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A base histórica do cinema soviético

O novo Estado, a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas , oficialmente passou a existir em 30 de
dezembro de 1922. Desde o início, esta nova república declarou que o filme seria propaganda ferramenta
ideal para a maioria a União Soviética por causa de sua popularidade entre os cidadãos estabelecidos da nova
terra, Vladimir Lenin , de fato, declarou que o meio mais importante para educar a massas nas formas, meios
e sucessos do comunismo, uma posição que mais tarde foi ecoado por Joseph Stalin .. Entretanto, entre a
Primeira Guerra Mundial ea Revolução Russa , a indústria cinematográfica, e a infra-estrutura necessária para
suportá-la (por exemplo, energia elétrica), tinha-se deteriorado ao ponto de inviabilidade. A maioria dos
cinemas foi no corredor entre Moscovo e São Petersburgo, ea maioria estava fora da comissão

O novo governo não tinha os recursos de sobra para uma ampla reformulação do sistema de produção de
filmes. Thus, they initially opted for project approval and censorship guidelines while leaving what of the
industry remained in private hands. Assim, eles optaram inicialmente para aprovação de projetos e diretrizes
de censura, deixando o da indústria permaneceu em mãos de particulares. . Como este atingiu principalmente
para salas de cinema , os filmes soviéticos primeiro constituído de filmes reciclados do Império Russo e as
importações, na medida em que estes não estavam determinados a ser ofensivo para a nova União Soviética
ideologia

o governo era capaz de financiar apenas filmes educativos curtos, o mais notório deles é o agitki - filmes de
propaganda destinada a "agitar" e entusiasmar as massas a participar plenamente nas atividades permitidas
pelo governo Soviético, e lidar efetivamente com aqueles que permaneceram em oposição à nova ordem.
Esses filmes eram muitas vezes simples acompanhamentos visuais para palestras e discursos, e foram
levados de cidade em cidade, vila em vila (junto com os professores) para doutrinar o campo inteiro, mesmo
atingindo áreas onde o cinema nunca tinha sido visto anteriormente.

Noticiários e documentários, foram as outras principais formas do começo do cinema Soviético. Dziga
Vertov produziu Kino-Pravda , o que se conhece deles é que durou de 1922-1925 e tinha uma tendencia
propagandística; Vertov utilizou a série para promover o realismo socialista mas também a experiência com o
cinema.

Ainda assim, em 1921, não havia um cinema funcionando em Moscou. Seu sucesso rápido, utilizando
adaptações dos antigos filmes e russos e filmes importados , impulsionaram a indústria de forma
significativa, especialmente porque o governo não diretamente inspecionava o que foi mostrado, e em 1923
mais de de 89 cinemas tinham sido abertos.

Apesar de tributação extremamente elevada na venda de bilhetes e aluguel de filmes, havia um incentivo para
que as pessoas começassem a fazer cinema de novo se bem que agora eles tinham de obedecer ao padrão de
visão soviética do mundo.Neste contexto, os diretores e escritores que haviam permanecido em prol dos
objetivos do comunismo dominaram rapidamente a indústria, como eram aqueles que podiam fazer filmes que
iriam satisfazer os censuras do governo.

Novos talentos se juntaram ao restante experiente, e uma comunidade artística montada com o objetivo de
definir "filme soviético" como algo distinto e melhor do que o "capitalismo decadente".

Encouraçado Potemkin de Sergei Eisenstein foi lançado com grande êxito em 1925, o filme foi muito
ficcionado e também propagandista, anunciando a ideologia do partido sobre o proletariado. Os líderes
políticos logo perceberam que era difícil controlar a expressão dos diretores, em parte porque o entendimento
definitivo do significado de um filme era subentendido.
Um dos filmes mais populares lançado em 1930 foi circus . Imediatamente após o fim da Segunda Guerra
Mundial , os filmes a cores como a Flor da Pedra (1946), Balada da Sibéria (1947) e Os Cossacos de Kuban
(1949) foram liberados. No final dos anos 1950 e 1960 produziu-se Balada de um soldado , que ganhou o
1961 BAFTA de Melhor Filme .
*The British Academy of Film and Television Arts, o BAFTA, é uma academia britânica responsável pela
premiação anual à excelência de trabalhos realizados em cinema, televisão, filmes e em outras mídias audio-
visuais.

O cinema soviético
Logo após a Revolução de 1917, o novo governo bolchevique deu grande incentivo às produções
cinematográficas por considerá-las peças estratégicas para propaganda ideológica. Assim, obras que
exaltassem a força e o heroísmo do povo russo eram estimuladas, financiadas e amplamente distribuídas pelo
Estado.
Durante o período da guerra civil, a Rússia passava por grandes dificuldades econômicas. Desse modo, um
dos maiores problemas enfrentados pelos diretores era a obtenção de material virgem para ser utilizado, o que
os levou a aprender diversas maneiras de reaproveitar as sobras não utilizadas dos rolos de filme. Nesse
contexto surge o embrião das diversas teorias da montagem desenvolvidas no país: o “Efeito Kuleshov”,
desenvolvido, ou descoberto, por Lev Kuleshov em uma de suas muitas experimentações. Kuleshov usou um
fotograma de uma mulher neutra e colocou entre duas imagens de um enterro. Ao passar em movimento,
percebeu que ela parecia estar sofrendo. Pegou então o mesmo fotograma e colocou entre imagens de pratos
de comidas e notou que a mulher parecia faminta. Kuleshov percebeu então a montagem como a característica
essencial do cinema, e, a partir dessa noção e do posterior desenvolvimento de suas teorias, realizou seus
filmes. Entretanto, apesar de sua importância para a história do cinema, os dois grandes nomes do cinema
soviético são Vertov e Eiseinstein, e será a eles que nos ateremos nesse texto.

Diretores russos como Serguei Eisenstein e Dziga Vertov foram pioneiros da linguagem, da teoria e da
estética cinematográfica, sugerindo e definindo padrões que influenciaram realizadores no mundo todo.
São dessa época as obras-primas de Eisenstein: "Encouraçado Potemkin" (Potyomkin, em russo), "Outubro", e
"A Greve". Mais tarde, Eisenstein ainda realizaria "Alexandre Nevski" e faria parte da trilogia "Ivan, o
Terrível" e de "Que Viva México!", ambos, inacabados.
A teoria da montagem final de Eisenstein, segundo ele próprio explicava, baseou-se na dialética marxista -
que envolve a superação da tese e da antítese produzindo uma síntese - e, com a justaposição de técnicos (luz,
ângulo da câmara e movimento), criou significados. A idéia do diretor era construir um herói coletivo, no
caso as massas russas, representados pelos amotinados do encouraçado, o povo de Odessa (simpatizantes da
causa) e insurrectos de outros navios criava assim, dois personagens coletivos e coerentes: o encouraçado e a
cidade; o drama se construía com o diálogo e união de ambos. Além disso, Eisenstein introduziu no cinema o
uso de atores não profissionais. Considerado no início como formalista, Eisenstein foi pouco a pouco
quebrando a resistência do ortodoxo modelo artístico do realismo socialista e ganhando expressão dentro e
fora de seu país. O Encouraçado Potemkin é hoje considerado um dos filmes que mais revolucionaram a
história do cinema.
Dziga Vertov - o preferido de Lênin dentre os cineastas russos-, foi, sem a menor dúvida, o mais radical de
todos os cineastas russos. Adepto do futurismo era um grande exaltador do movimento, dos ritmos das
cidades e, é claro, da máquina; “viva a poesia da máquina acionada e em movimento(...)”. Em seu texto “Nós,
variações do manifesto”, Vertov estabelece a linha básica de seu trabalho, a qual desenvolveria em seus
próximos textos e em seus filmes. “O metro, o ritmo, a natureza do movimento, sua disposição rígida com
relação aos eixos de coordenadas da imagem e, talvez, os eixos mundiais das coordenadas (três dimensões + a
quarta, o tempo) devem ser estudados por todos os criadores do cinema”.
Ataca fortemente a representação narrativa, proveniente do drama teatral, e, num ideal do homem novo
“libertado da canhestrice e da falta de jeito, dotado dos movimentos precisos e suaves da máquina”, cria o
conceito da “máquina-olho” e, consequentemente, o conceito do “cine-olho”. A máquina-olho, capaz de
captar e experimentar o tempo e o movimento de modo que o olho humano não pode é ajudada pelo piloto-
kinok, o engenheiro, o construtor do filme. “Graças a essa ação conjunta do aparelho liberto e aperfeiçoado e
do cérebro estratégico do homem que dirige, observa e calcula, a representação das coisas, mesmo as mais
banais, revestir-se-á de um frescor inusitado e digno de interesse”.
Em seu texto “Nascimento do Cine-Olho”, de 1924, Vertov demonstra, por meio de metáforas, e de modo
bastante místico, a idéia do cine-olho. “Por ‘Cine-Olho’ entenda-se ‘o que o olho não vê’/como o microscópio
e o telescópio do tempo/como o negativo do tempo (...) possibilidade de tornar visível o invisível, de iluminar
a escuridão, de desmascarar o que está mascarado de transformar o que é encenado em não-encenado, de fazer
da mentira, a verdade”.
No “ABC dos Kinoks”, Vertov desenvolverá, de forma mais concreta, o método de realização de seu “cine-
olho” a partir da montagem que divide em três fases básicas. A primeira fase consiste, basicamente em
escolher um tema dentre todos os temas possíveis. A segunda fase consiste em “realizar a escolha útil” entra
as diversas observações a cerca do tema. A terceira fase é a montagem central. É o momento de escolha da
ordem mais apropriada para apresentação do material filmado a respeito do tema de modo a melhor atingir o
resultado desejado. “A escolha do ‘Cine-Olho’ exige que o filme seja construído sobre os ‘intervalos’, sobre o
movimento entre as imagens. Sobre a correlação das imagens (...) Encontrar o ‘itinerário’ mais racional para o
olho do espectador dentre todas essas interações, atrações e repulsões interimagens, eis a tarefa mais difícil e
capital que se apresenta ao autor-montador”.
Posteriormente, Vertov desenvolve o conceito do “radio-olho”, prevendo o surgimento do cinema sonoro, e
vendo neste a forma de concretização de sua “Cine-Verdade”.
Suas principais obras são: “Câmera – Olho”, síntese de todos os principais conceitos do cine-olho; “Réquiem
para Lênin”, lançado no ano da morte do líder; e”Um Homem Com Uma Câmera”, obra-prima do cineasta,
uma verdadeira aula de técnicas cinematográficas que, por meio da perícia de Vertov, elevou a montagem a
níveis nunca antes vistos.

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