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Metodologia de

Ensino de Língua
Inglesa
Material Teórico
Leitura em língua inglesa

Responsável pelo Conteúdo:


Profa. Ms. Silvana Nogueira da Rocha

Revisão Textual:
Prof. Esp. Bruno Reis
Leitura em língua inglesa

• Skimming

• Scanning

• Inferência contextual

• Cognatos e falsos cognatos

• Afixos

• Uso do dicionário

Nesta unidade, estudaremos os aspectos mais importantes da


Leitura Instrumental, com o objetivo de mostrar sua relevância para
a formação de leitores mais eficientes e autônomos.
É importante que você leia atentamente as orientações de estudo,
reflita sobre as perguntas feitas e, acima de tudo, participe de todas
as atividades propostas, a fim de apreender as informações que
serão úteis para a sua vida pessoal e profissional.

É muito importante também assistir à Apresentação Narrada e à Videoaula, que sintetizam


e ampliam conceitos importantes sobre o tema da unidade.
Lembre-se de que aprender um novo idioma é uma tarefa árdua, mas não impossível, desde
que você cumpra com tarefas e suas horas de estudo. Não há fórmulas mágicas que façam
milagres, a não ser seu próprio esforço e perseverança.
Para isso, organize uma rotina de trabalho e evite acumular conteúdos e realizar atividades
no último minuto. Em caso de dúvidas, utilize a ferramenta “Mensagens” ou “Fórum de
dúvidas” para entrar em contato com o (a) tutor (a).
Você verá que, gradativamente, seu conhecimento sobre a língua ficará cada vez mais
amplo, as dificuldades diminuirão, e você perceberá que não pode mais viver num mundo
globalizado sem dominar o idioma da comunicação.

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Unidade: Leitura em língua inglesa

Contextualização

Caro(a) aluno(a), durante todo o seu tempo passado


no ambiente acadêmico, você já deve ter escutado o
termo Leitura Instrumental, certo?
Antes de entrarmos em detalhes sobre o que vem a
ser isso, vamos analisar algumas situações cotidianas
para, ao menos, podermos ter uma ideia do que
vamos falar.
Você tem o costume de pegar alguma revista ou jornal
em uma sala de espera enquanto aguarda ser atendido
por seu médico ou dentista? Provavelmente sim!
Thinkstock/Getty Images

Diante dessa afirmação, você poderia me dizer se lê na íntegra todos os artigos pelos quais
seus olhos passam? A resposta provavelmente é “não”, pois você não tem muito tempo para isso
nessas horas, não é mesmo? E o seu objetivo naquele momento não é apreender detalhadamente
todas as informações do texto. Você quer apenas ter uma noção do assunto. Então, você analisa
manchetes, títulos, figuras, números, palavras-chave, afixos (prefixos e sufixos) para ter uma
ideia geral sobre o assunto daquele texto.
Vamos estudar com um pouco mais de profundidade isso!

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Leitura em língua inglesa

Quando lemos qualquer texto, temos um objetivo, certo? Às vezes, lemos por motivos bem
práticos e definidos, como quando consultamos o dicionário para encontrar o significado
de determinada palavra. Outras vezes, lemos por outros motivos. Podemos dizer que lemos,
basicamente, por três motivos: aplicação prática, aprendizagem e entretenimento.
Por isso, nossos objetivos têm grande influência sobre como realizamos a leitura.
Já percebeu como é diferente a maneira como corremos os olhos pela lista telefônica em
busca de um número da maneira cuidadosa que adotamos quando estamos lendo um contrato?
Ou uma procuração? Portanto, podemos dizer que há níveis de compreensão diferentes de
acordo com nossas necessidades e objetivos e ainda de acordo com as dificuldades que o
texto apresenta. Diante desses níveis diferentes de compreensão, temos a compreensão geral, a
compreensão das ideias principais e a compreensão detalhada.
Na compreensão geral, observamos o texto rapidamente para extrair dele a ideia geral, tendo,
como elementos-chave, os títulos, as tabelas, os gráficos, os dados numéricos, as imagens, as
palavras em negrito ou em itálico, etc.
Na compreensão das ideias principais, observamos, além da ideia geral, os argumentos, sem
nos preocuparmos com detalhes ainda, certo?
Na compreensão detalhada, buscamos, além da ideia geral e dos argumentos, conhecimento
dos detalhes, estabelecendo comparações com o que já sabemos a respeito do assunto.
Quando lemos um texto em língua estrangeira, podemos utilizar essas estratégias, mesmo não
tendo um amplo conhecimento do vocabulário. É possível extrair muitas informações relevantes
do texto para termos uma ideia sobre o que ele diz, mas lembre-se de sempre estabelecer um
objetivo para aquela leitura.
Quando falamos em extrair muitas informações relevantes, devemos nos ater a elementos
que nos auxiliarão nesse processo, conforme dito anteriormente, como títulos, tabelas, gráficos,
números, imagens, palavras cognatas e tomar muito cuidado com os falsos cognatos, pois,
enquanto as palavras cognatas têm muito a contribuir para o sucesso do entendimento do texto,
pela similaridade às da nossa língua, há as falsas cognatas, que estão ali para atrapalhar, caso
você seja um leitor que nunca duvide do real sentido de uma palavra, mesmo que haja muita
semelhança com as da nossa língua.
Portanto, já deu para perceber que há diferentes estilos de leitura para diferentes situações,
certo? Então, a técnica que você escolhe dependerá da finalidade de sua leitura.
Por exemplo, você pode ler para distração, obtenção de informações ou para completar uma
tarefa.
Se você está explorando ou revisando um documento, você deve utilizar a técnica skimming.
Se você busca por alguma informação específica, deve fazer uso da técnica scanning. Essas duas
técnicas, mais a inferência contextual, serão explicadas com maiores detalhes posteriormente.

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Unidade: Leitura em língua inglesa

Muitas pessoas consideram as técnicas de leitura técnicas de busca muito mais do que
estratégias de leitura. No entanto, quando lemos grandes volumes de informações, essas técnicas
podem ser mais práticas do que a leitura. Páginas da web, romances, manuais, revistas, jornais
e correspondências são algumas das coisas que as pessoas leem todos os dias.
Antes de mais nada, o leitor deve, diante da leitura de qualquer texto, estabelecer os objetivos
que o levaram a ler aquele texto. Não raro, o leitor se perde, muitas vezes, na compreensão de
um texto porque os objetivos não foram bem traçados. Há duas perguntas bastante simples que
norteiam a atividade de compreensão de um texto: “O que quero saber ou conhecer a partir
desse texto?” ou “Quais informações eu quero dele?”
Tendo as respostas para essas perguntas, o leitor pode direcionar o texto para o alvo
pretendido, sem divagar por searas alheias ao objetivo traçado.
Tenha em mente que a leitura ocorre de modo diferente para finalidades diferentes. As razões
que nos levam a ler diferentes textos influenciam – e muito – na maneira como os lemos.
Muitas vezes, deparamo-nos com um texto em inglês e, ao bater os olhos nele, dizemos:
“Nossa! Não entendo nada!”, “Que língua difícil”, “Não é possível ler isso”, “Vou perder muito
tempo lendo este texto, pois terei que consultar várias vezes o dicionário”. E dizemos isso sem
ter estabelecido o que queremos exatamente daquele texto.
É muito provável que, se o tivéssemos feito, encararíamos o texto de forma diferente, mais
tranquilos, buscando por aquilo que nos interessa saber e deixando em segundo plano as
informações que, naquele momento, não nos interessam.

Skimming

A técnica de leitura chamada skimming é usada pelo leitor


quando ele pretende rapidamente identificar as ideias
Th
in k

principais do texto.
st o
c k/ G

Quando você lê o jornal, por exemplo, você provavelmente


e tty I m a g e s

não está lendo palavra por palavra. Você faz uma “leitura
dinâmica”, bem rápida com os olhos, em vez de se prender
ao significado de cada palavra presente no texto.
A técnica é feita numa velocidade três a quatro vezes mais
rápida que a leitura normal.
As pessoas normalmente usam essa técnica quando têm uma
grande quantidade de material a ser lido em um tempo limitado.
A técnica é eficiente quando você, por exemplo, quer ver se um artigo pode ser de seu
interesse numa pesquisa. Isso já aconteceu com você? Provavelmente, sim!

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Veja a seguir algumas estratégias que podem ser usadas quando utilizamos essa técnica.
Algumas pessoas leem o primeiro e o último parágrafo, usando os cabeçalhos, subtítulos,
resumos, as ilustrações e outros organizadores textuais enquanto movem seus olhos para o final
da página ou da tela. Considere sempre o primeiro e o último parágrafo. Essa técnica é útil
quando estamos buscando informações muito mais que a compreensão do texto.
A técnica skimming também funciona muito bem quando queremos encontrar, dentro de um
texto, datas, nomes e lugares. Pode ser usada para revisar gráficos, tabelas e quadros também.
Vamos fazer um exercício rápido, utilizando a técnica skimming no texto abaixo, observando
seu título, a gravura apresentada, as primeiras e últimas linhas de cada parágrafo. Vamos também
levar em conta nosso conhecimento prévio do assunto tratado. E depois vamos resumir, com
nossas palavras, a ideia central do texto.
iki m e di a C o m
l/ W m
ma on
ya

s
Amherstia nobilis: the Pride of Burma, in the Fabaceae L.S
family, is a tropical tree with exceptionally beautiful
flowers. It is the only member of the genus Amherstia. It
is widely cultivated for ornament in the humid tropics, but
is very rare in the wild and has only been collected from its native habitat a
few times. It is native to Burma (Myanmar), hence the common name.
The scientific name commemorates Lady Amherst, as does Lady Amherst’s
Pheasant. Another common name, the Orchid Tree, is otherwise reserved for
members of the genus Bauhinia.
The extravagant flowers are seen hanging from the long inflorescence, or
flower stalk, which is a bright crimson red at the end. There are 5 petals
although 2 of these are minute and the rest are of unequal size. These petals
are also crimson; the two medium sized petals are yellow at the tip and the
largest petal is broad and fan-shaped with a wavy upper margin and a yellow
triangle of colour extending from the lip down into the flower. This large
petal can reach 7.5 centimetres long and over 4 centimetres wide at the end.
There are either 9 or 10 stamens, 9 of which are partially fused into a pink
sheath; the stamens are of two differing lengths with the longer ones having
larger anthers. The compound leaves bear 6-8 large leaflets; these are broadly
oblong in shape and are pallid underneath.
The fruits (legumes) are 11 to 20 centimetres long. They are roughly scimitar-
shaped pods, and the woody outer case opens to disperse the seeds.

Fonte: http://en.wikipedia.org/wiki/Amherstia

Impressão sobre o texto acima:


Bem, caro(a) aluno(a), como você pode perceber, seguindo as orientações para fazer essa
atividade, várias informações sobre esse pequeno trecho podem ser extraídas, a fim de termos
uma ideia geral do assunto tratado.

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Unidade: Leitura em língua inglesa

Pelo conhecimento que temos (vasto ou limitado) sobre as espécies botânicas, sabemos
que elas são classificadas por nomes em latim, conforme o título desse texto. Portanto, unindo
essa informação à imagem, podemos inferir, logo de início, que se trata de um texto científico,
que vai falar de uma espécie botânica, mais precisamente de uma árvore, que tem um tipo
de florescência.
Prestando atenção às primeiras e às últimas linhas de cada parágrafo, podemos ter uma ideia
dessa espécie botânica.
Vamos ver o que encontramos na primeira e última linhas do primeiro parágrafo:

Amherstia nobilis: the Pride of Burma, in the Fabaceae family, is a tropical tree with
exceptionally beautiful flowers. It is the only member of the genus Amherstia. It is widely
cultivated for ornament in the humid tropics, but is very rare in the wild and has only been
collected from its native habitat a few times. It is native to Burma (Myanmar), hence the
common name.

Podemos entender que a espécie botânica descrita no texto é uma árvore tropical com flores
excepcionalmente bonitas, que ela pertence à região de Burma, atual Myanmar, e que seu
nome comum vem justamente daí: Orgulho de Burma, como é dito na primeira linha.
Agora, vamos para o segundo parágrafo, atendo-nos à primeira e última linhas:

The scientific name commemorates Lady Amherst, as does Lady Amherst’s Pheasant.
Another common name, the Orchid Tree, is otherwise reserved for members of the genus
Bauhinia.

Seu nome científico é uma homenagem a uma mulher; o nome “Árvore Orquídea” é
reservado para membros de outra espécie.
Analisando a primeira e última linhas do terceiro parágrafo, temos:

The extravagant flowers are seen hanging from the long inflorescence, or flower stalk,
which is a bright crimson red at the end. There are 5 petals although 2 of these are minute
and the rest are of unequal size. These petals are also crimson; the two medium sized
petals are yellow at the tip and the largest petal is broad and fan-shaped with a wavy upper
margin and a yellow triangle of colour extending from the lip down into the flower. This
large petal can reach 7.5 centimetres long and over 4 centimetres wide at the end. There
are either 9 or 10 stamens, 9 of which are partially fused into a pink sheath; the stamens are
of two differing lengths with the longer ones having larger anthers. The compound leaves
bear 6 - 8 large leaflets; these are broadly oblong in shape and are pallid underneath.

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Aqui já podemos perceber que o texto traz informações detalhadas sobre o formato e a cor de
suas folhas e flores, pelo uso constante de adjetivos. Perceba que há uma descrição minuciosa
(em todas as linhas) sobre a espécie, a fim de passar ao leitor a maior quantidade possível de
informações sobre ela.
E, finalmente, no quarto parágrafo, temos:

The fruits (legumes) are 11 to 20 centimetres long. They are roughly scimitar-shaped
pods, and the woody outer case opens to disperse the seeds.

Aqui o texto traz algumas informações sobre os frutos dessa espécie botânica, no que diz
respeito ao seu tamanho e formato.
Então, se tivermos de fazer um breve resumo das informações contidas no texto acima (as
mais relevantes), podemos dizer que a Amherstia nobilis é uma espécie botânica, com flores
excepcionalmente bonitas, que ela pertence à região de Burma, atual Myanmar (país asiático),
e que seu nome comum “Orgulho de Burma” vem justamente da sua localidade. Seu nome
científico é uma homenagem a uma mulher e o nome “Árvore Orquídea” é reservado para
membros de outra espécie. Suas flores são irregulares, as duas pétalas de tamanho médio são
amarelas na ponta e a pétala maior tem o formato de leque.
É possível, no entanto, extrair maiores detalhes sobre a descrição das suas folhas e pétalas,
pois há um parágrafo bastante extenso sobre isso, mas o nosso objetivo aqui foi extrair as
informações necessárias para termos uma ideia do assunto principal.
Podemos concluir então que, utilizando a técnica skimming, nem todo o texto é lido, ou seja,
muitas palavras deixam de ser interpretadas, pois o que nos interessa é a ideia central.

Vamos observar outro texto em Língua Inglesa:

The Early Lead


Michael Schumacher in critical condition
after skiing accident
By Cindy Boren
Michael Schumacher, the legendary Formula
One race-car driver from Germany, is in “critical
Michael Schumacher is hospitalized in Grenoble, France.
condition” in a coma after a skiing accident in Wikimedia Commons.
the French Alps on Sunday.
Schumacher, who will turn 45 on Jan. 3, had suffered “a serious brain trauma with coma on his arrival,
which required an immediate neurosurgical operation,” according to a statement released by Centre
Hospitalier Universitaire in Grenoble, France, (via AFP). Schumacher’s management team, according to
the BBC, confirmed that the driver, who retired from racing in 2012, is in critical condition.

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Unidade: Leitura em língua inglesa
Chris J. Moffett/Wikimedia Commons

Schumacher, who was wearing a helmet, fell and hit a head


against a rock as he was skiing off-piste (back-country) with
his 14-year-old son, Meribel resort director Christophe
Gernignon-Lecomte said (via the Associated Press and
BBC).
Gernignon-Lecomte said Schumacher was evacuated by
helicopter to Moutiers, a nearby town, and was later taken
to Grenoble, accompanied by his wife and children.
Schumacher is a seven-time world champion and won
91 races over a 19-year career that is the most successful
in F1 history. He initially retired from racing in 2006, but
returned in 2010.

Schumacher retired in October 2012.

Fonte: http://www.washingtonpost.com/blogs/early-lead/. Acesso em 15 de janeiro de 2014.

É possível perceber, logo de início, que se trata de uma notícia sobre o acidente de alguém
famoso, o piloto Michael Schumacher. As fotos evidenciam isso, bem como as palavras-chave
na manchete do jornal. No corpo da notícia, somos informados sobre onde ocorreu o acidente,
a idade do piloto, o hospital para onde foi levado, como foi levado e temos um breve histórico
sobre sua carreira e vitórias na Fórmula 1.
Portanto, podemos saber o assunto de determinado texto sem a obrigatoriedade de lê-lo por
completo ou de dominar o idioma no qual está escrito.
Podemos fazer certas inferências sobre qualquer texto, a partir de elementos-chave, certo?
Esse tipo de exercício é muito útil na hora de fazer provas longas, em concursos, ou até mesmo
na escola ou faculdade, quando há vários textos para serem lidos e interpretados, mas não há
muito tempo para fazer isso minuciosamente. Se você estabelecer os objetivos da leitura, não
perderá tempo lendo coisas que, naquele momento ou para aquela tarefa, não são relevantes.
Por isso, é importante alertar o aluno sobre essas técnicas de leitura. Isso o auxilia a desenvolver
mecanismos que facilitam a apreensão das informações contidas nos textos.
Eu, particularmente, enfatizo essas estratégias na hora da prova, mostrando ao aluno que
não é necessário ler o texto todo para acertar a questão. Basta ler a(s) pergunta(s) e buscar as
informações desejadas e/ou necessárias. É uma questão de estratégia mesmo!

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Scanning

A outra técnica, ou estratégia de leitura, bastante útil é a técnica


scanning. Mas aqui a intenção é outra!
Quando utilizamos a técnica scanning, é como se estivéssemos
procurando uma palavra no dicionário, ou um nome ou número
numa agenda telefônica. Buscamos por palavras-chave ou ideias.
Na maioria dos casos, nós sabemos o que estamos procurando,
então podemos dizer que estamos concentrados em encontrar
uma palavra específica. Thinkstock/Getty Images

A técnica scanning envolve mover os olhos rapidamente para baixo da página ou da tela do
seu computador, buscando palavras ou sentenças específicas. Algo que desejamos encontrar. Uma
vez que tenhamos “escaneado” o documento, podemos voltar ao começo dele e aplicar a técnica
skimming para, então, trazer à tona as informações primordiais que dão a ideia principal do texto.
Geralmente, quando estamos buscando algo específico num determinado texto, procuramos
por marcadores de uso do autor daquele texto, como números, letras, ou palavras como “primeiro”,
“segundo”, “o próximo”. Também procuramos palavras que estão em negrito, itálico ou em fonte
diferente da do texto todo, seja em tipo, tamanho ou estilo. Esses marcadores trazem sempre
algum tipo de informação relevante para a leitura. Isso já faz parte do “código” entre autor e leitor,
o que podemos chamar de conhecimento interacional no processo de entendimento do texto.
Não sei se você já reparou em suas leituras, mas há autores que colocam a ideia principal na
margem do texto.
Vamos fazer um exercício, lendo o texto a seguir, utilizando a técnica scanning.
Visit the illuminated “Paris of the East” and spend an
enjoyable evening in a traditional restaurant in the hills
of Buda! We’ll serve you a traditional Hungarian three-
course menu accompanied with wine. During the dinner
you can enjoy a colourful Folklore Show programme with
dancers – dressed in folk costumes – and Gipsy Music.
Next we’ll drive around the illuminated city and stop
Thinkstock/Getty Images
on top of the Gellért Hill (Citadel), the most spectacular
viewpoint of Budapest. The tour ends at your hotel or at Monte Carlo Budapest. (voucher for free
admission incl.).
DATE & TIME:
April – October: Tue, Thu, Fri, Sat. 19:00
November – March (excl. Jan): Fri, Sat. 19:00
Duration: 4 hours
Price: Adult: 65 €/ Children: 32 €
The price includes free pick up service 30 minutes before the tour starts.
Reservation: Should you be interested in the above program or need help, please do not hesitate
to contact us at: info@sightseeingtourbudapest.com

Fonte: In: ABSY et al. Leitura em Língua Inglesa: uma abordagem instrumental. 2ed. São Paulo: Disal, 2005. p. 23.

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Unidade: Leitura em língua inglesa

Ao observarmos o texto anterior, podemos identificá-lo como um anúncio de pacote turístico,


certo?
Por meio da técnica scanning, vamos buscar informações sobre valores do passeio sugerido,
pois esse foi o meu objetivo traçado na minha leitura.
Imediatamente, conseguimos encontrar, sem ler o texto por completo, a informação desejada,
pois vamos atrás de números. O texto nos traz, portanto, 65 euros e 32 euros, respectivamente
os valores, para adultos e crianças, do passeio anunciado na cidade de Budapeste.
Perceba que, quando estabelecemos um objetivo na nossa leitura, não é preciso dominar
o idioma nem ler o texto todo. Nesse caso, quisemos descobrir o valor do passeio, então,
centralizamos nossa busca em números.

Inferência contextual

A inferência contextual é uma estratégia de leitura de grande valor na compreensão de textos.


Muitas adivinhações, que podem ser confirmadas ou rejeitadas, ocorrem até o leitor chegar à
interpretação da mensagem.
Ao encontrar uma palavra desconhecida, por exemplo, podemos tentar achar seu significado,
utilizando o contexto. Observamos a sentença em que a palavra está ou as sentenças anteriores
e posteriores. Podemos dizer que isso é praticamente “ler nas entrelinhas”.
E, para “ler nas entrelinhas”, não precisamos ter em mente palavras isoladas, mas sim ideias
expressas pelo texto.
Para que essa estratégia de leitura se concretize, fazemos uso de algumas artimanhas,
tais como colocar em prática nosso conhecimento prévio sobre o assunto, tentar descobrir o
significado de palavras desconhecidas a partir do contexto no qual estão inseridas, desvendar
a classe gramatical dessas palavras, utilizar as informações não verbais contidas no texto, tais
como figuras, números, gráficos, tabelas, etc.
Vamos observar as sentenças abaixo e completar as lacunas com palavra(s) apropriada(s) a
fim de dar sentido a elas (ABSY et al, 2005):

a. Em uma biblioteca, os livros são _______________________ de acordo com o


assunto, título e autor.
b. É impossível cortar com essa faca porque ela está totalmente ____________________.

Percebemos que, quando nos deparamos com algo pouco legível, automaticamente
procuramos utilizar essa habilidade para adivinhar o que falta e entender o texto.
Sendo assim, acabamos completando o que falta na sentença a) com as palavras como
“organizados”, “dispostos nas prateleiras”, “classificados”, etc. E na sentença b), podemos completar
com “sem corte”, “cega”, para que essas duas sentenças façam sentido para nós leitores.

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Vamos fazer outro exercício. Abaixo temos uma manchete com algumas informações apenas, certo?

Fonte: http://minilua.com/malucas-manchetes-jornal/. Acesso em 15 de janeiro de 2014.

Por meio da manchete, imaginamos que tipo de notícia aquela seção do jornal veicula.
Provavelmente, leremos (na íntegra) algum depoimento do ator, explicando o porquê de seu
afastamento das telas.
Portanto, é possível fazer inferências sobre o texto a ser lido por meio de certos elementos-
chave presentes e de nossa experiência sobre o assunto também. Podemos dizer, nesse caso, que
fazemos adivinhações, prevendo o assunto que será tratado naquele texto. Ou seja, lançamos
mão de nosso conhecimento prévio sobre o tema em qualquer texto que escolhemos para ler.
O mesmo acontece se observarmos uma notícia de jornal ou revista em outra língua. Não
precisamos ter o domínio completo do idioma para apreender as principais informações
contidas no texto. É possível extrair uma boa parcela das informações ao selecionar aquilo que
é relevante para a nossa leitura, ou melhor, para os objetivos estabelecidos para aquela leitura.
Fazendo isso, é possível identificar rapidamente o assunto: política, economia, guerra, saúde,
meio ambiente, vida pessoal de uma celebridade, entre outros.

Cognatos e falsos cognatos

Vamos falar um pouco das palavras cognatas e mostrar o quanto elas são nossas amigas no
processo de leitura e apreensão do significado do texto. E, claro, vamos redobrar a atenção com os
falsos cognatos, que, muitas vezes, nos atrapalham no entendimento do texto, principalmente quando
confiamos na similaridade das palavras entre dois idiomas e atribuímos a elas significados errados.
Primeiramente, vamos observar algumas palavras que poderiam estar em um texto de língua
inglesa: accident, America, area, banana, bar, cinema, circumstance, comedy, comic, common,
competition, connect, creation, decide, dictionary, different, doctor, document, economy, example,
factor, fruit, future, hospital, human, idea, important, industry, industrial, intelligent, irregular,

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Unidade: Leitura em língua inglesa

Latin, manual, map, material, medical, modern, music, negative, pharmacy, pharmaceutical,
positive, potential, radio, regular, television, video, videoconference, vocabulary.
Devido à similaridade de todas essas palavras listadas com as palavras de nossa língua,
teríamos sucesso (ou pouca dificuldade) ao ler e entender o texto, pois muito poderíamos
apreender do assunto tratado, uma vez que tais palavras cognatas carregam a mesma carga
semântica das nossas.
No entanto, atenção redobrada devemos ter se ao nos depararmos com um grupo de
palavras que possuem uma grande semelhança com as de nossa língua, mas com significados
completamente diferentes. Essas, por sua vez, são as verdadeiras armadilhas para tradutores e
leitores com pouco domínio do idioma ou confiantes demais nas suas intuições. Não é à toa que
são chamadas popularmente de false friends, ou seja, falsos(as) amigos(as).
Veja uma lista desses falsos cognatos que, quando presentes num dado texto, podem
atrapalhar o processo de interpretação, caso não tenhamos a malícia de desconfiar de seu real
sentido. Portanto, nesse caso, a semelhança pode nos levar a fazer interpretações completamente
equivocadas das palavras e, consequentemente, do assunto em geral: avocado (abacate),
balcony (sacada), baton (cacetete), beef (carne bovina), café (café: local onde se pode tomar a
bebida), cafeteria (refeitório), camera (máquina fotográfica), casualty (número de mortos num
acidente ou guerra), cigar (charuto), collar (gola), comma (vírgula), commodity (mercadoria),
compass (bússola), compromise (entrar em acordo), contest (concurso), costume (fantasia, roupa
típica de um país ou região), data (dados), educated (instruído), enroll (inscrever-se), eventually
(finalmente), expert (perito), fabric (tecido), ingenious (trabalhoso), intend (pretender), library
(biblioteca), pretend (fingir), mass (missa), pasta (massa), sensible (sensato), tenant (inquilino),
entre outras mais.
Então, podemos perceber que, diferentemente das palavras cognatas, as falsas cognatas
requerem atenção especial para que não façamos uma interpretação errônea do texto, atribuindo-
lhes significados que não correspondem à realidade.

Afixos

O afixo é uma letra ou grupo de letras que acrescentamos ao começo (prefixo) ou final (sufixo)
da raiz de uma palavra para formar novas palavras. O conhecimento dos afixos é importante
no processo de leitura, pois facilita a identificação de novas palavras e, em consequência, a
compreensão durante o processo de leitura (ABSY et al., 2005).
Veja alguns exemplos de afixos. Primeiramente, os prefixos e depois os sufixos:

··Prefixos: dependendo do prefixo acrescido ao radical da palavra, temos uma série de


possibilidades.
Indicando negação: disapprove, illegal, impossible, irregular, non-smoking, uncommon.
Indicando exagero ou excesso: overview, overweight.

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Indicando menos que o desejado: underestimate, underpaid.
Indicando erro: misconduct, misdirected, miscounted, misspelled, misunderstand.
Indicando momento anterior: prehistoric, preheat.
Indicando momento posterior: post graduation.

··Sufixos: assim como em relação ao prefixo, dependendo do sufixo acrescido ao radical da


palavra, temos uma série de possibilidades.
Formando verbos: fatten, simplify, modernize.
Formando advérbios: slowly, daily, weekly, monthly, yearly.
Formando substantivos abstratos: happiness, education, reality, democracy,
phenomenology, approval, government, championship.
Formando adjetivos: painful, desirable, irresistible, national; careless, messy.

Uso do dicionário

Leitores de língua estrangeira sentem, algumas vezes, necessidade de recorrer ao dicionário


em busca de informações que possam ajudá-los a compreender determinadas palavras,
expressões ou frases (ABSY et al., 2005).
E, diga-se de passagem, não há mal nenhum em recorrer a dicionários toda vez que temos
dúvida sobre o significado de alguma palavra! Pelo contrário, meu caro aluno! Essa prática é
muito bem-vinda, sim. Indica que somos leitores atentos e curiosos e temos a necessidade de
esclarecer as dúvidas sempre que elas surgem.
Quando se trata de um segundo idioma, podemos encontrar à nossa disposição, nas livrarias,
dicionários monolíngues e bilíngues, que atendem a objetivos e níveis de conhecimento
diferentes.
Temos, inclusive, pictionaries ou illustrated dictionaries, que são
dicionários de imagens, com uma riqueza enorme de detalhes sobre o
que procuramos. Há pictionaries que trazem, até mesmo, a palavra
buscada traduzida em até cinco idiomas.
Veja quanta riqueza de detalhes podemos encontrar em um
Th

dicionário ilustrado:
ink
sto
ck/
Ge
tty
Ima
ges

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Unidade: Leitura em língua inglesa

Thinkstock/Getty Images

No entanto, o leitor que não é muito familiarizado com o segundo idioma vai preferir, no
início, fazer uso de dicionários bilíngues, pois esses trazem os dois idiomas: o materno e o de
chegada, ou seja, vai utilizar a tradução para chegar ao significado da palavra buscada. Assim,
se buscarmos o significado da palavra house, teremos simplesmente a sua tradução: “casa”.

Thinkstock/Getty Images

Aquele que já tem um domínio maior do segundo idioma vai preferir os dicionários
monolíngues, por serem mais completos no que diz respeito à quantidade de detalhes e
informações da palavra buscada. Esses trazem explicações sobre o vocábulo procurado e não
a sua tradução. Portanto, se buscamos a palavra house, ele trará uma explicação detalhada
do vocábulo: a place where you live in. Muitas vezes, traz também imagens com informações
adicionais para facilitar o processo de entendimento do leitor.

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Não podemos deixar de citar aqui os dicionários específicos de expressões idiomáticas (idioms),
gírias (slang), verbos preposicionados (phrasal verbs), sinônimos e antônimos (Thesaurus),
dicionários para áreas específicas, como os dicionários médicos, de advocacia, marketing, etc.
Ou seja, há uma gama de opções para ter um bom dicionário, útil para as diversas necessidades
do leitor em suas tarefas.
É bom lembrar que um bom dicionário é aquele que fornece todas as informações
necessárias durante o processo de leitura de textos de língua estrangeira. E o que significa conter
“todas” informações necessárias? Representação fonética, classe gramatical: substantivo – s.
(noun – n.); verbo – v. (verb – v.), adjetivo – adj. (adjective – adj.), advérbio – adv. (adverb –
adv.); significados diferentes como substantivos e como verbos; locuções e expressões; phrasal
verbs; exemplos em itálico; os diferentes significados da palavra em suas respectivas áreas.
Podemos ainda encontrar, nos bons dicionários, as formas verbais (o passado e o particípio
passado); adjetivos nas formas comparativas e superlativas; plural irregular de substantivos;
variantes do inglês americano (AmE = American English) ou britânico (BrE = British English).
Para você ter uma ideia do que é dito sobre “todas as informações” necessárias sobre
uma determinada palavra, preste atenção na riqueza de detalhes fornecida para as palavras
“cavalier”, “Cavalier”, e “chart”, encontradas no Longman – Dictionary of English Language
and Culture. Não se trata de uma simples tradução, mas de explicações mais precisas e completas
daquilo que se procura. Já deu para perceber, meu caro aluno, que o dicionário mencionado
acima é um dicionário monolíngue, não é mesmo?

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Unidade: Leitura em língua inglesa

O dicionário traz informações sobre a palavra cavalier: quando escrita com a inicial minúscula,
trata-se de um adjetivo; quando escrita com a inicial maiúscula (Cavalier), passa a ser um
substantivo.
Além disso, o dicionário traz a transcrição fonética, por meio do IPA – International Phonetic
Alphabet (entre barras), exemplos com a palavra contextualizada e informações adicionais
referentes à cultura, no item Cultural Note. E, como a riqueza de detalhes é imensa, podemos
ver também uma imagem, que nos dá a ideia exata da palavra buscada.

Pearson/Longman

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Da mesma maneira, o dicionário monolíngue também exemplifica com riqueza de detalhes
todos os significados possíveis para a palavra chart. Nesse caso, há informações sobre quando
sua classe gramatical é substantivo e verbo, mostrando ao leitor as suas diferentes formas de uso.
Percebeu como os dicionários monolíngues são mais completos?
Também devemos sempre nos lembrar de que o significado de uma palavra será dado pelo
contexto, pois, de acordo com a situação, o vocábulo pode adquirir um novo significado.
É o que ocorre quando, por exemplo, queremos dizer a alguém “parabéns”. Temos as
opções “Happy Birthday” (para alguém que esteja comemorando mais um ano de vida) e
“Congratulations” (para alguém que tenha conseguido um novo emprego ou tenha conseguido
realizar um grande feito em sua vida).
Portanto, mesmo com a ajuda do dicionário, precisamos lançar mão do bom senso para não
empregarmos uma palavra no lugar de outra!
Vamos fazer uma breve reflexão sobre isso que foi dito acima:
Vou pedir para você procurar no dicionário a palavra correspondente a “cravo” na Língua
Inglesa.
Você imediatamente vai procurar no dicionário e, se for um bom dicionário, verá que ele traz
algumas opções, como clove, carnation, blackhead, spike. Daí a pergunta: De qual a tradução
de “cravo” eu preciso?
Bem, caro(a) aluno(a), se você precisa traduzir a palavra “cravo”, sendo este o tempero
comumente usado na culinária, no preparo de certos doces, precisará dizer clove; se precisa de
uma palavra correspondente para “cravo”, quando esta se referir à flor, terá de usar carnation;
se a palavra “cravo” se referir ao problema dermatológico que muitas pessoas apresentam, em
que pontinhos negros aparecem na pele, deverá utilizar blackhead; e, se “cravo” se referir às
protuberâncias existentes nos solados das chuteiras, você terá de usar spike.
Bem, já deu para perceber que não basta simplesmente abrir o dicionário e “pegar” a primeira
palavra listada como a solução dos seus problemas, não é mesmo? Se não tivermos bom senso,
usaremos palavras erradas no lugar das certas. Por isso, muita atenção!

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Unidade: Leitura em língua inglesa

Material Complementar

Caro(a) aluno(a), para você complementar e ampliar os conhecimentos adquiridos nesta


unidade, seguem algumas sugestões de consulta para desenvolvimento e enriquecimento de
seu vocabulário.
Assim, o processo de leitura de textos em Língua Inglesa ficará cada vez mais fácil!

Explore
COLLINS, Donald E.; GOMES, Luiz L.. Dicionário de gíria americana contemporânea. 5ª. ed. São
Paulo: Pioneira, 1993.
Illustrated Oxford Dictionary. Oxford: Oxford University Press, 2003.
JAMES, Ewart. NTC’s dictionary of British slang and colloquial expressions. Great Britain: NTC
Publishing Group, 1996.
KIRKPATRICK, Betty. English in context: popular sayings, an effective aid for vocabulary development.
Singapore: Learners Publishing, 2007.
SCHOLES, Jack. Slang: gírias atuais do inglês. São Paulo: Disal, 2004.

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Referências

ABSY et al. Leitura em Língua Inglesa: Uma Abordagem Instrumental. 2ed. São Paulo: Disal,
2005.

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Unidade: Leitura em língua inglesa

Anotações

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