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05/02/2021 RESOLUÇÃO CONAMA/MMA Nº 499, DE 6 DE OUTUBRO DE 2020 - RESOLUÇÃO CONAMA/MMA Nº 499, DE 6 DE OUTUBRO DE 2020 - DOU - Imprensa Nacional

DIÁRIO OFICIAL DA UNIÃO


Publicado em: 08/10/2020 | Edição: 194 | Seção: 1 | Página: 50
Órgão: Ministério do Meio Ambiente/Conselho Nacional do Meio Ambiente

RESOLUÇÃO CONAMA/MMA Nº 499, DE 6 DE OUTUBRO DE 2020

Dispõe sobre o licenciamento da atividade de


coprocessamento de resíduos em fornos rotativos de produção
de clínquer.

O CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE - CONAMA, no uso das competências que lhe
são conferidas pelos arts. 6º, inciso II, e 8º, inciso I, da Lei no 6.938, de 31 de agosto de 1981,
regulamentada pelo Decreto no 99.274, de 6 de junho de 1990 e suas alterações, tendo em vista o
disposto em seu Regimento Interno, resolve:

Capítulo I

Das Disposições Gerais

Art. 1º Esta Resolução aplica-se ao licenciamento da atividade de coprocessamento de resíduos


em fornos rotativos de produção de clínquer.

§ 1º Esta Resolução não se aplica a resíduos radioativos, explosivos e de serviços de saúde,


ressalvados os medicamentos, resíduos provenientes do processo de produção da indústria farmacêutica
e os que tenham sido descaracterizados em razão de submissão a tratamento que altere suas
propriedades físicas, físico-químicas, químicas ou biológicas.

§ 2º Os resíduos sólidos urbanos, os resíduos de estabelecimentos comerciais e prestadores de


serviços e os resíduos dos serviços públicos de saneamento básico podem ser destinados para
coprocessamento, desde que sejam previamente submetidos à triagem, classificação ou tratamento.

Art. 2º Ficam estabelecidos os limites de concentração de poluentes orgânicos persistentes na


composição dos resíduos permitidos para fins de coprocessamento, conforme ANEXO I.

Parágrafo único. O órgão ambiental competente poderá autorizar o coprocessamento de


resíduos com concentrações de poluentes orgânicos persistentes superiores aos valores estabelecidos no
ANEXO I desde que haja ganho ambiental, conforme disposto no § 4º do art. 11 desta Resolução.

Art. 3º O órgão ambiental competente poderá autorizar o coprocessamento de materiais e


resíduos provenientes de passivo ambiental, como forma de destinação final ambientalmente adequada.

Art. 4º Para efeito desta Resolução são adotadas as seguintes definições:

I - clínquer: componente básico do cimento, constituído principalmente de silicato tricálcico,


silicato dicálcico, aluminato tricálcico e ferroaluminato tetracálcico.

II - combustível alternativo: combustível produzido a partir de resíduos de diversas origens, com


a finalidade de substituição de combustíveis fósseis.

III - coprocessamento de resíduos em fornos de produção de clínquer: destinação final


ambientalmente adequada que envolve o processamento de resíduos sólidos como substituto parcial de
matéria-prima e/ou de combustível no sistema forno de produção de clínquer, na fabricação de cimento.

IV - Equipamento de Controle de Poluição - ECP: equipamentos destinados a controlar as


emissões atmosféricas resultantes das operações industriais.

V - Estudo de Viabilidade de Queima - EVQ: estudo teórico que visa avaliar a compatibilidade do
resíduo a ser coprocessado com as características operacionais do processo e os impactos ambientais
decorrentes desta prática.

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VI - farinha: produto intermediário para a produção de clínquer, composto basicamente de


carbonato de cálcio, sílica, alumina e óxido de ferro, obtidos a partir de matérias-primas, tais como calcário,
argila e outras.

VII - forno rotativo de produção de clínquer: cilindro rotativo, inclinado e revestido internamente
de material refratário, com chama interna, utilizado para converter basicamente compostos de cálcio,
sílica, alumínio e ferro, proporcionalmente misturados, em um produto final denominado clínquer.

VIII - monitoramento ambiental: avaliação das emissões provenientes dos fornos de produção
de clínquer que coprocessam resíduos, bem como da qualidade ambiental na área de influência do
empreendimento.

IX - Plano do Teste de Queima - PTQ: plano que contempla dados, cálculos e procedimentos
relacionados com as operações de coprocessamento propostas para o resíduo.

X - pré-aquecedor: região do sistema forno constituída por um conjunto de ciclones, onde a


farinha é alimentada, sendo pré-aquecida e parcialmente calcinada pelo fluxo de gases quentes
provenientes do forno rotativo, em contracorrente.

XI - pré-calcinador: dispositivo secundário de queima onde ocorre uma pré-calcinação da


matéria-prima.

XII - resíduos sólidos: material, substância, objeto ou bem descartado resultante de atividades
humanas em sociedade, a cuja destinação final se procede, se propõe proceder ou se está obrigado a
proceder, nos estados sólido ou semissólido, bem como gases contidos em recipientes e líquidos cujas
particularidades tornem inviável o seu lançamento na rede pública de esgotos ou em corpos d'água, ou
exijam para isso soluções técnica ou economicamente inviáveis em face da melhor tecnologia disponível.

XIII - resíduos sólidos urbanos: resíduos domiciliares originários de atividades domésticas em


residências urbanas e resíduos de limpeza urbana oriundos de varrição, limpeza de logradouros e vias
públicas e outros serviços de limpeza urbana.

XIV - resíduos explosivos: resíduos compostos por substâncias que por ação de causa externa
como calor, choque, carga elétrica, entre outros, são capazes de gerar reação química caracterizada pela
liberação em breve espaço de tempo e de forma violenta, de calor, gás e energia mecânica por explosão.

XV - resíduos radioativos: resíduos compostos de elementos químicos radioativos gerados em


processo de produção de energia nuclear, podendo ainda ser oriundos de outros usos como tratamento e
diagnósticos radiológicos e pesquisa científica.

XVI - resíduos de serviços de saúde: resíduos resultantes de atividades relacionadas com o


atendimento à saúde humana ou animal, inclusive os serviços de assistência domiciliar; laboratórios
analíticos de produtos para saúde; necrotérios, funerárias e serviços onde se realizem atividades de
embalsamamento como tanatopraxia e somatoconservação; serviços de medicina legal; drogarias e
farmácias, inclusive as de manipulação; estabelecimentos de ensino e pesquisa na área de saúde; centros
de controle de zoonoses; distribuidores de produtos farmacêuticos; importadores e distribuidores de
materiais e controles para diagnóstico in vitro; unidades móveis de atendimento à saúde; serviços de
acupuntura; serviços de piercing e tatuagem, dentre outros afins.

XVII - sistema forno: sistema composto por um conjunto de equipamentos envolvendo as


etapas de aquecimento, calcinação e produção final de clínquer, constituído basicamente de forno rotativo,
pré-aquecedor ou pré-calcinador e resfriador.

XVIII - Teste de Queima: conjunto de medições realizadas na unidade operando com a


alimentação de resíduos, para avaliar a compatibilidade das condições operacionais da instalação de
produção de clínquer com o atendimento aos limites de emissão definidos na presente Resolução e com
as exigências técnicas fixadas pelo órgão ambiental.

XIX - Teste em Branco: conjunto de medições realizadas no forno em funcionamento normal,


operando sem a alimentação de resíduos, para avaliação das condições operacionais da unidade de
produção de clínquer e do atendimento às exigências técnicas fixadas pelo órgão ambiental.

XX - zona de combustão primária: região do forno rotativo onde ocorre a queima do combustível
de forma a proporcionar a temperatura do material em clinquerização na ordem de 1400°C-1500°C.

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XXI - zona de combustão secundária: região do sistema forno onde ocorre a queima do
combustível, na faixa de temperatura da ordem de 850°C a 1200°C, objetivando a pré-calcinação.

XXII - zona de queima: local do forno onde ocorrem as reações de clinquerização.

XXIII - resíduos equivalentes: resíduos cuja carga poluidora seja menor ou igual ao
originalmente licenciado.

XXIV - Principais Compostos Orgânicos Perigosos - PCOPs: substâncias orgânicas perigosas de


difícil destruição térmica.

Art. 5º Estão excluídos dos critérios de licenciamento desta resolução os materiais listados no
ANEXO II.

Art. 6º O coprocessamento de resíduos deverá atender aos critérios técnicos fixados nesta
Resolução, complementados, sempre que necessário, pelo órgão ambiental competente, de modo a
atender as peculiaridades regionais e locais.

Art. 7º As solicitações de licença ambiental para fornos rotativos de produção de clínquer para
atividades de coprocessamento de resíduos em fábricas de cimento já instaladas somente serão
analisadas se essas estiverem devidamente licenciadas e ambientalmente regularizadas.

Art. 8º O coprocessamento de resíduos em fornos de produção de clínquer deverá ser feito de


modo a garantir a manutenção da qualidade ambiental, evitar danos e riscos à saúde.

Art. 9º O produto final, cimento, resultante da utilização de resíduos no coprocessamento em


fornos de clínquer não deverá agregar substâncias ou elementos em quantidades tais que possam afetar a
saúde humana e o meio ambiente.

Art. 10. Os clínqueres e cimentos importados deverão obedecer ao disposto no art. 9º desta
Resolução.

Capítulo II

Dos Procedimentos

Seção I

Dos Critérios Básicos para a Utilização de Resíduos

Art. 11. São permitidos, para fins de coprocessamento em fornos de produção de clínquer,
resíduos ou misturas de resíduos passíveis de serem utilizados como substituto de matéria-prima e/ou de
combustível, desde que as condições do processo assegurem o atendimento às exigências técnicas e aos
parâmetros fixados na presente Resolução, comprovados a partir dos resultados práticos do Plano do
Teste de Queima proposto.

§ 1º Os resíduos podem ser utilizados como substitutos de matéria-prima desde que


apresentem características similares às dos componentes normalmente empregados na produção de
clínquer, incluindo neste caso os materiais mineralizadores e/ou fundentes.

§ 2º Os resíduos podem ser utilizados como substitutos de combustível, para fins de


coprocessamento, desde que o ganho de energia seja comprovado.

§ 3º Resíduos não substitutos de matérias-primas ou de combustíveis poderão ser


coprocessados, desde que promovam ganhos ambientais e sejam autorizados pelo órgão ambiental
competente.

§ 4º Considera-se que há ganhos ambientais quando ocorrem eventos tais como:

I - a redução de emissão de substâncias poluentes, gases de efeito estufa, entre outros;

II - a eliminação ou a redução da necessidade de disposição final de resíduos;

III - a despoluição de áreas ou cursos hídricos;

IV - do coprocessamento se apresentar como uma tecnologia ambientalmente mais adequada


e segura para a destinação final do resíduo; dentre outros.

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§ 5º Excepcionalmente, e com a devida manifestação favorável do órgão ambiental


competente, a destruição de entorpecentes e materiais apreendidos poderá ser submetida à operação de
coprocessamento, desde que formalizada solicitação por ente ou órgão público ao órgão ambiental
competente.

Seção II

Do Licenciamento Ambiental

Art. 12. As Licenças Prévia, de Instalação e de Operação para o coprocessamento de resíduos


em fornos de produção de clínquer serão requeridas previamente ao órgão ambiental competente,
obedecendo aos critérios e procedimentos fixados na legislação vigente.

§ 1º Para as fontes novas, poderão ser emitidas Licenças Prévia, de Instalação e de Operação
que englobem conjuntamente as atividades de produção de cimento e o coprocessamento de resíduos
nos fornos de produção de clínquer.

§ 2º Para as fontes existentes, já licenciadas para a produção de cimento, o licenciamento


ambiental específico para o coprocessamento somente será concedido quando a unidade industrial, onde
se localizar o forno de clínquer, tiver executado todas as medidas de controle previstas em sua Licença de
Operação.

§ 3º O licenciamento de que trata o caput deste artigo, refere-se à capacidade de destruição


térmica do sistema do forno de clínquer.

Art. 13. Para a inclusão de resíduos à Licença de Operação, fica dispensada a apresentação do
Estudo de Viabilidade de Queima (EVQ), Plano de Teste em Branco (PTB), Relatório de Teste em Branco
(RTB), Plano de Teste de Queima (PTQ) e Relatório de Teste de Queima (RTQ), desde que devidamente
comprovado que se tratam de resíduos equivalentes aos licenciados.

Art. 14. O processo de licenciamento será tecnicamente fundamentado com base nos estudos a
seguir relacionados, que serão apresentados pelo interessado:

I - Estudo de Viabilidade de Queima - EVQ: Licença Prévia (LP).

II - Plano de Teste em Branco: Licença de Instalação (LI).

III - Relatório de Teste em Branco: Licença de Instalação (LI).

IV - Plano de Teste de Queima - PTQ: Licença de Operação (LO).

V - Relatório de Teste de Queima: Licença de Operação (LO).

Seção III

Do Estudo de Viabilidade de Queima - EVQ

Art. 15. O EVQ será apresentado ao órgão ambiental devendo conter, no mínimo, as seguintes
informações:

I - dados referentes à fábrica de cimento como nome, endereço, situação com relação ao
licenciamento ambiental;

II - objetivo da utilização do(s) resíduo(s);

III - dados do(s) resíduo(s):

a) descrição sucinta do processo gerador do resíduo e fluxograma simplificado com a indicação


do ponto de geração do mesmo;

b) caracterização quantitativa dos resíduos contendo:

1. estado físico do(s) resíduo(s);

2. quantidade gerada e estocada;

3. poder calorífico inferior;

4. viscosidade, no caso de líquidos;

5. composição provável do(s) resíduo(s);

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6. teor de metais pesados, cloro total, cloretos e enxofre;

7. teor de cinzas e umidade;

8. descrição do sistema de armazenamento de resíduo(s).

IV - descrição do processo/equipamentos, incluindo:

a) descrição do processo de produção inerente ao forno e fluxograma do processo produtivo


com indicação dos pontos de alimentação de matéria-prima e combustível, bem como perfil de
temperaturas;

b) características e especificações dos equipamentos utilizados na produção de clínquer;

c) layout dos equipamentos;

d) descrição do sistema proposto de alimentação de resíduos;

e) forno selecionado para a queima de resíduos;

f) tempo de residência para gases e sólidos, com memória de cálculo;

g) características e especificações dos equipamentos que serão modificados ou adicionados em


relação aos inicialmente existentes; e

h) desenho esquemático incluindo modificações, com indicação dos pontos de amostragem e


parâmetros a serem monitorados.

V - em relação à matéria-prima:

a) relação das matérias-primas empregadas na produção do clínquer e suas características


físico-químicas;

b) descrição dos sistemas de alimentação e homogeneização da matéria-prima;

c) taxa de alimentação (t/h); e

d) descrição do processo de realimentação e destinação do material particulado retido nos


equipamentos de controle da poluição atmosférica.

VI - em relação ao combustível:

a) caracterização dos combustíveis como tipo, poder calorífico inferior e teor de enxofre, e
consumo (t/h); e

b) descrição dos sistemas de alimentação de combustíveis, bem como indicação da proporção


dos combustíveis nos queimadores primário e secundário.

VII - em relação aos equipamentos de controle de poluição - ECP:

a) descrição dos ECPs para emissões atmosféricas;

b) descrição do sistema de monitoramento das emissões atmosféricas; e

c) descrição dos procedimentos de amostragem e monitoramento, incluindo frequência e


listagem de todos os parâmetros monitorados.

VIII - outras informações que forem consideradas necessárias.

Seção IV

Do Teste em Branco

Art. 16. Após a aprovação do Estudo de Viabilidade de Queima - EVQ, o órgão ambiental
analisará o Plano de Teste em Branco e aprovará a realização do Teste em Branco visando avaliar o
desempenho ambiental da fábrica de cimento sem o coprocessamento de resíduos.

Art. 17. Previamente à realização do Teste em Branco, a empresa interessada apresentará para
aprovação do órgão ambiental, o Plano de Teste em Branco, contemplando os requisitos mínimos para
execução do teste, abrangendo os seguintes itens:

I - período previsto para a realização do Teste em Branco, facultando o acompanhamento por


parte dos técnicos do órgão ambiental;

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II - descrição e eficiência dos equipamentos de controle de poluição atmosférica;

III - descrição do plano de automonitoramento do processo, contemplando:

a) a localização dos pontos de amostragem;

b) parâmetros amostrados nestes pontos; e

c) a periodicidade das amostragens, dentre outros;

IV - metodologias de coleta de amostra de poluentes atmosféricos e de análise a serem


empregadas, com os respectivos limites de detecção, devendo as coletas ser feitas em triplicata e o
tempo mínimo de coleta para material particulado ser de duas horas;

V - capacidade de operação da unidade durante o teste: a planta deve operar na capacidade


prevista para o coprocessamento, a qual deve ser mantida enquanto durar o Teste em Branco e,
posteriormente, os de queima do resíduo, com uma variação aceitável de até dez por cento;

VI - parâmetros operacionais que serão monitorados no processo: inclui taxas de alimentação


de combustível, de matérias-primas e de material particulado recirculado, equipamentos de controle
operacional, com os respectivos limites de detecção de emissões de hidrocarbonetos totais (THC) e
concentração de oxigênio (O₂ ) monitores contínuos de pressão e temperatura do sistema forno e
temperatura na entrada dos equipamentos de controle de poluição atmosférica.

Art. 18. Após a realização do Teste em Branco, a empresa apresentará ao órgão ambiental o
relatório conclusivo do teste, contemplando a verificação dos itens previstos no Plano de Teste em Branco.

Parágrafo único. A aprovação do Teste em Branco significa que a instalação atende às


exigências do órgão ambiental, estando apta a apresentar um Plano de Teste de Queima - PTQ, não
estando a empresa autorizada ainda a queimar resíduos e nem mesmo a submeter-se a Testes de Queima.

Art. 19. Caso a instalação não atenda às exigências previstas no Teste em Branco, fica proibido o
prosseguimento do licenciamento até que seja realizado e aprovado um novo teste, após a realização de
adequações pelo empreendedor.

Seção V

Do Plano do Teste de Queima - PTQ

Art. 20. Devem constar no conteúdo do Plano:

I - o objetivo do teste;

II - fluxogramas do processo produtivo, com indicação dos pontos de alimentação, descrição e


capacidade dos sistemas de alimentação de matéria-prima, combustível e resíduo, bem como o perfil de
temperaturas do sistema;

III - descrição dos equipamentos do sistema forno:

a) nomes dos fabricantes;

b) tipos e descrição dos componentes do sistema; e

c) capacidade máxima de projeto e capacidade nominal.

IV - descrição de cada corrente de alimentação:

a) matérias-primas:

1. relação das matérias-primas;

2. características físico-químicas;

3. composições básicas, constando teores de matéria orgânica e cinzas; e

4. taxas de alimentação.

b) resíduo:

1. origem, quantidade gerada e estocada;

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2. poder calorífico inferior, composição provável, composição elementar e identificação e


quantificação das substâncias eventualmente presentes, avaliadas com base no processo gerador do
resíduo;

3. taxa de alimentação pretendida;

4. teores de metais;

5. teores de cloreto;

6. teores de fluoretos, enxofre, cinzas e umidade;

7.descrição dos procedimentos de mistura de resíduos anteriores à queima.

c) combustíveis:

1. tipo;

2. Poder Calorífico Inferior - PCI;

3. teores de enxofre, cinzas e umidade; e

4. consumo (massa/tempo).

V - condições operacionais propostas para o Teste de Queima, incluindo tempo de residência


para gases e sólidos, com memórias de cálculo;

VI - descrição do sistema de controle de emissões atmosféricas, de seus equipamentos e de


suas condições operacionais;

VII - descrição da destinação final ambientalmente adequada dos resíduos gerados no sistema
de controle de emissões atmosféricas. E:

a) no caso de existirem etapas de tratamento deste sistema que gerem efluentes líquidos,
descrever seus equipamentos e operações, seus parâmetros e condições operacionais e sua proposta de
monitoramento para sistemas de tratamento destes efluentes;

b) o mesmo se aplica para os efluentes líquidos gerados em operações de limpeza de pisos e


equipamentos, bem como as águas pluviais contaminadas;

VIII - descrição e desenhos esquemáticos de localização de todos os pontos de medição e


coleta de amostras para monitoramento da unidade e dos sistemas de controle de emissões e descrição
dos sistemas de gerenciamento destes dados;

IX - lista de parâmetros a serem monitorados na operação do sistema forno, em todas as etapas


do coprocessamento, relacionando equipamentos utilizados no monitoramento;

X - lista de parâmetros a serem monitorados em todas as etapas do processo, incluindo, entre


outros, metodologias e equipamentos de coleta e análises, seus limites de detecção, frequências de
coletas de dados de amostragem e de medições para: combustíveis, matérias-primas, resíduos e correntes
de reciclo e de descarte de material particulado, resíduos sólidos gerados, emissões atmosféricas e
efluentes líquidos;

XI - descrição do sistema de intertravamento, das condições em que ocorrem a interrupção e a


retomada da alimentação dos resíduos;

XII - cronograma do teste de queima;

XIII - identificação dos técnicos envolvidos no teste, incluindo responsabilidades e qualificações,


sendo que todos os documentos apresentados deverão ser devidamente assinados por profissional
habilitado, indicando o número do registro no Conselho de Classe Profissional.

Parágrafo único. Na hipótese prevista no inciso V, para o caso da alimentação de resíduos em


ponto que não seja a extremidade de temperatura mais elevada do forno rotativo, deverá ser demonstrado
que haverá condições adequadas e suficientes de tempo de residência, temperatura e concentração de O₂
, no percurso dos gases, a partir do ponto de alimentação do resíduo.

Art. 21. Após a aprovação do PTQ o interessado fixará a data para o Teste de Queima, em comum
acordo com o órgão ambiental, que, a seu critério, poderá acompanhar as operações do teste.

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Art. 22. Os resíduos não poderão ter sua composição e suas concentrações de contaminantes
superiores aos valores apresentados no plano.

Art. 23. Poderá ser prevista a realização de um "pré-teste de queima", que deverá ser aprovado
pelo órgão ambiental, a fim de que sejam feitos os ajustes necessários referentes às condições de
alimentação dos resíduos a serem testados.

Art. 24. Para a alimentação de resíduos em regime de batelada (em latões, bombonas, pacotes,
ou sem cominuição prévia de quantidades maiores - como, possivelmente, no caso de pneus), o volume
de cada batelada e a frequência de suas alimentações deverão ser estabelecidos de modo a garantir que
a rápida volatilização dos compostos introduzidos no sistema não promova reduções das concentrações
de O₂ abaixo das quais seja comprometida a eficiência do processo de destruição térmica destes
compostos.

Art. 25. O empreendedor deverá apresentar ao órgão ambiental competente estimativa dos
níveis de emissão resultantes da adoção da taxa de alimentação pretendida, com base no balanço de
massa, contemplando os dados de entrada de matéria-prima, combustível e resíduos, e de saída de
clínquer, gases da exaustão, material particulado retido no ECP e particulado nos gases emitidos para
atmosfera.

Art. 26. Ao término do período solicitado para o pré-teste, o órgão ambiental deverá ser
comunicado quanto a eventuais alterações no Plano de Teste de Queima.

Seção VI

Do Teste de Queima

Art. 27. No início do Teste de Queima deverá ser testado o sistema de intertravamento para
interromper automaticamente a alimentação de resíduos.

Art. 28. Durante o Teste de Queima, a instalação deverá operar nas mesmas condições
operacionais verificadas durante o Teste em Branco, conforme o inciso V do art. 17.

Art. 29. Deverão ser amostrados no efluente gasoso os mesmos poluentes avaliados no Teste
em Branco.

Art. 30. As coletas deverão ser realizadas em triplicadas e as emissões atmosféricas devem
estar de acordo com os limites máximos de emissão estabelecidos no ANEXO III.

Art. 31. São condições prévias para o Teste de Queima:

I - ter o Plano de Teste de Queima aprovado pelo órgão ambiental competente;

II - o Teste de Queima não deverá apresentar risco significativo de qualquer natureza à saúde
pública e ao meio ambiente;

III - ter instalados, calibrados e em condição de funcionamento, pelo menos, os seguintes


monitores contínuos e seus registradores: O₂ , temperatura e pressão do sistema forno, taxa de
alimentação de resíduos e parâmetros operacionais dos ECPs;

IV - ter instalado e em condição de funcionamento um sistema de intertravamento, definido em


plano de segurança, para interromper automaticamente a alimentação de resíduos, nos seguintes casos:

a) emissão dos poluentes monitorados continuamente, acima dos limites previstos nesta
Resolução, por tempo superior a 300 (trezentos) segundos, quando não respeitado o limite dentro média
horária;

b) queda da temperatura normal de operação;

c) falta de energia elétrica ou queda brusca de tensão;

d) queda do teor de O₂ no sistema;

e) mau funcionamento dos monitores e registradores de temperatura, O₂ ou THC;

f) interrupção do funcionamento do ECP; e

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g) no caso do uso de precipitadores eletrostásticos como ECP, além da observância das alíneas
acima, deverá ser realizado o intertravamento quando o parâmetro operacional CO ultrapassar o limite de
concentração recomendado pelo fabricante do ECP, considerando o histórico de operação do
empreendimento.

V - ter instalado e em funcionamento um sistema de alimentação de resíduos, em condições de


segurança e operacionalidade.

Seção VII

Dos Limites de Emissão

Art. 32. Os limites máximos de emissão, em base seca, para a atividade de coprocessamento de
resíduos em fornos de clínquer são fixados no ANEXO III.

Art. 33. Os limites de emissão dos poluentes poderão ser mais restritivos, a critério do órgão
ambiental competente, em função dos seguintes fatores:

I - capacidade de dispersão atmosférica dos poluentes, considerando as variações climáticas e


de relevo locais; ou

II - a intensidade de ocupação industrial e a qualidade de ar da região.

Art. 34. O órgão ambiental competente poderá, mediante decisão fundamentada e


considerando as condições locais da área de influência da fonte poluidora, determinar limites de emissão
mais restritivos que os estabelecidos nesta Resolução, a seu critério, se o gerenciamento da qualidade do
ar assim o exigir.

Seção VIII

Dos Critérios para Seleção dos Principais Compostos Orgânicos Perigosos - PCOPs

Art. 35. A seleção dos PCOPs deverá ser baseada no grau de dificuldade de destruição de
constituintes orgânicos do resíduo, sua toxicidade e concentração no resíduo.

Art. 36. A Eficiência de Destruição e Remoção-EDR dos PCOPs, deverá ser de no mínimo 99,99%.

Parágrafo único. Em caso de alimentação de PCB, a EDR deverá ser de no mínimo 99,999%.

Art. 37. Para confirmação da EDR, a taxa de alimentação de um ou mais PCOPs selecionados
deverá ser compatível com os limites de quantificação dos métodos de amostragem e análises das
emissões atmosféricas.

Art. 38. O órgão ambiental competente poderá definir o critério para atendimento do limite de
emissão do THC na hipótese em que as características da matéria-prima exercerem influência sobre o
valor total de emissão.

Seção IX

Do Monitoramento Ambiental

Art. 39. Os relatórios de automonitoramento serão encaminhados ao órgão ambiental


competente de acordo com a frequência solicitada.

Art. 40. A taxa de alimentação do resíduo, deve ser controlada através de avaliação sistemática
do monitoramento das emissões provenientes dos fornos de produção de clínquer que utilizam resíduos,
bem como da qualidade ambiental na área de influência do empreendimento.

Art. 41. Deverão ser monitorados de forma contínua os seguintes parâmetros: pressão interna,
temperatura dos gases do sistema forno e na entrada do precipitador eletrostático, vazão de alimentação
do resíduo, material particulado, O₂ , NOₓ e THC.

Art. 42. Deverão ser monitorados, de forma não contínua, os seguintes parâmetros: HCl/Cl2, HF,
dioxinas e furanos e demais parâmetros constantes no ANEXO III.

Art. 43. O monitoramento de quaisquer outros poluentes com potencial de emissão poderá ser
exigido, a critério do órgão ambiental competente, desde que de forma motivada e fundamentada.

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Art. 44. O controle das características dos resíduos deverá ser feito através de amostragem não
contínua, fundamentado na análise dos seguintes parâmetros: elementos e substâncias inorgânicas,
enxofre, flúor, série nitrogenada e cloro.

Art. 45. O monitoramento dos efluentes líquidos deverá obedecer aos parâmetros fixados na
legislação pertinente.

Art. 46. Os parâmetros MP, NOₓ, SOₓ, O₂ e THC deverão ser monitorados de forma contínua e os
resultados encaminhados ao órgão ambiental competente, podendo ser on-line, conforme critério por ele
definido.

Seção X

Do Plano de Treinamento de Pessoal

Art. 47. O pessoal envolvido com a operação de coprocessamento de resíduos deverá receber
periodicamente treinamento específico com relação ao processo, manuseio e utilização de resíduos, bem
como sobre procedimentos para situações emergenciais e anormais durante o processo.

Seção XI

Dos Procedimentos para Controle de Recebimento de Resíduos

Art. 48. Os resíduos a serem recebidos pela instalação responsável por sua utilização deverão
ser previamente analisados por meio de metodologia de amostragem para determinação de suas
propriedades físico-químicas e registro das seguintes informações:

I - a origem e a caracterização do resíduo, de forma a garantir a rastreabilidade do mesmo;

II - métodos de amostragem e análise utilizados, com respectivos limites de quantificação, de


acordo com as normas vigentes;

III - os parâmetros analisados em cada resíduo; e

IV - incompatibilidade com outros resíduos.

Seção XII

Do Armazenamento de Resíduos e da Análise de Risco

Art. 49. Os resíduos deverão ser armazenados de acordo com os dispositivos legais vigentes.

Art. 50. O transporte de resíduos ou de mistura de resíduos para as unidades de


coprocessamento, deverá ser realizado de acordo com os dispositivos legais vigentes.

Art. 51. O Estudo de Análise de Risco integrará o processo de licenciamento ambiental, quando
do requerimento da Licença Prévia, e será realizado pelo empreendedor de acordo com os procedimentos
e normas estabelecidas pelo órgão ambiental competente.

Parágrafo único. Estudo de dispersão atmosférica integrará o Estudo de Análise de Risco,


contemplando avaliação dos riscos decorrentes tanto de emissões acidentais como de emissões não
acidentais e comparação aos padrões de qualidade do ar.

Capítulo III

Das Disposições Finais

Art. 52. Fica revogada a Resolução Conama nº 264, de 26 de agosto de 1999.

Art. 53. Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação.

RICARDO SALLES
Presidente do Conselho
ANEXO I

SUBSTÂNCIA LIMITE MÁXIMO (BASE SECA)


Aldrin 50 mg/kg
Hexaclorociclo-hexanos incluindo lindano 50 mg/kg
Bifenilas Policloradas (PCB) 50 mg/kg
Clordano 50 mg/kg
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Clordecona 50 mg/kg
Dibenzofuranos policlorados (PCDF) 15 μg/kg
Dibenzo-p-dioxinas policloradas (PCDD)
Dicloro-difenil tricloroetano (DDT) 50 mg/kg
Dieldrin 50 mg/kg
Endossulfam 50 mg/kg
Endrin 50 mg/kg
Heptacloro 50 mg/kg
Mirex 50 mg/kg
Pentaclorobenzeno 50 mg/kg
Pentaclorofenol 50 mg/kg
Toxafeno 50 mg/kg
Hexaclorobenzeno 50 mg/kg
Naftalenos policlorados 10 mg/kg
Hexabromobifenil 50 mg/kg
Hexaclorobutadieno 100 mg/kg
Éter tetrabromodifenílico Soma das concentrações = 1000 mg/kg
Éter pentabromodifenílico
Éter hexabromodifenílico
Éter heptabromodifenílico
Ácido perfluoroctano sulfônico e seus derivados 50 mg/kg

ANEXO II

Combustíveis Tradicionais
Carvão Mineral
Gás Natural
Óleos Combustíveis
Briquetes de Carvão
Coque de petróleo e coques residuais da gaseificação de carvão
Metanol, etanol
Moinha de carvão

Combustíveis e matérias-primas alternativos não sujeitos à aplicação desta Resolução


Casca de arroz.
Serragem de madeira não tratada.
Resíduos vegetais provenientes de atividade agrícola, como bagaço de cana-de-açúcar, palha de arroz,
trigo e similares.
Resíduos vegetais provenientes da indústria de transformação de produtos alimentícios, como cascas,
bagaços de cítricos, cítricos utilizados para extração de óleos essenciais etc.
Resíduos vegetais fibrosos provenientes da produção de pasta virgem e de papel.
Resíduos de madeira, com exceção dos resíduos de madeira que possam conter compostos orgânicos
halogenados ou metais pesados resultantes de tratamento com conservantes ou revestimento.
Sucatas de metais ferrosos e não-ferrosos, como pós, carepas, cavacos, limalhas etc., classificadas como
resíduos não perigosos pela NBR 10004 da ABNT, ou norma que venha a substitui-la.
Resíduos de materiais têxteis classificados como resíduos não perigosos pela NBR 10004 da ABNT, ou
norma que venha a substitui-la.
Resíduos de obras de construção civil e demolição.
Resíduos de refratários, vidros, material têxtil, como mangas filtrantes e estopas, EPIs, borracha, cabos
elétricos, plásticos, papel e papelão, óleos e graxas, com exceção daqueles passíveis de rerrefino,
conforme Resolução CONAMA nº 362/2005 e outros gerados na própria unidade coprocessadora,
passíveis de coprocessamento.
Resíduos provenientes do processo de triagem das cooperativas e associações de catadores e triadores
de materiais recicláveis submetidos a alguma forma de separação prévia de resíduos recicláveis, e que
atendam aos requisitos constantes do forno já licenciado para coprocessamento de CDR.

ANEXO III
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Limites de emissão de poluentes atmosféricos provenientes de fornos rotativos de produção de


clínquer utilizados para atividades de coprocessamento de resíduos para a produção de cimento.

Poluente Limites Máximos de Emissão¹


Material Particulado 50 mg/Nm₃ corrigido a 11% O₂
HCl 10 mg/Nm₃ corrigido a 10% O₂
HF 5 mg/Nm₃ corrigido a 7% O₂
THC (expresso como propano)² 39 mg/Nm₃ corrigido a 7% O₂
Mercúrio (Hg) 0,05 mg/Nm₃ corrigido a 7% O₂
Chumbo (Pb) 0,35 mg/Nm₃ corrigido a 7% O₂
Cádmio (Cd) 0,10 mg/Nm₃ corrigido a 7% O₂
Tálio (Tl) 0,10 mg/Nm₃ corrigido a 7% O₂
(As+Be+Co+Ni+Se+Te) 1,4 mg/Nm₃ corrigido a 7% O₂
(As+Be+Co+Cr+Cu+Mn+Ni+Pb+Sb+Se+Sn+Te+Zn) 7,0 mg/Nm₃ corrigido a 7% O₂
NOx (expresso como NO2)³ 800 mg/Nm₃ corrigido a 10% O₂
280 mg/Nm₃ corrigido a 11% de O₂ ,exceto quando o
enxofre for proveniente da matéria-prima. Nesses casos, o
limite máximo se baseará no valor de SOx calculado da
seguinte forma:
- Para um teor de até 0,2% de SO₃ na farinha: 400
mg/Nm³, expresso como SO₂ ;
SOx (medido como SO₂ )
- Para um teor entre 0,2% e 0,4% de SO3 na farinha,
conforme a fórmula abaixo:
400 /Nm³+ (%SO₃ -0,2).4000 mg/Nm³, expresso como
SO₂ ;
- Para um teor acima de 0,4% de SO₃ na farinha: 1.200
mg/Nm³, expresso como SO₂
Dioxinas e furanos⁴ 0,1 ng/Nm³ corrigido a 10% O₂

¹ Valores expressos nas condições normais de temperatura e pressão (0ºC e 1 atm), em base
seca.

² Considerando o monitoramento contínuo.

³ Fornos licenciados após 02/01/2007 deverão atender ao limite estabelecido na Resolução


CONAMA 382/06.

⁴ Dibenzo-p-dioxinas e dibenzo-p-furanos, expressos em TEQ (total de toxicidade equivalente)


da 2,3,7,8 TCDD (tetraclorodibenzo-p-dioxina).

Este conteúdo não substitui o publicado na versão certificada.

https://www.in.gov.br/en/web/dou/-/resolucao-conama/mma-n-499-de-6-de-outubro-de-2020-281790575 12/12

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