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GD – Membranas e transporte

Engenharia de Bioprocessos
1 – Descreva resumidamente os tipos de transporte através de membranas.

Os transportes pela membrana podem ser feitos de modo passivo (sem gasto de


energia química) ou ativo (com gasto de energia química).

Transporte passivo por difusão São feitos de acordo com o gradiente de


concentração

O transporte passivo por difusão pode ser:

Difusão simples é a passagem de pequenas moléculas a favor do gradiente;


pode ocorrer através da bicamada lipídica ou através de canais protéicos.

Difusão simples através da bicamada entram moléculas lipídicas

Difusão simples através de canais. Ocorre mediante as denominadas proteínas


de canal. As proteínas de canal são proteínas com um orifício ou canal interno,
cuja abertura está regulada,

Difusão facilitada permite o transporte de pequenas moléculas polares

Transporte passivo por osmose é a difusão da água (solvente) pela membrana


celular, que é semipermeável. A água desloca-se do meio mais diluído
(hipotônico) para o mais concentrado (hipertônico), obedecendo as leis da
difusão- a favor do gradiente de concentração.

Transporte ativo envolve gasto de energia. O soluto é transportado contra o


gradiente de concentração, o que consome moléculas de ATP.

Endocitose: é o processo pelo qual a célula capta partículas do meio externo


mediante uma invaginação da membrana que engloba a partícula que será
ingerida.
Pinocitose Modificação da membrana por invaginação, em que implica a
ingestão de líquidos e partículas em dissolução por pequenas
vesículas (pinosssomos) revestidas de clatrina.
Fagocitose por modificação da membrana por pseudopodos são formadas
grandes vesículas revestidas ou fagossomos que ingerem microorganismos e
restos celulares.
Exocitose É o mecanismo pelo qual as macromoléculas contidas em vesículas
citoplasmáticas são transportadas desde o interior celular até a membrana
plasmática, para serem vertidas ao meio extracelular

2 – Quais as diferenças entre carreadores e canais?

Assim como as proteínas de canal, as carreadoras são tipicamente seletivas para


uma ou algumas poucas substâncias. Geralmente, elas alteram a própria forma
em resposta à ligação de sua molécula-alvo e a mudança na forma é que move a
molécula para o lado oposto da membrana. As proteínas carreadoras envolvidas
na difusão facilitada simplesmente proporcionam às moléculas hidrofílicas um
caminho para que possam se mover a favor de um gradiente de concentração
existente (em vez de atuar como bombas).

Proteínas de canal e proteínas carreadoras transportam materiais em


velocidades diferentes. No geral, as proteínas de canal transportam moléculas
muito mais rapidamente do que as proteínas carreadoras. Isso ocorre porque
proteínas de canais são apenas túneis; diferente das carreadoras, elas não têm
que alterar a forma e voltar ao padrão toda vez que moverem uma molécula.
Uma proteína de canal típica pode facilitar a difusão a uma taxa de dezenas de
milhões de moléculas por segundo, ao passo que uma proteína carreadora pode
trabalhar a uma taxa de aproximadamente mil moléculas por segundo.

3 – Descreva os três tipos de sistemas de transporte.

Uniporte

Simporte Antiporte - Cotransporte

Três classes gerais de sistemas de transporte. Os transportadores diferem no


número de solutos (substratos) transportados e na direção na qual cada soluto se
move. Requerem energia (transporte ativo) ou são independentes de energia
(transporte passivo).

O trocador de ânions é típico desses sistemas, chamados de sistemas de


cotransporte, que simultaneamente carregam dois solutos através da membrana.
Quando, como nesse caso, os dois substratos movem-se em direções opostas, o
processo é antiporte. No simporte, dois substratos movem-se simultaneamente
na mesma direção. Transportadores que carregam apenas um substrato, como o
transportador de glicose do eritrócito, são conhecidos como sistemas uniporte.

8 – Descreva transporte ativo primário e secundário.

O transporte ativo resulta em movimento de soluto contra um gradiente de


concentração ou eletroquímico. No transporte passivo, as espécies transportadas
sempre se movem a favor de seu gradiente eletroquímico e não se acumulam
além da concentração de equilíbrio. Em contraposição, o transporte ativo resulta
em acúmulo de soluto acima do ponto de equilíbrio. O transporte ativo é
termodinamicamente desfavorável (endergônico) e ocorre apenas acoplado
(direta ou indiretamente) a um processo exergônico como a absorção de luz
solar, uma reação de oxidação, uma hidrólise de ATP, ou o fluxo concomitante
de alguma outra espécie química a favor de seu gradiente eletroquímico. No
transporte ativo primário, o acúmulo de soluto é acoplado diretamente a uma
reação química exergônica, como na conversão de ATP a ADP +Pi. O transporte
ativo secundário ocorre quando o transporte endergônico (“morro acima”) de um
soluto está acoplado a um fluxo exergônico (“morro abaixo”) de um soluto
diferente que era originalmente bombeado para cima pelo transporte ativo
primário.

4 – Descreva o mecanismo utilizado pela Na +K+ ATPase. Qual a consequência de


se transportar três íons Na+ para fora e dois íons K+ para dentro das células?
Por que é necessária a utilização de energia na forma de ATP?

No início, a bomba está aberta para o interior da célula. Nessa forma, a bomba
realmente quer ligar (tem uma grande afinidade pelos) íons de sódio e vai usar
três deles.

Quando os íons de sódio se ligam, disparam a bomba para a hidrólise (quebra)


do ATP. Um grupo fosfato do ATP é anexado à bomba, que é então chamada
de fosforilada. O ADP é liberado como um sub-produto.

A fosforilação faz a forma da bomba mudar, reorientando-se para abrir na


direção do espaço extracelular. Nessa conformação, a bomba deixa de ligar-se
aos íons de sódio (fica com baixa afinidade a eles), e então três íons de sódio
são liberados para fora da célula.

Em sua forma voltada para fora, a bomba muda de partido e, agora, gosta
muito de se ligar (tem alta afinidade) aos íons de potássio. Ela vai se ligar a
dois deles, e isso aciona a remoção do grupo fosfato ligado à bomba na etapa
2.

Com a saída do grupo fosfato, a bomba vai mudar de volta para sua forma
original, abrindo-se em direção ao interior da célula.

Na sua forma direcionada para o interior, a bomba perde seu interesse (tem
baixa afinidade) pelos íons de potássio e, portanto, dois íons de potássio são
liberados dentro do citoplasma. A bomba agora está de volta ao que era na
etapa 1 e o ciclo pode começar novamente.

5 – Uma proteína Z integral de membrana tem massa molecular de 65.000


Daltons. Dados indicam que esta proteína possui sete domínios
transmembrana. Demonstre que esta proteína possui tamanho suficiente para
atravessar a membrana 7 vezes. Dada a sequência de aminoácidos desta
proteína, você poderia dizer quais as regiões da proteína que atravessam a
membrana? Como?

(a) O avanço por resíduo de uma hélice alfa é de 1,5 Å = 0,15 nm. Para
atravessar os 4 nm da bicamada, uma hélice alfa deve conter 27 resíduos;
assim, para atravessar sete vezes, são necessários cerca de 190 resíduos. Uma
proteína com Mr de 65.000 tem cerca de 580 resíduos. (b) Usa-se uma curva de
hidropatia para localizar regiões transmembrana. (c) Uma vez que cerca da
metade dessa porção do receptor de adrenalina consiste em resíduos
carregados, representa, provavelmente, uma alça intracelular que conecta duas
regiões adjacentes da proteína que atravessam a membrana. (d) Uma vez que
essa hélice é composta na sua maior parte por resíduos hidrofóbicos, essa
região do receptor provavelmente é uma das regiões da proteína que atravessa a
membrana.

6 – Um transportador de Leucina apresenta os resultados de transporte abaixo na


presença e na ausência de Na+. O que você pode dizer das propriedades e do
mecanismo de transporte deste transportador?

Substrato Transporte na presença de Transporte na ausência de Na+


Na+
Vmax Kt (mM) Vmax Kt (mM)
L-Leucina 420 0,24 23 0,24
D-Leucina 310 4,7 5 4,7
L-Valina 225 0,31 19 0,31

O transportador de leucina é específico para o isômero L, mas o sítio de ligação


pode acomodar tanto L-leucina como L-valina

7 Sabendo que a concentração de NA+ dentro de uma célula é de 12mM e que


no exterior é de 145mM e ainda que o potencial de membrana é de –0,07V
( negativo dentro da célula), qual a energia livre necessária para transportar 1
mol de Na+ para fora de célula a 37° C?

R: 13 kJ/mol

Fazer como no exemplo abaixo


8 - Descreva um experimento capaz de demonstrar que uma proteína é integral
de membrana, com domínios intra e extracelulares. (Figura abaixo).

A topologia das proteínas de membrana (a localização dos domínios da


proteína em relação à bicamada lipídica) pode ser determinada com
compostos que reagem com as cadeias laterais das proteínas, mas que
não conseguem atravessar a membrana − compostos químicos polares
que reagem com aminas primárias de resíduos Lys, por exemplo, ou
enzimas como a tripsina que clivam proteínas, mas não conseguem
atravessar a membrana. Se a proteína de membrana de um eritrócito
intacto reage com um composto impermeável à membrana, essa proteína
deve ter no mínimo um domínio exposto à face externa (extracelular) da
membrana. A tripsina cliva os domínios extracelulares, mas não afeta o
domínio inserido dentro da bicamada ou exposto apenas à face interna, a
menos que a membrana plasmática seja rompida de forma a tornar esses
domínios acessíveis à enzima. Experimentos com tais reagentes
específicos para análise da topologia mostram que a glicoproteína de
eritrócito glicoforina atravessa a membrana plasmática. Seu domínio
aminoterminal (contendo as cadeias de carboidratos) está na superfície
externa e é clivado pela tripsina. A extremidade carboxiterminal projeta-se
para o interior da célula, onde não pode reagir com reagentes
impermeantes. Tanto o domínio aminoterminal quanto o carboxiterminal
contêm muitos resíduos de aminoácidos polares ou carregados e são,
portanto, hidrofílicos. Entretanto, um segmento no centro da proteína
(resíduos 75 a 93) contém muitos resíduos de aminoácidos hidrofóbicos,
indicando que a glicoforina tenha um segmento transmembrana, “pontas’
fora e dentro da membrana.
Singer descreveu em seu artigo um estudo no qual “a glicoproteína com massa
molecular aproximada de 31.000 em membranas de células sanguíneas
vermelhas era hidrolisada em glicopeptídeos solúveis com massa molecular
aproximada de 10.000, após tratamento tríptico de membranas, enquanto as
demais porções eram bastante hidrofóbicas” (p. 199). O tratamento com tripsina
não causou mudanças grosseiras nas membranas, que permaneceram intactas.
Os segmentos de proteína que penetram ou que atravessam a bicamada estão
protegidos da tripsina; aqueles expostos na superfície serão hidrolisados. As
porções resistentes à tripsina têm alta proporção de resíduos hidrofóbicos.
9 – Considere a seguinte reação:

Frutose 6- Fosfato Glicose 1- Fosfato Keq = 1,97

Qual o valor de ΔG’ 0 para essa reação a 25 ° C.

Se a concentração de frutose 6- Fosfato for ajustada para 1,5M e a de Glicose


1- Fosfato para 0,5 M, qual será o valor de ΔG? Por que os valores de ΔG’0 e ΔG
são diferentes?

Fontes de estudo:
https://docero.com.br/doc/1ssnsx (Livro Lehninger Princípios de Bioquímica - pdf)
https://www.passeidireto.com/

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