As grandes cidades atraíram sempre a indústria, na medida em que o industrial aí pode


encontrar o capital, o trabalhador e o cliente. Por outro lado, a maior parte das grandes
cidades beneficia de uma boa rede de comunicações que permite o acesso à matéria-prima
e o escoamento do produto. Favorecem também esta concentração, as infraestruturas
urbanas e das economias de escola.
Actualmente, no espaço urbano, as indústrias têm tendência a reagrupar-se por afinidade e
complementaridade, com toda uma gama de actividades solid,arias, no mesmo espaço ou
num espaço próximo.
A maior parte das indústrias urbanas encontram-se associadas em áreas, situadas na
periferia e que envolvem a cidade numa << cintura industrial >>. Indústrias de << bens de
consumo >>; mecânica, eléctricas, de produtos químicos destinados ao público,
alimentares, têxteis e variadas indústrias ligeiras, em que a proximidade da mão-de-obra e
do mercado são o factor essencial, compõem o parque indústrial das << cinturas
industriais>> urbanas.

Elaborado pelo Dr Jorge Martino e estudantes de 3º Ano Geografia U.P Nampula 2006. 119
A função industrial do centro das cidades é altamente especializada, muito dispersa nos
bairros, muito variada nas suas fabricações e está quase sempre associada ao centro
comercial. Encontram-se actividades como os de tipografia, heliogravuras, fabricantes de
móveis, mercearias, etc, que graças a electricidade podem modernizar a sua técnica e
permanecer no mesmo local.

Paisagens urbanas

As indústrias portuárias

A concentração urbana não é o único factor de polarização da actividade industrial,


associações de estabelecomentos industriais de grande dimenão verificam-se também na
proximidade dos portos.
As indústrias pesadas, menos atraídas pela cidade do que as indústrias ligeiras, situam-se
preferencialmente junto do porto, aproveitando as facilidades do transporte marítimo ou
flivial que lhes permite o abastecimento de matérias –primas importadas.
Surgem então complexos siderúrgicos e refinarias de pe5tróleo, a que se se associam
fábricas de laminagem, construções mecãnicas, fábricas de cimento, de construção naval,
etc.
Para outras indústrias, mais do que os benefícios dos preços de transporte marítimo, é a
concentração das mercadorias nos portos, que favorecem a sua localização. Por exemplo,
em muitos portos europeus, existem indústrias de transformação de numerosas matérias-
primas agrícolas, originárias dos países subdesenvolvidos, como por exemplo indústrias
transformadoras de amendoim, café, copra, oleoginosas, açucar, etc.

Elaborado pelo Dr Jorge Martino e estudantes de 3º Ano Geografia U.P Nampula 2006. 120
Outra indústria caracteística dos portos de pesca é a indústria de conserva, apesar dos
progressos da congelação que permitem o tratamento do peixe no mar alto e a sua
deslocação posterior.
O desenvolvimento da industrialização portuária e a localização prefenrencial das
indústrias à << borda de água>> traduziu-se numa sede crescente de espaço portuário. Por
outro lado, a expansão terrestre destas indústrias é dificultada, porque geralmente os portos
são rodeados, para o interior por um tecido urbano; as indústrias portuárias são também
indústrias urbanas.
A procura doespaço tem levado a uma progressão contínua das indústrias ao longo do
litoral, semore que a costa o permite. No Japão, a costa baixa, facilitou a realização de
<<ilhas artificiais de vocação industrial>> ou <<polders industriais>>, que permitiram
superar as dificuldades de expansão terrestre das empresas portuárias.

Junto dos portos encontramos paisagens industriais muito diversas, na medida em que esta
variedade se relaciona com os tipos de indústria aí localizadas e com o modo como se
organiza a área industrial portuária.

As regiões industriais

A concentração espacial da indústria acontece sempre que várias unidades industriais se


associam num espaço limitado. As unidades industriais repartem-se, então, por áreas
específicas as <<regiões industriais>>. Os motivos desta concentração são o
reagrupamento em função da localização ou da solidariedade técnica, mas normalmente as
indústrias são independentes, trabalhando isoladamente.
Nas regiões suburbanas dois factores contribuem para a associação das indústrias dos
quais:

- a questão dos preços dos terrenos que diminuem com o afastamento do centro da cidade;
- o desenvolvimento da rede viária e dos transportes, que leva aà localização preferencial
destas áreas, sobre os eixos suburbanos. As indústrias têm, ainda, vantagem nesse local
porque permite o fácil acesso da mão-de-obra.

Elaborado pelo Dr Jorge Martino e estudantes de 3º Ano Geografia U.P Nampula 2006. 121
A navegação fluvial e marítima podem igualmente, pelas infra-estruturas que oferecem,
engendrar regiões industriais, mas segundo modalidades pouco diferentes.
Pequenas regiões podem também aparecer junto de jazigos minerais, de centrais de
produção de energia eléctrica ou em vales.
Na região industrial, a paisagem é extremamente variada porque nela se associam
indústrias muito diversas de região para região.

Os complexos industriais

Os complexos industriais são áreas especialmente arranjadas e destinadas à produção


industrial e de onde é banida qualquer residência de trabalhadores. Estes complexos,
aparecem como grupos regionais de produção fortemente especializada, por vezes de
grande dimensão e organizados em função de programas de desenvolvimento.
Os complexos têm sempre na origem uma determinaçãogovernamental e distribuem-se
geralmente junto de um curso de água, num vale topográfico ou numlitoral marítimo, é o
caso do complexo industrial de Sines. O elemento aglutinador pode ser uma bacia mineira,
energética ou siderúrgica. O complexo industrial tem por base grandes unidades fabris com
ligações económicas e financeiras, numa associação de solidariedade técnica.
Encontram-se complexos industriais em países altamente industrializados e em países em
vias de desenvolvimento. Nos países de economia capitalista, os complexos industriais
nascem em função da soliodariedade técnica, sobre um espaço organizado pelas
autoridades ou até pela associação das grandes empresas. É o exemplo da empresa Boeing,
que organizou um espaço integrado de indústrias de alumínio e variadas indústrias
subsidiárias da indústria aeronáutica, ou da indústria de automóveis Ford, que se
produzem no grande complexo industrial à volta de detroit.a bacia do Ruhr, na Alemanha
Federal é o exemplo de um complexo industrial que se originou livremente numa área de
exploração de minas de carvão. As qualidades excepcionais dos jazigos de carvão e a
utilização do ferro local, levaram ao aparecimento da primeira associação de indústrias, as
de carvão e de aço. A estas se juntaram as de carbo-química com fábricas de síntese do
amoníaco e do hidrogénio da hulha, as indústrias metalúrgicas, as indústrias mecânicas, as
fábricas de automóveis e de electrodomésticos. Assim se realizou uma formidável
concentração de indústrias, formando um dos mais extensos complexos industriais do
mundo.

Elaborado pelo Dr Jorge Martino e estudantes de 3º Ano Geografia U.P Nampula 2006. 122
A problemática da decisão de localização industrial

No contexto da problemática da decisão de localização iindustrial, encontramos os


seguintes factores intervenientes , como: o empresário que pode ser de forma individual
preocupado com os lucros, por sociedade, visando assegurar os interesses da sociedade ou
o Estado, responsável dos custos sociais e com os fins de planeamento. Verifica-se também
os produtos, relacionados com as técnicas, economias fabris e também a procura.No que
tange a acessibilidade, isto tem relação com as fontes de matéria-prima que podem ser de
origem animal, vegetal, ou ainda mineral. A energia, pode ser de origem dos combustíveis
sólidos, líquidos e a electricidade. Verifica-se também o mercado e os custos dos tranporte
para a produção e distribuição do produto final como também tem-se em conta a
localização industrial.

Exercícios
1. Mencione os factores de natureza técnica que conheces.
a) Descreva um deles a tua escolha.
2. Fale da importância dos transportes como factor de localização industrial.
3. Quais são as razões que explicam a inércia geográfica.
4.Indique os principais crtérios de classificação das paisagens industriais.
5. O que são <<regiões negras>>?
6. Refere-se das vantagens da localização das indústrias nas zonas portuárias.

Localização indústrial

Leva-se em conta os seguintes factores:

- proximidade ou acesso fácil ao fornecedor da matéria –prima principal;

- proximidade do mercado principal – menor custo de transporte;

- disponibilidade de mão-de-obra – quanto mais especializada a indústria, maior a exigência de


pessoal qualificado ou especializado;

Elaborado pelo Dr Jorge Martino e estudantes de 3º Ano Geografia U.P Nampula 2006. 123
- infra-estrutura local – oferta de serviços públicos de energia eléctrica, transporte, segurança,
limpeza, entre outros;

- verificar se a região oferece incentivos económicos e fiscais;

- condições ambientais da região – clima, temperatura, período e intensidade das chuvas,


humidade entre outros – compactíveis com o que se pretende produzir;

- legislação urbana sobre o uso do solo – área permitida para indústria.

1- CLASSIFICAÇÃO DAS INDÚSTRIAS


CRITÉRIO DE CLASSIFICAÇÃO

Vários autores defendem que torna dificil fazer uma classificação objectiva, devido a
variedade e as múltiplas caracteristicas que as indústrias apresentam.

Qualquer critério, não é suficiente na medida em que uma indústria pela diversidade das suas
tarefas pode ser incluida em mais do que um tipo e pela associação de fabricas na única
indústria.
Sendo assim, elas podem se agrupar Segundo:
 A natureza das materias primas utilizadas
 Destino dos bens produzidos
 As afinidades tecnólogicas

Segundo a natureza das materias primas utilizadas podem ser agrupadas em:
 Indústria de base
 Industria de transformação

Indústria de base
São as que usam matéria prima bruta (minerais ou produtos energéticos) e as de transformam
em produtos bruto ou semi-acabados para serem empregues nas outras indústrias para o seu
acabamento.

Ex: Siderurgica,metalúrgia do aluminio, refinação do petróleo a carboquimicas.

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Siderurgia – transforma o minério do ferro,fundição do aço e uma primeira transformação do
aço em chapas, barras e vigas.
Utiliza técnicas mais complexas e são necessarias grandes investimentos e eneromes
quantidades de material prima.

Metalúrgia do aluminio- transforma o metal do aluminio que é usado nas indústrias de


automóveis, bicicletas, electrodomesticos,construção naval e aviação.
Exige avultados investimentos

Quimica de base- compreende industrias de refinação petrolifera que fornece material-prima a


outras industrias químicas.

Indústrias de transformação ou transformadoras

São aquelas que usam produtos já elaborados pela industria de base e as trasformam em
produtos acabados ou semi-acabados com o destino ao consumo directo ou a outras industrias.
Ex: Indústria de automóveis,parafusos, quimica farmaceutica, máquinas diversas, vestuários,
alimentação e mobiliário.

Segundo o destino dos bens produzidos

 Indústrias de bens de equipamento


 Indústrias de bens de consumo

Indústrias de bens de equipamento


Fornecem utensilios, materiais, máquinas necessarias para qualquer tipo de actividade
produtiva
Ex: Indústria de transporte
Máquinas industriais
Construção civil, naval e aeronaútica
Pode ser incluído neste grupo as industrias extractivas, as metalúrgicas pesadas e as quimicas
pesadas, porque os produtos que fornecem constituem materia prima de outras indústrias.

Elaborado pelo Dr Jorge Martino e estudantes de 3º Ano Geografia U.P Nampula 2006. 125
Indústrias de bens de consumo
São as que fornecem produtos para o consumo directo ou venda no Mercado
São muito diversas desde os electrodomesticos, indústrias de mobiliários, automóvel, texteis,
alimentares.
Fornecem uma gama de produtos para o consumidores
Ficam atentos ao mercado e a concorrência entre unidades do mesmo ramo,devido as
exigencias do Mercado. Essas indústrias são indispensaveis para o desenvolvimento do nível
da vida.

Critérios de classificação das Indústrias

Nesta classificação nota-se um globalismo acentuado e falta de precisão do alcance da


classificação porque a indústria é vista em 2 partes:

Afinidades tecnólogicas
1. Indústria classica
2. Indústria de ponta

Indústria classica
É todo o ramo de produção industrial que funciona mediante técnicas usuais de produção
individual,

Indústria de ponta
Indústrias modernas de elevada tecnólogia e técnicas altamente avançadas
É graças as investigações ciêntificas saídas de:
 Universidades
 Institutos tecnólogicos
 Centros de pesquisa
 Laboratórios

Emprega pessoal altamente qualificado

Elaborado pelo Dr Jorge Martino e estudantes de 3º Ano Geografia U.P Nampula 2006. 126
 Engenheiros
 Investigadores
 Doutores
 Outros quadros superiores
Exige grandes investimentos e tecnologia sufisticada.
Encontra-se nos paises altamente desenvolvidos e ricos.

OS PRINCIPAIS RAMOS

 Aeronáutica (Neste século a Boeng fabrica do Jumbo de duplo decks capaz de


transportar 800 passageiros)

 Aeroespacial (Apolos, Naves espaciais, Satelites)

 Indústria de bens e equipamentos electrónicos ( Carros electronicos, televisores,


congeladores, máquinas de barbear, rários audios)

 Indústria de informática (máquinas, não entram em grave desemprego)

 Indústria de eletronuclear ( uso de uránio e tório para a produção de electricidade)


 Indústria farmaceútica
 Actividades ligadas a saúde ( genética, Bioquimica e Colonagem)

A Indústria de ponta, acompanha os progressos técnicos e tecnológicos pelo que eram ontem
já não são os de hoje e as de hoje não serão de amanha, se a referida produção se generalizar
por muitos paises o que provoca baixa dos preços.
Introdução a geografia humana “

CLASSIFICAÇÃO DA INDÚSTRIA

Elaborado pelo Dr Jorge Martino e estudantes de 3º Ano Geografia U.P Nampula 2006. 127
Como são classificados os diversos tipos de indústria?
Que critérios são tomados para a classificar as indústrias ?
Quais os principais tipos de indústrias e quais as particularidades?

Critérios da classificação da Indústria.


Na actualidade não existe um critério de classificação da indústria que seja universalmente
aceite, porque todos os critérios conhecidos apresentam problemas de falta de inserção de
alguns tipos de indústrias ou a ambiguidade.

Os principais critérios de classificação industrial existents e aceites baseiam-se em:


 A natureza das materia - primas usada
 Destino dos bens produzidos
 Afinidade tecnólogicas

1. Classificação das indústrias Segundo a natureza das materia – primas usadas.


Este critério reconhece dois grandes grupos de indústrias: Indústrias pesadas e Indústrias
ligeira

1.1 As Indústrias pesadas trabalham com grandes quantidades de produtos bruto e


ponderosos; exigem grandes investimentos; consommé muita energia; ocupam vastos espaços
e trabalham em grandes instalações.

As Indústrias pesadas são também designadas de indústrias de equipamento, porque fornecem


a todas outras indústrias equipamentos para o seu funcionamento (tratores,carros, máquinas
industriais,etc).

1.2 As Indústrias Ligeiras são todas aquelas que transformam matérias - primas não
ponderosas ou semi-elaboradas em produtos acabado.

Como se pode depreender, esta classificação é globalista e pouco precisa em termos de


equipamento das diversas indústrias.

Elaborado pelo Dr Jorge Martino e estudantes de 3º Ano Geografia U.P Nampula 2006. 128
2- Classificação das Indústrias na base do Destino da Produção

Esta é a classificação mais aceite na actualidade e distingue dois grupos de indústrias:

 Indústria de bens de equipamento

 Indústria de bens de consumo

2.1 - Indústria de bens de equipamento

Indústria de bens de equipamento são todas aquelas que fornecem materiais ás outras
actividades produtivas, ou seja industrias de extração de matéria – primas e produtos
energéticos e industriais que produzem bens necessaries ás outras indústrias.

Segundo esta classificação, são ditas como industrias de equipamentos as seguintes:


 Indústria extractiva ( matéria-priama e fontes de e nergia)
 Metalúrgica pesada ( produção e fundição de ferro, aço, cobre,aluminio e outros
metais)
 Indústria de construção mecânica ( construção de máquinas industriais, material
ferroviário, construção naval, máquinas agrícolas) etc.
 Indústria de construção civil e obras públicas ( construção de edificios,
pontes,estradas,túneis, etc)

Num país, o desenvolvimento da Indústria e equipamento significa um poder e


independência política desse pais em relação aos outros países, porque pode desenvolver a
sua economia sem recorrer a favores de outros países.

Por outro lado a Indústria extractiva e as indústrias metalúrgica e química pesada, são
chamadas indústrias de base, porque são fonts de materia – primas destinadas a outras de
equipamentos.

2.1.1. A indústria metalúrgica de bens.

Elaborado pelo Dr Jorge Martino e estudantes de 3º Ano Geografia U.P Nampula 2006. 129
Produz metais diversos, a partir dos minérios respectivos. A siderurgia (produção de ferro e
aço) é ramo mais importante e por isso se designa Indústria padrão, porque mostra o grau do
desenvolvimento industrial de um país. Produz e fornece as outras indústrias diversos materias
como chapas e barras de metálicas, estrutura metálica para pontes e fábricas; carris para linha
férrea, etc.

Exige enormes investimentos e uma tecnologia evoluída pelo que são poucos os países capazes
de possuir e isso cria a concentração geográfica no hemisfério norte.
Ex: URSS, EUA,JAPÃO,RFA, ITÁLIA, FRANÇA E INGLATERRA; são possuidores
destas industrias.

2.1.2 A Indústria quimica de base


É uma das mais importantes na economia moderna. Usa diversas matérias – prima:
Carvão (Indústria carboquímica)
Petróleo (Indústria petroquímica)
Minerais (perite e outros)
Sais diversos (cloretos, sulfato, etc)
Materias vegetais e animais
Ar atmosférico (produção de nitratos)

A partir das materia-prima citadas produz vários produtos que se classificam em corantes,
explosives, fertilizantes, corrosives, detergents, fibras sintéticas; materias plasticas, produtos
farmaceúticos, artigos fotograficos, gomas sintéticoas etc.

A indústria quimica de base exige a presença de equipamentos complexos e caros; grandes


investimentos; técnicas avançadas e actividade cientifica pelo que é uma indústria
específica de países evoluídos como EUA,RUSSIA, JAPÃO E EUROPA OCIDENTAL
2.1.3. A Indústria de construção mecânica

Este ramo industrial é muyito diversificado o que complica a sua classificação mas as suas
subdivisões mais comuns são.
 Industrias de aparelhageens industriais
 Indústrias de material de trasformação pesados

Elaborado pelo Dr Jorge Martino e estudantes de 3º Ano Geografia U.P Nampula 2006. 130
 Indústrias automobilistica
 Indústria aeronáutica
 Indústria de material agrícola

Industrias de aparelhageens industriais – produzem material destinado á metalurgia; as


minas,as f’abricas, aos portos, as obras públicas e as oficinas.
Os maiores produtores são: EUA, RUSSIA, JAPÃO,ALEMANHA, INGLATERRA,
IT’ALIA, FRANÇA.

Indústrias de material de transporte pesados englobam a construção naval e aprodução de


material ferroviário. Os maiores produtores localizam-se na EUA, RUSSIA,
JAPÃO,ALEMANHA, INGLATERRA, EUROPA ORIENTAL, e países de novo mundo
(Nova Zilândia.)

Indústrias automobilistica e aeronáutica. Fornecem equipamentos para organismos de


trasporte de mercadorias e passageiros para clients particulares.

Em muitos paises a Indústria automobilistica é uma Indústria de montagem baseada na


importação da maior parte de componentes dos paises de origem das respectivas marcas.
Só nos paises como EUA, JAPÃO RUSSIA, FRANÇA, SUECIA, ALEMANHA E ITÁLIA e
outros possuem indústrias automobilistica completa.

A Indústria aeronáutica exige altissimos investimentos e uma tecnólogia avançada pelo


que é exclusiva para paises altamente industrializados como EUA, RUSSIA, INGLATERRA,
FRANÇA.

Indústria de material agrícola produz maquinaria de variados tipos e dimensões adaptadas as


diferentes culturas e tarefas agrícolas: tractors, debulhadoas, cefeiras, pulverizadores,
semeadores, motocultivadores, etc. os principais produtores destes equipamentos são: EUA,
RUSSIA, INGLATERRA, FRANÇA.

2.1.4 Industria electromecânica.

Elaborado pelo Dr Jorge Martino e estudantes de 3º Ano Geografia U.P Nampula 2006. 131
Está virada a produção de motores electricos; m’aquinas de calcular, aparelhos de controle e
telecomando, aparelhos electrónicos e computadores, etc.

Esta indústria exige igualmente elevados investimentos e alto grau de tecnólogia pelo que é
típica dos paises altamente industrializados: EUA, RUSSIA, JAPÃO,ALEMANHA,
INGLATERRA, ITÁLIA, FRANÇA HOLANDA e SUÉCIA

2.1.5 Indústria de construção e obras públicas


aquela que se dedica a construção de imóveis para a habitação, barragens, pontes, túneis;
centrais electicas, fábricas; etc.

2.2 AS INDÚSTRIAS DE BENS DE CONSUMO


É um ramo de divérsas indústrias cuja produção se destina ao uso ou consumo directo, a partir
de materia – primas brutas ou fornecidas por industrias de equipamento. Estas indústrias:

 Não tem finalidade produtiva


 Os produtos se destinam ao consumo directo
 São muito diversificadas
 São vulneráveis á concorrência e crises
 Exigem mão de obra abundante e qualificada, principalmente nas operações de
acabamento.

Diferentemente das Indústrias de equipamentos, que são concentradas, as indústrias de


bens de consumo são geograficamente muito dispersas todos os países a o tem em maior ou
menor escala.

As suas principais subdivisões são:


 Indústrias alimentar ( massa, bolacha, lacticinios, conservas, pastelarias, confeitarias,
etc.)
 Indústrias téxteis de vestuário (tecidos e vestuário- de prontos a vestir)
 Indústrias de couro e de calçado
 Indústrias quimica ( produtos de farmácia e de perfumaria, plasticos e tintas, etc)

Elaborado pelo Dr Jorge Martino e estudantes de 3º Ano Geografia U.P Nampula 2006. 132
 Indústrias de construção mecânica ( automóveis, motorizadas; bicicletas; utensilios,
pequenas m’aquinas domésticas, etc)
 Indústrias electricas ( electrodomesticos como televisores, frigorificos, máquinas de
barbear, aspiradores, radios etc.)
 Indústrias de mobiliários
 Indústrias vidreira e de cerâmica

3. Classificação das Indústrias na base de AFINIDADE TECNOLÓGICA

Nesta classificação nota-se um globalismo acentuado e falta de precisão no alcance da


classificação, porque a Indústria é vista, dividida em duas partes: Indústria classica e
indústria de ponta

3.1 Indústria classica

A Indústria classica consideram-se todos os ramos de produção industrial que funcionam


mediante técnicas usuais de produção industrial, portanto todos os ramos da indústria, menos a
indústria de ponta.

3.2 Indústria de ponta ou de vanguarda

Indústria de ponta são Indústria modernas de elevada técnica de tecnologia altamente


avançada que estão na vanguarda de todos os progressos técnicos e ciêntificos, graças as
investigações ciêntíficas saídas de Universidades, instituto tecnólogico; centros de pesquisa,
laboratórios.

Empregam pessoal altamente qualificado ( engenheiros, Investigadores, doutores e outros


quadros superiores) e produzem artigos de altissimo valor unitário

Estas indústrias exigem investimentos de grande amplitude e tecnologia sofisticada. E por


isso só são do alcance dos países mais industrializados do mundo.

Elaborado pelo Dr Jorge Martino e estudantes de 3º Ano Geografia U.P Nampula 2006. 133
Os principais ramos da indústria de ponta são:
 Indústrias aeronautica
 Indústrias aerospacial
 Indústrias de bens e equipamento electrónico
 Indústrias de informática
 Indústrias electronuclear
 Indústrias farmacêutica
 Actividades ligadas a saúde ( Genética e a Saúde)

As Indústrias de ponta acompanham os progressos técnicos e tecnólogicos, pelo que os que


eram de ontem já não são de hoje e as de hoje não serão de amanhã, se a referida
produção se generalizar por muitos países o que provoca a baixa dos preços unitários.

Actividades
1- Devido a variedade e multiplas caracteristicas que a indústrias apresentam torna dificil fazer
uma classificação objectiva.

Argumente.

2- Como classifica a indústria Segundo o destino dos bens produzidos exemplifique

3- Usando esses critérios de classificação já estudados, como classificas a indústria do seu


país.

Elaborado pelo Dr Jorge Martino e estudantes de 3º Ano Geografia U.P Nampula 2006. 134
UNIDADE 4: TRANSPORTE E COMUNICAÇÕES
Transportes e Comunicações – é o conjunto de meios , vias, aparelhos técnicos e instalações
que asseguram operações de deslocação de bens, pessoas e ideias de um lugar para o outro.

Importância dos Tranportes e Comunicações

 Permitem a ligação de um lugar para outrs de pessoas, mercadorias, ideias, imagens e


sons;
 Dinamizam o desenvolvimento sócio-económico, ao permitir o aumento da produção
agrícola, pecuária,industrial, artesanal, cultural, etc;
 Dinamizam o coimércio local, regional, internacional e mundial , permitindo a
redistribuição dos produtos alimentares, bens de equipamentos e de consumo entre as
diferentes regiões do planeta;
 Garantem a interligação das principais regiões de produção económica, conforme a
distribuição internacional do trabalho e da produção;
 Minimizam o esforço e tempo necessário para ligações entre diferentes regiões do
mundo;
 Contribuem para a globalização e a difusão de culturas, ideias e práticas vigentes no
mundo e mantêm os cidadãos informados da evolução da humanidade;
 Contribuem para a melhoria da saúde pública (física e mental), na qualidade de vida
das populações;
 Garantem e dinamizam as viagens turísticas e de laser;
 Garantem o controle político e administrativo dos territórios;
 Permitem e estimulam a redistribuição territorial da população reduzindo a asfixia de
determinadas regiões de grande concentração populacional.

Evolução dos Transportes

Elaborado pelo Dr Jorge Martino e estudantes de 3º Ano Geografia U.P Nampula 2006. 135
Para uma melhor análise da história da evolução dos transportes e comunicaçãos, iremos
abordar o assunto em duas fases:

1ª Fase: Antiguidade até ao século XIX


Foi marcada pelo uso da força motriz do Homen e dos animais.
A deslocação de pessoas e mercadorias , nos transportes terrestres, se fez com o auxílio dos
animais e da tracção animal, nos transportes aquáticos (marítimos ou fluviais), utilizou-se além
da força humana e dos animais a força motriz da água e do vento visto com que os transportes
aquáticos foi o primeiro tipo de transporte a se desenvolver principalmente na época da
expansão Europeia.
Eles passaram por diferentes fases sendo a primeira através do uso do
tronco-canoas-barco à remo e barco à vela.
Aqui verifica-se a dependência dos transportes em relação a natureza no caso de clima, relevo
etc.
Nesta fase os transportes caracterizavam-se, pela fraca mobilidade de pessoas e pequena
quantidade de carga transportada.

2ª Fase – Secúlo XIX aos nossos dias


Esta fase foi marcada pela revolução nos transportes e comunicações em que teve como
principais inventos
 Invenção do motor de explosão 1890
 Telefones 1876
 Rádio 1920
 Televisão 1945
 Computador
Verifica-se a modernização daos transportes e das vias de comunicação, primeiro com o
aperfeiçoamento da máquina à vapor onde se desenvolveram os caminhos de ferro e a
navegação marítima à vapor. Mais tarde, com a aparecimnto do motor à explosão, assiste-se a
uma verdadeira revolução, pois surgem, por um lado, os transportes rodoviários, houve
melhoria das estradas, por outro, aparecem navios de grande carga e o avião, onde se regista a
especialização dos mesmos .

Elaborado pelo Dr Jorge Martino e estudantes de 3º Ano Geografia U.P Nampula 2006. 136
Com a utilização da electricidade desenvolvem-se os comboios de alta velocidade os TGV
Japonês e o AVE Espanhol, que fazem ligações intracontinentais, com velocidade máxima de
300Km/h.
No caso específico das comunicações por aparelhos, surgem os satélites artificias , com a
funçao principal de fazer a troca de ideias ou informação em curto espaço de tempo através da
internete, telefones , televisão , portanto há globalização da informação .

– Evolução dos Transportes Terrestre (Rodoviários)

Neste âmbito, iremos abordar a evolução dos transportes :

Elaborado pelo Dr Jorge Martino e estudantes de 3º Ano Geografia U.P Nampula 2006. 137
 Maritimos;
 Ferroviários;
 Rodoviários e
 Aéreos

Evolução dos transportes marítimos


Os transportes marítimos passaram por várias fases, tais como:
Fase do uso do tronco, barco à remo, barco à motor e na actualidade usam-se navios que
transportam grandes volumes de carga e muitos passageiros.

Embarcação

O Queen Mary 2, o segundo maior navio de passageiros do mundo

Evolução dos Transportes ferroviários

Elaborado pelo Dr Jorge Martino e estudantes de 3º Ano Geografia U.P Nampula 2006. 138
Um dos percursores do comboio foi o jesuíta belga Ferdinand Verbiest, em Pequim, ao
ideializar em 1681 uma máquina auto compulsora à vapor.
Em 1769, Joseph Cugnot, francês construiu em París, uma máquina à vapor para o transporte
de munições.

A máquina de Nicholas Cugnot Tudo terá começado assim

Desenho do que seria uma das primeiras locomotiva

Em 1812, o inglês John Blenkinsop, construiu uma locolotiva, esta máquina usava carris de
ferro- fundido, que vieram substituir definitivamente os trilhos em madeira usados até aí. Estes
trilhos ou linhas de madeira tinham sido desenvolvidos na Alemanha por volta do ano 1550,
serviam carruagens puxadas por animais, principalmente por cavalos mas também, por vezes à
força de braços.

Elaborado pelo Dr Jorge Martino e estudantes de 3º Ano Geografia U.P Nampula 2006. 139
A máquina de Richard Trevithick

No entanto, um passo gigantesco, para o desenvolvimento da locomotiva e por consequência


do comboio, seria dado por George Stephenson. Este inglês, construiu a sua priemira
locomotiva em 1814, a que chamou blucher.
Stephenson viria a construir a primeira linha férrea, entre Stockoton e Darlington, em 1825 e
tinha 61 km de comprimento; quatro anos mais tarde construiu a linha férrea entre Liverpool e
Manchester. Nesta linha foi usada uma nova locomotiva baptizada Rocket e já atingia
velocidades da ordem dos 30 Km/h.

A Salamanca de John Blenkinsop A Rocket, repousa hoje no London Science Museum

No século XX, as locomotivas passaram do vapor à electididade. Em 1879, Werner Von


Siemens, apresentou na Exposição Mundial de Berlim a primeira locomotiva eléctrica. No
entanto, o seu desenvolvimento só foi significativo apartir de 1890, mantendo-se a sua
utilização até aos nossos dias.

TGV em Rennes

Elaborado pelo Dr Jorge Martino e estudantes de 3º Ano Geografia U.P Nampula 2006. 140
Mais recentemente foram desenvolvidas locomotivas com turbinas à gás e com elas chegou-se
aos combois de alta velocidade capazes de atingir os 300 e nalguns casos os 400 e mais km/h.
A França foi o maior impulsionador deste tipo de comboio, com o seu TGV “Train Grand
Vitesse”;
Os japoneses também inauguraram a sua primeira linha de alta velocidade, ligando Tókio a
Osaka, com as famosas locomotivas Shinkansen.
O monocarril e comboio de levitação magnética mais conhecido por Maglev são as últimas
novidades na tecnologia ferroviária, embora a primeira patente de um comboio de levitação
magnética tenha sido registada em 1969.

Maglev

Evolução dos transportes Rodoviários


Em 1969, o francês Nicolas Cugnot usou um motor à vapor, para movimentar um veículo, mas
o automóvel com motor à combustão interna foi inventado na Alemanha, em 1885 por Karl
Benz e Gottlieb Daimler.
As imagens que se seguem refletem a evolução dos transportes rodoviários.

Elaborado pelo Dr Jorge Martino e estudantes de 3º Ano Geografia U.P Nampula 2006. 141
Camião de Carga

O automóvel na sua fase actual

Evolução dos Transportes Aéreos


Leonardo da Vinci, entre outros inventores visionários, desenhou um avião, no século XV.
Com o primeiro vôo, feito pelo homem (François Pilatre de Rozier e François d`Arlandes),
numa aeronave mais leve que o ar, um balão, o maior desafio tornou-se a criação de uma
máquina mais pesada do que o ar, capaz de alcançar vôo por meios próprios.
Em1883, John J. Montgomery, tornou-se a priemira pessoa a fazer um vôo controlado em uma
máquina mais pesada do que o ar, em um planador.
No começo do século XX, o primeiro vôo, numa máquina mais pesada do que o ar, capaz de
gerar a potência e sustentação necessária por si mesmo, foi realizada. Porém, isto é um facto
polémico, em que um dos dois aviadores são creditados: o brasileiro Alberto Santos Dumont
ou os irmãos americanos Willbur e Orville Wright.

Elaborado pelo Dr Jorge Martino e estudantes de 3º Ano Geografia U.P Nampula 2006. 142
Os irmãos são creditados pelo primeiro vôo num avião, na maior parte do mundo, incluindo os
Estados Unidos da América.
O primeiro vôo dos irmãos Wright, foi realizado em 17 de Dezembro de 1903, em Kitty Hawk.
Vários especialistas dão a Alberto Santos Dumont, o crédito de ter sido a primeira pessoa a
realizar um vôo numa aeronave mais pesada do que o ar por meios próprios, dado que o Kitty
Hawk dos irmãos Wright só deixou de necessitar definitivamente da catapulta em 1908. Santos
Dumont é careditado como a primeira pessoa a realizar um vôo apenas no Brazil, e, em menor
escala na França e em Portugal, sendo isto matéria de debate até hoje.

Avião de Santos Dumont

As guerras na Europa, em especial a Primeira Guerra Mundial, serviram como palco de testes
para o uso do avião como armamento.
Após a Primeira Guerra Mundial os aviões passaram por inúmeros avanços tecnológicos. Em
1919, os britânicos John Alcock e Artur Written Brown, relizaram a primeira travessia
transatlântica em avião. Os primeiros vôos comerciais foram realizados entre os Estados
Unidos e o Canadá, em 1919. A turbina à jacto estava em desenvolvimento na década de
1930, sendo que os aviões à jacto militares já estavam operando na década de 1940.

Elaborado pelo Dr Jorge Martino e estudantes de 3º Ano Geografia U.P Nampula 2006. 143
.
Aviões a Jacto

Em Outubro de 1947, o americano Chuck Yeager, no seu Bell-X-1, foi a primeira pessoa a
ultrapassar a barreira do som, o recorde mundial de velocidade para um avião de asa fixa
tripulada é de 7297 km/h.
O primeiro jacto comercial, o De Havilland Comet, foi introduzido em 1952 e o primeiro jacto
comercial de sucesso, Boeing 707, ainda nos anos 50. O Boeing 707, iria desenvolver-se
posteriormente no Boeing 737, a linha de aviões de passageiros mais usada do mundo, no
Boeing 727, outro avião de passageiros bastante usado e no Boeing 747, o maior avião
comercial do mundo até 2005, quando foi superado pelo Airbus A380.
Aviões à jacto possuem alta velocidade de cruzeiro (700 a 900km/h), e velocidade de
descolagem e pouso(150 a 200km/h).

O Boeing 707, o primeiro jato transatlântico comercial


Actuamente verica-se a presença de aviões super desenvolvidos tais como:
 Aviões Super-Sónicos;
 Fokker
 Boeing etc

Elaborado pelo Dr Jorge Martino e estudantes de 3º Ano Geografia U.P Nampula 2006. 144
Aviões super-sônicos Boeing

Exercícios de Aplicação
1. Defina transportes e comunicações.
2. Fale da importância dos mesmos no desnvolvimento da economia do seu país.
3. Fale da evolução dos transportes rodoviários.

1. FACTORES DE DESENVOLVIMENTO DOS TRANSPORTES/


COMUNICAÇAO

Como o resto de fenómenos geográficos por nos estudados neste ano, o desenvolvimento
dos transportes e comunicações depende de vários factores que podem ser classificados como
factores físicos naturais e factores socio-económicos.

a) Factores físicos naturais

Os principais factores físicos naturais destacam-se a influência do clima, da morfologia,


da hidrografia e dos solos.

Elaborado pelo Dr Jorge Martino e estudantes de 3º Ano Geografia U.P Nampula 2006. 145
O clima

E fundamental por condicionar os tipos de meios de transportes e para o seu


funcionamento. Quer dizer na base da combinação dos elementos do clima como a
temperatura, precipitação, pressão, humidade atmosférica, ventos e nebulosidade e as suas
combinações pode-se escolher o meio de transporte mais adaptado às condições climáticas
locais e pode-se regular o seu funcionamento.

Por exemplo:

- Em regiões desérticas é comum o uso do camelo que é animal resistente à secura e à


falta de água;
- Nas regiões polares e sub-polares o terno, a rena e os quebra gelos são os transportes
eficazes;
- Nas regiões chuvosas é difícil o tráfego em estradas não asfaltadas devido ao mau
estado dessas vias.
- Nos transportes marítimos e aéreos o estado atmosférico joga um papel importante;
- Nas regiões desérticas (quentes e frias) as vias de comunicações são frequentemente
soterradas por dunas ou por neve bloqueando a circulação e fluxos de tráfego.

A morfologia

O relevo e as suas características (declives, tipo de sedimentos e sua consistência)


assumem um papel importante pois influi nas possibilidades de construção de infra-estruturas
ligadas aos transportes tais como estradas, portos, aeroportos, linhas-férreas, etc.

Por Exemplo:

- Para a construção de estradas e linhas férreas as montanhas ditam a existência de


serpentinas nas vias, túneis, etc.

Elaborado pelo Dr Jorge Martino e estudantes de 3º Ano Geografia U.P Nampula 2006. 146
- Para os transportes marítimos lacustres e fluviais o relevo manifesta-se
fundamentalmente nos aspectos de corte, profundidades, e configuração da costa, variações de
níveis de mar, correntes marítimas e cataratas permitindo assim o acesso de grandes
embarcações ou não, a navegabilidade ou não, existência de portos ou não.
- As zonas de relevo muito acidentado, dificultam a construção de aeroportos bem como
o acesso por aviões, enquanto nas planícies acontece o contrario.

A hidrografia

Também tem grande influência pois constitui condição para o desenvolvimento de


transportes aquáticos, isto é, sem rios, mar e lagos, bem como as suas combinações e
características não é possível desenvolvimento de transportes aquáticos.

Igualmente a hidrografia concorre para a configuração da rede viária terrestre pela


necessidade de minimizar a construção de pontes.

Os solos

As características pedológicas influem no desenvolvimento de transporte na medida em


que podem concorrer para fácil ou difícil estabelecimento de vias de acesso, a sua manutenção
ou rápida degradação. Por exemplo, nas dunas desérticas ou marinhas é difícil a montagem de
infra-estruturas várias devido à inconsistência e à mobilidade dos solos.

b) Factores socio-económicos.

Dentre os factores humanos do desenvolvimento dos transportes e comunicações


destacam-se: repartição territorial das actividades socio-económicas; o desenvolvimento
socio-económico da região; a divisão regional do trabalho; o desenvolvimento tecnológico e
a politica (planificação) do estado.

A repartição das actividades socio-económicas

Elaborado pelo Dr Jorge Martino e estudantes de 3º Ano Geografia U.P Nampula 2006. 147
Em função da repartição das principais actividades socio-económicas de uma região tais
como agricultura, indústrias extractivas e transformadoras, comercio, povoamentos
densos/cidades etc. haverá cada vez tendências para o desenvolvimento dos transportes, com
vista a suprir os fluxos de mercadorias e passageiros.

Por outro lado tais fenómenos socio-económicos se cedem ligados aos transportes suas
facilidades, rapidez e eficiência, mas por outro lado o desenvolvimento de transportes
dependem de tais factores.

Desenvolvimento socio-económico da região

Em função de maior ou menor grau de desenvolvimento socio-económico de também se


regista menor ou maior concentração de transportes e comunicações. Assim nota-se que em
áreas economicamente muito activas e desenvolvidas regista-se um alto grau de concentração e
diversificação dos transportes ou entroncamentos, devido à sua menor importância económica.

Divisão regional e especialização da produção

Uma especialização de uma região numa certa produção no contexto da economia


regional ou mundial faz confluir transportes e comunicações de certo tipo. Exemplo: Há
tendências de no Médio oriente desenvolver-se o transporte de tipo petróleo por gigantes
petroleiros com destinos às várias regiões do mundo, enquanto das grandes plantações
africanas partem longas estradas e cominhos de ferro com destinos aos portos marítimos.

Acção do estado

Conforme os interesses estratégicos do Estado uma região pode ou não beneficiar de um


grande desenvolvimento dos transportes e comunicações.

Elaborado pelo Dr Jorge Martino e estudantes de 3º Ano Geografia U.P Nampula 2006. 148
2. FACTORES DE TRANSPORTES

Em qualquer operação de transporte devem ser levados em conta os seguintes factores:

- Carga transportada (quantidade, peso, valor)


- Distância a ser percorrida
- Tempo de percurso

As unidades físicas utilizadas são passageiro - quilómetro e tonelada - quilómetro.

Em função do volume e tipo de cargas podemos destacar que:

 Para cargas de grandes volumes, mas de baixo valor unitário dá-se preferência aos
transportes ferroviários e aquáticos;
 Para cargas de pequeno volume, mas de alto valor unitário (jóias, ouro), a preferência
recai nos transportes de maior rapidez e segurança (aéreo por exemplo);
 Para cargas de produtos perecíveis, a maior preferência e também pelos transportes de
maior rapidez.

Nos PDs, seja de grande seja de pequena extensão territorial, o transporte por meio de
ferrovias e hidrovias.

Estes tipos de transporte proporcionam uma maior capacidade de carga e são muito mais
económicos.

No Brasil e em outros PVDs, onde a influencia da industria automobilística (norte-


América, em especial) tem, sido preponderante, verifica-se o predomínio do transporte
rodoviário. Este tipo de transporte, oferece pequena capacidade de carga, maior consumo
proporcional de combustível e dependência do petróleo, sendo portanto bem mais caro que o
ferroviário e o hidroviario.

Elaborado pelo Dr Jorge Martino e estudantes de 3º Ano Geografia U.P Nampula 2006. 149
Elaborado pelo Dr Jorge Martino e estudantes de 3º Ano Geografia U.P Nampula 2006. 150
Conceitos básicos

Transporte: é o ramo de actividade económica cuja função principal é integrar a produção e o


consumo de bens. A importância do transporte acentua-se cada vez mais na organização
económica e social dos países, influindo progressivamente na produção agrícola e industrial; no
comercio interno e externo, na composição dos preços, na regularização dos mercados; nos
diferentes usos da terra e na urbanização.
As condições de conforto e bem-estar de uma sociedade dependem de um sistema de transporte
que permita o rápido e eficiente intercâmbio de homens e de coisas.
O transporte é elemento fundamental para que possam ser resolvidos problemas de educação e
saúde; nas cidades facilitando o acesso as populações aos centros de ensino e saúde; nas zonas
rurais; facilitando a penetração dos meios de divulgação cultural, técnico- profissional e sanitário,
indispensáveis à melhoria das condições de trabalho e da produtividade das populações. São os
meios de transporte que permitem a expansão quantitativa e a valorização dos produtos agrícolas
e industriais, mediante a sua colocação nos mercados consumidores em condições técnico
económicas favoráveis. O transporte representa um dos importantes componentes do custo de
produção de bens e serviços.

Enciclopédia Britânica Mirador, São Paulo- Rio De Janeiro, Brasil 1981

EVOLUÇÃO DOS TRANSPORTES


EVOLUÇÃO DE UMA REDE DE TRANSPORTES
A revolução dos transportes começou no século XIX com a aplicação da maquina a vapor aos
transportes ferroviários e depois aos barcos, permitindo a aceleração da indústria nas regiões
servidas por esses meios de transporte. Ao longo dos caminhos de ferro e estradas e nos portos
visitados regularmente por barcos foram aparecendo e nos pólos de desenvolvimento económico.
A melhoria das estradas, necessária a circulação rodoviária, aparece pelos anos 80 do século
XIX, em função do aparecimento do automóvel, primeiro, e dos veículos pesados posteriormente.
Observemos os esquemas seguintes que representam a evolução de uma rede de transportes.
FASE 1 FASE 2 FASE 3

151
REDES SEPARADAS INTEGRAÇAO INTENSIFICAÇAO

Fig.22. Evolução de uma rede de transportes como caracterizas estas fases?

EVOLUÇÃO DA TONELAGEM TRANSPORTADA POR BARCO:

1900- 200MT (Milhões de toneladas)


1950- 500MT
1978- 3000MT
Entre 1975 e 1980- 3000 a 4000MT
Distância média percorrida por tonelagem de mercadoria:
1960-3500
1975-5200

Bibliografia

NANJOLO, Luís A; Geografia 9a classe, edição Diname PP. 66

Evolução dos transportes

Antiguidade

 Nesta fase, as principais formas de transporte eram primitivos, dos quais com particular
destaque para o trafego humano a pé (sendo transporte pedestre) e o transporte por
animais.
O tráfego humano a pé não exige nenhum reparo especial nem sequer é necessário um
caminho.

152
Nesta época, o homem podia seguir a floresta, uma pista de elefante ou abrir caminho com
uma machadinha transporta a sua carga essencialmente na cabeça e as costas.
O transporte por animais em principio são utilizadas depois da sedentarização da
humanidade, servindo estes para transportar cargas e pessoas. O enfraquecimento, que,
resulta da fadiga dos animais tornaram muitas vezes preferível a utilização de outros
mecanismos de transporte por animais defere de animal para animal e cada espécie tinha sua
área específica. Por exemplo: - o burro, resistente ao frio e com o pé particularmente seguro é
por excelência o animal de carga para as montanhas.
A utilização do transporte por animais ao longo do tempo experimentou consideráveis
progressos técnicos a saber:
No século IX A.C. os gregos criam a trelagem em serie por forma a carregar maior número de
cargas.
No século X N.E. na China aparece a sela para cavalos.

Idade média
Na idade média avanços significativos na área dos transportes foram surgindo, mas particular
destaque vai para a construção de estradas em profundidade de maneira a assegurar uma base
sólida.
Surgem nesta época a carroças de tracção animal a qual vencia as inclinações acentuadas que
diminuem a capacidade de utilização dos animais.
Nesta época as estradas foram sofrendo alterações no pavimento e no material usado, mas a
idade media não assistiu a construção de verdadeiras estradas, utilizou em parte as vias já
traçadas sem rectificar as já existentes.

Época moderna
Marcada pelo aparecimento dos cainhos de ferro, ele aparece numa época em que os canais e
as estradas asseguram já um tráfego intenso.
A invenção dos caminhos de ferro, responde às novas exigências de transportar cargas cada
vez mais volumosas.

153
É preciso distinguir a invenção do carril e da locomotiva.
O carril é um meio de desdobrar as pressões de aumento de tonelagem transportada por
outros veículos.
Contudo a pressão do carril no solo faz-se por intermédio das travessas. Inicialmente o carril
é utilizado para fazer descer vagões de carvão (por gravidade), da mina para o rio, isto em
terrenos inclinados.
Em terrenos planos os vagões eram puxados por cavalos até ao dia em que se aplicou a um
veículo ferroviário a máquina a vapor; nos primórdios o caminho de ferro serviram para
transportar mercadorias pesadas.
No século XIX, a aplicação da máquina a vapor nos transportes ferroviários, transformando
profundamente as comunicações e as económicas, a nível mundial.
A maquina a vapor equipa novos navios, torna-os mais rápidos, manobráveis, mais regulares
e pouco a pouco eliminam os grandes veleiros que substituem até ao principio do século XX.
Por volta de 1880, dá-se a época do aparecimento do automóvel, que utiliza sucessivamente,
o petróleo, o gasóleo e a gasolina.
O progresso na industrias dos pneus, asseguraram maior conforto a segurança. O automóvel,
cada vez mais resistente, fácil de utilizar, permite a independência cada vez maior do utente
tornando-o mais cómodo para os trajectos curtos.
As novas técnicas de transporte, o avião e as telecomunicações, permitem ao homem tornar-
se cada vez mais independente do espaço
(das distâncias) e d tempo.
Neste âmbito favoreceram-se entre outros desenvolvimentos como o aumento da velocidade
dos diversos meios de transportes.
Outro transportes são desenvolvidos, o transporte de hidrocarbonetos (Pipe-lines) sendo os
perigos de explosão e poluição e a sua flexibilidade as razoes que explicam o êxito dos
oleodutos e dos gasodutos. Estes são utilizados sobretudo para transportar o petróleo bruto,
gás natural ou para transportar gases preparados a partir do carvão. Neste último caso sem
para transportar grandes distâncias. Empregando-se igualmente para abastecer as refinarias a
partir do porto.

Marcos importantes na história dos transportes

154
1807- invenção da máquina a vapor
1830- início da utilização do transporte
1865- início da utilização do transporte autoviário (oleodutos, gasodutos)
1917- início de utilização comercial do automóvel
1926- inicio da aviação comercial

DISTÂNCIAS PERCORRIDAS EM 1 MINUTO

A pé-------------------------------------------------------105m
A cavalo/burro-------------------------------------------260m
Em automóvel-------------------------------------------1600m
Em comboio aerodinâmico---------------------------2100m
Em avião DC-4--------------------------------------------8km
Em avião de repercussão Concorde-----------------44km

Actividade

“... A importância dos transportes acentua-se cada vez mais na organização económica e
social dos países, influindo progressivamente na produção agrícola e Industrial; no comercio
interno e externo, na composição dos preços; na regularização dos mercados, nos diferentes
usos da terra e na urbanização”.

1. Comente a ideia expressa no trecho acima.


2. Observa a figura A que mostra as fases da evolução de uma rede de transporte num país em
desenvolvimento.

2.1 Descreve o processo de evolução da rede que a figura esquematiza; indicando as


deferentes fases.

155
2.2 Caracteriza a fase b) em função da Idade Média.
3. “...As novas técnicas de transporte, o avião e as telecomunicações permitem ao homem
tornar-se cada vez mais independente (das distâncias) e do tempo”.
3.1 Indique qual o meio de transporte mais usado no teu país.
3.2 Explique, segundo o teu próprio ponto de vista a vantagem dos transportes para a vida do
homem.
4. Refere algumas causas de evolução dos transportes.
5. Indique dois marcos importantes na evolução dos transportes.

I. PRINCIPAIS ROTAS DE TRANSPORTE

CONCEITO:
O volume de bens a serem transportados, a distância por percorrer, a flexibilidade em relação ao
tempo e ainda a localização físico Geográfico do destino dos produtos, são padrões bastantes
diversificados, determinando assim, o tipo de transportes e as principais vias ou rotas a tomar
nessa actividade.

No entanto, para a sua interligação completa é necessário que sejam estabelecidas as rotas de
transportes, que não são mais do que caminhos imaginários onde os transportes aéreos,
rodoviários e marítimos possam circular, podendo ser de circulação nacional ou
internacional.
Ou ainda
Rede de Transporte – são vias ou caminhos, canais preparados, equipados para facilitar a
circulação de meios circulantes, mercadorias, pessoas que saem de uma determinada região a
outra.
As rotas nacionais são espaços aéreos ou marítimos geridos por um estado. Enquanto que as rotas
internacionais compreendem os espaços considerados de uso mutuo ou internacional.

No mundo dos nossos dias, o abastecimento dos países industrializados, quer a CEE, quer a
América do Norte, quer ainda o Japão, para só falar nas potências marítimas, depende fortemente
das regiões da África a sul do Equador e das regiões limítrofes do Golfo Pérsico para o seu
aprovisionamento em recursos naturais minerais e energéticos.

156
A figura abaixo mostra circuito mundial da energia e das matérias-primas, bem como dos
produtos alimentares, mostra à saciedade a actual importância dos estrangulamentos do Atlântico,
Pacífico e Índico.

Principais rotas de transportes marítimo e aérea mundial. Fonte: Autor


Legenda:
— Rota do atlântico norte;
— Rota do atlântico sul;
— Rota do mediterrâneo - Mar Vermelho - Índico;
— Rota do pacífico norte;
— Rota do Cabo.

As Principais Rotas De Transporte


1 – Rotas Terrestre
2 – Rotas Aquática
3 – Rota Aérea

157
Exemplo de uma rota marítima e terrestre na Ásia ao longo do séc. XIX

1. ROTA TERRESTRE

Rota terrestre é a mais generalizada no mundo sendo possível em todas regiões do mundo. Assim
subdivide – se em duas vertentes :
— Rota rodoviária
— Rota ferroviária
— Rota conduta/tubagem a mais recente

Segundo (SIERGFRIED -1938) na Europa e na América do norte a rede rodoviária e ferroviária é


mais densa.
A América do norte dispõem-se mais de metade de rede rodoviária mundial.
A Ásia, a América de sul e a África só excepcionalmente dispõem-se de boas estradas. Nestes
continentes encontram-se os mais arcaicos meios de transporte. (Panorama de Geog. pag 967 ).

Exemplo da Rota Ferroviária:


 Corredor de Maputo que liga a Suazilândia e entra na África do sul;
 Corredor da Beira que liga Chimoio, Machimpande e entra no Zimbabué;
 Corredor de Nacala que liga Cuamba, Lichinga e entra no Malawi.

Exemplo da Rota Rodoviária:


A estrada nacional que sai de Maputo, liga a Gaza, Inhambane, Inchope, Beira, Zambézia e
Nampula seguindo para Cabo Delgado ou Niassa.

158
Rota De Conduta / Tubagem

Por certas inovações técnica e tecnológica destaca-se mais a tubagem como uma via terrestre
mais recente rápida e mais confortável.
Estas tubagens são utilizadas particularmente apenas para o transporte de hidrocarbonetos entre
os grandes produtores e consumidores.
— Os oleodutos ou Pipeline, para o petróleo.
— O gasoduto para o gás natural.
O transporte por conduta é mais barato, não consume a energia e a sua instalação, manutenção
são dispendiosos.
As condutas podem atingir uma distância longa e não são poluente. (Geografia de 9° Ano. pag.
160 ).

2. ROTA AQUÁTICA
Com a revolução industrial, o Homem sempre ambicionou a obtenção e acumulação de lucro. E
durante muito tempo as comunicações foram dificultadas pela falta de mapas e de instrumento
para determinar a latitude e longitude. Só com a invenção de bússola e de astrolábio
possibilitaram as viagens aquáticas particularmente marítimas. Assim a rota aquática subdivide-
se em:
— Rota marítima
— Rota fluvial
— Rota lacustre

2 .1. AS PRINCIPAIS ROTAS MARÍTIMAS

A medida em que o comércio internacional se torna cada vez mais intenso, embarcações e aviões
são especializados em relação ao tipo de carga para a tender esta demanda. Neste caso, existiram
regiões com maior fluxo comercial tornando a região mais competitiva em termos de circulação
naval ou de aeronave. Assim temos:
— Rota do atlântico norte;

159
— Rota do atlântico sul;
— Rota do mediterrâneo - Mar Vermelho - Índico;
— Rota do pacífico norte;
— Rota do canal do Panamá.

Rota do Atlântico Norte


Segundo (ACRINS -1939) É a mais importante do mundo, por movimentar milhões de
passageiros (Homens de negócio, representantes de grandes firmas Americanas Europeias,
intelectuais, engenheiros e turistas), toneladas de produtos diversos industriais.

Esta rota parte de América central passa pela Caraíbas, prosseguindo sucessivamente pela
América do norte, terra Nova, Europa Ocidental e chega ao mediterrâneo.
Os principais países com frotas mercantis no mundo são: Líbia, Japão, Grécia, Rússia, Noruega,
EUA e Reino Unido.

Rota do Atlântico Sul


Liga a Europa da América da Sul (principalmente Brasil, Uruguai e Argentina).
O tráfego de mercadoria estava mais equilibrado do que no atlântico norte. A ida os navios
carregavam carvão, maquinarias diversas, e diversos produtos manufacturados. Ao regresso
movimentavam matéria - prima e produtos acabados.

Rota Mediterrânica - Mar Vermelho - Índico


Liga a Europa ao médio oriente, extremo oriente e à Austrália, passando pelo canal de Suez. O
produto mais importante desta rota é o petróleo no sentido oriente para Europa, embora também
movimente milhões de passageiros e produtos manufacturados europeus, produtos tropicais como
chá, algodão, madeira, borracha etc. Esta rota ocupa 2° lugar no âmbito de movimentação de
passageiros e mercadorias. ( Panorama de Geog.)

Rota do Pacífico Norte


Vai da costa ocidental da América do Norte ao extremo Oriente. Movimenta matéria–prima
Asiáticas (seda, borracha, metais não ferrosos, etc.), com destino a América do Norte, enquanto
no inverso circulam equipamento e produtos manufacturados diversos.

160
Rota do Canal do Panamá
Parte das Antilhas (Mar das Caraíbas) para o pacífico, pelo canal do Panamá. Já no oceano
Pacífico, esta divide – se em três ramos: um para as ilhas do Hawai e Austrália, o segundo para a
costa ocidental da América do Norte e o terceiro para a costa ocidental da América do Sul.
(Panorama de Geog).

2.2. ROTA FLUVIAL

Na África o relevo e o clima constituem obstáculos á navegação fluviais.


Os rios tropicais apresentam defeitos agravados pelas águas baixas devido a situação climatérica
e o relevo da região.
O Nilo é o rio mais comprido do mundo (6500 km), e só é utilizado por navios de baixo calado.
O Congo devido cataratas e abrupta dificulta a sua navegação.
Na Europa, os rios são navegáveis durante todo o seu percurso, principalmente da Região Central
e Oriental da Europa.
O países Nórdicos e mediterrâneo o relevo opõem - se o desenvolvimento das vias navegáveis.
Os rios de grande importância da Europa são Danúbio, e Volga que permitem a navegação de
todo o seu percurso e a movimentação de grande número de passageiro e mercadorias industriais.

Na Ásia alguns rios são navegáveis principalmente o Yan-Tse-Guing é uma boa via fluvial e
navegável, que desempenha um papel primordial da via económica da China. (Panorama de
Geog. pag. 966)
Na América, os principais rios navegáveis deste continente são: o Rio S. Francisco, Amazona e o
leque dos seus afluentes e o rio Prata.
As vias aquáticas mantêm sempre na economia Europeia em lugar considerável, em virtude de
volume de mercadoria pesada e de baixo custo que a actividade industrial necessita. (Panorama
de Geog. PAG. 996)

161
2 . 3. ROTA LACUSTRE

Os grandes lagos de África, Ásia, não têm a comunicação com o oceano, não verificando a
circulação interna.
Alguns lagos europeus no caso de Vérne e Tever comunica– se com o mar Báltico e mar de Norte
e oceano Atlântico.
Os Grandes Lagos americanos no caso de Lago Superior, Hurão, Erié e Ontário permitem a
circulação de navios que transportam toneladas de produtos (tipos da pradaria e das grandes
planícies, mineiro de ferro e cobre, carvão e chapa de ferro fundido, etc.).
Alguns lagos estão ligados ao oceano atlântico o que permitira que o cargueiro do alto mar
circula até monte real atingindo os grandes lagos.

3. ROTAS AÉREAS

A maior intensidade de tráfego aéreo regista-se no hemisfério norte, o hemisfério mais povoado e
economicamente mais desenvolvido e está subdividido em duas partes principais: Rotas
Domesticas Internacionais.
As Rotas Domesticas são as que permitem a circulação de pessoas e bens dentro do país, a as
Internacionais que se fazem para fora dos países e até dos continentes.
Assim desta-se quatro grandes pólos de tráfego aéreo:
— Europa Ocidental
— A faixa atlântica dos EUA;
— Sudeste dos EUA (costa do pacífico);
— O leste da Ásia (Japão, Correia do sul).
As rotas mais usadas só da Europa Ocidental é da faixa atlântica dos EUA, sendo a rota atlântica
norte a mais usada.
Segunda rota mais importante é a que liga as duas faixas dos EUA a atlântica e do pacífico.
Salienta-se ainda a rota que une a Europa ocidental aos países do Médio e Extremo Oriente.
As ligações aéreas no hemisfério sul são muito menos numerosas destacando-se os seguintes
pólos:
— Austrália – Nova Zelândia.
— África do sul

162
— Costa Oriental da América do Sul (Rio de Janeiro – Buenos Aires);
— Costa ocidental da América do Sul (Lina, Santiago do Chile).
Na sua maioria destes pólos encontram-se ligados aos grandes aeroportos do hemisfério norte.
Os países mais pobres não constituem normalmente, pontos de escala, sendo em grande parte
apenas sobrevoados enquanto os principais corredores aéreos ligam as grandes concentrações,
urbana – industrial (Geografia, 9º ano, pp. 158-159).

4. PARTICULARIDADES REGIONAIS DE ROTAS DE TRANSPORTES

Em algumas regiões do mundo principalmente nos países menos desenvolvidos mantêm-se ainda
vias de comunicação característicos do mundo pré-industrial.
Homem e animais circulam através de caminhos e estradas rudimentares.
As vias de comunicação constituem eixos isolados ao Hinterland, como acontece, principalmente
em África e América Latina. Estas vias serviam no período colonial e servem, ainda hoje, para o
escoamento de produtos agrícolas ou exploração de minas.
Pelo contrário, os países desenvolvidos, dispõem de toda a série de infra-estruturas à circulação
rápida e eficiente de passageiros e bens. (Geografia, 9º ano, pp. 70-71).

TRANSPORTE E MEIO AMBIENTE

Os transportes e comunicações tem impacto positivo sobre o meio ambiente, também apresentam
impacto negativo sobre o meio ambiente.
O impacto negativo dos transportes e comunicações reside:
 Poluição química e derrame do petróleo e os seus derivados;
 Poluição sonora das cidades, corredores e aeroportos;
 Alargamento das áreas ocupadas pelas vias de comunicação e lugares de paragens de
transportes.

1. Nas grandes cidades é muito sensível o envenenamento e a poluição atmosférica pelos


transportes devido a libertação de grandes quantidades de fumos, gases e partículas sólidas
provenientes dos escapes dos automóveis e outros tipos de transportes o que leva a acumulação

163
de gases tóxicos e de estufa como: Dióxido de Carbono, Dióxido de Enxofre, Monóxido de
Carbono, compostos nítricos bem como outras substâncias.

A Tabela representa um dos exemplos das emissões por tipo de poluente, tanto na sua
globalidade, no sistema de transportes ou apenas no transporte rodoviário. Mais uma vez verifica-
se a importância que os transportes, e particularmente o modo ferroviário têm na emissão de
poluentes.

Figura – Emissões por tipo de poluente – milhares de toneladas. Fonte: EEA

2. Águas marinhas, fluviais e lacustres também são vítimas de poluição por transportes,
principalmente devido ao derrame do petróleo e dos seus derivados que são lançados durante o
carregamento e descarregamento, lavagens de depósitos de petroleiros durante a manutenção e
durante os acidentes.

Petróleo e seus derivados quando são escapados, atingem a zona costeira, poluem vastas
extensões de águas, contaminam a flora e a fauna marítimas em grande escala.

3. As cidades e os corredores rodoviários e ferroviário, os portos e aeroportos são geralmente


grandes concentrações de poluição sonora por transportes em consequência da existência e
concentração de grande número de motores automóveis, comboios, sinais sonoros ( Buzina e

164
Sinos), ruídos de aviões produzindo sons a níveis dolorosos ao ouvido humano e causando
perturbações sanitárias dos citadinos.

4. Na actualidade, o crescente uso de substâncias radioactivas como combustíveis de transportes


marítimos tais como submarinos e quebra gelo é um risco a contaminação da flora e fauna
marítima e ao próprio homem, devido a fuga da radioactividade durante o funcionamento e em
casos de acidentes.

165
UNIDADE V CIDADE

 Cidade é um lugar geográfico onde se instala a superestrutura político-administrativa de


uma sociedade1.
 Pode-se também definir a Cidade pelo aspecto exterior, por uma paisagem urbana, que
não é uniforme, mas se define em cada região pela oposição com o campo (meio rural)
circundante: aqui pela existência de monumentos, edifícios e de passeios públicos2.
 Cidade “é uma localidade pode ser considerada cidade quando cumpre pelo menos uma
das seguintes condições: Não possuir actividade agrícola, ou se as tiver, em pequenas
quantidades, terem marcas de crescimento e diversificações dos bairros segundo as suas
actividades”.3
 Cidade “é essencialmente um local de encontro e de trocas. É suporte de toda a
actividade do movimento do ruído, é um lugar onde o homem organiza, com ela, um
sistema de relações, um dos modos mais rigorosos de analisar a presença das pessoas no
mundo”.4
 Cidade “é uma noção para o estatístico mais aritmética que funciona e a distinção rural e
urbano está cheio de erros muito graves”.5
 As Megalópolis constituem extensos espaços urbanizados, onde o espaço rural que separa
as grandes aglomerações é progressivamente conquistado pelas construções urbanas.

 Megalópole é uma região formada por diversas regiões metropolitanas localizadas


próximas entre si.

CRITÉRIOS DE DEFINIÇÃO DE CIDADE


O conceito de cidade é muito polémico para defini-lo, no entanto, torna-se consideráveis
distintos critérios à sua exequível apreciação, tornando-se assim difícil. Ora vejamos:

1
CASTEL (1973).
22
MAX DERUOU.
33
PIERRE GOUROU.
44
TOMAS TAVEIRA.
55
ORLANDO RIBEIRO.

166
1. Critério Estatístico (nº de habitantes), o conceito é muito variável dependendo de país para
país. Para a França as aglomerações são qualificadas de “Cidades“ quando atingem 2.000
habitantes, contra 20.000 no Japão e apenas 205 na Dinamarca.

2. Critério Sócio - económico


existem países que utilizam como critério base de definição de cidade o número de habitantes
agrupados por actividades económicas. Por exemplo: na Itália são consideradas cidades as
aglomerações em que pelo menos metade da população exerce actividades não agrícolas.

2.1. Actividade predominante da População é associada ao mesmo critério. Segundo este,


considera Cidade – um centro de relações e de decisões por onde se encontram os Homens,
trocando mercadorias, se fundem as ideias de múltiplas relações e onde se reúnem formas de
actividades diferenciadas (as funções urbanas – comercio, indústrias, serviços, administração.6

3. Critério administrativo
Quando um determinado aglomerado urbano exerce uma determinada função politico
administrativa ( Exemplo capital da Província ) é o suficiente para ter categoria de cidade. Este
critério é muito utilizado nos vários países do mundo, como é o caso de Moçambique.
Exemplo: Holanda, Luxemburgo consideram cidades todas as localidades com mais 2000
habitantes, assim como todos os municípios.
Existem outros critérios como o tipo de edifícios ou critério funcional e mais.

URBANISMO

Urbanismo é a combinação de componentes demográficos especiais, ecológicos e económicos.


Ele produz causas directas da degradação do ambiente fixando os tipos possíveis de degradação e
proporcionando o local geográfico no qual a interacção sociedade ambiente estão concentrados.
A Urbanização pode ser entendida como um processo e não como aglomeração expontânea. Ela
resulta fundamentalmente da transferência de pessoas do meio rural (campo) para o meio urbano
(cidade). A ideia de Urbanização está intimamente associada a concentração de muitas pessoas

167
em um espaço restrito e na substituição das actividades secundárias (industriais) e terceárias
(serviços).
BREVE HISTORIAL

O processo de urbanização cedeu lugar desde há muitos anos atras, uma vez que se aceita hoje
dizer que os primeiros lugares ou mesmo sítios urbanos, ainda que de urbanização incipiente,
datam do Neolítico, sendo Jericó, na altura já habitavam 8 milénios a. C. e, Çatal Huyuk (6500 a
C.) os dois mais antigos exemplos conhecidos.
A referência destas duas (2) cidades permite afirmar que desde épocas recuadas, o Homem se foi
concentrando em espaços restritos, aonde formava uma civilização caracterizadamente urbana.
Ao falar da era Paleolítica aproximadamente 600 e 300 anos a C., afirma-se então, edificações de
pequenas iniciativas cidadinas em regiões de entre os rios Huão-Hó e Iansequão – na China, o
vale do Ganges, o norte da península de Indostão, a Mesopotâmia, o vale do Nilo, a Grécia, a
América Central e a Cordilheira dos Andes.

De entre vários locais Primitivos de extensão urbanística, há que frisar os mais destacáveis, desde
a faixa do Egipto (vale do Nilo) à Chia (rio Amarelo):

1. Médio Oriente – região entre o rio Tigre e Eufrates


* Suméria

* Acadia

* Mesopotâmia.

2. No Noroeste da África – região do vale do Nilo (Egipto)


3. Na Ásia Meridional /vale do Indo – região do Renjeb (Ìndia)
4. Na Ásia Oriental – vale do rio Amarelo (China)
5. América Central – civilização do Olmeque (México).
Estas civilizações se expandiram através de Migrações de diferente natureza, podendo-se
considerar assim, 3 principais focos difusos do fenómeno urbano, seguintes:

1. Crescente Fértil – responsável pelas civilizações urbano – mediterrâneas;


A necessidade de novas matérias –primas e novos mercados levou os mercados da
Mesopotâmia (Suméria e Acadia) e do Egipto a estende a sua influência a outras regiões.

168
2. O Indo – responsável pela expansão do fenómeno urbano na Ásia e, posteriormente,
dinamizador e difusor do mesmo fenómeno no Oriente, a partir da China.
3. O foco da civilização de Olmeque – responsável pela difusão do fenómeno urbano, a
partir do México, especialmente América Central e a do Sul.

O crescimento das cidades foi durante muitos séculos bastante lento pelo que, a multiplicação de
cidades e o número cada vez maior dos seus habitantes é um fenómeno quase contemporâneo.

O outro aspecto referente à lentidão do processo de urbanização é a etapa da Idade Média que
culmina com as Grandes Guerras Mundiais por onde houve matança de pessoas, destruições de
milhares infra-estruturas e bens e móveis de distintos calibres e colecções de inventos da arena
científica.

Pós-terminada a fase de “derrame sangrento”, rejuvenesce o pensamento crescente de


reconstrução de edifícios e ou reabilitação, abertura de estradas pavimentadas ou arruamentos.

De referenciar que desde os finais do século XVIII e início do XIX, a cidade conheceu duas
importantes modificações, seguintes:

 A primeira ligada à Revolução Industrial desencadeada primeiro na Europa e que mais


tarde se dá em outros “cantos desenvolvidos” do mundo e, a segunda;
 de que nós somos contemporâneos à Explosão do Fenómeno Urbano.
Durante a revolução Industrial Inglesa, antepassada da Revolução Industrial Soviética e
Nipotínica, operam-se certas transformações, seguintes:

→ Milhões de rurais tornaram-se citadinos;

→ Milhões de hectares foram urbanizados;

→ As cidades foram absorvidas por conjuntos industriais;

→ Altos - fornos, armazéns e mais, foram instalados em poucos anos nos campos e pradarias.

As subsequentes formas de economias (as escavações minerais, a máquina a vapor, a siderurgia,


o comboio de ferro) provocaram o aparecimento de cidades muito diferentes do conceito clássico
de Cidade, portanto, centro de trocas com o meio rural envolvente, capital da região.

169
As cidades industriais desenvolveram-se em função de um conjunto de fábricas e de actividades
sem relação com uma população citadina e de rurais consumidores. A organização das cidades, as
funções, a composição social destas cidades diferenciam-nas nitidamente das cidades
tradicionais.

A função industrial e o Capitalismo (marcas nítidas da era Moderna e ou Contemporânea) são


aí predominantes, em detrimento das funções recicladas comerciais, sanitárias, culturais,
administrativas. Observa-se, por conseguinte grande discrepância, os países mais
industrializados são os mais urbanizados e que na sua maioria a população urbana ultrapassa
70% que muitos deles atingem o limite máximo (Bélgica 97 e Reino Unido com 92.5%).

A Inglaterra foi o primeiro país do mundo a urbanizar por volta de 1850 que já possuia mais de
50% da população urbana; no entanto, este fenómeno acelera na maior parte dos países
desenvolvidos e industrializados só na 2ª metade do séc. XIX.

Os problemas de saneamento referente ao lixo, que de certo modo se apresentam as cidades de


hoje, eram acumulados e complicados nas cidades industriais pela presença de grande número de
animais quer de gado bovino, suíno, ovino, caprino, não obstante, organismos patogénicos, que
eram trazidos e guardados em mercados urbanos.

EXPLOSÃO URBANA NO MUNDO

A população urbana no mundo aumentou extraordinariamente desde a revolução industrial muito


embora as causas sejam várias. por um lado, a Revolução Agrícola que precedeu a revolução
industrial libertando a mão – de – obra agrícola que passou a procurar emprego nas cidades; por
outro lado, o desenvolvimento dos transportes permitiu que a indústria pesada se concentrasse
em cidades especializadas e arruinou o artesanato rural o que por sua vez, se traduziu num
êxodo dos rural; enfim , a cidade como foco populacional ( mão-de-obra e mercado) atraiu a
indústria e esta , por sua vez , atraiu mais população.

170
Portanto, de acordo com a sua extensão (em área), densidade populacional e o número total de
habitantes que englobam, a que destacar as principais áreas urbanas do mundo, seguintes:

 a Costa Atlântica do norte;


 a região dos grandes lagos;
 a costa da Califórnia;
 a costa Brasileira
 o estuário do rio Prata
 a Europa Ocidental;
 a região do Moscovo;
 a planície Gangética;
 a região de yang-tse-kiang e Hoang-ho (ilha japonesa Dehonshu);

 a região de Tóquio: Yokohama;


 a região do sudoeste da Austrália.
No mundo actual o hemisfério Norte é o mais urbanizado. Nisso, a actualidade a tendência para a
urbanização é mais intensa no terceiro mundo. Porem este crescimento processa-se quando
muitos dos centros têm uma incipiente industrialização.

Principais Megalópolis do Mundo

- Costa Oriental dos EUA

- Bacia do Reno-Ruhr (Europa central)

- Região de Tóquio-yokohama (Japão)

1. Costa Oriental dos Eua

De Norfolk a Boston- é a maior aglomeração do mundo, engloba mais de 40 milões de


habitantes e estende-se por uma faixa de cerca de 1000 km. Neste extenso e contínuo espaço
urbanizado aparecem áreas residencias, industrias e de serviços.

- Portos e aeroportos – áreas comercias.

171
2. Conurbação Reno

RUHR com mais de 15 milhões de habitantes, concentrados na Europa Central, ao longo do


curso inferior do Reno e do seu afluente Ruhr. Abrange principalmente a Alemanha federal e
Holanda, parte da Bélgica e Luxemburgo. Destacam-se as seguintes cidades: Bona, Colónia,
Duess Idorf, Dortmund, Essen, Duis uma área que concentra muitas unidades industrias –
siderurgias e indústrias Químicas alemãs, a Petroquímicas - holandesa e o maior porto fluvial e
marítimo do mundo.

Podemos pois, concluir que as aglomerações urbanas gigantescas são cada vez mais numerosas
registando, por vezes ritmos de crescimento espantosos.
Analisando o exemplo de Nova Yorque, verificamos que esta cidade apresenta hoje 200 vezes
mais habitantes.
Como resultado deste crescimento, algumas cidades acabam juntando-se, constituindo assim
vastos espaços urbanizado - Megalópolis. (Ver tabela nº 1, página 14).

Uma região metropolitana é um grande centro populacional, que consiste em uma (ou, às vezes,
duas ou até mais) grande cidade central, e sua zona adjacente de influência.

A primeira Metrópolis desenvolveu-se na costa Este dos EUA- de Boston a Norfolk.


A segunda localiza-se entre Londres e Milão , ao longo da dorsal histórica e económica.
A terceira situa-se no Japão entre Tóquio e Nagasaki.

Todas se caracterizam por apresentarem uma extensão muito semelhante - cerca de 1000 km;
serem áreas de grande dinamismo económico - cultural e agruparem vários milhões de habitantes
- aproximadamente 45, 70 e 55. Respectivamente.

3. Megalópolis Tóquio → Hong - kong

172
Tóquio, cidade capital e moderna, originou a sua volta uma imensa área urbana que unida à
região mais a Sul de Osaka-kobe, engloba mais de 40 milhões de habitantes. Como o crescimento
demográfico foi extremamente rápido, relativamente aos outros casos, existem problemas de
grande falta de habitação, equipamento e infraestruturas em geral.

Roma. Gênova 1493 – (fig. 1).

Metropili de Nova York – (fig. 2). Metropoli de Hong-kong –


(fig. 3).

173
Toronto – (fig. 4). Metropili de Jakarta –
(fig. 5).
Fonte: http.//www. Com.br. Wikipedia.

Anexo 2.

1900 1950 1990


Londres 6.4 Nova Yorque 12.3 México 20.2
Nova Yorque 4.2 Londres 10.4 Tóquio-Yokohama 18.1
Paris 3.9 Reno-Ruhr 6.9 São Paulo 17.4
Berlim 2.4 Tóquio 6.7 Nova Yorque 16.2
Chicago 1.7 Shangai 5.8 Shangai 13.4
Viena 1.6 Paris 5.5 Los angeles 11.9
Tóquio 1.4 Buenos Aires 5.3 Calcutá 11.8
São Petersburgo 1.4 Chicagi 4.9 Buenos Aires 11.5
Filadélfia 1.4 Moscovo 4.8 Cairo 11.3
Manchester 1.2 Calcutá 4.6 Bombaim 11.2
Birmingham 1.2 Los Angeles 4 Seul 11
Moscovo 1.2 Osaka 3.8 Pequim 10.8
Pequim 1.1 Milão 3.6 Rio de Janeiro 10.7
Calcutá 1 Bombaim 3 Jacarta 10.1
Boston 1 México 3 Tainjin 10

Tabela nº1 As quinze cidades do século xx (com milhões de


habitantes).

174
TEORIAS SOBRE A MORFOLOGIA URBANA ---------------------14
1. A MORFOLOGIA URBANA
A morfologia urbana resulta da combinação da planta da cidade, da arquitectura dos edifícios
e do tipo de uso dos solos (área residenciais, comerciais, recreativas, culturais, etc.).

Em muitas das vezes a planta de uma cidade é o resumo da sua história e, por ela se pode
seguir as etapas do seu desenvolvimento que constitui aspecto primordial para um geógrafo.
Portanto a planta/morfologia de uma cidade não é característica de uma época, mas
principalmente, de uma certa concepção ligada a diversas civilizações.

Apresenta em geral um aspecto diferente do dos povoados das suas regiões rurais, prédios
com vários andares, ruas largas, avenidas, grandes loja , muita gente em circulação,
transportes colectivos.
A morfologia urbana numa vista área é compreendida pelo seu arranjo e sua justa posição dos
diversos bairros e quarteirões que a compõe, cujo seu plano obedece três espécies de linhas: a
directa, a sinuosa e a circular que fazem com que se formem três tipos de plantas diferentes, a
saber:

1.1. Planta Quadriculada


Conhecidas pelo seu traçado regular, esta tinha principalmente fins religiosos mas com a
expansão dos povos para diferentes direcções, esta que teve sua origem entre os etruscos e foi
se expandindo para o vale dos Rios Tigre e Eufrates, na Ásia Menor e, no século I a.C.
chegou a Grécia através de Hipodamos de Mileto. Depois de um ligeiro desuso veio
reaparecer na Idade Média pelas cidades novas ou bastidas nascidas no século XII, com
objectivo de latear o solo urbano por motivos económico ou militares.
Nesta planta observava-se um eixo que separa uma área da outra.

175
Ortogonal/Quadriculada
Ruas cruzam perpendi-
cularmente e edifícios
em forma de paralelepípedo

1.2. A Planta Desordenada/Irregular


As cidades com esta planta não obedecem apenas objectivos religiosos, pois se adaptam
livremente a todas as circunstâncias históricas e geográficas.
A maioria das cidades medievais obedecem esta planta com ruas extremamente irregulares tal
é o caso para as cidades europeias e muçulmanas. As sua praças são independentes mas partes
alargadas das ruas que para elas convergem, as casas de vários andares pelo numeroso
número da sua população.
O espaço público tem uma estrutura complexa porque dá lugar aos diversos poderes tais
como, episcopado, o governo municipal, as ordens religiosas, as corporações, etc.
Fazem parte a maioria das cidades da actualidade organizadas em torno de inúmeras praças
ligadas por um emaranhado de ruas.
A maioria das cidades portuguesas até por onde foram suas colónias tem esta planta.

Irregular
Tem a disposição desordenada das ruas
que aparecem com muitos becos sem saída
e de pátios interiores.

1.3. Planta Radioconcêntrica

176
Iniciada por uma linha circular constituía antiga cintura fortificada, portanto as ruas deviam
ou obedecem o traçado da muralha sendo circular ou redondo directo ou rectilíneo. Tal é o
caso das ruas envolvente das muralhas do castelo de S. Jorge, a costa do Castelo.

Radioconcêntrica
Ruas circulares e concêntricas
em terno do centro da cidade.
A partir do centro saem avenidas
em forma de raios que comunicam com a periferia

Em Suma
Na observação actual da cidade, encontram-se
vários tipos de plantas umas com traçados
regulares e outras com traçados irregulares.
Os traçados regulares são muito recentes que os irregulares a não ser que a cidade tenha a
influência romana. A diversidade das civilizações marcou, no entanto, formas diversas, mas
ao mesmo condicionalismo e as mesmas necessidades conduzem sempre a restauração da sua
morfologia.
A morfologia urbana para além de obedecer a moda a sua construção tem a ver a certos
factores tais como:
 O meio físico local (relevo, clima, curso de água e outros);
 Eixos de circulação e meios de transporte;
 Rentabilidade financeira (preço de solo, nível económico dos residentes previstos);
 Factores de índole social ( prestigio, qualidade de vida e outros).
O que na sua conjuntura estes factores se repercutem na largura das ruas, na dimensão das
parcelas, na densidade das construções e na importância dos espaços verdes e dos
equipamentos.

2. PLANTAS
2.1. Ortogonal /Quadriculada
Vantagens

177
 A acomoda ás necessidades de lateamento;
 Facilita a delimitação de sectores administrativas;
 Facilita a construção de edifícios e blocos regulares.
Exemplo: N. York, S. Francisco, Sidney e Maputo.

Desvantagens
 As ruas que se cortam em angulo recto ;
 Os percursos ficam mais alongados;
 A visibilidade nos cruzamentos torna-se difícil;
 Os congestionamentos do transito automóvel são frequentes;
 As ruas, muito longas e direitas, canalizam os ventos.

2.2. Radiocentrica /Radial


Vantagens
 Apenas quando substituída por aurelas concêntricas por hexágonos melhora as condições
de circulação e visibilidade;
 O acesso ao centro; a partir da periferia, é bastante fácil.

Desvantagens
 Pelos arcos formados pelas ruas circulares e blocos de edifícios, as distancias ficam mais
alargadas;
 Os blocos dos edifícios tem formas irregulares o que influencia nas plantas dos imóveis /
casas.
Exemplo: Milão, Beira, Luanda.

2.3. Irregular /Indefinida


Vantagens
 Livre expansão

Desvantagens
 As ruas são tortuosas, de larguras irregulares;

178
 Muitos espaços construídos não tem possibilidade de acesso;
 Não existem áreas especializadas.
Exemplo: Chamanculo, Maxaquene ( Maputo).

2.4. Outros Tipos De Plantas


2.4.1. Flexível sem plano
Ela não tem um plano pré-estabelecido apenas é concebida para dar a impressão de
espontaneidade mas que tudo tem o seu lugar previamente definido pelo plano.
2.4.2. Planta de prestígio
É concebida para realçar um determinado monumento ou lugar histórico ou enaltecer uma
função de prestígio. A planta duma cidade constitui o resumo da sua história, as varias etapas
do seu desenvolvimento e diferentes concepções que orientam sua evolução.

3. TEORIAS SOBRE A MORFOLOGIA URBANA


Em geral, qualquer cidade apresenta dentro de si diferentes áreas, em termos de seus arranjos
geográficos, o valor é a ocupação do solo, acessibilidade e história do crescimento urbano.

Para explicar e generalizar as diferentes formas de uso do solo de diferentes áreas no interior
das cidades surgiram ao longo do tempo várias teorias ou modelos esquemáticos empíricos –
são os modelos de organização do espaço urbano que justificam a sua morfologia que seus
modelos se explicam na base de teorias que as explicam.

3.1. Teoria dos Círculos ou Morfologia de Zonas Concêntricas


Este modelo foi elaborado por Ernet W.Burguss (Sociólogo) com objectivo de fornecer uma
descrição estrutural de uma cidade em dado momento, ver como os processos ecológicos
urbanos (invasão das áreas por novos grupos, competição entre grupos, a dominância dos
invasores e sucessão) se reflectem na estrutura da cidade.
Segundo Ernest, a sua teoria defende no princípio de cidade crescer de forma concêntrica, a
partir do centro para a periferia formando anéis distintos, surgindo:
 A baixa onde se concentram negócios retalhistas, serviços, agências comerciais e
bancos (CBD- Central Business Distrit);
 Áreas de transição que sofrem invasões dos recém-chegados ;

179
 Zonas de operários, de trabalhadores de indústrias e;
 A zona residencial de senhores rico e abastados.
O deslizamento do centro para o exterior deve-se a mudanças de grupos sociais.

3.2. Teoria de Sectores (1939)


Elaborado por Homer Hoyt (economista agrário) defendeu que surgindo os contrastes na
utilização do solo urbano, perto da cidade, tais perpetuam-se à medida que a cidade se
expande, a partir do centro da cidade desenvolvem-se vários sectores muitas vezes
relacionadas com redes de comunicações principais da cidade, as indústrias e as residências.
Segundo Homer, existem cinco áreas principais ou sectores:
 O CBD (Central Business Distrit);
 Comércio grossista e indústria ligeira:
 Área de transição, residência de classes baixas e pobres;
 Área de residência de classe média:
 Área de residência de classe mais alta.
Na essência, este modelo é o aperfeiçoamento do modelo do Ernest.

3.3. Teoria dos Centros Múltiplos (1945)


Defendido por geógrafos C.D. Harris e E. Ullman que segundo eles, as cidades tem estruturas
celulares em que diversas formas de utilização do solo desenvolvem-se a partir de pontos de
crescimento distintos ou núcleos no interior das áreas urbanas.

4. ESQUEMA DAS TEORIAS E AS ESTRUTURAS DAS CIDADES


4.1. Modelo
E.W.Burgess
5 Zona- 1 – centro CBD é o primeiro espaço do comercio
4 retalhista e de serviços e nele se localizam as maiores
3 agencias financeiras e comerciais.
2

180
Zona- 2- É a área de transição, a qual vai sendo invadida
1 pelo comercio e pela indústria ligeira. No início é ocupada
pelos recém chegados á cidade.
Zona- 3 – É habitada pelos trabalhadores da indústria que
deixaram a zona –2.
Zona –4 –É uma área residencial com apontamentos e
residências individuais para as classes sociais mais
abastadas.
Zona – 5 – É de áreas suburbanas / cidades satélites, do
CBD para a zona 5 tem distância tempo máximo de 30 a 60
minutos de carro.
4.1.1. Modelo Hoyt
1- CBD
2 34 2- Comércio grossista e indústria ligeira
3 13 3- Área residencial das classes baixas
4- Área residencial das classes médias
13
5- Área residencial das classes altas.

A localização sectorial e a expansão das áreas de rendas tem tendências a relacionar-se com:
estradas existentes, as vias de transporte mais rápidas; para facilitar a deslocação para o CBD,
a existência de água não utilizada pela indústria, terras altas, espaços abertos, proximidade de
dirigentes da comunidade.
4.1.2. Modelo De Mann Para Uma Hipotética Cidade De Dimensão Média
4 A- sectores das classes altas e média alta.
3
B- Sector das classes médias e média baixa
2
C- Sector das classes trabalhadoras e de
1
habitação social
D- Sector industrial e das classes trabalhadoras
mais baixas.
1- Centro da cidade
2- Zona de transição.

181
3 A- Casas e vendas para as classes altas e média alta.
3 C e 3 D – casas pequenas
4 - Casas pobres
5 – Povoações de comutação

4.1.3. Modelo multinucleado de Harris e Ullman


1- Centro comercial
3
2- Comércio grossista e industrial ligeira
3- Área residencial das classes baixas
2 4- Área residencial das classes médias
3
5- Áreas residenciais das classes altas
3 6- Indústria pesada
7 7- Área exterior do comércio
8- Subúrbio residencial
6 9- Subúrbio industrial

9 8

5. LOCALIZAÇÃO OU SITUAÇÃO URBANA


 Na confluência dos rios;
 No contacto mar –continente;
 Em cruzamentos de rotas rodoviárias e ferroviárias;
 Entre litoral e o interior;
 No interior do continente ou do país.
Situação urbana: é a posição geográfica da cidade dentro da região.
As cidades podem se classificar quanto:
a) Ao sítio – se ela está
num local de planície, planalto ou de montanha.
b) Á situação – refere-se a
situação que ela ocupa em relação aos factores geográficos; sendo:
 Cidades fluviais;
 Cidades marítimas;

182
 Cidades entre o litoral e o interior;
 Cidades dentro do continente / país.
c) Á função: referente actividade económica dominante, assim, existem:
 Cidades industriais;
 Cidades comerciais; turísticas, portuárias, política administrativas, culturais, etc.
d) A origem: Planeada e espontânea.

6. FUNÇÕES URBANAS
Emboras as cidades se desenvolvam todas as funções, a principal função de uma cidade é
determinada num certo tempo pela actividade principal dos seus habitantes, ela pode mudar
no processo evolutivo. No geral as funções das cidades são:

 Função Político-Administrativa e financeira;


 Função industrial;
 Função comercial;
 Funções múltiplas.
Estas estão organizadas em grupos conforme as actividades que desenvolvem. Assim sendo,
encontramos:

Função de direcção e comando – que engloba:


- Função Político-Administrativa e Financeira;
- Função industrial;
- Função comercial.
Função de Produção e Consumo:
- Função industrial;
- Função comercial;
- Função de consumo.
Função que Assegura os Serviços:
- Função sanitária;
- Função de transporte;
Função Cultural:
- Função universitária;

183
- Função Religiosa;
- Função recreativa e turística.
Quanto as funções da cidade no seu geral:

6.1. Função Político-Administrativa e financeira


Esta se explica pelos poderes do Estado que muitas cidades detém; ela é simbolizada pelo
grande número de actividades públicas. É típica das idades capitais do Estado onde os governos
têm sedes o que os centros de decisão das grandes empresas, bancos, seguros, comunicações,
embaixadas, representações, etc. O que as torna não só capitais políticas como também a cidades
– capital administrativa e financeira onde todas as grandes decisões de vida nacional e até
internacional são emanadas. São exemplos de Lisboa, Paris, Washington, etc.

6.2. Função Industrial


É a função principal do moderno desenvolvimento urbano, isto é, algumas cidades,
actualmente desenvolvidas surgiram no lugar que outrora funcionavam como centros de
transformação de produtos do subsolo (extracção de carvão e dos minerais) tendo dado
origem as cidades como Austrália, Sibéria, Canadá, África do Sul, etc. Portanto, manifesta-se
naquelas cidades em que o seu surgimento ligou-se à extracção industrial e o grosso da
população trabalha quase exclusivamente da indústria, porque quase todas essas cidades têm
indústria.
A maior parte das cidade da Europa Ocidental e EUA têm esta função tais são o caso de
Manchester, Liverpool, Pittsburg, Turim, Essen, Setúbal para além da anteriormente
mencionadas.

6.3. Função Comercial


Esta função desempenhou e desempenha um papel extremamente importante no surgimento
e desenvolvimento dos centros urbanos. – Desde a antiguidade, as cidades surgiram num
cruzamento de importantes vias de acesso comercial e nos grandes entrepostos. Facto que provém
da acumulação de capital e a necessidade de criação de infra-estruturas mais animadoras no
âmbito sócio-económico.

184
Das cidades com tal função manifesta-se quase em todas as cidades do mundo,
particularmente (é claro) aquela nascidas e situadas junto as vias de comunicação (margens
fluviais, lacustres e marítimos, vias férreas, rodovias e aeroportos) internacionais e assim
favoráveis ao comércio local, nacional, internacional ou mesmo mundial, tais são os casos das
cidades de Basileia, Estramburgo, Colónia, Dusseldorf e Roterdão, nascidas nas margens dos
rios Reno com função dominantemente comercial; Detroit, Chicago, Cleveland e outras nas
margens dos grandes lagos americanos; Tóquio, Londres, Liverpoop, Marselha, Nova Iorque,
Montreal, Singapura, Milão, etc. que têm grande papel no comércio internacional e mundial;
as cidades de Cabo, Dakar, Lisboa, Leninegrado que sendo portuárias desempenham um
grande papel no comércio internacional.

6.4. Funções Culturais


Esta função das cidades é o resultado de existência de locais, serviços ou características
naturais ao serviço da cultura universal, ocupando o grosso da sua população ou seus visitantes,
dentro da função cultural encontram-se cidades com diferentes especializações como cidade
religiosas, cidades universitárias, cidades turística e recreativas.

6.4.1. Função Universitária


Esta função caracteriza certas cidades que se relaciona com a instalação de escolas superiores
ou universidades em que a vida académica ocupa o grosso da sua população. Esta função
apresenta uma flutuante; a presença dos estudantes empíricos um ritmo de acordo com o
tempo de aulas e o tempo de férias. As cidades com estas características datam desde a Idade
Média. Tal é o caso das cidades de Coimbra, Salamanca, Cambridge, Bolonha, Pisa, Oxford e
outras.

6.4.2. Função Religiosa


É assumida por aquelas cidades que surgiram e acresceram por motivos religiosos e que se
traduzem por um importante fluxo de pessoas que visitam por motivos religiosos e,
constituem hoje centros de peregrinação e de fé religiosas para milhares de pessoas de todo o
mundo. Tais cidades são os casos de Meca, Banares, Lourdes, Fátima, Vaticano, Jerusalém
que tiveram como sua origem a função religiosa. Elas estão associadas às flutuações da
população presente em que na época alta conscide com as datas de peregrinação e na época

185
baixa durante a maior parte do ano com uma população residente muito reduzida. E o
desenvolvimento da função comercial, hoteleira, turística típica, onde predomina a venda de
objectos relativos ao santuário, que as pessoas compram para a sua recordação ou lembrança.

6.4.3. Função Recreativa e Turística.


É característica daquelas cidades ricas em condições e de infra-estruturas para o descanso, à
distracção, à cura como suas condições especiais, como as cidades costeiras, de zonas
montanhosas que possuem praias, termas, centros recreativos cuja maior parte da sua população
não é permanente. A época principal ou alta conscide com o verão (praias, termas) ou inverno
(estâncias de montanhas) que sempre caracteriza o superpovoamento, grande movimento de
pessoas com muitos automóveis e com hotéis e restaurantes ocupados; a época baixa conscide
com a outra parte do ano que caracteriza por um fraco movimento de pessoas (só a população
residente) com fraca vida comercial e alguns hotéis e restaurantes fechados.
A estância de saúde destina-se à cura de doenças, locais de ar puro, fora da poluição, que
permite um descanso absoluto. Exigem bom equipamento hoteleiro e hospitalar.
Tais características são da cidades do Mar Mediterrâneo, nos Montes Alpes, (Saint Monitz)
Riviera e os centros urbanos da Suíça.

6.5. Funções Múltiplas


A maior parte das cidades do mundo desempenham ao longo do tempo distintas funções de
forma coordenadas e, nos nossos dias geralmente as cidades assumem tal função, é para além
das funções mencionadas podem-se destacar ao longo dos centros urbanos outras funções tais
como:

6.5.1. Função Financeira


Esta função está estreitamente ligada a função política administrativa, a mais urbana de todas
funções urbanas, sendo nas cidades os centro de troca e comércio foram sempre centro de
acumulação de riquezas.

186
6.5.2. Função Directiva
Conferida as cidades pela multiplicação de serviços (escritórios, bancos, as sedes
administrativas das grandes empresas comerciais e industriais) que dirigem a vida económica
duma região do país.

6.5.3. Função de Consumo


Os centros urbanos coincidentemente grandes concentrações humanas e de certas actividades
humanas tem sido os grandes centros consumidores convergindo produtos de várias
proveniências tais como: produtos agrícolas, artesanais e industriais. Passando a ser um
mercado de referência para a colocação de produtos.
No caso concreto das cidades de Moçambique, encontramos abundância de produtos em todo
o ano enquanto que as regiões rurais passam carências.

6.5.4. Função Sanitária


Em consequência das atracções e concentrações populacionais, os centros urbanos devem
munir-se de serviços sanitários eficazes para responder a demanda da problemática da saúde
resultante dessa aglomeração de um lado e servindo de atractivo por outro lado. Assim, um
dos sinais indicadores que caracterizam um centro urbano e a forma como os serviços de
saúde estão estruturados dentro da urbe.

6.5.5. Função de Transporte


Pela dinâmica da vida nos centros urbanos, o transporte simboliza a vitalidade da cidade, elas
alimentam o fluxo das migrações pendulares dos municípios vivendo nas periferias das
cidades e espera dinamizar a circulação de pessoas dentro da cidade, (vulgo chapa).
Em qualquer cidade a partir do centro denso e compacto até à periferia sucedem-se paisagens
variadas, reflectindo o tipo de funções que cada uma das áreas do espaço urbano insere em si
e suas principais funções desde a função terceiária, a função residencial e a função industrial
que são as principais funções assumidas por qualquer cidade. As áreas comportando tais
funções constituem as chamadas áreas funcionais urbanos.

6.5.6. Função de Ensino e de Educação

187
Algumas cidades no mundo se destacam por apresentar esta função tão desenvolvida
particularmente às suas universidades. As grandes cidades são sempre dotadas de um grande
número de estabelecimentos de ensino com mais destaque o ensino universitário; e ao mesmo
tempo constituem centros turísticos onde se desencadeiam todas instalações do conjunto de
equipamentos, a saber: museus, casas de cultura, centros de recreação, organização de
sanitários, congressos, simpósios. Tal é o caso das cidades de Paris, Coimbra, Uppsala na
Suécia, Tubingen, Heidelger da Alemanha, Perugia na Itália, Montpellier em França, Oxford
e Cambridge no Reino Unido, Louvain na Bélgica, Florença, Cannes, Estoril, etc. que devem
o seu grande desenvolvimento nesta função.

EVOLUÇÃO DAS ÁREAS URBANAS, PROBLEMAS E SOLUÇÕES

Conceito de cidade

Distinguir o espaço urbano da cidade, através duma definição única e universal, não é possível
atendendo a realidades totalmente distintas, quer a nível económico, social ou cultural quer a
nível demográfico.
É por este motivo que se realizam uma conferência da estatística, reunida em Praça, em 1966,
onde foram estabelecidas normas, para definição de cidade, tendo deste modo uniformizado
minimamente os critérios. Nesse contexto deveriam ser consideradas cidades, todas as
aglomerações com mais de 10 mil habitantes, independentemente das suas funções, ou com um
mínimo de 2000 habitantes, desde que a população ligado ao sector primário não ultrapasse os
25% da população activa.

Para Matos (1990:206), considera a cidade como sendo um centro de relações e de decisões onde
se encontram os homens, onde se trocam mercadorias, onde se difundem as ideias e onde se
reúnem formas de actividades diferenciadas (as funções urbanas): comércio, indústria, serviços,
administração, etc.”.

CRITÉRIOS DE DEFINIÇÃO DE CIDADE

188
Por causa da dificuldade de definição da cidade forma estabelecidos os seguintes critérios:
 Critérios demográficos
 Critérios administrativo
 Critério numérico administrativo
 Critério ligado a tipologia da paisagem urbana
 Critério funcional.

CRITÉRIOS DEMOGRÁFICOS

Os critérios demográficos dividem-se em três partes

 Critério numérico
 Critério sócio-económico
 Critério numérico sócio-económico

1. Critério numérico
Baseia-se no numero total de habitantes de um aglomerado, a partir de um valor mínimo (limiar
mínimo) a qual uma aglomeração urbana atinge a categoria da cidade.
Este critério simples comporta diferenças muito variáveis de país para país. No entanto é mais
usado, exemplo:
 Uganda – 100 habitantes
 Irão – 500 habitantes
 Canada – 1000 habitantes
 Angola 2000 habitantes
 Bélgica – 5000 habitantes
 Portugal – 10000 habitantes
 Correia – 50000 habitantes
Nos países em desenvolvimento as cidades crescem de forma horizontal consequentemente a
densidade é baixa, enquanto nos países desenvolvidos as cidades crescem de forma vertical e a
densidade é elevada.

2. Critério sócio – económico

189
É aquele que serve base o envolvimento da população nas actividades secundarias e terciárias
principalmente.

3. Critério misto
Considera a cidade tendo em conta o número de habitantes e as actividades sócio-económicas.

4. Critério administrativo
É o segundo mais usado, pelo facto de um aglomerado urbano exercer uma determinada política
administrativa, (capital provincial, municipal, distrital e posto administrativo), exemplo Argélia,
África do Sul, Malawi.

5. Critério numérico – administrativo


É a continuação do critério numérico com administrativo exemplo Holanda, Luxemburgo e
Guatalupe.

4. Critério ligado a tipologia da paisagem urbana


Baseia-se no aspecto das ruas, casas, edifícios públicos, lojas, centros comerciais, monumentos,
núcleos históricos.

5. Critério funcional
Baseia-se na diversidade e no número total de funções existentes na cidade, sua distribuição do
respectivo raio de acção.

Siracusa, Nápoles, Mompeia, Cartago, Marselhas e Roma. Estas cidades apresentam uma
arquitectura tinham no centro um fórum, rodeado de colunas e estatuas, circundados por edifícios
públicos, templos, repartições, lojas e perto de fórum tinha anfiteatros.

No século II d.C. a cidade de Roma atingiu o máximo de desenvolvimento no Império Romano


com mais de 1 milhão de habitantes.

1.3. A Idade Media

190
com a queda do Império Romano do Ocidente em 476 d.C., a civilização vai decaindo para dar
lugar uma economia de subsistência rural, sob protecção de chefes tribais bárbaros, que fundaram
o Feudalismo. Este foi a época das trevas. Algumas cidades foram destruídas, transformadas em
campos agrícolas.
Só nos séculos XI e XII é que começam de novo a surgir as primeiras manifestações urbanas no
feudalismo, com o núcleo central no Castelo do senhor feudal e a sua volta muralha e aldeia dos
servos.
O desenvolvimento económico dá lugar ao aparecimento das corporações de mercadores, que
organizam e controlam a vida económica das cidades e dos artífices que regulam a produção
artesanato.
O desenvolvimento das cidades europeias, teve a sua origem na idade Media e estão divididas em
duas categorias.
Cidades planeadas e cidades adaptadas.

Cidades planeadas
Surgiram nos séculos XIII e XIV, apresentam configurações geométricas. Nestas, o fundador
escolhia um local, estabeleciam-se limites, construíam-se as muralhas, em seguida abriam-se as
ruas delimitando espaços para blocos habitacionais, reservando lugares para implantação da
igreja e do mercado.

Cidades adaptadas
Dentro das muralhas, as cidades cresciam lentamente e de maneira muito compacta, de forma
circular. O crescimento fazia-se no lugar as primeiras vias que resultaram com planta circular.

NO PERÍODO DO RENASCIMENTO

Nesta época histórica, é marcada por uma visão das coisas centralizada no homem e a cidade
serve de espelho da mentalidade nova. As cidades são rodeadas de fortes muralhas, para resistir

191
armas de fogo. Constroem-se grandes monumentos e igrejas na Europa, Itália, Franca, Inglaterra,
Alemanha, Espanha e Portugal.

A partir do século XVI as novas teorias de planeamento e arquitectura criam um conceito de


cidade ideal, cidade inteiramente geométrico, em forma de estrela, normalmente com oito portas,
ligadas ao centro por avenidas. No centro, as praças e arodealas, os edifícios governamentais,
bancos, hospitais, teatro, surge assim uma planta radeoconcentrica.

1.5. No período da Revolução Industrial


Com a revolução industrial a cidade não só serve de lugar para viver, mas também para trabalhar.
As transformações, resultantes da industrialização vão trazer a ocupação anárquica do solo,
devido o êxodo rural, a degradação do ambiente e a poluição atmosférica.
A partir do século XIX, planificam-se as cidades centradas com bairro dos operários, ao longo de
ruas rutilinas onde surgem subúrbios – jardins. Mais tarde surge a ideia de cidades Novas, na
Inglaterra e outros países da Europa com objectivo de separar áreas residenciais e indústrias.

1.6. Cidades na actualidade, grandes concentrações urbanas

metrópole do grego, cidade – mãe, com mais de 500.000 habitantes, resulta de um só núcleo
urbano.
Exemplo Nampula
Conurbação – é fenómeno de junção de duas cidades ou mais metrópoles ou até 2 ou mais
cidades (Rhur, Reviera, Francesa e italiana). Amesterdão, Haia, Roterdão, Maputo – Matola.

4. Problemas da cidade

quanto maior for uma cidade, maiores e mais diversificados serão os seus problemas e se tratar de
uma cidade antiga, cuja estrutura foi impossível alterar ao longo do tempo, esses problemas serão
mais agudos. A seguir apresentam-se alguns problemas:
o problema do transito
o problema do abastecimento
o problema do saneamento, esgoto e lixo

192
a população
marginalidade, criminalidade e delinquência
saturação e stress
superpovoamento
erosão.

4.1. O problema de transito


o aumento da população na cidade, obriga deslocações diárias movimentos pendulares. Por seu
turno, o aumento do número de automóveis individuais, contribuem para saturação de muitas
ruas, o ponto de se tornar intransitáveis. Engarrafamento, lentidão, nervosismo, cansaço é tudo o
que o condutor urbano, pode esperar em hora de ponta, nota-se também o problema de
estacionamento, horas na bicha para abastecimento de combustível.

4.2. O problema do abastecimento


o abastecimento dos produtos frescos nos grandes centros urbanos acarreta enormes problemas
que partem de transporte e armazenamento e preços.
Leite (1985:172) demonstra que “para uma população urbana de 1 milhão de habitantes, calcula-
se em média os seguintes gastos diários:
Batatas – 100 toneladas
Carne – 62,5 toneladas
Vinho – 1 milhão de litros
Legumes frescos – 120 toneladas
Pão – 120 toneladas.

4.2.2. abastecimento da água


na cidade cada pessoa necessita de muita água para beber, higiene pessoal. Para GARNIER
(1997:309), “as quantidades necessárias a cada indivíduo para beber, preparar seus alimentos, a
sua higiene limpeza doméstica, podendo ser avaliada em 50 – 60 litros por pessoa e por dia”.
Para Leite (1985:172) esta quantidade aumenta “se entrarmos em conta com as quantidades
gastas a regar jardins particulares e públicos, com água gasta nas indústrias, nas garagens de
lavagens de carro, etc.. a média por habitante pode ir até 200 ou 300 litros.

193
As dificuldades da água surgem não só no abastecimento, mas também no transformar para ‘agua
potável, na captação de nascentes, de rios ou de albufeiras, conduz até a estacão de tratamentos e
para distribuição ao domicílio.

4.2.3. Fornecimento de energia


A electricidade, gasolina, carvão, gás doméstico são imprescindíveis ao funcionamento da vida
urbana, pelo que sem eles, os serviços, as indústrias, as habitações, as grandes consumidores
destes recursos, paralisariam.
Leite (1985:176), resume o problema de abastecimento desta maneira “a cidade, grande centro de
consumo, enfrenta grandes problemas de abastecimento diário de produtos essenciais, como
alimento, água e energia”.

4.4. Problemas de saneamento

o recolher e dar destino, diária aos lixos da cidade de forma a mantê-la limpa, dotar
completamente uma cidade de uma rede de esgotos satisfatória, são dois problemas que crescem
de ano para ano e que apesar da maioria das pessoas não se aperceberem deles cada vez mais se
tornam mais difíceis para solucionar.
Leie (1985:172) remete avaliar a quantidade do lixo desta maneira “basta que, em media, cada
habitante dê origem a 1 kg de lixo por dia, para que uma cidade produza centenas de toneladas
dia a dia.
Acumulação de lixo põe em perigo ou agrava os problemas de poluição, com enormes riscos de
saúde pública.
Nos tempos chuvosos o lixo acumulado torna-se reservatório de vários insectos incluindo o
mosquito causador de malária.
Os esgotos são também, factor problemático da vida urbana. Além disso maior parte das cidades
lança os seus esgotos nos rios e lagos ou mares, contribuindo para contaminação da água doa
animais aquáticos, pondo em perigo a saúde pública e equilíbrio ecológico.

4.5. A poluição

194
o monóxido de carbono (gás tóxico libertado pelos escapes dos motores, gases de enxofre, de
chumbo, poeiras, sais, estão sempre presentes e de forma degradativa a atmosfera das regiões
urbanas, poluindo o ar da respiração da população provocando doenças pulmonares.
Os ruídos dos carros, buzinas, motociclos, aviões, provocam a poluição sonora, que é responsável
das doenças psíquicas de saturação que se traduzem em dores de cabeça intensa e náuseas.
Outra forma de poluição é injecção de resíduos industriais nos rios, oceanos, assim a lavagem dos
navios petroleiros leva a contaminar o peixe e outros animais marinhos e por sua vez perigar a
vida de um número elevado dos habitantes das cidades costeiras. Esta preocupação de despachar
os resíduos industriais, leva aos países desenvolvidos procurar formas ilícitas de depositar os
resíduos nos países em via de desenvolvimento, exemplo Catina 13 em Moçambique.

Para VALENTEI (1987:242) “a poluição do ar e das águas nas maiores conturbações provocam
um agravamento brusco das condições de vida, ameaçando com uma catástrofe ecológica”.
Matos (199): 267) na sua obra Contrastes geográficas, apresenta um jornal italiano de 21/2/90,
com seguintes informações “foi recentemente decretada a interdição a circulação, ao domingo, de
todos os veículos de turismo em Milão, devido a grande poluição atmosférica, naquela metrópole,
Lombarda enquanto que em Turim foi decidido alterar a circulação por semana de veículos com
matriculas impar e par”.

Soluções dos problemas


A solução dos problemas da cidade, mostra ser complexa visto que cada problema urbano, tem
sua própria dinâmica (origem, característica), de maneiras que não existe um padrão universal
para solução de tais problemas. Problemas idênticos em cidades diferentes, podem sugerir formas
de solucionamento diferente.
Transito – solução
Construção de passeiros
Criação de passadeiras / passadeiras aéreas.
Criação de ruas e avenidas especializadas para determinados veículos e peões.
Criação de parques de estacionamento.

195
Abastecimento
Água
Construção de barragens
Abertura de furos
Canalização e distribuição da água

Alimentação
Criação de zonas verdes
Conservação de alimentos a partir de armazenamento e sistemas de frio
Planificação das quantidades ideias e abastecimento regular

Energia
Construção de barragens hidroeléctricas e outros sistemas alternativos (gás natural, carvão e
mais).

3. Saneamento

construção de sanitários públicos


construção de aterro sanitário
reciclagem do lixo
construção de valas de drenagem.
Construção de espaço reservatório para deposito de lixo

Poluição
Regulação de uso de viaturas em função da sua conservação (fumo e sons)
Introdução dos silenciosos nos motores, para diminuir os sons
Construção de aeroportos distante da cidade
Aumento da altura de chaminés das indústrias e a respectiva construção em zonas específicas.

196
Marginalidade, criminalidade, delinquência

Criação de forças de segurança especializadas e instituições jurídicas.


Criação de centros de correcção
Acesso a educação básica
Interdição de uso de armas

Solução

Estabelecimento de locais e programas de diversão como cultura, desporto e recreações.


Construção de centros de sanitários especializados para controle e tratamento de problemas
estressantes.

Superpovoação

Construção de zonas de expansão urbana


Ordenamento urbano
Construção de infra-estruturas sociais nas zonas rurais

Erosão
Construção de valas de drenagem
Reserva de zonas para habitantes.

Marginalidade, criminalidade, delinquência

As cidades são pólos de atracção da população. Assim, quanto maior for a cidade, maior será a
força de atracção.
O crescimento duma cidade, faz crescer duma forma acelerada os bairros de latas, o sub emprego
e o desemprego. A falta de habitação sente-se mais. O descontentamento, a revolta, a
insatisfação, a luta pela sobrevivência, conduzem a situação que, não raro, desembocam na
criminalidade, assaltos, a droga, a prostituição, a delinquência juvenil, a desagregação familiar, o
alcoolismo e os homicídios.

197
Situação
Stress
O homem como um ser social e como tal, tem de viver em sociedade, e que a cidade é uma
organização social por excelência, para se viver em comunidade, com todas as suas vantagens e
inconvenientes.
A vida moderna, exige demasiadamente a condições humana, o homem está a transformar-se
numa máquina, num simples “robot” levanta-se todos os dias a hora certa, para chegar ao local do
trabalho tem de suportar bichas de trânsito, o autono, superlotado chega pela manhã ao trabalho
já cansado, ai suporta os barulhos das máquinas, as ordens que recebe e transmite, o telefone que
toca. A hora do almoço come para não perder tempo, toma as refeições a correr, a tarde para
chegar a casa, suporta o caos do trânsito outra vez, chega a casa não tem tempo de conversar com
os seus filhos, tem de ler os jornais, ouvir os noticiários. O comportamento do indivíduos começa
a alterar-se e os estados doentios sucedem-se, úlceras, náuseas, hipertensão, annan, insuficiência
renal, náuseas, vómitos e doenças infecciosas.

Evolução das áreas urbanas

1. No período de antiguidade
as cidades surgiram, no período do Neolítico. Quando os homens tornaram-se sedentários e
começaram viver em comunidades e surgiram certas necessidades colectivas no caso de:
 Defesa do ataques de grupos rivais e de animais;
 Obten,cão de mais alimentos;
 Especialização do trabalho;
 Troca de excedentes.
Embora vários autores se divergem o 1º aglomerado que se torna cidade é Jericó em Israel, no
oitavo milénio a.C. mas foi precisamente no ano 3.500 a.C. que emergiram outros aglomerados,
sempre nos vales dos rios:
Na Mesopotâmia – entre Tigre Eufrates
No Vale do Nilo
No Vale do Indo

198
As cidades que surgiram nesta época são: Ur, Lagash e Erech, Kahum, Mahenjo, Daro, Ha e
Erech, Kahum, Mahenjo, Daro, Haapp, onde viviam entre 30-70.00 habitantes.

2. No período clássico
Por volta de 800 a.C., período da antiguidade clássica, surgiram na Grécia e Roma, as chamadas
cidade-estados, mais desenvolvidas no caso de Atenas, Esparta, Corinto, Tebas, Mileto, Siracusa,
nápoles, Pompeia, Cartago, Marselha e a própria Roma. Estas cidades apresentavam uma boa
arquitectura com um centro fórum, rodeado de colunas e estatuas, circundados por edifícios
públicos, templos, repartições, lojas e dentro do forum tinha

Conclusão

A cidade, produto fundamentalmente humano é um espelho do Homem, e tal como ele é, vai
evoluindo ao longo do tempo, mas só não dizemos que a cidade nasce com o Homem porque ela
quer dizer, essencialmente, agrupamento, sedentarização, comunidade. Por isso não se assume o
fenómeno cidade ao período paleolítico, quando os homens eram nómadas. Mas as situações
mudaram e as condições ambientais começaram a ser favoráveis de modo que o Homem já sentia
a necessidade de sedentariamente viver em comunidade e de uma forma organizada.
É de salientar que desde a antiguidade, a idade Médias, a idade Moderna e até a esta fase
contemporânea, houve no seio das cidades uma certa evolução foi que até certo ponto pode-se
frisar que essa evolução foi fruto também da evolução do próprio Homem.
Todavia, com o estudo efectuado neste trabalho, chega-se a inferência de que o conhecimento
sobre a evolução das cidades permitirá possuir uma concepção sobre as metamorfoses que o
Homem passou desde os tempos remotos até hoje que ele constitui o elemento activo sobre o
meio ambiente.

1. A ESTRUTURA URBANA

A cidade contemporânea esta intimamente ligado nos acontecimentos seguidos após a


revolução industrial.

199
“ O crescimento desordenado das cidades preexistentes, o fluxo de rurais e de imigrantes aos
países novos, alertaram o fenómeno urbano para o estudo dos problemas sociais gerados pela
cidade e a sua projecção na composição da sua estrutura” Segundo LEITE (1989:161).
A estrutura interna das cidades, revela a existência de diversas áreas funcionais como
resultado de uma progressiva especialização interna, cada área apresenta uma função específica:
comercial industrial e residencial.

1.1. REPARTIÇÃO DA OCUPAÇÃO DO SOLO URBANO

A ocupação do solo urbano e a sua repartição depende do valor económico e do tipo de


função que vai exercer. Dai que, a ocupação do solo urbano pode ser para: habitações, ruas e
equipamentos, espaços verdes, espaço agrícola «residente» à construção, actividades agrárias e
outros espaços não construídos. FIGUEIRO e TECEDEIRO (s/d).
A organização espacial dos aglomerados urbanos reflecte a capacidade de cada função para
pagar a localização maior acessibilidade que será a de preço por unidade de superfície mais
elevado.

1.2. RELAÇÃO ENTRE A ACESSIBILIDADE E O VALOR DO SOLO DE UMA


CIDADE

O aumento de acessibilidade à medida que diminui a distância ao centro da cidade, origina


diferentes ocupações devido à variação dos preços do solo com a distância.
“A estrutura de usos do solo, varia de uma cidade para a outra, de acordo com as
características locais e é influenciada pelos factores em todas as cidades:
1) Os valores do solo são máximos no centro da cidade e decrescem, de forma constante,
para a periferia;
2) Os valores do solo são mais elevados ao longo das principais artérias de tráfego do que
nas zonas mais distantes
3) Os valores do solo são máximos nos vértices das intersecções de principais artérias.

200
Estes três valores do solo obtém-se uma superfície idêntica à de uma colina com um pico
central e, nas encostas, digressões e vértices secundários.” Segundo HAGGETT e CHORLEY
citado por FIGUEIRA e TECEDEIRO (s/d: 217).
Assim, a acessibilidade diminui uniformemente em todas as direcções a partir do centro da
cidade e, em consequência, a renda que determinadas actividades podem pagar pela utilização do
solo urbano também decresce a partir do centro. As curvas de rendas correspondentes a cada um
dos usos (comercial, industrial, residencial) terão diferentes inclinações.
1.3. PREÇO DO SOLO E NETUREZA DA OCUPAÇÃO SEGUNDO A DISTÂNCIA
AO CENTRO

a
b comercio
V. O. c industria
Residência sendo:
C.O – Centro da Cidade
0 V.O – Valor da Oferta
C.O. Distancia
* * *Q --------Q+++++++
Comercio ** - - - - - - - ++++++++
--- +++++++++
Industria + ++ + + ++ ++ +
+ + + + ++
Residências +

Observando a figura, conclui-se que:


- O primeiro anel é actividades que podem pagar os preços mais altos localizando-se desde o
centro da cidade (0) até a distancia P (intersecção das curvas de rendas A e B);
- O segundo, são actividades que podem pagar rendas elevadas (embora de valor inferior às
anteriores). Ocupam o espaço compreendido entre P e Q (o ponto Q e defendido pela intersecção
das curvas de rendas B e C) e,

201
- O terceiro anel, são actividades que não tem capacidade concorrencial em localizações
próximas do centro. Localizam-se desde o ponto Q até ao limite da cidade (R).
Com o tempo os padrões de uso do solo urbano tendem a sofrer alterações devido a própria
dinâmica das cidades modificando assim, as relações entre valores, acessibilidade e usos do solo;
Surgem novos usos do solo, o que diminui a importância dos outros anteriores; acessibilidade
altera-se com o aparecimento de novos meios de transporte, e as preocupações ambientais
problematizam a permanência de usos actuais.

Resumindo, a estrutura espacial urbana reflecte a existência de diferentes áreas funcionais


especializadas, resultantes da evolução dos usos do solo urbano. Com a dinâmica das cidades,
assiste-se a transferência da população residente das áreas centrais para áreas periféricas, a
desconcentração e descentralização da função comercial. Esta última situação origina o
aparecimento dos hipermercados nas áreas periféricas fornecedoras de bens funcionando como
pólos de atracção a uma clientela quantitativa.
O espaço urbano apresenta uma estrutura funcional diferenciada. E em torno do CENTRAL
BUSINESS DISTRICT (C.B.D.) que se estrutura, o espaço restante da cidade.

1.4. CARACTERISTICAS DO CENTRAL BUSINESS DISTRICT (C.B.D)


- O C.B.D., designação anglo-saxónica, corresponde ao ‘coração’ da cidade, a área ou
sector onde as funções comerciais e de gestão (Financeira, administrativa e politica) assumem um
papel relevante;
- Aqui prevalece a função comercial (a venda de artigos de preços mais elevados nos
grandes armazéns, lojas especializada), para além dos bancos, dos escritórios e dos serviços de
administração pública
- O C.B.D. incorpora funções culturais (teatros, cinemas, museus, bibliotecas, galerias de
arte) e ainda lugares de convívio (cafés, restaurantes, hotéis, ‘boites’ e clubes), e;
- A função industrial é pouco representativa e encontramos apenas actividades relacionadas
com a impressão e o vestuário.
.
.

202
2. MODELO DE ESTRUTURA URBANA

“A criação de modelos é uma preocupação recente da geografia, na sua tentativa de


formulação de teorias baseadas na generalização do comportamento dos fenómenos geográficos.”
Segundo LEITE (1989: 161).
Os três modelos ate então usados (de Burgess, de Hoyt e de Harris e Ullman), teóricos e
descritivos, merecem um estudo particular, não só porque foram os primeiros, mas também
porque cada um deles tem uma parcela de exactidão.

2.1. OS MODELOS DE BURGESS (1926): A TEORIA DAS ZONAS


CONCÊNTRICAS

A teoria das zonas concêntricas foi formulada por ERNEST W. BURGESS em 1926, a
propósito da cidade de Chicago. Esta teoria defende que a cidade desenvolve-se segundo anéis
concêntricos, correspondendo cada um deles a uma actividade bem definida.
A partir do centro de negócios, o C.B.D. (Central Business District), lugar de concentração da
vida comercial, administrativa e dos transportes sucede uma por residências pobres habitadas
pela população negra e pelos imigrantes recém chegados, à mistura com pequenas fábricas;
Segue-se o anel das residências do operariado de médio poder de compra, que procura estar
perto do local de trabalho; este anel é envolvido pelo das residências da população abastada e
este, por migrantes quotidianos, que se estendem por núcleos mais ou menos dispersos, atraídos
vias de comunicação radiais que convergem para o centro da cidade.

203
1 Centro ONDE:

Z.T. Z.I. 2 3 4 5 Z.T. –zona de transição

Zona de residência Z.I. – zona industrial


dos operários
Zona residencial

Zona das migrações pendulares

CRITICAS DO MODELO DE BURGESS

- Irrealismo dos limites das zonas consideradas e da sua homogeneidade arbitraria;


- Inadaptação à situação real, quer das cidades industriais, quer das modernas
- “Não considerou a importância dos sectores radicais ligados aos grandes eixos de
comunicação, nem a existência de núcleos múltiplos com origem em razoes diversas”. Segundo
LEITE (1989:162).

2.2. O MODELO DE HOYT (1939): A TEORIA DOS SECTORES

Esta teoria considerou a influência dos rendimentos dos residentes na sua implantação pelas
áreas habitacionais. Estas áreas, tendem a dispor-se em sectores, mais do que em círculos

204
concêntricos, atendendo a existência de condições naturais específicas ou de vias de comunicação
acessíveis.
Apesar do seu maior realismo, o modelo de Hoyt não é suficiente para explicar a evolução
recente de cidades com alguma importância.
Vide a figura

2.3. O MODELO DE HARRIS E ULLMAN

HARRIS e ULLMAN (1945) formularam o modelo de núcleos múltiplos representativo em


cidades de certa envergadura.
Em cidade de alguma importância existem, para além do centro principal, outros centros
secundários, em áreas de forte ocupação habitacional, correspondendo não só à busca de
descongestionamento do centro, frequentemente inadaptado ao fluxo de tráfego intenso.

Vide a figura 2

205
A diferenciação de estrutura urbana é também influenciada pelo preço da renda urbana que
constitui uma variável e funciona em termos de distância ao centro factor que é fundamental no
modelo de Von Thunen.

Assim, o facto de o preço do terreno ser mais baixo quanto mais afastado for do centro leva a
um aumento da procura dos terrenos periféricos, mais baratos, onde a construção de lotes pode
estender-se por uma maior superfície, diminuindo, consequentemente a densidade populacional.
Junto ao centro o elevado custo da terra é acessível às actividades terciárias superiores, impondo
a redução da superfície a ocupar e o que motiva a construção em altura.
Concluindo, a variação da renda com a distância e a competição que gera fundamentam a
organização concêntrica do espaço urbano, de acordo com a ordem seguinte: centro (C.B.D.),
habitação multifamiliar, habitação unifamiliar e industria, a agricultura.

3. RELAÇÃO EXISTENTE ENTRE A LOCALIZAÇÃO DE C.B.D. E


ACESSIBILIDADE

206
O centro corresponde ao sector de maior acessibilidade do interior da cidade. Esta situação
deve-se à convergência dos diferentes meios de transporte, pelo que a acessibilidade diminui em
todas as direcções a partir do centro, ou seja, decresce com o aumento da distância ao centro.
“ A distância ao centro do aglomerado urbano (C.B.D.) identifica-se em regra com o ‘ponto’
de acessibilidade máxima dentro da cidade e permite em media a mais fácil concentração vai
certamente interessar a todas, pessoas e actividades, ao pôr-se o problema de decidir sobre a
localização a adoptar”. Segundo LOPEZ, citado por FIGUEIRA e TECEDEIRO (s/d: 221).

3.1. RELAÇÃO EXISTENTE ENTRE A LOCALIZAÇÃO DO C.B.D. E O PREÇO DO


SOLO

A competição por ligações mais acessíveis traduziu-se na subida dos preços do solo no centro
da cidade. Assim, os valores de solo mais elevados estão associados a localizações de grandes
acessibilidade, pelo que a diminuição do preço do solo e função do aumento da distancia em
relação ao centro.
Para além do C.B.D. onde surge o preço do solo máximo, a intersecção das vias de
comunicação (cruzamentos) conduz ao aumento dos preços.
Do ponto de vista da fisionomia de algumas cidades é no C.B.D. que se encontram os
edifícios de muitos ‘picos’ (caso das cidades norte-americanas e australianas); noutras ocupa o
sector de edifícios mais antigos em cidades, com um longo passado histórico (cidades europeias).
A construção em altura permite introduzir o máximo de negócios no mínimo do espaço,
suportando as actividades terciárias (terciário superior, administração e comercio) e o preço mais
elevado do solo pela vantagem de uma localização mais central.
Existem, contudo, diferenças quando compararmos o C.B.D. das diferentes cidades. Não só
os edifícios das grandes cidades apresentam maior número de pisos, como também a área
ocupada pelo centro é maior e depende dos edifícios em termos de população urbana: nas mais
populosas o C.B.D. ocupa áreas maiores (Copenhaga, Cleveland, Hamiburg, Lisboa), enquanto
nas cidades de menor número de habitantes a área abrangida é mais pequena (Constança,
Basileia, Nuremberga, Coimbra).

207
3.2. A DIMINUIÇÃO DA DENSIDADE DA POPULAÇÃO NO CENTRO DA CIDADE

Simultaneamente com a crescente concentração de actividades comerciais e a administrativas


no C.B.D. das modernas cidades Ocidentais, assiste-se uma progressiva diminuição da população
residente que ali habitava. Este facto deve-se à reordenação espacial das áreas terciárias, as quais,
pelas margens de lucros obtidas, suportam localizações onde o solo atinge os preços mais
elevados, em detrimento da função residencial.
A diminuição da população residente no centro das grandes aglomerações corresponde um
aumento relativamente significativo de efectivos na periferia, para o que contribuiu o
desenvolvimento dos meios de transporte.
Nem sempre as áreas mais acessíveis são objecto de renovação total. Nas cidades dos E.U.A.,
o abandono de habitações por parte da população mais favorecida foi precedido de nova
ocupação (imigrantes e negros).
Nas cidades dos países menos desenvolvidos, a menor flexibilidade do sistema de transporte,
aliada à preferência da classe mais favorecida por terrenos centrais para fins residenciais,
facilitou o incremento da densidade populacional.

3.3. A QUE SE DEVE A PERMANÊNCIA DA FUNÇAO RESIDENCIAL NO


CENTRO DA CIDADE?
Como o centro das cidades é cada vez mais procurado para a instalação de bancos,
escritórios, lojas e armazéns, parte da população ali residente tende afastar-se para área
mais sossegadas e mais aprazíveis. As habitações ou são demolidas, surgindo no mesmo
espaço blocos destinados a outros usos, ou são reocupados por pessoas mais
desfavoráveis, vivendo em condições degradantes de sobreocupação (novos imigrantes ou
«não-brancos»). A esta situação acresce o aluguer de fracções destes imóveis a pessoas de
menores possibilidades económicas, que ocupam bairros socialmente definidos - os
guetos. Ultimamente, a renovação de áreas interiores de cidades como Paris levou a
ocupação destes por famílias de maior poder de compra.

208
3.4. RELAÇÃO EXISTENTE ENTRE OS TIPOS DE ÁREAS RESIDENCIAIS E O
NIVEL SOCIO-ECONÓMICO DOS SEUS HABITANTES

As cidades apresentam diversos tipos de áreas residenciais de acordo com o nível socio-
económico da população que nelas habita.
Na ocupação social das cidades, depara-se com imóveis degradados habitados pelas famílias
pobres, os quais oferecem péssimas condições de contorno, higiene e de espaço habitável.
Para evitar a tal situação de medidas: a política de planeamento urbanístico, no que diz
respeito às operações de renovação urbano.
“Nas cidades norte-americanas, as áreas pobres são ocupadas por imigrantes de varias
nacionalidades – Polacos, Italianos, Alemãs, Checo, Porto-Riquenhos, Chineses – ou população
negra – os guetos. Os bairros são constituídos por edifícios mais antigos, alguns na proximidade
do centro da cidade”. Segundo FIGUEIRA e TECEDEIRO (s/d: 226).
A segregação racial ou ética explica a desvalorização vertical das propriedades situadas no
centro da cidade o que deu início da ocupação negra, a população branca irá procurar novas áreas
residenciais mais aprazíveis, normalmente nos subúrbios. Logo, a comunidade negra cinge-se aos
bairros em decadência, único onde os pobres podem habitar.
Nestes bairros, os habitantes não são portadores de nenhuma especialização, muitos
procurando emprego nos mercados de trabalho urbano. Outro aspecto que reflecte o baixo nível
económico dos habitantes dos guetos reside na falta de poder aquisitivo: as vendas efectuam-se
sempre a crédito, pelo que, o preço dos produtos aumenta para cobrir o risco da falta de
pagamento. Para além da questão de credito, o investimento e fraco, dada a escassez do capital
nestes bairros.
Noutras cidades o fluxo de população aos grandes centros urbanos deu lugar ao aparecimento
de bairros «marginais», devido as dificuldades na obtenção de alojamento por parte dos recém-
chegados.
“Os bairros «marginais» tomam diferentes designações, conforme os países onde se
encontram: «bairros de lata» em Portugal, «bidonville» em França, «Ranchos» em Venezuela,
«Chabolas» em Espanha, «Favelas» no Brasil, «barriadas» no Peru, «jacales» no México".
Segundo FIGUEIRA e TECEDEIRO (s/d:229).
Os bairros pobres localizam-se em encostas excessivamente inclinadas, em vales mal
drenados, em lotes a guardar a construção e mobiliária ou ainda nas proximidades de

209
estabelecimentos industriais ou de pequenos estabelecimentos comerciais. Para além dos bairros
pobres, encontram-se nas cidades sectores ocupados pela classe média e outros pela classe rica.
Os sectores ocupados pela classe média correspondem, normalmente, a blocos habitacionais de
vários pisos, inseridos em áreas que beneficiam de equipamentos sociais.

4. PADRÕES LOCATIVOS DAS PRINCIPAIS ACTIVIDADES E TENDÊNCIA DA


EVOLUÇÃO

Na organização interna da cidade existem áreas de funcionalidade específica, cujas


características evoluem no tempo e no espaço.

4.1. O SECTOR TERCIÁRIO: O C.B.D.

As actividades ligadas ao sector terciário (funções de gestão, administração e de comercio


especifico, as actividades ligadas as profissões liberais e a cultura) podem competir por uma
localização no “coração” da cidade, o C.B.D, onde a existência de serviços especializados atrai,
durante o dia, uma população vinda não só da periferia da cidade como de áreas mais exteriores,
que sofrem a influencia da importância do C.B.D. a qual, é maior quanto mais diversificados e
especializados forem os serviços prestados à comunidade.

A ocupação por estes serviços de antigas áreas residenciais junto ao centro leva à deslocação,
para os andares superiores, de pequenas industrias não poluentes e que exigem pouco espaço
(alfaiatarias, oficinas gráficas, oficinas de ourivesaria). Daí, surgem as ruas principais com
comercio, serviços e bancos, e ruas secundarias, com restaurantes, armazéns e serviços de apoio
as actividades centrais.
A intensidade de uso do solo leva à expansão vertical do C.B.D., sendo difícil a expansão
horizontal nas cidades antigas. Com o desenvolvimento do centro da cidade, o centro de negócios
se3 a função residencial expandem-se paras áreas periféricas. Daí a razão do traçado da rede de

210
transportes, privilegiando as ligações ao centro, o lugar de maior acessibilidade para a população
que, em movimentos pendulares quotidianos, anima o centro de manha à tardinha, para o
abandonar durante a noite. A evolução da cidade, o seu crescimento centrífugo e o
congestionamento provocado pelo aumento da densidade de tráfego conduziram a perda de
acessibilidade do centro. Para colmatar esta situação, é necessário duplicar os centros de
escritórios e de comércio especializado. Esta desconcentração vai se notabilizar na construção de
centros comerciais periféricos e na formação de centros secundários.

“ O congestionamento do centro clássico da cidade do porto, constituído pela Avenida dos


Aliados, Praça da Liberdade, Rua 31 de Janeiro, Rua de Stª Catarina, Rua de Sá da Bandeira - as
principais - dá lugar ao aparecimento do centro secundário, que se desenha na área da Rotunda da
Boavista, Avenida da Boavista, e Ruas de Nª Sª de Fátima e Júlio Dinis”. Segundo LEITE
(1989:164).

4.2. O SECTOR SECUNDÁRIO: A LOCALIZAÇÃO INDUSTRIAL

O artesanato nas cidades medievais desenvolvia-se em oficinas primitivas. As artes e ofícios


estavam concentrados em bairros, cada um deles dedicado a uma actividade específica.
A partir da Revolução Industrial, a atracção da indústria pela cidade conduziu a concentração
de fábricas na auréola do núcleo antigo.

Com o aparecimento do caminho-de-ferro e a sua expansão radial, verificou-se a migração


das indústrias ao longo do seu traçado.
Actualmente, a migração das indústrias verifica-se no sentido da deslocação centrífuga
influenciada pelos seguintes factores:

- A falta do espaço no centro:


- Os regulamentos antipoluição;
- O preço do solo:
- Os impostos:

211
- A deslocação das vias de transporte mais acessíveis para a periferia e consequente melhoria
nos transportes rodoviários e;
- A existência de uma concentração de mão-de-obra na periferia.

4.3. A EVOLUÇÃO DOS EQUIPAMENTOS

A evolução da cidade conduz, também à alteração do parquet imobiliário, afectando não só os


tipos das residências como a sua localização, e agravando o factor segregacional.
Os edifícios têm tendência a diminuir de altura do centro para a periferia, em particular com a
deslocação para áreas periféricas, onde é notória a periferia pelo habitat individual. A degradação
das habitações antigas do centro condicionou a movimentação da função residencial para o
exterior, em particular das classes populacionais jovens. Assim, verifica-se uma diminuição da
função residencial do centro em favor das actividades terciárias, mantendo-se, nalguns casos, a
habilitações de prestígios, os que permanecem nos prédios mais antigos, e frequentemente
degradados, são os mais idosos que, por razões económicas e sentimentais, se recusam a
abandonar a sua morada de sempre. Esta situação, reflecte-se no tipo de ocupação: nos andares
superiores ficam as residências e nos inferiores actividades especializadas.

- Segregação Habitacional – na relação entre a localização especial das habitações e o


nível socio-económico da população ou a sua origem étnica há um conjunto de variáveis que se
combinam na escolha do local de uma residência, tais como o preço, o tipo e dimensão da casa, a
área onde se situa, o rendimento familiar, o local se trabalho e a sensibilidade ao efeito da
distância.

“A alteração do local de residência pode ser forçada por motives de despejo ou demolição do
prédio por exemplo e a sobreocupação de prédio junto ao centro”. Segundo LEITE (1988:165).

- A Valorização Exagerada do Solo é fruto da tercearização do núcleo urbano e,


consequentemente, à transferência das residências para áreas mais afastada sem que o solo é mais
barato.
A manutenção dos altos preços da habitação em determinadas áreas é, também, o processo
usado pelos grupos sociais economicamente mais desafogados com menor poder económico. Daí,

212
surgem habitações de custos de construção semelhante, mas com preços de Mercado muito
diferentes; a escassez da oferta e a especulação provocam a subida artificial dos preços. As
formas de
Habitat marginais (as barracas e os bairros clandestinos) que engrossam os arredores, quer
das cidades desenvolvidas não sujeitam a um planeamento urbano completa, quer das cidades dos
países subdesenvolvidos, são resultantes da força atractiva da cidade e a inexistência de
habitações para classes de baixos rendimentos.

4.5. OS TRANSPORTES

O fenómeno de expansão urbana relaciona-se com os transportes, meios e vias de deslocação


de pessoas e bens, bem como com a transmissão de mensagens.
O grau de desenvolvimento de uma rede de transporte dá a evolução tanto de uma cidade
como de um país e a rede urbana faz-se à medida das necessidades e é condicionada pela
topografia local.
A cidade antiga tinha uma dimensão à medida do homem, que se deslocava a pé.
Com o aparecimento do caminho-de-ferro, no séc.XIX, que permitiu os movimentos
migratórios de grandes efectivos populacionais, foi possível o crescimento especial das cidades e
o estabelecimento de áreas de influência urbana.
A falta de mobilidade e a inexistência de transportes colectivos impunham um limite à
expansão urbana. Mas, com os transportes, o povoamento passa a privilegiar um crescimento do
tipo linear, ao longo das vias de comunicação, esbatendo a oposição cidade-meio envolvente.
As áreas periféricas, atraem as actividades secundárias e centros comerciais devido:
- Menor congestionamento:
- Mais baixo preço do solo
- Maior abundância de espaço por construir e:
- Existência de estradas de trânsito rápido.

Há, portanto, uma nítida relação entre os transportes e a urbanização e, consequentemente, o


grau de evolução económica.

213
5. EXERCICIO DE APLICAÇÃO

1. "O espaço urbano da cidade de Nova Yorque se desenvolveu em função da


proximidade do mar, tal como sucede noutras grandes cidade do globo." Segundo FIGUEIRA e
TECEDEIRO
a) Como explica esta tendência de crescimento de algumas cidades?

2. As características locais de uma cidade para outra são diferentes devido a variação
da estrutura do uso do solo.
a) Identifique os factores que influencia, nesta diferença
b) Que relação existe entre a acessibilidade e o valor do solo de uma cidade.

3. A figura representa o modelo concêntrico da organização da cidade.

1 2 3 45

a) Indique a área indicada com o número um (1)


b) Utilizando os números dos anéis da figura, indique a localização mais provável de:
- Oficina de reparação de automóveis
- Residência de operários
c) Justifique cada uma das localizações indicadas.

4. "O C.B.D., designação anglo-saxónica, corresponde ao coração da cidade."


a) Caracterize o C.B.D
b) Relacione a localização do C.B.D com a acessibilidade
c) Relacione a localização do C.B.D. com o preço do solo.

214
5. Explique a que se deve a diminuição da densidade da população e a permanência da
função residencial no centro da cidade.

6. Relacione os tipos de áreas residências com o nível socio-económico dos seus habitantes
e explique a origem do termo bairro «marginais» e a sua designação em diferentes países.

7. O C.B.D. é o principal pólo organizador da cidade (…). A área do C.B.D. não é uniforme,
tornando-se difícil a sua delimitação.
a) Justifique a dificuldade de delimitação do C.B.D.
b) Problematize o futuro do C.B.D.

A CIDADE PÓLO ORGANIZADOR DO ESPAÇO


Conceito

Não é fácil em enunciar um conceito de cidade que seja universalmente aceite ou valido. A
cidade como fenómeno social, ela evoluiu a par da humanidade, desta feita, o seu conceito
também variou no espaço e no tempo, assim, apostar numa definição única seria um propósito
pouco aceite.
Desta feita, pode-se concluir que a cidade é um produto social, obra do Homem e para ele
mesmo. Segundo LEITE, 1989

“A cidade é um aglomerado importante, ordenado para a vida colectiva (este ordenamento


constitui urbanismo) e onde uma parte considerável da população vive de interesses não
agrícolas” Max Derruau, apod LEITE, 1989

Cidade - local de trocas materiais e espirituais; Pólo organizador, pelo facto da sua localização
tal como a sua importância, favorecer à distribuição dos produtos de origem da terra, à produção,
o seu consumo e prestação de serviços variados. A troca da matéria, associa-se a troca espiritual
porque a cidade é por excelência sede do poder administrativo, o qual por sua vez é representado
por sistema económico e social. COSTA, et all

215
 Sistema económico - caracteriza-se por infra-estruturas comerciais, industriais, meios
de transporte com suas respectivas redes de tráfego, entre outros componentes.
 Sistema social -é na cidade onde encontramos um sistema educativo, sanitário e grande
numero de fontes de lazer que atendem um grande numero de pessoas.

A CIDADE PÓLO ORGANIZADOR DO ESPAÇO

Relação campo -cidade

As relações da cidade com campo são variadas estabelecendo uma interdependência entre as duas
regiões geográficas, dependendo da dimensão do centro, e tem evoluído ao longo do tempo.
“Grande parte da população urbana tem origem no campo devido ao êxodo rural”. LEITE,
1989, p. 167. A migração que dá origem ao exodo rural é definitiva e é facilitado pela
inexistência de obstáculos naturais ou políticos e pela presença do meio de transporte.
Assim, pode-se afirmar de que o campo e a cidade não são paisagens geograficamente acabadas
e independentes, isto é, unidades completamente isoladas. Ao contrário, o campo com a cidade se
estabelecem relações de interdependência pelos mecanismos de oferta e recepção nas áreas
agrícola, comercial, financeiro, administrativo, sanitário, demográfico, cultural entre outros
domínios sócio-económicos.

Figura 1: Avenida do Trabalho, rota de ligação entre a cidade de Nampula com paisagens rurais
da região.

216
MANIFESTAÇÃO DAS RELAÇÕES CAMPO CIDADE

1. Relação no domínio da agricultura: o campo exerce uma grande influencia sobre a cidade: é
o campo onde alberga as propriedades agrícolas dos citadinos; é onde vem os produtos
alimentares que os citadinos, é donde vem a matéria prima para alimentar as fabricas. “ É o
campo que oferece a cidade os produtos alimentares frescos” (LEITE, 1989: p. 168).
Certamente, são as cidades os grandes mercados dos produtos dos camponeses ou dos
agricultores.
Por sua vez os camponeses e produtores recorrem as cidades para obtenção de instrumento e
insumos agrícolas e ainda técnicas modernizadas para a produção. “Lembremos que a
modernização da agricultura foi imposta pelo crescimento urbano e pelo aumento de nível de
vida das classes consumidoras” Ibid

2- Relação domínio do comercio: A cidade é um local comercio por excelência, pois é onde se
desenvolve o comercio grossista onde os pequenos comerciantes rurais se abastasse de
mercadoria diversas. Por outro lado, muitos bem de uso e consumo como calçados, vestuários,
electrodoméstico, produtos alimentares manufacturados são obtidos pela populaça residente no
campo dentro das cidades mas próximas. A cidade funciona também como centro de
armazenamento de produtos agrícolas para posterior revenda no meio rural.

3- Relação no domínio financeiro: As cidades exercem um domínio forte sobre o campo na área
do capital. Grande parte dos bancos e instituições financeiras localizam-se nos centros urbanos,
fazendo com que a população do campo se desloque frequentemente para a cidade em buscar do
dinheiro ou guardar suas economias ou ainda pedir créditos.

4- Relação no domínio da saúde: a cidade por reunir infra estruturas sanitárias, meio técnicos e
pessoal médico especializado faz com que haja maior demanda da população rural do campo
para cidade a procura de melhores condições e cuidados médicos.

217
5- Relação no domínio demográfico: desde os tempos remotos desenvolvem-se graças atracção
da população do campo que sempre foi e continua a ser o grande reservatório de mão de obra
necessária na cidade.
O campo participa demograficamente na vida da cidade através de trabalhadores pendulares que
do campo diariamente afluem a cidade. Igualmente, há população que da cidade deve sair para
trabalhar no campo.

6- Relação nos domínios educacionais, comunicação e cultural: os serviços de natureza


educacional, cultural ou lúdica que fazem parte da essência da vida urbana alargam a sua força de
atracção espacial. É a cidade que porta os melhores estabelecimentos de ensino e em números
satisfatórios, desde os primários à universitários e dai fazendo convergir a população para estes
locais.
Os meios de comunicação ( jornais, revistas televisão, rádio) o ensino e a cultura desempenham
um papel de difusão ideológica quase obrigatória que alteram fatalmente o meio rural, mesmo os
rurais mais tradicionais, por muito afastados que residem em relação a cidade. ..

Outros domínios: o campo acolhe anualmente milhares de citadinos que vão passar os fins de
semanas ou férias, por outro lado, muitas pessoas do campo convergem periodicamente para a
cidade para tratar seus assuntos particulares (notários, tribunais, entre outros).

Figura 2: moradores deste bairro rural buscam


serviços nesta instituição do Conselho Municipal Da cidade de Nampula.

Em suma, as relações de interdependência entre o campo e a cidade são sintetizados nos quadros
seguintes:

218
Tabela das relações entre cidade e o campo em diferentes dominios

Atractivos da cidade Atractivos do campo


 Altos salários  Baixos salário
 Mercado para produtos agrícolas  Mercado de consumo de produtos
 Mercado de emprego acabados.
 Mercado de mão de obra barata
 Os locais de lazer sofrem de  o campo dispõem de locais para
constante modernização. lazer com um ambiente natural.
Bens e serviços:
 Vestuário;
 Mobiliário;
 Maquinas;
 Insumos agrícolas;  Produtos alimentares e
 Informação, cientifica, instrução  material prima
culturais e educação.
 Administrativos;
 Hospitalares;
 Bancários, etc.

 Produtos industrializados  Produtos agrícolas e artesanais


 Mão de obra qualificada e  Mão não qualificada e não
especializadas especializada.
técnicas modernas __________
 Dinamismo e velocidade

MUDANÇAS DAS RELAÇOES CIDADE-CAMPO

219
Actualmente verfica-se uma taxativa transformçao das paisagens rurais em cidades, potenciando-
as em recursos que nao despunham ou por outr a expaçao da grandes cidades vao conumindo de
forma progressiva areas anteriormente ocupadas pelas paizagens rurais e transformando-as de
componentes urbanos.
As relaçoes cidade-campo mudaram radicalmente na segunda metade deste seculo.
Mas nao foram mudanças que reduziram o contraste entre ambas (...). O que eatá
ocorrendo hoje nos paises do primeiro mundo é o espaço rural tende a ser cada vez
mais valorizado por tudo o que ele opoe ao artificialimo das cidades: paisagens
silvestres ou cultivadas, agua limpa, o ar puro e silencio. (...) O desenvolvimento
leva a uma for revalorizaçao do ambiente naturla, em vez suprimir a diferença
entre cidade e campo por obra e graça da organizaçao conjunta da agricultura e da
industria.
Sao varios exemplos decorrentes deste fenomeno, devido as possibilidades de desenvolvimento
de qualquer comunidade rural que esta dependente dos grandes laços que estas unidades
geograficas desenvolvem.

Fig. 3 As águas deste rio tem um teor de contaminação de resíduos sólidos e líquidos
provenientes desta cidade.

EXERCICIOS DE COMPREENSAO

1- Com sua palavras define cidade.


2- Explique as relações entre a cidade e o campo no seguites dominios:

220
o Agro-pecuário
o Industrial;
o Transporte e comunicação
o Prestaçao de serviços
3- Dê exemplos da inter-dependência do local onde vives com outras locais com estruturas
diferentes.
4- Qual é a origem da mudança das relações entre a cidade e o campo.
5- Enumere as consequências dessas mudaças no espaço rural.
6- Explique como ocorre a poluição atmosferica na zona rural.
7- Porque que hoje se a firma de que a ruralidade nao é mais sinonimo de atrazo?

A EXTENSÃO FÍSICA DA CIDADE E SUA ORGANIZAÇÃO


Entre si as cidades apresentam diferenças importantes, sob ponto de vista das suas
dimensões. É usual classificar-se uma cidade em funções de tamanho da sua população que
resultam designações seguintes;
- Cidades pequenas (com milhares de habitantes);
- Cidades medianas (com dezenas de milhares de habitantes);
- Cidades grandes (com centenas de milhares de habitantes);
- Cidades muito grandes (com milhões de habitantes);
- Aglomerações gigantesca – as conubações e as megalópoles (com dezenas de milhares de
habitantes).
AS CIDADES PEQUENAS – têm populações a volta de milhares de habitantes, onde quase toda
a gente se conhece, ocupam poucas centenas de metros de distância. Tem um papel local porque
o seu comércio e os seus servços servem as localidades rurais a sua volta, muitas vezes esses
serviços são insuficientes pelo que a sua população tem recorrer as cidades grandes mais
próximas.

AS CIDADES MEDIANAS – são aquelas com efectivos popuilacional avaliada em dezenas de


milhares de habitantes, dividida em bairro com contrastes sociais (bairros pobres e bairos ricos),
conhecendo as pessoas dentro de cada bairro. As cidades medianas tem papel regional graças aos

221
seus equipamentos económicos e sociais ao servirem principalmente as populações das cidades
pequenas mais próximas.

AS GRANDES CIDADES – são aquelas cujo efectivos populacionais avaliam-se em centenas de


milhares de habitantes com bairro contrastantes e a população activa tem que ir trabalhar para
outros bairros distintos daqueles em que habitam.
Milhares de pessoas cruzam-se diariamente provocando o congestionamento do trânsito
nas horas de ponta e a maioria de trabalhadores não têm a possibilidade de voltar para almoçar.
Espacialmente as cidades grandes ocupam vários km de raio. A maior parte das capitais de
pquenos estados são desta classe urbana.

AS CIDADES MUITO GRANDES – Contam com milhões de habitantes, com dezenas de km,
reunindo a cidade principal, as suas áreas envolventes e ainda as cidades- satélites são geralmente
capitais políticas de estados e contém em si infra-estruturas muito caras reuinido actividades
comerciais, financeiras, indústria e científicas variadas e complementares, além de centros de
desenvolvimento com papel decisívo no dinamismo económico de um país inteiro.

AS AGLOMERAÇÕES URBANAS GIGANTESCA OU METRÓPOLES – resultam quando


duas ou mais cidades relativamente próximas entre si acabam por aglutinarem-se em resultado do
seu cresci,mento espacial. Os limites que as separam não são nítidas e só as fronteiras
administrativas as conseguem separar. As aglomerações urbanas gigatescas existem sob forma de
CONURBAÇÕES E MEGALÓPOLES.
Chama-se conurbações ao conjunto de duas ou mais cidades ligadas entre si através de
seus subúrbios.
Também se designam conurbaçòes ao conjuto constituido por uma grande cidade e as suas
cidades satélites.
No mundo a maior parte das conurbações localizam-se nos países altamente
industrializados como:
- A conurbação de manchestr-prestwich-droulsden;
- A conurbação Lile-roubaix-tourcoing (França);
- A conurbação Saintpaul- minnealopolis (EUA);

222
- A conurbação de Mannheine-ludurgshafen (Alemanha);
- A conurbação de Joanesbergo (A cidade principal e as suas cidaes satélites).
Quando uma conurbação continua a expandir-se e a crescer acabando por se unir, juntar ou
alcançar outras conurbações ou cidades mais distantes, também em grande crescimento de forma
a que a superfície urbanizada seja contínua ou longa de muitos km quer em comprimento ou em
largura e com muita população, dá origem a uma MEGALÓPOLE ou MEGALÓPLIS.

Assim, uma megalópole é resultado de uma junção inter metropolitana e muiltinodal quer em
macro vasta quer em corredores estreitos.

Os mais importantes megalópoles dos mundo são:


1- A megalóple do nordeste americano, na parte leste dos EUA, que vai desde Botson a
Washington, centrada em Nova York e com outras conurbações como Filadelfia,
Providence e Baltimore. Tem um comprimento de cerca de 800 km/1000 a 150km de
largura, nela vivem mais de 40 milhões de habitantes, também se designa
BOSNYWASH;
2- Também nos EUA existe a megalópoles de Chipitts, que se estende do Chicago a
pettsburg incluindo as cidades de Petroit e Cheveland;
3- No Japão existe a megalópoles do Tokaido, com mais de 50 milhões de habitantes.
Estende-se desde o Toquio a cobe incluindo as grandes conurbações de Yokohama,
Nagoia, Osaka e Kioto, Claro, além de outras cidades pequenas.
4- A região industrial de Rurh (Duisburg, Krefeld, Dortmund, Essen, Wuppertal,
Dusselddlfa e outros);
5- Megalópoles do norte da Itália (Turim, Milão, e outras cidades);
6- Megalópoles do sudoeste do Brasil que inclui as conurbações gigantes de S.Paulo rio de
Janeiro e Santos.
Nos nossos dias a tendência geral é de outras regiões do mundo formarem egalópoles.

CONCEITO DE CIDADE
Existem vários critérios para definir cidade, os critérios variam no espaço, isto é de país
para país, assim como varia no tempo, verificando-se reajustamentos periodicamente.
Podem-se citar alguns critérios utilzados para definição de cidade.

223
1. Critério numérico (estatístico) – varia de país para país, e tem como base o número total
de habitantes no aglomerado.

Estabelece-se um valor mínimo apartir do qual uma aglomeração urbana obtem a


categoria de cidade.
Países que utilizam o valor mínimo para definr cidade e respectivos mínimos de
habitantes:
Uganda .............100 habitantes;
Irlânda.................1500 habitantes;
Nigéria..............20 mil habitantes
Japão.................30 mil habitantes;
Coreia.................50 mil habitantes.

2. CRITÉRIO SÓCIO-ECONÓMICO – Existem países que utilizam como critério base a


definição de cidade o número de habitantes agrupados por actividades económicas por ex:
na Itália são consideradas cidades as aglomerações em que pelo menos metade da
população exerce actividades não agrícolas
3. CRITÉRIO MISTO (numérico e sócio-económico) – há países que para além de número
de habitantes também a precentagem da ppulaçã activa não agrícola. Exemplo: Zaíre
considera um mínimo de 2000 habitantes desde que a sua actividade predominante não
seja a agricultura.
4. CRITÉRIO ADMINISTRATIVO – Quando um determinado aglomerado urbano exerce
um determinada função política administrativa (Ex: capital de província) é o suficiente
para ter a categoria de cidade. Este critério é muito utilizado nos vários países do mundo
como é o caso de Moçambique.
5. CRITÉRIO MISTO: NUMÉRICO – ADMINISTRATIVO – é utlizado em alguns países
que combinam o critério numérico com o administrativo. Ex: Holanda, Luxemburgo
consideram cidade todas as localidades com mais de 2000 habitantes, assim como todos
os municípios.
Existem outros critérios como o tipo de edifício ou critério funcional, etc.

224
EVOLUÇÃO DA POPULAÇÃO URBANA
Primeiros focos da civilização urbana – Entre 6000 a 3000 anos a.n.e. surgem os primeiros
povoados suficientemente extensas para virem a ter uma dimensão urbana. Estes povoados
desenvolveram-se nas margens dos grandes rios, sendo a destacar cinco focos primitivos:
- Médio oriente – região entre rio tigre e eufrates;
- NE africano - região do vale do nilo;
- Ásia meridional – vale do Indo região de penjab;
- Ásia oriental – vale do rio amarelo;
- América central – civilizacões urbanas de altitude.

FUNÇÕES QUE DETERMINAM A LOCALIZAÇÃO DAS CIDADES


São cinco as funções mais importantes que determinaram o aparecimento das cidades ao
longo da história:
- Funções económicas;
- Funções políticas administrativa’
- Funções defensívas;
- Funções religiosas;
- Função industrial.

TAXA DE URBANIZAÇÃO
É o número de habitantes residentes em regiões urbanas (cidades. áreas metropolitanas),
por 100 habitantes, ou seja a população urbana duma região ou país.

Taxa de urbanização= total de pop. urbana X 100


total da pop. do país

A população urbana do mundo aumentou extraodinariamente desde a Revolução


industrial. Apartir do início deste séclo temos a seguinte situação:

225
O hemisf’erio norte é actualmente o mais urbanizado, mas a tendência de urbanização é
mais intensa nos países do terceiro mundo. O número de cidades aumenta sem cessar.
Por volta de 1800 havia no mundo cerca de 45 cidades com mais de 100.000 habitantes.
Em 1970, cerca de 1.600.
As grandes aglomerações tornaram-se gigatescas cidades , todas com mais de 10 milhões
de habitantes, de que são exemplos a cidade de México, como Tóquio, São Paulo e Nova york.
A Megalópoles dos EUA, que se estende de Boston a Washington, ultrapassa os 40
milhões de habitantes. A do Japão, que engloba Tóqui, Osaka e Nagoya, tem aproximadamente
40 milhões de habitantes.
As megalópolis constituem extensos espaços urbanizados, onde o espaço rural que separa
as grandes aglomerações é progressivamente conquistado pelas construções urbanas.
As cidades do terceiro mundo têm um crescimento explosívo; A cidade do Caíro ultrapass
9 milhões de habitantes, terão 5 milhões e Kinshasa 2 milhões.

PRINCIPAIS MEGALÓPOLIS DO MUNDO


1- Costa orintal dos EUA;
2- Bacia do reno – Ruhr (Europa central);
3- Região de Tóquio – Yokohama (Japão).

EVOLUÇÃO DA POPULAÇÀO URBANA E RURAL NO MUNDO

Anos Urbana (%) Rural (%)


1900 10,3 89,7
1925 12,3 78,7
1950 27,9 72,1
1975 38,0 62,0
1980 40,0 60,0

A primeira região do mundo onde a população urbana atingir 50% foi a América do norte.
A taxa de urbanização em 1985 apresentava o seguinte:
Região Taxa de urbanização- 1985
Europa semex-Urss 73,3
América anglo-saxónica 74,3
América latina 68,9

226
Ex-Urss 63,3
Oceânia 71,7
África 32,1
Ásia sem ex-Urss 28,2

PRINCIPAIS ÁREAS URBANAS DO MUNDO


As maiores áreas urbanizadas no mundo são;
- Costa atlântica da América do norte;
- região dos grandes lagos americanos;
- Costa da Califórnia;
- Costa Brasileira – rio de janeiro a porto alegre;
- Estuário do rio de prata;
- Europa ocidental;
- região de Mosco;
- Planície gangética;
- Planíce de Yang-tse-kiang,Huong-ho, de kaitão (ilha Japonesa de Honshu);
- Bona, colónia, Duess idorf, Dortmund, Essen. Duis burg, Amsterdão, Haia. é a região ou
área que concentra muitas unidades industriais – siderurgicas e indústrias quimicas
alemães, a petroquimica – Holandesa e o maior porto fluvial e marítimo do mundo.

PROBLEMAS DAS DRANDES CONCENTRAÇÕES URBANAS


São inúmeros os problemas com que as cidades. se debatem podendo ser citados alguns
como:
- A pouição do meio-ambiente, da água e do ar;
- Problemas relacionados com os transportes o que implicam muito tempo gasto entre local
de trabalho e o local de residência;
- Falta de habitação, falta de água potável, insuficinte rede de esgotos;
- Desemprego, deliquência e criminalidade;
- Desenraizamento, geográfico, social cultural que faz destruir laços familiares e traz
insegurança social;
- Risco de perda da verdadeira identidade nacional;
- Stress e outros males próprios dos grandes centros urbanos.
227
A nível geral, a população urbana não pára de crescer. A repartição da populção não se
estuda sem a presença das populações das zonas rurais ou urbanas.
Muitos governos do mundo estão preocupados paeao melhoramento do bem estar das
populações.

Na tabela que se segue nota-se que de uma maneira geral, depois de 1950 há um aumento
constante das populações urbanas. De acordo com as estimativas desta tabela a população urbana
foi aumentando até o ano 2000 e períodos posteriores.

PROPORÇÃO DA POPULAÇÃO URBANA EM ÁFRICA E OUTROAS REGIÕES – 1950-


2000
Percentagem anual
Região
1950 1960 1970 1975 1980 1990 2000

Total mundial 28,9 33.9 37.5 39.3 41.3 45.9 51.3


África 15.5 18.2 22.9 25.7 28.9 35.7 42.3
África Oriental 5.5 7.5 10.7 1.2 16.1 22.7 29.4
África Central 14.6 18.1 25.2 29.7 34.4 43.7 51.6
África Austral 57.3 41.7 43.8 46.5 46.5 51.5 57.9
África Ocidental 10.2 13.5 17.5 22.3 22.3 28.6 35.9
América latina 41.2 49.4 57.4 64.7 64.7 70.7 75.2
América do norte 63.8 67.1 70.4 73.7 73.7 77.2 80.8
Ásia oriental 16.7 24.7 28.6 33.0 33.0 38.6 45.4
Ásia meridional 15.6 17..8 20.4 23.9 23.9 29.1 36.1
Europa 53.7 58.4 63.9 68.8 68.8 73.2 77.1
Oceânia 61.2 66.2 70.8 75.9 75.9 80.4 83.0
Ex- Urss 39.3 48.8 56.7 64.8 64.8 71.3 78.1

As regiões menos urbanizadas fazem parte da Ásia meridional e Ágrica. Em termos


estatítticos, a taxa mais elevada da população urbana em 1980 registava-se na Oceânia e na
América do norte.

Nos países destas regiões , cerca de ¾ da população vivia nas zonas urbanas. Nas outras
regiões onde, em 1980, cerca de 2/3 da população total vivia nos centros urbanos contam-se a
europa, ex-Urss e a américa latina. Em contrapartida, as regiões menos urbanizadas em 1980

228
eram a Ásia meridional e África. Em 1980, na Ásia meridional, somente ¼ da população vivia
nas zonas urbanas, comparando em cerca de 29% das populações africanas.

O QUE É A CIDADE PARA O GEÓGRAFO?


O qudro que se resume sob a designação de cidade é multiforme pela sua situação,
tamanho, arquitectura, organização interna, papel na vida regional ou nacional.
O geógrafo que inicia o estudo apercebe-se da cidade de diverssa maneiras; por
corresponder a um modo particular de ocupação do solo; por se reunir num espaço mais ou
menos vasto, mas no entanto muito denso, grupos de indivíduos que aí vivem e produzem; a
cidade pode ser dinâmica e prospera ou degradada e quase moribunda; é o ano de fluxos
sucessivamente centrípetos ou centrífugos, de toda a natureza; em diversos graus e sob várias
formas, a cidade é o fenómeno fundamental da organização do espaço.
Tal como a natureza do fenómeno urbano- tem vindo a modificar-se progressivamente.
Os geógrafos começaram por dar atenção aos aspectos concretos: O sítio, a planta, o abocanhar
do espaço, as modalidades diversificadas de utilização do solo. Depois, descobriram habitantes;
as origens, as características demogr’aficas da população tornaram-se no objecto das suas
pesquisas, que rapidamente se alargaram às actividades urbanas; descreveram então os géneros
de vida, os troços de civilização que se diferenciam geralmente das do mundo rural,
Tendo ao encontro dos historiadores, dos sociólogos dos economistas. Os geógrafos
caracterizam as funções e procuram a origem e o fundamento do

desenvolvimento urbano. Oque os levou a interrogarem-se sob o papel das cidades, sobre a
existência de rendas ou armaduras que se apoiam nos núcleos urbanos, mantendo entre si, em
certos casos, relações mais ou menos hierarquizadas.

EVOLUÇÃO
Inicialmente convém lembrar que a urbanização deve ser entendida como um processo ou
movimento e não como algo momentâneo ou estático. Ela resulta fundamentalmente da
transferência de pessoas do meio rural (campo), para o meio urbano (cidade). Assim, a ideia de
urbanização aí está intimamente associada à concentração de muiyas pessoas num restrito

229
( cidade) e na substituição das actividades primárias (agro-pecuárias), por actividades secundárias
(indústrias) e terceárias( serviços).
Entretanto, por retratar de um um processo, costuma-se conceituar urbanização como
sendo “o aumento da população urbana em relação à população rural” e nesse sentido só ocorre
urbanização quando o percentual de aumento da população urbana é superior ao da população
rural, considerando-se que a urbanização moderna é um processo intimamente relacionado à
industrialização e ao caplitalismo, observamos que os países mais industrializados do mundo são
os capitalistas desenvolvidos industrializados.
Na maioria desses países a população urbana ultrapassa 70%, sendo que vários deles
praticamente já atingiram o limite máximo (Bélgica 97%) e Reino Unido (92,5%), isto é a
imigração campo cidade cessou, estagnou, isso, porém não significa dizer que as cidades desses
países pararam de crescer, uma vez que o crescimento urbano, seja físico (edificações) seja
populacional, não depende exclusivamente do êxodo rural.
Até pode ocorrer em função, por exemplo do próprio desenvolvimento, como do seu
crescimento vegetativo e da imigração.

Quanto aos conceitos de população urbana e de cidade o critério que prevalece é o


demográfico- quantitativo, ou seja, uma aglomeração populacional será considerado urbano se
ela possuir uma quantidade de habitantes estabelecidas como mínimo.
Ocorre que essa quntidade mínima varia muito de um país para outro, exemplos: Canadá
e Escócia, 1000 habitantes, França e Portugal 2000 habitantes; Espanha e Grécia, 10.000
habitantes conforme a ONU, a quantidade mínima é de 20.000 habitantes.
No Brasil o critério utilizado para definir cidade é o político-adminstrativo. De acordo
com esse critério, toda sede de município é cidade, independentemente do número de habitatntes.
Quanto à evolução da urbanização mundial, considerando-se somente as cidades com
20.000 habitantes ou mais (critério da ONU), observamos que em 1800 a população urbana era
de apenas 2,4% do total e, actualmente ela chega a quase 50%.
A Inglaterra foi o primeiro país do mundo a ser urbanizado (em 1850 já possuía mais de
50% da população urbana), no entanto a urbanização acelerada da maior parte dos países
desenvolvidos industrializados só ocorreu apartir da segunad metade do século XIX, aém disso
esses países demoraram mais tempo para se tornar urbanizados que a maioria dos actuais por ser

230
menos então, que um geral. quanto mais tarde um país se torna industrializado tanto mais rápida é
sua urbanização,
Observa esses dados:
Em 1900 existiam no mundo dezasseis cidades com população superior a 1 milhão de
habitantes. Dessas, somente duas (Pequim e Calcutá) pertenciam ao terceiro mundo.
Em 1950 havia vinte cidade no mundo com populaçãp superior a 2,5 milhões de
habitantes. Dessas, apenas seis(Xangai, Buenos Aires, Calcuta, Bombaim, cidades do México e
Rio de janeiro, estavam situados no terceiro mundo, observação a cidade de seis de São Paulo
nem contava nessa lista para o ano 2000, as estimativas mostram que, das 26 aglomerações
urbanas com mais de 10 milhões de habitantes, nada menos

que vinte delas estão no terceiro mundo. São Paulo aparece como a segunda aglomeração urbana
mais populosa do mundo.

CLASSIFICAÇÃO DAS CIDADES


As cidades podem ser classificadas sob diferentes aspectos como: por exemplo; quanto ao
sítio, a situação à função e à origem.
Quanto ao sítio – sítio urbano ‘e o local (no sentido topográfico) onde a cidade nasceu, é o
assoalho da cidade. Assim, temos por exemplo; cidades cujo sítio é uma acrópole ou colina
( Atenas e São Paulo), uma planície (Mananus e Paris), um planalto (Brasília e madri) ou uma
montanha (campos de Jordào e Serra negra).
Quanto à situação, situação urbana é a posição que a cidade ocupa em relação aos factores
naturais ou geográficos da sua regra. A posição da cidade normalomente exerce grande influência
no seu desenvolvimento, considerando, então esse aspecto, temos, por exemplo, cidades fluviais
(Paris e Mananus) de enrocamento ferroviário (Chicago e Baurn), marítimas (Amsterdão e Rio de
Janeiro), e entre o ;litoral e o interior de uma região (Campina Grande e Caruaru).
O sítio e em especial a situação urbana (posição geográfica) têm grande importância no
desenvolvimento das cidades, por exemplo, uma cidade de sítio plano e bem posicionada em
relação a factores como estardas, portos, matérias-primas e mercados consumidores tem muito
mais condições de se desenvolver que outras- cidades carente dessas condições; pois daí a
impressão de oferecerem uma vida mais fácil, mais moderna e com maiores possibilidades de
progresso social.

231
Como resultado deste desnível entre urbanização e oferta de novos empregos urbanos, são
comuns nas grandes cidades do sul as paisagens que mostram lado a lado o moderno e o
tradicional, o excessivamente luxuso e o pauperíssimo; bairros ricos ao lado de imensas favelas,
modernos edifícios, de escritótios ao lado de prédios deteriorizados e cheios de cortiças, o
empresário em seu carro com motorista particular

passando numa avenida onde mendigos pedem esmolas e crianças ou subempregos vender
bugigangas.

A URBANIZAÇÃO NAS ECONOMIAS DE TRANSIÇÃO


As naçõesex-socialistas, onde nas últimas décadas predominou a economia planificada,
em geral não possuem um elevado indice de urbanização, somente em alguns casos é que essa
nações são bastante industrializados. Os países mais urbanizados desse conjunto são a Rússia, a
República Tcheca e Cuba, com 75% de suas populações vivendo em cidades.
Em seguida vem a Bulg’aria, e Belsrus (70%, a Lituânia, a Estônia e a Letônia (69%, a
Hungria a Polónia (65%). Os alemães têm uma proporção bem menor de população urbana em
relação ao total. A China por exemplo tem 35% da população urbana, ietnam, 25%, Moçambique
38% e o Cambodja apenas 18% (José William Vesentin, sociedade a espaço, Áctica S.Paulo,
1992,pág; 246-256).

REDE URBANO, MEGALÓPOLE E CIDADES GLOBAIS


A urbanização de uma sociedade origina uma rede urbana, isto é, um sistema integrado de
cidades que vai dar pequenas ou locais às mertópoles ou cidades gigatescas. Normalmente, a
regra geral é que para milhares de pequenas cidades existam centenas de cidades médias e
algumas poucas metrópoles.
As cidades locais ou pequenas influenciam ou polarizam as aldeias, os povoados e as
demais áreas rurais vizinhas e, por sua vez são polarizada pelas cidades médias mais próximas,
Mas todas elas sofrem a influência ou polarização das metrópoles, que comandam enormes
regiões ou as vezes todo um espaço nacional e at’e internacional.
Uma rede urbana, dess forma, ‘e um espaço hierarquizada apartir da influncia
(económica, política, cultural) ou da polarização que uma (ou mais) metrópole exercia

232
sobre as demais e mesmo sobre o meio rural. E essa hirarqui, ou relações de comando e de
influência, prossegue das cidades médias para as menores, e assim por diante.
para existir uma verdadeira rede urbana, contudo é necessário uma intensa urbanização
com uma individualização. Países ou áreas pouco urbanizados e industrializados possuem redes
urbanas prec’arias e mal constituidas.
As redes urbanas são típicos dos p[aíses desenvolvidos e, em geral, sào raras ou
imperfeitas nos países do sul, salvo pouas excecões.
Assim, existem áreas ou países do terceiro mundo que possuem boas redes urbanas, e tal
processo cresce continuamente em grande parte do mundo subdesenvolvido. ma verdadeira rede
urbana pressupõe não apenas um grande número de cidades e de população urbana, mas também
bons transportes e um sistema de fluxo (movimento) de mercadoria e de pessoas.
São também pólos mudiais de telemática, de serviços modernos e especializados
(assessorias e pesquisas) e do controle administrativo das grandes empresas ou das organizações
internacinais.
A indústria, pelo menos as fábricas com chaminés isto é, a produção física de bens como
os automóveis, bebidas, petróleo, etc. já não têm muita importância para definir as cidades
globais.
As cidades globais são classificadas em primárias (as mais importantes, que influenciam todo
o mundo) e secundárias (com influencia mais continental). Elas existem tanto nos países ou
com economias centrais como em algumas econmias semi-perif’ericos (México, Brsil, Coreia
do sul, etc. Um quadro provisório pois, a realidade mede constantemente e há polémica a
respeito disso, sobre as cadeias mundiais na actualidade é o seguinte:

A HIERARQUIA DAS CIDADES GLOBAIS


Países Centrais Países Semiperiféricos
Primários Secundários Primários Secundários
Nova York Mitão Singapura Seul
Tóquio Bruxelas São Paulo Hohg Kong
Londres Vienas Cidade de México
París Mdrid Buenos Aires

233
Frankfurt Toronto Rio de Janeiro
Los Angeles Miami Joanesburgo
Chicago Huston Caracas
Roterdão São Paulo Sydney Bang Coc
Zurique Taipe
Manila

234
PROBLEMA E A SUA APLICABILIDADE
No quadro seguinte podemos comprovar diversos valores considerados por alguns países.
Países que utilizam unicamente o critério numico para deinir uma cidade.

No de Habitantes Países
100 Uganda
200 Dinamarca
200 islândia
400 Albânia
500 Irão
1000 Canadá e Malásia
2000 Argélia
2000 Etiópia
1500 Panamá e Irlandia

2000 República Centro Africana


5000 Ghana e Madagascar
10.000 Grécia e Portugal
20.000 Maurícias e Nigéria
30.000 Japão
50.000 Coreia

Mesmo que se tenta adoptar um valor mínimo universa este poderia ter o mesmo significado em
países desenvolvidos e países em vias de desenvolvimento PD’s e PVD’s.
É também usual ser considerado o valor relativo a concentração populacional por nidades
de superfície por/km², porém, estre critério apresenta também o valor muito dispersos. Como
exemplos de ‘areas ou regiões metropolitanas podemos mencionar o
grande rio de janeiro, etc. veja no quadro a cima as maiores áreas metropolitanas do mundo nos
anos 1900; 1950 e 2002.

235
MEGALÓPOLES E MEGACIDADES
A urbanização da humanidade foi muito intensa nos países desenvolvidos, em especial no
séc.XX. Ela originou intricadas redes urbanas, isto é, ‘areas superurbanizadas, nessas ‘areas, de
pequena extensão territorial, h’a inúmeras metrópoles e centenas de outras cidades
Essas áreas ou regiões especiais, superurbanizadas, que geralmente concentram grande
parcela da população do país, receberam o nome de megalópoles (mega, grande; múltiplo; e pólis
Cidade). Esses termo foi criado na década de 1960 pelo geógrafo Jean Crottmann, que
inicialmente o aplicou ao nordeste dos estados uidos, de Boston a Washington, tendo Nova York
como centro.
Outro conceito, criado recentemente pela ONU, é o de megacidade, que se refere aos
aglomerados urbanos com mais de 10 milhões de habitantes. Existem actualmente (em 2002),
cerca de 20 megacidades; comenta-se que existirão por volta de 25 megacidades em 2015 (reveja
o mapa da figura para identificá-las).
O coneito de megacidade, portanto ‘e principalmente demográfico ou num’erico, não
deve ser confudido com o conceito de megalópole, que é territorial (uma região superurbanizada,
independemente do número de habitantes da aglomeração urbana principal.

CIDADES; GLOBAIS
Outro conceito recente ligado à urbanização e ao papel das cidades na vida moderna, é o
de cidade global ou mundial. Ela surgiu nos anos 1980, com a ideia de globalização, que já
estudamos no capitulo v.
Não é um conceito demográfico, ou seja, o número de habitantes não é fundamental, tem
pouco é um conceito territorial, ou seja a região ou espaço circundante à cidade não tem
importância. O essencial mesmo são suas ligações

internacionais. É um conceito mais económico, que procura mostrar a importância mundial de


certas cidades. Os principais exempos dessas cidades que exercem influências sobre toda a
economia planetária, são Nova York, Tóqio e Londres. Essas cidades são os principais centros
financeiros e bancários do globo. São também polos mundiais conurbações e áreas
metropolitanas.

236
Uma cidade cresce de forma vertical, mediante a construção de elevados edifícios ou, às
vezes, de galerias e instalações subterrâneas. E cresce de forma horizontal, mediante a ocupação
de novos espaços, a constante expansão de suas periferia.
O crescimento horizontal de uma cidade com frequência ocasiona conurbação com outra
ou outras cidades, normalmente uma maior (metrópole) e outras menores. Na prática, elas ficam
unidas, conurbadas, embora pela origem e pela administração elas constituem cidades diferentes.
Existem centenas ou milhares de exemplos de conurbações urbanas espalhadas por todo o
mundo, só para citar um caso Brasileiro, podemos lembrar o Grande são Paulo, formada pela
conurbação de São Paulo com Santo André, São Caetano do sul, Diadema, São Bernardo do
campo, Osasco, etc.
Quando a conurbação dá origem a um imenso aglomerado urbano formado por várias
cidades, cria-se uma região metropolitana. É uma região, normalmente com mais de 1 milhão de
habitantes, onde há várias cidades conurbadas e com inúmeros problemas ou necessidades em
comum (Transportes, poluiçào, moradia, electricidade, asfaltamento de vias, água encanada,
esgotos, hospitais, creches ou escolas, etc.). essas cidades ou, oque é mais comum, da
coordenacão das várias políticas municipais.

237
URBANIZAÇÃO NOS PAÍSES DESENVOLVIDOS
Os países mais urbanizados do mundo, salvo raras exceções são os capitalistas
desnvolvidos. Veja alguns dados no quandro:

Percentagem de população (2002)


Bélgica 97.4%
Reino Unido 92.%
Alemanha 87.7%
Nova Zelândia 87%
Japão 79%
Espanha 79%
EUA 78%

A urbanização desses países é a mais antiga e teve início no século XIX com a Revolução
Industrial. Em muitos casos esse processo de urbanização aparentemente já terminou, mas as
cidades continuam crescendo. As principais caussa da urbanização nos países capitalistas
desenvolvidas foram a industrialização e a mecanização do campo.
Em muitos casos, a posição geográfica da cidade tem muito a ver com, como exemplo de
situação urbana podemos citar as cidades localizadas:
- Na confluência de rios; Mananus e París;
- No contacto mar- continente: rio de janeiro e Nova York;
- Em cruzamentos de rotas rodoviárias (corredores, Jaladere em montes Urais) e
ferroviárias (Barun em São Paulo);
- Entre o litoral e o interior; Cmpina Grande (PB) e Caruaru (PE,) no graeste;
- No intrior do continete ou do país; Goiâ e Madrid. a situação urbana é a posição
geográfica da cidade dentro do região.

CIDADES ESPONTÂNEAS
A maioria das cidades do mundo nascem e crescem espntaneamente apartir de pequenos
núcleos iniciais. Ao crescerem, muitas dessas cidades se tornam problemáticas, exemplo: São
Paulo, Nova York etc.

238
As cidades planejadas; são cidades previamente planejadas e construídas com a finalidade
de desempenharem determinadas funções, por serem planejadas. são mais organizadas e
funcionais, exemplos: Brasilia e Washington etc.

AS FUNÇÕES URBANAS
Cada cidade costuma apresentar uma determinada actividade que lhe é básica, isto é, uma
determinada actividade que se constitui na base económica da cidade. A esta actividade básica
em função da qual vive a cidade damos o nome de função da cidade, exemplo; a cidade de
brasilia, possui actividades comerciais, bancárias, culturais, turísticas etc. entretanto, a função
principal é a administrativa.

CLASSIFICAÇÃO DE ALGUMAS CIDADES QUANTO À FUNÇÃO


- Função comercial – Londres, ong-Kong e campina grande;
- Função industrial – Pittsburg, Detroit, Manchester e Volta redonda;
- Função administrativa – Washington e Brasília;
- Função religiosa – Jerusalém, Vaticano, Meca, Fátima e aparecida do norte;
- Função Universitária ou Cultural – Coimbra, Oxford, Heidelberg e Berkeley;
- Função militar – Gibraltar, Cabo Kennedy e Resende;
- Função Turística – Miami, La vegas, Mônaco e Guarijá.

REDE URBANA E HIERARQUIA URBANA


As cidades necessitam distribuir seus produtos industriais e serviços às áreas
vizinhas ou mesmo longíquas, que podem ser cidades menores ou zonas rurais.
Da mesma forma, as cidades necessitam adquirir gêneros alimentícios e mat’erias-primas
provenientes das zonas rurais. Assim. sendo podemos compreender que as cidades não podem
viver isoladamente, ao contr’ario, elas mantém um relacionamento permanente entre si e ao
mesmo tempo com as zonas rurais, por outro lado, devemos considerar que as cidades de um país
ou de uma região apresentam estágios designais de crescimento, sendo umas maiores, outras
menores umas mais completas e bem industriais e serviços, outras menos, fazendo com que umas
dependam das outras em graus diferntes, por’em estabelecendo-se sempre uma vida de relações
entre elas.

239
NOÇÃO DE REDE URBANA
rede urbana é, portanto, um sistema de cidades distribuidas numa região, mantendo
relações entre si e dependentes de um centro principal que comanda a vida regional.
Existem redes urbanas mais e menos organizadas, onde se conclui que a vida de relações
poderá ser de maior ou menor intensidade, dependendo do estágio de evolução em que se
encontram as cidades, compare-se, por exempl, a intensidade das

relações e o estágio de evolução (urbana) das cidades das regiões sudeste e norte do Brasil.
NOÇÃO DE HIERARQUIA URBANA
A noção da hierarquia urbana está associada à dependência que existe de uns centros
urbanos em relação a outros.
Assim, na hierarqui urbana de um país temos inicialmente um grande centro urbano que é,
no caso, o mais completo de todos em bens e serviços, e cuja área de
influência é muito grande; abrangendo todo o território nacional – é a metrópole nacional,
Abaixo de metrópole nacional aparecem cidades geralmente grandes e bem aquipadas,
cuja a área de influência costuma abranger uma grande região po porção do país-são as metróples
regionais.
Apartir daí, caso tenhamos uma rede urbana bem organizada, seguem-se cidades
sucessivamente menores (capitais regionais, centros regionais e sub-regionais) até chegarmos aos
chamados centros elementares. exemplificando:
- No Brasil temos duas metrópoles nacionais, são Paulo e rio de janeiro;
- Porto Algre é uma metrópole regional (da região sul), e caxias do sul é uma capital
regional do norte do rio Grande do sul, enquanto a cidade de Bento Gonçalves é um
centro regional dependente de caxias do sul.
-
O CRESCIMENTO DAS CIDADES
O crescineto das cidades, tanto em quantidade como em tamanho, é a grande
características do mundo modernos. A urbanização é geara e atinge todas as partes do mundo.
Entretanto, cumpre observar que o fenómeno da urbanização não teve o mesmo ritmo e não se
deu por igual nos diversos países e regiões do mundo.

240
Com efeito, as mais elevadas índices de urbanização são encontradas nos países e regiões
mais desenvolvidas do mundo, como é o caso da Europa ocidental, América do norte e Japão.

A Inglaterra, país mais urbanizado do mundo, possui mais de 80% de sua população vivendo em
cidades, por outro lado, os menoresíndices de urbanização são encontradas nos países e regiões
do mundo como ilustra a tabela a seguir:

Percentagem da população urbana em alguns países


do mundo
País população urbana
Inglaterra 82%
Africa Ocidental 76%
EUA 75%
Japão 70%
India 20%
Indonésia 18%
Nigéria 16%
Uganda 10%

Onde a industrialização é mais recente e restrita, são países de economia agrícola com
elevada percentagem da população activa no sector prim’ario (agropecuária). Compreende a
maior parte dos países da África, Ásia e América latina.
O crescimento das cidades pode resultar na formação de aglomerados tais como as
conurbações, as metrópoles e as megalópolis.
A conurbação resulta do crescimento contínuo de duas ou mais cidades próximas
formando um único aglomerado urbano. A região do ABC (santos Andé, São Bernardo e São
Caetano), em São Paulo, é um exemplo de conurbação.

ÁREAS METROPOLITANA
As áreas metropolitanas correspondem a grandes espaçosurbanizadas e integradas físicas e
funcionalmente a uma metrópole dirigente. São exemplos de áreas
metropolitanas as cidades de são paulo, rio de janeiro, Nova York, Londres, París,Tóquio, etc.

AS MEGALÓPOLIS

241
São conjuntos de metrópoles interligadas e abrangendo extensas áreas. A região que se
estente desde Boston até Washington, tendo como centro Nova York, constitui uma megalópoles.

O ESPAÇO URBANO

Considerações gerais:

O progresso cietífico, industrial e tecnológico da humanidade foi tão grande nos últimos
150 anos que o homem terminou por criar dois mundos acentuadamente diferenciados; o mudo
rural e o mundo urbano.

O primeiro é aquele onde o homem acha mais próximo da natureza, cultivando a terra e
levando uma vida mais simples. O segundo ‘e quele onde o homem produziu maiores
transformações; é o mundo das indústrias, dos grandes edificios, das ruas movimentadas, dos
laboratórios, grandes universidades e centros tecnológicos. Enfim, é o mundo onde as
transformações são mais rápidas e a vida muito agitada. Este é o mundo urbano.

As cidades representam sem dúvidas a grande conquista do homem urbano. Hoje em dia
são elas que dirigem o mundo e organizam o espaço, visto concentrarem-se nas mesmas os
grandes centros de decisão político-econónico e científica-tecnologicas. Apesar disso, a sua
dependência em relação ao meio rural continua existindo.

CARACTERÍSTICAS DAS CIDADES

- As cidades constiuem importantes aglomerados populacionais;


- A grande maioria dos seus habitantes dedicam as actividades secundárias (industriais) e
operárias (serviços) que são os sectores fundamentais das ‘areas urbanas;
- O dinamismo e a diversificação das actividades permitem maior oferta de empregos e
maior número de profissão;
- Como as pessoas isoladamente não produzem todas os bens de que necessitam (alimentos,
leitimentos etc.);
- O comércio torna-se necessário e intenso nas cidades;
- As cidades grandes exercem uma forte atracção sobre os habitantes do meio rural;
- A cidade além de comercializar seus próprios produtos, comercializa também os produtos
provenientes do meio rural (alimentos e matérias-primas);

242
- A cidade distribui produtos industriais e serviços para a sua população e também para os
habitantes das áreas vizinhas e das zonas rurais;
- Concentrando indústrias, universidades e cientístas, as cidades tornam-se os grandes
centros de inovações e conquistas tecnológicas;
- O crescimento acelerado e desordenado de muitas cidades faz com que as mesmas se
tornem problemáticas, afectando a vida das pessoas.

243
O SÍTIO E A SITUAÇÃO DAS CIDADES

As cidades podem ser estudadas sob vários aspectos, dentre os quais podemos destacar:

Sítio urbano – é o local, onde a cidade nasceu e se desenvolveu, “o assoalho” da cidade. A


fisionomia da cidade, isto é, a sua forma ou traçado, decorre das características do sítio. Assim,
temos alguns exemplos de sítios urbanos:

- Em acrópole ou colina: Atenas;


- Em relevo montanhoso; campos do Jordão;
- Em planície; París;
- Em planalto; Brasília.
Situação urbana – é a posição que a cidade ocupa em relação aos factores naturais da sua
região. Os factores naturais podem ser: um rio uma jazida mineral, o mar um cruzamento de rotas
terrestres, etc.

A URBANIZAÇÃO NOS PAÍSES SUBDESENVOLVIDOS

O processo de urbanização nos países do terceiro mundo iniciou-se há pouco tempo, em


geral após a segunda guerra mundial em 1945, mas ocorre actualmente num rítmo bastante
intenso.

No Brasil, por exemplo, a população urbana passou de 36% do total em 1950 para 55%
em 1970, 67% em 1980 e 81% em 2000.

Na Argentina e no Uruguai, que estão entre os países subdesenvolvidos mais urbanizados


do mundo, a população urbana já ultrapassa os 90% do total. Mesmo alguns países da África e da
Ásia, nos quais somente uma pequena parte da populaçào vive nas cidades-como Ruanda (8%),
Burundi (9%), Nepal (12%), Uganda (15%), Cambodja (18%), Níger (25%), Tailândia 23%),
Vietnam (25%), Guiné-Bissau (25%), Bangladesh (25%), India (30%) e Quênia (33%), estão se
urbanizando rapidamente.

Todavia esta urbanização não é semelhante ao ex: clássico do primeiro mundo, pois não é
acompanhado de igualrítmo de industrialização e geração de empresas.

244
É claro que esses países, alguns mais, e outros menos, também estão se industrializando,
mas tal industrialização não acompanha, quanto à criaçào de novos empregos, o intenso rítmo da
urbanização.

A saída de pessoas do campo para a cidade nos países subdesenvolvidos, não se dá


essencialmente pela mecanização das actividades agrícolas e pela oferta de empregos urbanos. É
que a criação de novos empregos no meio rural ocorre a um

rítmo menor que o do crescimento demográfico. Assim, a cada ano, novos contigentes humanos
são expulsos do campo pela falta de empregos nessa área.

Além disso, as cidades especialmente as grandes metrópoles, exercem um serviço muito


grande sobre a população rural. Se estudarmos as razòes do grande desenvolvimento da cidade de
São Paulo como exemplo, veremos que sua posição geográfica foi um factor decisívo desse
desenvolvimento.

CLASSIFICAÇÃO DAS CIDADES

A primeira reunião Nacional das cidades e bairros comunais realizada na capital do país,
entre os dias 26 de Fvereiro e 3 de Março de 1979, definiu como cidade as capitais provinciais e
ainda Nacala e Chókwé, classificando as em três níveis.

Nesta classificação considerou-se como critério base o grau de desenvplvimento


alcançado pelo prinipais centros urbanos do país, em particularidade a complexidade da sua vida
política, económica, social e cultural, densidade populacional, número e tipo de indústrias,
comércio, actividades sanitárias, educativas culturais e desportivas.

Em 1980 foi atribuida acapital da República Popular de Moça,bique, a cidade de Maputo,


o estatuto de província.

Considera-se que a classificação das cidades desmpenham uma função importantes pelo
que representa o reconhecimento do grau de desenvolvimento alcançado e potencialidades, bem
como pelo nível de atenção e priorização que essa classificação implica, procedeu-se e um estudo
mais aprofundado da realidade actual dos centros urbanos do nosso país.

Neste contexto concluiu-se que as cidades devem ser classificads em quatro níveis.
Considera-se de nível “A” a cidade capital do país. De nível “B” as cidades da Beira e de

245
Nampula que sendo capitais provinciais têm um papel preponderante no desenvolvimento
regional interno e na realização de programas de cooperação internacional.

Atribui-se o nível ”C” as de mais cidadescapitais provinciais e as cidades cuja dimensão


historico-cultural nacional e Universal, bem como a importância económica e em comunicações,
têm interesse nacional e na cooperação regional.

São de nível “D” os demais centros urbanos do país cujo grau de desenvolvimento os
caracteriza como cidades e assumem um papel de relevo no desenvolvimento local.

Artigo 1:

As cidades da República Popular de Moçambique classificam-se em cidades de ní vel


“A”, “B”, “C”e “D”.

Artigo 2:

As cidades da República Popular de Moçambique são assim classificadas;

NÍVEL “A” NÍVEL “B” NÍVEL “C” NÍVEL “D”


Chimoio, Nacala Angoche, Cuamba

Maputo Beira e Nampula Quelimane,Inhambane Chibuto, Chókwé

Lichinga,Pemba Dondo, Gurué

Tete, Xai-Xai Manica, Maxixe

Ilha de Moç. e Matola Mocuba, Montepuez

ELEVAÇÃO DE CENTROS URBANOS À CATEGORIA DE CIDADE

RESOLUÇÃO NO 8/86 DE 25 DE JUNHO

A 1a reunião Nacional das cidades e bairros comunais, realizada no ano de 1979, em


Maputo, definiu como cidades as capitais provinciais, Nacala e Chókwé.

246
No processo da reorganização territorial em curso, definido pela direcção do Partido
FRELIMO e do ESTADO da República Popular de Moçambique, contatou-se a existência de
centros urbanos por cuja concentração de equipamentos sociais e infra-

estruturas, de desenvolvimento alcançado nas suas actividades produtivas e serviços ,


concentração da força de trabalho não agrícola, é consequentemente, amplitude do respectivo
mercado de consumo, bem como relevância das tradições históricas e culturais, devem ser
elevadas a categoria de cidade.

Nestes termos, ao abrigo do disposto no número 1 do artig. 1 da lei n o 6/86, a Assembleia


Popular determina:

Artigo: 1

São elevadas à categoria de cidade os seguintes centros urbanos:

Províncias Centros urbanos elevados a categoria de cidade


Cabo Delagdo, Niassa, Nampula Montepuez, Cuamba, Angoche, Ilha de Moç. Gurué e Mocuba
e Zambézia.

Província Centros urbanos elevados a


categoria de cidade
Tete ------------

Manica Manica

Sofala Dondo
Inhambane Maxixe
Gaza Chibuto
Maputo Matola

247
I. OS PRINCIPAIS PROBLEMAS DAS CIDADES SUAS CONSEQUÊNCIAS

“As cidades são projecções, numa fracção do espaço das condições naturais, das
heranças da história, do jogo das forças económicas, dos progressos técnicos, do génio criador
dos arquitectos, dos constrangimentos administrativos, dos hábitos quotidianos, assim como das
aspirações dos cientistas, dos habitantes.” (BEUJEU-GARNIER, 1995:9)

Muitas cidades foram construídas ao acaso. Para exercerem uma função humana nascente, os
homens distribuíram-se como puderam, acumularam-se num sítio urbano pré-existente,
apinharam-se dentro da fortaleza, alinharam-se ao longo da rua comercial. Assim, quanto maior
for uma cidade, maiores e mais diversificados serão os

seus problemas e se se tratar de uma cidade antiga cuja estrutura foi impossível alterar
ao longo do tempo, esses problemas tornam-se mais agudos.

As populações urbanas não podem, por tanto, deixar de ser afectadas, física e
psicologicamente por elas, pelo que os governantes de todo mundo estão a prestar cada vez mais
atenção as suas repercussões, tentando encontrar as respostas possíveis e sua minimização.

 O PROBLEMA DE TRÂNSITO

O aumento da população tanto no interior da cidade como nos seus arredores obriga a
deslocações diárias - movimentos pendulares, devido as distâncias progressivamente maiores
entre o local de residência para o trabalho e vice-versa. Diariamente assistem-se deslocamentos
de pessoas do local habitacional para o trabalho e vice-versa. Nas grandes cidades europeias as
migrações pendulares atingem uma intensidade muito grande: a cidade de Paris regista 7 milhões
de deslocações diárias entre a sua periferia e o centro. Estes movimentos estão na origem dos
grandes problemas de tráfego que se registam nas cidades, com destaque a ocorrência de grandes
congestionamentos nas horas de ponta nas cidades. O aumento de maior número de automóveis
individuais tão contribui para a saturação de muitas ruas a ponto de as tornar intransitáveis. As
248
velhas ruas estreitas do séc. XVIII, já não estão de modo algum preparadas para satisfazer a
fluidez do trânsito citadino dos finais do séc. XX Engarrafamento, lentidão, nervosismo, cansaço,
é tudo o que o condutor urbano pode esperar em especial nas horas de ponta. Ao chegar e ao
partir escasseia a possibilidade de encontrar um lugar para o estacionamento.

Muitas medidas se tem tomado, mas nenhuma delas satisfaz os objectivos.

- Criam-se corredores exclusivamente para os transportes públicas, mas esta medida só é


eficaz se for realizada sobre vias largas e modernas, o que só solucionará num espartilhamento
pouco funcional;

- Criam-se parques de estacionamento nas estradas das cidades, onde ficariam as viaturas
provenientes dos subúrbios, cujos utentes seriam transportados para o centro pela rede dos
transportes colectivos, esta solução não tem funcionado, em primeiro lugar devido a um certo
apego à comodidade individual do ser humano, secundado pela falta de rapidez e insuficiência
das frotas dos autocarros, que não satisfaz a rápida procura dos potenciais utentes. Logo todos os
automóveis querem ir para o centro.

- Reservam-se traços de ruas só para os peões, impedindo o trânsito automóveis, mas estas
medidas embora favorecendo o peão, alteram a morfologia viária e complicam o trânsito noutras
artérias.

 O PROBLEMA DO ABASTECIMENTO

As cidades são enormes centros consumidores de uma vastíssima gama de produtos, que
vão dos alimentares ao abastecimento de energia, passando pelo fornecimento indispensável da
água.

As cidades dos países em vias de desenvolvimento estão praticamente submersas pelo fluxo
de emigrantes. Tendo em conta o baixo nível de vida, a maior parte das despesas familiares é
consagrada a alimentação e alojamento e como os rendimentos são modestos, o poder de compra
é limitado, apesar do grande número de habitantes, o mercado continua pequeno.

 PRODUTOS ALIMENTARES

249
O abastecimento diário de produtos frescos a um grande centro urbano acarreta enormes
problemas, não só os decorrentes aos transportes para chegarem a hora aos mercados
abastecedores do grande público, mas também das distâncias que esses produtos têm de percorrer
sem se deteriorarem. De facto, o anel rural especializado nos produtos hortícolas está cada vez
mais afastado da cidade, pelo que as dificuldades são cada vez mais maiores e os preços mais
elevados.

 ABASTECIMENTO DE ÁGUA

Numa cidade média, os gastos em água andam a volta de 65 livros por pessoa consumida a
cozinhar, a beber e na higiene, mas se entrarmos em conta com as qualidades a regra os jardins
particulares e públicos, com água gasta nas indústrias, nas barragens, de lavagem de autocarros,
etc., a média por habitantes pode vir até 200 ou 300 litros.

As dificuldades não surgem apenas no abastecimento, mas começam com o processo de


transformar a manter a água potável, que é outro problema que muitas cidades não conseguem
satisfazer totalmente: captar a água a dezenas ou até centenas de quilómetros de nascentes, de
rios as albufeiras, conduzi-las até as estações de tratamento e depois, por meio de depósitos
elevatórios, fazer a sua distribuição ao domicílio, onde nos basta abrir uma torneira para usufruir
este bem sem o qual não podemos viver. A falta de água pode ser um problema futuro nas
grandes cidades como é em determinadas zonas do globo, causando deslocações e fome.

 FORNECIMENTO DE ENERGIA

A electricidade, gasolina, carvão. São imprescindíveis ao funcionamento da vida urbana,


pelo que, sem elas os serviços as indústrias, as habitações, grandes consumidores destes recursos
paralisam. Há, por isso, que manter permanente grandes stocks em armazéns para nos precaver
contra qualquer eventualidade, o que fica caro e problemático tanto pelos enormes custos de
armazenamento como pelo próprio custo de energia em si, sem possível esgotamento e poluição.

 EMPREGO E HABITAÇÃO

A extensão dos perímetros urbanos e a proliferação dos arrabaldes, as dimensões das


grandes empresas, o desenvolvimento das habitações individuais, o acesso a propriedade privada
de residência, os progressos dos transportes, são aspectos sociais que favorecem as vantajosas
250
condições oferecidas pelos transportes colectivos que se traduzem pela necessidade ou não de
habitar nas proximidades dos locais de trabalho. Esta dissociação manifesta-se por movimentos
migratórios quotidianos, os quais se dá muitas vezes a designação de migrações pendulares que
consistem no vaivém mais ou menos longo entre os alojamentos dispersos pela periferia e uma
convergência geral para o núcleo de emprego central. É o caso de muitas cidades isoladas onde
os transportes são essenciais e o rimo de deslocação é muito regular.

 O LIXO E OS ESGOTOS

Em média cada habitante dá origem a 1Kg de lixo por dia, e uma cidade produz centenas de
toneladas de lixo. A sua acumulação em locais mais ou menos distantes está provocando graves
problemas de poluição, com enormes riscos para a saúde pública, incinerar os detritos, também
trás riscos, várias soluções têm sido encontradas, tal como, transformar os lixos em adubos
orgânicos para agricultura, (o que não deixe de trazer inconvenientes para a vizinhança das
indústrias transformadoras, devido os cheiros e poluição atmosférica).

Só um número restrito de cidades está totalmente dotado de uma rede de esgotos, capazes
de suportar a sua permanente expansão. Além disso a maioria das cidades lança os seus esgotos
nos rios ou mares, contribuindo para a poluição ainda maior das águas e das praias, fazendo
perigo a saúde pública e pondo em risco o equilíbrio ecológico.

Poucas cidades possuem estações de tratamento de esgotos o que terá de ser no futuro uma
opção imprescindível, normalmente nas cidades costeiras com praias. Vide a figura nº1

251
 POLUICÃO ATMOSFÉRICA

Tanto a poluição do ar que temos de respirar, como a poluição sonora, são dois terríveis
problemas que a cidade do nosso tempo tem de enfrentar a ritmo crescente. O transporte
automóvel, as indústrias, o aquecimento doméstico e tantas outras fontes poluentes, estão a tornar
atmosfera urbana irrespirável.

A poluição de origem industrial é derivada à existência de muitas indústrias e em particular


de fundições de fumos pelas chaminés. O fumo para além de gases venenosos contém também
partículas sólidas que perturbam a vida orgânica. Para além do monóxido de carbono (gás
altamente tóxico saído dos tubos de escape dos automóveis de explosão) gases se enxofre, de
chumbo, poeiras, sais, fuligens, aerossóis, estão sempre presentes em maior ou menor
percentagem numa acção gradativa de atmosfera urbana.

No geral a poluição atmosférica provoca algumas consequências:

- A temperatura média tem aumentado nos últimos anos. O aumento da poluição de gases
como compostos de carbono e outros na atmosfera fez com que esta detém mais calor do que
normalmente. Vide a figura nº2.

252
Existem previsões de que se o aumento de temperatura continuar algumas consequências de
efeitos globais serão derretimento das geleiras polares, aumento do nível do mar, alteração do
regime das chuvas (mobilidade dos aparelhos climáticos), entre outras.

PERFURAÇÃO DA CAMADA DO OZONO

Esta camada é fundamental porque age como filtro dos raios ultravioletas que atingem o
planeta. Entretanto substâncias como os clorofluorcarbonatos (CFC), através de reacção química
são capazes de quebrar o ozónio, formando então um buraco na atmosfera, diminuindo a
protecção contra os raios nocivos. O CFC é proveniente da actividade industrial, particularmente
a produção dos sprays, aerossóis e certos produtos para revestimento térmico. Tem se verificado
um aumento de casos de cancro da pele nos últimos anos devido o buraco na camada do ozónio
pois, as pessoas estão expostas a radiação ultravioleta.

 CHUVAS ÁCIDAS

O crescimento das cidades gera consequências que afectam directamente a qualidade do ar


que está presente em todos os locais preenchendo todos os vazios, tornando-se, assim, facilmente
compostos por qualquer actividade humana. Alguns gases, particularmente compostos de
nitrogénio e enxofre são capazes de reagir com o vapor de água presente na atmosfera. O produto
dessa reacção é a água acidificada que ao precipitar, pode provocar efeitos nefastos na vida
orgânica - são as chuvas ácidas.

Embora as chuvas ácidas ocorrem principalmente em países mais industrializados do


hemisfério norte, já começam a chamar atenção a toda humanidade devido a dinâmica atmosfera
253
e a mobilidade dos elementos atmosféricos. Os compostos de nitrogénio e enxofre misturam-se
com chuvas ácidas e são carregadas para locais mais distantes e ao precipitarem-se, criam danos a
vegetação, nos animais, no solo e nos corpos de água.

POLUIÇÃO SONORA

Os resíduos, provocados por buzinas dos automóveis, motociclos, motores vários, martelos
preumáticos de abrir buracos, aviões e tantos outros, estão a ser principias responsáveis das
doenças psíquicas que estão a penetrar intensamente na cidade, apesar de aparentemente nos
habituar ao ruído ate parecermos não darmos por ele, os sentidos vão-nos registando até ao ponto
de saturação, acompanhamento de dores intensas de cabeça, náuseas, etc. que o foro psiquiátrico
tenta debelar.

 MARGINALIDADE, CRIMINALIDADE, DELINQUÊNCIA

Quanto maior for uma cidade, maior é a sua força como pólo de atracção e assim ela irá
crescendo cada vez mais. Os bairros de lata aumentarão, subemprego e desemprego sobem, a
falta de habitação sente-se cada vez mais e prolifera a promiscuidade. O descontentamento, a
revolta, a insatisfação, a luta pela sobrevivência conduzem a situação que não raro, desembocam
na criminalidade – os assalta, a droga, prostituição, a delinquência juvenil, a desagregação
familiar, o alcoolismo, os homicídios – a que em vão as autoridades tentam dar cobro.

 A SATURAÇÃO-STRESS

Não há dúvida que o homem é um ser social e como tal, tem de viver em sociedade e que a
cidade é a organização social por excelência para viver em comunidade com todas as suas
vantagens e inconveniências. Mas o ritmo da vida da era moderna está exigir demasiado à
condição humana, o homem está a transformar-se numa máquina, um simples robot: levanta-se
todos os dias a hora certa, para chegar o trabalho tem de suportar bichas de trânsito, o autocarro
superlotado. Chega pela manhã ao trabalho já cansado, aí suporta os barulhos das máquinas, as
ordens que recebe e que transmite, o telefone que toca. A hora do almoço corre e para não perder
tempo toma as refeições a correr. O comportamento do indivíduo começa alterar-se: úlceras,
hipertensão, arteriosclerose, insuficiência renal, náuseas, vómitos, doenças infecciosas.

II.A IMPORTÂNCIA DO PLANEAMENTO FÍSICO URBANO


254
O planeamento físico urbano é o conjunto de técnicas que visam a distribuição do território
ou do espaço físico para o desenvolvimento económico estabelecendo, assim, um equilíbrio entre
o espaço, o homem e a acção do desenvolvimento territorial. É um processo racional e contínuo
destinado a dirigir mudanças durante as distintas actividades socio-económicas urbanas, o tipo de
construções, equipamentos indispensáveis, infra-estruturas de urbanização e gestão do meio
ambiente urbano, etc.

Na ausência de uma gestão racional do solo as construções vinham e vem surgindo


arbitrariamente, dependendo de convivências se tomar em consideração os planos de urbanização
com os problemas e perigos que possam daí advir. Existem hoje extensas ocupações em locais
impróprios como nas proximidades dos aeroportos, das linhas férreas, em zonas industriais, por
debaixo das linhas de transmissão de energia de alta tensão, em zonas pantanosas, em zonas
susceptíveis a erosão, etc. A agravar a ausência de gestão há a destacar o aumento drástico da
densidade populacional, multiplicando o risco da ocorrência de doenças infecto-contagiosas e
incêndios. É importante referir que as normas básicas de urbanização são cumpridas
deficientemente (distância entre as construções, dimensão do terreno, o uso e aproveitamento do
solo, saneamento e drenagem). Estes problemas são sem dúvidas da ausência da atalhamento do
espaço físico urbano (definição de ruas – nas de acesso, rede de drenagem, estalação eléctrica,
esgotos), isto é, ausência ou desrespeito às regras de organização me ordenamento do espaço
urbano. O planeamento físico garante a integração dos espaços ambientais e o desenvolvimento
socio-económico da cidade por intermédio das seguintes contribuições:

- Facilita e garante a implementação de politicas que asseguram as normas do uso


da água e saneamento;
- Facilita a gestão progressiva das estações de tratamento das águas residuais;
- Facilita a introdução, gestão e melhoramento ecológico, definindo zonas de
reflorestamente e de protecção das cidades;
- Garante a criação de infra-estruturas básicas da vida urbana através da
elaboração de planos de estrutura e planos directores (que dirige o desenvolvimento da cidade).
- Garante o uso racional e harmonioso do espaço urbano através da elaboração de
cadastros (mapas) que definem a correcta utilização do solo, minimizando assim a ocorrência dos
problemas ambientais na cidade;

255
E indispensável em qualquer actividade de desenvolvimento socio-económico ao elaborar os
planos de estrutura e director das cidades que dirigem o desenvolvimento urbano.

III. URBANISMO

A urbanização pode ser entendida como um processo e não como aglomeração espontânea.
Ela resulta fundamentalmente da transferência de pessoas do meio rural (campo) para o meio
urbano (cidade). A ideia de urbanização está intimamente associada a concentração de muitas
pessoas em um espaço restrito e na substituição das actividades (agropecuária) por actividades
secundárias (industriais) e terciárias (serviços). Entretanto, pode se tratar de um processo,
costuma-se conceituar a urbanização quando o percentual do aumento da população urbanização
quando o percentual do aumento da população urbana é superior ao da população rural.

O urbanismo é a combinação de componentes demográficos especiais, ecológicos e


económicos. O urbanismo produz causas directas da degradação do ambiente fixando os tipos
possíveis de degradação e proporcionando o local geográfico no qual a inteiração sociedade
ambiente estão concentrados.

O aspecto fundamental das cidades industriais do séc. XIX foi o seu crescimento
demográfico explosivo, aglomerando as pessoas a uma densidade e em número absolutos quase
únicos em toda a história. Esse grau de congestionamento humano, quando associado ao tipo de
habitação, organização especial e consumo especifico teve como consequência, uma série de
problemas ecológicos novos ou alargados a uma extensão.

Considerando que a urbanização moderna é um processo intimamente relacionado a


industrialização e ao capitalismo, nota-se que os países mais industrializados são os mais
urbanizados e que na sua maioria a população urbana ultrapassa 70% e que muitos deles atingem
o limite máximo (Bélgica 97 e reino unido 92,5%, isto é a imigração campo-cidade cessou,
estagnou.

A Inglaterra foi o 1° pais do mundo a urbanizar (em 1850 já possui mais de 50% da
população urbana), no entanto a urbanização acelerada da maior parte dos países desenvolvidos e
industrializados só ocorre a partir da 2ª metade do séc. XIX.
256
Os problemas tanto de saneamento, como de lixo que as cidades de então apresentavam
eram aumentados e complicados pela presença de grande número de animais nas cidades
industriais, em densidades e números absolutos mais elevados do que nas cidades pré-industriais.
Um número de elevadíssimo de vacas, porcos ovelhas e os organismos patogénico que os
acompanhavam eram trazidos pelas cidades e guardadas em mercados em mercados urbanos.

Embora as cidades tinham aparecido há mais de 3.500 anos a.C., o processo de urbanização
teve inicio há cerca de séc. XVIII na consequência da revolução industrial desencadeada primeiro
na Europa e depois nas demais áreas desenvolvidas do mundo actual. No terceiro mundo a
urbanização é um facto recente. Hoje, quase metade da população mundial vive em cidade e a
tendência é de aumentar cada vez mais. As cidades representam sem duvida, uma grande
conquista do homem moderno, constituindo os princípios pólos de poder de comando, de
decisões, de desenvolvimento e de organização dos espaços, ainda que sejam também e cada vez
mais, os locais onde se concentra e se origina a maior gama de problemas (criminalidade, drogas,
poluição, doenças, falta de moradia) que tanto afligem a humanidade.

URBANIZAÇAO NOS DIFERENTES PAISES

Na maior parte dos países capitalistas, a industrialização já atingiu índices bastante elevados
e, praticamente, máximos de urbanização. A tendência é por tanto de estabilização em torno dos
índices entre 80 e 90%, embora alguns já tenham ultrapassado os 90%. Observa a tabela n˚1.

257
População urbana em alguns países desenvolvidos (1989)

PAISES PERCENTUA
L
Bélgica 97.0
Reino Unido 92.5
Holanda 88.5
R.F.A 86.0
Japão 77.0
França 74.0
E.U.A. 74.0

Fonte: letat ou monde 1991

A recém e rápida industrialização gerou acentuado desequilíbrio das condições e


expectativa da vida entre a cidade e o campo, resultando num rapidíssimo processo de
urbanização, porém, com consequências muito drásticas (subemprego, medicância, favelas,
criminalidade, etc.). Isto porque o desenvolvimento dos sectores secundário e terciário, não
acompanhou o ritmo da urbanização, para alem da tal concorrência de uma firma politica de
planejamento urbano.

Alguns destes países apresentam taxas de urbanização iguais e até superiores a de países
apresentam taxas de urbanização iguais e até superiores a de países desenvolvidos, embora com
raras excepções a urbanização dos países subdesenvolvidos se apresente em condições
extremamente precárias. Vide a tabela que a seguir se apresenta.

258
- População urbana em alguns países subdesenvolvidos

PAIS PERCENTAGEM
Cingapura 100
Argentina 86
Brasil 76
México 72
Correia 70
67

Fonte: Cetar do monte 1997

Em virtude de predomínio das actividades primárias, a maior parte desses países baixos
índices de urbanização embora haja excepções devido a heterogenidade desse subgrupo. Observa
a tabela, a seguir.

População PERCENTUAL
Urbana em alguns
Países
subdesenvolvidos não
industrializados
(1989)PAIS
Butão 05
Uganda 10
Somália 20
Bolívia 50
Peru 70
Uruguai 85
Chile 85
Kuwait 95

Fonte: Letat do monte 1991

A URBANIZAÇAO NOS DIFERENTES PAISES

259
Na maior parte dos países capitalistas, a industrialização já atingiu índices bastante elevados
e, praticamente, máximos de urbanização. A tendência é por tanto de estabilização em torno dos
índices entre 80 e 90%, embora alguns já tenham ultrapassado os 90%. Observa a tabela a seguir.

Tabela n˚4 – Percentagem da População Urbano

ANO 1950 1960 1970 1980 2000 2025


% nos PDs 60.6 52.2 51.1 45.2 33.6 23.3
% nos PVDs 39.4 43.8 48.9 54.8 66.4 76.7

Fazendo uma análise da tabela nº4, pode-se tirar as seguintes constatações:

1˚ O movimento precoce nos países desenvolvidos permanecem contido em relação ao


desenvolvimento geral da população urbana mundial e tem a tendência de diminuir;

2˚ Os países subdesenvolvidos onde a pois uma longa estagnação a população urbana sofreu
uma brusca expressão depois dos anos cinquenta (50).

Este desenvolvimento global da população urbana que desde 1990 aumentou dez vezes
mais rapidamente que a população mundial há que acrescentar: que o número das cidades
aumenta sem cessar. Por volta de 1800, havia no mundo cerca de 45 cidades aumentou para 119
e, em 1975, 162 cidades.

Há vinte anos atrás, a Africa contava apenas com uma cidade – o Cairo, com mais de um
milhão de habitantes ou seja, 4.1% do total mundial. Em 1980 o nível de urbanização em Africa
9,3% do total mundial.

Hoje as grandes aglomerações tornaram-se em gigantescas cidades, todas elas com mais de
dez milhões de habitantes de que são exemplos: cidade do México, Tóquio, São Paulo, Nova
Iorque.

PROCESSO DE DIFUSAO

Em 600 e 300 anos a C., nas margens dos grandes rios do crescente fértil surgem os
primeiros povoados suficientemente extensos para viver e ter uma dimensão urbana.

260
Este processo de urbanização vai se alargando a vários pontos de uma faixa que se estende
do Egipto (vale do Nilo) à Chia (rio Amarelo), destacando-se cinco focos primitivos:

6. Médio Oriente – região entre o rio Tigre e Eufrates

* Suméria

* Acadia

* Mesopotâmia.

7. No Noroeste da África – região do vale do Nilo (Egipto)


8. Na Ásia Meridional /vale do Indo – região do Renjeb (Índia)
9. Na Ásia Oriental – vale do rio Amarelo (China)
10. América Central – civilização do Olmeque (México).

Estas civilizações se expandiram por efeito de Migrações de diferente natureza. Podemos


considerar 3 importantes focos difusos do fenómeno urbano:

4. Crescente Fértil – responsável pelas civilizações urbanas – mediterrâneas;

A necessidade de novas matérias – primas e novos mercados levou os mercados da


Mesopotâmia (Suméria e Acadia) e do Egipto a estende a sua influência a outras regiões.

5. O Indo – responsável pela expansão do fenómeno urbano na Ásia e, posteriormente,


dinamizador e difusor do mesmo fenómeno no Oriente, a partir da China.
6. O foco da civilização de Olmeque – responsável pela difusão do fenómeno urbano, a
partir do México, especialmente América Central e a do Sul.

EXPLOSÃO URBANA

A população urbana no mundo aumentou extraordinariamente desde a revolução industrial


que aumentou o numero de indivíduos a viver nas cidades, primeiro em volta das principais
fábricas - surgindo assim grandes cidades industriais. Assim, de acordo com a sua extensão (em
área), densidade populacional e o número total de habitantes que englobam, a que destacar as
principais áreas urbanas do mundo, seguintes:

261
 a Costa Atlântica do norte;
 a região dos grandes lagos;
 a costa da Califórnia;
 a costa Brasileira
 o estuário do rio Prata
 a Europa Ocidental;
 a região do Moscovo;
 a planície Gangética;
 a região de yang-tse-kiang e Hoang-ho (ilha japonesa Dehonshu);
 a região de Tóquio: Yokohama;
 a região do sudoeste da Austrália.

No mundo actual o hemisfério Norte é o mais urbanizado. Nisso, a actualidade a tendência


para a urbanização é mais intensa no terceiro mundo. Porem este crescimento processa-se quando
muitos dos centros têm uma incipiente industrialização.

Este fenómeno de expansão urbana pressupõe uma grande redistribuição da população que
tende a concentração.

262

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