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AEF - Os rácios de análise patrimonial

I. Conceito
Rácios são relações entre grandezas que ajudam a obter explicações sobre
determinadas situações patrimoniais bem como a sua evolução
II. Classificação
- Rácios de estrutura
- Rácios de liquidez
- Rácios de rendibilidade
- Rácios de actividade

Vejamos detalhadamente cada um deles, servindo como base de análise o exemplo


seguinte
BALANÇO DE BOA VIDA, LDA. EM 31/12/07 (EM
1.000KZ)
Exercícios Capital próprio e Exercícios
Activos
2006 2007 Passivo 2006 2007
Activo imobilizado Capital próprio
Imobilizações 6.490 16.013 Capital 8.000 8.000
corpóreas 2.050 1.407 Reservas 1.580 1.990
Imobilizações 2.170 3.600 R.L.E 440 1.830
incorpóreas
Investimentos
financeiros
Total do A.I 10.710 21.020 10.020 11.820
Activo circulante Passivo
Mercadorias 2.196 1.780 Dívida a terceiro a 3.500 5.000
Clientes 2.570 1.970 m.l.p
Depósitos à ordem 401 85 Dívida a terceiro a c.p 1.670 4.430
Caixa 23 5 - Fornecedor 710 3.610
- Estado e O.E.P
Total do A.C 5.190 3.840 Total do Passivo 5.880 13.040
Total do Activo 15.900 24.860 Total do C.P e 15.900 24.860
Passivo
DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADOS DE BOA VIDA, LDA. EM 31/12/07
Exercícios Exercícios
Custos e Perdas Proveitos e Ganhos
2006 2007 2006 2007
C.M.V 5.600 8.200 Vendas 10.500 16.000
F.S.E 400 600 Proveitos 220 1.580
Custos com o 1.960 2.500 suplementares
pessoal 620 1.300
Amortizações 1.060 1.640
Imposto
9.640 14.240 10.720 17.580
Custos e perdas 450 470 P.G.F 93 169
financ.
Custos e perdas 35 60 P.G.E 40 50
extraord.
Imposto 288 1.198
s/Rendimento
R.L.E 440 1.830
Total 10.853 17.799 Total 10.853 17.799

A. Rácios de estrutura

• Rácio de solvabilidade
• Rácio de autonomia financeira
• Rácio de endividamento ou dependência
• Rácio de cobertura do activo fixo

I. Rácio de solvabilidade
1. Indicador

Rácio de solvabilidade = Capitais própria / Passivo total x 100%


2.Interprestação
Este rácio dá-nos a conhecer a capacidade da empresa para solver os seus
compromissos.
Quanto maior for o valor deste rácio, melhor está a estrutura financeira da empresa.
Um valor superior a 1 significa que os capitais próprios excedem os capitais alheios,
ou seja, a empresa tem capacidade para solver todos os seus compromissos. Se o
rácio for inferior a 1, a empresa tem de ser capaz de gerar lucros para satisfazer as
suas obrigações para com terceiros nos prazos previstos, ou, em alternativa, os seus
accionistas têm de injectar capitais na empresa.
Nota: Valores inferiores a 0.5 são considerados insuficientes
O exemplo apresentado:
2006: Rácio de solvabilidade = 10.020 / 5.880 x 100% = 170%
2007: Rácio de solvabilidade = 11.820 / 13.040 x 100% = 91%
Estes valores significam que, no ano 2006 empresa apresentava boa solvabilidade e
que decresceu a autonomia financeira da empresa que no ano 2007 estava mais
dependente de terceiros. Enquanto no ano 2006 cada 270.4Kz investidos na
empresa, 170.4Kz eram próprios e 100Kz eram alheios, no ano 2007por cada
196.6Kz investidos, 90.6Kz eram próprios e 100Kz eram alheios
II. Rácio de Autonomia financeira
1. Indicador

Rácio de autonomia financeiro = Capitais próprios / Activo líquido x 100%


(Activo líquido é o que resulta da subtracção do valor das amortizações ao valor do
activo bruto)
− Valor > = 0.3: Valor muito bom
− Valor < 0.3 : dependência da empresa em relação a terceiros
− Valor = 1: autonomia máxima ( todo o activo financiado por capital próprio )

2. Interpretação
Indica-nos, por cada 100Kz aplicados na empresa, quantos são próprios e quantos
são alheios, ou seja, mede a participação do capital próprio no financiamento de
empresa
Este indicador varia entre 0 e 1. Zero é a total dependência de terceiros, um, significa
que uma autonomia total, ou seja, o activo é totalmente financiado pelo capital próprio
Exemplo apresentado
2006: Rácio de autonomia financeiro = 10.020 / 15.900 x 100% = 63%
2007: Rácio de autonomia financeiro = 11.820 / 24.860 x 100% = 48%
A empresa piorou a sua situação de um exercício para o seguinte. Enquanto no
exercício 2006, por cada 100Kz investidos na empresa, 63Kz eram próprios e 37 eram
alheios. No exercício 2007, por cada 100Kz investidos, só eram próprios 47.5Kz e
52.5Kz eram alheios.
III. Rácio de endividamento ou dependência
1. Indicador
Rácio de endividamento = Passivo / Activo líquido x 100%
− Valor < 0.7: Valor muito bom
− Valor >=0.7 : dependência da empresa em relação a terceiros
− Valor = 1: Máxima dependência (situação anormal)
2. Interpretação
Dá-nos a conhecer em que medida é que a empresa financia os seus activos com
capitais alheios
A máxima dependência é atingida quando valor de rácio for igual a 1, trata-se de uma
situação anormal e só chega a esta situação quando a empresa tiver perdas
contínuas que levam à absorção da totalidade do capital próprio

Exemplo apresentado.
2006 Rácio de endividamento = 5.880 / 15.900 x 100% = 37%
2007 Rácio de endividamento = 13.040 / 24860 x 100% = 53%

Estes valores significam que a empresa aumentou a sua dependência em relação a


terceiros, isto é, piorou a sua situação em termos estruturais
IV. Rácio de cobertura do activo fixo
1. Indicador
Rácio de cobertura do activo fixo = Capitais permanentes / Activo fixo x 100%
− Valor > 1 – Capitais permanentes superiores ao activo fixo (Correcto)
− Valor = 1 – Activo fixo exclusivamente coberto por capitais permanentes
− Valor < 1 Capitais permanentes insuficientes para cobrirem Activo fixo
(incorrecto)
2. Interpretação
Dá-nos a conhecer quantos Kzs de capitais permanentes contribuíram para o
financiamento de 100Kzs do activo fixo

Exemplo apresentado
2006 Rácio de cobertura do activo fixo = 13.520 / 10.710 x 100% = 126%
2007 Rácio de cobertura do activo fixo = 16.820 /21.020 x 100% = 80%

Estes indicadores significam que em 2006 os capitais permanentes cobrem o activo


fixo e ainda uma parte fixa do activo circulante, o que está correcto. Em 2007, os
capitais permanentes não foram suficientes para cobrir o activo fixo o que não é
correcto (a empresa fazia aplicação no imobilizado a custa de capitais a curto prazo)
B. Rácios de Liquidez
• Rácio de liquidez geral
• Rácio de liquidez reduzida
• Rácio de liquidez imediata
I. Rácio de liquidez geral
1. Indicador
Rácio de liquidez geral = Activo circulante / Passivo a curto prazo x 100%
2. Interpretação
Permite dar uma ideia aproximada da capacidade da empresa para fazer face
aos compromissos a curto prazo no momento do seu vencimento
− Valores entre 1,2 e 1,4 – muito bons
− Valore < 1 - dificuldade da empresa em pagar as suas obrigações a curto prazo
Nota: Um valor elevado deste rácio pode ser consequência de:
• Elevados stocks em armazém, até mesmo de stocks inúteis
• Um valor bastante elevado de dívida por parte dos clientes
• Grandes disponibilidades em caixa ou bancos, o que é um sinal de má gestão

Exemplo apresentado
2006: Rácio de liquidez geral = 5.190 / 2.380 x 100% = 218%
2007: Rácio de liquidez geral = 3.840 / 8.040 x 100% = 48%

Empresa passou de um valor ideal em 2006 para uma situação financeira


deplorável, isto é, em 2006 empresa possuía 220Kz para pagar 100Kz de dívidas,
em 2007 só possuía 48Kz para pagar 100Kz de dívidas
II. Rácio de liquidez reduzida
1. Indicador
Rácio de liquidez reduzida=(Activo circulante – Existência)/Passivo a curto prazo x
100%
2. Interpretação
Dá-nos a conhecer quais as possibilidades da empresa em cobrir as dívidas com
vencimento inferior a 1 ano com bens e direitos mais líquido

Nota: Consideram-se como valores ideais na actividade comercial, valores entre 0.9
e 1.1

Exemplo apresentado:

2006 Rácio de liquidez reduzida = (5.190 – 2.196) / 2.380 x 100%=126%

2007 Rácio de liquidez reduzida = (3.840 – 1.780) / 8.040 x 100%=26%

Este indicador indica que no primeiro período considerado o valor é elevado e


revelador de uma sã situação financeira, no segundo período, o valor é tão baixo que
coloca a empresa em Sérgio perigo de não poder fazer face às suas dívidas. A
empresa deve tomar urgentes providências financeiras para não cair na desagradável
situação de suspender os seus pagamentos
III. Rácio de liquidez imediata
1. Indicador
Rácio de liquidez imediata = Disponibilidade / Passivo a curto prazo x 100%
2. Interpretação
Dá-nos a conhecer a capacidade da empresa em pagar imediatamente as dívidas a
curto prazo

Exemplo apresentado:
2006: Rácio de liquidez imediata = 424 / 2.380 x 100% = 18%
2007: Rácio de liquidez imediata = 90 / 8.040 x 100% = 1%

C. Rácio de rendibilidade

- Rácio de rendibilidade dos capitais próprios


- Rácio de rendibilidade do activo total
- Rácio de rendibilidade líquida das vendas

I. Rácio de rendibilidade dos capitais próprios


1. Indicador
Rácio de rendibilidade dos capitais próprios = Resultado líquido/Capitais próprios x
100%
2. Interpretação
Relaciona o lucro que empresa obteve em determinado exercício face aos capitais
próprios de que dispunha
Este rácio é o rácio preferido por accionistas e investidores. Permite aos accionistas
calcular a taxa de retorno dos capitais que investiu. Comparando esta taxa com as
remunerações oferecidas no mercado de capital ou com o custo do financiamento, os
detentores das acções das empresas podem concluir se o seu capital está a ser bem
aplicado
Em relação a este rácio podem tecer-se as seguintes considerações:
Considera-se como valor razoável parra a rendibilidade do capital investido, um valor,
pelo menos igual à taxa de remuneração dos depósitos a prazo
Deveremos considerar os lucros antes ou depois dos impostos que incidem sobre os
lucros. Se nos colocarmos no ponto de vista da empresa deveremos considerar o
lucro antes de imposto, pois assim determina-se a rendibilidade obtida como
consequência da actividade própria da empresa; se nos colocarmos no ponto de vista
do investidor, deveremos considerar o lucro depois de deduzidos os impostos e os
juros com que se remunerou o capitais alheios utilizado por forma a determinar –se a
rendibilidade líquida.

Exemplo apresentado:
2006: Rácio de rendibilidade dos capitais próprios = 440/10.020 x 100%= 4,4%
2007: Rácio de rendibilidade dos capitais próprios = 1.830/11.820 x 100%= 15,5%
Estes valores indicam que esta empresa melhorou de forma acentuada a sua
capacidade para gerar lucros. Enquanto no 2006, cada 100Kz de capitais próprios
nela aplicados renderam 4.4Kz, no ano 2007cada 100Kz de Capitais próprios
renderam 15.5Kz

II. Rácio de rendibilidade do activo total


1. Indicador
Rácio de rendibilidade do activo total = Resultado líquido/Activo líquido x 100%
2. Interpretação
Este rácio mostra o nível de lucro que a empresa obteve por cada 100Kz nela
investidos.

Exemplo apresentado.
2006: Rácio de rendibilidade do activo total = 440/15900 x 100% = 2,8%
2007: Rácio de rendibilidade do activo total = 1.830/24.860 x 100% = 7,4%
Em 2006, por cada 100Kz colocados na empresa conseguiu-se um lucro de 2.8Kz,
em exercício seguinte, por cada 100Kz investidos na empresa conseguiu-se 7.4Kz.
Este facto significa que houve um melhor aproveitamento dos capitais próprios e
alheios colocados à disposição da empresa.

III. Rácio de rendibilidade líquida das vendas


1. Indicador
Rácio de rendibilidade líquida das vendas = Resultado líquido / Vendas x 100%
2. Interpretação
Mede o lucro (prejuízo) da empresa por cada Kz vendidos

Exemplo apresentado
2006: Rácio de rendibilidade líquida das vendas = 440 / 10.500 x 100%=4,2%
2007: Rácio de rendibilidade líquida das vendas = 1.830 / 16.000 x 100%=11,4%

Estes valores indicam que no 2006 em cada 100Kz de vendas, obteve um lucro de
4.2Kz, no exercício seguinte, em cada 100Kz de vendas teve um lucro de 11.4Kz o
que revela uma melhoria bastante acentuada em relação a este indicador

D. Rácio de actividade
• Rotação do activo total
• Rotação do activo fixo
• Rotação do activo circulante
• Rotação de existências
• Tempo médio de duração das existências
• Tempo médio de cobrança
• Tempo médio de pagamento
I. Rotação do activo total
1. Indicador
Rotação do activo total = Vendas / Activo total
2. Interpretação
Este rácio mede o grau de utilização dos activos, ou seja, dá a conhecer a eficiência
com que a empresa consegue gerir o activo foi colocados à sua disposição. Um valor
elevado significa que a empresa está a trabalhar perto do limite da sua capacidade;
um valor baixo pode significar subutilização dos recursos.

Exemplo apresentado
2006: Rotação do activo total = 10.500 / 15.900 = 0,66
2007: Rotação do activo total = 16.000 / 24.860 = 0,64

II. Rotação do activo fixo


1. Indicador
Rotação do activo fixo = Vendas / Activo fixo
2. Interpretação
Pela análise deste indicador fica-se a saber se a gestão dos bens do activo fixo
melhorou ou piorou de um período para o seguinte
Exemplo apresentado
2006 Rotação do activo fixo = 10.500 / 10.710 = 0,98
2007: Rotação do activo fixo = 16.000 / 21.020 = 0,76
A situação piorou ligeiramente de um período para o seguinte
Nota: Este rácio é um rácio que é difícil de modificar de um período para o seguinte,
pois é impossível, na maioria dos casos, conseguir adaptações a curto prazo dos
investimentos fixos sem causa prejuízos à empresa
III. Rotação do activo circulante
1. Indicador
Rotação do activo circulante = Vendas / Activo circulante

2. Interpretação
Este rácio mede o grau de utilização dos activocirculante

Exemplo apresentado
2006: Rotação do activo circulante = 10.500 / 5.190 = 2
2007: Rotação do activo circulante = 16.000 / 3.840 = 4,2

I.V. Grau de rotação de existências


1. Indicador
Grau de rotação das mercadorias = C.M.V/Saldo médio de mercadorias (Si + Sf)/2
2. Interpretação
Mostra a velocidade com que a empresa renova as mercadorias que tem no seu
armazém. Se o indicador apresentar um valor elevado então as mercadorias
permanecem menos tempo em armazém. Um valor baixo pode significar dificuldade
em escoar as mercadorias armazenadas pela empresa

Exemplo apresentado
2006: Grau de rotação das mercadorias=5.600/(600+2.196)/2=4
2007: Grau de rotação das mercadorias =8.200/(2.196+1.780)/2=4,1
Estes valores significam que a empresa efectuou uma melhor gestão de seus stocks
em 2007 em que conseguiu uma rotação de 4.1 vezes enquanto no exercício 2006
só as conseguiu rodar 4 vezes.

V. Tempo médio de permanência das existências


1. Indicador
Tempo médio de permanência das existências=Saldo médio de existências/C.M.V x
365
2. Interpretação
Este rácio indica de quantos em quantos dias a empresa renova os seus stocks

Exemplo apresentado
2006 Tempo médio de permanência das existências=(600+2196)/2/5.600 x
365=91dias
2007 Tempo médio de permanência das existências=(2.196+1.780)/2/8.200 x
365=73dias
No exercício 2006, a empresa rodou as suas mercadorias em armazém de 91 dias
em 91 dias, ou seja 4 vezes no ano. No período 2007, a empresa rodou as
mercadorias, em média, de 73 em 73 dias, ou seja, 5 vezes por ano
VI. Tempo médio de cobrança (de recebimento)
1. Indicador
Tempo médio de cobrança = Saldo médio de Clientes/Vendas x 365
2. Interpretação

Este indicador dá-nos a conhecer, em média, o número de dias que a empresa


demora a receber dos seus clientes, isto é, mede o espaço de tempo que separa a
venda do seu recebimento

Exemplo apresentado
2006: Tempo médio de Cobrança=(2.480+2.570)/2/10.500 x 365=88dias
2007: Tempo médio de Cobrança=(2.570+1.970)/2/16.000 x 365=52dias

Enquanto no exercício 2006, a empresa demorava 88 dias a receber dos seus


clientes, no exercício 2007, o crédito concedido aos seus clientes baixou em média
para 52 dias, isto é, passou a receber muito mais rabidamente dos seus clientes, o
que foi bom.

VII. Tempo médio de pagamento


1. Indicador
Tempo médio de cobrança = Saldo médio de Fornecedores/Compras x
365

2. Interpretação
Este indicador dá-nos a conhecer, em média, o tempo que a empresa demora a pagar
aos seus fornecedores
Nota: Intimamente relacionados com o tempo médio de cobrança está o tempo médio
de pagamento que deve ser superior ao tempo médio de cobrança, pois só assim a
empresa estará a ser financiadas por fornecedores e não a financiar os clientes

E. O cash-flow e Autofinanciamentos

I. O cash-flow
1. Conceito
O cash-flow é o conjunto de meios líquidos libertados pela actividade desenvolvida
pela empresa em determinado exercício económico
2. Fórmula de Cálculo
Resultado antes de impostos
+ Amortizações
+ Provisões
______________________________
= Cash-flow bruto
- Imposto sobre o rendimento
______________________________
= Cash-flow líquido

Numa perspectiva financeira, o cash-flow pode ser visualizado do seguinte modo:

SAÍDAS DA TESOURARIA ENTRADAS NA TESORARIA


1. C.M.V 1. Vendas
2. F.S.E 2. Prestações de serviços
3. Impostos 3. Outros proveitos operacionais
4. Custos com o pessoal 4. Proveitos financeiros
5. Custos financeiros 5. Proveitos extraordinários
6. Custos extraordinários
7. Impostos sobre o rendimento
CASH-FLOW
1. Amortizações do exercício
2. Provisões do exercício
3. Resultado líquido

Exemplo apresentado

Cash-flow

Rubricas 2006 2007


Amortizações 620 1.300
Resultado líquido antes de imposto 728 3.028
Cash-flow bruto 1.348 4.328
Imposto sobre o rendimento 288 1.199
Cash-flow líquido 10.60 3.129

II. O autofinanciamento
1. Conceito
Chama-se autofinanciamento à parte do financiamento obtido como resultado da
própria actividade da empresa. Corresponde aos lucros reais retidos, quer pela sua
não distribuição, quer pela sua ocultação (reservas ocultas)
2. Fórmula
Resultado antes de imposto
- Imposto sobre o rendimento
- Dividendos a pagar
___________________________
= Autofinanciamento

Exercício aplicado
Dos registo contabilístico da empresa “Sociedade de Construções, Lda” em
31/12/2005 obtiveram –se as seguintes informações
Unidade 1.000Kz
Resultados operacionais 12.058
Resultados financeiros 300
Resultados extraordinários 215
Imposto s/o rendimento do exercício 3.810
Amortizações do exercício 1.260
Variação de provisões 485
Dividendos a pagar (distribuição de Res.) 920

Pedido:
1. Determine o cash-flow líquido gerado pela empresa neste exercício
2. Determine o valor do auto financiamento conseguido

Resolução
1. Cash-flow líquido
Resultado antes de imposto = R. Operacional + R. Financeiro + R.
Extraordinário

= 12.058 + 300 + 215 = 12.573


Cash-flow bruto = Resultado antes de imposto + Amortizações + Provisões
= 12.573 + 1.260 + 485 = 14.318
Cash-flow líquido = Cash-flow bruto - Imposto s/o rendimento do exercício
= 14.318 – 3.810 = 10.508
2. Autofinanciamento = Res.antes de imposto - Imp s/o rend. - Dividendos
a pagar
= 12.573 – 3.810 – 920 = 7.843
F. Análise de ponto crítico

I. Definição de Ponto crítico


O ponto crítico é o nível de actividade e vendas em que todos os custos estão
cobertos pelos proveitos e a partir do qual a empresa começa a auferir lucros
Se a empresa operar sobre o ponto crítico – nível em que as vendas cobrem
exactamente os custos totais, então a empresa opera sem lucros nem prejuízos
II Cálculo algébrico
Por definição, o ponto crítico é aquele em que as vendas igualam o custo total
Vendas = Custo total
Sabemos:
O volume de vendas = P x Q
Custo total = Custo fixo + Custo variável
Sendo custo variável = custo variável unitário x Quantidade = Cvu x Q
Volta à expressão inicial
P x Q = Cf + Cvu x Q
  P x Q - Cvu x Q = Cf
 Q (P – Cvu) = Cf
Q = Cf / (P – Cvu)

Exercício aplicado.
A serração “Maiombe” produz placas de madeira para a indústria de mobiliário. No
exercício económico 2008 t eve os seguintes custos em milhares de Kz
Custo
Rubricas Custo fixo Custo total
variável
Matérias - 800.000 800.000
Mão – de - obra 200.000 600.000 800.000
Gastos de fabrico 600.000 400.000 1.000.000
Gastos de Administração 1.400.000 600.000 2.000.000
Total 2.200.000 2.400.000 4.600.000

A produção foi de 20.000 placas e o seu preço de venda unitário é de 240Kz


Pedidos:
a) Calcula ponto crítico
b) Calcular o volume de vendas para um lucro de 30%
G. O painel de Gestão

1. Conceito
O painel de gestão é constituído por um conjunto de indicadores que possibilitam, de
um modo rápido e articulado, fazer uma análise da situação global da empresa

2. Estrutura de painel de gestão

Indicadores Exercício n Exercício


n+1

FINANCEIRO
1. Fundo de maneio patrimonial
2. Solvabilidade
3. Liquidez geral
4. Liquidez reduzida
5. Liquidez imediata
RENDIBILIDADE
6. Dos capitais próprios
7. Do activo total
8. Líquida das vendas
ACTIVIDADE
9. Rotação do activo total
10. Rotação do activo fixo
11. Rotação do activo circulante
12. Rotação de existências
13. Tempo médio de existências
14. Tempo médio de
recebimentos
15. Tempo médio de pagamento
PONTO CRÍTICO
16. Proveitos operacionais
17. Custos operacionais
18. Margem bruta
19. Custos variáveis
20. Custos fixos
21. Ponto crítico

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