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Introdução
O Que é Teoria Sociológica Contemporânea?
(2) uma definição ou diagnose crítica da vida social em suas condições atuais.
(Marx, Durkheim, Simmel, Weber), adotamos como critério geral (ainda que
não de forma rígida) um corte temporal que contemplas às grandes teorias
[grand theories] que marcaram o discurso sociológico especialmente no
contexto do Pós-Segunda Guerra Mundial até a atualidade. Embora não
tenhamos a pretensão da exaustividade, procuramos oferecer um panorama tão
amplo e plural quanto possível (e também levando em consideração as
dificuldades operacionais que tal empreitada comporta em termos de expertise),
incluindo na discussão aquelas que nos pareceram as correntes mais influentes
e ainda atuais das últimas décadas. Isso não significa que todas as linhas de
pensamento estejam presentes (se é que isso é possível).
O leitor poderá sentir falta, por exemplo, do funcionalismo (na versão de Robert
Merton) ou mesmo de certas correntes do marxismo (ainda que a Escola de
Frankfurt e as novas teorias críticas estejam bem representadas), mas nosso
entendimento foi que estes já são temas bem trabalhados (pelos menos em seus
pressupostos básicos) nos textos de teoria social clássica. Há ainda quem possa
lamentar a ausência da sociobiologia, da sociologia histórica, da sociologia
estrutural (Peter Blau), dos estudos culturais (Raymond Williams, Stuart Hall),
do behaviorismo social (de George Homans), da teoria das redes (Harrison
White), da sociologia cultural (Alexander), do estruturalismo (Lévi-Strauss), da
teoria da complexidade (Edgar Morin), do neo-institucionalismo e de tantas
outras vertentes ou autores do pensamento social contemporâneo. Sem deixar
de reconhecer a inevitável seletividade de um empreendimento complexo como
este, buscamos, de todo modo, fugir tanto da tendência documental quanto
vanguardista. Evita-se tanto o mero registro histórico-descritivo, por um lado,
quanto a fixação em modismos que proclamando solenemente suas viradas
(turns) parecem esquecer as correntes de longe alcance que informam a
discussão teórica em sociologia, por outro.
Como esta coletânea não se pretende um estudo crítico que visa discutir, no
âmbito da pesquisa avançada, issues da teoria sociológica[10], mas também não
uma mera descrição ou elenco histórico-descritivo, optamos pela segunda
estratégia, o que nos levou a organizar os capítulos em torno de quatro
problemáticas chaves do âmbito teórico em sociologia. Elas podem ser
sintetizadas nos seguintes termos:
Notas
[4]Mouzelis (1995: 01), de forma mais simples, adota a distinção entre teoria
como recurso (meio) ou como fim, ou nas suas próprias palavras: “(i)teoria
como um conjunto de enunciados substantivos interrelacionados que tenta nos
dizer algo novo, algo que não conhecemos sobre o mundo social, quais
enunciados podem ser condicionalmente provados ou refutados através da
investigação empírica; e (ii) teoria como um conjunto de ferramentas que
simplesmente facilitam, ou preparam o terreno, para a construção de teoria
substantivas”.
Wolf Lepenies (As três culturas de 1996), ambos tratando da sociologia clássica,
são modelares neste sentido.
O que não dizer, é claro, que a chamada “filosofia das ciências sociais” (ou
[11]