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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E

TECNOLOGIA DA BAHIA (IFBA)

GUSTAVO FELIPE MIRANDA TELES

MITO COMO PENSAMENTO SIMBÓLICO

Barreiras
2018
GUSTAVO FELIPE MIRANDA TELES

MITO COMO PENSAMENTO SIMBÓLICO

Trabalho requisitado pelo professor Rafael


Barbosa como nota parcial da disciplina de
Filosofia do 1º ano, sala 713, do Ensino Médio
do Instituto Federal da Bahia – Campus
Barreiras.

Barreiras
2018
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SUMÁRIO

1. CONCEITOS INICIAIS............................................................................03
1.1 Mito como pensamento
simbólico...........................................................03
1.2 Arquétipo (Conceito de Carl
Jung) .........................................................03
1.3 Inconsciente coletivo (Carl
Jung) ............................................................04
1.4 Jornada do
herói......................................................................................04
2. ANÁLISE DA JORNADA DO HERÓI EM
FILME...........................................06
2.1 Análise da Jornada do Herói no filme “Clube da
Luta” .............................06
3. RITOS DE PASSAGEM EM FILME......................
…......................................08
3.1 Análise dos ritos de passagem no filme “Clube da Luta” ........
…..............08
4. REFERÊNCIAS.............................................................................................10

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1° PARTE

 Mito como pensamento simbólico

O mito é um modelo de narração em que tenta explicar a origem dos


seres e fatos da realidade através da metáfora e do uso de símbolos. Era
usado pelos povos antigos, o qual podemos destacar o povo grego, para
explicar os fenômenos que não eram compreendidos pelos homens.
Muitas pessoas acham que no mito só há a presença de deuses e seres
místicos, mas esse pensamento está equivocado, já que um fato histórico pode
vir a se tornar um mito se ele estiver intimamente ligado a cultura de um povo.
Com esse olhar, podemos ver o mito como pensamento simbólico, e não como
algo que está equivocado.
O símbolo é uma linguagem extremamente importante na vida dos
povos que existe desde o passado e continuarão sempre existindo, pois está
diretamente ligado com a cultura de um povo, o que mais uma vez reforça que
o mito é conciliado ao pensamento simbólico.

 Arquétipo (Conceito de Carl Jung)

O Modelo arquétipo proposto pelo psiquiatra suíço Carl Gustav Jung


introduz a ideia de que os acontecimentos realizados pelos homens do
passado transformam quem nós somos hoje, mudando nossa maneira de
pensar e atuar. É formado pelo resultado do pensamento humano ao longo de
várias gerações, o que resultam em tendências que ficam armazenadas no
inconsciente coletivo de todos os seres humanos.
Os arquétipos são muito utilizados no mundo para representar as
características, seja de um povo, ou até mesmo de uma única pessoa. A
exemplo de nação, podemos citar o arquétipo da águia utilizado pelos Estados
Unidos. Esse símbolo quer expressar a ideia de que o país é forte, não
dependente e corajoso. Por isso, logo quando olhamos para o selo dos
Estados Unidos, associamos a estas características, que estão diretamente
ligadas ao nosso inconsciente coletivo.

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Pode-se resumir arquétipo nas seguintes palavras: são todos os
conhecimentos, imagens ou padrões de comportamentos que vem do
inconsciente coletivo.

 Inconsciente coletivo (Carl Jung)

O inconsciente coletivo são as características que os seres humanos


passam de geração em geração, recebendo influências sobre a mesma e a
capacidade de alterá-la se as pessoas começarem a exercer um padrão de
atitudes diferente do atual.
Segundo Jung, os arquétipos estão contidos dentro do inconsciente
coletivo, o que é de fácil percepção. Podemos citar este exemplo: Quando uma
mulher engravida, logo se tem em mente a figura do bebê, seu quarto,
momentos de cuidados, lazer. Neste exemplo, podemos perceber a maioria
dos momentos que mulheres grávidas imaginam com seus filhos, que mesmo
sem nenhuma ter tido contato com a outra, essa ideia é logo considerada. Por
isso chamamos de Inconsciente coletivo, já que os arquétipos ficam
armazenados dentro da mente das pessoas sem elas perceberem.

 Jornada do Herói (Joseph Campbell)

O mitologista e escritor Joseph John Campbell escreveu o Livro “O herói


de mil faces”, no qual aborda o tema de que grande parte das narrações giram
em torno da mesma sequência de atos, em que estão presentes os símbolos
(arquétipos), e os mitos.
Alguns passos contidos no livro de Joseph Campbell são:
1. O Chamado a aventura: Quando o herói ainda é uma pessoa comum, mas
de forma inesperada, algum problema surge e é convocado para uma missão.

2. Recusa do chamado: O herói não se importa com a aventura surgida, e


volta sua atenção para outros assuntos

3. Encontro com o mentor: Encontro com alguém mais experiente, que força
o personagem a tomar uma atitude.

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4. A passagem pelo primeiro limiar: O herói finalmente se compromete com
a missão e passa pelo primeiro desafio.

5. O ventre da baleia: Quando o herói busca se equilibrar com as forças do


inimigo, mas acaba sendo jogado no desconhecido, e todos acham que ele
morreu. Passa por testes, e há o encontro de amigos e inimigos.

6. Recompensa: O herói venceu os desafios e recebe uma recompensa.

7. O herói como santo: É visto por todos como uma figura exemplar e
corajosa.

8. A partida do herói: O herói morre ou parte na narrativa, já que por ele ser
herói e ter adquirido conhecimento ao longo de sua jornada, não tem medo na
morte.

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2° PARTE
Análise da Jornada do herói no filme Clube da Luta

“Clube da luta” é um exemplo da utilização da Jornada do Herói nos


filmes, possuindo grande parte dos momentos que Joseph Campbell apresenta
em seu livro.
A primeira etapa é a do mundo comum, e começa quando o
personagem principal (Jack) está trabalhando normalmente, em seu tediante
emprego.
O chamado a aventura ocorre quando o narrador começa a ter
insônias, que acabam obrigando-o a procurar um grupo de apoio a pessoas
com distúrbios tanto emocionais, quanto físicos, o que por um tempo resolve o
problema. Nesta etapa ele encontra Tyler Durden, numa viagem de negócios, o
qual cria uma pequena simpatia e Tyler dá um cartão com seu número.
Depois de ter chegado de viagem, Jack vai para o seu apartamento, mas
ao chegar na entrada do prédio, percebe que está pegando fogo. Sem ter para
onde ir, ele lembra do cartão que Tyler deu e liga para o mesmo. Com isso,
Tyler oferece sua casa para ele ficar. De início, Jack tenta não aceitar, mas
como percebe que não tem para onde ir, enfim aceita. Neste momento
acontece a recusa do chamado, com o personagem recusando sua vida
normal e confortável, passando a ter atitudes que não teria normalmente.
O Auxílio Sobrenatural ocorre quando Jack conhece Bob, um membro
do grupo de ajuda. No momento que isso acontece, eles começam a se juntar
sempre para desabafar, e o narrador volta a conseguir dormir normalmente por
conta do seu novo amigo.
Há um momento no filme em que Tyler e Jack começam a brigar
somente por “diversão”. Isto acaba se tornando um vício, já que todos os dias
eles brigavam. Com isso, quem passava por perto ficava olhando, e às vezes
alguém acabava se juntando. Este é o momento do primeiro limiar, pois o
narrador se compromete com as lutas, e acaba criando um clube debaixo de
um bar junto com Tyler.
Depois de um tempo, Jack descobre que Tyler é fruto da sua
imaginação, e que ele provocou grande parte dos problemas que tinha, como

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exemplo a destruição de seu prédio. Desse modo, o ventre da baleia ocorre,
Tyler acaba virando inimigo de Jack, que tem que por um fim a isto.
Tyler junto com seus seguidores do clube da luta, colocaram bombas em
12 prédios da cidade. O narrador ao perceber isso, vai impedi-lo, e acaba
assumindo o controle, dando um tiro em si mesmo para conseguir se livrar de
Tyler. Apesar de ter conseguido derrotar Tyler, não teve êxito em desarmar as
bombas, e todos os prédios alvos explodem enquanto Jack (ou Tyler?) assiste
as explosões em uma cobertura, e não pode fazer mais nada além de sangrar
(o que provavelmente irá matá-lo) e olhar toda a destruição. Este é o grande
fim da partida do herói em Clube da Luta.

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3º PARTE
Ritos de passagem do filme “Clube da Luta”

Segundo o antropólogo francês Arnold Van Gennep, os ritos de


passagem podem ser divididos em três categoriais: ritos de agregação, ritos de
margem e ritos de separação. No filme Clube da Luta é possível identificá-los.
Agregação: Podemos definir o momento de agregação do filme, na sua
introdução, onde Jack segue sua vida pacata normalmente, até começar a
surgirem alguns problemas, como é o caso de sua insônia, que o obriga a
procurar uma solução para vencê-la. Com isso, Jack começa a participar do
grupo de apoio aos homens com câncer testicular, e conhece Bob, que, graças
a sua ajuda, sua insônia desaparece. No mesmo grupo de apoio, Jack conhece
Marla, uma pessoa perturbada, que aparentemente tem problemas parecidos
com os de Jack.
Margem: Ocorre quando O Narrador encontra pela primeira vez com
Tyler, em um voo comercial. Eles conversam por um tempo, e Tyler entrega um
cartão contendo seu número. Depois disso, ao chegar em frente ao seu prédio,
Jack percebe que tudo que tinha acabou pegando fogo, junto com alguns
outros apartamentos. Sem ter para onde ir e necessitando de ajuda, lembra do
cartão que seu “amigo descartável” o deu e resolve ligar para ele. Com isso,
Tyler oferece sua casa, e os dois começam a morar juntos. Depois de um
tempo, Jack e Tyler começam a brigar por diversão, o que acaba levando a
curiosidade das pessoas que passavam por perto. Essas brigas começaram a
fazer tanto sucesso, que outras pessoas começaram a se juntar. Então, os dois
criaram o Clube da Luta, onde um seleto (ou não?) grupo de pessoas poderiam
entrar.
Depois de certo tempo, Tyler e Jack começam a se desentender. Tyler e
seus seguidores do clube da luta tomam atitudes violentas, e praticam
vandalismo, que em uma das missões, acaba na morte de Bob, e Jack decide
que tem que dar um fim a isto.
Separação: Jack descobre que ele e Tyler são a mesma pessoa, sendo
este último, fruto de sua imaginação cansada de seguir sempre as mesmas

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atitudes. Tyler arma 12 prédios de sedes de empresas de cartões de crédito
com bombas, com o objetivo de apagar os registros de débito das pessoas.
Depois de saber disso, Jack vai a caminho para impedir seu outro eu. Na
tentativa de livrar-se de Tyler, Jack dá um tiro em sua própria cabeça. Mesmo
depois de conseguir se livrar do seu outro eu, Jack não consegue impedir as
bombas, e assiste ao lado de Marla a destruição dos edifícios de grandes
empresas.

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REFERÊNCIAS

Significados.com (2011-2018). Significado de Mito.


Acesso em 16 de setembro de 2018, disponível em:
<https://www.significados.com.br/mito/>

MOSER, Frei (25 de janeiro de 2010). A importância dos símbolos na vida e na


cultura dos povos.
Acesso em 16 de setembro de 2018, disponível em:
<https://noticias.cancaonova.com/brasil/a-importancia-dos-simbolos-na-vida-e-
na-cultura-dos-povos/>

DE SOUZA, Taiz (25 de dezembro de 2016). Os arquétipos, segundo Carl


Gustav Jung.
Acesso em 16 de setembro de 2018, disponível em:
<https://www.psiconlinews.com/2016/12/os-arquetipos-segundo-carl-gustav-
jung.html>

ELÓI, Jorge (17 de outubro de 2012). Jung: Inconsciente Coletivo e Arquétipos


Acesso em 16 de setembro de 2018, disponível em:
<http://www.psicologiafree.com/curiosidades/jung-inconsciente-coletivo-e-
arquetipos/>

CAMPBELL, J. O herói de mil faces. São Paulo: Cultrix/Pensamento,1949.


Acesso em 16 de setembro de 2018, disponível em:
<https://projetophronesis.files.wordpress.com/2009/08/joseph-campbell-o-heroi-
de-mil-faces-rev.pdf>

ARNAULT, Renan (12 de dezembro de 2016). Os Ritos de Passagem.


Acesso em 18 de setembro de 2018, disponível em:

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<http://ea.fflch.usp.br/obra/os-ritos-de-passagem>

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