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Aspectos Biofarmacêuticos no

Desenvolvimento de Formas
Farmacêuticas

Professor: Mateus Freire Alunas: Danielle Amaral


Jéssica Andrade
Lorena Rosa
Marianne Tunes
Rauizi Floquet
Introdução

Começar a pré-
formulação

Biofarmácia

Documentação para Através do


aplicações
regulatórias desenvolvimento
Definições
Biofarmácia

• É o estudo da relação entre as propriedades físico-químicas dos medicamentos


e sua biodisponibilidade (VANIALS, 2001).

• Relação entre a natureza e a intensidade dos efeitos biológicos nos seres vivos e
fatores referentes às formas farmacêuticas (ANSEL, 2000).

• Estudo do modo como as propriedades físico-químicas do fármaco, a forma


farmacêutica e a via de administração afetam a velocidade e o grau de absorção
dos fármacos. (AULTON, 2005).

Fase Biofarmacêutica

• A fase biofarmacêutica é constituída pelo conjunto de fenômenos que têm lugar


desde o momento da administração de um medicamento até à absorção
propriamente dita. Segundo a via de administração usada e a forma
farmacêutica escolhida, estes fenômenos são mais ou menos numerosos e
complexos, mas podem resumir-se em dois passos capitais — a liberação e a
dissolução dos fármacos a partir do medicamento em que estão veiculados
(PRISTA, 1973).
Biofarmácia

• Os estudos biofarmacêuticos visam otimizar a efetividade


terapêutica ou farmacológica de um medicamento e também sua
tolerabilidade.

• Contribui para o desenvolvimento de um processo custo-efetivo.

• Busca desenvolver fármacos com maior eficácia e segurança.


Biofarmácia
• No desenvolvimento de um novo medicamento, podem ocorrer
falhas por haver propriedades biofarmacêuticas ruins:

Instabilidade Baixa solubilidade


Absorção ruim
química no TGI por dose

Perfil metabólico Perfil de


insatisfatório eliminação ruim

Os estudos biofarmacêuticos podem resolver esses problemas.


Biofarmácia

Compreende
também a
avaliação das Este último termo Expressa, a
Estuda as interações, entre define uma quantidade e
fases de o fármaco e o característica velocidade na qual
liberação e organismo (local biofarmacêutica o princípio ativo
de um (fármaco) alcança
dissolução de medicamento a circulação
da substância administração), administrado a um sanguínea geral, a
ativa que determinam organismo vivo partir de seu local
sua intacto de administração
biodisponibili
dade
Função da
Alvo
formulação
biofarmacêutico
(oral)

quantidade Melhorar
absorvida e reduzir dissolução/permeabili
a variabilidade da dade e proteger da
absorção. degradação gástrica

Retenção gástrica,
Controlar a taxa de
liberação no cólon e
absorção.
mucoadesividade.

Controlar o local de Liberação estendida


liberação. ou pulsátil
Fases
Fase Farmacêutica

Fármaco = Princípio
Ativo +
Excipiente
Tecnologia Dispersão sólida do
princípio ativo
Dispersão
molecular do
princípio ativo
Liberação
• Ao ser administrado, o fármaco encontra-se em uma forma
farmacêutica a partir da qual deve ser liberado;

• Dependendo da F.F. empregada

Comprimido, cápsula, suspensão, xarope, supositório

• E da via de administração utilizada, esta etapa pode ser mais ou menos


complexa, rápida ou completa.

• A liberação ocorrerá sob influência do meio biológico de aplicação


▫ pH e peristaltismo do trato gastrintestinal (TGI) nas vias enterais
(oral e retal) principalmente para formas farmacêuticas sólidas, que
necessitam desintegrar-se para então liberar a substância ativa.

• A finalidade desta etapa é obter uma dispersão no estado sólido do


fármaco, no meio aquoso de administração, o que permitirá o
cumprimento da etapa posterior de dissolução.
Liberação
• Nesse caso, deve-se considerar que alterações
hidrodinâmicas, como a alteração de temperatura, mudam o
padrão de liberação do fármaco da sua forma farmacêutica.
Desintegração
• O medicamento deve se desintegrar em partículas menores e liberar
o fármaco;

• Não implica em dissolução completa;

• Auxilia na medição da formação de grânulos, fragmentos e


agregados a partir da forma sólida;

• Utilizado como parâmetro do controle de qualidade.


Dissolução
• Esta etapa, por sua vez compreende a formação de uma
dispersão molecular na fase aquosa
▫ Ou seja, a dissolução progressiva do fármaco, essencial para
sua posterior absorção, desde que seja requerida uma ação
sistêmica e não local.

• A dissolução muitas vezes é a etapa determinante da


velocidade do processo de absorção.

• Sendo o fármaco insolúvel ou pouco solúvel, tem-se um


problema na dissolução e por consequência na absorção
deste.
Dissolução
• Algumas questões devem ser observadas nessa fase:

o A absorção será limitada pela dissolução?


o A dissolução limitará a biodisponibilidade para uma extensão que
coloquem em perigo a utilidade clínica do medicamento?
o A substância deve ser alterada para melhorar a dissolução (sais,
polimorfismos, tamanho da partícula)?
o Os princípios de aumento de taxa de dissolução devem ser utilizados
no desenvolvimento?
o Para sistemas de liberação modificados, que tipo de princípios
devem ser utilizados e que mecanismo de liberação deve ser
esperada?
Dissolução Teste in vitro

Avaliar liberação do fármaco de


Dissolução do fármaco
uma forma farmacêutica sólida.

Propriedades físico-químicas:
Desintegração e dissolução dos
solubilidade, difusibilidade,
excipientes ou difusão do
polimorfismo, área de superficie,
fármaco através da formulação,
e propriedades da formulação –
ou seja, fatores relacionados
solubilidade e molhabilidade.
à formulação.
Dissolução
• Fatores físico-químicos
Solubilidade: solúvel em
água, polar, estar na forma de Polimorfismo: forma amorfa
sais, ácido ou base . ou cristalina, que seja mais
Determinante para a absorção e estável, e presente em uma das
biodisponibilidade - formas apenas, sendo essa a de
modificações físico-químicas do menor energia uso de
fármaco e/ou da composição da excipientes.
fórmula.

Coeficiente de Partição
O/A:velocidade de permeação é
dependente do tamanho, das Tamanho da partícula: a
solubilidades relativas em meio granulometria interfere na
aquoso e lipofílico e da carga velocidade de dissolução
iônica das moléculas do fármaco
– modificação da molécula.
Dissolução
• Fatores relacionados à formulação:

 Os excipientes mesmo que inertes, podem influenciar a velocidade


de liberação do fármaco.
 A variação quali/quantitativa desses excipientes alteram o
desempenho do fármaco:
- diluentes  higroscopia para promover as alterações químicas e
físicas.
- tensoativos  alteram permeabilidade nas membranas.
- lubrificantes  hidrofóbicos, retardam a molhabilidade e
absorção e podem aumentar o tempo de desintegração.
- desintegrantes  facilitar a desagregação e a dissolução.
Dissolução
• Excipientes:
 Conferem propriedades funcionais à formulação, mas podem alterar
o meio no qual o fármaco está se dissolvendo por reagir com esse.

 Melhoram compressibilidade, estabilizam contra a degradação,


reduzem irritação gástrica, controla a taxa de absorção, aumenta
biodisponibilidade.

 Pode provocar precipitação, redução da liberação.

 Se o fármaco tem uma desintegração ruim, o uso de quantidade


insuficiente de desintegrante afeta esse passo.
Dissolução
• Fatores relacionados à fisiologia:
 pH;
 Motilidade;
 Permeabilidade;
 Secreções;
 Esvaziamento gástrico;
 Presença de alimento;
 Viscosidade do conteúdo luminal;
Dissolução
• Tecnologia aplicada:

O tipo de processo, tempo e velocidade de agitação,


granulação, secagem, compressão, etc.

• Via de administração:
• Tópica;
• IM;
• EV;
• SC;
• Extra-vascular: oral, nasal, retal, transdérmica,
inalatória.
Dissolução
• A taxa de dissolução pode ser definida por:

• = (Cs – C), onde:

• é a taxa de dissolução em função do tempo;


• D = taxa de difusão constante;
• A = área superfície da partícula;
• Cs = concentração do fármaco na camada estacionária;
• C = concentração do fármaco no solvente em massa;
• h = espessura da fase estacionária.
Permeabilidade
• Baseia-se diretamente pela extensão da absorção
intestinal do fármaco ou indiretamente pela medida de
quantidade de massa que atravessa a membrana;

• Depende do coeficiente de partição O/A da substância;

• Uma substância altamente permeável tem permeação


em 90%;

• Devem ser feitos testes especialmente para moléculas


que passam por difusão passiva
Sistema de classificação
biofarmacêutico

Classe Solubilidade Permeabilidade Fator limitante


da absorção
I Alta Alta Esvaziamento
gástrico
II Baixa Alta Dissolução
III Alta Baixa Permeabilidade e
esvaziamento
gástrico
IV Baixa Baixa Dissolução. Tem
absorção oral
ruim.
Sistema de classificação
biofarmacêutico
• Classe I: bem absorvidos e a taxa de absorção é maior que a de
excreção. A dissolução é o fator limitante da absorção;

• Classe II: a biodisponibilidade é limitada pela taxa de


solvatação. A absorção ocorre em grande espaço de tempo;

• Classe III: a permeação limita a absorção, tem muita variação


na taxa e extensão da absorção, que é rápida. Deve modificar a
fisiologia e permeabilidade da membrana;

• Classe IV: não são bem absorvidos, e tem pouco efeito por VO.
Referências
• PRISTA, L. Nogueira; ALVES, Antonio Correia; MORGADO, Rui
Manuel Ramos. Técnica farmacêutica e farmácia galênica.
Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1973. 3v.

• http://www.farmacia.ufmg.br/cespmed/text7.htm

• Pharmaceutical preformulation and formulation: A practical guide from


candidate drug selection to commercial dosage form / edited by Mark
Gibson.—2nd ed.

• Sistemas de classificação biofarmacêutica e bioinsenções. Denise


Bonamici. São Paulo, 2009.

• PONG, Susanna Wu; SHARGEL, Leon; YU, Andrew B.C. Applied


Biopharmaceutics and Pharmacokinetics. Fifth edition. 2004.

• http://www.ebah.com.br/content/ABAAAAqggAG/delineamento-
formas-farmaceuticas - Acessado em 20/10/2013.

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