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No dia 7 de agosto de 2006, foi sancionada a lei n.º Lei 11.340, que pune a
violência doméstica e familiar contra a mulher e recebeu o nome de "lei Maria
da Penha" como forma de homenagear a pessoa símbolo da luta contra a
violência familiar e doméstica. Maria da Penha Fernandes foi vítima de duas
tentativas de homicídio por parte do ex-marido e ficou paraplégica. A punição
do agressor só veio 19 anos e 6 meses depois.
Em seu artigo 5º, a lei Maria da Penha veio, segundo eles, suprir a lacuna da
legislação, reconhecendo uma situação que já está presente na sociedade. "A
legislação apenas acompanha essa evolução para permitir que, na ausência de
sustentação própria, o Estado intervenha para garantir a integridade física e
psíquica dos membros de qualquer forma de família".
I - omissis
1 - Introdução
No Brasil, essa questão não havia sido enfrentada pela via legislativa, tanto
que a doutrina moderna lamentou o fato do Código Civil de 2002 não ter
disciplinado a união homoafetiva.
Com todos esses avanços, a realidade nos mostra uma outra noção de família.
Não significa que crise ou abolição da família, mas sim uma pluralidade de
instituições, onde são reconhecidos outros arranjos familiares (MITCHELL,
1972: 273). O elemento da consangüinidade deixou de ser fundamental para a
constituição da família, tanto que o Estatuto da Criança e do Adolescente prevê
a existência da família substituta, visualizada no instituto da Adoção.
O que deve ser frisado é que a questão da família vai além de sua positivação
nos ordenamentos jurídicos. Tanto é, que ela sempre existiu e continuará
existindo, desta ou daquela forma, em qualquer tempo ou espaço. O que muda
são apenas as formas de sua constituição. Nas palavras de Roudinesco
(2003:199) "a família do futuro deve ser mais uma vez reinventada". O que é
confirmado por Pereira (2004: 30) ao afirmar que "A família está se
transformando sob os nossos olhos".
A estrutura familiar é algo complexo que precede o Direito e que este procura
legislar no sentido de proteger esse instituto, que é célula básica da sociedade.
A família é fonte de companheirismo e afeto, com valorização de cada membro,
para permitir o desenvolvimento da personalidade de todos. É na família que se
estrutura o sujeito e estabelecem-se as primeiras leis psíquicas. Quando estas
se ausentam, faz-se necessária a lei jurídica para sobrevivência do próprio
indivíduo e da sociedade.
No dia 7 de agosto de 2006, foi sancionada a lei n.º Lei 11.340, que "cria
mecanismos para coibir a violência doméstica e familiar contra a mulher, nos
termos do § 8º do art. 226 da Constituição Federal, da Convenção sobre a
Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra as Mulheres e da
Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência contra a
Mulher; dispõe sobre a criação dos Juizados de Violência Doméstica e Familiar
contra a Mulher; altera o Código de Processo Penal, o Código Penal e a Lei de
Execução Penal; e dá outras providências".
Esta lei recebeu o nome de "lei Maria da Penha" como forma de homenagear a
mulher, Maria da Penha Fernandes, símbolo da luta contra a violência familiar
e doméstica.
Em breves linhas, aquela mulher sofreu duas tentativas de homicídio por parte
do ex-marido. Primeiro, levou um tiro enquanto dormia, sendo que o agressor
alegou que houve uma tentativa de roubo. Em decorrência do tiro, ficou
paraplégica. Como se não bastasse, duas semanas depois de regressar do
hospital, ainda durante o período de recuperação, Maria da Penha sofreu um
segundo atentado contra sua vida: seu ex-marido, sabendo de sua condição,
tentou eletrocutá-la enquanto se banhava.
A punição do agressor só se deu 19 anos e 6 meses após o ocorrido. Essa
situação injusta provocou a formalização de denúncia à Comissão
Interamericana de Direitos Humanos da OEA – órgão internacional responsável
pelo arquivamento de comunicações decorrentes de violação desses acordos
internacionais, pelo Centro pela Justiça pelo Direito Internacional (CEJIL) e
pelo Comitê Latino-Americano de Defesa dos Direitos da Mulher (CLADEM),
juntamente com a vítima.
Nesse cenário, a lei Maria da Penha reconheceu uma situação que já está
presente na sociedade, tanto que reproduzido nos meios de difusão cultural.
No Brasil, esse assunto já foi retratado, com aceitação do público, em novelas,
que são vistas, discutidas e influenciam grande parte da população brasileira.
"Francisca Luiz, sua parceira, era negra forra que também viera do Porto,
abandonada pelo marido, e abrigaria Isabel por algum tempo. Eram amigas do
Porto, quando não já amantes, e continuariam a sê-lo na Bahia. O romance
parece ter sido muito difícil. Tornou-se motivo de escândalo público, sobretudo
depois que Isabel, "a do veludo", resolveu sair com um homem. Quando ela
voltava de um de seus encontros, Francisca Luiz a interpelou na porta da casa
onde moravam e começou a gritar: "Velhaca! Quantos beijos dás a seu coxo e
abraços não me dás um!? Não sabes que quero mais um cono (vagina) do que
quantos caralhos aqui há?!". Descontrolada, Francisca passou dos insultos às
vias de fato, pegando Isabel pelos cabelos e arrastando-a porta adentro com
pancadas e bofetões, tudo à vista dos vizinhos."
Nesse sentido, a lei Maria da Penha, em seu art. 5º supriu a lacuna legislação
da seguinte forma:
I - omissis
Ademais, nos termos do art. 5º, III, as uniões homoafetivas, entre mulheres,
também estão englobadas pela presente lei. Isto porque esse tipo de união
apresenta-se como uma relação íntima de afeto. Reforçado encontra-se,
portanto, a previsão legal da nova forma de entidade familiar acima expressa.
5- Conclusão
Aceitar novos modelos familiares não significa dizer que a família será
destruída. Conceber apenas a família nuclear composta pelo casal
heterossexual e filhos como o único modelo de família aceitável, é incompatível
com a natureza afetiva da família. A noção de família como núcleo de
afetividade e base da sociedade deve ser encarada, como de fato é, como um
fator cultural. E, dessa maneira, a legislação deve acompanhar a evolução da
sociedade e, conseqüentemente, dos arranjos familiares.
A chamada "Lei Maria da Penha" tem sido aclamada de modo quase unânime
pela doutrina nacional. Porém, seu texto contém armadilhas totalitárias que
serão analisadas neste artigo.
A lei contém diversos problemas que merecem uma análise mais profunda da
doutrina e da jurisprudência.
Se um neófito em Direito examinar a lei, vai imaginar que acabou de ser criada
uma realidade inteiramente nova para a mulher. Chega a ser risível o art. 2° ao
dispor que “toda mulher... goza dos direitos fundamentais inerentes à pessoa
humana”. Aliás, se fizéssemos uma interpretação literal, chegaríamos à surreal
conclusão de que a lei equiparou a mulher ao ser humano! No art. 6°, a lei
chega a dispor que a violência doméstica e familiar contra a mulher constitui
uma forma de violação aos direitos humanos. Ora, sabe-se que a lei não tem
palavras inúteis, mas, nesses casos, utilizar os artigos citados é um verdadeiro
desafio hermenêutico!
Vejamos exemplos banais dos extremos a que pode chegar essa definição:
“explorar” tem vários significados e um deles é “abusar da boa-fé ou da
situação especial de alguém”. O termo é tão vago que pode significar qualquer
coisa, como a conduta do homem que não lava a louça suja. Da mesma, forma
“ridicularizar” significa “zombar, caçoar” [4]. Em princípio, o homem que ri de
alguma atitude de sua mulher está cometendo violência doméstica.
Em tom de desabafo, Clara não espera nem pelas perguntas e, numa torrente
de palavras e emoções, apresenta uma vida marcada por humilhações. Sua
fala é de medo e desesperança. “Não agüento mais ser humilhada e
espancada”, conta. “Nem dormir mais eu durmo direito. Tenho que guardar as
facas de casa”.
Casamento com amor e respeito, Clara só conheceu nos primeiros dois anos
da união. Depois passou a ser agredida fisicamente. “Até grávida eu
apanhava”. A agressão verbal também é constante e apesar de não deixar
marcas no corpo, fere a alma de Clara. “Ele não me chama pelo nome, me
chama de bruxa, de “ô”, eu não sou cavalo”.
Questionada sobre porque não se separou do marido, ela responde com outra
pergunta: “Mas para onde eu ia?”. Os filhos pequenos, trabalhando como
doméstica, como se sustentaria? Junto aos problemas financeiros que viriam
junto com a separação, tinha o medo: “Ele sempre disse que me mataria. Até
hoje ele diz que se sofrer algum processo ele incendeia a casa comigo e os
nossos filhos dentro”.
Sem ter para onde ir, com dois filhos pequenos, trabalhando como empregada
doméstica e convicta de que casamento é para o resto da vida, Clara
“agüentou” calada as agressões do marido. Hoje com os filhos maiores, um já
adulto, e sem esperanças de que o marido possa mudar, ela resolveu dar um
basta. “Eu me separo, se ele não me matar antes”.
Clara levou mais de duas décadas até ter coragem para procurar a Delegacia
de Defesa da Mulher de Bauru. Ela é apenas uma das 50 mulheres que
chegam todos os dias à delegacia. A maioria chega convicta de que não irá
mais suportar tanta agressão e humilhação, mas desiste no meio do caminho.
A delegada da DDM, Cássia Regina Cancian Machado, afirma que 60% faz o
boletim de ocorrência e não retorna.
Os dados catastróficos não param por aí. Em uma outra pesquisa feita em
1990 pela Organização das Nações Unidas e, em 2002, pela Delegacia da
Mulher do Distrito Federal, temos a destacar com repúdio os seguintes dados
coletados pela Universidade Federal da Bahia:
- Segundo a Associação Médica dos EUA, quase um terço das 77 mil mulheres
de menos de 50 anos que atuam nas forças armadas sofreu estupro.
- Dois terços dos 885 milhões de analfabetos adultos recenseados pelo Fundo
das Nações Unidas para a Educação (Unesco) são mulheres.
- Na China, um terço das mulheres diz apanhar dos maridos. Nas zonas rurais,
as mulheres são vendidas para casar com desconhecidos.
Mais recentemente verificamos, pela mesma Revista Veja, desta feita por meio
de matéria bastante atual, datada de abril de 2005, dados aterradores de
países tidos como avançadíssimos em todos os sentidos. É citada a Suécia,
onde a violência contra a mulher – incluindo aí espancamento doméstico,
relações sexuais forçadas e constrangimento psicológico – é também uma das
maiores da Europa, tendo aumentado nos últimos quinze anos, em 40% o
número oficial de casos de violência contra as mulheres. A reportagem noticia
que em 2003, de acordo com um relatório da Anistia Internacional, 50% das
agressões que chegaram ao conhecimento da polícia se referiam a surras
aplicadas por marido, namorado e toda sorte de ex. Informa ainda que quatro
em cada dez suecas, em algum momento da vida, já foram agredidas por
homens, representando, assim, o dobro da média européia e um índice
encontrado com maior facilidade em países menos desenvolvidos, como o
Brasil. Em que pese o quadro cruel relatado, as mulheres suecas não tem
coragem para denunciar as agressões que sofrem dentro de casa, suportando
caladas tal situação para preservar a imagem de pessoa forte e independente
que construíram na sociedade. Mencione-se que, na Europa, só em Portugal
as mulheres são mais espancadas que as suecas. De acordo com estatísticas,
metade das portuguesas já foram surradas pelo menos uma vez na vida.
De acordo com artigo publicado na Revista de Saúde Pública, ed. fev. 2005, o
Brasil é o país que mais sofre com a violência doméstica, perdendo 10,5% do
seu PIB, frisando que em 85,5% dos casos de violência física contra mulheres,
os próprios parceiros são os agressores. Os maus-tratos seqüenciais podem
produzir efeitos permanentes na auto-estima e qualidade de vida da mulher.
Tentativas de suicídio foram relatadas por 39% das entrevistadas e 24%
passaram a fazer uso de ansiolíticos.
Em que pesem estas tristes alegações, aliado ao fato de que apenas 44 países
aprovaram legislação contra a violência doméstica, sendo que somente 27 têm
leis contra assédio sexual, no âmbito jurídico certos avanços foram
conseguidos pela mulher, tais como: foi retirado o conceito de mulher honesta
para vítimas de abuso sexual, efetivada a criminalização do tráfico de
mulheres, do turismo sexual com menores, da mutilação genital feminina,
aprovado o fim do dote obrigatório e, mais recentemente, foi incluída no Código
Penal em vigor a violência doméstica, conquistas estas obtidas por intermédio
de muito esforço e luta em prol da classe feminina.
Todavia, há muito mais ainda o que se avançar, pois a maior parte daqueles
que praticam estas violências costumam sofrer pouca ou nenhuma punição.
Diga-se, ao final, que tais políticas públicas devem visar o mesmo desiderato,
qual seja, a equidade entre homens e mulheres, constituindo, destarte, um
caminho digno e sério para alterar a violência em geral e de gênero em
particular, fiscalizando o fiel cumprimento destas políticas citadas, sem nos
esquecermos que o objetivo maior somente será cumprido com a plena e total
participação da sociedade civil como um todo, pois, citando o filósofo francês
Jean-Paul Sartre, "a violência, sob qualquer forma que se manifeste, é um
fracasso”.
Durante muito tempo, o estudo sobre as mulheres foi uma questão ausente na
historiografia. Voltada ao silêncio da reprodução materna na sombra da
domesticidade, elas são as águas estagnadas, enquanto o homem resplandece
e age.
Durante muito tempo, o estudo sobre as mulheres foi uma questão ausente na
historiografia. Voltada ao silêncio da reprodução materna na sombra da
domesticidade, elas são as águas estagnadas, enquanto o homem resplandece
e age. É assustador o número de ocorrências praticadas contra as mulheres,
sendo que muitas não são levadas a conhecimento da autoridade competente,
muitas vezes por constrangimento, algumas vezes em consideração aos filhos
que não gostariam de ver seus pais presos, ou por motivos íntimos e
particulares da própria vítima.
No município de Almirante Tamandaré - Pr., até CPI, foi criada para investigar
crimes contra mulheres ocorridos naquele município, só quem acompanhou ou
passou por este tipo de problema, pode ter idéia de como é constrangedora tal
situação e que quase sempre acontece por motivos banais, a qualquer hora, na
calada da noite, na frente dos filhos e até mesmo na rua a mulher é violentada
em toda a sua honra e dignidade.
Ciente das possibilidades a vítima, na grande maioria dos casos, opta por
aguardar o prazo decadencial, primeiro porque não encontrou na Lei a opção
que esperava, ou seja, o seu desejo é resgatar a normalidade da convivência
familiar, segundo, porque já que não encontrou na Justiça a solução do seu
problema tem ainda a esperança de que o autor retome um comportamento em
prol da família. Entretanto, ela não retorna ao Judiciário para representar
porque sabe que não encontrará a solução pacificadora do seu conflito. A
vítima da violência doméstica não busca uma reparação civil, mas sim uma
segurança a ser fornecida pelo Estado.
Há que se observar ainda aqueles casos em que a lei não permite a transação
penal ou que o autor do fato não aceita a proposta ofertada pelo Ministério
Público, onde será oferecida denúncia, designada audiência de instrução e
julgamento, e, percorridos os trâmites legais, ao final, havendo condenação, o
resultado é uma pena restritiva de direitos podendo consistir em prestação de
serviços à comunidade ou ainda convertida em prestação pecuniária. Neste
caso, o gravame para o autor do fato é a integração de seu nome no rol dos
culpados. Mas, mesmo assim, benefício algum trará à vítima que não será
ressarcida em seu íntimo pelo mal sofrido.
Conforme artigo 89 da Lei 9.099/95, o autor do fato tem ainda a seu favor a
possibilidade de suspensão condicional do processo mediante as condições
previstas no § 1º do mesmo artigo.
O sistema, como visto, não oferece à vítima a solução do seu conflito porque
não dispõe do instrumento adequado para tanto. Observa-se uma mobilização
em torno do conflito estabelecido, resulta em elaboração de Boletins de
Ocorrências, TCO's nas Delegacias, audiências no Judiciário, intimações,
enfim, todo o sistema voltado para uma questão que acaba por encontrar ao
final apenas uma solução formal.
O resultado é que a vítima volta para o convívio familiar e sabe que vai lidar
com o conflito agora agravado pelos acontecimentos sem que o Poder Público
lhe ofereça qualquer alternativa compatível com sua expectativa de obter apoio
moral.
[2] Lei 9.099/95. Art. 76. § 4º Acolhendo a proposta do Ministério Público aceita
pelo autor da infração, o Juiz aplicará a pena restritiva de direitos ou multa, que
não importará em reincidência, sendo registrada apenas para impedir
novamente o mesmo benefício no prazo de cinco anos.§ 6º A imposição da
sanção de que trata o § 4º deste artigo não constará de certidão de
antecedentes criminais, salvo para os fins previstos no mesmo dispositivo, e
não terá efeitos civis, cabendo aos interessados propor ação cabível no juízo
cível.
A Lei 11.340, mais conhecida como “Lei Maria da Penha”, entrou em vigor no
dia 22 de setembro de 2006. Foi um importante passo para o enfrentamento da
violência contra a mulher, recebendo apoio quase que unânime de toda
doutrina jurisprudencial. Não obstante, torna-se mister a fala do saudoso
dramaturgo Nelson Rodrigues de que “a maioria é burra”, pois quando nos
deparamos com algo unânime, conformamos com o simples adesismo, sem
preocuparmos com a crítica.
Neste mesmo diploma, o Artigo 5º, I, que trata dos direitos fundamentais do
homem, diz que “homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações”,
destarte, quando uma Lei é criada, cremos que a mesma deveria ser aplicada
de forma igualitária a homens e mulheres, o que, de fato, não é observado no
Artigo 1º da Lei supramencionada “Esta Lei cria mecanismos para coibir e
prevenir a violência doméstica e familiar contra a mulher.”
Logo no Artigo 2º, com todo respeito e a devida vênia, sabe-se que a Lei não
dispõe palavras inúteis, mas ao dizer que “Toda mulher... goza de direitos
fundamentais inerentes à pessoa humana...”, parece que a estamos
comparando a mulher ao ser humano, e que antes desta Lei, ela era apenas
um bicho. O mesmo ocorre quando se observa o Artigo 6º “A violência
doméstica e familiar contra a mulher constitui uma das formas de violação dos
direitos humanos.” Chega a ser cômico, além de representar um grande
desafio para os doutrinadores, os quais certamente terão grande dificuldade
para analisar artigos tão supérfluos.
Importante não deixar de ressaltar que esta Lei atribui uma pena relativamente
alta, podendo chegar a três anos de reclusão, com a possibilidade de aumento
(1/3) de pena no caso deficiente físicos, Artigo 129 § 11.
Trata dos conflitos contidos na Lei 11.340/06 (Lei Maria da Penha) e ensina o
leitor a lidar com as imperfeições legislativas.
2006 representa um marco para a mulher. A balança da justiça parece que vai
ter um equilíbrio. A relação de agressão e punição tão banalizada finalmente
será coibida. Até 22 de setembro aos praticantes de violência doméstica
restará usufruir do procedimento responsável pela banalização da violência
doméstica, qual seja, a possibilidade de transação penal prevista pelo artigo 89
da Lei 9.099/95.
Uma grande melhoria foi a devolução de poder à autoridade policial que agora
poderá investigar, fazer inquirições ao agressor, à vítima culminando com um
inquérito policial que deverá ser apreciado pelo Juiz em até 48 horas (em caso
de medidas de urgência).
O escopo da Lei é a formação e conscientização do agressor numa nítida
consciência que o legado de agressões somente deixara de existir com o
transcurso do próprio tempo. Sem, contudo, se fazer ausente, pois prevê a
implementação de disciplinas curriculares de Direitos Humanos e de combate à
violência doméstica (art. 8°, IX).
Para tanto é preciso aproveitar toda a estrutura dos Juizados que abrangem
quase todo o território nacional. O que se faz pungente é um programa de
reciclagem e reeducação dos Magistrados para abolirem o vício da transação e
tratarem as mulheres com as garantias que lhe são devidas.