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Introdução
Há que destacar estes períodos, propostos por Pires Laranjeira como fases da
introdução ou preparação para uma promoção literária autentica de moçambicanos e
para a África em geral.
4º. Período: Para laranjeira (1995-261) o quarto período prolonga-se desde 1964
do início da luta armada de libertação nacional (1964) até a independência (1975). É o
período do Desenvolvimento da literatura, que se caracteriza pela coexistência de uma
intensa actividade cultural e literária no hinterland, no Ghetto, apresentando textos com
uma produção de carácter marcadamente político e revolucionário. Datariam desse
período (1964) algumas obras referenciais da literatura moçambicana, Nós matamos o
cão tinhoso! De Luís Bernardo Honwana; Chigubo, de José Craveirinha, também de
1964; Portagem, de Orlando Mendes, de 1966; a revista Caliban, em 1971 e, no
mesmo ano, o primeiro volume da antologia Poesia de Combate e
Nesta fase pode se destacar Escritores como José Craveirinha, Rui Kompfli, Rui
de Noronha, Gloria de Sant’Anna, Guilherme de Melo, José Viegas, Sebastião Alba
entre outros trazem suas críticas enraizados numa só perspectiva, na poesia de combate
produzida nas zonas libertadas com acção da FRELIMO para a afirmação da ideologia
da libertação nacional com o fim de desenvolver a tese de existência de uma literatura
regionalmente Moçambicana.
5º.período: (consolidação) entre 1975 e 1992. Uma fase, que para Laranjeira
(1995-262) não há dúvidas quanto a autonomia e extensão da literatura Moçambicana,
contra todas as reticências provindas de alguns sectores dos estudos literários. Este
corresponderia à produção pós-independência e se encerraria em 1992, com a
publicação de Terra sonâmbula, de Mia Couto, o qual coincidiria com a abertura
política do regime. Autores representativos desse período seriam Rui Nogar, Mia Couto,
Ungulani Ba Ka Khosa, Hélder Muteia, Pedro Chissano, Juvenal Bucuane e outros.
Teria surgido, ainda nesse tempo, a revista Charrua, com oito números publicados. A
publicação de Raiz de orvalho (COUTO, 1983) e da revista Charrua e que
culminariam com o livro Vozes anoitecidas, de Mia Couto (1986).
Estes autores/escritores que se destacaram nas cinco fases evidenciadas por Pires
laranjeira, se uniram e afirmaram suas posições contrárias em relação ao poder colocado
pela metrópole e resistiram com o objectivo de defender os interesses do povo, defender
novos princípios e novos valores. Portanto, assistia-se um movimento de tentativa de
um espaço literário próprio dos Moçambicanos e para Moçambicanos.
No sentido geral, a literatura colonial é aquela feita sob o patrocínio do colono na qual
Trigo (1987: 144-145), caracteriza pelo facto dos seus cultores não abdicarem da sua
identidade, das suas referências culturais e civilizacionais dos seus países, embora
tentem mostrar-se integrados no meio e na sociedade nova de que fazem parte. E, para
Abranches (1989: 250), a literatura colonial é a expressão de uma prática, de um
pensamento que assentam no suposto da superioridade cultural e civilizacional do
colonizador.
Noa (1999, pp. 63-5) divide a literatura colonial em 3 fases: “(i) fase exótica; (ii)
fase ideológica e (iii) fase cosmopolita”. As fases da literatura apresentadas nos
remetem para o fato de a primeira fase (exotica) revelar os efeitos de um
contato com o desconhecido em que os objetivos do europeu e do nativo eram
totalmente diferentes. Contrariamente ao europeu que tinha a finalidade de
dominação e exploração (tanto que consideravam como povos estranhos no
sentido mais pejorativo), a visão inocente do nativo considerava-o como um
viajante ou hóspede e como tal deveria ser tratado segundo os hábitos e
costumes locais.
Os renascimentos negros
1. Ler atentamente o texto a comentar, pelo menos duas vezes. Desde logo,
devemos assinalar todos os elementos do texto que nos ofereçam dificuldades
de compreensão (vocábulos, referências concretas, conceitos complexos
desconhecidos ou empregues em situações inesperadas).
Bibliografia
CRAVEIRINHA, José. Manifesto. In: ________. Xigubo. Lisboa: Edições 70,
1980.