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SISTEMAS DE

COMUNICAÇÃO DE
DADOS

© Francisco Tesifom Munhoz - 2008


SISTEMAS DE COMUNICAÇÃO DE DADOS Prof. Francisco T. Munhoz
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SUMÁRIO

Sinais elétricos ........................................................................................................................................... 5


Sinal analógico .......................................................................................................................................... 5
Sinal digital ............................................................................................................................................... 7

Código ASCII.......................................................................................................................................... 7

Sistema de comunicação de dados .............................................................................................................. 8


Introdução ................................................................................................................................................ 8
Elementos de um sistema de comunicação de dados .............................................................................. 8
Conceitos básicos de telecomunicações ................................................................................................ 10

Comunicação ...................................................................................................................................... 10

Canal de comunicação ........................................................................................................................ 10

Tipos de canais de comunicações ....................................................................................................... 11


Processamento de sinal .......................................................................................................................... 12

Sinal analógico de voz......................................................................................................................... 12

PCM - Modulação por código de pulsos ............................................................................................. 12

Conversão Analógico-Digital....................................................................................................................... 13
Filtragem anti-aliasing ............................................................................................................................ 14
Teorema da amostragem ....................................................................................................................... 15
Quantização ............................................................................................................................................ 17
Compressão ............................................................................................................................................ 18
Codificação ............................................................................................................................................. 18

atividades I ................................................................................................................................................. 20

Exemplos de sistema de comunicações ..................................................................................................... 21


Sistema de telefonia fixa ........................................................................................................................ 21
Sistema de telefonia móvel celular ........................................................................................................ 21
Sistema de rádio em alta freqüência ...................................................................................................... 22
Sistema de rádio em visibilidade ............................................................................................................ 22
Sistema de comunicação por satélite ..................................................................................................... 23
Sistema de comunicação por rede de computadores ............................................................................ 23

Princípios de transmissão de dados ........................................................................................................... 23


Meios de transmissão de dados ............................................................................................................. 23
CABO COAXIAL ........................................................................................................................................ 24

Tipos de cabos coaxiais....................................................................................................................... 24


PAR TRANÇADO ...................................................................................................................................... 25

Classificação de par trançado ............................................................................................................. 25


FIBRA ÓPTICA.......................................................................................................................................... 27
Largura de banda .................................................................................................................................... 27
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Transmissão em banda básica ................................................................................................................ 28


Classificação dos sinais codificados ........................................................................................................ 28
Técnicas de codificação .......................................................................................................................... 29

Codificação NRZ .................................................................................................................................. 29

Codificação RZ .................................................................................................................................... 30

Codificação Manchester .................................................................................................................. 30

Codificação AMI (Alternate Mark Invertion) ...................................................................................... 31

Codificação HDB-3 (High Density Bipolar with 3 Zero Maximum Tolerance) ..................................... 31
Transmissão assíncrona .......................................................................................................................... 32
Transmissão síncrona ............................................................................................................................. 33

Modulação .................................................................................................................................................. 34
MODULaÇÃO EM AMPLITUDE POR CHAVEAMENTO - ASK .................................................................... 34

PSK MODULAÇÃO EM FASE POR CHAVEAMENTO ..................................................................................... 35


MODULAÇÃO EM FREQUÊNCIA POR CHAVEAMENTO - FSK .................................................................. 36
Modulação DPSK (Differential Phase Shift Keying – Modulação por Desvio de Fase Diferencial): ........ 37

Problemas na transmissão de sinais ........................................................................................................... 37


Atenuação............................................................................................................................................... 37
reflexão ................................................................................................................................................... 38
Ruídos ..................................................................................................................................................... 38
Dispersão ................................................................................................................................................ 40
Latência .................................................................................................................................................. 40

Modems ..................................................................................................................................................... 41
Modems analógicos ................................................................................................................................ 41
5.4.4. Funcionamento interno de um Modem ....................................................................................... 42

• Supressor de eco ....................................................................................................................... 42

• Equalizadores ............................................................................................................................ 42

Scrambler ........................................................................................................................................... 43

DRA ..................................................................................................................................................... 43

Condições da portadora ..................................................................................................................... 43

Seqüência de sincronização ................................................................................................................ 43


5.4.5. Padrões de Modems ..................................................................................................................... 43

V.22, V.22 bis -Principais características: ........................................................................................... 43

V.25, V.25 bis -Características: ........................................................................................................... 44

V.32 -Características: .......................................................................................................................... 44

V.32 bis -Características: .................................................................................................................... 44


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V.33 -Características: .......................................................................................................................... 44

V.34 -Características: .......................................................................................................................... 44

V.13 -Características: .......................................................................................................................... 45


Tecnologia V.90 ...................................................................................................................................... 45
Interface de comunicação de dados ....................................................................................................... 47
Recomendações ..................................................................................................................................... 47

Recomendação V.24 ........................................................................................................................... 47

Recomendação V.28 ........................................................................................................................... 47

Padrão RS-232C .................................................................................................................................. 48

Padrão RS-442 .................................................................................................................................... 48

6.4. Padrão RS-449 ............................................................................................................................. 49

6.5. Padrão RS-485 ............................................................................................................................. 49

6.6. Padrão RS-530 ............................................................................................................................. 49

Introdução aos protocolos de roteamento ................................................................................................ 54

Routing Information Protocol - RIP ............................................................................................................ 54


Algorítmo Vetor-Distância ...................................................................................................................... 54
Especificações do Protocolo ................................................................................................................... 57
Open Shortest Path First - OSPF ............................................................................................................. 58
Algorítmo ................................................................................................................................................ 58
Especificações do Protocolo ................................................................................................................... 59
Vantagens do OSPF sobre o RIP.............................................................................................................. 60
Conclusão ............................................................................................................................................... 61

ATIVIDADES PROPOSTAS ............................................................................................................................ 62

Atividades I ................................................................................................................................................. 62

Atividades II ................................................................................................................................................ 62

Atividades III ............................................................................................................................................... 62

Atividades III ............................................................................................................................................... 63

Atividades V ................................................................................................................................................ 63

Atividades V ................................................................................................................................................ 63

Referências ................................................................................................................................................. 64
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SINAIS ELÉTRICOS

Antes que possamos entrar no mundo dos sistemas de comunicação, é necessário que sejam
feitas algumas conceituações preliminares, que servirão de base para o desenvolvimento do
nosso estudo. O primeiro conceito fundamental no estudo dos sistemas de comunicações de
dados é o da natureza dos sinais elétricos que trafegam pelos canais de comunicações. As
informações que trafegam em um canal de comunicação na forma de sinais elétricos podem
ser de duas naturezas: sinal analógico e sinal digital.

SINAL ANALÓGICO

O movimento harmônico é uma ferramenta bastante útil para que possamos entender o
equacionamento de um sinal analógico, pois seu estudo é derivado do movimento circular
uniforme, assim como uma tensão alternada, que é obtida a partir da rotação de um gerador.
Podemos analisar uma tensão alternada como a interação de um campo magnético e uma
espira girando dentro desse campo. Como a espira executa um movimento circular uniforme, a
tensão gerada terá uma equação idêntica a de um movimento harmônico simples, acrescida de
uma componente contínua (DC), dada por:

Onde:

VDC = Componente DC ou deslocamento no eixo vertical

V(t) = Valor instantâneo da tensão

Vmax = Valor máximo que a tensão pode assumir

= Velocidade angular da tensão

= ângulo de fase inicial

Outra grandeza que pode ser definida é a freqüência, que corresponde ao número de voltas
que a espira dá, no interior do campo magnético, por unidade de tempo (normalmente um
segundo) e que representamos por Hz (Hertz).

O valor instantâneo de V(t) pode ser representado por meio de um gráfico, como uma função
do tempo, chamada forma de onda de tensão, onde cada valor de tempo está associado a um
valor definido da função, dado pela figura 1.

As relações entre as tensões de valores máximo (Vmax) ou de pico (Vp), pico a pico (Vpp) e
eficaz (Vef) ou RMS, constantes da figura 1, são:
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Figura 1- Sinal analógico

Entretanto, devemos saber que nem só o tempo pode ser utilizado como variável independente
na representação de grandezas elétricas. Muitos serão os casos em comunicações em que a
velocidade angular ( ) e a freqüência (f) são as variáveis independentes mais indicadas. Da
mesma forma que um gráfico em função do tempo é chamado "forma de onda", um gráfico em
função da velocidade angular ou da freqüência será chamado "espectro" de freqüências. A
figura 2 ilustra um gráfico de espectro de freqüência de um sinal analógico.
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Figura 2- Representação do sinal no domínio da frequência

Os sinais elétricos analógicos podem ser convertidos de analógicos em digitais e de digitais em


analógicos por dispositivos conversores A/D e D/A. A visualização dos sinais elétricos, no
domínio do tempo e no domínio da freqüência, respectivamente, é realizada com o auxílio do
osciloscópio e o analisador de espectro, dois importantes aparelhos eletrônicos. A figura 3
apresenta um osciloscópio.

SINAL DIGITAL

Sinais digitais são sinais discretos no tempo, de tal forma que sempre exista uma
descontinuidade entre uma condição e outra. Os sinais geralmente aparecem na forma de
símbolos, como pulsos elétricos, representando um valor de tensão em um dado instante e a
ausência dessa tensão no instante seguinte. Tais sinais são normalmente utilizados em
telegrafia e transmissão de dados. A figura 4 ilustra um sinal digital.

Figura 3- Sinal Digital

Nos circuitos digitais, chamamos cada dígito binário de bit. O bit é a menor quantidade de
informação que pode ser armazenada. O bit só pode ser zero (0) ou um (1). De acordo com o
número de bits utilizados, podemos representar uma determinada quantidade de números. Por
exemplo, com 8 bits, podemos representar 28 valores, ou seja 256.

Adotou-se como padrão a utilização de um conjunto de 8 bits para cada caractere. A esse
conjunto de 8 bits deu-se o nome de Byte.

CÓDIGO ASCII

Através do sistema binário podemos representar uma grande quantidade de informações.


Entretanto, em 1966 foi criado o código ASCII (American Standard Code for Information
Interchange). Esse código utilizava 7 bits para representar as letras de A a Z maiúsculas e
minúsculas, números de 0 a 9, diversos sinais de pontuação, e mais alguns caracteres, além
de comandos de texto, como avançar cursor, voltar cursor, apagar, pular linha, etc. Atualmente
a maioria dos PCs utiliza o código ASCII estendido, formado por 8 bits, que inclui todos os
caracteres do código ASCII original, e muitos outros. A tabela 1 apresenta o código ASCII
estendido completo, que pode ser encontrado no site www.asciitable.com.
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Figura 4- Tabela ASCII

SISTEMA DE COMUNICAÇÃO DE DADOS

INTRODUÇÃO

Os sistemas de comunicação de dados desempenham um papel muito importante na


sociedade brasileira e mundial, o cenário atual aponta que esse setor se tornará ainda mais
importante nos próximos anos. Por comunicação de dados entendemos uma cadeia de
comunicação constituída basicamente por três elementos: fonte de informação, sistema de
comunicação e destino, conforme ilustrado na figura.

Figura 5- Modelo da cadeia de comunicação

Pode-se dizer que informação ou mensagem é qualquer sinal que contenha um dado que se
deseja transferir da fonte para o destino. A fonte de informação é a origem da informação a ser
transmitida. Costuma apresentar-se na forma de sons, imagens e texto. Por exemplo, a voz
humana é uma fonte de informação, um aparelho de fax, um computador, etc.

O sistema de comunicação é o conjunto de equipamentos e materiais, elétricos e eletrônicos,


necessários para compor um esquema físico, perfeitamente definido, com o objetivo de
estabelecer enlaces de comunicação (links) entre, pelo menos, dois pontos distantes,
preservando ao máximo as características originais da informação. Por exemplo, um sistema
de telefonia, as redes de computadores na Internet, etc.

O destino é onde a informação será utilizada. Por exemplo, celular num sistema móvel de
telefonia, terminal de computador na Internet, etc.

ELEMENTOS DE UM SISTEMA DE COMUNICAÇÃO DE DADOS

Um sistema de comunicação de dados genérico, representado na figura 15, basicamente é


constituído pelos seguintes elementos:
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• Transdutor - É responsável pela conversão de uma forma de energia para outra. Por
exemplo, o microfone que transforma energia sonora em energia elétrica de tal forma que ela
possa ser transmitida. Fotocélula que transforma energia luminosa em energia elétrica. Diodo
laser que transforma energia elétrica em energia luminosa, etc. Na comunicação de dados via
rede, como a Internet, por exemplo, não existe a necessidade de um transdutor, pois o
computador através de uma interface de rede pode ser conectado diretamente ao transmissor
de dados, ou executar esta função.

• Transmissor - Consiste na combinação do sinal da informação com um sinal periódico de


alta freqüência técnica denominada modulação, que tem como característica principal adequar
o sinal de informação a um canal de transmissão. Quando o computador executa a função
detransmissor de dados, outra tecnologia também pode ser utilizada, que é a codificação de
dados. Em redes de computadores o equipamento utilizado para modulação e codificação é o
Modem.

• Canal de transmissão - É o caminho físico por onde um sinal transmitido se propaga. Pode
ser um par de fios de cobre, um guia de ondas, fibras óticas, o ar atmosférico ou o vácuo. A
característica mais importante a ser observada num canal de transmissão é sua atenuação, ou
seja, o quanto a potência do sinal decresce com o aumento da distância. A banda de um canal
é um parâmetro importante para caracterizar um canal de transmissão. Quanto mais larga for a
banda de um canal, maior será a velocidade permitida para a transmissão. A velocidade de
transmissão de dados depende da aplicação e pode variar entre dezenas de bits por segundo
(bps) até milhões de bits por segundo (Mbps).

• Receptor - A função do receptor é extrair o sinal de informação desejado do canal de


transmissão e fornecê-lo ao transdutor de saída. A sua função principal é a demodulação ou
decodificação do sinal transmitido, processo inverso ao de modulação ou demodulação, que
restaura o sinal de informação à sua forma original. Quando o computador executa a função de
receptor de dados, o equipamento responsável pela demodulação ou decodificação de dados é
o Modem.

• Contaminação - Ao longo da transmissão de um sinal ocorrem alguns defeitos indesejáveis.


Um deles é a atenuação, que reduz a intensidade do sinal. Porém, os mais sérios são a
distorção, a interferência e o ruído. A distorção é uma alteração do sinal, devido a uma
resposta imperfeita do sistema ao próprio sinal. Diferentemente do ruído e da interferência, a
distorção desaparece quando o sinal é anulado. Projetos de sistemas convenientes ou redes
de compensação podem reduzir a distorção. A interferência é a contaminação por sinais
estranhos. A solução para esse problema é eliminar o sinal interferente. O ruído é o pior caso,
consideramos o ruído como sinais elétricos aleatórios imprevisíveis de causas naturais, tanto
externo como internos ao sistema. O ruído quando adicionado a um sinal que contém uma
informação pode mascarar ou eliminar a informação. O que distingue o ruído da interferência e
da distorção é que o ruído nunca pode ser completamente eliminado.
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Figura 6- Modelo de sistema de comunicação

CONCEITOS BÁSICOS DE TELECOMUNICAÇÕES

Hoje os sistemas de Telecomunicações são encontrados em qualquer lugar onde se queira que
uma informação seja enviada de um local para outro. O microcomputador, o fax, o PABX, o
telefone, o rádio e a televisão se tornaram parte integrante de nossa vida diária. Esses circuitos
a longa distância varrem o planeta, conduzindo dados, voz, imagem e texto.

COMUNICAÇÃO

Definimos comunicação como o processo pelo qual a informação é transferida de um ponto, no


espaço e no tempo, chamado fonte, para outro ponto, chamado destino ou usuário. Um
sistema de comunicação é o conjunto de mecanismos que possibilitam processar a informação
desde sua fonte até seu destino.

CANAL DE COMUNICAÇÃO

É o caminho para a transmissão elétrica entre dois ou mais pontos. Um canal pode ser um fio
de cobre ou um conjunto de fios, um cabo coaxial ou uma parte específica do espectro
deradiofreqüências.

O objetivo do canal é transportar informações de um ponto a outro. Todos os canais de


transmissão apresentam limitações quanto à capacidade que possuem em maipular as
informações. Essas limitações dependem das suas características físicas e elétricas.
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TIPOS DE CANAIS DE COMUNICAÇÕES

• Simplex - É o canal através do qual só pode haver transmissão de um ponto A para um


ponto B, ou seja, unidirecional. Exemplos desse tipo de canal podem ser o rádio e a televisão.

Figura 7-Canal Simplex

• Half duplex - É o canal através do qual é possível transmissão não simultânea, em ambos
sentidos, A para B e B para A. Se forem utilizados circuitos de dois fios, será necessário haver
chaveamento da linha quando o sentido de transmissão mudar. Isso pode ser contornado se
forem utilizados circuitos de quatro fios.

Figura 8- Canal Half Duplex

• Full duplex - É um canal que permite transmissão simultânea nos dois sentidos. Apesar de
circuitos de quatro fios serem freqüentemente utilizados, circuitos de dois fios podem suportar
comunicações Full duplex, se o espectro de freqüências for dividido para os canais de
transmissão e de recepção.

Figura 9- Canal Full Duplex


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PROCESSAMENTO DE SINAL

Processamento de sinal significa transformar o sinal analógico em um sinal que possa ser
transmitido e que os equipamentos de um sistema de comunicações entendam. Um sinal
analógico deve ser transformado em um sinal digital (seqüências de "uns" e "zeros") para que
os equipamentos de uma rede de computadores, por exemplo, entendam.

SINAL ANALÓGICO DE VOZ

As ondas sonoras correspondentes à voz podem considerar-se como representativas de dados


analógicos. No aparelho telefônico ou em um microfone a voz é convertida num sinal elétrico
analógico, em geral, que ocupa um espectro de freqüências relativamente limitado. Por isso, a
largura de banda necessária para a sua transmissão é, no caso dos sinais de áudio, sem
preocupação de grande fidelidade de reprodução de valor bastante aceitável.

A maior parte da energia presente na voz humana está compreendida numa faixa de
freqüências reduzidas. Por essa razão, é freqüente o sistema telefônico limitá-la a uma banda
de freqüências compreendida entre 300 e 3400 Hz, zona em que ela mantém a inteligibilidade,
permitindo o seu reconhecimento pelas pessoas que a ouvem. A figura 16 ilustra, na forma de
gráfico, o canal de voz no domínio da freqüência.

Figura 10- Representação gráfica do canal de voz

PCM - MODULAÇÃO POR CÓDIGO DE PULSOS

Atualmente os sistemas de redes telefônicas estão sendo transformados em redes digitais,


tanto na transmissão como na comutação. Essa transformação teve início quando da
introdução dos sistemas de transmissão PCM. A evolução da informática e dos sistemas
digitais permitiu a digitalização das centrais telefônicas, surgindo assim, as centrais
denominadas CPA (Controle por Programa Armazenado).

O PCM (Pulse Code Modulation) transforma um sinal analógico em uma série de pulsos
binários que podem ser manipulados. Esse procedimento resulta em um erro, ou ruído
intrínseco,provocado pela etapa de atribuições de níveis quânticos ao sinal.
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O PCM consiste em relacionar o sinal a ser transmitido com uma codificação de pulsos. A
figura ilustra o chaveamento dos canais num sistema PCM.

Figura 11- Multiplexação PCM

CONVERSÃO ANALÓGICO-DIGITAL

No mundo moderno, os equipamentos eletrônicos são freqüentemente utilizados nos diversos


ramos de atividades como a comunicação, o transporte, o entretenimento, etc.
Assim o Conversor Analógico Digital, CAD (ADC), e o Conversor Digital Analógico, CDA,
tornam-se componentes importantes nesses equipamentos, visto que a maior parte dos sinais
do mundo real são analógicos, e estes dois conversores permitem que sejam capazes de
processar os sinais analógicos,manipulando-os num meio digital.
Por exemplo, no processamento do som, o CAD converte o sinal analógico, obtido através de
um equipamento de entrada de áudio, como o microfone, num sinal digital que pode ser
processado por um computador. O CDA, por sua vez, converte o sinal digital processado,
novamente num sinal analógico, que pode ser reproduzido por um equipamento de saída de
áudio, como o alto-falantes.

Figura 12- Processamento de sinais

Podemos imaginar um número infindável de situações onde o computador interage com o meio
externo, havendo então a necessidade de converter impulsos analógicos, próprios de nosso
universo, para impulsos elétricos que serão processados em meio eletrônico. Como exemplo,
computadores controlando a temperatura ambiente das salas de um grande escritório, ou as
centrais de injeção eletrônica dos automóveis, etc.
Uma conversão analógico-digital está dividida em quatro etapas distintas, que são:
Filtragem
Amostragem
Quantização
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Codificaçâo

FILTRAGEM ANTI-ALIASING

A filtragem consiste basicamente em excluir sinais de altas frequências presentes nos sinais
analógicos que pretendemos converter. Como a conversão de sinais ocorre em vários
domínios, tais como imagem, telemetria, som, etc., teríamos como resultado de uma conversão
analógico-digital, por exemplo, uma imagem distorcida, um sinal de controle errático e no caso
do som, além das distorçôes, arquivos muito grandes. A figura exibe imagens sem aplicação da
filtragem e com a filtragem anti-aliasing, denominação dada ao efeito indesejado

Figura 13- Ausência de filtragem Anti-aliasing comparada ao uso da filtragem na segunda imagem

Os filtros de sinais elétricos são estruturas elétricas ou eletrônicas projetadas para permitir,
impedir ou retardar a passagem de sinais elétricos em determinadas freqüências. Os filtros
podem ser de dois tipos: passivos ou ativos. O filtro passivo é formado por componentes
passivos R (resistor), L (indutor) e C (capacitor), que dissipam energia e por isso o sinal na
saída do filtro sempre será atenuado. O filtro ativo opera, geralmente, com um ou mais circuitos
eletrônicos integrados (amplificadores operacionais) e tem a vantagem de propiciar ganho ao
sinal, unitário ou maior. O filtro ativo filtra as freqüências indesejadas e amplifica o sinal.
Os filtros encontram inúmeras aplicações em circuitos de áudio, vídeo e RF. São exemplos: a
seleção das freqüências da voz no espectro de áudio (filtros de voz) e a eliminação de um
ruído de áudio indesejável. O equalizador de áudio nada mais é que um conjunto de filtros
ativos, do tipo passa-faixa, cada um centrado numa freqüência, entre 40 Hz e 20 KHz com
controle de ganho e atenuação.
Quanto à seleção das freqüências os filtros podem ser:

• Passa-altas - Permitem a passagem das freqüências altas e impedem a passagem das


freqüências baixas (f > WC).

• Passa-baixas - Permitem a passagem das freqüências baixas e impedem a passagem das


freqüências altas (f < WC).

• Passa-faixa - Permite a passagem de uma determinada faixa de freqüências (w1 < f < w2).
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Figura 14- Respostas de frequências de diversos filtros

A simbologia adotada para a representação em diagrama de blocos dos filtros quanto a sua
ação sobre os sinais elétricos, é a que segue.

Figura 15- Diagrama de blocos dos filtros

TEOREMA DA AMOSTRAGEM

Amostrar o sinal analógico consiste em entrecortar eletronicamente o sinal, a intervalos de


tempos iguais, para obter estreitos pulsos nos valores de tensão do sinal, conforme a figura 19.
A operação de amostragem do sinal pode ser realizada por um circuito modulador PAM (Pulse
Amplitude Modulation). Praticamente, o modulador PAM realiza a operação de "fatiar" o sinal
analógico.
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Figura 16- Resultante do processo de amostragem - Pulsos PAM

Os sinais de entrada aplicados a cada um dos canais correspondentes devem ser


periodicamente amostrados para que possam ser codificados e em seguida multiplexados no
tempo. De acordo com o Teorema de Nyquist, a quantidade de amostras por unidade de tempo
de um sinal, usualmente chamada freqüência de Nyquist, deve ser maior ou igual ao dobro da
máxima freqüência do sinal a ser amostrado, para que possa ser reproduzido integralmente
sem erro.

fa ≥ 2fmax
onde :
fa = Freqüência de amostragem
fmax = Maior freqüência do sinal amostrado

Figura 17- Amostragem de um sinal de voz


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QUANTIZAÇÃO

Depois da amostragem do sinal, como os sinais amostrados PAM são analógicos, é necessário
convertê-los em sinais digitais. A etapa para essa conversão é chamada quantização.
Quantizar consiste em "medir" eletronicamente as alturas dos pulsos gerados pelo estágio
modulador PAM, em níveis fixados. Ou seja, aproximar as amplitudes das amostras para
valores predeterminados (níveis de quantização).

Cada amostra ou pulso PAM é transformado em uma quantidade predefinida de 12 bits, que
posteriormente será submetida a uma compressão e reduzida a 8 bits.

Por exemplo, com 12 bits é possível representar = 4096 níveis diferentes (0 a 4095). Para
facilitar, vamos supor que os pulsos PAM sejam limitados entre –30 e +30 Volts. Cada nível
pode ter um valor de 0,014V (ou seja, 60V dividido por 4096 níveis). Um pulso pode não ter
exatamente o valor do nível fixado e, em conseqüência, precisa sofrer uma aproximação para
mais ou para menos. Por exemplo, um valor real de +0,015V pode ser quantizado como tendo
0,028V ou 0,014V, pois não é possível representar 0,015V com 12 bits. O valor quantizado
apresenta, então, um erro, chamado erro de quantização, no caso de +0,013V ou –0,001V.
Essa falta ou excesso no valor do sinal provoca o surgimento de um sinal aleatório, chamado
ruído de quantização. As figuras 21 e 22 mostram o aspecto do erro ou ruído de quantização
para um sinal senoidal.

Figura 18 - Processo de quantização


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Figura 19- Sinal PAM quantizado

COMPRESSÃO

O processo de compressão consiste na redução dos 13 bits codificados em apenas 8 bits, em


obediência a um certo critério, de modo a não haver distorção no sinal analógico recuperado,
quando na recepção. A característica básica que define o funcionamento de um compressor é
a Lei de Compressão. Atualmente existem duas leis mais usadas em compressão digital.

• Lei µ - A curva característica adotada apresenta 15 segmentos e é utilizada para um sistema


PCM de 24 canais. Não é utilizada no Brasil, sendo adotada nos EUA e Japão.

• Lei A - A curva característica adotada é aproximada para 13 segmentos de reta e é utilizada


para sistemas PCM de 32 canais, sendo utilizada na Europa e no Brasil.

CODIFICAÇÃO

A codificação é usada após a compressão para converter a amplitude de cada pulso PAM em
uma combinação de bits zero e um. Os 128 intervalos positivos mais 128 intervalos negativos
formam os 256 (28) intervalos do sistema de transmissão PCM, sendo representados por
palavrasde 8 bits. O formato da palavra utilizada para representar cada valor codificado é
ilustrado na figura.

Figura 20 - Formato da palavra de 8 bits

Na figura , a letra P indica a polaridade do pulso PAM, ou seja, se ele se encontra na metade
superior da curva de compressão p=1, ou se encontra na metade inferior da curva de
compressão p=0. A letra B indica o segmento dentro da metade definida por p, em que se
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encontra a amostra em questão (3 bits podem representar 8 segmentos). Para a característica


de compressão utilizada, a curva é dividida em 13 trechos. Porém, como o trecho número 7 é
subdividido em 4 segmentos, tem-se na realidade um total de 16 segmentos. A letra A indica o
nível dentro do segmento ou trecho do segmento (4 bits podem representar 16 níveis). As
curvas definidas pela Lei de Compressão são aproximadas por segmentos de reta, onde cada
segmento (trecho) tem o mesmo número de níveis, ou seja, 16. A figura 21 mostra a curva
característica da Lei A.

Figura 21- Curva característica da Lei A


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ATIVIDADES I

1. Defina um sinal analógico


2. Qual a principal característica de um sinal analógico?
3. Defina amplitude, período e frequência de um sinal
4. O que são sinais digitais?
5. O que é processameto de sinal?
6. Defina resumidamente o Teorema de Nyquist.
7. A voz humana ocupa uma faixa de freqüência de 20 a 20 KHz. A faixa de freqüências
utilizada em telefonia é de 300 a 4000 Hz, conforme mostrado na figura 21
(representação gráfica do canal de voz). Pergunta-se:
a. Qual a freqüência de amostragem que representa 90% da inteligibilidade do
sinal?
b. Qual o intervalo de tempo entre uma amostra e outra do sinal?
c. Considerando-se que cada uma das amostras será codificada por 8 bits, qual é
a taxa de transmissão do canal de voz?
8. Qual o objetivo da quantização
9. Em quantos valores podemos quantizar um sinal amostrado se estamos utilizando 4
bits de quantização?
10. O que significa codificação?
11. O que é PCM?
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21

EXEMPLOS DE SISTEMA DE COMUNICAÇÕES

SISTEMA DE TELEFONIA FIXA

Nesse sistema, os equipamentos terminais da ponta da linha são os telefones dos assinantes e
o equipamento de comutação, responsável pelos enlaces, é uma central telefônica. A figura 28
ilustra um sistema de telefonia fixa. Os telefones são ligados à central por fios, cabos
telefônicos e fibras ópticas, que constituem a rede fixa do sistema. As modernas centrais
telefônicas são do tipo CPA (Central de Programa Armazenado), um equipamento de
comutação eletrônica digital, dotado de microprocessador, que comanda e controla as
operações da central. Uma central telefônica pode ser pública ou privada. A central pública
serve determinada área ou bairro de uma cidade com os ramais dos assinantes. A central
privada é particular, de uma empresa, escritório ou residência. Pode ser um PAX (Private
Branch Exchange) que opera apenas com ramais (linhas para telefones internas) ou um PABX
(Private Automatic Branch Exchange), em maioria, que é dotado de ramais e de circuitos
troncos, para conexão com a central pública.

SISTEMA DE TELEFONIA MÓVEL CELULAR

É um sistema de comunicações sem fio (wireless) constituído


de rádios móveis, terminais dos usuários, conhecidos por
telefones celulares e ERBs (Estações de Rádio Base) fixas.
Através da ERB, um rádio móvel se liga com outro rádio
móvel via uma central telefônica à qual a ERB está ligada. A
figura 29 ilustra um sistema de telefonia móvel. O sistema
permite comunicação por voz, vídeo, mensagens
alfanuméricas, foto e acesso à Internet. O sistema analógico
AMPS foi substituído para o sistema digital em diferentes
tecnologias: TDMA, GSM, CDMA e W-CDMA.
É um sistema de rádio mono ou multicanal, usado para
alcançar longas distâncias. A irradiação principal é direcionada para o alto, à região externa da
terra denominada ionosfera, distante cerca de 80 Km da superfície terrestre que atua como
camada refletora para a onda de rádio.
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22

SISTEMA DE RÁDIO EM ALTA FREQÜÊNCIA

É um sistema de rádio mono ou multicanal, usado para alcançar longas distâncias. A irradiação
principal é direcionada para o alto, à região externa da terra denominada ionosfera, distante
cerca de 80 Km da superfície terrestre que atua como camada refletora para a onda de rádio.

SISTEMA DE RÁDIO EM VISIBILIDADE

É um sistema de rádio na faixa de microondas, que transporta a informação a longas distâncias


com repetições sucessivas do sinal. Para isso são usadas estações radiorepetidoras e antenas
instaladas no alto de torres, distantes em média 50 Km uma da outra. Do alto da torre, um
observador posicionado no lugar da antena vê a outra antena à sua frente, por isso o nome
enlace rádio em visibilidade ou microondas em visibilidade. A figura 30 ilustra um sistema de
microondas.
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23

SISTEMA DE COMUNICAÇÃO POR SATÉLITE

Lançado por foguete ou liberado de um veículo espacial, o satélite


artificial de comunicações é colocado em órbita da terra para receber
as ondas de rádio emitidas de transmissores instalados na terra e
reenviá-los de volta à terra, em outra freqüência. O satélite funciona
como uma estação de radiorrepetidora posicionada no espaço. O
transpoder é uma unidade rádio do satélite que recebe o sinal captado
pela antena, converte a freqüência, amplifica o sinal e devolve-o à
estação terrestre. A figura 31 ilustra um sistema de comunicação via
satélite.

SISTEMA DE COMUNICAÇÃO POR REDE DE COMPUTADORES

Uma rede de computadores é um sistema de comunicações, pois ela fornece o conjunto de


equipamentos e materiais, elétricos e eletrônicos, necessários para compor uma infra-estrutura
física suficiente para a troca de informações ou mensagens instantâneas entre os usuários. As
redes permitem o compartilhamento dos canais de comunicações, otimizando a sua utilização.
A figura 32 apresenta diversos sistemas de comunicações interligados.

PRINCÍPIOS DE TRANSMISSÃO DE DADOS

O princípio da transmissão de dados baseia-se na troca de informações entre a origem e o


destino. Sempre que desejar enviar uma mensagem por uma longa distância, dois problemas
deverão ser resolvidos. Primeiro como expressar a mensagem (modulação ou codificação) e
segundo, que método deverá ser usado para transportar a mensagem (portadora).
Ao longo da história, existiram diferentes meios com os quais resolveu-se o problema de
comunicação em longa distância: mensageiros, cavaleiros, cavalos, telescópios ópticos,
pombos-correio e sinais de fumaça. A criação do código Morse revolucionou as comunicações.
Atualmente, os computadores, telefones digitais, aparelhos de FAX, rádios de FM/ AM e TVs
todos transmitem seus sinais por meio de circuitos eletrônicos. Geralmente, a modulação de
ondas de partes diferentes do espectro eletromagnético é usada.

MEIOS DE TRANSMISSÃO DE DADOS

As informações que são trocadas entre a origem e o destino são constituídas por sinais físicos
(elétricos, ópticos, microondas, etc) que se propagam num determinado meio físico de
transmissão. Os meios físicos mais comuns são:
Cabo STP;
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24

Cabo UTP;
Cabo coaxial;
Fibra óptica;
Ar (comunicação sem fios -wireless).

CABO COAXIAL

O primeiro tipo de cabeamento que surgiu no mercado foi o cabo coaxial. Há alguns anos, esse
cabo era o que havia de mais avançado, sendo que a troca de dados entre dois computadores
era coisa do futuro. Até hoje existem vários tipos de cabos coaxiais, cada um com suas
características específicas. Alguns são melhores para transmissão em alta frequência, outros
tém atenuação mais baixa, e outros são imunes a ruídos e interferências. Os cabos coaxiais de
alta qualidade não são maleáveis e são difíceis de instalar e os cabos de baixa qualidade
podem ser inadequados para trafegar dados em alta velocidade e longas distâncias. Ao
contrário do cabo de par trançado, o coaxial mantém uma capacidade constante e baixa,
independente do seu comprimento, evitando assim vários problemas técnicos. Devido a isso,
ele oferece velocidade da ordem de megabits/seg, não sendo necessário a regeneração do
sinal, sem distorção ou eco, propriedade que já revela alta tecnologia. O cabo coaxial pode ser
usado em ligações ponto a ponto ou multiponto. A ligação do cabo coaxial causa reflexão
devido a impedância não infinita do conector. A colocação destes conectores, em ligação
multiponto, deve ser controlada de forma a garantir que as reflexões não desapareçam em fase
de um valor significativo.
A maioria dos sistemas de transmissão de banda base utilizam cabos de impedância com
características de 50 Ohm, geralmente utilizados nas TVs a cabo e em redes de banda larga.
Isso se deve ao fato de a transmissão em banda base sofrer menos reflexões, devido às
capacitâncias introduzidas nas ligações ao cabo de 50 Ohm.
Os cabos coaxiais possuem uma maior imunidade a ruídos eletromagnéticos de baixa
frequência e, por isso, eram o meio de transmissão mais usado em redes locais.

TIPOS DE CABOS COAXIAIS

Tipo de Cabo Impedância Diâmetro Conector

BNC
Cabo fino Ethernet – RG-58 50 ohms 3/16"
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25

ARCNET – RG-62 93 ohms 3/16" BNC

ou RG-59/U 75 ohms 3/16" Utiliza um rabicho RG-62 na


extremidade com BNC

CABO ESPESSO ETHERNET


50 ohms 1/2" Transceptor/MAU no cabo
espesso com uma
derivaçãdo de par trançado
até o cordão da rede

Cabo derivado de Ethernet - 3/8" DIX/AUI


espesso (não é coaxial, é um
cabo de par blindado)

PAR TRANÇADO

Com o passar do tempo, surgiu o cabeamento de par trançado. Esse tipo de cabo tornou-se
muito usado devido a falta de flexibilidade de outros cabos e por causa da necessidade de se
ter um meio físico que conseguisse uma taxa de transmissão alta e mais rápida. Os cabos de
par trançado possuem dois ou mais fios entrelaçados em forma de espiral e, por isso, reduzem
o ruído e mantém constante as propriedades elétricas do meio, em todo o seu comprimento.

A desvantagem deste tipo de cabo, que pode ter transmissão tanto analógica quanto digital, é
sua suscetibilidade às interferências a ruídos (eletromagnéticos e radiofrequência). Esses
efeitos podem, entretanto, ser minimizados com blindagem adequada. Vale destacar que várias
empresas já perceberam que, em sistemas de baixa frequência, a imunidade a ruídos é tão
boa quanto a do cabo coaxial.

O cabo de par trançado é o meio de transmissão de menor custo* por comprimento no


mercado. A ligação de nós ao cabo é também extremamente simples e de baixo custo. Esse
cabo se adapta muito bem às redes com topologia em estrela, onde as taxas de dados mais
elevadas permitidas por ele e pela fibra óptica ultrapassam, e muito, a capacidade das chaves
disponíveis com a tecnologia atual. Hoje em dia, o par trançado também está sendo usado com
sucesso em conjunto com sistemas ATM para viabilizar o tráfego de dados a uma velocidade
extremamente alta: 155 megabits/seg.

CLASSIFICAÇÃO DE PAR TRANÇADO


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26

Categoria Velocidade Mídia do Cabo Conector Uso

Categoria 1 Não adequada a


LANs

Categoria 2 Não adequada a


LANs

10BASE-T
Categoria 3 Até 10 Mbps UTP 4 pares 100 568A ou 568B
ohms de 8 fios

Categoria 4 Até 16 Mbps STP 2 pares 150 STP-A 10Base-T ou


ohms Token Ring

Categoria 5 Até 100 Mbps UTP 4 pares 100 568A ou 568B 10Base-T,
ohms de 8 fios 100Base-T,
FDDI, ATM,
Token Ring

Figura 22-Cabo UTP CAT 5e Figura 23- Cabo UTP CAT6

Figura 24 -Comparativo entre Cabos UTP CAT6 e UTP CAT5e


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27

FIBRA ÓPTICA

Quando se fala em tecnologia de ponta, o que existe de mais moderno são os cabos de fibra
óptica. A transmissão de dados por fibra óptica é realizada pelo envio de um sinal de luz
codificado, dentro do domínio de frequência do infravermelho a uma velocidade de 10 a 15
MHz. O cabo óptico consiste de um filamento de sílica e de plástico, onde é feita a transmissão
da luz.

As fontes de transmissão de luz podem ser diodos emissores de luz (LED) ou lasers
semicondutores. O cabo óptico com transmissão de raio laser é o mais eficiente em potência
devido a sua espessura reduzida. Já os cabos com diodos emissores de luz são muito baratos,
além de serem mais adaptáveis à temperatura ambiente e de terem um ciclo de vida maior que
o do laser.

Apesar de serem mais caros, os cabos de fibra óptica não sofrem interferências com ruídos
eletromagnéticos e com radiofrequências e permitem uma total isolamento entre transmissor e
receptor. Portanto, quem deseja ter uma rede segura, preservar dados de qualquer tipo de
ruído e ter velocidade na transmissão de dados, os cabos de fibra óptica são a melhor opção
do mercado.

O cabo de fibra óptica pode ser utilizado tanto em ligações ponto a ponto quanto em ligações
multiponto. A exemplo do cabo de par trançado, a fibra óptica também está sendo muito usada
em conjunto com sistemas ATM, que transmitem os dados em alta velocidade. O tipo de
cabeamento mais usado em ambientes internos (LANs) é o de par trançado, enquanto o de
fibra óptica é o mais usado em ambientes externos.

Apenas para complementar: segundo livros que eu tenho falando sobre o assunto, um
cabeamento de fibra ótica teria uma largura de banda típica em torno de 1ghz, o suficiente para
utilizar-se os serviços mais corriqueiros da Internet ( FTP, e-mail, Web, videoconferência etc... )
com muita folga, assumindo-se um comprimento máximo de 1,5 KM.

LARGURA DE BANDA

A largura de banda é a medida da quantidade de informação que pode ser transferida de um


lugar para o outro em um determinado período de tempo. A quantidade de fluxo de
informações (bits) em um intervalo de tempo específico (segundos) é expressa em bits por
segundo. A largura de banda depende de 2 aspectos: tecnologia empregada e meio físico.

A tecnologia empregada define a quantidade de bits que trafegam na rede por segundos
(bps).Por exemplo:

• Tecnologia 10BaseT=10 Mbps.


• Tecnologia 100Base T = 100 Mbps.
• Tecnologia 1000BaseT=1 Gbps.

O meio físico define a categoria do cabo, ou seja, a freqüência (Mhz) máxima


permitida na rede. Por exemplo:
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28

• Categoria3-16Mhz de portadora
• Categoria4-20Mhz de portadora
• Categoria 5 -100 Mhz de portadora (Fast Ethernet)
• Categoria 5e -100 Mhz de portadora (Fast Ethernet)
• Categoria 6 -250 Mhz de Portadora (Giga Ethernet)

A largura de banda é um conceito muito útil, porém ela tem limitações. Não importa como você
envia mensagens, ou qual meio físico você usa, a largura de banda é limitada.

O throughput se refere à largura de banda real, medida em uma determinada hora do dia, com
o uso de rotas específicas da Internet, enquanto se faz o download de um determinado arquivo.
Infelizmente, por muitas razões, o throughput é muito menor que a largura de banda digital
máxima possível do meio que está sendo usado.

TRANSMISSÃO EM BANDA BÁSICA

Sempre que se desejar transmitir um sinal digital por uma longa distância, dois problemas
deverão ser resolvidos: como expressar a mensagem (tipo de codificação) e como transportar
a mensagem (tipo de modulação).

A modulação não é a única forma de se transmitir um sinal digital para um ponto remoto.
Desde que a distância entre o transmissor e receptor seja de alguns quilômetros, a banda de
transmissão disponível seja em torno de 15 KHz e o meio de transmissão tenha certas
características, é possível realizar a codificação banda base do sinal digital.

Esse processo consiste na reconfiguração do sinal digital, informação que se quer transmitir,
em um sinal mais bem adaptado às condições de transmissão.

CLASSIFICAÇÃO DOS SINAIS CODIFICADOS

A codificação do sinal digital em banda base pode ser classificada de duas formas: quanto à
duração do pulso e quanto à polaridade do pulso.

Quanto à duração do pulso temos:

NRZ (Non Return to Zero) -Cada bit 0 é representado por um pulso Off e cada bit 1 por
um pulso On ocupando todo o intervalo significativo do bit;

RZ (Return to Zero) -Cada bit 1 é representado por um pulso On positivo ou negativo, com
duração de meio intervalo do bit. Cada bit 0 é indicado por uma não-mudança, não há pulso na
ocorrência de bit 0.

Quanto à polaridade:

Unipolar -Os dois níveis têm a mesma polaridade, por exemplo, o bit 0 é igual a 0V e o bit 1é
igual a +V.

Polar -Os dois níveis são representados com pulsos de polaridades opostas. Por exemplo, o bit
0 é igual a -V e o bit 1 é igual a +V.
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29

Bipolar -Os sucessivos bits 1 são representados com pulsos de polaridade alternada.

TÉCNICAS DE CODIFICAÇÃO

Existem diversas técnicas de codificação banda base, vejamo algumas dessas técnicas.

CODIFICAÇÃO NRZ

Com o código NRZ, o nível do sinal é mantido constante em uma de duas tensões possíveis,
pela duração de um intervalo de bit. Se as duas voltagens permitidas são0eV,a forma de onda
NRZ é dita Unipolar. Esse sinal tem um componente DC diferente de zero. Por outro lado, o
sinal NRZ Bipolar usa duas polaridades, +V e -V, deste modo provê uma componente DC nula.
A codificação NRZ apresenta carência de transições de dados, o que resulta em um pobre
desempenho na recuperação do clock. Essa característica limita seu uso apenas para
pequenas distâncias de transmissão e conexões entre estações.

A forma mais simples de codificação NRZ consiste em associar um nível de tensão a cada bit.
Essa codificação é conhecida por NRZ-L (Non Return to Zero Level), um bit 1 será associado a
um nível de tensão e um bit 0 sob a forma de uma tensão baixa ou ausência de tensão.

O padrão de codificação NRZ é bastante encontrado em fitas magnéticas, pois evita que
seqüências de bit nível 1 não apresentem nenhuma variação. A sigla NRZ remete à sentença
Non-Return to Zero, ou sem retorno para zero; isto porque o bit transmitido permanece em seu
nível correspondente por todo o período, não retornando para zero quando este está sendo
representado por um sinal nível 1. Na codificação NRZ-M os bits não têm um nível de tensão
fixo que os represente, o valor de tensão que este apresentará será relativo ao valor assumido
pelo bit anterior. Os bits de valor 1 são representados por uma transição de nível no início de
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30

seu período, enquanto que bits de valor zero não apresentam transição alguma ao longo de
seu período. Como pode haver seqüências sem qualquer transição, como uma seqüência de
bits 0, por exemplo, faz-se necessário a transmissão também de um sinal de sincronismo.
Sendo então, essa codificação qualificada como codificação síncrona.

CODIFICAÇÃO RZ
O nível do sinal que representa o bit de valor 1 dura a primeira metade do intervalo do bit, após
o qual o sinal retorna para o nível de referência (zero) para o restante do intervalo do bit (outra
metade). Um bit 0 é indicado por uma não-mudança de nível, com o sinal continuando no nível
de referência (zero). Sua principal vantagem reside no aumento das transições em comparação
com a codificação NRZ, com uma melhoria na recuperação do Clock. A figura 39 apresenta um
exemplo de codificação RZ.

1
CODIFICAÇÃO MANCHESTER
Nenhuma das codificações do 802.3 utiliza a codificação binária direta com 0 volts para bit 0 e
5 volts para um bit 1, pois isso gera ambiguidades. Se uma estação enviar o string de bits
0001000, outras poderão erroneamente interpretá-lo como 100000000 ou 01000000, pois não
conseguem identificar a diferença entre um transmissor inativo(0 volts) e um bit 0 ( 0 volts).
É necessário haver uma maneira de os receptores determinarem exatamente o início, o fim ou
o meio de cada bit, sem fazer referência a um relógio externo. Dois desses métodos são
denominados codificação Manchester ( Manchester Encoding) e codificação Manchester
Diferencial (Diferential Manchester Encoding). Na codificação Manchester , cada período de
bits é dividido em dois intervalos iguais. Um bit 1 binário é enviado quando a voltagem é
definida como alta durante o primeiro intervalo e como baixa no segundo intervalo. No 0
binário, acontece exatamente o contrário: primeiro baixa e depois alta. Esse esquema garante
que cada período de bits tenha uma transição na parte intermediária, tornando fácil para o
receptor sincronizar-se com o transmissor . A desvantagem da codificação Manchester é que
ela requer duas vezes mais largura de banda que a codificação binária direta, pois os pulsos
são a metade da largura. A codificação Manchester é mostrada na Figura a seguir.

A codificação Manchester diferencial, mostrada na figura acima é uma variação da codificação


Manchester básica. Nela, um bit 1 é indicado pela ausência de uma transição no início do
intervalo. Um bit 0 é indicado pela presença de uma transição no início do intervalo. Em ambos
os casos, existe uma transição no meio. O esquema diferencial requer equipamento mais
complexo, mas oferece menor imunidade a ruído. Todos os sistemas de banda básica usam a

1
Segundo Tanenbaum
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31

codificação Manchester devido a sua simplicidade. O sinal alto é de +0,85 volts e o sinal baixo
é de -0,85 volts, resultando em um valor DC de 0 volts.

CODIFICAÇÃO AMI (ALT ERNATE MARK INVERTION)


O método bipolar AMI (Alternate Mark Inversion -Inversão Alternada de Marcas) utiliza três
níveis de sinal (+,0,-) para codificar a informação binária a ser transmitida. O bit "0" é
representado pelo nível 0 (nível nulo), enquanto o bit "1" corresponde a pulsos retangulares
com metade da duração do bit e polaridade alternada (+,-). Com essa alternância de marcas,
consegue-se garantir a ausência de nível DC no sinal codificado, entretanto, quando ocorrer
uma seqüência longa de zeros, o sinal codificado fica muito tempo sem transições na linha, o
que dificulta o sincronismo do clock. A figura 41 apresenta uma codificação AMI.

CODIFICAÇÃO HDB-3 (HIGH DENSITY BIPOLAR WITH 3 ZERO MAXIMUM


TOLERANCE)

Para assegurar um número mínimo de transições no sinal codificado, é necessário limitar as


longas seqüências de nível "0" no sinal de dados. Isso é feito violando-se a regra bipolar
(polaridades alternadas para os bits "1") através da codificação HDB-3 (Código com Alta
Densidade de Pulsos). Nesse tipo de codificação, o sinal digital a ser transmitido é verificado e,
cada vez em que é detectada uma seqüência de quatro zeros consecutivos, esta seqüência é
substituída por uma outra seqüência padronizada. Para isso, é utilizado o recurso da "violação",
que consiste no uso de um pulso contendo a mesma polaridade que o pulso anterior. No HDB-
3, os quatro zeros consecutivos são substituídos pela seqüência 000V ou V00V, onde "V" é a
violação, e a substituição dependerá do último pulso transmitido, observando sempre o
princípio da alternância de pulsos.
Caso o último pulso transmitido não seja uma violação e tenha polaridade oposta à polaridade
da violação anterior, transmitirá 000V.
No caso em que o último pulso transmitido seja uma violação ou tenha polaridade idêntica à
polaridade da violação anterior, transmitirá V00V.
Na recepção, o decodificador tem de verificar, inicialmente, a violação AMI e, posteriormente, o
número de zeros que precede essa violação, para determinar se o último pulso transmitido é
também uma violação. Isto é feito da seguinte forma: se na recepção houver dois pulsos, com
mesma polaridade, separados por três zeros, o segundo pulso é violação, logo, é suprimido. Se
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32

na recepção houver dois pulsos, com mesma polaridade, separados por dois zeros, ambos os
pulsos são violação, logo, ambos são eliminados.
Na codificação HDB-3 são contornados os problemas do aparecimento do nível DC e da falta
de transições para recuperação do sinal de clock.

A tabela a seguir, resume o processo de codificação HDB-3

TRANSMISSÃO ASSÍNCRONA
A transmissão assíncrona não utiliza um mecanismo de clock para manter o dispositivo emissor
e receptor sincronizado. Como o fluxo de caracteres não é homogêneo, não haveria como
distinguir a ausência de bits sendo transmitidos de um eventual fluxo de bits zero e o receptor
nunca saberia quando viria o próximo caractere. Portanto, o receptor não teria como identificar
o que seria o primeiro bit do caractere.
Para resolver esses problemas de transmissão assíncrona, foi padronizado que, na ausência
de caracteres a serem transmitidos, o transmissor mantém a linha sempre no estado 1 (Idle),
ou seja, transmite ininterruptamente bits 1, o que distingue também de linha interrompida.
Quando o transmissor transmite um caractere, para permitir que o receptor reconheça o seu
início, o transmissor insere um bit de partida, denominado de start bit. Convencionou-se que
esse start bit seria um bit 0 interrompendo, assim, a seqüência de bits 1 que caracteriza a linha
livre (Idle).
Para maior segurança, ao final de cada caractere, o transmissor insere um ou dois bits de
parada, dependendo do padrão adotado, denominado stop bit. Convencionou-se que esse stop
bit seria um bit 1, para distingui-lo do start bit.
Os bits de informação são transmitidos em intervalos de tempo uniforme entre o start bit eo
stop bit. Portanto, o transmissor e o receptor somente estarão sincronizados durante o intervalo
de tempo entre os bits de start e stop. A transmissão assíncrona também é conhecida como
star-stop. A figura ilustra a transmissão assíncrona de dois caracteres.

A detecção de erros em transmissão assíncrona utiliza o bit de paridade. Vários esquemas são
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33

implementados para uso do bit de paridade. Os mais comuns são os seguintes:


Paridade par -O bit de paridade é definido para assegurar que seja enviado um
número par de bits 1. Se o campo de dados tiver três bits 1, o bit de paridade será
definido em 1 para produzir um total de 4 bits.
Paridade ímpar -O bit de paridade é definido para assegurar que seja enviado um
número ímpar de bits 1. Se o campo de dados tiver três bits 1, o bit de paridade será
definido em 0 para produzir um total de três bits 0.
As técnicas de paridade podem detectar erros que afetam um bit. Elas podem, contudo, ser
incapazes de detectar erros que afetam dois ou mais bits.
A transmissão assíncrona é uma tecnologia simples e barata, adequada para transmissão de
pequenos frames em intervalos irregulares.
Como os bits de início, de fim e de paridade precisam ser acrescentados a cada caractere a
ser transmitido, o desempenho da transmissão assíncrona não atende de forma satisfatória à
troca de grandes quantidades de dados.
A transmissão assíncrona é freqüentemente utilizada para comunicações micro a micro e
terminal a Host. Os dados nesses ambientes são geralmente de natureza intensa e baseados
em caracteres, o que é ideal para a comunicação assíncrona. Em ambos os casos, geralmente
também é desejável reduzir custos com hardware de comunicação, o que é mais bem atingido
com a transmissão assíncrona.

TRANSMISSÃO SÍNCRONA

Na comunicação síncrona, o intervalo de tempo entre dois caracteres subseqüentes é fixo.


Nesse método, os dois dispositivos, transmissor e receptor, são sincronizados, pois existe uma
relação direta entre o tempo e os caracteres transferidos.
A comunicação poderá ser feita de forma mais eficiente se os clocks nos dispositivos
transmissor e receptor estiverem sincronizados. Essa sincronização é realizada de duas
maneiras:
Transmitindo-se sinais de sincronização juntamente com os dados. Algumas técnicas
de codificação garantem uma transição de sinal com cada bit transmitido, são
inerentemente sinais de clock interno.
Utilizando-se um canal de comunicação separado para transportar o sinal de dados e
outro para transportar o sinal de clock.
Ambas as transmissões começam com uma série de sinais sincronizados, que informam ao
receptor o início de um frame. Os sinais sincronizados geralmente utilizam um padrão de bits
que não pode aparecer em qualquer ponto nas mensagens, garantindo que eles serão sempre
distintos e fáceis de ser reconhecidos pelo receptor.
Uma ampla variedade de tipos de dados pode ser transmitida. A figura 45 ilustra um frame de
dados baseado em caracteres. Observe que os caracteres múltiplos podem ser transmitidos
em um único frame de dados. Como o transmissor e o receptor permanecem sincronizados
durante a transmissão, os frames podem ser extensos.

SYN SYN STX DADOS ETX BCC

Quando os frames são maiores, a paridade passa a não ser mais um método adequado de
detecção de erros. Se estiverem ocorrendo erros, é mais provável que vários bits serão
afetados e que as técnicas de paridade não informarão um erro adequadamente. A técnica
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34

usada com a transmissão síncronaéade verificação de redundância cíclica, conhecida como


CRC (Cyclic Redundancy Check). O transmissor utiliza um algoritmo para calcular um valor de
CRC que
resuma o valor inteiro de bits de dados. Esse valor de CRC é anexado ao frame de dados. O
receptor usa o mesmo algoritmo, recalcula o CRC e compara o CRC inserido no frame ao valor
que havia calculado. Se os valores corresponderem, é praticamente certo que o frame foi
transmitido sem erro.
Um padrão de bit de fim inequivocamente indica o fim de um frame. Assim como os bits de
sincronização, o padrão de bit de fim é freqüentemente um padrão que não pode aparecer no
corpo de um frame de dados, eliminando a confusão por parte do receptor.
Quando os enlaces (links) de transmissão síncrona estão inativos, é comum transmitirem-se
bits de preenchimento que mantêm dispositivos sincronizados, eliminando a necessidade de
sincronizar novamente os dispositivos, quando um novo frame for transmitido.
A transmissão síncrona tem muitas vantagens sobre a assíncrona. Os bits de overhead (de
sincronização, CRC e fim) são uma proporção menor do frame de dados geral, tornando a
transmissão síncrona muito mais eficaz no uso da banda passante. A sincronização permite
que os sistemas utilizem velocidades mais elevadas e melhorem a detecção de erros.
A desvantagem da transmissão síncrona está principalmente nos custos mais elevados em
virtude da maior complexidade dos componentes necessários no circuito. Conseqüentemente,
a transmissão síncrona é empregada principalmente quando grandes volumes de dados
precisam ser transmitidos.
A transmissão síncrona é normalmente utilizada em comunicações mainframe a mainframe,eé
também usada para se atingirem altos níveis de eficácia em redes locais. Tanto o padrão
Ethernet como o Token Ring, por exemplo, utilizam sinais de clock interno.

MODULAÇÃO

MODULAÇÃO EM AMPLITUDE POR CHAVEAMENTO - ASK

ASK (Amplitude Shift-Keying), é a técnica de modulação mais simples entre as utilizadas para
modular sinais discretos (digitais). Consiste na alteração da amplitude da onda portadora em
função do sinal digital a ser transmitido. A modulação em amplitude translada o espectro de
frequência baixa do sinal binário, para uma frequência alta como é a da onda portadora.
A amplitude da portadora é comutada entre dois valores, usualmente ligado e desligado ( na
modulação em amplitude multinível podem ser utilizados mais valores). A onda resultante
consiste então em pulsos de rádio frequência ( RF ), que representam o sinal binário "1" e
espaços representando o dígito binário "0" (supressão da portadora).
Esta técnica é equivalente a modulação AM para sinais contínuos com um sinal modulante na
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35

forma de um pulso retangular. O preço desta simplicidade é a excessiva largura de faixa da


transmissão. A técnica de modulação ASK também representa perda de potência relativa a
onda portadora.
A largura de faixa da transmissão pode ser reduzida se os pulsos empregados forem
formatados (limitados em banda) antes da modulação.

PSK MODULAÇÃO EM FASE POR CHAVEAMENTO


A técnica de modulação conhecida por PSK ( Phase Shift- Keying), é o processo pelo qual se
altera a fase da onda portadora em função do sinal digital a ser transmitido. Para este processo
são usados pulsos bipolares de altura A/2 e - A/2 no sinal senoidal da onda portadora em lugar
de dois pulsos de altura 0 e A.
Quando ocorrer uma transição de nível lógico do sinal digital a ser transmitido (sinal modulante
), haverá uma mudança de 180 graus na fase da onda portadora com relação ao ângulo
anterior. A transição observada pode ser tanto de nível lógico "0" para "1" como de nível lógico
"1" para "0".
Para este tipo de modulação deve se usar a detecção síncrona , já que esta tem como base o
conhecimento preciso a respeito da fase da onda portadora recebida, bem como da sua
frequência. Esta técnica de modulação devido ao fato mencionado, envolve circuitos de
recepção (demodulação ) mais sofisticados; em compensação oferece melhor desempenho
que as técnicas ASK e FSK
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36

MODULAÇÃO EM FREQUÊNCIA POR CHAVEAMENTO - FSK

O processo de modulação FSK (Frequency shift-keying), consiste em variar a frequência da


onda portadora em função do sinal modulante, no presente caso, o sinal digital a ser
transmitido. Este tipo de modulação pode ser considerado equivalente a modulação em FM
para sinais analógicos.
A amplitude da onda portadora modulada é mantida constante durante todo o processo da
modulação; quando ocorrer a presença de um nível lógico "1" no sinal digital, a frequência da
portadora é modificada para poder ser depois compreendida no processo de demodulação. A
frequência resultante transmitida será a frequência da onda portadora fp diminuida de uma
frequência de desvio fd . Matematicamente a onda resultante modulada será:
fr = fp - fd .
Se registrada a ocorrência de um nível lógico "0" no sinal digital, a frequência resultante
aplicada será a frequência da onda portadora acrescida da frequência de desvio:
fr = fp + fd .
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37

MODULAÇÃO DPSK (DIFFERENTIAL PHASE SHIFT KEYING – MODULAÇÃO POR


DESVIO DE FASE DIFERENCIAL):

Éé uma variante da PSK, onde a cada bit não se associa uma fase da
portadora, mas, sim, uma mudança ou não desta mesma fase, ou seja, para cada bit “0”,
efetua-se uma inversão de 180º na fase da portadora e, no bit “1” não se altera a fase,
conforme figura abaixo.
A modulação DPSK tornou-se padrão (CCITT) para as transmissões síncronas de
1.200 a 4.800bps.
Verificamos neste tipo de modulação que as alterações na fase da portadora são realizadas
tomando como referência a última alteração produzida, o que obriga a portadora a alterar-se
mesmo numa seqüência de bits iguais (no caso bits “0”), ajudando sobremaneira ao
sincronismo de comunicação.

PROBLEMAS NA TRANSMISSÃO DE SINAIS

Ao longo da transmissão de um sinal podem ocorrer alguns problemas


indesejáveis.conhecidos como contaminação. A seguir são apresentados os mais
importantes.

ATENUAÇÃO

Quando a amplitude de um sinal sofre uma redução durante uma transmissão, é dito
que o sinal sofreu uma atenuação, portanto atenuação é a perda de energia do sinal
para o meio físico. Isso ocorre, por exemplo, quando os cabos excedem a extensão
máxima. Isso significa que um sinal com nível 1 sofre redução em sua amplitude, à
medida que a energia passa do sinal para o cabo. Embora a escolha cuidadosa dos
materiais (por exemplo, usar cobre em vez de carbono) e a geometria (a forma e o
posicionamento dos fios) possam reduzir a atenuação elétrica, alguma perda será
sempre inevitável quando a resistência elétrica estiver presente. Todo meio físico
metálico possui uma resistência, portanto todo sinal, quando transmitido em um cabo,
sofrerá uma redução em sua amplitude devido ao meio.
A atenuação também acontece com sinais ópticos; a fibra óptica absorve e dispersa
alguma energia da luz quando o pulso de luz (bit) trafega pela fibra. Isso pode ser
minimizado pelo uso de uma fibra monomodo ou multimodo. Mesmo com essas
opções, alguma perda de sinal é inevitável.
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38

A atenuação também ocorre em ondas de rádio e microondas, quando são absorvidas


e dispersadas por moléculas específicas na atmosfera. A atenuação pode afetar a
transmissão, uma vez que limita o comprimento dos cabos pelos quais a mensagem
pode ser enviada. Se o cabo for longo ou atenuante demais, um bit 1 enviado de uma
origem pode parecer um bit 0 quando chegar ao seu destino.

REFLEXÃO
A reflexão ocorre durante uma transmissão quando um sinal elétrico encontra uma
descontinuidade no meio. Uma parte da energia do sinal que foi transmitido retorna
provocando alterações no sinal original. No caso de uma transmissão digital, se não
for controlada com cuidado, essa energia refletida interfere nos bits posteriores. A
figura 48 ilustra o efeito da reflexão na transmissão de um sinal digital.
Quando pensamos em um único bit, podemos não visualizar tal problema, porém, em
uma rede, onde comumente queremos transmitir milhões de bits por segundo, é
necessário controlar essa energia refletida. Dependendo do cabeamento e das
conexões usadas pela rede, as reflexões podem ser um grande problema.
A reflexão também ocorre na transmissão de sinais ópticos. Os sinais ópticos são
refletidos sempre que atingem uma descontinuidade na fibra óptica. Um exemplo
desse efeito pode ser notado à noite quando olhamos pela janela e é possível ver
nosso reflexo, mesmo ela não sendo um espelho. A luz refletida do seu corpo reflete-
se na janela. Isso também acontece com ondas de rádio e microondas, quando
encontram camadas diferentes na atmosfera. A reflexão pode causar problemas na
transmissão de sinais. Para otimizar o desempenho das transmissões de dados, é
importante que os canais de comunicações tenham impedância específica, para
coincidir com os componentes elétricos nas placas de rede. A menos que os meios
tenham a impedância correta, o sinal irá sofrer reflexão e será gerada uma
interferência.

RUÍDOS
O ruído é o pior caso dos problemas encontrados na transmissão de sinais. O ruído
pode ser considerado como sinais elétricos aleatórios imprevisíveis de causas
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39

naturais, tanto externos como internos ao sistema. A figura 49 apresenta o registro de


um ruído elétrico no domínio do tempo.
O ruído pode tornar a informação ininteligível e até inviabilizar as comunicações.
Existem diversos tipos de ruídos:
Diafonia -Quando o ruído elétrico no cabo é originado de sinais presentes em
outros fios do mesmo cabo, isto é conhecido como diafonia. Quando dois fios
estão próximos e não estão trançados, a energia de um fio pode acabar em um
fio adjacente devido à indução eletromagnética e vice-versa. Isso pode causar
ruído nas duas extremidades de um cabo terminado. Existem, na verdade,
várias formas de diafonia que devem ser consideradas na criação de
cabeamento de redes, por exemplo, que podem ser tratadas com tecnologia de
terminação, observância rigorosa aos procedimentos padrão de terminação e
uso de cabos de par trançado de qualidade.
Ruído térmico -O ruído térmico é inevitável, pois os elétrons estão em
constante movimento. Porém, esse tipo de ruído é relativamente pequeno se
comparado ao nível elétrico do sinal.
Ruído de terra de referência -Os ruídos provocados pelo terra de
referência são problemas cruciais na transmissão de sinais. O ruído da linha
AC está sempre a nossa volta, pois a eletricidade é levada a aparelhos e
máquinas através de fios embutidos em paredes, pisos e tetos. Se o ruído não
for evitado corretamente, o ruído de linha de energia pode causar problemas
graves na transmissão e recepção de dados.. Essa interferência pode ser difícil
de ser detectada e rastreada. Comumente, ela se origina no fato de os
eletricistas e instaladores não se preocuparem com o comprimento dos fios
terra e neutro, que são levados a cada tomada elétrica. Infelizmente, quando
os fios são longos, podem agir como uma antena e captar o ruído elétrico.
Interferência eletromagnética -Os raios, motores elétricos e sistemas de
rádio são as fontes externas de impulsos elétricos mais comuns que podem
prejudicar a qualidade de sinais elétricos. Esses tipos de interferência são
chamados interferência eletromagnética e interferência da freqüência de
rádio..Cada fio em um cabo pode agir como uma antena. Quando isso
acontece, o fio, na verdade, absorve sinais elétricos de outros fios do cabo e de
fontes elétricas fora do cabo. Se o ruído elétrico resultante obtiver um nível
suficientemente alto, isso pode atrapalhar a distinção entre o ruído e o sinal.
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40

DISPERSÃO
A dispersão ocorre quando durante uma transmissão de dados o sinal se espalha com
o tempo. É causada pela influência do meio de comunicação envolvido. Se a
dispersão for suficientemente séria, um bit pode interferir no próximo bit e confundi-lo
com os bits anteriores e posteriores. A figura 50 ilustra a dispersão de um bit.

Uma vez que se deseja enviar bilhões de bits por segundo, deve-se ter cuidado para
não permitir que os sinais se espalhem. A dispersão pode ser resolvida com um
projeto de cabo apropriado, limitando o comprimento dos cabos e encontrando a
impedância do cabo adequada.
Em fibras ópticas, a dispersão pode ser controlada pelo uso de um laser de
comprimento de onda específico. Para comunicações sem fio, a dispersão pode ser
minimizada pela seleção adequada das freqüências usadas para transmissão.

LATÊNCIA

A latência, também conhecida como atraso, tem duas causas principais.


Primeiramente, a teoria da relatividade de Einstein afirma que "nada pode viajar mais
rápido que a velocidade da luz no vácuo (3,0x108 metros/segundo)". Numa
transmissão de dados, geralmente, os sinais trafegam a uma velocidade um pouco
menor do que a velocidade da luz no vácuo.
Os sinais em meios de comunicação de cobre trafegam a uma velocidade no
intervalo de 1,9x108 m/s a 2,4x108 m/s. Os sinais em meios de comunicação de fibra
óptica trafegam a aproximadamente 2,0x108 m/s. Então, para trafegar por uma
distância, um bit leva pelo menos um pequeno intervalo de tempo para chegar ao seu
destino. Além disso, se o bit trafegar através de dispositivos eletrônicos, a latência
aumentará. A solução para o problema da latência é o uso cuidadoso de dispositivos
de internetworking, diferentes estratégias de codificação e protocolos de várias
camadas.
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41

MODEMS

Um dos meios de comunicação mais utilizados são as linhas telefônicas,


sistemas de rádio, microondas. Tais meios foram projetados para transmitir
freqüências da voz humana, sendo que esses sinais são analógicos e estão
compreendidos entre as freqüências 15 Hz e 15.000Hz. Por questões de economia, foi
escolhida a faixa de voz entre 300 e 3400Hz para a construção das linhas telefônicas,
o que garante 85% da inteligibilidade (palavras bem compreendidas numa
conversação) e 68% de energia da voz humana.
A largura do canal de voz em telecomunicações é de 4000Hz, sendo que as
extremidades (0 a 300Hz e 3400 a 4000Hz) são utilizadas como banda de guarda para
evitar a interferência entre os sinais que fluem em canais vizinhos (figura 16). Se
injetarmos em uma linha telefônica os sinais binários oriundos do computador,
obteremos na outra ponta um sinal distorcido, no qual as transições se mostram bem
atenuadas e poderá ser interpretado erroneamente pelo destino.
A solução é adaptar o sinal digital aos tipos de degradação inerentes aos meios
de transmissão. Para isto, foram desenvolvidos dispositivos capazes de transformar o
sinal digital do computador em uma forma possível de ser transmitida pelo meio sem
que ocorram danos graves. Esses dispositivos são chamados de Modems.
O Modem, cujo nome é formado pela contração das palavras modulador
edemulador. É um equipamento bidirecional que, instalado nas duas extremidades de
uma linha telefônica, por exemplo, tem por função adequar um sinal digital às
características da linha.
Esse equipamento executa uma transformação, por modulação (modem
analógico) ou codificação (modem digital), dos sinais digitais emitidos pelo
computador, gerando sinais analógicos adequados à transmissão sobre uma linha
telefônica. No destino, um equipamento igual a esse demodula (modem analógico) ou
decodifica (modem digital) a informação, entregando o sinal digital restaurado ao
equipamento terminal a ele associado.
Os sinais, no seu formato digital normal, podem ser transmitidos por cabo
comum a uma distância de 15 metros no máximo. Além deste limite, o índice de erros
pode se tornar extremamente elevado, exigindo o uso de Modems para resolver o
problema.

MODEMS ANALÓGICOS

Os Modems analógicos são equipamentos que realizam o processo de


modulação para que os sinais digitais possam trafegar pelo meio telefônico. Na
transmissão, o modulador recebe os bits e faz com que atuem sobre uma onda
portadora senoidal, geralmente da faixa de áudio de 300 Hz a 4 KHz, para modificar a
sua amplitude (ASK), freqüência (FSK) ou fase (PSK), ou dois desses parâmetros
simultaneamente (QAM).
Eletronicamente, o estágio modulador efetua uma operação denominada
chaveamento (keying) da portadora analógica, que consiste na modulação de um sinal
digital. Na recepção, o Modem opera inversamente, e ao receber a portadora
chaveada, recupera os bits da informação, refazendo os pulsos.
5.4.2. Modems digitais

Os Modems digitais são equipamentos que realizam uma codificação no sinal


digital visando a adequá-lo à transmissão em uma linha física. A codificação é uma
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42

mudança na representação do sinal digital, transformando o próprio sinal digital


oriundo de um computador em um outro sinal mais adequado às condições da linha.
Rigorosamente, esse tipo de equipamento não deveria ser chamado de
Modem, uma vez que não realiza a modulação/demodulação do sinal digital. Os
Modems digitais são também conhecidos como Modem Banda Base ou Data Set.
Uma das vantagens de se usar um Modem digital é que, pelo fato de apenas
realizar a codificação do sinal, ele é mais simples em nível de circuitos, tornando o seu
preço mais acessível que os Modems analógicos.
As diversas técnicas de codificação do sinal digital como AMI, HDB-3 e Miller
procuram gerar o sinal codificado com muitas transições, a fim de facilitar a
recuperação do sincronismo no Modem receptor. Além disso, procura-se concentrar o
espectro de transmissão do sinal codificado dentro de uma faixa de freqüência com
pouco componente DC.

5.4.3. Comparação entre Modems digitais e analógicos

Fatores Modem digital Modem analógico


Custo Econômico Caro
Modulação Codificação ASK, FSK, PSK e QAM
Codificação AMI, HDB-3 e Miller Modulação

Distância Pequena:8a20Km Não tem limite


Opera em determinadas
Velocidade Opera em qualquer velocidade
velocidades

Conexão Interurbana Inadequado Adequado


CCITT Não são padronizados São padronizados

5.4.4. FUNCIONAMENTO INTERNO DE UM MODEM

• SUPRESSOR DE ECO
Eco é a reflexão de parte da energia transmitida de um sinal, resultante do
descasamento de impedância entre uma linha a dois fios e a linha híbrida do modem
distante (circuito elétrico constituído por 2 transformadores, com o objetivo de realizar
a conversão de 2 fios para 4 fios e -vice-versa). Para evitar esse inconveniente, é
utilizado um circuito elétrico denominado Supressor de Eco, que elimina o sinal
refletido na linha de transmissão.

• EQUALIZADORES
Os equalizadores são circuitos especiais compostos de malha de resistências,
capacitores e indutores que são adicionados ao meio de transmissão para melhorar a
resposta à atenuação, aos retardos de freqüências inferiores do sinal e às perdas
pequenas para freqüências superiores. Existem diversos tipos de equalizadores
implementados nos modems.
Equalizadores fixos -Compensam uma curva de distorção levantada
estatisticamente e com parâmetros invariáveis.
Equalizadores manuais -Ajustados manualmente à curva característica da linha
que está sendo utilizada.
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43

Equalizadores automáticos -Ajustam-se automaticamente, sem intervenções


manual, no momento da inicialização do Modem. Para isso, ocorre troca entre os
Modems de certos padrões específicos durante o intervalo RTS/CTS.
Equalizadores adaptativos -Ajustam-se didaticamente às condições da linha,
baseados em análise do sinal que está sendo recebido.

SCRAMBLER
O scrambler é um circuito interno dos Modems analógicos que realiza um
"embaralhamento" dos dados a serem transmitidos, segundo um padrão definido, de
modo a possibilitar o posterior "desembaralhamento" na recepção. Normalmente, esse
embaralhamento é feito usando-se o método polinomial, no qual os dados a serem
transmitidos são divididos pelo polinômio padrão e, na recepção, multiplicam-se,
assim, os dados originais. O dispositivo de acesso à rede telefônica DART é um
acessório dos Modems analógicos de baixa velocidade, cuja finalidade é tornar
possível a utilização desses Modems na rede telefônica comutada (discada),
alternadamente com o aparelho telefônico.

DRA
O dispositivo de resposta automática DRA é um acessório dos Modems de
baixa velocidade. Sua finalidade é capacitar os Modems a serem utilizados na rede
telefônica comutada (discada), alternadamente com o aparelho telefônico, permitindo o
estabelecimento de ligações para a transmissão de dados sem a necessidade do
operador.

CONDIÇÕES DA PORTADORA
Um modem assíncrono pode ser configurado para trabalhar com a portadora
em duas condições:
Portadora constante -Sempre presente na linha, mesmo que não tenha dados a
transmitir.
Portadora controlada -A portadora só aparece na linha mediante a solicitação
do terminal, através do sinal RTS.

Alguns tipos de Modems permitem trabalhar com a pseudoportadora,


simulação da portadora, ou seja, a portadora está sempre presente na linha.

SEQÜÊNCIA DE SINCRONIZAÇÃO
Os Modems de alta velocidade síncronos analógicos são dotados de uma
seqüência de sincronização (bits predefinidos), que é enviada pelo modem local
durante o intervalo RTS-CTS, com a finalidade de ajustar os circuitos: AGC,
equalizador, amplificador e oscilador do Modem remoto.
Todos os tipos de Modems analógicos ou digitais possuem recursos de Loop,
que permitem pesquisa de problemas nos circuito de comunicação de dados.

5.4.5. PADRÕES DE MODEMS


Os seguintes padrões de Modems foram desenvolvidos pela CCITT:

V.22, V.22 BIS -PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS:


° Transmissão de dados síncrona/assíncrona; ° Operações full duplex; ° Taxa
de transmissão de dados de 1200 bps (V.22 bis, 2400 e 1200 bps); ° Os usuários
podem eliminar a despesa de um acesso dedicado e usar os modems V.22 acoplados
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44

a linhas telefônicas de discagem; ° Acomoda os equipamentos encontrados na rede


"híbrida" de hoje: mainframes e terminais síncronos, e PC's assíncronos; ° O V.22 bis
duplica o número de troca de dados (para 2400 bps) para maior rapidez em
transferência de arquivos maiores.

V.25, V.25 BIS -CARACTERÍSTICAS:


° Discagem automática e circuitação de resposta para uso em linhas de
discagem direta; ° O V.25 define uma interface paralela de discagem; ° O V.25 bis
define uma interface serial de discagem. ° Esses padrões permitem que qualquer
computador, síncrono ou assíncrono, execute funções de autodiscagem com um
modem nos padrões V.25.

V.32 -CARACTERÍSTICAS:
° Transmissão de dados síncrona/assíncrona; ° Operação full duplex sobre
discagem direta de 2 fios, ou de linhas dedicadas de 2/4 fios; ° Taxa de transmissão
de dados de 9600 bps (alternância para 4800 bps); ° Primeiro padrão universal para
modems de 9600 bps, em linhas telefônicas dedicadas ou de discagem; ° Utiliza
modulação trellis-codificada permitindo maior velocidade de dados e reduzindo erros.

V.32 BIS -CARACTERÍSTICAS:


 Transmissão de dados síncrona/assíncrona;
 Operação full duplex sobre linhas dedicadas ou de discagem sobre dois
fios;
 Taxa e transmissão de 14400, 12000, 9600, 7200, 4800 bps;
 O modem V.32 bis transmite dados com maior rapidez -até 14400bps;
 O V.32 bis redefine as negociações sobre modems (training e
retraining). Training: procedimento que dois modems usam para fazer a
conexão, "discutem" e "concordam" sobre a taxa de transmissão de
dados. Retraining: negociação subseqüente à troca de dados (muitos
modems "concordam" em reduzir a transmissão para uma velocidade
menor, para sobreporem-se ao ruído da linha ambiente). O retraining é
ativado pelo ruído de linha. Após um "retraining"de modems, a
transferência de dados será resumida;
 O V.32 também proporciona um novo procedimento, chamado
"fastrain", que permite que o modem caia para uma velocidade menor,
ou suba para uma velocidade maior. Quando dois modems V.32 bis
fazem um "fastrain", eles param, determinam que podem correr mais, e
aumentam a velocidade em alguns milésimos de segundos;
 O V.32 bis pode enviar dados síncronos a 14400 bps, sobre uma linha
dedicada de 4 fios e uma linha de discagem sobre 2 fios -muito mais
barata do que a dedicada.

V.33 -CARACTERÍSTICAS:
° O V.33 você pode enviar dados síncronos a 14400 bps sobre uma linha
dedicada de 4 fios; ° Transmissão de dados assíncrona; ° Operação full duplex, sobre
linhas dedicadas de 4 fios; ° Taxa de transmissão de dados de 14000 ou 12000 bps.

V.34 -CARACTERÍSTICAS:
° Transmissão de dados síncrona/assíncrona; ° Operação full duplex, sobre dial
de dois fios, e linhas dedicadas; ° Queda de transmissão automática para os modems
compatíveis menos potentes, tais como V.32 bis, V.32, e V.22 bis. O V.34 suporta
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45

velocidades de 2,4 Kbps a 28,8 Kbps.

V.13 -CARACTERÍSTICAS:
° Proporciona controle half duplex simulado (switched-carrier);
° Os modems padrões V.32 e V.33 que suportam o V.13 podem ser
usados em ambientes síncronos, assim essas redes podem tirar proveito da tecnologia
V.32/V.33.

TECNOLOGIA V.90
Com a tecnologia V.90, uma das extremidades da comunicação, onde se
incluem provedores de acesso à Internet e corporações, deve ter uma conexão digital
com a rede telefônica, a fim de tirar proveito da alta velocidade desse tipo de conexão.

Tecnologia V.90

A comunicação só poderá chegar a 56 Kbps se, no caminho entre essas duas


extremidades, houver, no máximo, uma conexão analógica (a conexão entre o usuário
e sua central telefônica) e se todas as centrais telefônicas forem digitais. Embora,
atualmente, a maioria das redes telefônicas seja digital, ainda há uma linha analógica
da sua casa até a rede telefônica. Isso significa que você não poderá ligar para outro
usuário de Modem 56K a uma velocidade de 56 Kbps, pois essa transmissão envolve
duas conexões analógicas: uma da sua casa para a rede telefônica e outra da rede
telefônica para a casa do outro usuário.
No entanto, se você conectar-se a um provedor de serviços da Internet (ISP)
ou a um serviço de acesso remoto (RAS) da sua empresa, essas limitações
normalmente não o afetarão. O ISP e RAS têm conexões digitais, o que significa que
haverá somente uma conexão analógica em todo o percurso de transmissão (da sua
casa até a rede telefônica). A figura 61 ilustra a comunicação do usuário a um
provedor via ISP ou RAS
.
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46

Ilustração da comunicação do usuário com um provedor

As comunicações do modem 56K são assimétricas, ou seja, a velocidade de


transferência de dados downstream (dados enviados para o seu computador, como
download de arquivos, navegação na web, etc.) é de 56K, enquanto a velocidade de
transferência de dados upstream (dados enviados do seu computador, como uploads
de arquivos) é de 33,6K. Isto acontece porque a tecnologia V.90 é diferente dos outros
padrões, ou seja, ela codifica dados downstream digitalmente em vez de modulá-los,
como os Modems analógicos fazem, enquanto os dados upstream são enviados como
transmissões analógicas, seguindo o padrão V.34. A figura 62 apresenta um exemplo
de comunicação com Modem 56K, padrão V.90.

Por esse motivo, a tecnologia V.90 tornou-se ideal para os usuários da Internet,
pois a maioria das transmissões de dados são do tipo downstream.
A velocidade de 56K dificilmente é atingida, pois ela pode variar, dependendo
das condições da linha. Uma destas condições é a distância entre o Modem do
usuário e a central telefônica usada. Quanto maior for a distância percorrida pelos
dados, maior será a atenuação do sinal e maior também será a interferência de ruídos,
ocasionando erros que irão provocar constantes verificações e retransmissões, o que
forçará automaticamente a redução da velocidade.
Se a distância entre a central telefônica o e usuário for maior do que 4 km, o
Modem 56K não utilizará todo o seu potencial. Outro fator que pode influenciar a
velocidade é o fato de haver muitos aparelhos ligados em paralelo ao Modem (fax,
extensões, outros Modems), pois isto diminui a impedância da linha e reduz a
velocidade de transmissão.
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47

INTERFACE DE COMUNICAÇÃO DE DADOS


A comunicação entre o DTE (Data Terminal Equipment) e o DCE (Data Circuit
Equipment), geralmente envolve vários pares de fios, além de dados, também há
necessidade de circular informação de controle. Trata-se de uma interface de
comunicação de dados DTE-DCE, que possui várias padronizações.

RECOMENDAÇÕES

Internacionalmente, as primeiras tentativas de padronização surgiram em 1969,


quando a Bell e a EIA (Eletronic Industries Association) especificaram a RS-232, que
sofreu algumas alterações e passou a ser chamada de padrão RS-232C. Ao mesmo
tempo, o CCITT padronizou a interface terminal-Modem através das recomendações
V.24 e V.28. A diferença entre as duas padronizações é a pinagem do conector.
No Brasil, a Telebrás adota a norma internacional recomendada pelo CCITT. A
interface mecânica é padronizada pela ISO (International Organization for
Standartization), através de sua norma ISO 2593-1973, compatível com a V.24,
utilizando um conector de 25 pinos, denominado DB-25P.
A recomendação V.24 define a direção do sinal (origem/destino) e a função de
cada pino, enquanto a recomendação V.28 define as características elétricas dos
Modems e estabelece os níveis de tensão para a transmissão de dados. Na V.28, o
estado lógico 1 (marca) é definido como sendo uma tensão negativa compreendida
entre a faixa de -15 e -25 volts, enquanto o estado lógico 0 (espaço) é definido como
uma tensão positiva compreendida entre a faixa de +15 e +25 volts. Como os
receptores reconhecem sinais de no máximo +/-3 volts, sobra uma margem de
segurança (região de transição) de 6 volts entre os níveis1e0,que contribui para
aumentar a imunidade a ruídos.

RECOMENDAÇÃO V.24
Como mencionado anteriormente, a recomendação V.24 define as
características funcionais da interface, isto é, a função de cada pino e a direção do
sinal (origem/destino), especificando cerca de 40 circuitos. O número maior de
circuitos pela V.24, em relação à quantidade de pinos do DB-25P, é devido a essa
recomendação cobrir todos os tipos de Modems. Entretanto, para um determinado
modelo, apenas parte desse circuito é utilizado.

RECOMENDAÇÃO V.28
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48

A recomendação V.28 define as características elétricas dos Modems e


equipamentos, com velocidades inferiores a 20.000 bps, desenvolvidos com tecnologia
discreta.
A recomendação V.28 estabelece os níveis de tensão para a transmissão de
dados. Assim, o estado lógico 1 (marca) é definido como sendo uma tensão negativa
ente -15 e -25 volts, enquanto o estado lógico 0 (espaço) é definido como sendo uma
tensão positiva entre +15 e +25 volts, tudo referenciado ao terra de sinal e com
previsão de uma queda de tensão de 12 volts ao longo das linhas de transmissão
(cabo digital). Como os receptores são obrigados a receber sinais de, no máximo, +/-3
volts, sobra uma margem de segurança (região de transição) de 6 volts entre os
níveis1e0,oque contribui para aumentar a imunidade a ruídos e a diferença de
potencial de massa. O estado do sinal não necessariamente será identificado de forma
única quando a tensão estiver na região de transição.
Recomenda-se a utilização de cabos digitais curtos, interligando o DTE ao
DCE, com no máximo 15 metros.

PADRÃO RS-232C
Esse padrão define três tipos de conexão: elétrica, funcional, e mecânica.
Trata-se de interfaces mais comumente usadas, ideais para a faixa de transmissão de
dados de 0-20 Kbps. Esse padrão utiliza sinalização balanceada que é normalmente
utilizada com conectores da forma D de 25 pinos (DB25) para conectar os DTE's
(computadores, controladoras, etc.) e DCE's (modems, conversores, etc.). Os dados
seriais saem através da porta RS-232C, via pino Transmit Data (TD) e chegam à porta
RS-232C do dispositivo de destino através do pino Receive Data (RD). Compatível
com os padrões: ITU V.24, V.28; ISO IS2110. A figura 63 apresenta a pinagem do
conector DB-25 para a interface RS-232C.

Pinagem do conector DB-25 para a interface RS-232C

PADRÃO RS-442
O padrão RS-442 define uma interface balanceada sem nenhum conector físico
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49

que o acompanhe. Por não haver padronização de nenhum conector, os fornecedores


que aderiram a esse padrão utilizam muitos conectores diferentes, incluindo parafusos
terminais, DB9, DB25 com pinagem não padrão, DB25 seguindo o RS-530, e DB37
seguindo o RS-449. O RS-442 é muito utilizado em comunicações ponto a ponto,
conduzidas com um driver de estado duplo. As transmissões podem ir a longas
distâncias e a altas velocidades.

6.4. PADRÃO RS-449


Esse padrão define as interfaces funcionais e mecânicas para DTE/DCE's que
empregam intercâmbio de dados binários seriais. Trata-se de um padrão utilizado
geralmente em transmissões assíncronas. Identifica sinais que correspondem aos
números dos pinos para uma interface balanceada em conectores DB37 e DB9.
Deveria substituir o RS-232, mas a engenharia dos dois padrões é completamente
incompatível. A figura 64 apresenta a pinagem de um conector DB-37 para uma
interface RS-449.

6.5. PADRÃO RS-485


O padrão RS-485 é diferente do RS-442 no fato de que os drivers associados
utilizam três estados (são de estado triplo), em vez de dois (estado duplo). Utilizado
em aplicações multiponto, no qual um computador central controla vários dispositivos
diferentes. Pode-se ligar até 64 equipamentos com o RS-485.

6.6. PADRÃO RS-530


O padrão RS-530 está intrinsecamente ligado os padrões RS-449 e RS232,
pois ele ultrapassa o RS-449 e complementa o RS-232. Com base em uma conexão
de 24 pinos, trabalha em conjunto com interface elétrica RS-442 (circuito elétrico
balanceado), e com RS-423 (circuitos elétricos não -balanceados). Define as
interfaces mecânica e elétrica entre DTE's e DCE's que transmitem dados binários
seriais, sejam assíncronos ou síncronos. A grande vantagem desse padrão é o fato de
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50

permitir altas taxas de dados com o mesmo conector mecânico usado por RS-232
(apesar de não serem compatíveis). Acomoda transmissão de dados de 20 Kbps para
2 Mbps (a distância máxima depende da interface elétrica usada). Compatível com os
padrões ITU V.10, V.11, X25; MIL 188/14; RS-449. A figura 65 apresenta um conector
DB-25 para uma interface RS-530.

Principais sinais de uma interface de comunicação RS-530

Figura 25 -Conectores V.35 - para RS-530

A figura 26 apresenta o diagrama de interligação de um equipamento DCE para


outro DTE. A seguir são descritos os principais sinais de uma interface de
comunicação de dados.
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51

Figura 26-Interligação de equipamentos DCE -DTE

Cada pino da interface de comunicação de dados é ativado por um sinal


emitido pelo terminal ou Modem, exceto o sinal terra, terra de proteção e terra de sinal.
 Circuito 101 -Internamente ligado à caixa do Modem, sua função é
proteger o equipamento e o usuário contra descargas elétricas.
 Circuito 102 -Estabelece o nível de terra de sinal e pode ser ligado ao
"terra de proteção" por meio de um strap, conforme for necessário para
satisfazer as normas de segurança ou minimizar a introdução de ruído
em circuitos eletrônicos.
 Circuito 103 -É o circuito de transmissão. Os dados transmitidos pelo
terminal (DTE) são encaminhados ao Modem (DCE) para a modulação
e transmissão pelo pino 2.
 Circuito 104 -É o circuito de recepção. Os dados recebidos pelo
Modem (DCE) são demodulados e encaminhados ao terminal (DTE)
através do pino 3 na forma digital.
 Circuito 105 -É um circuito de controle. O RTS (Request to Send) é a
indicação do terminal ao Modem, através do pino 4, de que está pronto
para iniciar a transmissão de dados. Quando o Modem está com strap
para operar com portadora controlada, o mesmo só coloca a portadora
na linha mediante o aparecimento do RTS. Em transmissão half duplex,
o circuito 105 é quem comanda a liberação do clock do Modem para o
terminal (circuito 114, pino15 -Modem síncrono trabalhando com clock
interno). Com o sinal RTS, a portadora é liberada na linha e, depois de
decorrido o delay programado, é transmitido o sinal CTS (Clear to
Send)e começa a transmissão dos dados via circuito 103.
 Circuito 106 -É um circuito de controle, ele emite o sinal CTS (Clear to
Send) do Modem para o terminal através do pino 5, sinalizando que o
mesmo já está pronto para iniciar a transmissão de dados. O sinal CTS
é uma resposta ao sinal RTS, que, além de liberar a portadora na linha
(portadora controlada), aciona um temporizador interno do Modem.
Somente decorrido o delay do temporizador é que o circuito 106 será
acionado, informando aos DTEs que os Modems estão prontos para a
transmissão. Durante esse intervalo, o Modem aproveita para enviar
sinais que o Modem distante utiliza para se ajustar, preparando-se para
a recepção. Esse sinal pode ser simplesmente a portadora ou alguma
seqüência de bits predefinida, denominada seqüência de treinamento
(Round Robin), que serve para ajuste dos amplificadores, equalizadores
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52

e osciladores do Modem distante.


 Circuito 107 -É um circuito de controle, ele envia o sinal DSR (Data Set
Ready) através do pino 6, sinalizando que o Modem está pronto para
operar.
 Circuito 108 -Esse circuito é utilizado no estabelecimento da chamada,
utiliza o pino 20 para comandar a conexão e desconexão do Modem.
Quando o Modem detecta um sinal de ring (chamada telefônica),
informa ao terminal que, em seguida, manda um sinal ao Modem para
este se conectar à linha para transmissão de dados. Após ligar o
dispositivo de conversão de sinal à linha telefônica, o Modem informa
ao terminal através do circuito 107 (DSR). A partir daí, o terminal utiliza
o circuito 105 (RTS) e o Modem responde com o circuito 106 (CTS),
estando pronto para iniciar efetivamente a transmissão de dados. O
sinal DTR (Data Terminal Ready) também utiliza o pino 20, indicando
que o terminal já está pronto para operar.
 Circuito 109 -Circuito responsável em enviar um sinal do Modem para
o terminal através do pino 8, indicando que está recebendo um sinal na
linha com características de portadora. Esse circuito verifica se o sinal
presente na linha está dentro dos níveis preestabelecidos. Para evitar
que um ruído com nível alto seja confundido com os dados, o circuito
detector utiliza-se de um atraso para a ativação e desativação do
circuito 109. O atraso de ativação é o tempo colocado entre o
recebimento de um sinal em níveis adequados, enquanto o atraso de
desativação é o tempo colocado entre a queda do sinal da portadora.
 Circuito 111 -Circuito utilizado no controle da transmissão. Ele faz a
seleção da velocidade de transmissão através do pino 23.
 Circuito 113 -Circuito pelo qual o terminal (DTE) informa ao Modem
(DCE) síncrono sobre a base de tempo (clock) a ser utilizada para a
transmissão de dados e sinalização, as quais são realizadas através do
pino 24.
 Circuito 114 -Circuito que recebe a informação vinda do circuito 113 e,
através do pino 15, informa ao terminal qual é o sinal de clock utilizado
para temporizar os dados que estão sendo transmitidos. O clock interno
utiliza um sinal de sincronismo do próprio oscilador do Modem;o clock
regenerativo utiliza um sinal de clock regenerado a partir dos dados
recebidos da ponta distante e utiliza esse sinal para fazer o sincronismo
da transmissão; o clock externo utiliza o pino 24 para que o terminal
envie o clock ao Modem.
 Circuito 115 -Controla o sincronismo de recepção através do pino 17. É
importante observar que os circuitos relacionados ao clock
(sincronismo) não são implementados em Modems assíncronos.
 Circuito 125 -Esse circuito utiliza o pino 22 para avisar ao terminal a
detecção de uma chamada telefônica (linha discada). Esse processo de
troca de sinais necessários para estabelecer a conexão entre dois
Modems é conhecido por Modem handshaking. A ligação de
comunicação de dados é composta das seguintes fases:
estabelecimento, inicialização, transmissão e corte. Na fase de
estabelecimento, obtém-se a continuidade entre os 2 pontos através de
uma chamada telefônica. Nessa fase, ocorre a comutação da chave de
telefone para modem. Em circuito ponto a ponto permanente (exclusivo
para dados), não faz sentido especificar essa fase, já que a
continuidade física existe naturalmente. Na fase de inicialização,
ocorrem as operações necessárias para que os Modems estejam aptos
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53

a transmitir (troca de sinais 108, 107, 105 e 106); o modem local coloca
a portadora na linha e o modem distante realiza a detecção da
portadora. A fase de transmissão refere-se à transmissão de dados
propriamente dito e a fase de corte é o encerramento da transmissão
pelo DTE, bastando retirar o sinal RTS (circuito 105) da interface
terminal / Modem.
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54

INTRODUÇÃO AOS PROTOCOLOS DE ROTEAMENTO

A Internet foi criada pelo Departamento de Defesa dos EUA em 1969, com o objetivo
de construir um sistema de comunicação digital para tempos de guerra. Entretanto,
havia um grande problema: se uma das estações de transferência fosse atacada?
Houve então a necessidade de que as informações pudessem ser rapidamente
redirecionadas, para contornar problemas com um dos nós.
A solução encontrada foi a criação de protocolos de roteamento que permitissem a
construção e atualização de tabelas de roteamento entre os gateways. Com o
crescimento da rede e consequentemente das tabelas de roteamento, foi necessário a
implantação de protocolos de roteamento hierárquicos. Assim os roteadores foram
divididos em regiões chamadas Autonomous System - AS, onde cada roteador
conhecia todos os detalhes de sua própria região e não conhecia a estrutura interna
de outras regiões.
Para uma rede local existem dois níveis de comunicação: interna ao AS, que utiliza
algoritmos de roteamento Interior Gateway Protocol -IGP e externa ao AS, que utiliza
algoritmos de roteamento Exterior Gateway Protocol – EGP. Neste trabalho
abordaremos os protocolos de roteamento interno: RIP e OSPF.

ROUTING INFORMATION PROTOCOL - RIP

O protocolo RIP (Routing Information Protocol) utiliza o algorítmo vetor-distância. Este


algorítmo é responsável pela construção de uma tabela que informa as rotas possíveis
dentro do AS.
ALGORÍTMO VETOR-DISTÂNCIA

Os protocolos baseados no algorítmo vetor-distância partem do princípio de que cada


roteador do AS deve conter uma tabela informando todas as possíveis rotas dentro
deste AS. A partir desta tabela o algorítmo escolhe a melhor rota e o enlace que deve
ser utilizado. Estas rotas formam uma tabela. Cada uma destas rotas contém as
seguintes informações:
Endereço -> IP da rede;
Roteador -> Próximo roteador da rota de destino;
Interface -> O enlace utilizado para alcançar o próximo roteador da rota de
destino;
Métrica -> Número indicando a distância da rota (0 a 15), sendo uma rota com
métrica 16 considerada uma rota infinita;
Tempo -> Quando a rota foi atualizada pela última vez;

O protocolo RIP utiliza o conceito broadcast, desta forma um roteador envia sua tabela
para todos os seus vizinhos em intervalos predefinidos de tempo (geralmente 30
segundos). Estas mensagens fazem com que os roteadores vizinhos atualizem suas
tabelas e que por sua vez serão enviadas aos seus respectivos vizinhos. Veremos
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55

agora um exemplo para ilustrar a formação de uma tabela do RIP.


Consideremos uma subrede com 5 nós, conforme o diagrama abaixo:

As letras representam os rotedores e os números representam os enlaces. Ao iniciar o


sistema a tabela de cada roteador só contém a sua própria rota. A tabela do roteador
A será:

Estipulando-se a métrica como 1 para todos os nós, isto é, admite-se a distância de


cada roteador para seus respectivos vizinhos como 1. E ainda supondo que A envie
primeiro sua tabela de atualização, B e D atualizarão as suas tabelas conforme são
mostradas abaixo:

Agora que B e D atualizaram suas tabelas, B transmite sua tabela para seus vizinhos
A, C e E. D faz o mesmo para A e E. A, ao receber a menssagem de B e D, atualiza
sua tabela, como podemos ver abaixo:
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56

O nó C, receberá a menssagem de B através do Enlace 2, e atualizará


sua tabela como vemos abaixo:

Quando um nó recebe uma tabela de atualização de outro nó, ele verifica cada rota de
modo a privilegiar as rotas de menor métrca com mesmo destino. Desta forma as
mensagens vão se atualizando até as tabelas convergirem. Podemos ver abaixo como
ficaria a tabela de A depois de convergir:

O tempo de convergência é muito importante para que a rede não fique por muito
tempo desatualizada. Para isso existem algumas implementações a respeito de rotas
muito grandes. Uma delas é o método Split Horizon With Poisonous Reverse.

Para entendermos este método usaremos o exemplo a seguir, utilizando a subrede do


exemplo anterior: se A quiser enviar um pacote para C, então A verificará em sua
tabela que a melhor rota é aquela que passa por B. Mas se houver algum problema
com o enlace 2, aquele entre B e C, então B ao encaminhar o pacote oriundo de A irá
procurar uma outra rota. Neste momento existe a possibilidade de B escolher como a
melhor rota, aquela que passa por A, utilizando como saída o enlace 1, entre A e B. Se
B optar por esta rota estará formando um loop. Para que isso não ocorra a mensagem
de A para B deve informar que C não é alcançável por A, isto é, A coloca em sua rota
até C com uma métrica infinita (16), desta forma impede que B devolva para A este
pacote. Para isso as mensagens enviadas por cada roteador devem ser diferenciadas
para cada um de seus vizinhos.

Outro método é o Split Horizon onde existe a omissão do envio de rotas que passam
pelo nó que receberá a mensagem.
Existe ainda um método chamado de Triggered Update que está relacionado com o
tempo de envio da tabela de atualização. Por esse método, o roteador envia sua
mensagem de atualização sempre que notar alteração na sua tabela, ao invés de
esperar pelo tempo de envio. Isto diminui a quantidade de mensagens erradas
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57

(desatualizadas), diminuindo a quantidade de loops existentes. Por outro lado, carrega


muito a rede. Para evitar isto, um contador é inicializado para contar até um número
aleatório entre 1 e 5. Se ocorrer alguma mudança dentro neste intervalo, ela deve
esperar até o fim do contador para ser enviada.

ESPECIFICAÇÕES DO PROTOCOLO

Os pacotes RIP são transmitidos atraves de UDP e IP, usando a porta 520 do UDP
tanto para transmissão quanto para recepção. Se uma rota não é atualizada dentro de
180 segundos, sua distância é colocada em infinito e a entrada será mais tarde
removida das tabelas de roteamento. O formato da mensagem do RIP é mostrado na
próxima tabela.
Os números entre parênteses indicados em cada campo da mensagem indicam o
número de bytes de cada campo. Nos campos onde aparece “deve ser zero”, são
campos não utilizados nesta versão do RIP. Estes campos são utilizados nas versões
RIPv2 e RIPng (utilizado em redes baseadas em IPv6).

O campo comando é usado para especificar o propósito do datagrama (se é um


pedido de envio de tabela ou uma resposta com envio de tabela). O formato do pacote
permite ao RIP carregar informações de roteamento de vários protocolos diferentes.
Portanto, cada rota da tabela contém um indentificador de endereço da família para
indicar que tipo de endereço está especificado. Na prática, o RIP não tem sido usado
para suportar outros protocolos que não o IP.
Quando recebendo uma resposta, o roteador examinará as rotas uma por uma,
conferindo se o endereço é um endereço de classe válida (A, B ou C), verificará se o
endereço de rede não é 127 (loop-back) ou 0 (endereço broadcast) e se a métrica não
é maior que infinito. Conferido todos os pontos acima será feita a análise da tabela
com a mensagem recebida para verificar a necessidade de atualização (Pooling
Algorithm).
O tamanho máximo de uma mensagem é 512 bytes, o que permite até 25 rotas por
mensagem. Se houver mais de 25 rotas para reportar, o RIP enviará um segundo
pacote.
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OPEN SHORTEST PATH FIRST - OSPF

O OSPF é um protocolo especialmente projetado para o ambiente TCP/IP para ser


usado internamente ao AS. Sua transmissão é baseada no Link State Routing Protocol
e a busca pelo menor caminho é computada localmente, usando o algorítmo Shortest
Path First - SPF.
ALGORÍTMO

O SPF funciona de modo diferente do vetor-distância, ao invés de ter na tabela as


melhores rotas, todos os nós possuem todos os links da rede. Cada rota contém o
identificador de interface, o número do enlace e a distância ou métrica. Com essas
informações os nós (roteadores) descobrem sózinhos a melhor rota. Abaixo veremos a
tabela formada pelo algorítmo SPF em cada um dos nós, utilizando a mesma rede e
métrica exemplificada para o RIP:

Quando ocorre uma alteração em um dos enlaces da rede, os nós adjacentes o


percebem e avisam aos seus vizinhos. Para os vizinhos saberem se este aviso é novo
ou velho, é necessário um campo no pacote com número da mensagem ou sua hora.
Portanto, quando um nó recebe uma mensagem, primeiro é feita a verificação da
existência ou não desta rota, se ela não existir é adicionada. Se existe, compara-se o
número da mensagem recebida com a rota da tabela. Se o número da mensagem
recebida for maior que a da tabela, a rota é substituida, caso contrário, a rota da tabela
é transmitida como uma nova mensagem. Se os números forem iguais nada é feito.
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59

Este processo é chamado de Flooding.


O OSPF possui uma série de proteções contra alguns perigos como erros de
memória, falhas nos processos de flooding ou mesmo contra introdução voluntária de
informação enganosa. São elas:
• Os pacotes de descrição da tabela são enviados de forma segura;
• Cada entrada é protegida por um contador de tempo e é removida da
tabela se um pacote de atualização não chegar em um determinado tempo;
• Todas as entradas são protegidas por verificação de soma;
• As mensagens podem ser autenticadas;
O processo de flooding inclui notificação de reconhecimento salto por salto.

ESPECIFICAÇÕES DO PROTOCOLO

Abaixo veremos como é formado um cabeçalho do protocolo OSPF. Os


números entre parênteses indicados em cada campo da mensagem indicam o número
de bytes de cada campo:

Abaixo, a descrição de cada um dos campos:


Idade do LS se refere ao tempo em segundos desde que a rota foi
primeiramente anunciada;
Opções define as características do roteador que a enviou, entre elas, a
capacidade de roteamento externo. Dos 8 bits que possui, somente 2 estão
definidos no OSPF-2: o bit "E" (External links) e "T" (Type of Service). O
primeiro indentifica as rotas externas e o segundo indica se o roteador suporta
ou não este serviço;
Tipo de LS caracteriza o tipo de conexão;
ID do Estado da Conexão varia dependendo do tipo de LS mas, em geral, é
representado pelo endereço IP e o roteador de anúncio, representado pelo
endereço IP do roteador que enviou a mensagem;
Roteador de Anúncio especifica o roteador que enviou a rota na tabela. Para
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entradas de conexão de roteador, este campo é idêntico ao ID do Estado da


Conexão;
Número de Sequência de LS é o número usado para detectar rotas velhas e
duplicadas. Quanto maior o número, mais recente é a rota. Ele é usado no
algoritmo de flooding;
Verificação LS é destinado ao algorítmo de verificação (checksum) e,
portanto, usado para detectar dados corrompidos na rota;
Comprimento especifica o comprimento da rota.

VANTAGENS DO OSPF SOBRE O RIP

Veremos agora algumas vantagens do protocolo OSPF sobre o RIP, o


que explica a preferência pelo OSPF em casos onde os roteadores suportam
os dois protocolos.
Convergência rápida e sem loop
Enquanto o RIP converge proporcionalmente ao número de nós da rede, o
OSPF converge em uma proporção logarítimica ao número de enlaces. Isto torna a
convergência do OSPF muito mais rápida. Além disso, no protocolo RIP, a mensagem
é proporcional ao número de destinos, sendo assim se a rede é muito grande, cada
mensagem terá de ser subdividida em vários pacotes, diminuindo mais ainda a
velocidade de convergência.
Caminhos Múltiplos
Nem sempre a melhor rota entre X e Y deve ser a única utilizada, pois isso
pode implicar em sua sobrecarga. Análises matemáticas provaram que a divisão do
tráfego em duas rotas é mais eficiente. Por isso o OSPF utiliza esse método de divisão
de caminhos. Essa divisão é realizada por um algorítimo muito complexo, pois, como
dificilmente uma fonte e um destino tem duas rotas possíveis exatamente iguais, é
feita uma análise se as rotas são suficientemente iguais. Além disso, deve-se decidir a
fração do tráfego que deve ser enviado em cada uma delas. Para que tenhamos uma
melhor compreensão usaremos o exemplo da rede abaixo:

Se tratando do tráfego entre X e Y, seria razoável se mandássemos 2/3 do


pacote pelo caminho mais curto e 1/3 por Y. Mas isto gera um conflito se levarmos em
consideração o tráfego entre X e Z, que ao enviar por X, seria formado um loop. Para
evitar isto, foi aplicada a seguinte regra: Um pacote que iria de X para Y, só pode
passar por Z se a distância entre Z e Y for menor que a distância entre X e Y. Com
isso, determinamos todas as rotas secundárias que alcançarão um determinado nó.
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61

CONCLUSÃO

Podemos verifificar que o protocolo OSPF têm diversas vantagens sobre o


protocolo RIP, entretanto o RIP possui uma fácil implementação, além de utilizar
menos processamento para os roteadores, sendo implementado com bons resultados
para redes de pequeno porte. Para redes maiores o OSPF leva a vantagem no tempo
de convergência e na escolha das rotas, sendo mais vantajoso neste caso.
Ainda existe outra problema para a implementação do protocolo OSPF; alguns
roteadores, principalmente os de menor poder de processamento e os mais antigos,
não estão aptos a utilizar o protocolo OSPF, enquanto o protocolo RIP é implementado
pela grande maioria dos roteadores.
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62

ATIVIDADES PROPOSTAS

ATIVIDADES I
1. Defina sinal analogico.
2. Qual a principal característica de um sinal analógico?
3. Qual a faixa de frequência que garante a inteligibilidade da voz? Porquê?
4. Defina amplitude, período e frequência.
5. O que são sinais digitais?
6. O que é processamento de sinal?
7. Quais as etapas do processamento de sinal?
8. Defina rapidamente o teorema de Nyquist.

ATIVIDADES II
1. Qual o objetivo da quantização
2. Em quantos valores podemos quantizar um sinal amostrado se estamos utilizando 4 bits de
quantização?
3. O que significa codificação?
4. O que é PCM?
5. Descreva a codificação NZR
6. Descreva a codificação Manchester, segundo Tanenbaum.

ATIVIDADES III
1. Qual sistema de numeração é comumente utilizado pelo ser humano?
2. Qual sistema de numeração é utilizado pelo computador?
3. Converta os numeros a seguir para o sistema de numeração binária.
a. 25A (h)
b. 1501(d)
c. 519(d)
d. BAD(h)
4. Converta os números a seguir para o sistema de numeração decimal.
a. D05(h)
b. 1068(h)
c. 11001001(b)
5. Converta os números a seguir para o sistema de numeração hexadecimal
a. 2568(d)
b. 11111100(b)
c. 10101010(b)
d. 1590(d)
6. Qual a função da tabela ASCII?
7. Quais os números decimais que correspondem aos simbolos &;%;A;r respectivamente na
tabela ASCII?
8. O que significam os caracteres de controle presentes na tabela ASCII?
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ATIVIDADES III
9. Defina canal de comunicação
10. Quais os tipos de canais de comunicação. Defina cada um deles e exemplifique.
11. Cite alguns tipos de filtros de sinal empregados no processamento de sinais.
12. O quer dizer Lei A e Lei µ?
13. Descreva resumidamente o funcionamento da telefonia fixa.
14. O que significa CPA e qual sua função?
15. Descreva resumidamente o sistema de telefonia móvel celular.
16. O que é uma ERB?
17. O que é sistema de rádio visibilidade? Cite um exemplo de onde é empregado.
18. Descreva o sistema de comunicação via satélite.
19. O que é Downlink?
20. O que é Uplink?

ATIVIDADES V
21. Descreva o principio de blindagem eletromagnética proporcionada pelo cabo coaxial.
22. Descreva o princípio de blindagem eletromagnética proporcionada pelo cabo UTP.
23. Qual o significado do parâmetro CATEGORIA atribuido ao cabo de par trançado?
24. Quais fatores limitam o uso da fibra optica em relação as interferências eletromagnéticas?

ATIVIDADES V
25. O que significa largura de banda?
26. O que é codificação de um sinal? Porque se faz necessária?
27. Considere a sequência a ser transmitida: 110101000101010100101
a. Esboce o gráfico NRZ Unipolar correspondente
b. Esboce o gráfico NRZ Bipolar correspondente
c. Esboce o gráfico RZ Unipolar correspondente
d. Esboce o gráfico RZ Unipolar correspondente
28. Considere a sequência a ser transmitida: 10101010101011110101010
a. Esboce o gráfico AMI correspondente
29. Considere a sequência a ser transmitida: 1101110111010110101101
a. Esboce o gráfico NRZ Unipolar correspondente
b. Esboce o gráfico NRZ Bipolar correspondente
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REFERÊNCIAS

http://www.brainfood.ca/assistant/computing/dataCommunications/protocols.htm

http://pt.wikipedia.org/wiki/Conversor_anal%C3%B3gico-digital

http://communication.howstuffworks.com/analog-digital.htm

http://pt.wikipedia.org/wiki/Filtro_eletr%C3%B4nico

http://it.wikipedia.org/wiki/Filtro_anti-alias

Tanenbaum, Andrew S., Redes de Computadores, Campus, 1997, pag.319]

“CCNA Certification – Routing Basics for CISCO Certified Network Associates Exam 640-407”,
R. N. Myher, Prentice-Hall, ISBN: 0-13-086185-5, 1999

“Interconnections Second Edition – Bridges, Routers, Switches, and Internetworking Protocols”,


Radia Perlman, ISBN: 0-201-63448-1, 1999

“Protocolos de Roteamento – RIP & OSPF”, Aline Felisberto – UFRJ,


http://www.gta.ufrj.br/grad/98_2/aline/indice.html

“Trabalho sobre Roteadores”, Alessandro Trindade Vieira – CEFET,


http://200.9.149.38/Ensino/Engenharia/redeslocais/trabalhos/Roteadores/ROUTER.H TM

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