O documento resume um artigo que discute a produção dos livros didáticos de história no Brasil e as influências da indústria editorial, academia e estado neste processo. O artigo argumenta que os livros didáticos refletem os interesses do estado e grupos dominantes e são tratados primeiramente como mercadorias antes de definir seu propósito educacional. É descrito um sistema no qual o estado define os conteúdos históricos, a academia legitima o conhecimento e as editoras transformam em produto de mercado.
Descrição original:
Estudo dirigido acerca de XAVIER, E.; CUNHA, M. Entre a indústria editorial, a academia e o estado: o livro
didático de história em questão. Cadernos do CEOM (Unochapecó), v. 981(05), p. 123,
2012.
O documento resume um artigo que discute a produção dos livros didáticos de história no Brasil e as influências da indústria editorial, academia e estado neste processo. O artigo argumenta que os livros didáticos refletem os interesses do estado e grupos dominantes e são tratados primeiramente como mercadorias antes de definir seu propósito educacional. É descrito um sistema no qual o estado define os conteúdos históricos, a academia legitima o conhecimento e as editoras transformam em produto de mercado.
O documento resume um artigo que discute a produção dos livros didáticos de história no Brasil e as influências da indústria editorial, academia e estado neste processo. O artigo argumenta que os livros didáticos refletem os interesses do estado e grupos dominantes e são tratados primeiramente como mercadorias antes de definir seu propósito educacional. É descrito um sistema no qual o estado define os conteúdos históricos, a academia legitima o conhecimento e as editoras transformam em produto de mercado.
CURSO DE HISTÓRIA PRÁTICA DE ENSINO III: O LIVRO DIDATICO – 2021.1 ESTUDO DIRIGIDO DE TEXTO
John Keith Gaskin Briglia
XAVIER, E.; CUNHA, M. Entre a indústria editorial, a academia e o estado: o livro didático de história em questão. Cadernos do CEOM (Unochapecó), v. 981(05), p. 123, 2012.
1. O título atende aos objetivos e ao conteúdo do artigo?
(x) Sim ( ) Não ( ) Parcialmente
2. E o resumo, informa sobre os eixos e o conteúdo do texto?
(x) Sim ( ) Não ( ) Parcialmente
Escrito por Erica da Silva Xavier e Maria de Fátima da Cunha, ambas as
historiadoras, com mestrado em História Social, e pesquisadoras na área de Ensino e História. Produziram e publicam seu trabalho na Revista “Cadernos do CEOM”, uma publicação semestral do Centro de Memória do oeste de Santa Catarina, voltada para abordagens de várias temáticas. Nessa perspectiva, Entre a industrial editorial, a academia e o estado, segundo Xavier e Cunha (2012, p. 123) têm por objetivo geral, “buscar entender através de um mapeamento as dimensões que envolvem a produção do livro didático de História”, considerando suas conexões com a indústria, o social, a qualidade e o consumidor. Ainda, busca “compreender de que forma ocorrem os diálogos entre o Estado, Academia e as Editoras que são de fato os principais agentes a interferir diretamente na produção e distribuição do livro didático de História” (XAVIER, E.; CUNHA, M. 2012, p. 123). Dessa maneira, evidencia-se o livro didático como um elemento que ultrapassa os meandros da neutralidade, pelo contrário, seu caráter é inteiramente parcial, seja com uma função; de referencia curricular, instrumentação metodológica, ideológica ou documental (CHOPPIN, 2004 apud XAVIER, E.; CUNHA, M. 2012). Nesse sentido, dentro do processo de ensino e aprendizagem, a função que mais asseguraria o desenvolvimento crítico do aluno, estaria entrelaçada à perspectiva documental, na medida em que fosse trabalhado o documento como uma fonte refutável da verdade histórica XAVIER, E.; CUNHA, M. 2012). Entretanto, observam-se as estratégias do Estado em contornar tal perspectiva, na medida em que a mesma fuja dos interesses governamentais e grupos dominantes, assim, cabe destacar que: [...] o segmento voltado para as compras do setor público importa menos a orientação metodológica ou a ideologia contida em uma coleção de didática e mais a sua capacidade de vendagem e aceitação no mercado. Neste contexto, o livro didático assume claramente a sua dimensão de mercadoria, sujeitas a múltiplas interferências em seu processo de produção e vendagem (MIRANDA; DE LUCA. 2004, p. 128 apud XAVIER, E.; CUNHA, M. 2012, p. 128). Ou seja, para além do caráter de formação cognitiva, ideológica, nacional, crítica ou simplesmente curricular, o livro didático assume, a priori, papel de mercadoria para depois ser determinado seu caráter final, isso demonstra que, antes mesmo de ter uma função, o livro deve, obrigatoriamente, obter lucro, posteriormente a isso, preocupa-se em estabelecer “qual educação” e que cidadão se pretende formar. Por fim, Erica da Silva Xavier e Maria de Fátima da Cunha (2012) irão constatar o funcionamento do sistema, onde: cabe ao Estado, apresentar em forma de conteúdo, por qual visão da história ou tendência historiográfica o passado será recontado, a base da fundamentação teórica do livro; a Academia, legitimar o conhecimento que se produz; e as Editoras, em transformar esse bem em mercadoria. Em outras palavras: O Estado necessita das editoras para programar em massa os materiais didáticos, as editoras atendem ao Estado; a Academia oferece os fundamentos teoricometodológicos; o Estado (através de seus programas educacionais para disciplina de história) se apropria deste debate localizado na Academia, na “ciência da história”, para buscar justificativa para seus projetos atuais; as editoras incorporam em forma de conteúdo contido nos livros didáticos as demandas do Estado para a disciplina de história, as demandas pedagógicas e os debates entre ensino e história que vem da academia, este fator gera lucro ao mercado editorial. Um processo complexo que na sua estrutura demonstra uma dinâmica que gera demandas para o Estado, Academia e Editoras (XAVIER, E.; CUNHA, M. 2012, p. 142). Tendo em vista todo o supracitado, observa-se uma obra de pesquisa qualitativa, com o aparato teórico muito bem embasado por grandes pesquisadores contemporâneos, como; Marc Ferro, Choppin, Chervel, Cerri e outros. Como resultado, têm-se um trabalho objetivo, com uma linguagem simples e muito bem elaborada. Ainda, ressalto, com êxito, a sequencia com a qual a obra se segue, uma vez que, em posterior à introdução, que sinteticamente evidencia os objetivos e as problemáticas descritas durante futuro aprofundamento, têm-se uma breve síntese histórica acerca dos processos de livro didáticos no Brasil, que servirá como base, também, para o que certamente as autoras planejam, enfim, constatar.