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A TEOLOGIA LITÚRGICA
DA SANTA CEIA
Ao término desta lição, o aluno deverá estar apto para: Objetivos da Lição
Para Lutero, Cristo estava “em, com e sob” os elementos sacramentais, para
Zwinglio isso era improvável. Mesmo no encontro de ambos, em 1529, na cidade
alemã de Marburgo, Lutero resistiu obstinadamente ao seu par reformador,
sustentando suas próprias conclusões sobre a Santa Ceia do Senhor, ainda que hoje,
não sejam poucos os luteranos que já discordem do que dizia o príncipe da Reforma.
Essa questão, de estar Cristo em, com e sob os elementos da Ceia, posto que
onipresente, não é única. D.S. Schaff, no excelente e clássico Nossa crença e a de nossos
pais, assinala outras:
Há virtude na Eucaristia?
Historicamente, foi a partir do ano 850 que esta discussão mereceu maior
atenção dos debatedores, quando Pascasio Radberto escreveu De corpore et sanguine
Domini, o primeiro tratado sobre a Eucaristia. Curiosamente, Radberto não escreveu
transubstanciação em seu texto, no entanto foi enfático ao grafar que “o pão
eucarístico não é outra coisa senão a carne de Cristo, que nasceu de Maria, sofreu
Apesar da negação da teoria de Pascasio Radberto, ele próprio não foi punido ou
excomungado. Até sua morte, continuou contribuindo para outros debates. Mas finalmente,
em 1215, no Concílio de Latrão, a proposta de Radberto prevaleceu sobre a apologia de
Ratramno, até que o Concílio de Trento incluiu o texto do monge de Corbie no Index
librorum prohibitorum (a lista de escritos vetados e proibidos pela Igreja Católica). Mas até
que Latrão declarasse o dogma da transubstanciação, outros debates aconteceram.
Cerca de 200 anos após Pascasio Radberto, Berengar de Tours (teólogo francês)
voltou ao tema, defendendo as argumentações de Ratramno, e antecipando muitos dos
argumentos empregados posteriormente contra o dogma católico da presença física de
Cristo na Ceia. Berengar foi julgado e condenado pelo Sínodo de Ruão que assim
posicionou-se: “O corpo inteiro de Nosso Senhor não só está, de maneira sensível, no
sacramento, mas é verdadeiramente tocado pelas mãos do sacerdote, quebrado por
ele e partido pelo fiel com os dentes”.
Idolatria da hóstia
Mais uma aberração da liturgia romana para a Santa Ceia. A negação do cálice
à assistência é justificada pela preocupação de que algum fiel viesse a pecar contra o
sangue de Cristo, cuspindo no vinho. Além disso, a reserva do vinho ao oficiante o
coloca em posição de destaque em relação a todos os outros. Justifica Aquino a prática
fazendo lembrar que Cristo sustentou uma multidão de 5 mil ouvintes apenas com
pão, não com vinho – ora, sendo assim, que se sirvam peixes no lugar do vinho aos
fiéis!
Digo que se houvesse motivos para escolher entre um ou outro elemento para
distribuir aos fiéis, é lógico que o suco de uva tem símbolo mais forte, pois é o sangue
de Cristo que nos lava de nossas iniquidades. É uma aberração doutrinária e litúrgica
o que faz o Catolicismo com a Santa Ceia do Senhor.
Consubstanciação
É consensual entre os estudiosos que quando Cristo falava sobre Si como o pão
vivo descido dos céus (Jo 6), já referia-se à Santa Ceia. Ainda outras referências fazem
menção ao ato da Ceia, como o partir do pão entre Jesus e os dois discípulos que
seguiam a Emaús. O livro dos Atos dos Apóstolos nos informa que o partilhar do pão
era um costume da Igreja Primitiva. Além das referências no texto bíblico, existem as
provas testemunhais extrabíblicas, como os documentos O ensino dos Doze e ensaios
de Justino Mártir, que contêm orações a respeito da Santa Ceia.
Não somente os cristãos comuns davam imenso valor à Santa Ceia, mas
também os estudiosos, sobretudo os escolásticos. Estes não se dedicaram mais a outro
assunto que não a Eucaristia (nome pelo qual o sacramento da Ceia é chamado
A Festa do Ágape
Até o século II, a Festa do Ágape era parte da Eucaristia, embora, já no I século,
ela tenha sido gradativamente abandonada pelas comunidades cristãs, e em alguns
casos por recomendação apostólica. Originalmente dedicada ao benefício dos menos
afortunados, a Festa tornou-se, em muitas ocasiões, motivo de dissensões e discussões
entre os crentes. Até o ano de 313, esta celebração ainda podia ser observada em
muitos lugares, mas como não atendia a qualquer demanda religiosa, ela foi suspensa
oficialmente pela Igreja.
É muito provável que a Ceia fosse presidida pelo líder costumado da congregação,
no entanto, nos tempos primitivos da Igreja, essa não era uma reunião exclusivista
(apesar do extremo cuidado dos cristãos com a participação de estranhos), mas inclusivista
e plena. Passando-se o tempo, no entanto, ela veio a tornar-se uma espécie de mistério
apenas destinado ao clero, que, conforme diz essa lição, veio a utilizá-la como forma de
manipular a cristandade, fortalecendo seu episcopado monárquico. Essa ideia é bastante
reforçada pela sacramentalização da Ceia, e por outros detalhes como a proibição do
vinho aos participantes (reservado ao sacerdote, apenas).
Surgirá, naturalmente, a esta altura uma pergunta: mas por que Jesus
instituiu a cerimônia? A resposta está muito clara no relato de Lucas
e de Paulo. Num outro está a ordem: “fazei isto em memória de
mim”. Trata-se de um ato memorial apenas, em que o pão e o vinho
têm o valor de símbolos.
OBJETIVO 5 CONCLUSÃO
Definir a posição teológica
do movimento pentecostal
ortodoxo quanto à Santa Guiados pelo estudioso J. Reis Pereira, enfileiraremos algumas conclusões:
Ceia do Senhor. · a instituição da Santa Ceia do Senhor tem caráter memorial apenas;
· a Bíblia não recomenda periodicidade ideal para realização desta cerimônia;
mas concordamos com Calvino quando diz que não se deve ausentar da
mesa do Senhor por muito tempo;
· Cristo associa o pão e o vinho ao Seus corpo e sangue de forma simbólica,
não literal;
· não há transubstanciação dos elementos, nem na Igreja Católica, nem nas
igrejas protestantes;
· Cristo não delegou a discípulo algum o poder de transubstanciar os
elementos da Santa Ceia;
· os indícios históricos testemunham que a Ceia era um ato simples, e não o
exagero perpetrado pelo Catolicismo.
13. f) 9. c) e d)
12. a), c) e d) 8. a) e c)
3. a), d) e f) 7. c)
10. a) e d)