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Disciplina:

Ensaio dos Materiais

ENSAIOS DE TRAÇÃO

Profª: Émillyn Ferreira Trevisani Olivio


Ensaio dos Materiais

Ensaios destrutivos
Ensaio de tração
É um dos ensaios mecânicos mais conhecidos de tensão-
deformação, por tração.
Pode ser empregado para caracterizar várias
propriedades mecânicas dos materiais que são importantes para
o projeto.
A amostra é deformada, geralmente até sua fratura, por
uma carga de tração que aumentada gradativamente e é
aplicada uniaxialmente ao longo do eixo do corpo de prova.
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Ensaios destrutivos
Ensaio de tração
Ensaio dos Materiais

Ensaios destrutivos
Ensaio de tração

O ensaio de tração consiste em carregar um corpo de


prova, submetendo-o a uma carga de tração que aumenta
gradativamente.

Quando essa força tende ao alongamento, acontece o


que chamamos de tensão de tração.

Há uma relação entre tensão aplicada (carga sobre


área da secção transversal da peça) e a deformação
resultante.
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Ensaios destrutivos
Ensaio de tração

Podemos
melhor representar
esse fenômeno na
forma de um diagrama
tensão deformação

https://www.youtube.com/watch?v=5Hbt48a8gg0
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Ensaios destrutivos
Ensaio de tração

A curva tensão-deformação é uma descrição gráfica


do comportamento de deformação de um material sob carga
de tração uniaxial.

Os valores de carga e deslocamento são medidos


continuamente ao longo do ensaio e traçada a curva de
comportamento.

As máquinas e equipamentos convencionais utilizados


no ensaio de tração podem ser combinadas com
equipamentos auxiliares que geram a curva de
comportamento, tomando os valores de engenharia tanto
para a tensão como para a deformação.
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Ensaios destrutivos
Ensaio de tração
Limite de Resistência a Tração

É a tensão no ponto máximo da curva tensão-


deformação de engenharia. Esse ponto corresponde à tensão
máxima suportada por uma estrutura sob tração. Se essa
tensão for aplicada e mantida, ocorrerá fratura.
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Ensaio de tração
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Ductilidade

É uma medida do grau de deformação plástica que foi


suportado até a fratura. Um metal que sofra a deformação
plástica muito pequena ou mesmo nenhuma deformação
plástica até a fratura é denominado frágil.

A ductilidade indica ao projetista o grau ao qual uma


estrutura irá se deformar plasticamente antes de fraturar.
Especifica o grau de deformação permitido durante as
operações de fabricação.

Os materiais frágeis são considerados, como aqueles


que possuem uma deformação de fratura menor que,
aproximadamente, 5%.
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Ensaio de tração

Pode-se dizer que para materiais metálicos existem


dois formatos típicos de curvas: as curvas para os metais
dúcteis e as curvas para os metais frágeis.

Em termos genéricos pode-se dizer que:

Um material dúctil é aquele que pode ser alongado,


flexionado ou torcido, sem se romper.

Ele admite deformação plástica permanente, após a


deformação elástica.
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Ensaio de tração

A deformação plástica em geral é acompanhada de


encruamento, que será explicado adiante.

Na curva tensão deformação destes materiais, a região


plástica é identificável O ponto de escoamento determina a
transição entre as fases elástica e plástica (com ou sem
patamar na curva).
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Ensaio de tração

Um material frágil rompe-se facilmente, ainda na fase


elástica.

Para estes materiais o domínio plástico é praticamente


inexistente, indicando sua pouca capacidade de absorver
deformações permanentes.

Na curva tensão deformação, a ruptura se situa na


fase elástica ou imediatamente ao fim desta, não havendo
fase plástica identificável.
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Ensaio de tração

a) vê-se um material dúctil típico,como um aço de baixo carbono recozido. Entre os materiais dúcteis existem
aqueles que não mostram claramente o patamar de escoamento, como em b). As figuras c) e d) mostram
possíveis curvas de comportamento para materiais frágeis. No caso c) aparece um comportamento não linear
em baixos níveis de tensão, que é característica dos ferros fundidos. Já em d) o comportamento é elástico e
linear até próximo da ruptura,característica de materiais cerâmicos e ligas fundidas de elevada dureza.
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Ensaio de tração
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Ensaios destrutivos
Ensaio de tração
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Ensaios destrutivos
Ensaio de tração

OBSERVAÇÃO: a classificação de materiais dúcteis e frágeis


não é rígida, pois um material pode mudar suas
características de comportamento, por influência de vários
fatores como por exemplo, a temperatura de trabalho. Altas
temperaturas tendem a promover o comportamento dúctil.
Baixas temperaturas tendem a promover o comportamento
frágil. Então um material de comportamento frágil em
temperatura ambiente poderá se tornar dúctil em altas
temperaturas, ou um material dúctil se tornar frágil em baixas
temperaturas.
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Ensaio de tração

Os parâmetros de comportamento do material do


corpo de prova são as tensões e deformações típicas de
cada fase do teste de tração, como especificado a seguir.

As tensões obtidas no teste de tração são dados


importantes tanto para o projeto de componentes e estruturas
que trabalharão na fase elástica como para os que
trabalharão na fase plástica.
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Ensaios destrutivos
Ensaio de tração

Em termos gerais o teste de tração tem uma só


conduta de procedimentos.

Basicamente um corpo de prova é submetido a uma


carga de tração crescente até atingir a ruptura.

As medições feitas ao longo do teste é que diferem ,


de acordo com o tipo de comportamento do material.

Assim, para materiais frágeis, os parâmetros da zona


elástica e a tensão de ruptura são identificados no teste.
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Ensaio de tração

Para os materiais dúcteis, é necessário identificar


outros parâmetros, como as tensões durante a fase não
linear de deformações , as tensões durante o escoamento e a
tensão máxima antes da ruptura.

Devido à sua simplicidade e ao grande número de


informações que pode ser obtido do ensaio de tração uniaxial
dos metais, este ensaio é amplamente utilizado e existem
muitas normas técnicas que o regulamentam.
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Ensaios destrutivos
Ensaio de tração

O traçado da curva é feito pelo registro das


deformações na direção da tensão, para cada valor da tensão
no processo de carregamento.

Obtém-se assim a curva tensão x deformação.


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ENSAIOS DE TRAÇÃO DE MATERIAIS FRÁGEIS


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Ensaio de Tração de Materiais Frágeis

O procedimento de carregamento para o ensaio de


tração de um material frágil é o mesmo dos materiais dúcteis.

A diferença é apenas o tipo de comportamento que se


refletirá na curva tensão-deformação.

Os materiais frágeis não apresentam uma fase de


escoamento, ou seja, não existe um ponto característico que
define início da fase plástica.

A carga de tração crescente provoca uma deformação


elástica e logo ao ultrapassar o limite de proporcionalidade, o
corpo de prova rompe-se.
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Ensaio de Tração de Materiais Frágeis

Para os materiais frágeis não ocorre o


empescoçamento do corpo de prova.

http://www.cimm.com.br/portal/material_didatico/6539#.WM_TjTsrK02

Então para o ensaio de materiais frágeis, as tensões a


serem observadas no diagrama são:
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Ensaio de Tração de Materiais Frágeis


Limite de Proporcionalidade - É a tensão até a qual vale a
Lei de Hooke. Esta região da curva pode ser bem reduzida,
como no caso de ferros fundidos.

Limite de Ruptura - A tensão limite de resistência LR ,definida


como o ponto de máximo da curva tensão-deformação, para
caracterizar as propriedades de resistência mecânica. O ponto
de ruptura coincide com o máximo da curva tensão-
deformação, portanto a tensão de limite de resistência
coincide com a tensão de ruptura, diferentemente do
comportamento dos materiais dúcteis.
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ENSAIOS DE TRAÇÃO DE MATERIAIS DÚCTEIS


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Ensaio de Tração de Materiais Dúcteis

O traçado da curva é feito pelo registro das


deformações na direção da tensão, para cada valor da tensão
no processo de carregamento.

Obtém-se assim a curva tensão x deformação,


conforme esquematizado abaixo.

http://www.cimm.com.br/portal/material_didatico/6538#.WMrbf28rI2w
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Ensaio de Tração de Materiais Dúcteis


Observando e definindo claramente os pontos da curva

Na transição do comportamento elástico para o plástico,


geralmente ocorre um serrilhado na curva tensão-deformação,
principalmente quando se trata de materiais recozidos.

O serrilhado ocorre devido à interação entre átomos de


soluto (no caso dos aços, C e N principalmente) e as
discordâncias, ainda em pequeno número.

Por isto, tem-se várias medidas para o início do período


plástico, ou seja, para o limite de escoamento.
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Ensaio de Tração de Materiais Dúcteis


Observando e definindo claramente os pontos da curva

As medidas mais comuns são:

a) Limite de escoamento verdadeiro: É baseado em


medidas de microdeformação, da ordem de 2xl0-6. É
associado com a movimentação de algumas centenas de
discordâncias;

b) Limite de escoamento proporcional (LP): É o maior valor


de tensão para o qual ainda é válida a Lei de Hooke;
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Ensaio de Tração de Materiais Dúcteis


Observando e definindo claramente os pontos da curva
c) Limites de escoamento superior (LS) e inferior (LI):
Durante o escoamento, a deformação é essencialmente
heterogênea, isto é, existem bandas de material deformado
ao lado de bandas de material ainda não deformado.

No limite de escoamento superior, uma faixa discreta


de metal deformado aparece em uma região de
concentração de tensões, pelo efeito da carga de ensaio.

Quando a tensão atinge um nível suficiente para


vencer as barreiras que retém as discordâncias, ainda em
pequeno número, define-se o limite de escoamento superior
(LS).
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Ensaio de Tração de Materiais Dúcteis


Observando e definindo claramente os pontos da curva
c) Limites de escoamento superior (LS) e inferior (LI):

A tensão então cai até o limite de escoamento inferior


(LI).

A faixa se propaga ao longo do corpo, causando


alongamento durante o escoamento.

Durante esta propagação, outras barreiras aprisionam


as discordâncias, exigindo que a tensão novamente venha a
subir e assim sucessivamente, gerando o serrilhado indicado
na figura.
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Ensaio de Tração de Materiais Dúcteis


Observando e definindo claramente os pontos da curva
c) Limites de escoamento superior (LS) e inferior (LI):

Em geral, várias bandas se formam em diversos


pontos de concentração de tensões, sempre alinhadas a 45°
com a direção de tração e são conhecidas por bandas de
Lüders ou linhas de distensão.

Cada oscilação da carga durante o escoamento


corresponde à formação de uma banda.
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Ensaio de Tração de Materiais Dúcteis


Observando e definindo claramente os pontos da curva

c) Limites de escoamento superior (LS) e inferior (LI):

A quantidade de alongamento durante o escoamento


depende da ductilidade e da microestrutura do metal.
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Ensaio de Tração de Materiais Dúcteis


Observando e definindo claramente os pontos da curva

d) Limite de escoamento convencional (LC): Tensão para


que ocorra certa deformação facilmente mensurável (0,1 ou
0,2%).

e) Limite de resistência (LR): é o valor máximo de tensão da


curva S x e e é a tensão para a qual se inicia a estricção do
material.
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Ensaio de Tração de Materiais Dúcteis


Observando e definindo claramente os pontos da curva

Após o início da estricção, a tensão de engenharia


começa a cair (devido à diminuição da seção resistente), até
que é atingida a saturação plástica do metal e, então, ocorre a
ruptura do CP, para uma tensão de engenharia igual a LRu,
denominada limite de ruptura.
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Ensaio de Tração de Materiais Dúcteis


Observando e definindo claramente os pontos da curva
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NORMAS DOS ENSAIOS DE TRAÇÃO


Ensaio dos Materiais

Normas do Ensaio de Tração


•Materiais metálicos - Ensaio de tração a temperatura elevada
NM-ISO783 1996
•Materiais metálicos - Ensaio de tração à temperatura ambiente
NBRISO6892 11/2002
•Materiais metálicos - Calibração de máquinas de ensaio estático uniaxial - Parte 1:
Máquinas de ensaio de tração/compressão - Calibração do sistema de medição da força
NBRNM-ISO7500-1 03/2004
•Materiais metálicos - Calibração de extensômetros usados em ensaios uniaxiais
NBR14480 03/2000
•Materiais metálicos - Calibração de instrumentos de medição de força utilizados na
calibração de máquinas de ensaios uniaxiais NBR6674 MB1488 07/1999
•Produtos planos de aço - Determinação das propriedades mecânicas à tração
NBR6673 MB856 07/1981
•Produtos tubulares de aço - Determinação das propriedades mecânicas à tração
NBR7433 MB736 07/1982
•Barras de aço destinadas a armaduras para concreto armado com emenda mecânica ou
por solda - Determinação da resistência à tração NBR8548 MB1804 08/1984
•Alumínio e suas ligas - Ensaio de tração dos produtos dúcteis e fundidos
NBR7549 MB1714 12/2001
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Normas do Ensaio de Tração

Corpos de prova

O ensaio de tração é feito em corpos de prova com


características especificadas de acordo com normas técnicas.

Suas dimensões devem ser adequadas à capacidade


da máquina de ensaio.

Normalmente utilizam-se corpos de prova de seção


circular ou de seção retangular, dependendo da forma e
tamanho do produto acabado do qual foram retirados, como
mostram as ilustrações a seguir
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Normas do Ensaio de Tração


Corpos de prova

A parte útil do corpo de prova, identificada no desenho anterior por Lo, é a


região onde são feitas as medidas das propriedades mecânicas do material.
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Normas do Ensaio de Tração


Corpos de prova

As cabeças são as regiões extremas, que servem para


fixar o corpo de prova à máquina de modo que a força de
tração atuante seja axial.

Devem ter seção maior do que a parte útil para que a


ruptura do corpo de prova não ocorra nelas.

Suas dimensões e formas


dependem do tipo de fixação
à máquina.
:
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Normas do Ensaio de Tração


Corpos de prova

Entre as cabeças e a parte útil há um raio de


concordância para evitar que a ruptura ocorra fora da parte útil
do corpo de prova (Lo).

Segundo a ABNT, o comprimento da parte útil dos


corpos de prova utilizados nos ensaios de tração deve
corresponder a 5 vezes o diâmetro da seção da parte útil.

Por acordo internacional, sempre que possível um


corpo de prova deve ter 10 mm de diâmetro e 50 mm de
comprimento inicial.
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Normas do Ensaio de Tração


Corpos de prova

Não sendo possível a retirada de um corpo de prova deste tipo,


deve-se adotar um corpo com dimensões proporcionais a essas.

Corpos de prova com seção retangular são geralmente retirados


de placas, chapas ou lâminas.

Suas dimensões e tolerâncias de usinagem são normalizadas pela


ISO/R377 enquanto não existir norma brasileira correspondente.

A norma brasileira (NBR 6152, dez./1980) somente indica que os


corpos de prova devem apresentar bom acabamento de superfície e
ausência de trincas
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Normas do Ensaio de Tração


Corpos de prova

Em materiais soldados, podem ser retirados corpos de


prova com a solda no meio ou no sentido longitudinal da
solda, como você pode observar nas figuras a seguir.
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Normas do Ensaio de Tração


Corpos de prova

Os ensaios dos corpos de prova soldados normalmente


determinam apenas o limite de resistência à tração.

Isso porque, ao efetuar o ensaio de tração de um corpo de prova


com solda, tensiona-se simultaneamente dois materiais de propriedades
diferentes (metal de base e metal de solda).

Os valores obtidos no ensaio não representam as propriedades


nem de um nem de outro material, pois umas são afetadas pelas outras.

O limite de resistência à tração também é afetado por esta


interação, mas é determinado mesmo assim para finalidades práticas.
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Normas do Ensaio de Tração


Preparação do corpo de prova para o ensaio de tração

O primeiro procedimento consiste em identificar o


material do corpo de prova.

Corpos de prova podem ser obtidos a partir da matéria-


prima ou de partes específicas do produto acabado.

Depois, deve-se medir o diâmetro do corpo de prova


em dois pontos no comprimento da parte útil, utilizando um
micrômetro, e calcular a média.

Por fim, deve-se riscar o corpo de prova, isto é, traçar


as divisões no comprimento útil.
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Normas do Ensaio de Tração


Preparação do corpo de prova para o ensaio de tração

Num corpo de prova de 50 mm de comprimento, as


marcações devem ser feitas de 5 em 5 milímetros.

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