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Razão de ser e importância prática da condição: superação da incerteza objectiva do futuro, através
de um regulamento de interesses apto a, em qualquer hipótese, realizar a representação que os
sujeitos tem do seu interesse. Numa especial modalidade (condição potestativa “a parte creditoris”
permite influir sobre o comportamento de outrem.
Noção geral
Condições referidas ao passado ou ao presente, visto que o evento condicionante não é futuro,
não existe. Portanto, incerteza objectiva (nem consequentemente, o período de pendência que nela
se baseia) acontece apenas que a circunstância da verificação ou não verificação está subtraída ao
conhecimento das partes no momento do negócio, os efeitos de negócio ou se produzem logo ou
não se produzem.
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Condições impossíveis: visto que a não verificação do evento é, desde logo, certa.
Condições legais: (condiciones júris) por exemplo, a condição legal de premoriência ou predecesso
do testador em relação ao herdeiro instruído ou ao legatário nomeado, sob pena de caducidade da
disposição testamentária ( art.2317 al a) a “conditio juris” da realização do casamento projectado
dentro de um ano (conditio si nuptiae sequuntur), para a eficácia das doações para casamento e das
convenções antenupciais (arts 1760º no 1, ala), e 1716º ), são circunstâncias posteriores a um
negócio, que a lei exige ( não a vontade das partes ) como requisito de eficácia do mesmo negócio.
A condição resolutiva tácita tem um regime diverso do da condição resolutiva verdadeira e própria,
quanto aos aspectos seguintes:
2º Não pera ipso iure (automaticamente), pois apenas dá direito a que, em caso de inadimplemento
de uma parte , a outra parte a invoque (art 801, no 2 : “o credor pode resolver ”), não sendo,
contudo, necessário intentar uma acção judicial (art. 436 “ a resolução pode fazer-se mediante a
declaração a outra parte ).
3º Não tem efeito retroactivo em relação a terceiros (art. 435º ), ao contrário do que sucede com a
condição resolutiva verdadeira e própria. (art.274).
A aponibilidade da condição
Princípio geral
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Certos negócios são, porém incondicionáveis , por razões ligadas ao teor qualitativo (pessoal) dos
interesses respectivos ou por motivos de certeza e segurança jurídica. Assim, o actual código Civil
expressamente, exclui a aponibilidade da condição nas disposições seguintes: artigos 848º
(declaração de compromisso), 1618º, no 2 (casamento), 1852º(perfilhação), 2054º no 2(a aceitação
da testamentária). São óbvios os fundamentos de tal regime para cada uma das hipótese ; por
identidade de razão com os restantes negócios familiares pessoais deve ter –se por incondicionável
a adopção.
Devem ter se, igualmente por incondicionável os negócios unilaterais , resultantes do exercício de
um direito potestativo que atinge a esfera de outrem com uma eficácia não vantajosa( por exemplo
a resolução, a revogação, o resgate, o despedimento). Trata se de não permitir a incerteza que
resultaria da cláusula condicional.
O critério da distinção, nos termos do artigo 270.º, do novo código, é o da influência que a
verificação do evento condicionante tem sobre a eficácia do negócio: Se a verificação da condição
importa a produção dos efeitos do negócio, não tem estes lugar doutro modo, trata –se duma
condição suspensiva ; se a verificação da condição importa a destruição dos efeitos negociais
aquela diz-se resolutiva.
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Saber se uma condição é suspensiva ou resolutiva é um problema de interpretação do negócio
jurídico, não formulado a nova lei qualquer presunção geral, nem sendo legítimo propor qualquer
presunção natural ou de facto com validade geral. Excepcionalmente a lei estabelece uma
presunção: art. 2234.º ( a herança ou o legado fôr deixado sob condição de o herdeiro ou o legatório
não dar certa coisa, ou não praticar certo acto, a disposição considera se feita sob condição
resolutiva).
O critério é o da natureza do evento condicionante, segundo a sua causa produtiva, isto é, segundo
o evento condicionante procede da vontade de uma das partes ou consiste num acontecimento
natural ou de terceiro ou é de caracter misto.
A condição potestativa pode ser arbitrária ou não arbitrária. É arbitrária se o evento condicionante
é um puro querer ou um facto completamente insignificante ou frívolo (dou te X se quiseres ou se
levantares a mão). É não arbitrária se o evento condicionante não é um puro querer, mas um facto
de certa seriedade ou gravidade em face dos interesses em causa ( se fores ao Brasil).