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População, de forma geral é um conjunto de indivíduos da uma mesma espécie que vivem
num determinado espaço territorial, realizando livremente as suas actividades biológicas
(Conceito na Biogeografia).
População humana é o grupo de pessoas que vivem num determinado território, em que
partilham opiniões semelhantes ou diferentes.
Elaborado pelo Dr Jorge Martino e estudantes de 3º Ano Geografia U.P Nampula 2006. 1
Entretanto entender a distribuição geográfica da população, seja a nível mundial ou a nível
regional implica a análise e o conhecimento de diversos factores que interferem a tal
distribuição.
2. RELEVO
Cerca de 90% da população mundial encontra-se concentrada em altitude inferior a 400
metros. À medida que aumenta a altitude no relevo a tendência da população é de diminuir,
porque as altas altitudes, a temperatura e a pressão atmosf’erica diminui e no organismo
humano diminui a capacidade física do homem.
Acima dos 500 metros de altitude a vida torna-se impossível, porque nesta regiões dificulta
a implantação de actividades sócio-económicas como a agricultura, indústria construção de
vias de comunicação etc.
Assim, os vales, as plnícies e planaltos são regiões de relevo atrativo ao povoamento
humano, albergaando cerca de 80% da população mundial e só 20% dos homens é que vivem a
mais de 500 metros de altitude.
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3. VEGETAÇÃO
As florestas fechadas constituem geralmente um maior repulsivo a fixação humana devido
a fraca possibilidade de movimentação e prática de actividade human. Assim, as
4. HIDROGRAFIA
A existência de rios, lagos, mar ou oceano constitui um factor importante e atraente a fixação
humana, na medida em que o homem aproveita-se dos recursos de água, dos solos f’érteis ao
longo das margens dos rios não só mas também permite a fácil comunicação. É desta maneira
que a população se fixa ao longo das bacia hidrgráficas e nos desérto com escassés de recursos
hídricos a população encontra-se junto aos oásis.
6. A RIQUEZA DO SUBSOLO
A existência de recursos minerais, energéticos, ou seja recursos de grande valor económico
numa dada região leva a concentração populacional. Mesmo em locais com condições
ambientais hóstis, o homem cria condções tecnológicas para fixar-se e explorar os recursos aí
existentes.
Ex: povoamento do desérto quente de áfrica e Ásia para a exploração do petróleo, gás
natural e outros minérios; ocupação do deserto frio da Sibéria e do Alasca para explorar o
petróleo.
FACTORES SÓCIO-ECONÓMICOS
1. AGRICULTURA
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O desenvolvimento agrícola de uma região constitui um factor trativo para a fixação
populacional, pois as pessoas fixam-se para usar e beneficiar-se das condições ai existentes.
Para isso, é necessário que haja solos férteis e favoráveis a prática da agricultura não só mais
também o uso de técnicas agrícolas, boa rede de comercialização. todas as condições dessa
região serão determinadas pela existência de cursos de água constituindo assim o elemento
mais importante que poderá condicionar a fertilidade dos solos e consequentemente maior
produtividade.
É dado como exemplo a concetração da população ao longo das margens do rio Nilo,
Gange, Indo, Amarelo etc. e nas regiões costeiras dos solos aluvionares.
2. INDÚSTRIA
A revolução Industrial originou uma profunda transformação dos modos de vida.
Geralmente a fixação de uma indústria numa região atrai a fixação de outras actividades
complementares e de mão-de-obra necessária para o trabalho, Assim, o trabalhador e sua
família vai potenciar o crescimento populacional da região. Exemplo: região de ruhr, nordeste
dos EUA,Joanesburgo e outras regiões do mundo.
3.VIAS DE COMUNICAÇÃO
A faciiidade de contacto ou seja a comunicação, sempre atraiu o homem a fixar-se
junto das vias de comunicação. Sendo assim, os grandes aglomerados populacionais se
localizam ao longo dos litorais, corredores rodoviários e ferroviários.
4. DESENVOLVIMENTO URBANO
Com a Revolução Industrial originou uma profunda transformação dos modos de vida.
Assiste-se um verdaeiro exôdo rural e o amontoamento das gentes nos centros urbanos, onde é
fácil encontrar emprego, serviços sociais como: a educação, a saúde e
segurança. Assim, as cidades atraem a concentração populacional como forma da procura dos
tais serviços.
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A s lutas entre povos provocam fugas de pessoas de um ponto para o outro, originando
povoamento de um lugar. Tal é o caso do povoamento do Israel como resultado do exôdo de
Judeus expulsos na Alemanha por Hitler.
Variáveis demográficas
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a) Taxa de natalidade e fecundidade
Actualmente, a taxa de natalidade nos PDS reduziram drasticamente bem como a taxa de
natalidade para 2 filhos, nos PVDS a taxa de natalidade supera a média e a de fecundidade
vária de 5-6.
1
Explosivo crescimento das taxas de natalidade nos PVDS, no período posterior a 2ª guerra mundial
(1945-1960).
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Tabela nº 13: Taxa de fecundidade no mundo
No mundo Taxa de fecundidade
África 5,1
Ásia 2,6
Europa 1,4
América latina 2,7
América do norte 1,9
Oceânia 2,4
Fonte: ONU, 2002
b) Taxa de mortalidade
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A taxa de mortalidade no período antes da revolução industrial observa ligeira redução mas
continuando sempre altas como consequência de uso de novas técnicas na agricultura,
melhoria nas condições alimentares.
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Fonte: ub.es (geocites), 1994
As grandes mudanças ocorridas como resultado desta revolução regista-se primeiro nos PDS
onde teve origem mais tarde nos PVDS, nota-se uma diferença entre os países, na variação da
taxa de mortalidade, bem como na taxa de mortalidade infantil, até o ano de 2000, segundo o
mapa 8.
Actualmente, o continente africano continua a ter valores mais elevados da taxa de mortalidade
infantil do globo superiores a 100%º devido aos flagelos demográficos. A deficiente
alimentação, a falta de higiene pessoal, as inúmeras doenças, falta de ajuda médico – sanitária,
habitações precárias e conflitos armados explicam as elevadas taxas de mortalidade (mapa nº).
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Variação da taxa de mortalidade infantil, a nível mundial.
Taxa de mortalidade infantil em %
Anos
1975-1980 1985-1990 1995-2000 2005-2010
Mundo 87 69 57 46
África 120 99 87 73
América latina 69 48 36 28
América do norte 14 10 7 6
Ásia 94 72 57 44
Europa 22 15 12 10
Oceânia 35 28 24 20
Fonte: Adaptado pela autora, 2006.
Contudo, o continente africano é o que se regista maior aumento da população mas, com mais
de 500.000 mulheres morrem por ano durante a gravidez ou parto e destas 99% ocorrem nos
PVDS. Para além dos 6,3 milhões de crianças que morrem de fome e mais de 13 milhões que
morrem antes de atingirem os 5 anos, por causa de doenças diarreicas, malária e outras.
Moçambique regista uma redução da taxa de mortalidade mas, não consegue superar a taxa de
mortalidade infantil visto que a maioria da população é rural e não tem acesso aos centros de
saúde.
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Taxa de crescimento natural no mundo (1980)
Mas, antes da revolução regista-se um crescimento natural lento condicionado pelas altas taxas
de natalidade e mortalidade.
Com o desenvolvimento da actividade agrícola pouco antes da revolução há um ligeiro
decréscimo da taxa de mortalidade que resultou na explosão demográfica.
A revolução industrial impulsionou o crescimento natural pela redução da taxa de mortalidade
e a manutenção de alta taxa de natalidade, a nível mundial (PDS e PVDS), mostra o gráfico.
A situação do mundo até ano 2000 indicava que a taxa de crescimento natural decresce nos
PDS, onde as taxas de natalidade e mortalidade são quase nulas e os PVDS regista-se o
aumento da taxa de crescimento natural, como mostra a tabela.
Taxa de crescimento anual da população em alguns países.
Taxa de mortalidade infantil em %
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Anos
1975-1980 1985-1990 1995-2000 2005-2010
Mundo 87 69 57 46
África 120 99 87 73
América latina 69 48 36 28
América do norte 14 10 7 6
Ásia 94 72 57 44
Europa 22 15 12 10
Oceânia 35 28 24 20
d) Migrações
A mobilidade dos homens foi sempre considerada uma característica de todos os tempos.
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As migrações são fundamentalmente movimentos horizontais tendentes a um equilíbrio
demográfico à superfície do globo. A relação das migrações e os movimentos verticais
(crescimento natural) condicionado pela natalidade e mortalidade aumentam o
desequilíbrio demográfico regional.
Os fluxos migratórios são uma variável que influencia na variação demográfica de uma região.
Estes provocam a diminuição da população nos países de saída e o aumento nos de chegada
alterando completamente a estrutura etária da população influenciando na variação das taxas
de natalidade e mortalidade.
Fonte: DIOGO e
ALEXANDRE
(1990:36-37)
Formas de
migração
Quanto a área
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inexistência de mão-de-obra rural e a eficiente ligação do campo à cidade,
devido a modernização dos transportes.
- Nacionais e internacionais, quando os movimentos se efectuam de um
país para o outro.
- Destaca-se as migrações intra continentais, quando as deslocações se
realizam no interior do continente.
Migrações intercontinentais, as que se realizam de um continente para o outro
(transoceânicas).
Quanto a intencionalidade
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Causas das migrações
Na maioria das vezes a causa fundamental dos migrações são de natureza económica, resulta
do desequilibro entre os países de partida e os de chegada, a procura de melhorias de
condições do nível de vida, melhor assistência social e mais eficaz.
Os conflitos violentos/guerras verificada um pouco por todo o mundo tem sido também um
factor importante que condiciona o deslocamento da população, bem como os refugiados de
guerras.
A situação de Moçambique, que tem recebido muitos povos da região centro de África, é uma
referência.
- Etnias, as diferentes etnias lutam pela sua supremacia colocando em perigo as suas
vidas. As disputas territoriais também constitui motivado para o abandono da
população das suas terras, bem como a necessidade de inter -relação entre culturas
conduz a migração
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As enormes riquezas de África e América latina fez com os portugueses e espanhóis
invadissem estes continentes iniciando nova era no desenvolvimento da população. Os
contingentes de alemãs, ingleses, italianos, franceses, irlandeses, suecos, dinamarqueses que se
fixaram no continente africano e americano, após a conferência de Berlim incentivaram a
expansão demográfica dos países do 3º mundo.
A partir do séc. XX as migrações partem dos PVDS para os PDS, onde a população está em
constante aumento para os de uma população com um crescimento lento, a procura melhores
condições de vida e também a nível mundial regista-se o êxodo rural.
Densidade demográfica
Continente Pop. Absoluta (milhões) Área (milhões de km²) (hab./km²)
Ásia 3.114 44 70
América 800 42 19
Europa 656 10 65
África 587 30 19
Oceânia 28 9 3
Total 5.185 135 38 (média)
Fonte: 1990
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India 812 3287 247
Urss 286 22402 13
EUA 249 9363 26
Indonési 179 1913 93
a
Brasil 150 8512 17
Japão 123 372 330
Nigéria 109 923 118
Banglad 106 144 726
esh
Paquistã 108 802 134
o
Total 3.242 57.315 ____
Fonte: 1990
A evolução da População mundial ao longo do tempo deu-se a rítmos muito diferentes antes e
depois da revolução Industrial.
Durante este vasto período, o crescimento da população deu-se igualmente a ritmos muito
diferentes:
− As grandes expansões numér icas da população deram-se em consequência de revoluções
tecnológicas, que permitiram ao homem melhorar a sua intervenção no meio natural.
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Entre o período da sedentarização humana (neolítico) até à revolução Industrial (no século
XVIII, da época moderna), vigorou o REGIME DEMOGRÁFICO PRIMITIVO, que se
caracterizou por:
− Crescimento natural lento , as vezes negativo; Altas taxas de natalidade (34`a 45%); altas
taxas de mortalidade infantil (80 à 40%) ; Baixa esperança média de vida (30 à 40 anos).
As principais causas dessa situação demográfica no regime primitivo foram:
− Frequência de guerras, frequência de calamidades naturais como cheias, secas ciclones,
frequência de epidemias, incidência de fomes, ciclones , mãs condições sanitárias e
higiénicas.
Deste modo, a população experimentava ligeiro crescimento efectivo nas épocas de
abrandamento dos factores indicados a tendência geral era um equilíbrio demográfico
mundial.
No inicio da idade moderna, o crescimento populacional ganhou um certo impulso, como
mostra a tabela abaixo.
Anos Efectivos(Milhões)
1000 330
1500 450
1750 750
Neste período, distinguem-se duas etapas principais que são: A revolução demográfica e 3ª
explosão demográfica.
1ª ETAPA (quebra do regime demográfico primitivo).
Um pouco depois da revolução Agrícola e antes da revolução industrial, o regime demográfico
primitivo quebrou-se, em consequência de, melhoria na agricultura; na saúde; na higiene
publica e no saneamento do meio, redução de epidemias; crises de fome, guerras e
calamidades naturais; instituição de leis de trabalho ( redução do horário de trabalho e
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proibição de trabalho infantil), instituição da escolarização obrigatória, melhoria de nível de
vida.
Deste modo, a mortalidade decresceu bruscamente, mas a natalidade manteve os níveis
anteriores, o crescimento natural da população mundial acelerou e surge então a Revolução
Demográfica, como indica a tabela abaixo.
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A partir da roptura do regime demográfico primitivo, até aos nossos dias, a evolução
demográfica dos países industrializados do velho mundo (PD’s) da Europa Ocidental conheceu
5 fazes distintas.
Entre 1918 e 1940, nos PD’s houve uma estabilização demográfica com:
− Baixa Natalidade;
− Baixa mortalidade;
− Crescimento natural muito lente, as vezes negativo;
− Envelhecimento da população e
− Forte emigrção para Países do novo mundo.
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Ocorreu uma espetacular elevação das taxas de natalidade que ficou conhecida por BABY
BOOM, ou seja explosão de Bebés e criau uma súbita elevação do cerscimento natural. Mas
ao longo deste período a situação voltou a estabilizar-se por seguintes razões:
− Euforia do pós guerra;
− Realização de casamentos adiados devido a guerra;
− Realização de filhos desejados pelos casais mas adiados devido a guerra.
Esta situação encontra-se nos países desenvolvidos do velho mundo tais como: Inglaterra,
França, Alemanha, Luxemburgo, Áustria, Holanda, Dinamarca, Suécia, entre outros.
Além da Europa nos países desenvolvidos tais como: EUA, Canadá, Austrália, Japão, Nova
Zelândia, entre outros, o crescimento populacional deveu-se a fprte imigração o que causou
altas taxas de natalidade.
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No entanto, entre 1930 e 1945, houve um crescimento populacional lento, devido a redução da
natalidade e da imigração, como reflexo da crise económica de 1929 à 1933.
Nestes Países, o Baby Boom, registou-se só na década de 1960. Actualmente prevalece uma
estabilidade demográfica à caminho da estagnação.
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Consequências da situação Demográfica actual nos PVD’s
A explosão demográfica cria muitos problemas socio-economicos tais como:
Desemprego;
Sub emprego;
Fome crónica;
Carência de alimentos;
Conflitos violentos;
Baixas condições sanitárias e higiénicas; carência de habitação;
Deficiente acesso a educação.
Muitas crianças em idade escolar não têm acesso a escolarização devido as reduzidas vagas em
relação a demanda ou a pobreza dos pais.
No caso de famílias numerosas e de baixo rendimento típicas dos PVD’s onde o grosso da
população é juvem. As poucas escolas registam enchentes com turmas ensardinhadas e
carentes de professores e materiais didácticos, falta de infra- estruturas escolares porque as
poucas existentes têm falta de manutenção para satisfazer a população escolar. Assim, os
índices de analfabetismo crescem nos PVDs em alguns casos.
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A pesar do crescente progresso económico social e cultural que se assistiu ao longo deste
século, continua a manifestar-se à escala mundial, grandes contrastes nos níveis de confrnto de
vida e de bem-estar das populações.
Entretanto, o desenvolvimento de um país só existe quando os governantes se preocupam
com a qualidade de vida das suas populações.
As diferenças nos níveis de desenvolvimento e de qualidade de vida constituem
actualmente um dos principais problemas da nossa sociedade.
Mas o conceito de desenvolvimento não se limita apenas a estas condções. Nela estão
englobadas, noções tão importantes como a liberdade política, económica, ou social, o
respeito individual e as garantias dos direitos humanos fundamentais
Entretanto, há crescentes desigualidades nos níveis de desenvolvimento mundial, quer
dizer que, nem todos os povos (famílias) partilham do mesmo grau de desenvolvimento.
As familias, que compõe a populaçao, não usufruem da mesma forma os bens que a terra
apresenta.
Se alguns países já se encontram numa fase de grande prosperidade económica, existem
muito outros que ainda se situam num estádio de grande atraso económico, social e cultural.
Os bens materiais estão desigualmente repartidos e existem grandes contrastes entre os
países industrializados e os países em vias de desenvolvimento. Nos países desenvolvidos o
rendimento económico individual é elevado facilitando a aquisição de bens e serviços
diversos..
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Nos países o rendimento individual é baixo limitando-se o consumo de bens que possam
garantir a sobrevivência. A pobreza e a subalimentação são características que se dão do
subdesenvolvimento.
POPULAÇÃO vs ALIMENTAÇÃO
Para os países pobres, actualmente, mais de 1000 milhões de seres humanos vivem
numa pobreza absoluta. A falta de alimentação é o sintoma mais grave e o mais geral dos
países subdesenvolvidos, podendo dizer-se que quase todos, padecem de fome, embora ela
exista apenas, por vezes, em algumas regiões ou em alguns países sociais.
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POPULAÇÃO – ALIMENTAÇÃO
A DESORDEM ALIMENTAR
Aproximadamente 1/10 da humanidade, vivendo nos mais diversos locais, incluindo
países ricos, está a atravessar situações de carência alimentar.
Nos últimos anos, muitos países estiveram sujeito as condições climatéricas
francamente desfavoráveis á agricultura e muitos e extensas ‘areas sofreram efeitos de secas
prolongadas que fizeram baixar drasticamente a produão agrícola. Esteas problemas tiveram
consequências tanto mais graves quanto os países eram mais pobres, porque por não disporem
de estruturas apropriadas para o armazenamento, conservação e distribuição dos produtos,
viram reduzidas ainda mais as suas já magras possibilidades alimentares e por isso, vêm a
atravessar uma situação de mígua estraodinariamente preocupante.
As “ajudas alimentares de emergência” que lhes estão a ser dadas nem sempre
conseguem o efeito programado, porque muitos dos produtos alimentares deteram-se nos
armazens, ou beneficiam mais a população das cidades, ou encontram dificuldades no seu
consumo, quando não fazerem parte dos hábitos alimentares normais dos povos a que se
destinam. É sempre difícil mesmo em casos de penúria, substituir a mandioca, o inhame, a
bana, a batata-doce, pelo trigo, pela soja, etc.
Muitos dos países, que nas últimas décadas ascenderam a independência ficaram
sujeitos a profundas modificações emocionais e estruturas, que levaram a graves, crises
internas ou mesmo guerras, impossibilitando a necessária produção alimentar.
Por outro lado, a saída de t’ecnicos e de pessoal especializado fez baixar a produção
agrícola, nalguns casos, de forma drástica.
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Entretanto, nos últimos dias, têm-se criado vários meios para superar a fome no mundo
mas tudo parece insuficiente.
As pessoas sub alimentadas reduzem a sua actividade física e intelectual. Nos países
pobres é frequente verem-se pessoas agonizando de fome na via pública.
Nas escolas, os alunos têm dificuldades em concentrarem-se e é nítido o baixo
aproveitamento. A fome corresponde à escassez de alimentos provocada principalmente
por alguma deficiência no processo de produção alimentar e que leva à má nutricão à
inanição.
Entende-se por subalimentação a ingestão de uma racção de calorias tão baixa que
venha a provocar, a longo prazo, uma diminuição patológica do peso corporal e da capacidade
física e de trabalho.
A subnutrição é uma deficiência da qualidade nutritiva da ração alimentar, na qual se
verifica quotidianamente a ausência de um ou mais elementos essenciais. Na maior parte dos
casos as populações dos países em vias de desenvolvimento sofrem de subnutrição e
subalimentação por insuficiências alimentares graves e prolongadas.
Meio ambiente é formado pelos elementos produzidos pela própria natureza, a chamada
primeira natureza ( solos, vegetação, rios, relevos, clima, etc.) e pelos elementos
produzidos pelo Homem ou seja, a segunda natureza habitações, fábricas, campos
cultivados, etc.) Coelho, 1992, 273
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Como sabemos, de todos os seres vivos que além de fazerem parte do meio ambiente
natural, participa também de um outro ambiente especial e diferenciado: o ambiente
cultural ou artificial, que é produto da interferência, da criatividade desenvolvimento
cultural e tecnológico do Homem.
A partir da década de 70 que a consciência a percepção das reais consequências da energia
nuclear, dos grandes desmontamentos, da queima de combustíveis começou a preocupar a
opinião pública, quando os governos se reuniram em 1972, em Estocolmo sob patrocínio
da ONU.
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Segundo Thomas Robert Mathius (1798), a população cresce em progressão geométrica
enquanto a produção cresce em progressão aritmética, levando a proliferação da fome,
epidemias, guerras e conflitos sociais (Coelho,19)
Elaborado pelo Dr Jorge Martino e estudantes de 3º Ano Geografia U.P Nampula 2006. 29
sanitárias, médicos –hospitalares e alimentares e no combate as epidemias, reduzindo de
forma gradativa a mortalidade. Entretanto, durante quase todo o século XIX, a natalidade
permaneceu elevada, o que explica o grande crescimento populacional da Europa nesse
período.
Nesse contexto, importa referir que, para a satisfação das necessidades básicas, o homem
relaciona-se com a natureza, ou melhor, com o meio ambiente circundante para dele tirar
Recursos Naturais, indispensáveis para a sua sobrevivência.
Esta pirâmide caracteriza-se por uma maior proporção de jovens relactivamente superior a
30% da população total. Tem a base larga e estreita no topo, inferior a 10% da população
idosa.
Trata-se de uma população no auge do crescimento mais ou menos rápido, com taxa de
natalidade alta e taxas de mortalidade e esperança média de vida baixa inferior a 40 anos. É
uma pirâmide característica dos PVDS.
O continente africano é o que apresenta a população mais jovem com cerca de 45% da
população com menos de 15 anos.
A maior proporção de jovens significa maior encargo ao estado com a educação, saúde,
elevada taxa de analfabetismo, maior número de mão-de-obra infantil (pirâmides).
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b) Pirâmide de população adulta ou
construtiva
A pirâmide da população idosa tem a maior percentagem de idosos com +65 anos, superior a
10% apresenta uma base relativamente estreita e o topo largo.
É característico dos países velhos industrializados com baixas taxas de natalidade e
mortalidade e um crescimento natural baixo, o que indica encargo ao estado com as reformas,
pensões, lares da 3ª idade, merecendo mais cuidados. Há redução da mão-de-obra activa
consequentemente diminuição dos rendimentos económicos (pirâmides nºs 18-19).
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Estruturas etárias de EUA, França, Portugal.
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França 59.2 0.6 0.4
Etiópia 62.9 2.5 2.8
Fonte: O.N.U/ UNICEF, 2002.
1. O RELACIONAMENTO HOMEM-NATUREZA
A natureza é formada pelo conjunto dos recursos naturais que constituem a base material da
existência do Homem.
A forma de relacionamento do homem com a natureza depende de vários factores, tais como
modo de produção, estágio socio-económico e tecnológico, etc.,. Nas antigas sociedades
comunitárias, por exemplo, a dependência do homem com relação a natureza era total.
Com o advento do capitalismo industrial, a exploração dos recursos naturais sofreu profundas
alterações em relação os seus objectivos, volume e necessidade. Está completamente
demonstrado que a descontrolada e desmetida industrialização contribui dia-a-dia, para uma
cada vez mais poluição da Biosfera. E como consequência desastrosa, verificamos que tudo
aquilo que a humanidade tem levado décadas a conseguir, e a natureza, muitos milénios a
desenvolver, está a ser destruído e empobrecido num espaço de tempo de poucos anos. Por
outras palavras, uma exploração excessiva e irracional dos recursos naturais pode acarretar o
precoce esgotamento dos recursos não-renováveis e até mesmo comprometer a renovação de
outros (solo, vegetação, fauna, etc.).
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Com o desenvolvimento da agricultura e a domesticação dos animais, começa uma nova fase:
a acção do homem sobre a naturezas cada vez maior –destrói florestas , afecta o ar, a agua, o
solo e outros seres vivos animais.
E a partir do século. XVIII, com a revolução industrial, que tem lugar grandes modificações
ambientais; a paisagem resultante e cada vez menos natural; contaminação do ambiente –
muitas fábricas, chaminés fumigar bairros habitacionais de vea qualidade, poucos espaços
verdes, desflorestamento, etc.
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UNIDADES 2: AGRICULTURA
Ao falarmos das primeiras paisagens humanas não deixamos de lado a actividade económica
que mais se evidenciou, a agricultura, pela sua importância na vida do homem.
De acordo com Leite(1989:8) ate 1983, 61% da população mundial vivia em meio rural, o que
quer dizer as suas actividades principais eram do sector primário.
É certo, que durante muito tempo o homem sobreviveu da colheita de produtos da terra através
da actividade agrícola. Então, o que é agricultura.
2. A agricultura pode ser definida como uma domesticação de plantas e dos animais teias
ao homem (Piere George Asud LEITE,1989: 8).
3. Agricultura é a artificializacao pelo homem do meio natural com o fim de o tornar mais
apto ao desenvolvimento de espécies vegetais e animais, elas próprias melhoradas
(Rene Dumont, Ibid.).
4. Agricultura é o conjunto dos processos através dos quais o homem conseguiu obter da
terra pelo plantio de certos e determinados produtos vegetais que interessam
particularmente a sua vida (Jossue de Castro, apud LEITE 1989, 8)
Se analisarmos cuidadosamente os conceitos concluímos que:
A actividade agrícola e uma acção consciente surgiu com o intuito de satisfazer a necessidade
do homem como é o caso de alimentação, fornecer ao homem o vestuário por meio de
transformação de produtos.
Elaborado pelo Dr Jorge Martino e estudantes de 3º Ano Geografia U.P Nampula 2006. 35
2.1.2 GRANDES ETAPAS DO DESENVOLVIMENTO DA AGRICULTURA
As plantas e os animais, cruciais para a vida do homem interessa a geografia não só pela sua
utilidade mas também como indicadores de conexões, migrações do passado e das inter
relações entre os meios e os grupos humanos (Erich Isac, Apud Leite 1989, 8).
Este facto demonstra que o homem na sua constante pratica, observou e provou de que
algumas espécies vegetais como animais eram vantajosas relativamente as outras.
Essas vantagens, obrigaram-no a seleccionar as mais interessantes para a sua manutenção de
geração a geração ate actualidade.
Mas, a questão é: quando teria iniciado esta actividade? Qual e o local que constitui o berço
da agricultura? “
(...) inicio da partida para agricultura ,tem de coincidir com a passagem do nomadismo a
vida fixa (...)”
É sabido de que homem do paleolítico não passava de um nómada colector, o alimento por ele
consumido estava ao critério da natureza que espontaneamente o oferecia.
Quer dizer, o cultivo de plantas e a domesticação de animais era totalmente desconhecida.
Muitos autores consideram que a agricultura surge por necessidade, pelo facto do homem se
sentir obrigado a encontrar alternativas para a sua permanência na natureza dado que as
condições do meio ambiente teria alterado e a comida fosse escasseando.
Historicamente, o homem abandona o estagio de (recolector e caçador), passando ao estagio
mas avançado o de (pastor e agricultor) entre os anos 10000 a 7000 ac, em diferentes lugares
da Superfície da Terra.. Este acontecimento ocorre no neolítico.
O aparecimento da agricultura (a sedentarizaçao), produziu consequências imediatas na vida
do homem.
Elaborado pelo Dr Jorge Martino e estudantes de 3º Ano Geografia U.P Nampula 2006. 36
2.2.1 A AGRICULTURA NO NEOLÍTICO
Como se referiu a linhas atrás, o homem do paleolítico viveu essencialmente da pesca, da caça
e da recolecção de frutos e planta “características da vida nómada” deslocando-se segundo as
estacões, mediante a escassez ou ainda abundância de produtos naturais para o seu alimento.
Graças a revolução neolítica o ser humano abandona a dependência “total da natureza”
tornando-se um verdadeiro explorador da natureza a partir da actividade agrícola e dela,
produziu bens para assegurar a sua alimentação e outras necessidades vitais.
Técnicas utilizadas
O tipo de agricultura praticada naquelas sociedades bem como as suas técnicas eram sem
duvida muito rudimentar . COSTA et all, refere que:
Enterrava-se no solo, com ajuda de um pau, raízes frescas ou sementes de
plantas comestíveis . Deitava se abaixo florestas com machado ou por meio de
fogo(...) nos pradarias utilizava se a foice para ceifar o pasto para o gado e
abandonavam a terra quando esgotavam.
O machado de pedra passa a ser de cobre na idade dos metais tal como o arado
que vai permitir lavrar terrenos mais duros.
Produtos Domesticados
O homem do neolítico cultivava os produtos abaixo:
Cereais: o trigo, cevada, o milho miúdo - na Ásia, Africa e Europa.
A domesticação de animais: o cão, o gado ovino, bovino e caprino fez-se simultaneamente
em numerosas regiões.
O primeiro animal a ser domesticado foi o cão, alguns autores consideram que o cão foi
domesticado para ajudar a guardar o rebanho e actividades de caça.
Instrumentos utilizados
o A foice e o moinho foram aperfeiçoados e transformados. A invenção da roda foi a
maior invenção do neolítico.
o As realizações tecnológicas do homem neolítico, a domesticação das primeiras plantas
e dos primeiros animais, as técnicas da olaria e da tecelagem permitiram no homem a
divisão dos trabalhos e o inicio da humanização.
Elaborado pelo Dr Jorge Martino e estudantes de 3º Ano Geografia U.P Nampula 2006. 37
2.2.2 AGRICULTURA NO MUNDO ANTIGO
Quando falamos da agricultura do mundo antigo referimo-nos a do crescente fértil, que e faixa
da terra em forma de quarto da lua, região que abrange o actual Egipto, A Palestina a Fenícia,
a Síria, o Chipre a Mesopotâmia, indo desembocar ao Golfo Pérsico como nome, indica, foi
uma região muito fértil devido as terras aluvionores
depositadas pelos rios que ai atravessam. Nestes vales, desenvolveu-se uma agricultura
irrigada.
Produtos cultivados: arroz, cevada, eram também cultivados, o centeio, o algodão, a cana-
de-açúcar, o coco, plantas aromáticos e legumes.
Técnicas utilizadas: irrigação de campos por meio construção de poços, aquedutos sistemas
de canais ligados aos rios ou lagos, diques e barragens, reservatório e terraços para a
acumulação de agua e impedir que húmus fosse arrastado.
No extremo oriente nas margens do rio Ganges e do rio Amarelo, agricultura era um bem
desenvolvido.
Na Índia a agricultura em principio era uma actividade secundaria em relação criação do gado.
No Egipto desenvolveu-se agricultura irrigada através dos canais de distribuição da agua
retirada do Nilo, cultivava-se o centeio, o trigo, a cevada e o para alem de frutos como melão.
Na pecuária, criava-se animais como: cães, bois, burros, porcos, camelos e aves.
2.2.4 Na Grécia, 79% da região era ocupada pela montanha, dividiu as terras aráveis em
pequenos compartimentos isolados.
Os bons solos, localizavam-se em estreitas planícies a fluviais costeiras onde era desenvolvida
a agricultura de regadio.
Na tentativa de aumentar áreas de cultivo, os Gregos produzem nas encostas das montanhas
usando as técnicas de socalcos.
Devido a secura do clima associado com a pobreza do solo, os Gregos desenvolveram também
uma agricultura de sequeiro e extensiva, com afolhamento e período de pousio.
Elaborado pelo Dr Jorge Martino e estudantes de 3º Ano Geografia U.P Nampula 2006. 38
O sistema de afolhamento trienal compreendia: um ano semeava-se cereais, no seguinte raízes
e tubérculos e no terceiro ano como pousio para pasto de animais.
Instrumentos usados: charrua de madeira e mais tarde rodas de arado de ferro.
Produto cultivado: cevada, trigo, a oliveira e a vinha.
Devido a insuficiência os solos aráveis, os Gregos desenvolveram outras actividades como a
cerâmica, a olaria, produção de vinho e azeite os quais trocavam com os seus vizinhos e deles
recebiam os alimentos.
2.2.5 Na Roma
Muitos historiadores relatam que a invasão dos bárbaros ao império romano do ocidente em
476 d.C. gerou uma certa desorganização na Europa e a consecutiva crise ao progresso
cientifico. A economia que conhecia um certo desenvolvimento retrocedeu devido:
o As invasões germânicas acentuaram a ruína da economia romana;
o Contribuíram para a perturbações na circulação de produtos na Europa, tornando
inseguras as rotas comerciais;
o Má qualidade das estradas foram também uma grande inconveniência para o
desenvolvimento da actividade agrícola.
Com tudo, distinguem-se duas fases da agricultura medieval:
2.2.6 A primeira fase
Elaborado pelo Dr Jorge Martino e estudantes de 3º Ano Geografia U.P Nampula 2006. 39
A primeira fase (idade feudal), corresponde ate a primeira metade da idade media,
sensivelmente ate aos séculos IX a X, o comercio conhece um progressivo declínio em toda
Europa.
A agricultura era de subsistência como também a economia. A decadência das actividades
artesanais e das cidades conferia maior importância a agricultura num ambiente de fraca
produtividade, escassas trocas e isolamento de cada grupo sobre si próprio – características de
uma economia rural fechada.
A terra era uma propriedade da minoria nobre (os senhorios, mosteiros ou ao rei). Os
camponeses que ocupavam as terras e as cultivavam não eram os proprietários das mesmas e
faziam esta ocupação mediante um produto em género ou por vezes em dinheiro.
Técnicas e instrumentos utilizados: Praticava-se um afolhamento bienal em que uma porção
do terreno era deixada em pousio e a outra cultivada, para o ano seguinte se proceder a
rotação.
Os instrumentos era extremamente rudimentares. Usava-se a enxada, o arado de madeira e a
foice.
Plantas cultivadas: Destacava-se o trigo, centeio, ervilha, feijão, cevada, veia, para alem de
legumes como o alho, beterraba e o repolho.
Elaborado pelo Dr Jorge Martino e estudantes de 3º Ano Geografia U.P Nampula 2006. 40
fig. 1. As colhedoras, de Millet
Em meados do século XV, a Europa entra em contacto directo e por mar com o mundo
essencialmente com o mundo tropical húmido. Foram estabelecidas assim, rotas e redes
mundiais de relações marítimas inter-continentais.
Estes contactos internacionais, geraram modificações profundas no campo das actividades
agrícolas, pelo resultado de cruzamento de plantas, expansão de culturas para áreas onde
anteriormente não existiam, selecção de plantas mais rentáveis entre outros aspectos, as
quais podem, ser chamadas por uma revolução biológica. Esta revolução resultou do
intercambio de plantas e animais de um local para como de regiões temperadas para as
tropicais e vice-versa.
Como por exemplo, a América rica em património de culturas agrícolas difundiu
rapidamente os seus produtos à varias regiões do mundo, destacando os seguintes
produtos: milho, feijão, abóbora, tomate, mandioca, tabaco entre outros.
Como consequência da revolução biológica, ocorreu no mundo uma revolução
demográfica.
Outra das mais rigorosas do desencadeamento de uma revolução biológica a escala
mundial causada pelas grandes descobertas foi sem duvida a facilidade com que as
plantações, animais e vegetais se efectuaram bem como as grandes mutações económicas e
sociais.
Elaborado pelo Dr Jorge Martino e estudantes de 3º Ano Geografia U.P Nampula 2006. 41
encontrava na agricultura, porque, da agricultura dependem todas actividades económicas e
alimentação.
A fisiocracia defendia a liberdade de produção, concorrência e maior investimento de
capital na agricultura e pecuária.
Esta teoria obrigou aos agricultores Europeus a especializarem-se nas técnicas de
produção, o que significo adopção de novas rotações acompanhadas pela eliminação do
pousio, produção em grandes quantidades de novos produtos como o milho, beterraba,
batata entre outros.
A introdução de novas culturas, adubos verdes, estrumes, abertura de canais associados a
novos instrumentos ou a melhoria dos instrumentos já conhecidos, constituíram um enorme
avanço técnico da agricultura a que se chamou por revolução agrícola, a qual permitiu a
segunda explosão demográfica.
As melhorias qualitativas juntaram-se ao aumento de os campos agrícolas e das sua
extensões, modificações nas estruturas agrárias, novos afolhamentos e consequentemente o
aparecimento do emparcelamento.
A revolução industrial foi uma condição necessária para dinamizar as actividades agrícolas a
medida em que a industria forneceu ao sector agrícola ferramentas de ferro e maquinas
agrícolas.
Partir da primeira década do século XIX, os campo do sector agrícola sofre grandes
modificações associadas ao uso sistemático de varias maquias agrícolas que iam substituindo
Elaborado pelo Dr Jorge Martino e estudantes de 3º Ano Geografia U.P Nampula 2006. 42
continuamente a força muscular humana e do animal, marcando deste modo um grande inicio
irreversível ao progresso dos sistemas agrários.
O ramo dos transportes que também se beneficiou dos inventos da revolução industrial
permitiu por um lado a facilitação de escoamento, comercialização e expansão das técnicas de
produção e dos produtos agrícola.
Muitas regiões se beneficiaram de profundas transformações agrícolas com abertura de novas
rotas de transportes.
São ainda os transportes que condicionaram massivas e rápidas modificações na distribuição
de culturas e métodos de produção agrárias.
Fig 3. O plantio em terraços é uma técnica muito empregada em áreas de relevo íngreme
Elaborado pelo Dr Jorge Martino e estudantes de 3º Ano Geografia U.P Nampula 2006. 43
2.3 AGRICULTURA COM A REVOLUÇÃO CIENTIFICA
Com o alvorecer do século XX, aliado a generalizada dos avanços científicos a agricultura
conhece outro dinamismo. Ainda, as exigências do mercado vão promover para que a
produção agrícola seja quantitativa.
A crescente e progressiva mecanização e a revolução do sector industrial condiciona e
modifica as estruturas sociais e os seus respectivos campos.
O tractor modernizado, exige o aumento na construção de parcelas agrícolas cada vez mais
maiores e com unidades de produção rentáveis.
Os campos sofrem uma pesada mecanização recheada de modificações e inovações de
técnicas e meios agrários.
.
Fig 4 a mecanização no mundo desenvolvido substitui a força muscular.
A ciência revolucionou o sector agrícola nos seguintes moldes:
o A actividade agrícola passa a ser uma actividade cientifica pela introdução dos
meios de produção adequados para cada espécie de cultura,
o A agricultura é ligada a experiências laboratoriais, que compreendem o estudo dos
vegetais,
o Associa-se ainda a genética (hereditariedade), selecção e hibridaçao de sementes
ou planta,
o A pedologia (estudo dos solos) e técnicas adequadas para produção,
o Associa-se ainda a biologia, climatologia e outras áreas do saber.
A coesão dos estudos científicos com outra aras, permitem um melhor um melhor aumento dos
rendimentos e da qualidade de produção nos domínios agrícolas.
Elaborado pelo Dr Jorge Martino e estudantes de 3º Ano Geografia U.P Nampula 2006. 44
A agricultura associada ao conhecimento cientifico e orientada para o mercado, desenvolveu-
se em muitas regiões do mundo.
Nos países em vias de desenvolvimento paralelamente a agricultura de subsistência apareceu a
agricultura de plantação moderna e virada para o mercado.
Elaborado pelo Dr Jorge Martino e estudantes de 3º Ano Geografia U.P Nampula 2006. 45
Enquanto nos países em desenvolvimento se opera a agricultura de subsistência, nos países
desenvolvidos a agricultura apoia-se cada vez mais na investigação cientifica e na industria.
Estas áreas fazem com que a actividade agrícola aperfeiçoe técnicas e métodos de produção
agrícola que não dependam das condições fisico-naturais com as seguintes características:
A agricultura é desenvolvida paralelamente as estacões agrárias com laboratórios de
investigação agrárias bem sofisticados os quais permitem criar e seleccionar espécies de
melhor qualidades de maior rentabilidade no mercado, investigação de espécies mais
resistentes a pragas, doenças, intempéries e adaptáveis a diversas condições do meio natural.
O cultivo de plantas é antecipado pelo estudo das características físicas e químicas do solo.
Há uso de fertilizante químicos e pesticidas para a eliminação de doenças e pragas de modo
racional permite uma produção rápida e qualitativa.
O alto grau de mecanização possibilita uma produtividade em grande escala e torna as
operações agrícolas muito facilitadas com menos desgaste da força humana.
Factores físicos
▪ O clima
▪ O solo
▪ O relevo
Elaborado pelo Dr Jorge Martino e estudantes de 3º Ano Geografia U.P Nampula 2006. 46
O solo - é o elemento fundamental para qualquer tipo de agricultura. Além de ser o
suporte das plantas, é ele que lhes fornece os nutrientes.
O solo provem da rocha-mãe, que lhes está subjacente e forma-se com a ajuda dos
organismos vivos e da atmosfera. É uma camada viva, dinâmica, móvel e de espessura
variável.
Como nem sempre essas características se coadunam inteiramente com as culturas que ai
se praticam, usa-se altera-las artificialmente. Fazem-se aplicações de estrumes ou adubos;
colagens, acidificações, métodos culturais como lavouras profundas, subsolagens, e alqueives,
drenagens ou secagens, irrigações, etc.
O solo desenvolve-se no contacto com a rocha por um lado, e por outro, com os
organismos vivos e a atmosfera. Procede duma dupla origem e representa uma camada viva,
móvel e de espessura variável. A parte superficial da rocha decompõe-se segundo processo
físico (fragmentação) e químico (dissolução); a rocha-mãe resolve-se, finalmente, em
elementos simples que entram na composição do solo. Esta fracção mineral comporta
elementos de tamanho variável.
O albedo é mais elevado nos solos claros e secos e menor nos solos escuros e molhados;
este fenómeno é importante na medida em que modifica, na vizinhança do solo, as condições
da atmosfera e restituição do calor, à noite, pode evitar a formação do gelo em plantas muito
baixas, como a vinha, que ocupam, assim, à ambiência geral da atmosfera.
Elaborado pelo Dr Jorge Martino e estudantes de 3º Ano Geografia U.P Nampula 2006. 47
As couraças das regiões tropicais são um enorme obstáculo à agricultura e, muitas vezes,
uma consequência desta.
- Solos pouco evoluídos, insaturados, são os solos das tundras, geralmente ácidas.
- Solos pouco evoluídos, saturados, com um horizonte a espesso são os solos formados
sob calcários duros, são solos carbonatos.
- Solos castanhos e cinzentos das estepes – são menos ricos que as anteriores em matéria
orgânica. No limite dos desertos encontram-se solos cinzentos subdeserticos.
O relevo deve ser considerado neste estudo sob 2 pontos de vista: por uma lado, como
factor de alteração climática, por outro como elementos sujeito a intensa erosão.
Elaborado pelo Dr Jorge Martino e estudantes de 3º Ano Geografia U.P Nampula 2006. 48
No segundo caso, agora vistas como elementos sujeitos a intensa erosão,
especialmente originada pelas águas das chuvas, as encostas exigem certas unidades.
Modificando localmente as condições do clima ele esta sujeito a uma erosão mais ou
menos intensa que degrada os solos e impõe aos trabalhos agrícolas, devido ao pendor e
irregularidade das encostas, uma perda de energia maior que num terreno plano.
A temperatura diminui, regra geral, o 0.6˚c por cada 100 m que se sobe. A partir de certa
altitude este limite varia com a latitude e as plantas não podem amadurecer, os planaltos das
regiões tropicais são mais favoráveis a agricultura que as terras baixas desde que a qualidade
de chuva e as temperaturas permitam uma variedade grande de plantas.
a) Condições climáticas
O clima – é a força dinâmica mais fundamental que afecta tudo quanto existe à
superfície terrestre através dos seus diversos elementos.
O clima condiciona o cultivo das plantas e a criação de animais, impondo limites que
têm a ver com o calor, o frio que assegura a humanidade, a duração das estações do ano, a
distribuição da trelipitação, o que leva a concluir que são esses elementos (temperatura e
precipitação), os factores mais significativos para a organização do espaço agrário.
Elaborado pelo Dr Jorge Martino e estudantes de 3º Ano Geografia U.P Nampula 2006. 49
A Temperatura - a vida vegetal é influenciada pela intensidade e pelas variações
técnicas cada planta possui um máximo e um mínimo de temperatura, a partir das quais não
poderão servir. Assim encontramos plantas de luz e plantas de sombra.
Um problema sério do crescimento das plantas em áreas secas advém da qualidade das
chuvas diminuir e à medida que esta diminuição se verifica, a sua variação de ano para ano
tende a aumentar originando assim uma sucessão de estação de ano extraordinariamente secas,
o que pode ser desastrosa para os agricultores.
A penúria das chuvas é, por vezes, corrigida com um contributo de água, esta correcção é
mais fácil nas regiões temperadas onde, por um lado, as securas são relativamente curtas e,
onde por outro lado, as reservas de água no solo são abundantes.
O problema é completamente diferente nas regiões áridas onde não há nenhum rio que
constitua uma reserva hídrica permanente.
Um outro meio de libertas das condições naturais uma planta e, sobretudo estender os
limites que lhe impõem as condições de temperatura, reside na criação, por hibridação, de
variedades novas:
A temperatura regula a vida das plantas e cada espécie, para o seu desenvolvimento
exige um mínimo de cada sem o qual não sobrevive, de igual modo, suporta um máximo, para
além do qual o seu ciclo vegetativo se tornara duvidas.
Mas para que o factor térmico funcione com o decisivo, é forçoso atender à quantidade
de humidade existente no solo.
Elaborado pelo Dr Jorge Martino e estudantes de 3º Ano Geografia U.P Nampula 2006. 50
As temperaturas poderão ser óptimos, mas se a quantidade de água no solo for mínimo,
nula, ou demasiado abundante, a vida da planta, de igual modo, estará comprometida.
Cada espécie tem o seu «habitat» e a cada região ou zona climática pertence um
determinados números de espécie que se adaptaria mal ou não sobreviveriam se fossem
transferidas para ambientes naturais diferentes.
Nas regiões tropicais, com uma erosão húmida e com outra seca, o ritmo é diferente e
só com irrigação artificial será possível a agricultura na época seca.
As terras do hemisfério sul são muito mais favoreci dadas em relação a temperatura que
as do hemisfério norte, isto deves, em parte, a estarem geralmente mais perto do equador que
nos continentes do hemisfério norte e a fraca continental idade do hemisfério sul. Também a
grande extensão oceânica modera o clima da relativa pequena
Elaborado pelo Dr Jorge Martino e estudantes de 3º Ano Geografia U.P Nampula 2006. 51
A Precipitação e Humidade - As precipitações concretamente a chuva, desempenham
um papel importante na distribuição especial das plantas, água constitui um elemento
indispensável da vida animal assim como vegetal. Daí que encontramos plantas hidrófitas que
precisam de muita humidade e plantas xerófitas (que precisam ou requerem pouca humidade).
Climas
- Chuvoso húmido
- Seco
- Equatorial - Semi-arido
- Altitude
1- Clima Quente - Tropical
- Desértico
- Continental
- Mediterrâneo
- Polar
- Desértico frio
Elaborado pelo Dr Jorge Martino e estudantes de 3º Ano Geografia U.P Nampula 2006. 52
b) Condições pedológicas
De acordo com a localização geográfica, exestem vários tipos de solo e de acordo com
a sua composição química, podem ou não permitir o desenvolvimento das plantas. Cada
espécie tem as suas exigências alimentares e por isso tipos diferentes originam flora também
diferenciada.
c) Condições topográficas
- No comportamento técnico
Com o aumento da altitude, a temperatura diminui duma forma geral, na ordem dos
0.6º /100m. A diminuição da temperatura com altitude vai ter, como consequência, um
escoamento das culturas com altitude e de acordo com altitude.
Elaborado pelo Dr Jorge Martino e estudantes de 3º Ano Geografia U.P Nampula 2006. 53
- Influência na quantidade de radiação solar recebida
As encoste das montanhas oferecem habitats muito diferentes consante se se trata das
vertentes
-
- Soalheiras ou Umbrias.
Exs: as encostes aos raios solares aquecem melhores condições para a cultura de
espécies, mais exigentes em luz e calor, enquanto que as encostes expostas à sombra, mais
frias e mais húmidas, com reduzido número de luz solar, apenas servem a florestação ou a
pastorícia.
Mega térmicas = aquelas que suportam temperaturas acima de 20ºc ao longo de todo o
ano é o caso das plantas tropicais;
Mesotermicas = exigem temperaturas variáveis entre 13 e 15ºc em todo o seu período
de vida.
Microtérmicas = aqueles que podem viver em ambientes muito frios, entre 0 e 5ºc.
Equistotérmicas = plantas que tem como ambientes temperaturas abaixo de 0ºc.
Hidrófilas = plantas que exigem muita água durante todo o seu período vegetativo
Elaborado pelo Dr Jorge Martino e estudantes de 3º Ano Geografia U.P Nampula 2006. 54
Mesófilas = plantas que exigem muita água e humidade durante a floração e
frutificação, embora vivam muito tempo em condições de secural o curso de plantas tropicais –
tropofilas.
Xerófilas = plantas que suportam a vida em ambientes muito secos ou desérticas.
Assim o espaço agrário será organizado de acordo com o clima dominanteno local, é o
caso da agricultura oásis que apresenta suas especificidades na ocupação de espaço, plantas a
cultivar e animais a criar.
Por ex: Na rosa de depressão a cultura característica nesta região e o cultivo de arroz
devido a presença de pântanos, lagos e lagoas.
Planícies
Planaltos
Nos vales são locais em que são usadas para a prática da agricultura; chove
frequentemente e devido ao elevado grau de declividade permite à ddrnagem das águas por
excesso.
Agricultura nas montanhas das regiões temperadas não se dedica se não a um numero
reduzido de plantas. Mas, o relevo, por outro lado, favorece a insolação nas vertentes bem
expostas ao sol.
Elaborado pelo Dr Jorge Martino e estudantes de 3º Ano Geografia U.P Nampula 2006. 55
O relvo torna os trabalhos agrícolas mais penosas e difíceis porque é preciso um
acréscimo da força de tracção.
O relevo, por outro lado, favorece a erosão e o desmoronamento dos solos, a valorização
das vertentes exige que se remedeie esta situação com a construção de socalcos sustentados
por murros de perda. Esta pratica, no entanto, adopta-se mal à agricultura mecanizada.
Elaborado pelo Dr Jorge Martino e estudantes de 3º Ano Geografia U.P Nampula 2006. 56
Tema: Factores Humanos da Actividade Agrícola
Conceitos
A produção agrícola e a organização do espaço agrário depende de vários factores que podem
ser agrupados em factores físico- naturais e factores Humanos.
Factores Humanos
O espaço rural foi colonizado e ordenado pelo homem em diferentes épocas e com técnicas de
utilização do solo muito diferentes- A
Paisagens agrárias são, assim o resultado de um esforço secular do homem no sentido de
utilizar a natureza. São paisagens muito diversas pois resultam da combinação, por vezes,
muitos complexa de vários factores.
Dizer que os factores físicos que controlam a produção agrícola numa grande parte das terras
emersas e restringem severamente a possível produção de uma grande parte da área, há que
juntar outras barreiras ao aumento da mesma produção. São barreiras institucionais que
abrangem factores técnicos sociológicos, demográficos e económicos.
As técnicas, o direito de uso e posse da terra, a densidade da população que explora um lado
espaço , o condicionamento dos mercados impuseram certas direcções ao espaço de
organização do agricultor.
Factores Técnico
Elaborado pelo Dr Jorge Martino e estudantes de 3º Ano Geografia U.P Nampula 2006. 57
espectacular nos rendimentos em regiões consideradas pobres como também em certos casos
quando o homem recondiciona o solo está também a constituir o ambiente para a sua
convenerencia perturbado os meros ambientais e outros seres vivos.
Devido as técnicas o homem já tinha conhecimento precisos da composição e necessidade do
solo, protecção das culturas contra as doenças.
Actualmente mais de 160 milhões de hectares das terras agrícolas do mundo recebem água de
irrigação.
Factor Sociológico
Elaborado pelo Dr Jorge Martino e estudantes de 3º Ano Geografia U.P Nampula 2006. 58
Quanto a coesão social, existe duas formas de organização de paisagens agrárias.
a) Paisagem Individualistas - são aquelas que não tem coesão das famílias residentes, o uso
de terra das iniciativas individuais.
b) Paisagens Comunitárias – tem paisagens uniformes continuas, ordenadas e regulares.
Quanto ao regime de posse da terra distinguem-se:
a) Paisagens de Sociedades Igualitárias – estas são coesão com morfologia geométrica dos
campos e distribuição equitativa do solo.
b) Paisagens de Sociedade Desigualitária, aqui coexiste a grande propriedade fundiária
privada e pequenas parcelas de campos de pequenos camponeses arrendatários.
Geralmente há escaramuças pela ocupação e uso do solo agrícola.
O peso económico e político desigual destas diferentes classes sociais é motor destas
transformações, por vezes brutais, gera conflitos.
As tensões sociais são um aspecto sociológico bastante importante visto que elas podem criar
situação de mal estar agrário sobretudo quando nas sociedades onde há apropriação privada e
desigual da terra existe uma oposição entre a classe que possui a terra sem a trabalhar e a
classe que trabalha a terra mas não a possui.
Nas sociedades onde coexistem vários tipos de propriedade e classes são geradas as tensões
sociais.
Ex: em países de economia atrasada este mal estar agrário traduzem o desequilíbrio entre o
povoamento rural e estruturais agrários e é agudo quando associam-se a fraca pressão
demográficas e aproperação colectiva da terra.
Enquanto que nos países de economia desenvolvida do tipo capitalista, o fenómeno de mal
estar agrícola deve-se a justaposição de duas agriculturas uma de tipo familiar e inferiorizada
em superfície e de técnicas rudimentares, a outra de tipo capitalista com superfícies extensas
de técnicas mais modernizadas de carácter competitivo; por sua vez o mal estar agrícola nos
países socialistas depende do predomínio da pequena exploração industrial.
Elaborado pelo Dr Jorge Martino e estudantes de 3º Ano Geografia U.P Nampula 2006. 59
Milho do Estado de Michoacán, no México. Crédito: Claudio Contreras o tipo de alimentação
como um dos factores que determina a produção agrícola
Factores demográficos
O aumento populacional pode fazer alargar a área cultivada como acontece actualmente nos
outros países como Holanda por exemplo, onde a recuperação da terra ao mar e a formação de
novos diques tornam actual o velho provérbio “ Deus fez o mundo e os Holandeses fazem a
Holanda”.
O aumento da população pode levar também a uma modificação do sistema cultural, pode-se
intensificar a produção que aumenta automaticamente o rendimento por unidade de superfície
e supressão de pousio.
Em suma, sempre que há má distribuição da população há também transformação da paisagem
rural
Elaborado pelo Dr Jorge Martino e estudantes de 3º Ano Geografia U.P Nampula 2006. 60
Factores Económicos
A agricultura é, assim orientada para os mercados e sensível a eles sob o ponto de vista
económico, podemos considerar dois tipos de agriculturas: a de mercado e a de socialista.
A agricultura de subsistência ou tradicional - é praticadas pela maior parte das sociedades
rurais de camponeses dos países subdesenvolvidos; o seu rendimento é só para consumo
próprio.
Pelo contrário, a agricultura de mercado cria novas paisagens agrárias. A produção agrícola é
orientada para mercado mais ou menos distantes que lhe dita as suas leis; a má separação de
área de produção e as áreas de consumo; esta desenvolveu-se com a Revolução Industrial.
A escolha das plantas a cultivar é influenciada pela procura urbana e pelos produtos que
permitem os melhores rendimentos.
Elaborado pelo Dr Jorge Martino e estudantes de 3º Ano Geografia U.P Nampula 2006. 61
Laranjal Avaré
Conceitos
Este tipo de agricultura, conhecido por “agricultura nómada”, mas também designado
“Shifting cultivation”, em alguns países de expressão inglesa, é a forma mais arcáica e
permitiva de exploração do solo pelo homem.
Elaborado pelo Dr Jorge Martino e estudantes de 3º Ano Geografia U.P Nampula 2006. 62
A agricultura itinerante sobre queimadas ostenta várias designações, isto de acordo com cada
grupo etno-linguístico que a pratica como é óbvio, por exemplo: na Koreia e Japão, designa-se
“Karen”, na Indonésia, Madagáscar e na America central, designa-se “Ladang”, “Tavy”, e
“Milpa” respectivamente.
A característica peculiar deste tipo de agricultura reside no facto de, o agricultor abandonar os
campos ora cultivados anualmente deslocando-se pela savana e pela floresta, isto significa que
esta agricultura pelo facto de ser pouco rentável que por vezes não consegue suprir as
necessidades de quem a pratica, as terras cultivadas são constantemente abandonadas para
outras ainda não cultivadas e não esgotadas.
O carácter pouco rentável desta agricultura intensifica-se pelo facto de esta ser altamente
condicionadas pelas estações do ano, razão pela qual, o processo de produção inicia numa
estação (seca) e numa área previamente delimitada (clareira), sendo que esta começa com o
derrube das árvores restando as de tronco mais grosso, obviamente de difícil corte, ou as que
tenham até aquele momento frutos comistíveis, dado a força que este tipo de trabalho exige,
este é exclusivamente reservado aos homens.
Este processo culmina com a distribuição das parcelas pelo chefe da comunidade, aos
agregados familiares após as primeiras chuvas. (Figueira e Tecedeiro, 2000:53).
Elaborado pelo Dr Jorge Martino e estudantes de 3º Ano Geografia U.P Nampula 2006. 63
E por último, as terras são cultivadas pelos homens com auxílio de um pequeno forte e
ponteagudo pau, cabendo a tarefa da cementeira as mulheres, a medida que os homens vão
abrindo as covas. Nestes campos cultiva-se:
- Milho, feijão, inhame, mandioca, amendoím, batata doce, etc.
Pierre George, citado por Figueira e Tecedeiro, afirma, a cultura que se faz após as queimadas
e que em cada lugar tem um nome particular (Ray entre os moios da Indonésia, ladang na
Indonésia, lougan na África e tavy em Madagáscar), cria apenas esboços frágies de paisagens
rurais temporárias, que mal se distinguem da floresta secundária, onde gravita esse
“nomadísmo cultural”.
A agricultura itinerante, não é adequada as grandes densidades humanas, devido ao uso das
técnicas rudimentares que não permitem a obtenção de alta produtividade, por conseguinte
falta de excedente, é um exemplo claro e práticode uma agricultura de subsistência ou
tradicional.
Daniel Faucher, citado por Figueira e Tecedeiro, afirma “o nomadísmo agricila supõe, sem
dúvidas, condições demográficas especiais e idênticas as que habitualmente se encontram nas
sociedades humanas pouco evoluidas de ponto de vista político e social”.
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Em redor da aldeia, frequentimente existe um anel de culturas permanentes que se beneficiam
dos dejectos humanos e do estrúme do gado miúdo, e imediatamente segue-se uma outra área
mais ou menos extensa onde se pratica o pousio.
Em suma, é algo comum entre vários técnicos experimentados nesta matéria afirmar que este
sistema agrícola, firma-se fundamentalmente nas condições técnicas e sociais dos povos
primitivos que a praticam e habitam, enquanto perduraram como populações rarefeitas.
(Figueira e Tecedeiro, 2000:54).
Este tipo de agricultura embora tradicional, difere-se dos outros tipos na medida em que neste
último, as condições climaticas da região (verões quentes e superúmidos), a existência de uma
estação seca que permite o amadurecimento do cereal (arroz), a grande fertilidade dos solos
em geral, e particularimente nas grandes planícies aluviais onde é o foco desta actividade, e a
disponibilidade de águas em quantidades enormes, conferem um carácter exclusivo a este tipo
de agricultura, na medida em que esta consegue alimentar grandes contigentes humanos de que
a Ásia é característico particularmente nesta região, e com um excedente que visa abastecer o
mercado,contrariamente a agricultura itinerante em que a produção destina-se a alimentação do
grupo social que a pratica (ATUNES,1995:110,e FIGUEIRA e TECEDEIRO,2000:53).
Fig: 2
Elaborado pelo Dr Jorge Martino e estudantes de 3º Ano Geografia U.P Nampula 2006. 65
De acordo com MARCOS, este tipo de agricultura é uma variedade dos pricipais tipos de
agricultura tradicional,embora utilize técnicas mais ou menos “aprimoradas”cuidadas ou
perfeitas,como a irrigação e adubação (excrementos de animais e do próprio homem), cuidados
bastantes especias em relação as culturas e ao solo, e boa produtividade por hectare.assim, a
predominância da cultura do arroz neste tipo de agricultura não justifica o carácter de
monocultura,uma vez que a esta cultura principal juntam-se outros vegetais compatíveis a esta
cultura e as condições climatéricas da região.
“os campos são,em,de pequena extensão e separados entre si por diques.nas fases de
preparação da terra,da plantação e de crescimento do arroz,tem de estar
permanentimente coberto,ou pelo menos saturados de água”(ANTUNES,1995:110).
Elaborado pelo Dr Jorge Martino e estudantes de 3º Ano Geografia U.P Nampula 2006. 66
vegetais, suas variedades, distribuição das mesmas, bem como o volume da produção mas
também ditam as características as variedades e a qualidade dos solos de uma determinada
região do Mundo. O factor clima mostra – se tão importante principalmente para agricultura
tradicional ou arcáica, em algumas vezes na algumas vezes também designados agricultura de
subsistência, uma vez que este tipo depende essencialmente das condições físicos naturais,
visto que neste não ha aplicação de meios tecnológicos (tractores, adubos, fertilizantes,
pestecidas,e fungicidas), como acontece na agricultura de plantação (FIGUEIRA e
TECEDEIRO, 2000:53).
Na actualidade, muitos autores consideram que falar da agricultura tradicional é sem dúvidas
falar de enormes e variáveis subtipos desta, em que a sua designação varia de Pais para Pais
onde ela é praticada, por exemplo em África chama – se Chitemene, no Brasil chama – se
“sistema de roça” herdeira do sistema colonial, na América Central designa-se “Milpa” etc, é
um tipo de agricultura que ate certo ponto considera-se ultrapassada e altamente atrasada
quando comparado com a agricultura de plantação característico dos PD´s e de alguns PVD´s,
mas nestes últimos em menores proporções.
Elaborado pelo Dr Jorge Martino e estudantes de 3º Ano Geografia U.P Nampula 2006. 67
Contrariamente ao que se assiste na agricultura itinerante, nesta existem verdadeiras
sociedades de camponeses praticando uma agricultura de sequeiro em terrenos de culturas
definitivas.
O carácter intensivo deste tipo de agricultura, prêende-se com o facto de este possuir um maior
rendimento dos solos, isto devido a estrumação dos campos o que possibilita a rápida
renovação dos elementos nutritivos do solo esgotado pelas culturas.
Ora, como referí-me no início desta abordagem este tipo de agricultura é fundamentalmente
em nações com um fraco desenvolvimento tecnológico, em a África não é ecepção, vejamos
então
como este tipo de agricultura é praticado em algumas regiões de África principalmente a sul do
Sahara. (Figueira e Tecedeiro, 2000:54).
Elaborado pelo Dr Jorge Martino e estudantes de 3º Ano Geografia U.P Nampula 2006. 68
humanos e de animais. Nestes, as parcelas encontram-se separadas por uma faixa de ervas
selvagens.
Na segunda auréola, a área de cultivo divide-se em três folhas sendo que as separações
assemelham-se às da primeira auréola, naturalmente separadas por ervas selvagens.
Entretanto, a divisão da auréola em três folhas permite por um lado a diversificação das
culturas, mas por outro lado, permite a reposição dos elemntos nutritivos do solo uma vez que
a auréloa dividida uma parte produz milho miúdo a outra produz o amendoím com vista a
colocação no mercado, e finalmente a última parte em repouso, ou seja o pousio, isto
decorrente da pobreza dos solos que obriga a períodos de repouso mais ou menos longos entre
dois a quatro anos quando não se recorre ao adubo animal.
Como se pode deprêender nestas paisagens, a terra é propriedade da comunidade, sendo que os
trabalhos são feitos em conjunto e o chefe da aldeia, o responsável pela atribuição das parcelas
a cada família.
Pierre George apud por Figueira Tecedeiro, afirma que “o espaço agrícola (terroir) de cada
povoação divide-se em três auréolas. A primeira junto às casas, compreende aquilo que se
denomina por culturas caseiras (Pombad) benefecia-se de contínuos cuidados e recebe os
resíduos que constituem o húmus, nesta, cultiva-se ininterruptamente durante muito tempo sem
a
povoação mudar de local. A segunda auréola circular corresponde ao conjunto dos campos
cultivados em conformidade com as normas locais de rotação de culturas, é a que fornece as
colectas básicas e suplemtares de maior procura e comercializáveis e por último, a terceira é
cultivada quando a estação permite, assim, em anos de fracas pluviosidades ou em tempos em
Elaborado pelo Dr Jorge Martino e estudantes de 3º Ano Geografia U.P Nampula 2006. 69
que as quedas pluviométricas aparecem tardiamente esta desaparece frequentemente ocupando
terras baldias, e serve de pastoreiro quando há criação de gado integrada na agricultura local,
este último tipo de agricultura é raro em áfrica.
O povoamento neste tipo de paisagem é disperso, ou seja, cada família habita sozinha no
interior das suas terras, o sistema de culturas com uma rotação de culturas complexa e a
associação de inúmeras culturas de acordo com a estação húmida que chega a totalizar 8
meses, testemunham a prática de uma agricultura já com aplicação de certos conhecimentos, e
um pouco mais aprimorado quando comparado com os outros tipos de paisagem.
O milho é a cultura principal por constituir a base de alimentação destes povos, mas que se
associa a um tubérculo complementar que pode ser amendoím ou feijão, sendo em algumas
regiões no seio destas paisagens ocupadas unicamente por inhame ou batata doce, assim as
culturas que necessitam de um longo período para o amadurecimento tais como a mandioca e a
bananeira não entram no ciclo das rotações ocupando apenas os limtes dos campos.
Nos meses secos (Outubro a Março) o campo repousa, e em Fevereiro o camponês abre
“sulcos” profundos dispostos segundo encosta o que permite o escoamento das águas das
chuvas (Figueira e Tecedeiro, 2000:56).
Estes povos, pouco utilizam estrume sendo que preferem a criação do gado miúdo.
“No amanho da terra enterram-se as ervas que contribuem para denvolver ao solo a sua
fertilidade”. (Figueira e Tecedeiro, 2000:56).
Elaborado pelo Dr Jorge Martino e estudantes de 3º Ano Geografia U.P Nampula 2006. 70
Não poucas vezes, a presença dos grupos humanos traduz-se fundamentalmente numa
remodelação parcial ou total da paisagem, sendo que no nosso continete estes povos, são
exemplo vivo da modelação das paisagens, assim, a criação do gado está associada à
agricultura num território em que cada área é caracterizada em função do perfil topográfico e
que esta especifica-se cada vez mais após submeté-la a uma intensa organização, sendo que a
parte superior destas paisagens destina-se ao pastoreio e a parte inferior, em que o solo é
resultado da acumulação das partículas removidas das partes altas pelo processo de erosão,
constitue o sector apto para o cultivo e a parte do fundo dos vales destina-se à plantação de
palmeiras.
Em suma nestas paisagens habitadas principalmente por estes povos, cada solo é objecto duma
especial organização dos outros solos, também com as suas especificidades. (Pierri Lemoniere,
2000:57).
Muitas vezes, a própria população dos países em vias de desenvolvimento, em contacto com a
nova realidade que forma as plantações, alterou o seu tradicional sistema agrícola. Encontrou
como que formas de transição entre uma agricultura de subsistência e uma agricultura de
mercado. Conjuga uma policultura alimentar como a cultura de um ou dois produtos para a
exportação.
O esquema seguinte traduz essa transição:
Elaborado pelo Dr Jorge Martino e estudantes de 3º Ano Geografia U.P Nampula 2006. 71
1. OS SISTEMAS EXTENSIVOS E INTENSIVOS NA AGRICULTURA
MODERNA
ASPECTOS DIFERENCIAIS
A agricultura extensiva e agricultura intensiva são dois conceitos bastante difíceis de definir
pelo menos de maneira precisa. De qualquer modo há aspectos que são bem característicos de
cada um desses sistemas.
Do ponto de vista de ocupação do solo, a constatação fundamental na agricultura extensiva
é a da incompleta e descontínua ocupação das terras aráveis da exploração. Pratica-se por
isso onde grande a abundância de terras e as propriedades são de grande dimensão. Os
exemplos mais característicos são os das planícies cerealíferas dos EUA , Canada,
Argentina e Austrália. Pelo contrário, na agricultura intensiva todo o espaço é cultivado
integralmente e de modo contínuo. Domina na fachada oriental dos EUA, na Europa
Ocidental e em volta das grandes cidades dos países desenvolvidos;
No plano técnico, a agricultura extensiva não exige se não um mínimo de operações
culturais, embora nestas seja utilizada uma tecnologia altamente avançada, nomeadamente
uma intensa mecanização que explica a utilização de pouca mão-de-obra, muito rara e
muito cara nas regiões onde se pratica este sistema. O solo é cultivado em regime de
Elaborado pelo Dr Jorge Martino e estudantes de 3º Ano Geografia U.P Nampula 2006. 72
rotação em que o trigo altera com outros cereais ou com plantas forrageiras para
fertilização da terra ou para alimentação do gado. Outro tipo de rotação pode ocorrer, mas
o antigo pousio quase desapareceu sendo na maior parte dos casos, substituído por
pastagens artificiais.
A agricultura intensiva utiliza uma grande diversidade de operações culturais, muito
minuciosas e exigindo uma mão-de-obra mais abundante mesmo que mecanizadas. O solo é
ocupado mediante combinações culturais ( afolhamento e rotação sem pousio ) que formam
um conjunto complementar de tal modo que seja assegurada um média global de recursos em
cada ano. Trata-se, além disso, de um sistema de abundante emprego de fertilizantes e de
rigorosa selecção de sementes. A variedade de produtos cultivados é em regra, muito grande -
agricultura policultural - com vista ao fornecimento de uma grande gama de géneros
alimentares para abastecimento dos mercados especialmente das grandes cidades.
No plano económico , a agricultura extensiva caracterizava-se pelos baixos custos de
produção e, geralmente, pelos baixos rendimentos por unidade de superfície, pelo menos se se
tiver em conta as terras disponíveis das respectivas explorações, dado que as mesmas são
descontínuas e incompletamente utilizadas. Os baixos custos da produção são uma
consequência da maior simplicidade das operações culturais, do menor emprego de mão-de-
obra e aplicação de princípios das economias de escala.
Dado o alto grau de mecanização, o rendimento por trabalhador – produtividade – é muito
grande.
Em oposição, na agricultura intensiva os custos da produção são, em regra, elevados em
resultado de maiores investimentos que são uma consequência da maior quantidade de trabalho
e de maior diversidade de equipamento agrícola. Em contra partida, os rendimentos por
unidade de superfície cultivada são maiores que na agricultura extensiva, dando os maiores
cuidados postos nas operações culturais, e os produtos são também mais caros ( por serem de
natureza diferente), o que compensa as maiores despesas globais.
GLOSSÁRIO
Autóctone – Indígena
Arável – Cultivável
Beterraba – Raiz carnuda e grossa, da qual se extrai o açucar
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Criptogâmicas – A grande divisão das plantas que não dão flores
Catastrófica – Sinistro, calamitoso
Cereais – Fruto das searas
Detrimento – Prejuizo
Ensilagem – Meter em silo
Estufas – Viveiro para plantas
Floricultura – A arte de cultivar flores
Forrageira – Relativo a forragens
Hévea - árvore, originária do amazonas, cuja ceiva espessa dá a borracha
Hibridação – produção de plantas pu animais híbridos
Intempéries – Perturbação atmosférica
OIT – Organização Internacional do Trabalho
Pradarias – grande planície
Pousio – descanso temporâreo dado a uma terra cultivada
Tufão- ciclone
JAPÃO
O relevo acentuado de origem vulcânica, a diversidade climática e escassez de solos, são
os factores que determinam a agricultura japonesa. Até a segunda guerra mundial era uma
agricultura atrasada. Desde então devido a industrialização formou-se uma agricultura
mecanizada e cientifica embora seja dominante a cultura de arroz, sobretudo no sul onde
predomina o clima húmido.
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Nos arredores dos centros urbanos pratica-se uma agricultura de mercado.
ISRAEL
De um deserto nasceu um oásis graças a moderna tecnologia, salientando-se umas formas
de exploração da terra.
KIBBUTZ
Unidade colectiva funcionando como uma cooperativa, a terra pertence ao Estado. ( Fundo
nacional de Judeus ), casas, utensílios, vestuário são colectivos.
MOSHAN
É um regime cooperativo em que o proprietário é o Estado. A cooperativa encarrega-se de
tudo, é mais livre e independente.
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AGRICULTURA MODERNA
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O auto consumo não tem qualquer significado
Calculo económico Utilização do calculo económico compreende
a análise de resultados, a previsão e o
planeamento
Estrutura do custo da produção Estrutura complexa, incluindo gastos de
natureza salarial, tecnologia, comercial e
financeira
3. AGRICULTURA DE PLANTAÇÃO
É um sistema agrícola do mundo tropical cujo objectivo é produzir para os países
industrializados do mundo temperado, quer produtos para transformação industrial, quer
pela alimentação.
É a grande propriedade monocultora, com produção de géneros tropicais, voltada para a
exportação. Forma de exploração típica dos países subdesenvolvidos. Este sistema, foi
amplamente utilizado durante a colonização europeia.
Este tipo de agricultura foi introduzido pelos europeus nas suas colónias tropicais a partir
do século XVI período em que coincide com a decadência do feudalismo e início da
expansão comercial e colonial europeia. O sistema de plantação portanto opõe-se a
agricultura itinerante e de jardinagem que são sistemas nativos (autóctones).
A agricultura de plantação é definida pela organização internacional do trabalho (OIT)
como << uma exploração agrícola situada na região tropical ou subtropical, que emprega
normalmente trabalhadores assalariados e onde são cultivados principalmente produtos
com fins comerciais: chá, café, cana-de-açúcar banana, cacau, e ananás como produtos
alimentares e borracha, algodão, amendoim, palmeira, coco, tabaco sisal, e juta, como
produtos industriais >>.
É uma agricultura especulativa por excelência que assenta numa forte base técnica
cientifica e tecnológica, mas com mão-de-obra abundante procurando a máxima
rentabilidade. Actualmente tanto as suas características como a sua repartição geográfica
resultam de uma evolução de vários séculos, marcada pelos acontecimentos que tem vindo
a transformar o mundo tropical.
Elaborado pelo Dr Jorge Martino e estudantes de 3º Ano Geografia U.P Nampula 2006. 77
O sistema de plantação foi iniciado com a cana-de-açúcar no Brasil por escravos negros
levados do continente africano. Quando o mercado ficou saturado de açúcar e os terrenos
esgotados, implementaram-se novas culturas, como a do café, do algodão e cacau.
O desenvolvimento da industria fez surgir necessidades novas. Para as satisfazer, outras
novas culturas foram sendo introduzidas nas plantações como a hevea e as oleaginosas.
Com a melhoria do nível de vida europeu e desenvolvimento dos países da América do
norte, os frutos tropicais passaram a ter grande procura consequentemente surgem grandes
plantações de banana e ananás.
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É totalmente de mercado e comercial - só produzindo o máximo pelos mais baixos custos se
consegue competir no vasto mercado da concorrência colocando os produtos a mais baixo
preços;
É Cientifica e mecanizada – como a agricultura moderna serve-se da alta tecnologia dos
países industrializados que a financiam. As técnicas laboratoriais são completamente
utilizadas na selecção de sementes, no estudo dos solos e dos climas adequados a cada
cultura, no ensaio de insecticidas, no estudo de variedades resistentes e ainda no estudo de
doenças e seu combate.
Elaborado pelo Dr Jorge Martino e estudantes de 3º Ano Geografia U.P Nampula 2006. 79
- Divisão internacional do trabalho, através da qual é imposta aos países que a praticam a
função de fornecedores de alimentos e matérias-primas;
- Divisão interna da sociedade em duas classes distintas e antagónicas - Os grandes
capitalistas e proprietários de um lado ( os grandes beneficiários da plantação ) e do outro os
trabalhadores assalariados ou não;
- Excessiva concentração de terras em poucas mãos ( latifundiários ) e destruição das lavouras
de subsistência;
- Desenvolvimento da monocultura de exportação e consequente dependência do mercado
externo e instabilidade económica;
- Revoltas sociais;
- esgotamento de solos etc...;
VANTAGENS
o As relações comerciais entre uns países e outros são a causa principal de uma
abertura ao diálogo rompendo-se o isolamento económico com o exterior devido às
relações estabelecidas.
Elaborado pelo Dr Jorge Martino e estudantes de 3º Ano Geografia U.P Nampula 2006. 80
o Com a introdução de novas culturas e seu melhoramento, de novas técnicas
agrícolas, os produtores directa ou indirectamente recebem ensinamentos
modernos;
o As relações e contactos entre os povos subdesenvolvidos com outros povos de
maior cultura cientifica, de outras línguas, com outros modos de vida abrem
perspectivas ao seu desenvolvimento cultural;
o A entrada de divisas pela exportação, a entrada de maquinarias e de capitais devido
aos investimentos, contribui para um melhor equilíbrio da sua balança comercial;
o A instalação de empresas com todas as infra-estruturas enriquece o património do
pais;
o A existência das plantações pode servir de estímulo as populações indígenas
levando-os a cultivar nos seus próprios campos a mesma cultura que irão vender
auferindo assim de mais algum rendimento para melhorar a sua subsistência.
o As plantações são outra grande fonte de receita pela mão-de-obra autóctone que
utilizam minimizando o desemprego.
DESVANTAGENS
Os solos agrícolas ocupados pelas plantações são os de melhor qualidade e
maior rendimento, ficando para os indígenas as terras de fraca qualidade e de
pior acesso
A maior parte dos lucros de empresa saem para o seu país de origem, ficando
apenas uma pequena parcela no país do produtor;
As tensões sociais e as relações entre os trabalhadores e a empresa estão em
constante latência.
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O desequilíbrio ecológico provocado por uma monocultura exigente em solos muitas
vezes já frágeis, traduziu-se, frequentemente pelo esgotamento destes e consequente
abandono da exploração; é necessário então reiniciar-se noutro local, um novo ciclo, com
todos os prejuízos monetários que isso acarreta.
A existência de um único produto a comercializar faz depender economicamente a
plantação de flutuação dos preços do mercado consoante as colheitas.
Nos últimos tempos, razões de ordem política, onde se destaca a ascensão à independência
de muitas antigas colónias, contribuíram também para que fossem introduzidas algumas
modificações nestes sistemas agrícolas no sentido de tornar mais intensivo, mas
simultaneamente mais científico e menos especializados.
Nas regiões tropicais coexistem, lado a lado, formas primitivas de agricultura com outras
formas de agricultura especulativa:
As primeiras, totalmente dependentes das condições naturais e cuja produção mantém-se sub-
nutrida uma população que vive exclusivamente dela.
As segundas, tendo como objectivo o lucro, utilizam técnicas modernas que lhes permitem a
obtenção de grandes produções destinadas à exportação
Os esquemas seguintes põem em evidência duas modalidades actuais do mundo tropical.
Elaborado pelo Dr Jorge Martino e estudantes de 3º Ano Geografia U.P Nampula 2006. 82
II. SISTEMA MODERNO – QUINTA COMERCIAL
Elaborado pelo Dr Jorge Martino e estudantes de 3º Ano Geografia U.P Nampula 2006. 83
Por exemplo:
Nos países em via de desenvolvimento, a produção agrária apesar de uso de técnicas
atrasadas, assume um grande papel na economia, pois absorve maior percentagem da
população activa.
Fornece produtos primários para indústrias ligeiras.
É principal fonte de proteínas animais e vegetais.
É prinmcipal fonte de captação de divisas.
Para países desenvolvidos, a produção agrária ocupa também o papel de destaque.
Esta influencia no rendimento global da economia, por isso exerce influência nos diferentes
sectores de actividades, como:
Indústria, turismo, comércio e outros.
CONTINENTE AFRICANO
A agricultura é a principal actividade da população não só porque ela absorve a maioria das
pessoas mas também porque produz os alimentos e as matérias primas necessárias a indústria.
Esta situação foi imposta pelos países colonizadores que tudo fizeram para tornar o nosso
continente num fornecedor da matéria prima para as suas indústrias.
Na altura das independências, os jovens Estados herdaram uma agricultura que, estava
organizada para servir os interesses dos colonos. Era necessário transformá-la voltando para a
produção de culturas necessárias a alimentação da população e a produção da matéria prima
para a indústria local embora mantendo a gricultura também de exportação.
Nos diversos países, medidas têm sido tomadas para aumentar a produção e produtividade
agrícola tais como:
o Controlo do empobrecimento do solo, evitando as queimadas;
o Equilíbrio entre a produção das culturas de exportação e de consumo imediato das
populações;
o Introdução de novas técnicas e equipamentos agrícolas e formação de camponeses na
sua utilização para aumentar a produção alimentar;
o A criação nas zonas rurais de um sistema de transporte e vias de comunicação, para
facilitar o escoamento e a comercialização dos produtos agrícolas, melhoramento da
habitação e dos serviços sanitários e de educação sem os quais o desenvolvimento da
agricultura e da produção alimentar não se poderá fazer;
Elaborado pelo Dr Jorge Martino e estudantes de 3º Ano Geografia U.P Nampula 2006. 84
o Desenvolvimento do gosto da população pelo consumo dos produtos alimentares
produzidos nos seus próprios países;
o Diversificação das culturas e a introdução de outras novas.
CONTINENTE ASIÁTICO
A agricultura neste continente pratica-se com maior relevância na Ásia Oriental nas regiões
dos grandes rios, nos solos férteis favoráveis para a agricultura.
II.1 CHINA
A bacia vermelha e as regiões de laesse são importantes regiões agrícolas da China. Outras
regiões são a planície costeira e os vales fluviais.
Produz-se o trigo que é cultivado nas planícies do norte da China, o sorgo e o milho são outras
culturas da área.
II.2JAPÃO
No Japão a agricultura desenvolve-se em planícies que correspondem a 6ª parte do território.
As principais culturas são:
II.3INDIA
A agricultura é a base do desenvolvimento económico mas os seus rendimentos são muito
baixos porque as técnicas usadas são rudimentares, é uma agricultura de subsistência.
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II.4ARÁBIA SAUDITA
A planície de Hassa é mais fértil do país onde são cultivados o trigo e a tamareira. Uma
parte da população dedica-se da agricultura secundária onde ela é possível sendo as
principais culturas o café, sésamo, algodão e o milho.
III.CONTINENTE EUROPEU
Os países da Europa ambicionam produzir suficientemente para o seu auto-consumo.
Duma forma geral, as suas condições naturais, económicas possibilita-lhes a produção de
trigo, milho, beterraba açucareira e batata.
III.1 ALBÂNIA
Nas planícies de Albânia produz-se algodão, tabaco e milho.
III.2 BOÉMIA
Nas terras baixas da Boémia e Morávia cultiva-se cereais e a baterraba açucareira e cria-se
gado bovino e suino. Nos vales da Boémia cultiva-se o centeiro e a batata.
III.3 HUNGRIA
Na Hungria entre rio Danúbio e Tisza, seu afluente há uma planície muito fértil que é o
centro agrícola deste país. As estepes a leste da Tisza são utilizadas particularmente para a
pecuária.
Nas grandes palnícies do norte da Polónia, por onde corre o rio Vistula, Westhe e Oder hä
grande bosque de coníferas e cultiva-se centeiros e batata.
III.4 POLÓNIA
A Polónia Central tem planície e planalto com terras férteis que permitem uma boa
produção agrícola.
III.5 BULGÁRIA
No norte da Bulgária estende-se a planície danubiana. Esta planície é uma área fértil onde
se produz cereiais como trigo e milho.
Ao sul desta planície cultiva-se batata, cereais e cria-se gado bovino e suino.
Elaborado pelo Dr Jorge Martino e estudantes de 3º Ano Geografia U.P Nampula 2006. 86
III.6 ROMÉNIA
Na Roménia, a planície do baixo Danúbio é muito fértil cultivando-se trigo, milho e
girassol.
A Bulgária e e Hungria fornecem hortaliça e frutas a outros países da região.
A terra preta da Polónia, o centro da bacia da Bósnia a depressão da Moravia na Checo e
Eslováquia e as planícies do Médio e Baixo Danúbio na Roménia são produtores de trigo,
milho betarraba açucareira e batata.
CARACTERÍSTICAS DA AGRICULTURA
N Características continente
º
1 Agricultura intensiva; América do Norte
Alta productividade;
Grande volume de produtos e mecanização
intensiva.
2 Agricultura de sobrevivência e das América Latina
plantações;
Destruição progressiva dos recursos
naturais;
Produção de cultura destinada a
alimentação;
Milho, arroz, trigo, cevada, batata,
tubérculos e legumenosas.
3 Produção de frutas tropicais, soja, centeiro, Estados Unidos da
algodão, cana-de-açücar, arroz e legumes. América
Elaborado pelo Dr Jorge Martino e estudantes de 3º Ano Geografia U.P Nampula 2006. 87
V. AUSTRÁLIA
A aridez do clima em vastas regiões, dificulta a agricultura, mas as zonas mais favorecidas
apresentam grande indice de produção agro-pequária. O trigo é produzido nas terras do
ocidente das montanhas do sudeste e nas áreas próximas das cidades de Adelaide e Perth. É
uma agricultura abundante e mecanizada.
A pecuária é grande riqueza do país sendo o 1º produtor na produção mundial de lá, a área
de maior criação de gado e o sudeste.
É o primeiro produtor mundial de cereais percapita e segundo na criação de gado.
VI. OCEÂNEA
Os principais recursos económicos das ilhas são o coco (do qual é extraida a copra), a
madeira, os fosfatos, cana-de-açúcar, banana, o ananás e o algodão.
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Dedica-se a especialização de regiões, apesar com tendência para a diversificação com
objectivos de solucionar os problemas de superproduçao, esgotamento e ruina dois
solos.
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Unidade 3 INDUSTRIA
É a actividade económica de transformação de matéria-prima (produtos brutos ou semi-
elaborados) em novos produtos ( intermédios ou acabados), mediante a aplicação de energia e
técnica de elaboração
Elaborado pelo Dr Jorge Martino e estudantes de 3º Ano Geografia U.P Nampula 2006. 90
da roda são outras das criações técnicas do neolítico e que lhe conferem o carácter
revolucionário.
Com estas condições o homem já estava estruturado política, social e culturalmente.
Ele passa a viver em aldeias onde faz a domesticação de animais o que resultou na estrumação
dos campos agrícolas, pratica actividades laborais e tem transporte, regista-se a especialização
do trabalho e o aumento da população.
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uma das mais fecundas foi a do parafuso, de onde nasceram inúmeras invenções, é pela
adaptação do parafuso à porca que se constitui a chamada cavilha de ligação ainda hoje
indispensável à técnica moderna.
No imp’erios Romano, as minas e pedreiras encontravam-se quase todas na posse do
estado , que delas tirava grandes rendimentos, em parte devido à utilização quase que
exclusiva de mão-de obra escrava, ou muito mal remunerada.
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A intervenção de um capitalista, o mercador dos produitos da indústria e fornecedor de
matéria-prima, vai separar definitivamente o trabalho e o capital; fazendo executar as
encomendas dos seus fregueses, apoderou-se o capitalista a pouco e
Elaborado pelo Dr Jorge Martino e estudantes de 3º Ano Geografia U.P Nampula 2006. 93
2.4. A IDADE DE RENASCIMENTO
Neste período, regista-se a emergência da manufactura o aperfeiçoamento da mecânica
racional, o melhoramento dos ofícios e os trabalhos da metalurgia cada vez mais evidência.
Como resultado destas ocorrências vai-se verificar as Revoluções: demográfica, urbana, de
transportes e agrícla.
Nota-se a existência de duas correntes a constituirem bases económicas: o
mercantilismo e o fisiocratismo. A corrente mercatilismo defende quee o comércio era a base
da economia de um país, enquanto o fisiocratismo defende que a riqueza de um país provém
da terra (agricultura).
a) Acumulação primitiva do capital – desde o século XVII que a inglaterra se tinha virado
com as suas numerosas colónias elevando-a `a categoria de maior potência colonial e
comercial do mundo. Surge e expande-se uma nova classe de burgueses endinheirados
ávidos de investir em algo novo-a indústria;
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b) Espírito de iniciativa- possuir capitais abundantes e em excesso não bastava se o inglês
ná tivesse um espirito de aventura e de risco; foi exactamente o que aconteceu co esse
espírito de iniciativa que os levou ao topo da expansão industrial do século XIX;
c) Detentora de vastos mercados- um dos principais objectivos de quem produz é vender e
esse incentivo será tanto maior quanto maior for a potencial clientela. Apesar do
mercado interno inglês ser vasto, o que lhe garantia a expansão industrial era o
mercado externo, com destaque para as colónias, que os ingleses sempre souberam
aproveitar;
d) Matérias-primas abundantes- Apesar da sua riqueza em lã é principalmente o algodão
proveniente das colónias, que serve de estímulo à expansão industrial inglesa, levam-se
os tecidos confeccionados e traz-se o algodão, principal matéria-prima têxtil;
e) Riqueza do subsolo inglês- Os ingleses tinham tudo. A principal fonte de energia – o
carvão- era abundante no seu subsolo, a matéria-prima essencial à sua siderurgia. O
ferro abundava, de igual modo;
f) Situação geográfica da Grã-Bretanha – Os seus numerosos portos marítimos e a
proximidade do continente davam-lhe todas as facilidades de intercâmbio, não só
internamente, mas principalmente com o exterior;
g) As grandes invenções t’ecnicas e tecnológicas – A um rítmo verdadeiramente
espantoso sucedem-se novas máquinas, cada vez mais aperfeiçoadas, com destaque
para o campo têxtil com máquinas de fiar, tecer e cardar a máquina a vapor, que veio
revolucionar toda a força do trabalho, não só na indústria mas nos transporte marítimos
e terrestres com realce para o caminho de ferro;
Energia
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O QUE FOI A REVOLUÇÃO INDUSTRIAL?
A Revolução Industrial marca um dos passos mais importantes da civilização dos tempos
modernos pelos reflexos que teve nos diferentes campos de actividade humana.
No decorrer do século XVIII, a Europa Ocidental passou por uma grande transformação no
sector da produção, em decorrência dos avanços das técnicas de cultivo e da mecanização das
fábricas, a qual se deu o nome de Revolução Industrial. A invenção e o uso da máquina
permitiram o aumento da produtividade, a diminuição dos preços e o crescimento do consumo
e dos lucros.
As origens da Revolução Industrial Podem ser encontradas nos séculos XVI e XVII, com a
política de incentivo ao comércio adoptada pelos países absolutistas.A acumulação de capitais
nas mãos dos comerciantes burgueses e a abertura dos mercados proporcionada pela expansão
marítima estimularam o crescimento da produção, exigindo mais mercadorias e preços
menores. Gradualmente, passou-se do artesanato disperso para a produção em oficinas e destas
para a produção mecanizada nas fábricas.
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A Inglaterra foi o país pioneiro da industrialização. A agricultura inglesa desenvolveu-se com
o cercamento dos campos e a difusão de novas técnicas e instrumentos de cultivo. O fim do
uso comum das terras gerou o “trabalhador livre”, expulso do campo onde não tinham mais
condições de sobrevivência e transformado em mão-de-obra urbana. A mecanizaçãod da
produção criou o proletariado rural e urbano, composto de homens, mulheres ecrianças,
submetido a um trabalho diário exaustivo, no campo ou nas fábricas.
- A quantidade e a qualidade dos bens que produz, a estrutura em que assenta e as novas
fontes de energia que caracterizam a uma indústria moderna.
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James Hargreaves (1765) inventa a máquina de fiar;
O invento mais importante e espectacular desta 1ª fase foi a máquina a vapôr. Esta máquina
exigia o carvão e a hulha, constituíram a solução para o funcionamento desta máquina, bem
como para o aparecimento de uma nova indústria: a Siderurgia, para a exploração de recursos
de fonte para abastecer novas indústrias.
- É a fase do capital, intensifica a actividade bancária que irá ditar na emissão de acções;
- Nasce uma nova classe – a operária e as suas organizações sindicais. Assiste-se a uma
mudança pelo aparecimento dos primeiros complexos fabris junto a sua exploração;
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Máquina de fiação movida pela força
hidráulica (força produzida pelo
movimento da água) do 2º quartel do
séc. XVIII
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O uso do carvão só trazia incovenientes de exploração e transportes difíceis, daí surge o
petróleo. Com esta fonte de energia assiste-se a uma auténtica revolução. Nos transportes, na
utilização de novas máquinas agrícolas como o tractor.
O Petróleo constituiu uma poderosa fonte de matéria-prima para obteção de uma gama enorme
de produtos químicos sintéticos desde os plásticos aos têxteis, dos betumes aos lubrificantes,
de variados produtos químicos ao gás doméstico;
A electricidade começa a ser usada por volta de 1860 como força propulsora da máquina. Vai
ser usada como luz, é transportada a distância a partir de centrais geradoras onde faz mover
novas máquinas que substituem a velha máquina a vapor.
- A automatização;
- A automação;
- Aparecimento de multinacionais;
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FASES DA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL, SUAS CONSEQUÊNCIAS
1ª fase
Como consequências a mecanização triunfa e passa a assegurar uma produção maciça, regular
e menos dispendiosa.
Esta fase teve seus limites, pois o poder das máquinas é restringido pela insuficiência das
fontes de energia, que se resumiam a pouco mais que a força muscular e a força dos cursos de
água.
A máquina a vapor construída no séc.XVIII por James Watt, utilizava a lenha e o carvão
vegetal o que tornava-o pouco rentável. Porém, o carvão natural, hulha veio resolver tão
importante problema, onde a Revolução Industrial ganha um novo e decisivo impulso.
- Altos fornos multiplicaram-se assim a siderurgia foi a base do sistema industrial desta
primeira fase;
NB: A utilização do carvão mineral, da máquina a vapôr e das novas máquinas têxteis, o
desenvolvimento da metalurgia do ferro e dos transportes e o nascimento da classe operária,
Elaborado pelo Dr Jorge Martino e estudantes de 3º Ano Geografia U.P Nampula 2006. 101
suas organizações de defesa (sindicatos), constituem os principais aspectos que caracterizam a
1ª fase da Revolução Industrial.
2ª fase
O fraco rendimento da máquina a vapôr, aliado ao carvão, muito pesado e difícil transporte,
havia portanto necessidade de descobrir outras fontes de energia.
E então com o petróleo, a electricidade e o gás natural, conhece assim a industria um dos seus
períodos mais prósperos da história da humanidade.
O petróleo:
A electricidade:
Deu efeitos estraordinários na indústria e nos transportes. Por ser mais limpa, de fácil manejo e
mais rentável, passou-se a usar em substituição do carvão e do petróleo. A partir desta,
surgiram numerosas indústrias como a produção do alumínio, rádios, televisores, aparelhos
electrodomésticos e de máquinas eléctricas para fins variados. Intensificou a divisão do
trabalho e a especialização permitindo um maior rendimento e qualidade dos produtos.
- O êxodo rural acentua-se porque as cidades atraem a população que nelas procura
melhores salários e trabalhos menos penosos. Cresce o sector secundário e terciário.
Elaborado pelo Dr Jorge Martino e estudantes de 3º Ano Geografia U.P Nampula 2006. 102
Transformação radical das condições de trabalho nas fábricas onde é suprimida grande parte
da intervenção do homem, que cada vez mais se limita a determinar e a programar o trabalho
das máquinas integradas em cadeias de produção.
Uma indústria com acentuado grau, emprega mais engenheiros, analistas e programadores. O
computador, autêntica “máquina pensante”, constitui a expressão máxima do elevado nível
tecnológico a que a indústria moderna conduziu.
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A expansão do imperialismo, as potências capitalistas necessitavam de mercados
externos que servissem de escoradouro para seu excedente de mercadorias.
Na demografia
Em 1850 cem anos depois, a população andaria por 1200 milhões, em apenas 100 anos cresceu
mais que nos 1500 anos anteriores. Duplicou entre 1650 e 1850 e voltaria a duplicar entre
1850 e 1950, sendo as tendências actuais para um aumento cada vez mais progressivo. Em
1980 estava-se próximo dos 4500 milhões e de 2000 em diante prevê-se 65000 milhões de
habitantes no mundo.
Causas
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Na agricultura
Nos transportes
No desenvolvimento urbano
Iniciado com a evolução Industrial do século XVIII atinge o seu ponto mais alto ao longo do
século XIX e inícios do século XX.
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No início do século XIX havia 200 (duzentas) cidades com mais de 20 mil habitantes, 45
(quarenta e cinco) com mais de 100 mil e nenhuma com 1 milhão.
Cento e cinquenta anos depois (1950) havia 5500 cidades com 20 mil habitantes, 875 com 10
mil e 50 com 1 milhão.
A população urbana europeia triplicou ente 1800 e 1850 e quadruplicou entre 1850 e 1900. nos
EUA, entre 1800 e 1850 dá-se um aumento de seis vezes e entre 1850 e 1900 a multiplicação é
por 12.
AUMENTO DA POPULAÇÃO
ANOS
Mundial Urbana/%
CONCEITOS E DEFINIÇÕES
Produção em série – fabrico de grandes quantidades de produtos idêntivos entre si. Reduz o
número de operários e aumenta o rendimento das máquinas, o que se reflecte no menor custo
dos produtos.
Matérias-primas – são todos os materias em bruto, que se encontram no seu estado natural,
fornecidos pela exploração mineira e florestal, pela agricultura, pesca, criação de gado.
Automação – controlo de funcionamento de uma ou mais máquinas por outras, que pode ser
um computador ou um “robot”.
Indústrias de ponta – são as que empregam uma tecnologia altamente avançada, recorrem a
uma constante e dispendiosa pesquisa científica em ligação com centros de investigação,
Elaborado pelo Dr Jorge Martino e estudantes de 3º Ano Geografia U.P Nampula 2006. 106
institutos tecnológicos, laboratórios e universidades, empregam pessoal altamente qualificado,
elaboram produtos de alto valor unitário.
1ª ________a 1875
2ª 1880 a _______
_______aos nossos
dias
Elaborado pelo Dr Jorge Martino e estudantes de 3º Ano Geografia U.P Nampula 2006. 107
Então, para a escolha do lugar onde devem instalar as suas indústrias, os empresários têm em
conta não só aqueles factores como muitos outros de modo a obterem os mais baixos custos
possíveis da produção, sobretudo
A energia pode ser, o carvão, o petróleo, a electricidade ou gás natural. Outras fontes de
energia, como a nuclear, a geotérmica, a eólica e a das marés, têm, por enquanto, um papel
muito limitado.
Nos primeiros tempos da Revolução Industrial, as máquinas utilizavam principalmente a
energia hidraúlica (água). Depois, passou a utilizar o carvão. Porém, as quantidades enormes
necessárias e o seu grand peso tornam o seu transporte difícil e muito caro o que forçou as
indústrias que o utilizavam a instalar-se nas proximidades dos locais de extracção. Por
exemplo, a maior parte das grandes zonas industriais do mundo, como a de Yorkshire
(Inglaterra), do Norte da França, do Ruhr (Alemanha), de Dombass (URSS) e do Nordeste dos
EUA. Ainda hoje, a indústria siderúrgica, grande consumidora de carvão, tende a localizar-se
junto das minas carboníferas.
Nos países que utilizam o carvão importado, a indústria, como é natural, junto dos grandes
portos.
Em muitas indústrias, na maioria das vezes, aproveita-se duma pequena parte de matéria bruta.
Por exemplo, um mínimo de ferro com o teor-percentagem de metal limpo – de 10٪ implica o
transporte, por cada tonelada, de 900 kg de produto inútil (escória). No entanto, será l’ogico
que as indústrias de transformaçao se localizem o mais próximo possível dos locais de
extracção. Pelo contrário, se o teor desse minério for de 60٪ ‘e natural que outros factores
como – a energia, a mão-de-obra, mercado, etc, pesem mais na decisão da localização e esta se
verifique relativamente longe das minas. Por exemplo, a ind’ustria de polpa de papel,
Elaborado pelo Dr Jorge Martino e estudantes de 3º Ano Geografia U.P Nampula 2006. 108
encontra-se tipicamente situada próximo das florestas, como no Canadá e na Suécia,
exactamente pela elevada percentagem de matéria vegetal não aproveitável.
- a mão-de-obra
A quantidade e a qualidade da mão-de-obra ditam, muitas vezes, a localização da indústria. Na
verdade, há indústrias que exigem abundante mão-de-obra como a têxtil, a eléctrica e a
automobilística, sendo por isso natural que se localizem em zonas que ofereçam uma força de
trabalho abundante e diversificada.
Portanto, as cidades constituem, por isso, grandes centros de atracção para aquele tipo de
indústrias.
- os mercados consumidores
O poder de atracção que os grandes centros urbanos exercem sobre a indústria não se resume à
sua disponibilidade de mão-de-obra, pois, eles constituem também grandes centros de
consumo, para onde são atraídas muitas indústrias ligeiras, como a de vestuário, de
refrigerantes, de produtos alimentares, de artigos eléctricos,etc.
- as vias de comunicação
Os transportes e vias de comunicação desenpenham um importante papel na localização dos
estabelecimentos industriais.
Estes têm de ser facilmente alimentados, com a menordespesa possel, de matérias-primas e
têm de expedir, com a brevidade possível, os produtos acabados para os seus clientes. Tal só
será possível se se dispuser de bons tranportes e boas vias de comunicação junto às quais a
indústria tem tendência a estabelecer-se.
- a solidariedade técnica
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necessidades locais. Criadas estas condições, muitas outras indústrias dela se aproveitam e se
estabelecem junto das primeiras. Assim se constituem vastas regiões industriais, como a do
Ruhr – Vestefália (Alemanha), inicialmente carboníferas e siderúrgica e hoje com grande
número d outras in”ustrias.
A acção do Estado
A acção do Estado pode condicionar hoje a distribuição geográfica das indústrias, com vista a
evitar os grandes desiquilíbrios regionais. Procura-se, por um lado, que a indústria se
estabeleça em zonas economicamente pobres e onde o desemprego é elevado e por outro lado,
evitar que ela continue a acumular-se em zonas já desenvolvidas e muito populosas.
Exercícios
2. Alguns tipos de indústrias estão muito condicionados, quanto à sua localização, pela
exploração das respectivas matérias-primas minerais.
Os factores que influenciam na localização das indústrias dividen-se em: factores de natureza
técnica; de natureza económica e de natureza humana.
Até aos nossos dias, o espaço industrial foi profundamente marcado pela procura de uma
proximidade imediata de energia, desde a fornecida pelos moínhos de água, até a potente
Elaborado pelo Dr Jorge Martino e estudantes de 3º Ano Geografia U.P Nampula 2006. 110
central térmica implantada junto à mina de carvão ou às grandes centrais hidroeléctricas de
montanha e de planície.
As maiores zonas industrias do mundo localizam-se ainda hoje em números consideráveis
junto de uma ou várias fontes de energia. Subsistem ainda regiões onde se mantém uma
associação entre fontes de energia, presença de minérios e unidades de fabrico como junto às
fábricas huihíferas no século xix, os lugares privilegiados dos espaços industriais. Estão , no
entanto em declínio as grandes unidades metalúrgicas das <<Regiões Negras>> em proveito
das zonas costeiras.
O equipamento hidroeléctrico permitiu à grande indústria moderna instalar-se em grandes
vales, tendo como base a fixação de indústrias eléctricas e fixando à sua volta outras
indústrias.
Existem, hoje em dia, técnicas capazes de transportar sem grande perda a energia
termoeléctrica ou hidroeléctrica ou ainda gás natural a distância de mais de 3000 Km.
A abundância da água
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modernas fábricas de papel que consomem muita água e ainda às oficinas metalúrgicas que
exigem grande quantidade de água para seu arrefecimento., assim, como as fábricas de
produtos químicos que fazem dele grande consumo.
Os transportes e comunicações
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Os grandes mercados consumidores
O capital
O capital é absolutamente indispensável para que qualquer indústria possa existir e prosperar.
No entanto, há indústrias com maior exigência, como a do petróleo que exige capitais bastante
elevados, ao contrário, a indústria têxtil, que tem um coeficiente baixo. A revolução industrial
que teve início na inglaterra nos finais do século xviii, só foi possível porque a agricultura e o
comércio puderam fornecer os capitais necessários.
No concernente ao processo industrial observa-se que todas as suas fases implicam
determinados financeamentos como sejam a compra do terreno, a construção dos edifícios
fabris e administrativos, a aquisição de equipamentos e matérias-primas, o pagamento de
salários, a amortização do capital investido, o pagamento de juros de empréstimos contraidos,
Elaborado pelo Dr Jorge Martino e estudantes de 3º Ano Geografia U.P Nampula 2006. 113
as despesas de publicidade e a comercialização de produtos, a investigação científica e o
progresso tecnológico.
No concernente ao capital encontramos o capital técnico e o capital monetário. No primeiro
caso, corresponde ao imóvel e ao equipamento. O seu investimento é feito por um período de
tempo relativamente grande e as despesas feitas são amortizadas a longo prazo. E no segundo
caso, é a fonte de investimento, aqui, observa-se uma fluidez muito maior. A possibilidade de
reunir ou aumentar depende mais do volume de negócios e da gestão de empresa do que da sua
localização. Se é rentável e bem gerida facilmente encontrará os dinheiros de que necessita.
Atendendo que actualmente é grande a mobilidade dos financeamentos através do sistema
bancário moderno, só muito raramente o capital é um factor de localização da indústria.
O espaço é hoje em dia, um importante factor de localização das indústrias. Com expansão
contínua das indústrias resulta uma falta de espaço nos terrenos anterior adquiridos. O preço
elevado dos terrenos e os obstáculos que interditam a industrialização urbana tornam mais
cómodo e rentável, vender o terreno ocupado pela indústria e construir fábricas novas em
espaços mais desafogados.
A mão-de-obra
Elaborado pelo Dr Jorge Martino e estudantes de 3º Ano Geografia U.P Nampula 2006. 114
necessário uma longa preparação profissional que so paises tecnicamente evoluidos podem
oferecer. Entretanto, esta mão-de-obra, implica sempre, pagamento de salários mais elevados,
além de um conjunto de vantagens económicas e sociais que as empresas têm de satisfazer.
Uma parte desta mão-de-obra qualificada é constituida pelos quadros superiores, engenheiros,
investigadores, gestores, de que todas as emppresas necessitam em maior ou menor número.
A composição da mão-de-obra é igualmente importante. No caso de indústrias que exigem um
trabalho dedicado e paciente convém uma mão-de-obra essencialmente feminina, por exemplo,
a indústria electrónica.
A poluição
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Fábrica de cimento perto de Setúbal
A inércia geográfica
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A inércia geográfica é mais intensa nas regiões de indústria pesada, como nas siderurgias de
Pittsburgh (EUA) e sheffield no Reino Unido onde a atracção pelas localizações originais tem
diminuído de importância mas, heranças do passado somsdas à vantagens da aproximidade de
muitas grandes siderurgias, têm-lhes assegurado o lugar que ocupam na produção siderurgica
dos respectivos países.
Acção do Estado
A intervenção do Estado na localização das indústrias pode fazer-se com um fim estratégico,
quando as entidades governamentaispromoverem a localização em função de um conjunto de
problemas que podem advir como resultado de uma concentração, exemplos: catástrofes
naturais ou desencadeadas pelo Homem.
Mas o Estado pode também intervir de maneira a promover o desenvolvimento de áreas mais
favorecidas incentivando as empresas públicas ou privadasno sentido de uma descentralização.
Elaborado pelo Dr Jorge Martino e estudantes de 3º Ano Geografia U.P Nampula 2006. 117
- a localização;
- a idade dos estabelecimentos industriais;
- o tipo de actividade;
- o nível de desnvolvimento;
- a dimensão espacial.
As paisagens industriais
Elementos da paisagem
São constiuidas pelas fábricas de aço, centrais térmicas, fábricas de produtos químicos,
pirâmide de aço, enormes montes de escória, altos fornos, torres metálicas, tubos
monstruosos e altas chaminés que lançam em toda a região fumos negros, brancos,
vermelhos ou verdes, culminando com a poluição das fábricas como das casas.
Um conjunto de problemas ligados ao esgotamento das minas e a crise do carvão (1930)
como fonte de energia conduziu a um esforço de transformação e de reorganização
industrial destas regiões, nos últimos 50 anos.
Deu-se a introdução de novas indústrias na região, e as antigas unidades industriais em
declínio ou abandonadas foram modernizadas ou reconvertidas; O espaço urbano foi
reordenado, aparecendo áreas verdes, parques desportivos, novos centros comerciais e
novos bairros de edifícios mais claros.
Elaborado pelo Dr Jorge Martino e estudantes de 3º Ano Geografia U.P Nampula 2006. 118
Deste modo, as << regiões negras >> vão sendo progressivamente modificadas. As velhas
indústrias, que fizeram a fortuna dos agregados hulhíferos do século xix, vão sendo
substituídas e os velhos bairros operários dão lugar a modernas áreas residenciais.
Elaborado pelo Dr Jorge Martino e estudantes de 3º Ano Geografia U.P Nampula 2006. 119
A função industrial do centro das cidades é altamente especializada, muito dispersa nos
bairros, muito variada nas suas fabricações e está quase sempre associada ao centro
comercial. Encontram-se actividades como os de tipografia, heliogravuras, fabricantes de
móveis, mercearias, etc, que graças a electricidade podem modernizar a sua técnica e
permanecer no mesmo local.
Paisagens urbanas
As indústrias portuárias
Elaborado pelo Dr Jorge Martino e estudantes de 3º Ano Geografia U.P Nampula 2006. 120
Outra indústria caracteística dos portos de pesca é a indústria de conserva, apesar dos
progressos da congelação que permitem o tratamento do peixe no mar alto e a sua
deslocação posterior.
O desenvolvimento da industrialização portuária e a localização prefenrencial das
indústrias à << borda de água>> traduziu-se numa sede crescente de espaço portuário. Por
outro lado, a expansão terrestre destas indústrias é dificultada, porque geralmente os portos
são rodeados, para o interior por um tecido urbano; as indústrias portuárias são também
indústrias urbanas.
A procura doespaço tem levado a uma progressão contínua das indústrias ao longo do
litoral, semore que a costa o permite. No Japão, a costa baixa, facilitou a realização de
<<ilhas artificiais de vocação industrial>> ou <<polders industriais>>, que permitiram
superar as dificuldades de expansão terrestre das empresas portuárias.
Junto dos portos encontramos paisagens industriais muito diversas, na medida em que esta
variedade se relaciona com os tipos de indústria aí localizadas e com o modo como se
organiza a área industrial portuária.
As regiões industriais
- a questão dos preços dos terrenos que diminuem com o afastamento do centro da cidade;
- o desenvolvimento da rede viária e dos transportes, que leva aà localização preferencial
destas áreas, sobre os eixos suburbanos. As indústrias têm, ainda, vantagem nesse local
porque permite o fácil acesso da mão-de-obra.
Elaborado pelo Dr Jorge Martino e estudantes de 3º Ano Geografia U.P Nampula 2006. 121
A navegação fluvial e marítima podem igualmente, pelas infra-estruturas que oferecem,
engendrar regiões industriais, mas segundo modalidades pouco diferentes.
Pequenas regiões podem também aparecer junto de jazigos minerais, de centrais de
produção de energia eléctrica ou em vales.
Na região industrial, a paisagem é extremamente variada porque nela se associam
indústrias muito diversas de região para região.
Os complexos industriais
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A problemática da decisão de localização industrial
Exercícios
1. Mencione os factores de natureza técnica que conheces.
a) Descreva um deles a tua escolha.
2. Fale da importância dos transportes como factor de localização industrial.
3. Quais são as razões que explicam a inércia geográfica.
4.Indique os principais crtérios de classificação das paisagens industriais.
5. O que são <<regiões negras>>?
6. Refere-se das vantagens da localização das indústrias nas zonas portuárias.
Localização indústrial
Elaborado pelo Dr Jorge Martino e estudantes de 3º Ano Geografia U.P Nampula 2006. 123
- infra-estrutura local – oferta de serviços públicos de energia eléctrica, transporte, segurança,
limpeza, entre outros;
Vários autores defendem que torna dificil fazer uma classificação objectiva, devido a
variedade e as múltiplas caracteristicas que as indústrias apresentam.
Qualquer critério, não é suficiente na medida em que uma indústria pela diversidade das suas
tarefas pode ser incluida em mais do que um tipo e pela associação de fabricas na única
indústria.
Sendo assim, elas podem se agrupar Segundo:
A natureza das materias primas utilizadas
Destino dos bens produzidos
As afinidades tecnólogicas
Segundo a natureza das materias primas utilizadas podem ser agrupadas em:
Indústria de base
Industria de transformação
Indústria de base
São as que usam matéria prima bruta (minerais ou produtos energéticos) e as de transformam
em produtos bruto ou semi-acabados para serem empregues nas outras indústrias para o seu
acabamento.
Elaborado pelo Dr Jorge Martino e estudantes de 3º Ano Geografia U.P Nampula 2006. 124
Siderurgia – transforma o minério do ferro,fundição do aço e uma primeira transformação do
aço em chapas, barras e vigas.
Utiliza técnicas mais complexas e são necessarias grandes investimentos e eneromes
quantidades de material prima.
São aquelas que usam produtos já elaborados pela industria de base e as trasformam em
produtos acabados ou semi-acabados com o destino ao consumo directo ou a outras industrias.
Ex: Indústria de automóveis,parafusos, quimica farmaceutica, máquinas diversas, vestuários,
alimentação e mobiliário.
Elaborado pelo Dr Jorge Martino e estudantes de 3º Ano Geografia U.P Nampula 2006. 125
Indústrias de bens de consumo
São as que fornecem produtos para o consumo directo ou venda no Mercado
São muito diversas desde os electrodomesticos, indústrias de mobiliários, automóvel, texteis,
alimentares.
Fornecem uma gama de produtos para o consumidores
Ficam atentos ao mercado e a concorrência entre unidades do mesmo ramo,devido as
exigencias do Mercado. Essas indústrias são indispensaveis para o desenvolvimento do nível
da vida.
Afinidades tecnólogicas
1. Indústria classica
2. Indústria de ponta
Indústria classica
É todo o ramo de produção industrial que funciona mediante técnicas usuais de produção
individual,
Indústria de ponta
Indústrias modernas de elevada tecnólogia e técnicas altamente avançadas
É graças as investigações ciêntificas saídas de:
Universidades
Institutos tecnólogicos
Centros de pesquisa
Laboratórios
Elaborado pelo Dr Jorge Martino e estudantes de 3º Ano Geografia U.P Nampula 2006. 126
Engenheiros
Investigadores
Doutores
Outros quadros superiores
Exige grandes investimentos e tecnologia sufisticada.
Encontra-se nos paises altamente desenvolvidos e ricos.
OS PRINCIPAIS RAMOS
A Indústria de ponta, acompanha os progressos técnicos e tecnológicos pelo que eram ontem
já não são os de hoje e as de hoje não serão de amanha, se a referida produção se generalizar
por muitos paises o que provoca baixa dos preços.
Introdução a geografia humana “
CLASSIFICAÇÃO DA INDÚSTRIA
Elaborado pelo Dr Jorge Martino e estudantes de 3º Ano Geografia U.P Nampula 2006. 127
Como são classificados os diversos tipos de indústria?
Que critérios são tomados para a classificar as indústrias ?
Quais os principais tipos de indústrias e quais as particularidades?
1.2 As Indústrias Ligeiras são todas aquelas que transformam matérias - primas não
ponderosas ou semi-elaboradas em produtos acabado.
Elaborado pelo Dr Jorge Martino e estudantes de 3º Ano Geografia U.P Nampula 2006. 128
2- Classificação das Indústrias na base do Destino da Produção
Indústria de bens de equipamento são todas aquelas que fornecem materiais ás outras
actividades produtivas, ou seja industrias de extração de matéria – primas e produtos
energéticos e industriais que produzem bens necessaries ás outras indústrias.
Por outro lado a Indústria extractiva e as indústrias metalúrgica e química pesada, são
chamadas indústrias de base, porque são fonts de materia – primas destinadas a outras de
equipamentos.
Elaborado pelo Dr Jorge Martino e estudantes de 3º Ano Geografia U.P Nampula 2006. 129
Produz metais diversos, a partir dos minérios respectivos. A siderurgia (produção de ferro e
aço) é ramo mais importante e por isso se designa Indústria padrão, porque mostra o grau do
desenvolvimento industrial de um país. Produz e fornece as outras indústrias diversos materias
como chapas e barras de metálicas, estrutura metálica para pontes e fábricas; carris para linha
férrea, etc.
Exige enormes investimentos e uma tecnologia evoluída pelo que são poucos os países capazes
de possuir e isso cria a concentração geográfica no hemisfério norte.
Ex: URSS, EUA,JAPÃO,RFA, ITÁLIA, FRANÇA E INGLATERRA; são possuidores
destas industrias.
A partir das materia-prima citadas produz vários produtos que se classificam em corantes,
explosives, fertilizantes, corrosives, detergents, fibras sintéticas; materias plasticas, produtos
farmaceúticos, artigos fotograficos, gomas sintéticoas etc.
Este ramo industrial é muyito diversificado o que complica a sua classificação mas as suas
subdivisões mais comuns são.
Industrias de aparelhageens industriais
Indústrias de material de trasformação pesados
Elaborado pelo Dr Jorge Martino e estudantes de 3º Ano Geografia U.P Nampula 2006. 130
Indústrias automobilistica
Indústria aeronáutica
Indústria de material agrícola
Elaborado pelo Dr Jorge Martino e estudantes de 3º Ano Geografia U.P Nampula 2006. 131
Está virada a produção de motores electricos; m’aquinas de calcular, aparelhos de controle e
telecomando, aparelhos electrónicos e computadores, etc.
Esta indústria exige igualmente elevados investimentos e alto grau de tecnólogia pelo que é
típica dos paises altamente industrializados: EUA, RUSSIA, JAPÃO,ALEMANHA,
INGLATERRA, ITÁLIA, FRANÇA HOLANDA e SUÉCIA
Elaborado pelo Dr Jorge Martino e estudantes de 3º Ano Geografia U.P Nampula 2006. 132
Indústrias de construção mecânica ( automóveis, motorizadas; bicicletas; utensilios,
pequenas m’aquinas domésticas, etc)
Indústrias electricas ( electrodomesticos como televisores, frigorificos, máquinas de
barbear, aspiradores, radios etc.)
Indústrias de mobiliários
Indústrias vidreira e de cerâmica
Elaborado pelo Dr Jorge Martino e estudantes de 3º Ano Geografia U.P Nampula 2006. 133
Os principais ramos da indústria de ponta são:
Indústrias aeronautica
Indústrias aerospacial
Indústrias de bens e equipamento electrónico
Indústrias de informática
Indústrias electronuclear
Indústrias farmacêutica
Actividades ligadas a saúde ( Genética e a Saúde)
Actividades
1- Devido a variedade e multiplas caracteristicas que a indústrias apresentam torna dificil fazer
uma classificação objectiva.
Argumente.
Elaborado pelo Dr Jorge Martino e estudantes de 3º Ano Geografia U.P Nampula 2006. 134
UNIDADE 4: TRANSPORTE E COMUNICAÇÕES
Transportes e Comunicações – é o conjunto de meios , vias, aparelhos técnicos e instalações
que asseguram operações de deslocação de bens, pessoas e ideias de um lugar para o outro.
Elaborado pelo Dr Jorge Martino e estudantes de 3º Ano Geografia U.P Nampula 2006. 135
Para uma melhor análise da história da evolução dos transportes e comunicaçãos, iremos
abordar o assunto em duas fases:
Elaborado pelo Dr Jorge Martino e estudantes de 3º Ano Geografia U.P Nampula 2006. 136
Com a utilização da electricidade desenvolvem-se os comboios de alta velocidade os TGV
Japonês e o AVE Espanhol, que fazem ligações intracontinentais, com velocidade máxima de
300Km/h.
No caso específico das comunicações por aparelhos, surgem os satélites artificias , com a
funçao principal de fazer a troca de ideias ou informação em curto espaço de tempo através da
internete, telefones , televisão , portanto há globalização da informação .
Elaborado pelo Dr Jorge Martino e estudantes de 3º Ano Geografia U.P Nampula 2006. 137
Maritimos;
Ferroviários;
Rodoviários e
Aéreos
Embarcação
Elaborado pelo Dr Jorge Martino e estudantes de 3º Ano Geografia U.P Nampula 2006. 138
Um dos percursores do comboio foi o jesuíta belga Ferdinand Verbiest, em Pequim, ao
ideializar em 1681 uma máquina auto compulsora à vapor.
Em 1769, Joseph Cugnot, francês construiu em París, uma máquina à vapor para o transporte
de munições.
Em 1812, o inglês John Blenkinsop, construiu uma locolotiva, esta máquina usava carris de
ferro- fundido, que vieram substituir definitivamente os trilhos em madeira usados até aí. Estes
trilhos ou linhas de madeira tinham sido desenvolvidos na Alemanha por volta do ano 1550,
serviam carruagens puxadas por animais, principalmente por cavalos mas também, por vezes à
força de braços.
Elaborado pelo Dr Jorge Martino e estudantes de 3º Ano Geografia U.P Nampula 2006. 139
A máquina de Richard Trevithick
TGV em Rennes
Elaborado pelo Dr Jorge Martino e estudantes de 3º Ano Geografia U.P Nampula 2006. 140
Mais recentemente foram desenvolvidas locomotivas com turbinas à gás e com elas chegou-se
aos combois de alta velocidade capazes de atingir os 300 e nalguns casos os 400 e mais km/h.
A França foi o maior impulsionador deste tipo de comboio, com o seu TGV “Train Grand
Vitesse”;
Os japoneses também inauguraram a sua primeira linha de alta velocidade, ligando Tókio a
Osaka, com as famosas locomotivas Shinkansen.
O monocarril e comboio de levitação magnética mais conhecido por Maglev são as últimas
novidades na tecnologia ferroviária, embora a primeira patente de um comboio de levitação
magnética tenha sido registada em 1969.
Maglev
Elaborado pelo Dr Jorge Martino e estudantes de 3º Ano Geografia U.P Nampula 2006. 141
Camião de Carga
Elaborado pelo Dr Jorge Martino e estudantes de 3º Ano Geografia U.P Nampula 2006. 142
Os irmãos são creditados pelo primeiro vôo num avião, na maior parte do mundo, incluindo os
Estados Unidos da América.
O primeiro vôo dos irmãos Wright, foi realizado em 17 de Dezembro de 1903, em Kitty Hawk.
Vários especialistas dão a Alberto Santos Dumont, o crédito de ter sido a primeira pessoa a
realizar um vôo numa aeronave mais pesada do que o ar por meios próprios, dado que o Kitty
Hawk dos irmãos Wright só deixou de necessitar definitivamente da catapulta em 1908. Santos
Dumont é careditado como a primeira pessoa a realizar um vôo apenas no Brazil, e, em menor
escala na França e em Portugal, sendo isto matéria de debate até hoje.
As guerras na Europa, em especial a Primeira Guerra Mundial, serviram como palco de testes
para o uso do avião como armamento.
Após a Primeira Guerra Mundial os aviões passaram por inúmeros avanços tecnológicos. Em
1919, os britânicos John Alcock e Artur Written Brown, relizaram a primeira travessia
transatlântica em avião. Os primeiros vôos comerciais foram realizados entre os Estados
Unidos e o Canadá, em 1919. A turbina à jacto estava em desenvolvimento na década de
1930, sendo que os aviões à jacto militares já estavam operando na década de 1940.
Elaborado pelo Dr Jorge Martino e estudantes de 3º Ano Geografia U.P Nampula 2006. 143
.
Aviões a Jacto
Em Outubro de 1947, o americano Chuck Yeager, no seu Bell-X-1, foi a primeira pessoa a
ultrapassar a barreira do som, o recorde mundial de velocidade para um avião de asa fixa
tripulada é de 7297 km/h.
O primeiro jacto comercial, o De Havilland Comet, foi introduzido em 1952 e o primeiro jacto
comercial de sucesso, Boeing 707, ainda nos anos 50. O Boeing 707, iria desenvolver-se
posteriormente no Boeing 737, a linha de aviões de passageiros mais usada do mundo, no
Boeing 727, outro avião de passageiros bastante usado e no Boeing 747, o maior avião
comercial do mundo até 2005, quando foi superado pelo Airbus A380.
Aviões à jacto possuem alta velocidade de cruzeiro (700 a 900km/h), e velocidade de
descolagem e pouso(150 a 200km/h).
Elaborado pelo Dr Jorge Martino e estudantes de 3º Ano Geografia U.P Nampula 2006. 144
Aviões super-sônicos Boeing
Exercícios de Aplicação
1. Defina transportes e comunicações.
2. Fale da importância dos mesmos no desnvolvimento da economia do seu país.
3. Fale da evolução dos transportes rodoviários.
Como o resto de fenómenos geográficos por nos estudados neste ano, o desenvolvimento
dos transportes e comunicações depende de vários factores que podem ser classificados como
factores físicos naturais e factores socio-económicos.
Elaborado pelo Dr Jorge Martino e estudantes de 3º Ano Geografia U.P Nampula 2006. 145
O clima
Por exemplo:
A morfologia
Por Exemplo:
Elaborado pelo Dr Jorge Martino e estudantes de 3º Ano Geografia U.P Nampula 2006. 146
- Para os transportes marítimos lacustres e fluviais o relevo manifesta-se
fundamentalmente nos aspectos de corte, profundidades, e configuração da costa, variações de
níveis de mar, correntes marítimas e cataratas permitindo assim o acesso de grandes
embarcações ou não, a navegabilidade ou não, existência de portos ou não.
- As zonas de relevo muito acidentado, dificultam a construção de aeroportos bem como
o acesso por aviões, enquanto nas planícies acontece o contrario.
A hidrografia
Os solos
b) Factores socio-económicos.
Elaborado pelo Dr Jorge Martino e estudantes de 3º Ano Geografia U.P Nampula 2006. 147
Em função da repartição das principais actividades socio-económicas de uma região tais
como agricultura, indústrias extractivas e transformadoras, comercio, povoamentos
densos/cidades etc. haverá cada vez tendências para o desenvolvimento dos transportes, com
vista a suprir os fluxos de mercadorias e passageiros.
Por outro lado tais fenómenos socio-económicos se cedem ligados aos transportes suas
facilidades, rapidez e eficiência, mas por outro lado o desenvolvimento de transportes
dependem de tais factores.
Acção do estado
Elaborado pelo Dr Jorge Martino e estudantes de 3º Ano Geografia U.P Nampula 2006. 148
2. FACTORES DE TRANSPORTES
Para cargas de grandes volumes, mas de baixo valor unitário dá-se preferência aos
transportes ferroviários e aquáticos;
Para cargas de pequeno volume, mas de alto valor unitário (jóias, ouro), a preferência
recai nos transportes de maior rapidez e segurança (aéreo por exemplo);
Para cargas de produtos perecíveis, a maior preferência e também pelos transportes de
maior rapidez.
Nos PDs, seja de grande seja de pequena extensão territorial, o transporte por meio de
ferrovias e hidrovias.
Estes tipos de transporte proporcionam uma maior capacidade de carga e são muito mais
económicos.
Elaborado pelo Dr Jorge Martino e estudantes de 3º Ano Geografia U.P Nampula 2006. 149
Elaborado pelo Dr Jorge Martino e estudantes de 3º Ano Geografia U.P Nampula 2006. 150
Conceitos básicos
151
REDES SEPARADAS INTEGRAÇAO INTENSIFICAÇAO
Bibliografia
Antiguidade
Nesta fase, as principais formas de transporte eram primitivos, dos quais com particular
destaque para o trafego humano a pé (sendo transporte pedestre) e o transporte por
animais.
O tráfego humano a pé não exige nenhum reparo especial nem sequer é necessário um
caminho.
152
Nesta época, o homem podia seguir a floresta, uma pista de elefante ou abrir caminho com
uma machadinha transporta a sua carga essencialmente na cabeça e as costas.
O transporte por animais em principio são utilizadas depois da sedentarização da
humanidade, servindo estes para transportar cargas e pessoas. O enfraquecimento, que,
resulta da fadiga dos animais tornaram muitas vezes preferível a utilização de outros
mecanismos de transporte por animais defere de animal para animal e cada espécie tinha sua
área específica. Por exemplo: - o burro, resistente ao frio e com o pé particularmente seguro é
por excelência o animal de carga para as montanhas.
A utilização do transporte por animais ao longo do tempo experimentou consideráveis
progressos técnicos a saber:
No século IX A.C. os gregos criam a trelagem em serie por forma a carregar maior número de
cargas.
No século X N.E. na China aparece a sela para cavalos.
Idade média
Na idade média avanços significativos na área dos transportes foram surgindo, mas particular
destaque vai para a construção de estradas em profundidade de maneira a assegurar uma base
sólida.
Surgem nesta época a carroças de tracção animal a qual vencia as inclinações acentuadas que
diminuem a capacidade de utilização dos animais.
Nesta época as estradas foram sofrendo alterações no pavimento e no material usado, mas a
idade media não assistiu a construção de verdadeiras estradas, utilizou em parte as vias já
traçadas sem rectificar as já existentes.
Época moderna
Marcada pelo aparecimento dos cainhos de ferro, ele aparece numa época em que os canais e
as estradas asseguram já um tráfego intenso.
A invenção dos caminhos de ferro, responde às novas exigências de transportar cargas cada
vez mais volumosas.
153
É preciso distinguir a invenção do carril e da locomotiva.
O carril é um meio de desdobrar as pressões de aumento de tonelagem transportada por
outros veículos.
Contudo a pressão do carril no solo faz-se por intermédio das travessas. Inicialmente o carril
é utilizado para fazer descer vagões de carvão (por gravidade), da mina para o rio, isto em
terrenos inclinados.
Em terrenos planos os vagões eram puxados por cavalos até ao dia em que se aplicou a um
veículo ferroviário a máquina a vapor; nos primórdios o caminho de ferro serviram para
transportar mercadorias pesadas.
No século XIX, a aplicação da máquina a vapor nos transportes ferroviários, transformando
profundamente as comunicações e as económicas, a nível mundial.
A maquina a vapor equipa novos navios, torna-os mais rápidos, manobráveis, mais regulares
e pouco a pouco eliminam os grandes veleiros que substituem até ao principio do século XX.
Por volta de 1880, dá-se a época do aparecimento do automóvel, que utiliza sucessivamente,
o petróleo, o gasóleo e a gasolina.
O progresso na industrias dos pneus, asseguraram maior conforto a segurança. O automóvel,
cada vez mais resistente, fácil de utilizar, permite a independência cada vez maior do utente
tornando-o mais cómodo para os trajectos curtos.
As novas técnicas de transporte, o avião e as telecomunicações, permitem ao homem tornar-
se cada vez mais independente do espaço
(das distâncias) e d tempo.
Neste âmbito favoreceram-se entre outros desenvolvimentos como o aumento da velocidade
dos diversos meios de transportes.
Outro transportes são desenvolvidos, o transporte de hidrocarbonetos (Pipe-lines) sendo os
perigos de explosão e poluição e a sua flexibilidade as razoes que explicam o êxito dos
oleodutos e dos gasodutos. Estes são utilizados sobretudo para transportar o petróleo bruto,
gás natural ou para transportar gases preparados a partir do carvão. Neste último caso sem
para transportar grandes distâncias. Empregando-se igualmente para abastecer as refinarias a
partir do porto.
154
1807- invenção da máquina a vapor
1830- início da utilização do transporte
1865- início da utilização do transporte autoviário (oleodutos, gasodutos)
1917- início de utilização comercial do automóvel
1926- inicio da aviação comercial
A pé-------------------------------------------------------105m
A cavalo/burro-------------------------------------------260m
Em automóvel-------------------------------------------1600m
Em comboio aerodinâmico---------------------------2100m
Em avião DC-4--------------------------------------------8km
Em avião de repercussão Concorde-----------------44km
Actividade
“... A importância dos transportes acentua-se cada vez mais na organização económica e
social dos países, influindo progressivamente na produção agrícola e Industrial; no comercio
interno e externo, na composição dos preços; na regularização dos mercados, nos diferentes
usos da terra e na urbanização”.
155
2.2 Caracteriza a fase b) em função da Idade Média.
3. “...As novas técnicas de transporte, o avião e as telecomunicações permitem ao homem
tornar-se cada vez mais independente (das distâncias) e do tempo”.
3.1 Indique qual o meio de transporte mais usado no teu país.
3.2 Explique, segundo o teu próprio ponto de vista a vantagem dos transportes para a vida do
homem.
4. Refere algumas causas de evolução dos transportes.
5. Indique dois marcos importantes na evolução dos transportes.
CONCEITO:
O volume de bens a serem transportados, a distância por percorrer, a flexibilidade em relação ao
tempo e ainda a localização físico Geográfico do destino dos produtos, são padrões bastantes
diversificados, determinando assim, o tipo de transportes e as principais vias ou rotas a tomar
nessa actividade.
No entanto, para a sua interligação completa é necessário que sejam estabelecidas as rotas de
transportes, que não são mais do que caminhos imaginários onde os transportes aéreos,
rodoviários e marítimos possam circular, podendo ser de circulação nacional ou
internacional.
Ou ainda
Rede de Transporte – são vias ou caminhos, canais preparados, equipados para facilitar a
circulação de meios circulantes, mercadorias, pessoas que saem de uma determinada região a
outra.
As rotas nacionais são espaços aéreos ou marítimos geridos por um estado. Enquanto que as rotas
internacionais compreendem os espaços considerados de uso mutuo ou internacional.
No mundo dos nossos dias, o abastecimento dos países industrializados, quer a CEE, quer a
América do Norte, quer ainda o Japão, para só falar nas potências marítimas, depende fortemente
das regiões da África a sul do Equador e das regiões limítrofes do Golfo Pérsico para o seu
aprovisionamento em recursos naturais minerais e energéticos.
156
A figura abaixo mostra circuito mundial da energia e das matérias-primas, bem como dos
produtos alimentares, mostra à saciedade a actual importância dos estrangulamentos do Atlântico,
Pacífico e Índico.
157
Exemplo de uma rota marítima e terrestre na Ásia ao longo do séc. XIX
1. ROTA TERRESTRE
Rota terrestre é a mais generalizada no mundo sendo possível em todas regiões do mundo. Assim
subdivide – se em duas vertentes :
— Rota rodoviária
— Rota ferroviária
— Rota conduta/tubagem a mais recente
158
Rota De Conduta / Tubagem
Por certas inovações técnica e tecnológica destaca-se mais a tubagem como uma via terrestre
mais recente rápida e mais confortável.
Estas tubagens são utilizadas particularmente apenas para o transporte de hidrocarbonetos entre
os grandes produtores e consumidores.
— Os oleodutos ou Pipeline, para o petróleo.
— O gasoduto para o gás natural.
O transporte por conduta é mais barato, não consume a energia e a sua instalação, manutenção
são dispendiosos.
As condutas podem atingir uma distância longa e não são poluente. (Geografia de 9° Ano. pag.
160 ).
2. ROTA AQUÁTICA
Com a revolução industrial, o Homem sempre ambicionou a obtenção e acumulação de lucro. E
durante muito tempo as comunicações foram dificultadas pela falta de mapas e de instrumento
para determinar a latitude e longitude. Só com a invenção de bússola e de astrolábio
possibilitaram as viagens aquáticas particularmente marítimas. Assim a rota aquática subdivide-
se em:
— Rota marítima
— Rota fluvial
— Rota lacustre
A medida em que o comércio internacional se torna cada vez mais intenso, embarcações e aviões
são especializados em relação ao tipo de carga para a tender esta demanda. Neste caso, existiram
regiões com maior fluxo comercial tornando a região mais competitiva em termos de circulação
naval ou de aeronave. Assim temos:
— Rota do atlântico norte;
159
— Rota do atlântico sul;
— Rota do mediterrâneo - Mar Vermelho - Índico;
— Rota do pacífico norte;
— Rota do canal do Panamá.
Esta rota parte de América central passa pela Caraíbas, prosseguindo sucessivamente pela
América do norte, terra Nova, Europa Ocidental e chega ao mediterrâneo.
Os principais países com frotas mercantis no mundo são: Líbia, Japão, Grécia, Rússia, Noruega,
EUA e Reino Unido.
160
Rota do Canal do Panamá
Parte das Antilhas (Mar das Caraíbas) para o pacífico, pelo canal do Panamá. Já no oceano
Pacífico, esta divide – se em três ramos: um para as ilhas do Hawai e Austrália, o segundo para a
costa ocidental da América do Norte e o terceiro para a costa ocidental da América do Sul.
(Panorama de Geog).
Na Ásia alguns rios são navegáveis principalmente o Yan-Tse-Guing é uma boa via fluvial e
navegável, que desempenha um papel primordial da via económica da China. (Panorama de
Geog. pag. 966)
Na América, os principais rios navegáveis deste continente são: o Rio S. Francisco, Amazona e o
leque dos seus afluentes e o rio Prata.
As vias aquáticas mantêm sempre na economia Europeia em lugar considerável, em virtude de
volume de mercadoria pesada e de baixo custo que a actividade industrial necessita. (Panorama
de Geog. PAG. 996)
161
2 . 3. ROTA LACUSTRE
Os grandes lagos de África, Ásia, não têm a comunicação com o oceano, não verificando a
circulação interna.
Alguns lagos europeus no caso de Vérne e Tever comunica– se com o mar Báltico e mar de Norte
e oceano Atlântico.
Os Grandes Lagos americanos no caso de Lago Superior, Hurão, Erié e Ontário permitem a
circulação de navios que transportam toneladas de produtos (tipos da pradaria e das grandes
planícies, mineiro de ferro e cobre, carvão e chapa de ferro fundido, etc.).
Alguns lagos estão ligados ao oceano atlântico o que permitira que o cargueiro do alto mar
circula até monte real atingindo os grandes lagos.
3. ROTAS AÉREAS
A maior intensidade de tráfego aéreo regista-se no hemisfério norte, o hemisfério mais povoado e
economicamente mais desenvolvido e está subdividido em duas partes principais: Rotas
Domesticas Internacionais.
As Rotas Domesticas são as que permitem a circulação de pessoas e bens dentro do país, a as
Internacionais que se fazem para fora dos países e até dos continentes.
Assim desta-se quatro grandes pólos de tráfego aéreo:
— Europa Ocidental
— A faixa atlântica dos EUA;
— Sudeste dos EUA (costa do pacífico);
— O leste da Ásia (Japão, Correia do sul).
As rotas mais usadas só da Europa Ocidental é da faixa atlântica dos EUA, sendo a rota atlântica
norte a mais usada.
Segunda rota mais importante é a que liga as duas faixas dos EUA a atlântica e do pacífico.
Salienta-se ainda a rota que une a Europa ocidental aos países do Médio e Extremo Oriente.
As ligações aéreas no hemisfério sul são muito menos numerosas destacando-se os seguintes
pólos:
— Austrália – Nova Zelândia.
— África do sul
162
— Costa Oriental da América do Sul (Rio de Janeiro – Buenos Aires);
— Costa ocidental da América do Sul (Lina, Santiago do Chile).
Na sua maioria destes pólos encontram-se ligados aos grandes aeroportos do hemisfério norte.
Os países mais pobres não constituem normalmente, pontos de escala, sendo em grande parte
apenas sobrevoados enquanto os principais corredores aéreos ligam as grandes concentrações,
urbana – industrial (Geografia, 9º ano, pp. 158-159).
Em algumas regiões do mundo principalmente nos países menos desenvolvidos mantêm-se ainda
vias de comunicação característicos do mundo pré-industrial.
Homem e animais circulam através de caminhos e estradas rudimentares.
As vias de comunicação constituem eixos isolados ao Hinterland, como acontece, principalmente
em África e América Latina. Estas vias serviam no período colonial e servem, ainda hoje, para o
escoamento de produtos agrícolas ou exploração de minas.
Pelo contrário, os países desenvolvidos, dispõem de toda a série de infra-estruturas à circulação
rápida e eficiente de passageiros e bens. (Geografia, 9º ano, pp. 70-71).
Os transportes e comunicações tem impacto positivo sobre o meio ambiente, também apresentam
impacto negativo sobre o meio ambiente.
O impacto negativo dos transportes e comunicações reside:
Poluição química e derrame do petróleo e os seus derivados;
Poluição sonora das cidades, corredores e aeroportos;
Alargamento das áreas ocupadas pelas vias de comunicação e lugares de paragens de
transportes.
163
de gases tóxicos e de estufa como: Dióxido de Carbono, Dióxido de Enxofre, Monóxido de
Carbono, compostos nítricos bem como outras substâncias.
A Tabela representa um dos exemplos das emissões por tipo de poluente, tanto na sua
globalidade, no sistema de transportes ou apenas no transporte rodoviário. Mais uma vez verifica-
se a importância que os transportes, e particularmente o modo ferroviário têm na emissão de
poluentes.
2. Águas marinhas, fluviais e lacustres também são vítimas de poluição por transportes,
principalmente devido ao derrame do petróleo e dos seus derivados que são lançados durante o
carregamento e descarregamento, lavagens de depósitos de petroleiros durante a manutenção e
durante os acidentes.
Petróleo e seus derivados quando são escapados, atingem a zona costeira, poluem vastas
extensões de águas, contaminam a flora e a fauna marítimas em grande escala.
164
Sinos), ruídos de aviões produzindo sons a níveis dolorosos ao ouvido humano e causando
perturbações sanitárias dos citadinos.
165
UNIDADE V CIDADE
1
CASTEL (1973).
22
MAX DERUOU.
33
PIERRE GOUROU.
44
TOMAS TAVEIRA.
55
ORLANDO RIBEIRO.
166
1. Critério Estatístico (nº de habitantes), o conceito é muito variável dependendo de país para
país. Para a França as aglomerações são qualificadas de “Cidades“ quando atingem 2.000
habitantes, contra 20.000 no Japão e apenas 205 na Dinamarca.
3. Critério administrativo
Quando um determinado aglomerado urbano exerce uma determinada função politico
administrativa ( Exemplo capital da Província ) é o suficiente para ter categoria de cidade. Este
critério é muito utilizado nos vários países do mundo, como é o caso de Moçambique.
Exemplo: Holanda, Luxemburgo consideram cidades todas as localidades com mais 2000
habitantes, assim como todos os municípios.
Existem outros critérios como o tipo de edifícios ou critério funcional e mais.
URBANISMO
167
em um espaço restrito e na substituição das actividades secundárias (industriais) e terceárias
(serviços).
BREVE HISTORIAL
O processo de urbanização cedeu lugar desde há muitos anos atras, uma vez que se aceita hoje
dizer que os primeiros lugares ou mesmo sítios urbanos, ainda que de urbanização incipiente,
datam do Neolítico, sendo Jericó, na altura já habitavam 8 milénios a. C. e, Çatal Huyuk (6500 a
C.) os dois mais antigos exemplos conhecidos.
A referência destas duas (2) cidades permite afirmar que desde épocas recuadas, o Homem se foi
concentrando em espaços restritos, aonde formava uma civilização caracterizadamente urbana.
Ao falar da era Paleolítica aproximadamente 600 e 300 anos a C., afirma-se então, edificações de
pequenas iniciativas cidadinas em regiões de entre os rios Huão-Hó e Iansequão – na China, o
vale do Ganges, o norte da península de Indostão, a Mesopotâmia, o vale do Nilo, a Grécia, a
América Central e a Cordilheira dos Andes.
De entre vários locais Primitivos de extensão urbanística, há que frisar os mais destacáveis, desde
a faixa do Egipto (vale do Nilo) à Chia (rio Amarelo):
* Acadia
* Mesopotâmia.
168
2. O Indo – responsável pela expansão do fenómeno urbano na Ásia e, posteriormente,
dinamizador e difusor do mesmo fenómeno no Oriente, a partir da China.
3. O foco da civilização de Olmeque – responsável pela difusão do fenómeno urbano, a
partir do México, especialmente América Central e a do Sul.
O crescimento das cidades foi durante muitos séculos bastante lento pelo que, a multiplicação de
cidades e o número cada vez maior dos seus habitantes é um fenómeno quase contemporâneo.
O outro aspecto referente à lentidão do processo de urbanização é a etapa da Idade Média que
culmina com as Grandes Guerras Mundiais por onde houve matança de pessoas, destruições de
milhares infra-estruturas e bens e móveis de distintos calibres e colecções de inventos da arena
científica.
De referenciar que desde os finais do século XVIII e início do XIX, a cidade conheceu duas
importantes modificações, seguintes:
→ Altos - fornos, armazéns e mais, foram instalados em poucos anos nos campos e pradarias.
169
As cidades industriais desenvolveram-se em função de um conjunto de fábricas e de actividades
sem relação com uma população citadina e de rurais consumidores. A organização das cidades, as
funções, a composição social destas cidades diferenciam-nas nitidamente das cidades
tradicionais.
A Inglaterra foi o primeiro país do mundo a urbanizar por volta de 1850 que já possuia mais de
50% da população urbana; no entanto, este fenómeno acelera na maior parte dos países
desenvolvidos e industrializados só na 2ª metade do séc. XIX.
170
Portanto, de acordo com a sua extensão (em área), densidade populacional e o número total de
habitantes que englobam, a que destacar as principais áreas urbanas do mundo, seguintes:
171
2. Conurbação Reno
Podemos pois, concluir que as aglomerações urbanas gigantescas são cada vez mais numerosas
registando, por vezes ritmos de crescimento espantosos.
Analisando o exemplo de Nova Yorque, verificamos que esta cidade apresenta hoje 200 vezes
mais habitantes.
Como resultado deste crescimento, algumas cidades acabam juntando-se, constituindo assim
vastos espaços urbanizado - Megalópolis. (Ver tabela nº 1, página 14).
Uma região metropolitana é um grande centro populacional, que consiste em uma (ou, às vezes,
duas ou até mais) grande cidade central, e sua zona adjacente de influência.
Todas se caracterizam por apresentarem uma extensão muito semelhante - cerca de 1000 km;
serem áreas de grande dinamismo económico - cultural e agruparem vários milhões de habitantes
- aproximadamente 45, 70 e 55. Respectivamente.
172
Tóquio, cidade capital e moderna, originou a sua volta uma imensa área urbana que unida à
região mais a Sul de Osaka-kobe, engloba mais de 40 milhões de habitantes. Como o crescimento
demográfico foi extremamente rápido, relativamente aos outros casos, existem problemas de
grande falta de habitação, equipamento e infraestruturas em geral.
173
Toronto – (fig. 4). Metropili de Jakarta –
(fig. 5).
Fonte: http.//www. Com.br. Wikipedia.
Anexo 2.
174
TEORIAS SOBRE A MORFOLOGIA URBANA ---------------------14
1. A MORFOLOGIA URBANA
A morfologia urbana resulta da combinação da planta da cidade, da arquitectura dos edifícios
e do tipo de uso dos solos (área residenciais, comerciais, recreativas, culturais, etc.).
Em muitas das vezes a planta de uma cidade é o resumo da sua história e, por ela se pode
seguir as etapas do seu desenvolvimento que constitui aspecto primordial para um geógrafo.
Portanto a planta/morfologia de uma cidade não é característica de uma época, mas
principalmente, de uma certa concepção ligada a diversas civilizações.
Apresenta em geral um aspecto diferente do dos povoados das suas regiões rurais, prédios
com vários andares, ruas largas, avenidas, grandes loja , muita gente em circulação,
transportes colectivos.
A morfologia urbana numa vista área é compreendida pelo seu arranjo e sua justa posição dos
diversos bairros e quarteirões que a compõe, cujo seu plano obedece três espécies de linhas: a
directa, a sinuosa e a circular que fazem com que se formem três tipos de plantas diferentes, a
saber:
175
Ortogonal/Quadriculada
Ruas cruzam perpendi-
cularmente e edifícios
em forma de paralelepípedo
Irregular
Tem a disposição desordenada das ruas
que aparecem com muitos becos sem saída
e de pátios interiores.
176
Iniciada por uma linha circular constituía antiga cintura fortificada, portanto as ruas deviam
ou obedecem o traçado da muralha sendo circular ou redondo directo ou rectilíneo. Tal é o
caso das ruas envolvente das muralhas do castelo de S. Jorge, a costa do Castelo.
Radioconcêntrica
Ruas circulares e concêntricas
em terno do centro da cidade.
A partir do centro saem avenidas
em forma de raios que comunicam com a periferia
Em Suma
Na observação actual da cidade, encontram-se
vários tipos de plantas umas com traçados
regulares e outras com traçados irregulares.
Os traçados regulares são muito recentes que os irregulares a não ser que a cidade tenha a
influência romana. A diversidade das civilizações marcou, no entanto, formas diversas, mas
ao mesmo condicionalismo e as mesmas necessidades conduzem sempre a restauração da sua
morfologia.
A morfologia urbana para além de obedecer a moda a sua construção tem a ver a certos
factores tais como:
O meio físico local (relevo, clima, curso de água e outros);
Eixos de circulação e meios de transporte;
Rentabilidade financeira (preço de solo, nível económico dos residentes previstos);
Factores de índole social ( prestigio, qualidade de vida e outros).
O que na sua conjuntura estes factores se repercutem na largura das ruas, na dimensão das
parcelas, na densidade das construções e na importância dos espaços verdes e dos
equipamentos.
2. PLANTAS
2.1. Ortogonal /Quadriculada
Vantagens
177
A acomoda ás necessidades de lateamento;
Facilita a delimitação de sectores administrativas;
Facilita a construção de edifícios e blocos regulares.
Exemplo: N. York, S. Francisco, Sidney e Maputo.
Desvantagens
As ruas que se cortam em angulo recto ;
Os percursos ficam mais alongados;
A visibilidade nos cruzamentos torna-se difícil;
Os congestionamentos do transito automóvel são frequentes;
As ruas, muito longas e direitas, canalizam os ventos.
Desvantagens
Pelos arcos formados pelas ruas circulares e blocos de edifícios, as distancias ficam mais
alargadas;
Os blocos dos edifícios tem formas irregulares o que influencia nas plantas dos imóveis /
casas.
Exemplo: Milão, Beira, Luanda.
Desvantagens
As ruas são tortuosas, de larguras irregulares;
178
Muitos espaços construídos não tem possibilidade de acesso;
Não existem áreas especializadas.
Exemplo: Chamanculo, Maxaquene ( Maputo).
Para explicar e generalizar as diferentes formas de uso do solo de diferentes áreas no interior
das cidades surgiram ao longo do tempo várias teorias ou modelos esquemáticos empíricos –
são os modelos de organização do espaço urbano que justificam a sua morfologia que seus
modelos se explicam na base de teorias que as explicam.
179
Zonas de operários, de trabalhadores de indústrias e;
A zona residencial de senhores rico e abastados.
O deslizamento do centro para o exterior deve-se a mudanças de grupos sociais.
180
Zona- 2- É a área de transição, a qual vai sendo invadida
1 pelo comercio e pela indústria ligeira. No início é ocupada
pelos recém chegados á cidade.
Zona- 3 – É habitada pelos trabalhadores da indústria que
deixaram a zona –2.
Zona –4 –É uma área residencial com apontamentos e
residências individuais para as classes sociais mais
abastadas.
Zona – 5 – É de áreas suburbanas / cidades satélites, do
CBD para a zona 5 tem distância tempo máximo de 30 a 60
minutos de carro.
4.1.1. Modelo Hoyt
1- CBD
2 34 2- Comércio grossista e indústria ligeira
3 13 3- Área residencial das classes baixas
4- Área residencial das classes médias
13
5- Área residencial das classes altas.
A localização sectorial e a expansão das áreas de rendas tem tendências a relacionar-se com:
estradas existentes, as vias de transporte mais rápidas; para facilitar a deslocação para o CBD,
a existência de água não utilizada pela indústria, terras altas, espaços abertos, proximidade de
dirigentes da comunidade.
4.1.2. Modelo De Mann Para Uma Hipotética Cidade De Dimensão Média
4 A- sectores das classes altas e média alta.
3
B- Sector das classes médias e média baixa
2
C- Sector das classes trabalhadoras e de
1
habitação social
D- Sector industrial e das classes trabalhadoras
mais baixas.
1- Centro da cidade
2- Zona de transição.
181
3 A- Casas e vendas para as classes altas e média alta.
3 C e 3 D – casas pequenas
4 - Casas pobres
5 – Povoações de comutação
9 8
182
Cidades entre o litoral e o interior;
Cidades dentro do continente / país.
c) Á função: referente actividade económica dominante, assim, existem:
Cidades industriais;
Cidades comerciais; turísticas, portuárias, política administrativas, culturais, etc.
d) A origem: Planeada e espontânea.
6. FUNÇÕES URBANAS
Emboras as cidades se desenvolvam todas as funções, a principal função de uma cidade é
determinada num certo tempo pela actividade principal dos seus habitantes, ela pode mudar
no processo evolutivo. No geral as funções das cidades são:
183
- Função Religiosa;
- Função recreativa e turística.
Quanto as funções da cidade no seu geral:
184
Das cidades com tal função manifesta-se quase em todas as cidades do mundo,
particularmente (é claro) aquela nascidas e situadas junto as vias de comunicação (margens
fluviais, lacustres e marítimos, vias férreas, rodovias e aeroportos) internacionais e assim
favoráveis ao comércio local, nacional, internacional ou mesmo mundial, tais são os casos das
cidades de Basileia, Estramburgo, Colónia, Dusseldorf e Roterdão, nascidas nas margens dos
rios Reno com função dominantemente comercial; Detroit, Chicago, Cleveland e outras nas
margens dos grandes lagos americanos; Tóquio, Londres, Liverpoop, Marselha, Nova Iorque,
Montreal, Singapura, Milão, etc. que têm grande papel no comércio internacional e mundial;
as cidades de Cabo, Dakar, Lisboa, Leninegrado que sendo portuárias desempenham um
grande papel no comércio internacional.
185
baixa durante a maior parte do ano com uma população residente muito reduzida. E o
desenvolvimento da função comercial, hoteleira, turística típica, onde predomina a venda de
objectos relativos ao santuário, que as pessoas compram para a sua recordação ou lembrança.
186
6.5.2. Função Directiva
Conferida as cidades pela multiplicação de serviços (escritórios, bancos, as sedes
administrativas das grandes empresas comerciais e industriais) que dirigem a vida económica
duma região do país.
187
Algumas cidades no mundo se destacam por apresentar esta função tão desenvolvida
particularmente às suas universidades. As grandes cidades são sempre dotadas de um grande
número de estabelecimentos de ensino com mais destaque o ensino universitário; e ao mesmo
tempo constituem centros turísticos onde se desencadeiam todas instalações do conjunto de
equipamentos, a saber: museus, casas de cultura, centros de recreação, organização de
sanitários, congressos, simpósios. Tal é o caso das cidades de Paris, Coimbra, Uppsala na
Suécia, Tubingen, Heidelger da Alemanha, Perugia na Itália, Montpellier em França, Oxford
e Cambridge no Reino Unido, Louvain na Bélgica, Florença, Cannes, Estoril, etc. que devem
o seu grande desenvolvimento nesta função.
Conceito de cidade
Distinguir o espaço urbano da cidade, através duma definição única e universal, não é possível
atendendo a realidades totalmente distintas, quer a nível económico, social ou cultural quer a
nível demográfico.
É por este motivo que se realizam uma conferência da estatística, reunida em Praça, em 1966,
onde foram estabelecidas normas, para definição de cidade, tendo deste modo uniformizado
minimamente os critérios. Nesse contexto deveriam ser consideradas cidades, todas as
aglomerações com mais de 10 mil habitantes, independentemente das suas funções, ou com um
mínimo de 2000 habitantes, desde que a população ligado ao sector primário não ultrapasse os
25% da população activa.
Para Matos (1990:206), considera a cidade como sendo um centro de relações e de decisões onde
se encontram os homens, onde se trocam mercadorias, onde se difundem as ideias e onde se
reúnem formas de actividades diferenciadas (as funções urbanas): comércio, indústria, serviços,
administração, etc.”.
188
Por causa da dificuldade de definição da cidade forma estabelecidos os seguintes critérios:
Critérios demográficos
Critérios administrativo
Critério numérico administrativo
Critério ligado a tipologia da paisagem urbana
Critério funcional.
CRITÉRIOS DEMOGRÁFICOS
Critério numérico
Critério sócio-económico
Critério numérico sócio-económico
1. Critério numérico
Baseia-se no numero total de habitantes de um aglomerado, a partir de um valor mínimo (limiar
mínimo) a qual uma aglomeração urbana atinge a categoria da cidade.
Este critério simples comporta diferenças muito variáveis de país para país. No entanto é mais
usado, exemplo:
Uganda – 100 habitantes
Irão – 500 habitantes
Canada – 1000 habitantes
Angola 2000 habitantes
Bélgica – 5000 habitantes
Portugal – 10000 habitantes
Correia – 50000 habitantes
Nos países em desenvolvimento as cidades crescem de forma horizontal consequentemente a
densidade é baixa, enquanto nos países desenvolvidos as cidades crescem de forma vertical e a
densidade é elevada.
189
É aquele que serve base o envolvimento da população nas actividades secundarias e terciárias
principalmente.
3. Critério misto
Considera a cidade tendo em conta o número de habitantes e as actividades sócio-económicas.
4. Critério administrativo
É o segundo mais usado, pelo facto de um aglomerado urbano exercer uma determinada política
administrativa, (capital provincial, municipal, distrital e posto administrativo), exemplo Argélia,
África do Sul, Malawi.
5. Critério funcional
Baseia-se na diversidade e no número total de funções existentes na cidade, sua distribuição do
respectivo raio de acção.
Siracusa, Nápoles, Mompeia, Cartago, Marselhas e Roma. Estas cidades apresentam uma
arquitectura tinham no centro um fórum, rodeado de colunas e estatuas, circundados por edifícios
públicos, templos, repartições, lojas e perto de fórum tinha anfiteatros.
190
com a queda do Império Romano do Ocidente em 476 d.C., a civilização vai decaindo para dar
lugar uma economia de subsistência rural, sob protecção de chefes tribais bárbaros, que fundaram
o Feudalismo. Este foi a época das trevas. Algumas cidades foram destruídas, transformadas em
campos agrícolas.
Só nos séculos XI e XII é que começam de novo a surgir as primeiras manifestações urbanas no
feudalismo, com o núcleo central no Castelo do senhor feudal e a sua volta muralha e aldeia dos
servos.
O desenvolvimento económico dá lugar ao aparecimento das corporações de mercadores, que
organizam e controlam a vida económica das cidades e dos artífices que regulam a produção
artesanato.
O desenvolvimento das cidades europeias, teve a sua origem na idade Media e estão divididas em
duas categorias.
Cidades planeadas e cidades adaptadas.
Cidades planeadas
Surgiram nos séculos XIII e XIV, apresentam configurações geométricas. Nestas, o fundador
escolhia um local, estabeleciam-se limites, construíam-se as muralhas, em seguida abriam-se as
ruas delimitando espaços para blocos habitacionais, reservando lugares para implantação da
igreja e do mercado.
Cidades adaptadas
Dentro das muralhas, as cidades cresciam lentamente e de maneira muito compacta, de forma
circular. O crescimento fazia-se no lugar as primeiras vias que resultaram com planta circular.
NO PERÍODO DO RENASCIMENTO
Nesta época histórica, é marcada por uma visão das coisas centralizada no homem e a cidade
serve de espelho da mentalidade nova. As cidades são rodeadas de fortes muralhas, para resistir
191
armas de fogo. Constroem-se grandes monumentos e igrejas na Europa, Itália, Franca, Inglaterra,
Alemanha, Espanha e Portugal.
metrópole do grego, cidade – mãe, com mais de 500.000 habitantes, resulta de um só núcleo
urbano.
Exemplo Nampula
Conurbação – é fenómeno de junção de duas cidades ou mais metrópoles ou até 2 ou mais
cidades (Rhur, Reviera, Francesa e italiana). Amesterdão, Haia, Roterdão, Maputo – Matola.
4. Problemas da cidade
quanto maior for uma cidade, maiores e mais diversificados serão os seus problemas e se tratar de
uma cidade antiga, cuja estrutura foi impossível alterar ao longo do tempo, esses problemas serão
mais agudos. A seguir apresentam-se alguns problemas:
o problema do transito
o problema do abastecimento
o problema do saneamento, esgoto e lixo
192
a população
marginalidade, criminalidade e delinquência
saturação e stress
superpovoamento
erosão.
193
As dificuldades da água surgem não só no abastecimento, mas também no transformar para ‘agua
potável, na captação de nascentes, de rios ou de albufeiras, conduz até a estacão de tratamentos e
para distribuição ao domicílio.
o recolher e dar destino, diária aos lixos da cidade de forma a mantê-la limpa, dotar
completamente uma cidade de uma rede de esgotos satisfatória, são dois problemas que crescem
de ano para ano e que apesar da maioria das pessoas não se aperceberem deles cada vez mais se
tornam mais difíceis para solucionar.
Leie (1985:172) remete avaliar a quantidade do lixo desta maneira “basta que, em media, cada
habitante dê origem a 1 kg de lixo por dia, para que uma cidade produza centenas de toneladas
dia a dia.
Acumulação de lixo põe em perigo ou agrava os problemas de poluição, com enormes riscos de
saúde pública.
Nos tempos chuvosos o lixo acumulado torna-se reservatório de vários insectos incluindo o
mosquito causador de malária.
Os esgotos são também, factor problemático da vida urbana. Além disso maior parte das cidades
lança os seus esgotos nos rios e lagos ou mares, contribuindo para contaminação da água doa
animais aquáticos, pondo em perigo a saúde pública e equilíbrio ecológico.
4.5. A poluição
194
o monóxido de carbono (gás tóxico libertado pelos escapes dos motores, gases de enxofre, de
chumbo, poeiras, sais, estão sempre presentes e de forma degradativa a atmosfera das regiões
urbanas, poluindo o ar da respiração da população provocando doenças pulmonares.
Os ruídos dos carros, buzinas, motociclos, aviões, provocam a poluição sonora, que é responsável
das doenças psíquicas de saturação que se traduzem em dores de cabeça intensa e náuseas.
Outra forma de poluição é injecção de resíduos industriais nos rios, oceanos, assim a lavagem dos
navios petroleiros leva a contaminar o peixe e outros animais marinhos e por sua vez perigar a
vida de um número elevado dos habitantes das cidades costeiras. Esta preocupação de despachar
os resíduos industriais, leva aos países desenvolvidos procurar formas ilícitas de depositar os
resíduos nos países em via de desenvolvimento, exemplo Catina 13 em Moçambique.
Para VALENTEI (1987:242) “a poluição do ar e das águas nas maiores conturbações provocam
um agravamento brusco das condições de vida, ameaçando com uma catástrofe ecológica”.
Matos (199): 267) na sua obra Contrastes geográficas, apresenta um jornal italiano de 21/2/90,
com seguintes informações “foi recentemente decretada a interdição a circulação, ao domingo, de
todos os veículos de turismo em Milão, devido a grande poluição atmosférica, naquela metrópole,
Lombarda enquanto que em Turim foi decidido alterar a circulação por semana de veículos com
matriculas impar e par”.
195
Abastecimento
Água
Construção de barragens
Abertura de furos
Canalização e distribuição da água
Alimentação
Criação de zonas verdes
Conservação de alimentos a partir de armazenamento e sistemas de frio
Planificação das quantidades ideias e abastecimento regular
Energia
Construção de barragens hidroeléctricas e outros sistemas alternativos (gás natural, carvão e
mais).
3. Saneamento
Poluição
Regulação de uso de viaturas em função da sua conservação (fumo e sons)
Introdução dos silenciosos nos motores, para diminuir os sons
Construção de aeroportos distante da cidade
Aumento da altura de chaminés das indústrias e a respectiva construção em zonas específicas.
196
Marginalidade, criminalidade, delinquência
Solução
Superpovoação
Erosão
Construção de valas de drenagem
Reserva de zonas para habitantes.
As cidades são pólos de atracção da população. Assim, quanto maior for a cidade, maior será a
força de atracção.
O crescimento duma cidade, faz crescer duma forma acelerada os bairros de latas, o sub emprego
e o desemprego. A falta de habitação sente-se mais. O descontentamento, a revolta, a
insatisfação, a luta pela sobrevivência, conduzem a situação que, não raro, desembocam na
criminalidade, assaltos, a droga, a prostituição, a delinquência juvenil, a desagregação familiar, o
alcoolismo e os homicídios.
197
Situação
Stress
O homem como um ser social e como tal, tem de viver em sociedade, e que a cidade é uma
organização social por excelência, para se viver em comunidade, com todas as suas vantagens e
inconvenientes.
A vida moderna, exige demasiadamente a condições humana, o homem está a transformar-se
numa máquina, num simples “robot” levanta-se todos os dias a hora certa, para chegar ao local do
trabalho tem de suportar bichas de trânsito, o autono, superlotado chega pela manhã ao trabalho
já cansado, ai suporta os barulhos das máquinas, as ordens que recebe e transmite, o telefone que
toca. A hora do almoço come para não perder tempo, toma as refeições a correr, a tarde para
chegar a casa, suporta o caos do trânsito outra vez, chega a casa não tem tempo de conversar com
os seus filhos, tem de ler os jornais, ouvir os noticiários. O comportamento do indivíduos começa
a alterar-se e os estados doentios sucedem-se, úlceras, náuseas, hipertensão, annan, insuficiência
renal, náuseas, vómitos e doenças infecciosas.
1. No período de antiguidade
as cidades surgiram, no período do Neolítico. Quando os homens tornaram-se sedentários e
começaram viver em comunidades e surgiram certas necessidades colectivas no caso de:
Defesa do ataques de grupos rivais e de animais;
Obten,cão de mais alimentos;
Especialização do trabalho;
Troca de excedentes.
Embora vários autores se divergem o 1º aglomerado que se torna cidade é Jericó em Israel, no
oitavo milénio a.C. mas foi precisamente no ano 3.500 a.C. que emergiram outros aglomerados,
sempre nos vales dos rios:
Na Mesopotâmia – entre Tigre Eufrates
No Vale do Nilo
No Vale do Indo
198
As cidades que surgiram nesta época são: Ur, Lagash e Erech, Kahum, Mahenjo, Daro, Ha e
Erech, Kahum, Mahenjo, Daro, Haapp, onde viviam entre 30-70.00 habitantes.
2. No período clássico
Por volta de 800 a.C., período da antiguidade clássica, surgiram na Grécia e Roma, as chamadas
cidade-estados, mais desenvolvidas no caso de Atenas, Esparta, Corinto, Tebas, Mileto, Siracusa,
nápoles, Pompeia, Cartago, Marselha e a própria Roma. Estas cidades apresentavam uma boa
arquitectura com um centro fórum, rodeado de colunas e estatuas, circundados por edifícios
públicos, templos, repartições, lojas e dentro do forum tinha
Conclusão
A cidade, produto fundamentalmente humano é um espelho do Homem, e tal como ele é, vai
evoluindo ao longo do tempo, mas só não dizemos que a cidade nasce com o Homem porque ela
quer dizer, essencialmente, agrupamento, sedentarização, comunidade. Por isso não se assume o
fenómeno cidade ao período paleolítico, quando os homens eram nómadas. Mas as situações
mudaram e as condições ambientais começaram a ser favoráveis de modo que o Homem já sentia
a necessidade de sedentariamente viver em comunidade e de uma forma organizada.
É de salientar que desde a antiguidade, a idade Médias, a idade Moderna e até a esta fase
contemporânea, houve no seio das cidades uma certa evolução foi que até certo ponto pode-se
frisar que essa evolução foi fruto também da evolução do próprio Homem.
Todavia, com o estudo efectuado neste trabalho, chega-se a inferência de que o conhecimento
sobre a evolução das cidades permitirá possuir uma concepção sobre as metamorfoses que o
Homem passou desde os tempos remotos até hoje que ele constitui o elemento activo sobre o
meio ambiente.
1. A ESTRUTURA URBANA
199
“ O crescimento desordenado das cidades preexistentes, o fluxo de rurais e de imigrantes aos
países novos, alertaram o fenómeno urbano para o estudo dos problemas sociais gerados pela
cidade e a sua projecção na composição da sua estrutura” Segundo LEITE (1989:161).
A estrutura interna das cidades, revela a existência de diversas áreas funcionais como
resultado de uma progressiva especialização interna, cada área apresenta uma função específica:
comercial industrial e residencial.
200
Estes três valores do solo obtém-se uma superfície idêntica à de uma colina com um pico
central e, nas encostas, digressões e vértices secundários.” Segundo HAGGETT e CHORLEY
citado por FIGUEIRA e TECEDEIRO (s/d: 217).
Assim, a acessibilidade diminui uniformemente em todas as direcções a partir do centro da
cidade e, em consequência, a renda que determinadas actividades podem pagar pela utilização do
solo urbano também decresce a partir do centro. As curvas de rendas correspondentes a cada um
dos usos (comercial, industrial, residencial) terão diferentes inclinações.
1.3. PREÇO DO SOLO E NETUREZA DA OCUPAÇÃO SEGUNDO A DISTÂNCIA
AO CENTRO
a
b comercio
V. O. c industria
Residência sendo:
C.O – Centro da Cidade
0 V.O – Valor da Oferta
C.O. Distancia
* * *Q --------Q+++++++
Comercio ** - - - - - - - ++++++++
--- +++++++++
Industria + ++ + + ++ ++ +
+ + + + ++
Residências +
201
- O terceiro anel, são actividades que não tem capacidade concorrencial em localizações
próximas do centro. Localizam-se desde o ponto Q até ao limite da cidade (R).
Com o tempo os padrões de uso do solo urbano tendem a sofrer alterações devido a própria
dinâmica das cidades modificando assim, as relações entre valores, acessibilidade e usos do solo;
Surgem novos usos do solo, o que diminui a importância dos outros anteriores; acessibilidade
altera-se com o aparecimento de novos meios de transporte, e as preocupações ambientais
problematizam a permanência de usos actuais.
202
2. MODELO DE ESTRUTURA URBANA
A teoria das zonas concêntricas foi formulada por ERNEST W. BURGESS em 1926, a
propósito da cidade de Chicago. Esta teoria defende que a cidade desenvolve-se segundo anéis
concêntricos, correspondendo cada um deles a uma actividade bem definida.
A partir do centro de negócios, o C.B.D. (Central Business District), lugar de concentração da
vida comercial, administrativa e dos transportes sucede uma por residências pobres habitadas
pela população negra e pelos imigrantes recém chegados, à mistura com pequenas fábricas;
Segue-se o anel das residências do operariado de médio poder de compra, que procura estar
perto do local de trabalho; este anel é envolvido pelo das residências da população abastada e
este, por migrantes quotidianos, que se estendem por núcleos mais ou menos dispersos, atraídos
vias de comunicação radiais que convergem para o centro da cidade.
203
1 Centro ONDE:
Esta teoria considerou a influência dos rendimentos dos residentes na sua implantação pelas
áreas habitacionais. Estas áreas, tendem a dispor-se em sectores, mais do que em círculos
204
concêntricos, atendendo a existência de condições naturais específicas ou de vias de comunicação
acessíveis.
Apesar do seu maior realismo, o modelo de Hoyt não é suficiente para explicar a evolução
recente de cidades com alguma importância.
Vide a figura
Vide a figura 2
205
A diferenciação de estrutura urbana é também influenciada pelo preço da renda urbana que
constitui uma variável e funciona em termos de distância ao centro factor que é fundamental no
modelo de Von Thunen.
Assim, o facto de o preço do terreno ser mais baixo quanto mais afastado for do centro leva a
um aumento da procura dos terrenos periféricos, mais baratos, onde a construção de lotes pode
estender-se por uma maior superfície, diminuindo, consequentemente a densidade populacional.
Junto ao centro o elevado custo da terra é acessível às actividades terciárias superiores, impondo
a redução da superfície a ocupar e o que motiva a construção em altura.
Concluindo, a variação da renda com a distância e a competição que gera fundamentam a
organização concêntrica do espaço urbano, de acordo com a ordem seguinte: centro (C.B.D.),
habitação multifamiliar, habitação unifamiliar e industria, a agricultura.
206
O centro corresponde ao sector de maior acessibilidade do interior da cidade. Esta situação
deve-se à convergência dos diferentes meios de transporte, pelo que a acessibilidade diminui em
todas as direcções a partir do centro, ou seja, decresce com o aumento da distância ao centro.
“ A distância ao centro do aglomerado urbano (C.B.D.) identifica-se em regra com o ‘ponto’
de acessibilidade máxima dentro da cidade e permite em media a mais fácil concentração vai
certamente interessar a todas, pessoas e actividades, ao pôr-se o problema de decidir sobre a
localização a adoptar”. Segundo LOPEZ, citado por FIGUEIRA e TECEDEIRO (s/d: 221).
A competição por ligações mais acessíveis traduziu-se na subida dos preços do solo no centro
da cidade. Assim, os valores de solo mais elevados estão associados a localizações de grandes
acessibilidade, pelo que a diminuição do preço do solo e função do aumento da distancia em
relação ao centro.
Para além do C.B.D. onde surge o preço do solo máximo, a intersecção das vias de
comunicação (cruzamentos) conduz ao aumento dos preços.
Do ponto de vista da fisionomia de algumas cidades é no C.B.D. que se encontram os
edifícios de muitos ‘picos’ (caso das cidades norte-americanas e australianas); noutras ocupa o
sector de edifícios mais antigos em cidades, com um longo passado histórico (cidades europeias).
A construção em altura permite introduzir o máximo de negócios no mínimo do espaço,
suportando as actividades terciárias (terciário superior, administração e comercio) e o preço mais
elevado do solo pela vantagem de uma localização mais central.
Existem, contudo, diferenças quando compararmos o C.B.D. das diferentes cidades. Não só
os edifícios das grandes cidades apresentam maior número de pisos, como também a área
ocupada pelo centro é maior e depende dos edifícios em termos de população urbana: nas mais
populosas o C.B.D. ocupa áreas maiores (Copenhaga, Cleveland, Hamiburg, Lisboa), enquanto
nas cidades de menor número de habitantes a área abrangida é mais pequena (Constança,
Basileia, Nuremberga, Coimbra).
207
3.2. A DIMINUIÇÃO DA DENSIDADE DA POPULAÇÃO NO CENTRO DA CIDADE
208
3.4. RELAÇÃO EXISTENTE ENTRE OS TIPOS DE ÁREAS RESIDENCIAIS E O
NIVEL SOCIO-ECONÓMICO DOS SEUS HABITANTES
As cidades apresentam diversos tipos de áreas residenciais de acordo com o nível socio-
económico da população que nelas habita.
Na ocupação social das cidades, depara-se com imóveis degradados habitados pelas famílias
pobres, os quais oferecem péssimas condições de contorno, higiene e de espaço habitável.
Para evitar a tal situação de medidas: a política de planeamento urbanístico, no que diz
respeito às operações de renovação urbano.
“Nas cidades norte-americanas, as áreas pobres são ocupadas por imigrantes de varias
nacionalidades – Polacos, Italianos, Alemãs, Checo, Porto-Riquenhos, Chineses – ou população
negra – os guetos. Os bairros são constituídos por edifícios mais antigos, alguns na proximidade
do centro da cidade”. Segundo FIGUEIRA e TECEDEIRO (s/d: 226).
A segregação racial ou ética explica a desvalorização vertical das propriedades situadas no
centro da cidade o que deu início da ocupação negra, a população branca irá procurar novas áreas
residenciais mais aprazíveis, normalmente nos subúrbios. Logo, a comunidade negra cinge-se aos
bairros em decadência, único onde os pobres podem habitar.
Nestes bairros, os habitantes não são portadores de nenhuma especialização, muitos
procurando emprego nos mercados de trabalho urbano. Outro aspecto que reflecte o baixo nível
económico dos habitantes dos guetos reside na falta de poder aquisitivo: as vendas efectuam-se
sempre a crédito, pelo que, o preço dos produtos aumenta para cobrir o risco da falta de
pagamento. Para além da questão de credito, o investimento e fraco, dada a escassez do capital
nestes bairros.
Noutras cidades o fluxo de população aos grandes centros urbanos deu lugar ao aparecimento
de bairros «marginais», devido as dificuldades na obtenção de alojamento por parte dos recém-
chegados.
“Os bairros «marginais» tomam diferentes designações, conforme os países onde se
encontram: «bairros de lata» em Portugal, «bidonville» em França, «Ranchos» em Venezuela,
«Chabolas» em Espanha, «Favelas» no Brasil, «barriadas» no Peru, «jacales» no México".
Segundo FIGUEIRA e TECEDEIRO (s/d:229).
Os bairros pobres localizam-se em encostas excessivamente inclinadas, em vales mal
drenados, em lotes a guardar a construção e mobiliária ou ainda nas proximidades de
209
estabelecimentos industriais ou de pequenos estabelecimentos comerciais. Para além dos bairros
pobres, encontram-se nas cidades sectores ocupados pela classe média e outros pela classe rica.
Os sectores ocupados pela classe média correspondem, normalmente, a blocos habitacionais de
vários pisos, inseridos em áreas que beneficiam de equipamentos sociais.
A ocupação por estes serviços de antigas áreas residenciais junto ao centro leva à deslocação,
para os andares superiores, de pequenas industrias não poluentes e que exigem pouco espaço
(alfaiatarias, oficinas gráficas, oficinas de ourivesaria). Daí, surgem as ruas principais com
comercio, serviços e bancos, e ruas secundarias, com restaurantes, armazéns e serviços de apoio
as actividades centrais.
A intensidade de uso do solo leva à expansão vertical do C.B.D., sendo difícil a expansão
horizontal nas cidades antigas. Com o desenvolvimento do centro da cidade, o centro de negócios
se3 a função residencial expandem-se paras áreas periféricas. Daí a razão do traçado da rede de
210
transportes, privilegiando as ligações ao centro, o lugar de maior acessibilidade para a população
que, em movimentos pendulares quotidianos, anima o centro de manha à tardinha, para o
abandonar durante a noite. A evolução da cidade, o seu crescimento centrífugo e o
congestionamento provocado pelo aumento da densidade de tráfego conduziram a perda de
acessibilidade do centro. Para colmatar esta situação, é necessário duplicar os centros de
escritórios e de comércio especializado. Esta desconcentração vai se notabilizar na construção de
centros comerciais periféricos e na formação de centros secundários.
211
- A deslocação das vias de transporte mais acessíveis para a periferia e consequente melhoria
nos transportes rodoviários e;
- A existência de uma concentração de mão-de-obra na periferia.
“A alteração do local de residência pode ser forçada por motives de despejo ou demolição do
prédio por exemplo e a sobreocupação de prédio junto ao centro”. Segundo LEITE (1988:165).
212
surgem habitações de custos de construção semelhante, mas com preços de Mercado muito
diferentes; a escassez da oferta e a especulação provocam a subida artificial dos preços. As
formas de
Habitat marginais (as barracas e os bairros clandestinos) que engrossam os arredores, quer
das cidades desenvolvidas não sujeitam a um planeamento urbano completa, quer das cidades dos
países subdesenvolvidos, são resultantes da força atractiva da cidade e a inexistência de
habitações para classes de baixos rendimentos.
4.5. OS TRANSPORTES
213
5. EXERCICIO DE APLICAÇÃO
2. As características locais de uma cidade para outra são diferentes devido a variação
da estrutura do uso do solo.
a) Identifique os factores que influencia, nesta diferença
b) Que relação existe entre a acessibilidade e o valor do solo de uma cidade.
1 2 3 45
214
5. Explique a que se deve a diminuição da densidade da população e a permanência da
função residencial no centro da cidade.
6. Relacione os tipos de áreas residências com o nível socio-económico dos seus habitantes
e explique a origem do termo bairro «marginais» e a sua designação em diferentes países.
7. O C.B.D. é o principal pólo organizador da cidade (…). A área do C.B.D. não é uniforme,
tornando-se difícil a sua delimitação.
a) Justifique a dificuldade de delimitação do C.B.D.
b) Problematize o futuro do C.B.D.
Não é fácil em enunciar um conceito de cidade que seja universalmente aceite ou valido. A
cidade como fenómeno social, ela evoluiu a par da humanidade, desta feita, o seu conceito
também variou no espaço e no tempo, assim, apostar numa definição única seria um propósito
pouco aceite.
Desta feita, pode-se concluir que a cidade é um produto social, obra do Homem e para ele
mesmo. Segundo LEITE, 1989
Cidade - local de trocas materiais e espirituais; Pólo organizador, pelo facto da sua localização
tal como a sua importância, favorecer à distribuição dos produtos de origem da terra, à produção,
o seu consumo e prestação de serviços variados. A troca da matéria, associa-se a troca espiritual
porque a cidade é por excelência sede do poder administrativo, o qual por sua vez é representado
por sistema económico e social. COSTA, et all
215
Sistema económico - caracteriza-se por infra-estruturas comerciais, industriais, meios
de transporte com suas respectivas redes de tráfego, entre outros componentes.
Sistema social -é na cidade onde encontramos um sistema educativo, sanitário e grande
numero de fontes de lazer que atendem um grande numero de pessoas.
As relações da cidade com campo são variadas estabelecendo uma interdependência entre as duas
regiões geográficas, dependendo da dimensão do centro, e tem evoluído ao longo do tempo.
“Grande parte da população urbana tem origem no campo devido ao êxodo rural”. LEITE,
1989, p. 167. A migração que dá origem ao exodo rural é definitiva e é facilitado pela
inexistência de obstáculos naturais ou políticos e pela presença do meio de transporte.
Assim, pode-se afirmar de que o campo e a cidade não são paisagens geograficamente acabadas
e independentes, isto é, unidades completamente isoladas. Ao contrário, o campo com a cidade se
estabelecem relações de interdependência pelos mecanismos de oferta e recepção nas áreas
agrícola, comercial, financeiro, administrativo, sanitário, demográfico, cultural entre outros
domínios sócio-económicos.
Figura 1: Avenida do Trabalho, rota de ligação entre a cidade de Nampula com paisagens rurais
da região.
216
MANIFESTAÇÃO DAS RELAÇÕES CAMPO CIDADE
1. Relação no domínio da agricultura: o campo exerce uma grande influencia sobre a cidade: é
o campo onde alberga as propriedades agrícolas dos citadinos; é onde vem os produtos
alimentares que os citadinos, é donde vem a matéria prima para alimentar as fabricas. “ É o
campo que oferece a cidade os produtos alimentares frescos” (LEITE, 1989: p. 168).
Certamente, são as cidades os grandes mercados dos produtos dos camponeses ou dos
agricultores.
Por sua vez os camponeses e produtores recorrem as cidades para obtenção de instrumento e
insumos agrícolas e ainda técnicas modernizadas para a produção. “Lembremos que a
modernização da agricultura foi imposta pelo crescimento urbano e pelo aumento de nível de
vida das classes consumidoras” Ibid
2- Relação domínio do comercio: A cidade é um local comercio por excelência, pois é onde se
desenvolve o comercio grossista onde os pequenos comerciantes rurais se abastasse de
mercadoria diversas. Por outro lado, muitos bem de uso e consumo como calçados, vestuários,
electrodoméstico, produtos alimentares manufacturados são obtidos pela populaça residente no
campo dentro das cidades mas próximas. A cidade funciona também como centro de
armazenamento de produtos agrícolas para posterior revenda no meio rural.
3- Relação no domínio financeiro: As cidades exercem um domínio forte sobre o campo na área
do capital. Grande parte dos bancos e instituições financeiras localizam-se nos centros urbanos,
fazendo com que a população do campo se desloque frequentemente para a cidade em buscar do
dinheiro ou guardar suas economias ou ainda pedir créditos.
4- Relação no domínio da saúde: a cidade por reunir infra estruturas sanitárias, meio técnicos e
pessoal médico especializado faz com que haja maior demanda da população rural do campo
para cidade a procura de melhores condições e cuidados médicos.
217
5- Relação no domínio demográfico: desde os tempos remotos desenvolvem-se graças atracção
da população do campo que sempre foi e continua a ser o grande reservatório de mão de obra
necessária na cidade.
O campo participa demograficamente na vida da cidade através de trabalhadores pendulares que
do campo diariamente afluem a cidade. Igualmente, há população que da cidade deve sair para
trabalhar no campo.
Outros domínios: o campo acolhe anualmente milhares de citadinos que vão passar os fins de
semanas ou férias, por outro lado, muitas pessoas do campo convergem periodicamente para a
cidade para tratar seus assuntos particulares (notários, tribunais, entre outros).
Em suma, as relações de interdependência entre o campo e a cidade são sintetizados nos quadros
seguintes:
218
Tabela das relações entre cidade e o campo em diferentes dominios
219
Actualmente verfica-se uma taxativa transformçao das paisagens rurais em cidades, potenciando-
as em recursos que nao despunham ou por outr a expaçao da grandes cidades vao conumindo de
forma progressiva areas anteriormente ocupadas pelas paizagens rurais e transformando-as de
componentes urbanos.
As relaçoes cidade-campo mudaram radicalmente na segunda metade deste seculo.
Mas nao foram mudanças que reduziram o contraste entre ambas (...). O que eatá
ocorrendo hoje nos paises do primeiro mundo é o espaço rural tende a ser cada vez
mais valorizado por tudo o que ele opoe ao artificialimo das cidades: paisagens
silvestres ou cultivadas, agua limpa, o ar puro e silencio. (...) O desenvolvimento
leva a uma for revalorizaçao do ambiente naturla, em vez suprimir a diferença
entre cidade e campo por obra e graça da organizaçao conjunta da agricultura e da
industria.
Sao varios exemplos decorrentes deste fenomeno, devido as possibilidades de desenvolvimento
de qualquer comunidade rural que esta dependente dos grandes laços que estas unidades
geograficas desenvolvem.
Fig. 3 As águas deste rio tem um teor de contaminação de resíduos sólidos e líquidos
provenientes desta cidade.
EXERCICIOS DE COMPREENSAO
220
o Agro-pecuário
o Industrial;
o Transporte e comunicação
o Prestaçao de serviços
3- Dê exemplos da inter-dependência do local onde vives com outras locais com estruturas
diferentes.
4- Qual é a origem da mudança das relações entre a cidade e o campo.
5- Enumere as consequências dessas mudaças no espaço rural.
6- Explique como ocorre a poluição atmosferica na zona rural.
7- Porque que hoje se a firma de que a ruralidade nao é mais sinonimo de atrazo?
221
seus equipamentos económicos e sociais ao servirem principalmente as populações das cidades
pequenas mais próximas.
AS CIDADES MUITO GRANDES – Contam com milhões de habitantes, com dezenas de km,
reunindo a cidade principal, as suas áreas envolventes e ainda as cidades- satélites são geralmente
capitais políticas de estados e contém em si infra-estruturas muito caras reuinido actividades
comerciais, financeiras, indústria e científicas variadas e complementares, além de centros de
desenvolvimento com papel decisívo no dinamismo económico de um país inteiro.
222
- A conurbação de Mannheine-ludurgshafen (Alemanha);
- A conurbação de Joanesbergo (A cidade principal e as suas cidaes satélites).
Quando uma conurbação continua a expandir-se e a crescer acabando por se unir, juntar ou
alcançar outras conurbações ou cidades mais distantes, também em grande crescimento de forma
a que a superfície urbanizada seja contínua ou longa de muitos km quer em comprimento ou em
largura e com muita população, dá origem a uma MEGALÓPOLE ou MEGALÓPLIS.
Assim, uma megalópole é resultado de uma junção inter metropolitana e muiltinodal quer em
macro vasta quer em corredores estreitos.
CONCEITO DE CIDADE
Existem vários critérios para definir cidade, os critérios variam no espaço, isto é de país
para país, assim como varia no tempo, verificando-se reajustamentos periodicamente.
Podem-se citar alguns critérios utilzados para definição de cidade.
223
1. Critério numérico (estatístico) – varia de país para país, e tem como base o número total
de habitantes no aglomerado.
224
EVOLUÇÃO DA POPULAÇÃO URBANA
Primeiros focos da civilização urbana – Entre 6000 a 3000 anos a.n.e. surgem os primeiros
povoados suficientemente extensas para virem a ter uma dimensão urbana. Estes povoados
desenvolveram-se nas margens dos grandes rios, sendo a destacar cinco focos primitivos:
- Médio oriente – região entre rio tigre e eufrates;
- NE africano - região do vale do nilo;
- Ásia meridional – vale do Indo região de penjab;
- Ásia oriental – vale do rio amarelo;
- América central – civilizacões urbanas de altitude.
TAXA DE URBANIZAÇÃO
É o número de habitantes residentes em regiões urbanas (cidades. áreas metropolitanas),
por 100 habitantes, ou seja a população urbana duma região ou país.
225
O hemisf’erio norte é actualmente o mais urbanizado, mas a tendência de urbanização é
mais intensa nos países do terceiro mundo. O número de cidades aumenta sem cessar.
Por volta de 1800 havia no mundo cerca de 45 cidades com mais de 100.000 habitantes.
Em 1970, cerca de 1.600.
As grandes aglomerações tornaram-se gigatescas cidades , todas com mais de 10 milhões
de habitantes, de que são exemplos a cidade de México, como Tóquio, São Paulo e Nova york.
A Megalópoles dos EUA, que se estende de Boston a Washington, ultrapassa os 40
milhões de habitantes. A do Japão, que engloba Tóqui, Osaka e Nagoya, tem aproximadamente
40 milhões de habitantes.
As megalópolis constituem extensos espaços urbanizados, onde o espaço rural que separa
as grandes aglomerações é progressivamente conquistado pelas construções urbanas.
As cidades do terceiro mundo têm um crescimento explosívo; A cidade do Caíro ultrapass
9 milhões de habitantes, terão 5 milhões e Kinshasa 2 milhões.
A primeira região do mundo onde a população urbana atingir 50% foi a América do norte.
A taxa de urbanização em 1985 apresentava o seguinte:
Região Taxa de urbanização- 1985
Europa semex-Urss 73,3
América anglo-saxónica 74,3
América latina 68,9
226
Ex-Urss 63,3
Oceânia 71,7
África 32,1
Ásia sem ex-Urss 28,2
Na tabela que se segue nota-se que de uma maneira geral, depois de 1950 há um aumento
constante das populações urbanas. De acordo com as estimativas desta tabela a população urbana
foi aumentando até o ano 2000 e períodos posteriores.
Nos países destas regiões , cerca de ¾ da população vivia nas zonas urbanas. Nas outras
regiões onde, em 1980, cerca de 2/3 da população total vivia nos centros urbanos contam-se a
europa, ex-Urss e a américa latina. Em contrapartida, as regiões menos urbanizadas em 1980
228
eram a Ásia meridional e África. Em 1980, na Ásia meridional, somente ¼ da população vivia
nas zonas urbanas, comparando em cerca de 29% das populações africanas.
desenvolvimento urbano. Oque os levou a interrogarem-se sob o papel das cidades, sobre a
existência de rendas ou armaduras que se apoiam nos núcleos urbanos, mantendo entre si, em
certos casos, relações mais ou menos hierarquizadas.
EVOLUÇÃO
Inicialmente convém lembrar que a urbanização deve ser entendida como um processo ou
movimento e não como algo momentâneo ou estático. Ela resulta fundamentalmente da
transferência de pessoas do meio rural (campo), para o meio urbano (cidade). Assim, a ideia de
urbanização aí está intimamente associada à concentração de muiyas pessoas num restrito
229
( cidade) e na substituição das actividades primárias (agro-pecuárias), por actividades secundárias
(indústrias) e terceárias( serviços).
Entretanto, por retratar de um um processo, costuma-se conceituar urbanização como
sendo “o aumento da população urbana em relação à população rural” e nesse sentido só ocorre
urbanização quando o percentual de aumento da população urbana é superior ao da população
rural, considerando-se que a urbanização moderna é um processo intimamente relacionado à
industrialização e ao caplitalismo, observamos que os países mais industrializados do mundo são
os capitalistas desenvolvidos industrializados.
Na maioria desses países a população urbana ultrapassa 70%, sendo que vários deles
praticamente já atingiram o limite máximo (Bélgica 97%) e Reino Unido (92,5%), isto é a
imigração campo cidade cessou, estagnou, isso, porém não significa dizer que as cidades desses
países pararam de crescer, uma vez que o crescimento urbano, seja físico (edificações) seja
populacional, não depende exclusivamente do êxodo rural.
Até pode ocorrer em função, por exemplo do próprio desenvolvimento, como do seu
crescimento vegetativo e da imigração.
230
menos então, que um geral. quanto mais tarde um país se torna industrializado tanto mais rápida é
sua urbanização,
Observa esses dados:
Em 1900 existiam no mundo dezasseis cidades com população superior a 1 milhão de
habitantes. Dessas, somente duas (Pequim e Calcutá) pertenciam ao terceiro mundo.
Em 1950 havia vinte cidade no mundo com populaçãp superior a 2,5 milhões de
habitantes. Dessas, apenas seis(Xangai, Buenos Aires, Calcuta, Bombaim, cidades do México e
Rio de janeiro, estavam situados no terceiro mundo, observação a cidade de seis de São Paulo
nem contava nessa lista para o ano 2000, as estimativas mostram que, das 26 aglomerações
urbanas com mais de 10 milhões de habitantes, nada menos
que vinte delas estão no terceiro mundo. São Paulo aparece como a segunda aglomeração urbana
mais populosa do mundo.
231
Como resultado deste desnível entre urbanização e oferta de novos empregos urbanos, são
comuns nas grandes cidades do sul as paisagens que mostram lado a lado o moderno e o
tradicional, o excessivamente luxuso e o pauperíssimo; bairros ricos ao lado de imensas favelas,
modernos edifícios, de escritótios ao lado de prédios deteriorizados e cheios de cortiças, o
empresário em seu carro com motorista particular
passando numa avenida onde mendigos pedem esmolas e crianças ou subempregos vender
bugigangas.
232
sobre as demais e mesmo sobre o meio rural. E essa hirarqui, ou relações de comando e de
influência, prossegue das cidades médias para as menores, e assim por diante.
para existir uma verdadeira rede urbana, contudo é necessário uma intensa urbanização
com uma individualização. Países ou áreas pouco urbanizados e industrializados possuem redes
urbanas prec’arias e mal constituidas.
As redes urbanas são típicos dos p[aíses desenvolvidos e, em geral, sào raras ou
imperfeitas nos países do sul, salvo pouas excecões.
Assim, existem áreas ou países do terceiro mundo que possuem boas redes urbanas, e tal
processo cresce continuamente em grande parte do mundo subdesenvolvido. ma verdadeira rede
urbana pressupõe não apenas um grande número de cidades e de população urbana, mas também
bons transportes e um sistema de fluxo (movimento) de mercadoria e de pessoas.
São também pólos mudiais de telemática, de serviços modernos e especializados
(assessorias e pesquisas) e do controle administrativo das grandes empresas ou das organizações
internacinais.
A indústria, pelo menos as fábricas com chaminés isto é, a produção física de bens como
os automóveis, bebidas, petróleo, etc. já não têm muita importância para definir as cidades
globais.
As cidades globais são classificadas em primárias (as mais importantes, que influenciam todo
o mundo) e secundárias (com influencia mais continental). Elas existem tanto nos países ou
com economias centrais como em algumas econmias semi-perif’ericos (México, Brsil, Coreia
do sul, etc. Um quadro provisório pois, a realidade mede constantemente e há polémica a
respeito disso, sobre as cadeias mundiais na actualidade é o seguinte:
233
Frankfurt Toronto Rio de Janeiro
Los Angeles Miami Joanesburgo
Chicago Huston Caracas
Roterdão São Paulo Sydney Bang Coc
Zurique Taipe
Manila
234
PROBLEMA E A SUA APLICABILIDADE
No quadro seguinte podemos comprovar diversos valores considerados por alguns países.
Países que utilizam unicamente o critério numico para deinir uma cidade.
No de Habitantes Países
100 Uganda
200 Dinamarca
200 islândia
400 Albânia
500 Irão
1000 Canadá e Malásia
2000 Argélia
2000 Etiópia
1500 Panamá e Irlandia
Mesmo que se tenta adoptar um valor mínimo universa este poderia ter o mesmo significado em
países desenvolvidos e países em vias de desenvolvimento PD’s e PVD’s.
É também usual ser considerado o valor relativo a concentração populacional por nidades
de superfície por/km², porém, estre critério apresenta também o valor muito dispersos. Como
exemplos de ‘areas ou regiões metropolitanas podemos mencionar o
grande rio de janeiro, etc. veja no quadro a cima as maiores áreas metropolitanas do mundo nos
anos 1900; 1950 e 2002.
235
MEGALÓPOLES E MEGACIDADES
A urbanização da humanidade foi muito intensa nos países desenvolvidos, em especial no
séc.XX. Ela originou intricadas redes urbanas, isto é, ‘areas superurbanizadas, nessas ‘areas, de
pequena extensão territorial, h’a inúmeras metrópoles e centenas de outras cidades
Essas áreas ou regiões especiais, superurbanizadas, que geralmente concentram grande
parcela da população do país, receberam o nome de megalópoles (mega, grande; múltiplo; e pólis
Cidade). Esses termo foi criado na década de 1960 pelo geógrafo Jean Crottmann, que
inicialmente o aplicou ao nordeste dos estados uidos, de Boston a Washington, tendo Nova York
como centro.
Outro conceito, criado recentemente pela ONU, é o de megacidade, que se refere aos
aglomerados urbanos com mais de 10 milhões de habitantes. Existem actualmente (em 2002),
cerca de 20 megacidades; comenta-se que existirão por volta de 25 megacidades em 2015 (reveja
o mapa da figura para identificá-las).
O coneito de megacidade, portanto ‘e principalmente demográfico ou num’erico, não
deve ser confudido com o conceito de megalópole, que é territorial (uma região superurbanizada,
independemente do número de habitantes da aglomeração urbana principal.
CIDADES; GLOBAIS
Outro conceito recente ligado à urbanização e ao papel das cidades na vida moderna, é o
de cidade global ou mundial. Ela surgiu nos anos 1980, com a ideia de globalização, que já
estudamos no capitulo v.
Não é um conceito demográfico, ou seja, o número de habitantes não é fundamental, tem
pouco é um conceito territorial, ou seja a região ou espaço circundante à cidade não tem
importância. O essencial mesmo são suas ligações
236
Uma cidade cresce de forma vertical, mediante a construção de elevados edifícios ou, às
vezes, de galerias e instalações subterrâneas. E cresce de forma horizontal, mediante a ocupação
de novos espaços, a constante expansão de suas periferia.
O crescimento horizontal de uma cidade com frequência ocasiona conurbação com outra
ou outras cidades, normalmente uma maior (metrópole) e outras menores. Na prática, elas ficam
unidas, conurbadas, embora pela origem e pela administração elas constituem cidades diferentes.
Existem centenas ou milhares de exemplos de conurbações urbanas espalhadas por todo o
mundo, só para citar um caso Brasileiro, podemos lembrar o Grande são Paulo, formada pela
conurbação de São Paulo com Santo André, São Caetano do sul, Diadema, São Bernardo do
campo, Osasco, etc.
Quando a conurbação dá origem a um imenso aglomerado urbano formado por várias
cidades, cria-se uma região metropolitana. É uma região, normalmente com mais de 1 milhão de
habitantes, onde há várias cidades conurbadas e com inúmeros problemas ou necessidades em
comum (Transportes, poluiçào, moradia, electricidade, asfaltamento de vias, água encanada,
esgotos, hospitais, creches ou escolas, etc.). essas cidades ou, oque é mais comum, da
coordenacão das várias políticas municipais.
237
URBANIZAÇÃO NOS PAÍSES DESENVOLVIDOS
Os países mais urbanizados do mundo, salvo raras exceções são os capitalistas
desnvolvidos. Veja alguns dados no quandro:
A urbanização desses países é a mais antiga e teve início no século XIX com a Revolução
Industrial. Em muitos casos esse processo de urbanização aparentemente já terminou, mas as
cidades continuam crescendo. As principais caussa da urbanização nos países capitalistas
desenvolvidas foram a industrialização e a mecanização do campo.
Em muitos casos, a posição geográfica da cidade tem muito a ver com, como exemplo de
situação urbana podemos citar as cidades localizadas:
- Na confluência de rios; Mananus e París;
- No contacto mar- continente: rio de janeiro e Nova York;
- Em cruzamentos de rotas rodoviárias (corredores, Jaladere em montes Urais) e
ferroviárias (Barun em São Paulo);
- Entre o litoral e o interior; Cmpina Grande (PB) e Caruaru (PE,) no graeste;
- No intrior do continete ou do país; Goiâ e Madrid. a situação urbana é a posição
geográfica da cidade dentro do região.
CIDADES ESPONTÂNEAS
A maioria das cidades do mundo nascem e crescem espntaneamente apartir de pequenos
núcleos iniciais. Ao crescerem, muitas dessas cidades se tornam problemáticas, exemplo: São
Paulo, Nova York etc.
238
As cidades planejadas; são cidades previamente planejadas e construídas com a finalidade
de desempenharem determinadas funções, por serem planejadas. são mais organizadas e
funcionais, exemplos: Brasilia e Washington etc.
AS FUNÇÕES URBANAS
Cada cidade costuma apresentar uma determinada actividade que lhe é básica, isto é, uma
determinada actividade que se constitui na base económica da cidade. A esta actividade básica
em função da qual vive a cidade damos o nome de função da cidade, exemplo; a cidade de
brasilia, possui actividades comerciais, bancárias, culturais, turísticas etc. entretanto, a função
principal é a administrativa.
239
NOÇÃO DE REDE URBANA
rede urbana é, portanto, um sistema de cidades distribuidas numa região, mantendo
relações entre si e dependentes de um centro principal que comanda a vida regional.
Existem redes urbanas mais e menos organizadas, onde se conclui que a vida de relações
poderá ser de maior ou menor intensidade, dependendo do estágio de evolução em que se
encontram as cidades, compare-se, por exempl, a intensidade das
relações e o estágio de evolução (urbana) das cidades das regiões sudeste e norte do Brasil.
NOÇÃO DE HIERARQUIA URBANA
A noção da hierarquia urbana está associada à dependência que existe de uns centros
urbanos em relação a outros.
Assim, na hierarqui urbana de um país temos inicialmente um grande centro urbano que é,
no caso, o mais completo de todos em bens e serviços, e cuja área de
influência é muito grande; abrangendo todo o território nacional – é a metrópole nacional,
Abaixo de metrópole nacional aparecem cidades geralmente grandes e bem aquipadas,
cuja a área de influência costuma abranger uma grande região po porção do país-são as metróples
regionais.
Apartir daí, caso tenhamos uma rede urbana bem organizada, seguem-se cidades
sucessivamente menores (capitais regionais, centros regionais e sub-regionais) até chegarmos aos
chamados centros elementares. exemplificando:
- No Brasil temos duas metrópoles nacionais, são Paulo e rio de janeiro;
- Porto Algre é uma metrópole regional (da região sul), e caxias do sul é uma capital
regional do norte do rio Grande do sul, enquanto a cidade de Bento Gonçalves é um
centro regional dependente de caxias do sul.
-
O CRESCIMENTO DAS CIDADES
O crescineto das cidades, tanto em quantidade como em tamanho, é a grande
características do mundo modernos. A urbanização é geara e atinge todas as partes do mundo.
Entretanto, cumpre observar que o fenómeno da urbanização não teve o mesmo ritmo e não se
deu por igual nos diversos países e regiões do mundo.
240
Com efeito, as mais elevadas índices de urbanização são encontradas nos países e regiões
mais desenvolvidas do mundo, como é o caso da Europa ocidental, América do norte e Japão.
A Inglaterra, país mais urbanizado do mundo, possui mais de 80% de sua população vivendo em
cidades, por outro lado, os menoresíndices de urbanização são encontradas nos países e regiões
do mundo como ilustra a tabela a seguir:
Onde a industrialização é mais recente e restrita, são países de economia agrícola com
elevada percentagem da população activa no sector prim’ario (agropecuária). Compreende a
maior parte dos países da África, Ásia e América latina.
O crescimento das cidades pode resultar na formação de aglomerados tais como as
conurbações, as metrópoles e as megalópolis.
A conurbação resulta do crescimento contínuo de duas ou mais cidades próximas
formando um único aglomerado urbano. A região do ABC (santos Andé, São Bernardo e São
Caetano), em São Paulo, é um exemplo de conurbação.
ÁREAS METROPOLITANA
As áreas metropolitanas correspondem a grandes espaçosurbanizadas e integradas físicas e
funcionalmente a uma metrópole dirigente. São exemplos de áreas
metropolitanas as cidades de são paulo, rio de janeiro, Nova York, Londres, París,Tóquio, etc.
AS MEGALÓPOLIS
241
São conjuntos de metrópoles interligadas e abrangendo extensas áreas. A região que se
estente desde Boston até Washington, tendo como centro Nova York, constitui uma megalópoles.
O ESPAÇO URBANO
Considerações gerais:
O progresso cietífico, industrial e tecnológico da humanidade foi tão grande nos últimos
150 anos que o homem terminou por criar dois mundos acentuadamente diferenciados; o mudo
rural e o mundo urbano.
O primeiro é aquele onde o homem acha mais próximo da natureza, cultivando a terra e
levando uma vida mais simples. O segundo ‘e quele onde o homem produziu maiores
transformações; é o mundo das indústrias, dos grandes edificios, das ruas movimentadas, dos
laboratórios, grandes universidades e centros tecnológicos. Enfim, é o mundo onde as
transformações são mais rápidas e a vida muito agitada. Este é o mundo urbano.
As cidades representam sem dúvidas a grande conquista do homem urbano. Hoje em dia
são elas que dirigem o mundo e organizam o espaço, visto concentrarem-se nas mesmas os
grandes centros de decisão político-econónico e científica-tecnologicas. Apesar disso, a sua
dependência em relação ao meio rural continua existindo.
242
- A cidade distribui produtos industriais e serviços para a sua população e também para os
habitantes das áreas vizinhas e das zonas rurais;
- Concentrando indústrias, universidades e cientístas, as cidades tornam-se os grandes
centros de inovações e conquistas tecnológicas;
- O crescimento acelerado e desordenado de muitas cidades faz com que as mesmas se
tornem problemáticas, afectando a vida das pessoas.
243
O SÍTIO E A SITUAÇÃO DAS CIDADES
As cidades podem ser estudadas sob vários aspectos, dentre os quais podemos destacar:
No Brasil, por exemplo, a população urbana passou de 36% do total em 1950 para 55%
em 1970, 67% em 1980 e 81% em 2000.
Todavia esta urbanização não é semelhante ao ex: clássico do primeiro mundo, pois não é
acompanhado de igualrítmo de industrialização e geração de empresas.
244
É claro que esses países, alguns mais, e outros menos, também estão se industrializando,
mas tal industrialização não acompanha, quanto à criaçào de novos empregos, o intenso rítmo da
urbanização.
rítmo menor que o do crescimento demográfico. Assim, a cada ano, novos contigentes humanos
são expulsos do campo pela falta de empregos nessa área.
A primeira reunião Nacional das cidades e bairros comunais realizada na capital do país,
entre os dias 26 de Fvereiro e 3 de Março de 1979, definiu como cidade as capitais provinciais e
ainda Nacala e Chókwé, classificando as em três níveis.
Considera-se que a classificação das cidades desmpenham uma função importantes pelo
que representa o reconhecimento do grau de desenvolvimento alcançado e potencialidades, bem
como pelo nível de atenção e priorização que essa classificação implica, procedeu-se e um estudo
mais aprofundado da realidade actual dos centros urbanos do nosso país.
Neste contexto concluiu-se que as cidades devem ser classificads em quatro níveis.
Considera-se de nível “A” a cidade capital do país. De nível “B” as cidades da Beira e de
245
Nampula que sendo capitais provinciais têm um papel preponderante no desenvolvimento
regional interno e na realização de programas de cooperação internacional.
São de nível “D” os demais centros urbanos do país cujo grau de desenvolvimento os
caracteriza como cidades e assumem um papel de relevo no desenvolvimento local.
Artigo 1:
Artigo 2:
246
No processo da reorganização territorial em curso, definido pela direcção do Partido
FRELIMO e do ESTADO da República Popular de Moçambique, contatou-se a existência de
centros urbanos por cuja concentração de equipamentos sociais e infra-
Artigo: 1
Manica Manica
Sofala Dondo
Inhambane Maxixe
Gaza Chibuto
Maputo Matola
247
I. OS PRINCIPAIS PROBLEMAS DAS CIDADES SUAS CONSEQUÊNCIAS
“As cidades são projecções, numa fracção do espaço das condições naturais, das
heranças da história, do jogo das forças económicas, dos progressos técnicos, do génio criador
dos arquitectos, dos constrangimentos administrativos, dos hábitos quotidianos, assim como das
aspirações dos cientistas, dos habitantes.” (BEUJEU-GARNIER, 1995:9)
Muitas cidades foram construídas ao acaso. Para exercerem uma função humana nascente, os
homens distribuíram-se como puderam, acumularam-se num sítio urbano pré-existente,
apinharam-se dentro da fortaleza, alinharam-se ao longo da rua comercial. Assim, quanto maior
for uma cidade, maiores e mais diversificados serão os
seus problemas e se se tratar de uma cidade antiga cuja estrutura foi impossível alterar
ao longo do tempo, esses problemas tornam-se mais agudos.
As populações urbanas não podem, por tanto, deixar de ser afectadas, física e
psicologicamente por elas, pelo que os governantes de todo mundo estão a prestar cada vez mais
atenção as suas repercussões, tentando encontrar as respostas possíveis e sua minimização.
O PROBLEMA DE TRÂNSITO
O aumento da população tanto no interior da cidade como nos seus arredores obriga a
deslocações diárias - movimentos pendulares, devido as distâncias progressivamente maiores
entre o local de residência para o trabalho e vice-versa. Diariamente assistem-se deslocamentos
de pessoas do local habitacional para o trabalho e vice-versa. Nas grandes cidades europeias as
migrações pendulares atingem uma intensidade muito grande: a cidade de Paris regista 7 milhões
de deslocações diárias entre a sua periferia e o centro. Estes movimentos estão na origem dos
grandes problemas de tráfego que se registam nas cidades, com destaque a ocorrência de grandes
congestionamentos nas horas de ponta nas cidades. O aumento de maior número de automóveis
individuais tão contribui para a saturação de muitas ruas a ponto de as tornar intransitáveis. As
248
velhas ruas estreitas do séc. XVIII, já não estão de modo algum preparadas para satisfazer a
fluidez do trânsito citadino dos finais do séc. XX Engarrafamento, lentidão, nervosismo, cansaço,
é tudo o que o condutor urbano pode esperar em especial nas horas de ponta. Ao chegar e ao
partir escasseia a possibilidade de encontrar um lugar para o estacionamento.
- Criam-se parques de estacionamento nas estradas das cidades, onde ficariam as viaturas
provenientes dos subúrbios, cujos utentes seriam transportados para o centro pela rede dos
transportes colectivos, esta solução não tem funcionado, em primeiro lugar devido a um certo
apego à comodidade individual do ser humano, secundado pela falta de rapidez e insuficiência
das frotas dos autocarros, que não satisfaz a rápida procura dos potenciais utentes. Logo todos os
automóveis querem ir para o centro.
- Reservam-se traços de ruas só para os peões, impedindo o trânsito automóveis, mas estas
medidas embora favorecendo o peão, alteram a morfologia viária e complicam o trânsito noutras
artérias.
O PROBLEMA DO ABASTECIMENTO
As cidades são enormes centros consumidores de uma vastíssima gama de produtos, que
vão dos alimentares ao abastecimento de energia, passando pelo fornecimento indispensável da
água.
As cidades dos países em vias de desenvolvimento estão praticamente submersas pelo fluxo
de emigrantes. Tendo em conta o baixo nível de vida, a maior parte das despesas familiares é
consagrada a alimentação e alojamento e como os rendimentos são modestos, o poder de compra
é limitado, apesar do grande número de habitantes, o mercado continua pequeno.
PRODUTOS ALIMENTARES
249
O abastecimento diário de produtos frescos a um grande centro urbano acarreta enormes
problemas, não só os decorrentes aos transportes para chegarem a hora aos mercados
abastecedores do grande público, mas também das distâncias que esses produtos têm de percorrer
sem se deteriorarem. De facto, o anel rural especializado nos produtos hortícolas está cada vez
mais afastado da cidade, pelo que as dificuldades são cada vez mais maiores e os preços mais
elevados.
ABASTECIMENTO DE ÁGUA
Numa cidade média, os gastos em água andam a volta de 65 livros por pessoa consumida a
cozinhar, a beber e na higiene, mas se entrarmos em conta com as qualidades a regra os jardins
particulares e públicos, com água gasta nas indústrias, nas barragens, de lavagem de autocarros,
etc., a média por habitantes pode vir até 200 ou 300 litros.
FORNECIMENTO DE ENERGIA
EMPREGO E HABITAÇÃO
O LIXO E OS ESGOTOS
Em média cada habitante dá origem a 1Kg de lixo por dia, e uma cidade produz centenas de
toneladas de lixo. A sua acumulação em locais mais ou menos distantes está provocando graves
problemas de poluição, com enormes riscos para a saúde pública, incinerar os detritos, também
trás riscos, várias soluções têm sido encontradas, tal como, transformar os lixos em adubos
orgânicos para agricultura, (o que não deixe de trazer inconvenientes para a vizinhança das
indústrias transformadoras, devido os cheiros e poluição atmosférica).
Só um número restrito de cidades está totalmente dotado de uma rede de esgotos, capazes
de suportar a sua permanente expansão. Além disso a maioria das cidades lança os seus esgotos
nos rios ou mares, contribuindo para a poluição ainda maior das águas e das praias, fazendo
perigo a saúde pública e pondo em risco o equilíbrio ecológico.
Poucas cidades possuem estações de tratamento de esgotos o que terá de ser no futuro uma
opção imprescindível, normalmente nas cidades costeiras com praias. Vide a figura nº1
251
POLUICÃO ATMOSFÉRICA
Tanto a poluição do ar que temos de respirar, como a poluição sonora, são dois terríveis
problemas que a cidade do nosso tempo tem de enfrentar a ritmo crescente. O transporte
automóvel, as indústrias, o aquecimento doméstico e tantas outras fontes poluentes, estão a tornar
atmosfera urbana irrespirável.
- A temperatura média tem aumentado nos últimos anos. O aumento da poluição de gases
como compostos de carbono e outros na atmosfera fez com que esta detém mais calor do que
normalmente. Vide a figura nº2.
252
Existem previsões de que se o aumento de temperatura continuar algumas consequências de
efeitos globais serão derretimento das geleiras polares, aumento do nível do mar, alteração do
regime das chuvas (mobilidade dos aparelhos climáticos), entre outras.
Esta camada é fundamental porque age como filtro dos raios ultravioletas que atingem o
planeta. Entretanto substâncias como os clorofluorcarbonatos (CFC), através de reacção química
são capazes de quebrar o ozónio, formando então um buraco na atmosfera, diminuindo a
protecção contra os raios nocivos. O CFC é proveniente da actividade industrial, particularmente
a produção dos sprays, aerossóis e certos produtos para revestimento térmico. Tem se verificado
um aumento de casos de cancro da pele nos últimos anos devido o buraco na camada do ozónio
pois, as pessoas estão expostas a radiação ultravioleta.
CHUVAS ÁCIDAS
POLUIÇÃO SONORA
Os resíduos, provocados por buzinas dos automóveis, motociclos, motores vários, martelos
preumáticos de abrir buracos, aviões e tantos outros, estão a ser principias responsáveis das
doenças psíquicas que estão a penetrar intensamente na cidade, apesar de aparentemente nos
habituar ao ruído ate parecermos não darmos por ele, os sentidos vão-nos registando até ao ponto
de saturação, acompanhamento de dores intensas de cabeça, náuseas, etc. que o foro psiquiátrico
tenta debelar.
Quanto maior for uma cidade, maior é a sua força como pólo de atracção e assim ela irá
crescendo cada vez mais. Os bairros de lata aumentarão, subemprego e desemprego sobem, a
falta de habitação sente-se cada vez mais e prolifera a promiscuidade. O descontentamento, a
revolta, a insatisfação, a luta pela sobrevivência conduzem a situação que não raro, desembocam
na criminalidade – os assalta, a droga, prostituição, a delinquência juvenil, a desagregação
familiar, o alcoolismo, os homicídios – a que em vão as autoridades tentam dar cobro.
A SATURAÇÃO-STRESS
Não há dúvida que o homem é um ser social e como tal, tem de viver em sociedade e que a
cidade é a organização social por excelência para viver em comunidade com todas as suas
vantagens e inconveniências. Mas o ritmo da vida da era moderna está exigir demasiado à
condição humana, o homem está a transformar-se numa máquina, um simples robot: levanta-se
todos os dias a hora certa, para chegar o trabalho tem de suportar bichas de trânsito, o autocarro
superlotado. Chega pela manhã ao trabalho já cansado, aí suporta os barulhos das máquinas, as
ordens que recebe e que transmite, o telefone que toca. A hora do almoço corre e para não perder
tempo toma as refeições a correr. O comportamento do indivíduo começa alterar-se: úlceras,
hipertensão, arteriosclerose, insuficiência renal, náuseas, vómitos, doenças infecciosas.
255
E indispensável em qualquer actividade de desenvolvimento socio-económico ao elaborar os
planos de estrutura e director das cidades que dirigem o desenvolvimento urbano.
III. URBANISMO
A urbanização pode ser entendida como um processo e não como aglomeração espontânea.
Ela resulta fundamentalmente da transferência de pessoas do meio rural (campo) para o meio
urbano (cidade). A ideia de urbanização está intimamente associada a concentração de muitas
pessoas em um espaço restrito e na substituição das actividades (agropecuária) por actividades
secundárias (industriais) e terciárias (serviços). Entretanto, pode se tratar de um processo,
costuma-se conceituar a urbanização quando o percentual do aumento da população urbanização
quando o percentual do aumento da população urbana é superior ao da população rural.
O aspecto fundamental das cidades industriais do séc. XIX foi o seu crescimento
demográfico explosivo, aglomerando as pessoas a uma densidade e em número absolutos quase
únicos em toda a história. Esse grau de congestionamento humano, quando associado ao tipo de
habitação, organização especial e consumo especifico teve como consequência, uma série de
problemas ecológicos novos ou alargados a uma extensão.
A Inglaterra foi o 1° pais do mundo a urbanizar (em 1850 já possui mais de 50% da
população urbana), no entanto a urbanização acelerada da maior parte dos países desenvolvidos e
industrializados só ocorre a partir da 2ª metade do séc. XIX.
256
Os problemas tanto de saneamento, como de lixo que as cidades de então apresentavam
eram aumentados e complicados pela presença de grande número de animais nas cidades
industriais, em densidades e números absolutos mais elevados do que nas cidades pré-industriais.
Um número de elevadíssimo de vacas, porcos ovelhas e os organismos patogénico que os
acompanhavam eram trazidos pelas cidades e guardadas em mercados em mercados urbanos.
Embora as cidades tinham aparecido há mais de 3.500 anos a.C., o processo de urbanização
teve inicio há cerca de séc. XVIII na consequência da revolução industrial desencadeada primeiro
na Europa e depois nas demais áreas desenvolvidas do mundo actual. No terceiro mundo a
urbanização é um facto recente. Hoje, quase metade da população mundial vive em cidade e a
tendência é de aumentar cada vez mais. As cidades representam sem duvida, uma grande
conquista do homem moderno, constituindo os princípios pólos de poder de comando, de
decisões, de desenvolvimento e de organização dos espaços, ainda que sejam também e cada vez
mais, os locais onde se concentra e se origina a maior gama de problemas (criminalidade, drogas,
poluição, doenças, falta de moradia) que tanto afligem a humanidade.
Na maior parte dos países capitalistas, a industrialização já atingiu índices bastante elevados
e, praticamente, máximos de urbanização. A tendência é por tanto de estabilização em torno dos
índices entre 80 e 90%, embora alguns já tenham ultrapassado os 90%. Observa a tabela n˚1.
257
População urbana em alguns países desenvolvidos (1989)
PAISES PERCENTUA
L
Bélgica 97.0
Reino Unido 92.5
Holanda 88.5
R.F.A 86.0
Japão 77.0
França 74.0
E.U.A. 74.0
Alguns destes países apresentam taxas de urbanização iguais e até superiores a de países
apresentam taxas de urbanização iguais e até superiores a de países desenvolvidos, embora com
raras excepções a urbanização dos países subdesenvolvidos se apresente em condições
extremamente precárias. Vide a tabela que a seguir se apresenta.
258
- População urbana em alguns países subdesenvolvidos
PAIS PERCENTAGEM
Cingapura 100
Argentina 86
Brasil 76
México 72
Correia 70
67
Em virtude de predomínio das actividades primárias, a maior parte desses países baixos
índices de urbanização embora haja excepções devido a heterogenidade desse subgrupo. Observa
a tabela, a seguir.
População PERCENTUAL
Urbana em alguns
Países
subdesenvolvidos não
industrializados
(1989)PAIS
Butão 05
Uganda 10
Somália 20
Bolívia 50
Peru 70
Uruguai 85
Chile 85
Kuwait 95
259
Na maior parte dos países capitalistas, a industrialização já atingiu índices bastante elevados
e, praticamente, máximos de urbanização. A tendência é por tanto de estabilização em torno dos
índices entre 80 e 90%, embora alguns já tenham ultrapassado os 90%. Observa a tabela a seguir.
2˚ Os países subdesenvolvidos onde a pois uma longa estagnação a população urbana sofreu
uma brusca expressão depois dos anos cinquenta (50).
Este desenvolvimento global da população urbana que desde 1990 aumentou dez vezes
mais rapidamente que a população mundial há que acrescentar: que o número das cidades
aumenta sem cessar. Por volta de 1800, havia no mundo cerca de 45 cidades aumentou para 119
e, em 1975, 162 cidades.
Há vinte anos atrás, a Africa contava apenas com uma cidade – o Cairo, com mais de um
milhão de habitantes ou seja, 4.1% do total mundial. Em 1980 o nível de urbanização em Africa
9,3% do total mundial.
Hoje as grandes aglomerações tornaram-se em gigantescas cidades, todas elas com mais de
dez milhões de habitantes de que são exemplos: cidade do México, Tóquio, São Paulo, Nova
Iorque.
PROCESSO DE DIFUSAO
Em 600 e 300 anos a C., nas margens dos grandes rios do crescente fértil surgem os
primeiros povoados suficientemente extensos para viver e ter uma dimensão urbana.
260
Este processo de urbanização vai se alargando a vários pontos de uma faixa que se estende
do Egipto (vale do Nilo) à Chia (rio Amarelo), destacando-se cinco focos primitivos:
* Suméria
* Acadia
* Mesopotâmia.
EXPLOSÃO URBANA
261
a Costa Atlântica do norte;
a região dos grandes lagos;
a costa da Califórnia;
a costa Brasileira
o estuário do rio Prata
a Europa Ocidental;
a região do Moscovo;
a planície Gangética;
a região de yang-tse-kiang e Hoang-ho (ilha japonesa Dehonshu);
a região de Tóquio: Yokohama;
a região do sudoeste da Austrália.
Este fenómeno de expansão urbana pressupõe uma grande redistribuição da população que
tende a concentração.
262