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karllamedeyros@gmail.com
3 Graduando, Física, Universidade Federal de Pernambuco, Caruaru, PE, Brasil
georranyslins@gmail.com
4 Graduando, Física, Universidade Federal de Pernambuco, Caruaru, PE, Brasil
Lucas.sscc@live.com
5 Graduanda, Física, Universidade Federal de Pernambuco, Caruaru, PE, Brasil
annahsilva1@gmail.com
RESUMO
INTRODUÇÃO
Movimentos de corpos que rolam são bastante comuns no dia a dia. Como
exemplos óbvios, podemos citar os movimentos das rodas de uma bicicleta ou de um
automóvel. Também é muito comum o uso de esferas em experimentos em plano
inclinado, como é o caso do artigo em questão.
No caso de rolamento, não podemos simplesmente tratar o corpo como uma
partícula. Um modelo adequado para esse caso é o de um corpo rígido o qual, por
definição, é um sistema no qual a distância entre as duas partículas do corpo é
inalterável ou pode-se dizer que o corpo é indeformável. Obviamente, nenhum corpo
real é perfeitamente rígido, mas em muitos casos essa é uma idealização conveniente.
Quando um corpo com simetria axial (um cilindro, uma esfera, um anel) rola
sobre uma superfície plana e cada ponto da periferia da roda não desliza sobre o
plano, dizemos que acontece um rolamento sem deslizamento ou simplesmente um
rolamento puro.
Para fixar a ideia, consideremos um cilindro de raio R rolando sem deslizar
sobre uma superfície horizontal. Quando ele gira de um ângulo 𝜃, o ponto de contato
do corpo com a superfície terá se deslocado uma distância S, tal que
𝑆 = 𝑅𝜃 (1)
𝑣𝑐𝑚 = 𝜔𝑅 (2)
⃗⃗⃗⃗
𝑀 = 𝐼𝛼 (4)
onde ⃗⃗⃗⃗
𝐹𝑅 é a resultante das forças que atuam no corpo de massa m, 𝑎 é a aceleração
do centro de massa (CM), 𝑀 ⃗⃗ é o momento resultante em relação ao centro de massa,
𝐼 é o momento de inércia em relação ao CM e 𝛼 é a aceleração angular.
No rolamento sem deslizamento (rolamento puro), vimos que a condição é que:
𝐹𝑎 < 𝜇𝑒 𝑁 (5)
Nestes dois casos é válida a condição de rolamento puro, que se pode escrever
pela equação (2). Para que a condição de não deslizamento seja mantida durante a
descida de uma esfera sobre um plano inclinado, a força de atrito gera um torque em
relação ao eixo que passa pelo centro de massa. Assim as equações (3) e (4) para a
situação descrita, podem ser escritas como
𝑚𝑔𝑠𝑒𝑛𝜃 − 𝐹𝑎𝑡 = 𝑚𝑎𝐶𝑀 (7)
𝑎𝐶𝑀
𝐹𝑎𝑡 . 𝑅 = 𝐼𝐶𝑀 . (8)
𝑅
Onde 𝑎𝐶𝑀 é a aceleração do centro de massa, R e 𝐼𝐶𝑀 são o raio e o momento da
𝑎
esfera em questão e o módulo da aceleração angular é dada pela razão 𝐶𝑀 , que pode
𝑅
ser obtida derivando a equação (2) em relação ao tempo. É conveniente expressar
𝐼𝐶𝑀 em função do raio de giração (NUSSENZVEIG, 2002, p. 265):
𝐼𝐶𝑀 = 𝑀𝐾 2 (9)
E substituindo a equação (9) na equação (8), temos:
𝑘2
𝐹𝑎𝑡 = 𝑚 𝑎 (10)
𝑅2
E substituindo na equação (7), obtemos finalmente:
𝑔𝑠𝑒𝑛𝜃
𝑎= 𝑘2
(11)
1+ 2
𝑅
Para que seja possível responder o questionamento presente neste artigo, foi
utilizado materiais de baixo custo que podem ser facilmente encontrados. São eles:
madeira com fórmica, esfera de vidro, transferidor escolar de 180° , nível de madeira,
dobradiça, pregos, parafusos, celular e suporte para filmagens.
Para cada ângulo escolhido, foram feitas 5 filmagens para depois tirarmos a
média do valor da aceleração a fim de diminuir possíveis flutuações estatísticas. Os
ângulos variavam de 5° em 5°, começando em 5° e terminando em 70°.
Posteriormente, foi preciso fazermos gravações em uma faixa de ângulos que eram
de interesse, percebida depois que foi construído o gráfico da aceleração em função
do ângulo. Essa faixa variava de 2° em 2°, começando com 42° e terminando em 48°.
Para cada filmagem, a esfera de vidro era abandonada em repouso no ponto
superior da rampa do plano inclinado, que tem um comprimento 𝐿 = (34,50 ±
0,05) cm. A figura 4 mostra o aparato experimental produzido. Usamos o nível de
madeira para certificarmos que a base do plano inclinado estaria plana.
Figura 4: Esfera de vidro descendo sobre o plano inclinado desenvolvido. (Arquivo pessoal).
Figura 5: Utilização do Tracker para o cálculo da aceleração (o borrão visto na figura é a esfera de
vidro e, à direita, observa-se o gráfico x versus t). Arquivo pessoal.
𝑆 ∑𝑛
𝑖=1(𝑥𝑖 −〈𝑥〉)
2
𝜎𝑚 = = √ (22)
√𝑛 𝑛(𝑛−1)
𝑑𝑓(𝑥)
𝑢𝑐 (𝑓) ≈ | 𝑢(𝑥) (23)
𝑑𝑥 𝑥=〈𝑥〉
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Aceleração Aceleração de
Ângulo experimental deslizamento Desvio
(°) extrapolada (m/𝒔𝟐 ) Percentual
(m/𝒔𝟐 )
1° 0,03 0,17 >10%
2° 0,09 0,34 >10%
3° 0,22 0,51 >10%
4° 0,34 0,68 >10%
*70° ------ 9,22 8,13%
71° 8,64 9,28 6,90%
72° 8,81 9,33 5,57%
73° 8,97 9,38 4,37%
74° 9,11 9,43 3,29%
75° 9,25 9,48 2,43%
76° 9,37 9,52 1,58%
77° 9,46 9,56 1,05%
78° 9,54 9,6 0,62%
79° 9,58 9,63 0,52%
80° 9,59 9,66 0,72%
81° 9,60 9,69 0,93%
82° 9,64 9,71 0,72%
Note que para os ângulos menores que 5°, devemos considerar o efeito da
rotação da esfera, visto que o desvio percentual entre a aceleração experimental e a
aceleração de deslizamento é bastante considerada.
Para uma melhor visualização e interpretação dos resultados obtidos através
da extrapolação, a figura 8 representa o novo gráfico, parecido com o gráfico anterior,
mas com os resultados da extrapolação.
Figura 8: Gráfico extrapolado para ângulos menores que 5° e maiores que 70°.
Através desse gráfico, podemos perceber que para ângulos maiores que 70° e
até 82°, podemos desprezar o rolamento da esfera de vidro sobre o plano inclinado,
devido ao desvio percentual médio dessa faixa de ângulos ser bastante razoável
(2,83%). Mas como isso pode ser explicado? Para responder esse questionamento,
devemos voltar para o gráfico da Figura 6. Como vimos, a aceleração experimental
supera a aceleração de rolamento puro entre 45° e 50°. Diante desse fato, realizamos
o mesmo experimento para ângulos entre 42° e 48°. A figura 8 fornece o gráfico para
uma melhor visualização e comparação dos dados.
Ângulo 𝝁𝑴á𝒙
(°)
15° 0,2679
14° 0,2493
16° 0,2867
16° 0,2867
17° 0,3057
14,5° 0,2586
14° 0,2493
17° 0,3057
16° 0,2867
17,5° 0,3153
Média 0,28119
CONSIDERAÇÕES FINAIS