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R EVISTA T REINAMENTO D ESPORTIVO 53

artigo original
PERFIL CORPORAL DE TENISTAS
PARTICIPANTES DO CAMPEONATO
BRASILEIRO DE TÊNIS, AMBOS OS SEXOS,
CATEGORIA 16 ANOS: UM RELATO
CINEANTROPOMÉTRICO
Claudio Fagundes Pereira

INTRODUÇÃO de medidas antropométricas para tenistas brasilei-


O desenvolvimento de um atleta é conseqüên- ros, de ambos os sexos, categoria 16 anos; o que
cia, dentre outros fatores, de um volume de treina- proporcionará um volume de treinamento técnico e
mento técnico e físico bem elaborado. A elaboração físico adequado às necessidades dos mesmos e, como
deste treinamento deve obedecer dois critérios bási- conseqüência, um melhor aproveitamento de tem-
cos: a modalidade esportiva e o perfil corporal do po, espaço físico e material, bem como um desgaste
atleta que a pratica. menor do atleta. Atendendo às expectativas do
harmonioso desenvolvimento morfofuncional do or-
Vários pesquisadores, especialistas em Fisiolo- ganismo. Face às estas ponderações iniciais, coloca-
gia do Exercício e Medicina Desportiva, têm especu- mos as nossas intenções com este estudo nos objeti-
lado a respeito de qual a formação corporal ideal vos: 1) observar possíveis diferenças entre as medi-
para determinadas práticas esportivas. No Brasil, por das dos lados dominante e não dominante do tenis-
carência de equipamentos e condições de trabalho ta, e; identificar a existência da relação entre o vo-
não é executado um controle das variáveis lume de treinamento técnico e físico utilizado na
antropométricas, ou seja, medições contínuas acer- preparação do tenista e o perfil antropométrico,
ca dos perfis das populações de esportistas. No caso somatotípico e da composição corporal do mesmo.
do tênis, isto se agrava devido à pouca quantidade
de profissionais habilitados em Educação Física que O problema suscitado neste estudo explicitou-
trabalham com este esporte, inclusive, nos Currícu- se através dos seguintes questionamentos: há dife-
los das Escolas Superiores de Educação Física são rença entre as medidas antropométricas (dobras
poucas as Instituições que incluem a disciplina “Tê- cutâneas, diâmetros ósseos e perímetros segmenta-
res) quando comparados os lados dominante e não
nis” na formação destes profissionais.
dominante do tenista ? Há relação entre o volume
Conforme PINI (1983: 1) um dos objetivos da de treinamento técnico e físico utilizado na prepara-
Educação Física é “favorecer o desenvolvimento físi- ção dos tenistas participantes do Campeonato Brasi-
co e psíquico do indivíduo jovem, do que resulta um leiro, de ambos os sexos, categoria 16 anos, com o
harmonioso desenvolvimento morfofuncional do or- perfil antropométrico, somatotípico e da composi-
ganismo”. O presente estudo estabelece um padrão ção corporal do mesmo?
54 PEREIRA

A partir do problema formulamos a hipótese: A estimativa da composição corporal foi reali-


existe relação entre o volume de treinamento técni- zada utilizando-se como referência as equações de-
co-físico com o perfil antropométrico, somato-típi- senvolvidas por LOHMAN (1986) e PIRES NETO &
co e da composição corporal quando analisada do PETROSKI (1993), aplicando os valores de densidade
ponto de vista de simetria entre os hemisférios cor- na equação de cálculo do percentual de gordura de
porais (lados dominante e não dominante), porque acordo com a equação de SIRI (1961).
sendo o tênis um esporte de predominância unilate-
ral, um elevado volume de treinamento provocará O cálculo dos componentes do somatotipo foi
alterações estruturais e morfológicas a ponto de con- realizado de acordo com as modificações
ferir uma assimetria corporal. metodológicas propostas por ARAÚJO (1985), seguin-
do-se o protocolo de CARTER (1975) para a coleta
Caracterização da pesquisa das medidas antropométricas.

O presente estudo caracteriza-se como uma Utilizou-se o pacote estatístico SPSS for Windows
pesquisa descritiva, porque procura traçar um perfil (Versão 6.0.1 - 1993) para o teste de diferença entre
antropométrico, somatotípico e da composição cor- as médias e para correlação de Pearson-Bravais.
poral dos tenistas participantes do Campeonato Bra-
sileiro de Tênis - Edição 1994, em função do volume REVISÃO DE LITERATURA
de treinamento.
A cineantropometria está envolvida com me-
didas e avaliações de diferentes aspectos do homem
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS. em movimento e com as características físicas do ser
Mensurou-se 58 atletas, voluntários, sendo 22 humano com o propósito de estudar variações inter-
do sexo feminino e 36 do sexo masculino, participan- humanas. Ela não está somente preocupada apenas
tes do Campeonato Brasileiro de Tênis, categoria 16 com as características e qualidades de um indivíduo,
anos, realizado na Sociedade Aliança, em Novo Ham- mas também e, particularmente, de um grupo onde a
burgo (RS), no período de 25 a 30 de julho de 1994. variação que é encontrada dentro de uma população
e nas diferenças que possam ocorrer ao passar dos
PROTOCOLO DE MENSURAÇÃO anos (BEUNEN & BORMS, 1990) e, mais especifica-
mente, a investigação das características antropo-
Para a realização das medidas antropométricas
seguiu-se os procedimentos de LOHMAN (1991) para métricas, gordura e massa corporal magra tem pro-
o peso corporal, estatura, medida das dobras cutâneas porcionado o estabelecimento de perfis inerentes à
do antebraço, bicipital, tricipital, subescapular, diversas modalidades esportivas (SCELZA & TARDIN,
suprailíaca, abdominal, coxo-femural e panturrilha 1988; ALVES & RIEHL, 1989; ARAÚJO, 1989; DIANNO
medial, utilizando o plicômetro marca CESCORF; me- & RIVET, 1990; GILLAM, 1990; BALE et al., 1992;
dida dos diâmetros ósseos rádio-ulnar, biepcondiliano GUALDI-RUSSO & GRAZIANI, 1993).
do úmero, condiliano do fêmur e bimaleolar; medi- Existem diversos fatores que são influenciadores
das dos perímetros segmentares do punho, antebra-
da capacidade individual de “performance” física, na
ço, braço fletido e tenso a 90º, tórax normal, tórax
Fig.1 (p.3), podemos visualizar estes fatores de acordo
inspiração máxima, tórax expiração máxima, cintu-
com a proposição de WEINECK (1989: 8) em que da-
ra, abdômen, quadril, coxa porção proximal, porção
remos foco aos fatores constitucionais e higiênicos.
central e porção distal, perna e tornozelo, além da
aplicação de um questionário individual para coleta Os fatores constitucionais referem-se à forma-
de dados de identificação e determinação do volume ção corporal que tem sido objeto de diversos pes-
de treinamento técnico e físico. quisadores na área da saúde e, em especial, da Edu-
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Figura 1 – Fatores da capacidade de “performance” esportiva (Weineck, 1989).

cação Física e os fatores higienistas às condições de dem ser analisados por uma variedade de métodos
saúde, onde são abordados os aspec tos médicos e com a finalidade de determinar-se as necessidades
sanitários (condições de higiene). Esta formação específicas para uma ótima performance.
corporal pode ser determinada através de vários mé-
CERVI et al. (1989) colocam que alguns fatores
todos de análise, os quais apresentaremos em deta-
extrínsecos moduladores do desempenho físico devem
lhes neste estudo.
ser levados em consideração em um programa de trei-
ÅSTRAND & RODAHL (1980: 4) analisando os namento de jogadores de tênis de alto nível, tais como:
fatores constituintes da performance física, colocam estado nutricional, composição corporal e somatotipo.
que, num senso muito amplo, esta performance é
Conforme LEITE (1985), a performance de um
determinada pela capacidade de liberação energética atleta ou participante de atividades físicas regula-
de um indivíduo (processos aeróbicos e anaeróbicos res, é a soma de fatores tais como, constituição físi-
e, transporte de oxigênio), função neuromuscular ca, capacidades e potências metabólicas aeróbicas
(força muscular, coordenação e técnica), mobilidade ou anaeróbicas, influências psicos-sociais e
articular e fatores psicológicos (motivação e tática). ambientais, habilidades técnicas e táticas específi-
Estes fatores representam um item mais ou menos cas para o esporte escolhido.
dominante, dependendo da natureza da performance.
“O sucesso de qualquer programa de treina-
Eles explicam que no golfe, não há necessidade mento é dependente de inúmeras variáveis, que com-
de uma alta liberação energética, mas boa técnica é preendem desde o aprendizado básico do gesto mo-
essencial. Num salto em altura, força muscular e téc- tor específico do esporte, melhorando a eficiência
nica são de importância fundamental. Em corridas de mecânica do atleta, até a capacidade do treinador
longas distâncias e esqui, a capacidade dos processos em compreender os mecanismos fisiológicos básicos
formadores de energia aeróbia, essencialmente, de- que envolvem e determinam a melhora de seus atle-
terminam a velocidade. A técnica é mais importante tas” (NOVAES apud LEITE, 1985: 5).
no esqui que na corrida; resistência psicológica e
motivação são essenciais para sobrepujar a sensação ÅSTRAND & RODAHL (1980: 468) afirmam que
de fadiga. Várias atividades, esportes e exercícios po- existem vários métodos para a classificação quanti-
56 PEREIRA

tativa da estrutura corporal, baseados numa série de GRAY (1989) apresenta uma comparação dos
medições antropométricas, incluindo vários diâme- métodos para determinar a gordura corpórea e sua
tros ósseos, a espessura das dobras cutâneas, a den- distribuição (V. Tabela 1), pois existem vários méto-
sidade corporal dentre outros. A composição corpo- dos laboratoriais para determinar a gordura corpórea,
ral, especialmente em atletas, constitui o melhor porém nenhum deles pode ser utilizado clinicamen-
parâmetro para determinar o peso desejável que as te em larga escala.
tabelas padronizadas altura-peso-idade, por causa da RYAN apud LEITE (1985: 140) afirma que é
alta proporção de conteúdo muscular em sua com- melhor avaliarmos o grau de obesidade através da
posição corporal total. medida do percentual de gordura corporal, através
das medidas das dobras cutâneas ou do método da
MATHEWS (1986: 257) no seu capítulo sobre a
pesagem hidrostática. O método hidrostático tem a
medição da nutrição e somatótipo, coloca que o pro-
inconveniência de necessitar de aparelhos sofistica-
fessor de Educação Física está numa posição vital
dos, piscina com a temperatura da água sobre con-
para detectar e referir casos de possível má nutrição
trole, os indivíduos que serão submersos para a pe-
ao especialista de saúde ou médico, já que uma das sagem devem estar muito bem adaptados ao meio
principais causas da interrupção do ciclo de cresci- líquido, tem de se determinar a através da
mento normal das crianças é a deficiência nutritiva. espirometria qual a quantidade de ar restante nos
Em linhas gerais, a utilização de estudos sobre pulmões (volume residual). Devido à estes motivos
os parâmetros da composição corporal se justifica à e ao nosso despreparo técnico frente à metodologia
medida que, para o desenvolvimento de avaliações da pesagem hidrostática, optamos pela técnica da
mais criteriosas sobre os efeitos de qualquer tipo de medida das dobras cutâneas.
programa de atividade motora, acompanhado ou não DAL MONTE apud DE ROSE et alii (1974) consi-
de dietas alimentares, existe a necessidade do dera que a análise da composição corporal é impor-
fracionamento do peso corporal em seus diferentes tante em termos de obtenção de uma relação ideal
componentes (GUEDES, 1994). entre a Massa Corporal Magra (MCM), esta considera-

Tabela 1 – Comparação dos métodos para determinar a gordura corporal e sua distribuição.

Facilidade de
Método Custo Precisão Gordura regional
aplicação
Peso e estatura $ Fácil Grande Não
Dobras cutâneas $ Fácil Pequena Sim
Perímetros $ Fácil Moderada Sim
Densidade - imersão $$ Moderada Grande Sim
Densidade - pletismografia $$$ Difícil Grande Não
3
Água ( H2O, D2O, H2) $$ Moderada Grande Não
40
Potássio ( K) $$$ Difícil Grande Não
Condutividade (Tobec) $$$ Difícil Grande Não
Impedância bioelétrica $$ Fácil Grande Não
Gás lipossolúvel $$ Difícil Grande Sim
Tomografia computadorizada $$$$ Difícil Grande Sim
Ultra-som $$$ Moderada Moderada Sim
Ativação nêutrica $$$$ Difícil Grande Não
Ressonância magnética $$$$ Difícil Grande Sim
$ = pequeno custo; $$ = custo moderado; $$$ = custo elevado; $$$$ = custo elevadíssimo
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da como massa ativa, e o peso de gordura que por O tênis é um esporte que apresenta, junta-
sua vez corresponde à massa passiva. mente com o beisebol, squash, badminton, tênis de
mesa e algumas provas de arremesso do atletismo, a
Quanto ao Índice de Massa Corpórea (IMC -
característica de ser assimétrico, ou seja, apresentar
índice de Quetelet), estudos de KANNEL & GORDON
dominância na utilização de um dos braços, com in-
(1979) apud GRAY (1989) e de ROCHE et al. (1981)
tensidade superior ao outro, causando com isto, al-
apud GRAY (1989) demonstram que o IMC relacio-
terações estruturais mais pronunciadas em um dos
na-se diretamente com a gordura corporal, embora
hemisférios corporais. Vários investigadores têm se
seja muito independente da estatura. GARROW &
preocupado com o problema de assimetria corporal
WEBSTER (1985) sugeriram, recentemente, que o
IMC seja, na verdade, uma medida da gordura rela- e, com outras deformações causadas por atividades
cionada à estatura, ao invés da porcentagem de esportivas, tais como a ginástica artística (CARTER,
gordura corpórea e que essa medida seja melhor 1975) e o próprio tênis (GWINUP, G.; CHELVAN &
para a obesidade do que a gordura corpórea STEINBERG, 1971; CHINN, PRIEST & KENT, 1974;
percentual. Mas um atleta excessivamente muscu- VODAK et al., 1980; SAMPEDRO, 1982; PEREIRA &
loso apresentaria índice elevado, porém ele possui SAMPEDRO, 1991).
baixíssima percentagem de gordura corpórea e ne- Estes estudos, embora preocupados com as al-
nhuma das conseqüências habituais da obesidade. terações que possam ocorrer em função da
Levando este fato em conta, tomamos como estra- especificidade destes esportes, não apresentam re-
tégia metodológica incluir tanto o cálculo da gor- sultados que relatem as alterações causadas por um
dura corporal percentual como também a técnica treinamento físico e técnico específico, dimensionado
do IMC. em termos de carga e especificidade de forma a cor-
Algumas experiências focalizaram os efeitos das rigir os aspectos anteriormente citados. SAMPEDRO
diferentes formas de treinamento desportivo e exer- (1982) apresentou dados que comprovavam o fato
cícios sobre a composição corporal em ambos os se- que as alterações causadas pelo treinamento de tê-
xos (PIRES NETO & PROFETA, 1984; PIRES NETO, 1985; nis não eram suficientes para evidenciar diferenças
PIRES NETO, 1986; CERVI et alii, 1989; PEREIRA & em termo de espessura de dobras cutâneas do braço
SAMPEDRO, 1990; PEREIRA & SAMPEDRO, 1991). Es- dominante, em relação ao não dominante, em tenis-
tes achados comportam um significado especial para tas de 10 à 14 anos de idade, em ambos os sexos, no
os preparadores físicos e outros profissionais impli- estado do Tenessee (USA).
cados na elaboração dos programas de treinamento,
Recentemente, investigadores brasileiros estu-
em função da importância do exercício no controle
daram os perfis corporais e de aptidão física do
eficiente do peso e do somatotipo ideal (MCARDLE,
KATCH & KATCH, 1985). badminton (SCUDELER, DA SILVA & PEREIRA, 1992),
tênis de mesa (PAN, ANDRADE & DA SILVA, 1992),
Segundo MATHEWS (1986) o somatotipo 1,0 - squash (CORUJEIRA, DA SILVA & PEREIRA, 1992) e o
3,0 - 6,0 (ecto-mesomorfo) é ágil, resistente, leve e tênis (DA SILVA & PEREIRA, 1992), mas nenhum
frágil para jogos atléticos, o 2,0 - 1,0 - 7,0 (ecto- destes estudos fazem menção a uma relação entre os
endomorfo) é frágil, flexível e tem poucos esportes lados dominante e não dominante.
para se adaptar, o 1,0 - 7,0 - 1,0 (mesomorfo balan-
ceado) adora atividades físicas e é forte. Assim, a Por este motivo é necessário que se estude as
aplicação da somatotipagem à Educação Física pode relações entre os segmentos corporais quanto à sua
resultar num melhor entendimento dos alunos, par- lateralidade, com o objetivo de verificar eventuais
ticularmente em termos de programa de atividades distrofias corporais que possam existir em virtude de
(HEBBELINCK, 1989). uma prática esportiva intensa.
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RESULTADOS mento e os volumes indicam a quantia gasta em mi-


nutos para a execução dos treinamentos.
Quanto à utilização das duas mãos para execu-
ção do golpe “backhand” (oposto ao lado dominan- Tabela 3 – Proveniência dos tenistas participantes do Campe-
onato Brasileiro de Tênis, categoria 16 anos, de ambos os se-
te), verificamos que 54,3 % dos meninos e 90,5 % xos - Edição 1994.
das meninas utilizam backhand com as duas mãos.
Masculino Feminino
Em uma reportagem recente da revista Macht Point, Estado
N % N %
DALCIM (1995) afirma que o golpe com duas mãos
MG 0 0,00 1 4,54
pode ser considerado um padrão nacional, pois 75,0
DF 3 8,33 1 4,54
% dos jogadores de 12 anos e 67,0 % dos tenistas de
GO 1 2,78 1 4,54
14 anos usam este golpe, no feminino é próximo aos PR 3 8,33 1 4,54
95,0 % nos 10, 14 e 16 anos e alcança 65,0 % nos RJ 4 11,11 4 18,18
18 anos. Comparativamente obtivemos uma proxi- RS 15 41,67 9 40,91
midade nos valores percentuais para o sexo femini- SC 2 5,56 2 9,10
no, o mesmo não ocorreu para o sexo masculino. SP 8 22,22 3 13,65
Totais 36 100,00 22 100,00
Na tabela 2 encontram-se as médias de idade
dos tenistas que participaram deste estudo. Cabe res-
Tabela 4 – Freqüência (x/semana) e volumes (minutos) de trei-
saltar que o Campeonato Brasileiro de Tênis é dividi- namento técnico-físico de tenistas, categoria 16 anos, ambos
do por faixas etárias, sendo esta divisão de uniformi- os sexos.
dade internacional, pois ela é regida pela International Masculino Feminino
Tenis Federation (ITF). O tenista para participar da x s x s
categoria 16 anos, como é o caso desta competição, Freqüência de treino técnico 4,78 1,02 4,55 0,91
Volume de treino técnico 176,67 46,90 139,09 35,31
não poderá inscrever-se caso ele vá completar 17 anos
Freqüência de treino físico 4,22 1,01 3,84 1,17
no ano de disputa. O mais comum é que tenistas de
Volume de treino físico 68,00 29,14 63,95 14,87
14 a 16 anos participem desta categoria, com algu- f f
Significativo para p < 0,01; significativo para p < 0,05
mas exceções de tenistas mais jovens, que devido ao
seu nível técnico, conseguem competir em igualdade
Não houveram diferenças significativas, quan-
de condições com os mais velhos. do feita as comparações, tanto das freqüências como
Tabela 2 – Média e desvio padrão da idade, de ambos os sexos. dos volumes de treinamento técnico e físico, entre
Masculino Feminino os sexos. A Mo da freqüência de sessões semanais de
treinamento técnico é 5 (cinco) para o sexo masculi-
x 15,377 15,667
no e feminino, com uma Mo no volume de treinamen-
s 0,637 0,745 to de 180 minutos (3 horas) para o sexo masculino e
de 120 minutos (2 horas) para o sexo feminino. A Mo
Neste estudo não há existência de canhotos da freqüência de sessões semanais de treinamento fí-
entre os meninos e somente 5 (22,7 %) das meninas sico é 5 vezes para o sexo masculino e 3 vezes para o
têm como dominância este lado. Mesmo sendo uma sexo feminino, com uma Mo no volume de treinamen-
competição em nível nacional, só participaram te- to físico de 60 minutos (1 hora) para ambos os sexos.
nistas das regiões Sul, Sudeste e Centro Oeste, como
está descrito na Tabela 3: 1. Avaliação antropométrica
Os volumes de treinamento técnico e físico Iniciamos a apresentação dos resultados atra-
estão descritos na Tabela 4 (p.7), onde as freqüênci- vés das Tabela 5, onde constam os dados de peso
as indicam o número de sessões semanais de treina- corporal e estatura, de ambos os sexos.
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Tabela 5 – Médias e desvios padrões do peso corporal e da masculino são menores que os valores do sexo fe-
estatura de tenistas categoria 16 anos, de ambos os sexos.
minino, também existe neste caso uma maior
Masculino Feminino homogeneidade dos valores para o sexo masculino
Peso (Kg) Estatura (m) Peso (Kg) Estatura (m) e foram encontradas diferenças estatisticamente
x 63,78 1,761 59,16 1,673 significativas quando comparadas as dobras
s 7,26 0,058 9,05 0,070
cutâneas, entre os sexos em todos os valores das
dobras cutâneas (p = 0,05).
Observa-se que os meninos são mais altos e
Tabela 7 – Médias e desvios padrões das dobras cutâneas do
mais pesados que as meninas e possuem uma discre-
lado não dominante, de ambos os sexos.
pância menor dos valores em relação às meninas,
Masculino Feminino
caracterizando um grupo mais homogêneo. Este fato
corrobora o achado de diversos autores que colocam x s x s
antebraço 5,08 1,41 7,75 2,12
que os indivíduos do sexo masculino, nesta faixa
etária, tendem a ser mais altos e mais pesados que o bíceps 3,49 0,68 6,52 1,89
sexo feminino (ARAÚJO, 1985; MARQUES et al., 1982 tríceps 7,01 1,91 12,41 3,85
apud GOMES, 1988). Neste estudo não existiu dife- subescápula 6,68 1,08 9,69 4,96
rença estatisticamente significativa tanto no peso suprailíaca 6,37 2,01 11,01 6,32
corporal como na estatura, quando comparados os abdominal 8,38 2,83 14,72 7,85
dois sexos. coxo-femural 10,71 3,73 23,17 5,14
panturrilha medial 7,96 2,83 16,42 4,12
Na Tabela 6 observa-se que todos os valores de
Significativo para p < 0,01; significativo para p < 0,05
dobras cutâneas do lado dominante do sexo masculi-
no são menores que os do sexo feminino, também Analisando as Tabelas 6 e 7, observa-se que a
existe neste caso uma maior homogeneidade dos distribuição da gordura corporal, tanto no lado do-
valores para o sexo masculino. minante como no lado não dominante, é maior nas
Tabela 6 – Médias e desvios padrões das dobras cutâneas do regiões do abdômen (abdominal) e coxa (coxo-
lado dominante, de ambos os sexos. femural), em ambos os sexos, sendo que no sexo
Masculino Feminino feminino há também um grande acúmulo nas pernas
x s x s (panturrilha medial).
antebraço 4,79 1,43 7,82 2,36 Tabela 8 – Médias e desvios padrões dos diâmetros ósseos do
bíceps 3,64 0,96 6,57 2,10 lado dominante, de ambos os sexos.
tríceps 7,54 2,25 12,89 3,67 Masculino Feminino
subescápula 6,77 1,01 9,97 4,57
x s x s
suprailíaca 6,44 1,96 11,13 7,09
rádio-ulnar 5,57 0,29 4,86 0,28
abdominal 9,30 3,28 15,71 7,71
úmero 6,71 0,35 5,81 0,31
coxo-femural 10,33 3,48 22,87 5,49
panturrilha medial 7,77 2,77 14,90 3,59 fêmur 9,35 0,49 8,50 0,53
Significativo para p < 0,01; significativo para p < 0,05 bimaleolar 7,26 0,38 6,41 0,40
Significativo para p < 0,01; significativo para p < 0,05
Existem diferenças significativas entre os
valores das dobras cutâneas do sexo masculino com Analisando os dados médios dos diâmetros ós-
o sexo feminino em todas dobras cutâneas (p = 0,05). seos contidos na Tabela 8, podemos mostrar que existe
Na Tabela 7, observa-se que todos os valores uma regra de proporcionalidade, quando analisados
de dobras cutâneas do lado dominante do sexo os valores dos diâmetros ósseos.
60 PEREIRA

Figura 3 – Gráfico dos diâmetros ósseos do lado não dominan-


Figura 2 – Gráfico dos diâmetros ósseos do lado dominante, de te, de ambos os sexos.
ambos os sexos.
Nota-se que em ambos os sexos, tanto no lado
No sexo masculino existe um aumento de dominante como no lado não dominante, existe uma
20,46% no valor da medida do diâmetro ósseo rá- regra de proporcionalidade entre as medidas dos di-
dio-ulnar para o do úmero, um aumento de 39,34% âmetros ósseos, observáveis através dos gráficos
do úmero para o do fêmur e um decréscimo de 22,35% explicativos acima.
do fêmur para o bimaleolar e, no sexo feminino: um Tabela 10 – Médias e desvios padrões dos perímetros segmen-
aumento de 19,54% do rádio-ulnar para o do úmero, tares do lado dominante, de ambos os sexos.
um aumento de 46,30% do úmero para o do fêmur e Masculino Feminino
um decréscimo de 24,59% do fêmur para o bimaleolar, x s x s
isto no lado dominante. punho 16,89 0,72 15,41 0,75
Tabela 9 – Médias e desvios padrões dos diâmetros ósseos do antebraço 25,06 1,44 23,28 1,17
lado não dominante, de ambos os sexos. bíceps 28,11 2,17 26,09 1,76
Masculino Feminino coxa proximal 52,23 3,33 55,98 4,58
x s x s coxa central 48,74 2,93 50,39 4,25
coxa distal 38,49 2,57 39,99 3,01
rádio-ulnar 5,42 0,26 4,77 0,28
panturrilha 35,29 1,89 35,57 2,64
úmero 6,51 0,38 5,69 0,29
tornozelo 24,54 2,21 23,64 1,86
fêmur 9,27 0,54 8,48 0,54
Significativo para p < 0,01; significativo para p < 0,05
bimaleolar 7,29 0,40 6,38 0,40
Significativo para p < 0,01; significativo para p < 0,05 Analisando a Tabela 10, verifica-se que as
medidas de perímetro do punho, antebraço, braço
Quanto ao lado não dominante, as e tornozelo do sexo masculino são maiores que as
proporcionalidades de evolução dos valores das me- do sexo feminino e, em contrapartida, as medidas
didas são: no sexo masculino, um aumento de 20,11% da coxa (proximal, central e distal) e a panturrilha
do diâmetro ósseo rádio-ulnar para o do úmero, um são maiores que as do sexo masculino. Especifica-
aumento de 42,40% do úmero para o do fêmur e um mente no perímetro da coxa, porção proximal, as
decréscimo de 21,36% do fêmur para o bimaleolar; meninas possuem um maior desenvolvimento des-
no sexo feminino, um aumento de 19,29% do rádio- te segmento em relação aos meninos, embora es-
ulnar para o do úmero, um aumento de 49,03% do tes valores não tenham sido significativamente
úmero para o do fêmur e um decréscimo de 24,76% diferentes, uma diferença de 3,75 cm nos parece
do fêmur para o bimaleolar. considerável.
R EVISTA T REINAMENTO D ESPORTIVO 61

Tabela 11 – Médias e desvios padrões dos perímetros segmen- Pode-se observar a diferenciação da forma do
tares do lado não dominante, de ambos os sexos.
tronco que existe logo após a fase pubertária, em
Masculino Feminino que as meninas tendem a apresentarem suas curvas
x s x s mais acentuadamente, onde a cintura e o abdômen
punho 16,13 0,72 15,04 0,86 tendem a estreitar e o quadril tende a aumentar,
antebraço 23,50 1,10 22,11 1,34 como podemos ver na tabela acima.
bíceps 26,84 1,87 25,16 1,99
coxa proximal 52,26 3,29 56,16 4,46 2. Composição corporal
coxa central 48,88 2,76 50,84 3,76
Quanto à composição corporal dos tenistas,
coxa distal 38,49 2,51 39,71 3,01
visualizamos na Tabela 13 (p.11) os valores obtidos,
panturrilha 35,49 1,79 35,82 2,69 em ambos os sexos, dos percentuais de gordura cor-
tornozelo 24,35 2,15 23,39 1,84 po-rais, peso de gordura (expresso em Kg), Massa
Significativo para p < 0,01; significativo para p < 0,05 Corporal Magra (MCM, em Kg) e o Índice de Massa
Corpórea (IMC).
Quanto ao lado não dominante (Tabela 11),
Segundo RYAN apud LEITE (1985: 140) em atle-
encontramos as mesmas situações descritas no lado
tas os valores do percentual de gordura corporal
dominante, em que as medidas dos perímetros do
variam de 5 a 12 % nos homens e, de 7 a 18 % nas
punho, antebraço e tornozelo do sexo masculino
mulheres, dependendo da modalidade esportiva.
são maiores que as do sexo feminino e, em
contrapartida, as medidas da coxa (proximal, cen- Tabela 13 – Médias e desvios padrões do percentual de gordura
(% gordura), peso de gordura, Massa Corporal Magra (MCM) e
tral e distal) e a panturrilha são maiores no sexo Índice de Massa Corpórea (IMC), de tenistas de ambos os sexos.
feminino. Neste caso, a diferença entre as medidas
Masculino Feminino
da coxa, na porção proximal, entre os meninos e as
meninas, está maior que o lado dominante, sendo x s x s
% gordura *10,60 2,88 20,20 5,14
esta diferença de 3,90 cm.
peso de gordura (Kg) 6,84 2,22 12,26 4,70
Na Tabela 12, podemos observar os perímetros MCM (Kg) 56,91 5,78 46,90 5,63
do tronco dos tenistas, de ambos os sexos, assim como
IMC 20,53 1,77 21,05 2,41
nos perímetros dos membros superiores e inferiores,
Significativo para p < 0,01; significativo para p < 0,05
não houveram diferenças estatisticamente significa-
tivas entre os dois grupos. Verifica-se que na medida O sexo masculino apresentou um percentual de
do tórax normal e em inspiração máxima, os valores gordura corporal bem inferior ao sexo feminino,
dos grupos são muito próximos na sua magnitude. 10,60% versus 20,20%, respectivamente. Esta dife-
Tabela 12 – Médias e desvios padrões dos perímetrosa seg- rença é estatisticamente significativa (t = 2,029).
mentares do tronco, de ambos os sexos. Assim como no peso de gordura corporal, em que o
Masculino Feminino sexo masculino possui um pouco mais que a metade
x s x s do peso de gordura do sexo feminino, 6,84 Kg versus
tórax normal 86,90 4,09 86,95 6,45 12,26 Kg.
tórax insp. máx. 90,48 4,01 89,71 6,58 As diferenças existentes entre as MCMs (D =
tórax exp. máx. 85,82 4,26 84,91 6,47 10,01 Kg) entre os sexos, evidenciam que o sexo
cintura 72,36 3,33 68,42 5,93 masculino possui uma estrutura física mais compac-
abdômen 75,73 4,13 74,42 6,65 ta e com um melhor desenvolvimento músculo-
quadris 88,82 4,76 92,97 7,23 esquelético que o sexo feminino, mesmo que estas
Significativo para p < 0,01; significativo para p < 0,05 diferenças não tenham sido significativas.
62 PEREIRA

Tabela 14 – Classificação do IMC, para ambos os sexos.

Homens Mulheres
Normal 20,0 → 24,9 19,0 → 23,9
Obesidade Leve 25,0 → 29,9 24,0 → 28,9
Obesidade Moderada 30,0 → 39,9 29,0 → 38,9
Obesidade Grave > 40,0 > 39,0

Utilizando a referência proposta por Minuzzi


(1994) podemos classificar os tenistas do sexo mas- Figura 4 – Compograma do somatotipo dos tenistas, categoria
culino (IMC = 20,53) e feminino (IMC = 21,05) como 16 anos, de ambos os sexos.

Normais, de acordo com a Tabela 15. Os meninos apresentam uma melhor relação
peso-estatura (3,78 vs. 2,99), um melhor desenvol-
3. Somatotipologia vimento músculo-esquelético (3,50 vs. 2,80) e uma
gordura corporal menor (1,93 vs. 3,45).
A classificação dos tenistas do sexo masculi-
Comparando-se os valores encontrados neste
no, segundo LEITE (1985), é “Ectomesomorfo”, ou
estudo com outros estudos de somatotipia de tenis-
seja, eles possuem uma relação peso-estatura boa
tas, verifica-se que existe um padrão no comporta-
(ectomorfia), corroborando o verificado através do
mento dos componentes do somatotipo do sexo mas-
IMC aliado a um bom desenvolvimento musculo-
culino (fig. 31). O índice de endomorfia é muito se-
esquelético (mesomorfia), junto a um baixo
melhante nos três estudos (1,93 - este estudo; 2,16 -
percentual de gordura (endomorfia). PEREIRA & SAMPEDRO, 1991; 2,4 - SAMPEDRO, 1982).
A classificação das tenistas do sexo femini-
no é “Endomorfa balanceada”, ou seja, existe a
predominância do acúmulo de gordura corporal
(endomorfia) em relação aos demais componentes
(mesomorfia e ectomorfia) que estão equiparados
entre si, pois não há diferença de mais de 0,5
unidade.

Tabela 15 – Médias e desvios padrões dos índices do somatotipo


dos tenistas, categoria 16 anos, de ambos os sexos.
Masculino Feminino Figura 5 – Comparação dos índices de somatotipo do sexo mas-
x s x s culino com outros estudos.

endomorfia 1,93 0,52 3,45 1,24 O índice da mesomorfia difere nos três estudos
mesomorfia 3,50 0,96 2,80 0,91 (3,50 ; 2,96 ; 4,2, respec-tivamente), sendo que os
ectomorfia 3,78 0,99 2,99 1,13 jovens norte-americanos (SAMPEDRO, op.c.) apresen-
tam um melhor desenvolvimento músculo-esquelético
Significativo para p < 0,01; significativo para p < 0,05
nesta fase do desenvolvimento corporal.
Para auxiliar a comparação do somatotipo en-
Na ectomorfia, o índice mais alto é dos jovens
tre os sexos, utilizaremos a figura 4, onde constam
de Santa Maria - RS (PEREIRA & SAMPEDRO, 1991),
os valores de somatotipo. existindo uma semelhança nos índices deste estudo
R EVISTA T REINAMENTO D ESPORTIVO 63

com os de SAMPEDRO (1982) (3,78 vs. 3,70 , respec-


tivamente).
No sexo feminino (fig. 32, p.54) também po-
demos afirmar que existe um determinado padrão
nos componentes do somatotipo, existindo uma equi-
paração muito próxima no índice da endomorfia nos
três estudos (3,45 - este estudo; 3,32 - PEREIRA &
SAMPEDRO, 1991; 3,1 - SAMPEDRO, 1982).
O índice da mesomorfia foi muito próximo nos
estudos de PEREIRA & SAMPEDRO (1991) e SAMPEDRO
(1982), sendo que as meninas deste estudo apresen- Figura 6 – Comparação dos índices do somatotipo do sexo
feminino com outros estudos.
taram um valor bem inferior à estes (2,80 vs. 3,64 e
3,60, respectivamente).
4. Estudo da simetria corporal
Existe uma equiparação nos índices da
ectomorfia com as jovens deste estudo e as do estu- A simetria corporal será analisada sob três as-
do de SAMPEDRO (1982), sendo que as meninas de pectos: a quantidade dos estoques de gordura sub-
Santa Maria (RS) possuem um valor bem abaixo des- cutânea verificada através das espessuras das dobras
tes (2,99; 3,20; 2,24, respectivamente). cutâneas, as modificações da estrutura esquelética

Tabela 16 – Comparações das médias dos lados dominante e não dominante das variáveis antropométricas do sexo masculino.

Lado Lado não


dominante (d) dominante (nd)
Dobras Cutâneas(mm) x x diferença % (d - nd) “t”
antebraço 4,79 5,08 -5,71 **2,71
bicipital 3,64 3,49 4,30 1,62
tricipital 7,54 7,01 7,56 **4,26
subescápula 6,77 6,68 1,35 1,46
suprailíaca 6,44 6,37 1,10 0,53
abdominal 9,30 8,38 10,98 **5,16
coxo-femural 10,33 10,71 -3,55 **2,16
panturrilha medial 7,77 7,96 -2,39 0,90
Diâmetros Ósseos(cm)
rádio-ulnar 5,57 5,42 2,77 **5,47
úmero 6,71 6,51 3,07 **6,23
fêmur 9,35 9,27 0,86 **2,79
bimaleolar 7,26 7,29 -0,41 0,90
Perímetros Segmentres(cm)
punho 16,89 16,13 4,71 **12,15
antebraço 25,06 23,50 6,64 **12,75
braço 28,11 26,84 4,73 **9,76
coxa proximal 52,23 52,26 -0,06 0,18
coxa central 48,74 48,88 -0,29 0,83
coxa distal 38,49 38,49 0,00 0,00
panturrilha 35,29 35,49 -0,56 1,60
tornozelo 24,54 24,35 0,78 *2,04
(**) Significativo para p < 0,01; (*)significativo para p < 0,05
64 PEREIRA

(ossos) verificada através dos diâmetros ósseos e, o Não evidenciou-se ocorrência de assimetria
grau de desenvolvimento muscular verificada atra- entre a perna dominante (de apoio), normalmente
vés dos perímetros segmentares. definida como a oposta à dominância manual, e a
No sexo masculino, a maioria das diferenças outra perna. Então, no eixo inferior parece-nos não
são a favor do lado dominante, conforme a tabela ser cabível qualquer tipo de diferenciação ou no-
16, sendo significativas as diferenças existentes en- menclatura, pois as medidas antropométricas das
tre os perímetros segmentares: punho (a = 0,01), pernas não diferem entre si, já que independente do
antebraço (a = 0,01) e braço (a = 0,05). golpe realizado no plano superior, os pés distribuem
o peso corporal igualmente com o objetivo de manu-
As menores diferenças entre os lados dominante tenção do equilíbrio dinâmico.
e não dominante, no sexo masculino, são observa-
das nos membros inferiores, em todos os níveis, ou Embora as demais variáveis antropométricas do
seja, nos estoques de gordura subcutânea, na espes- sexo masculino não tenham sido estatisticamente sig-
sura dos diâmetros ósseos e no desenvolvimento nificativas, cabe ressaltar as diferenças percentuais
muscular das coxas e pernas. A possibilidade de exis- existentes entre os lados dominante e não dominan-
tência de assimetrias corporais está nos membros te, com especial atenção para os diâmetros ósseos:
superiores, principalmente na região do antebraço biepicondiliano do úmero (3,07 %) e rádio-ulnar (2,77
que, devido à característica técnica dos tenistas, re- %) e, para as dobras cutâneas: abdominal (10,98 %),
cai mais sobre o braço dominante (forehand). tricipital (7,56 %) e antebraço (-5,71 %).

Tabela 17 – Comparação das médias dos lados dominante e não dominante das variáveis antropométricas do sexo feminino.
Lado Lado não
dominante(d) dominante(nd)
Dobras Cutâneas(mm) x x diferença % (d - nd) “t”
antebraço 7,82 7,75 0,90 0,35
bicipital 6,57 6,52 0,77 0,19
tricipital 12,89 12,41 3,87 1,91
subescápula 9,97 9,69 2,89 0,82
suprailíaca 11,13 11,01 1,09 0,30
abdominal 15,71 14,72 6,73 **3,09
coxo-femural 22,87 23,17 -1,30 0,65
panturrilha medial 14,90 16,42 -9,26 **3,00
Diâmetros Ósseos(cm)
rádio-ulnar 4,86 4,77 1,87 **2,90
úmero 5,81 5,69 2,11 **5,39
fêmur 8,50 8,48 0,24 0,82
bimaleolar 6,41 6,38 0,47 0,92
Perímetros Segmentres(cm)
punho 15,41 15,04 2,46 **4,62
antebraço 23,28 22,11 5,29 **8,34
braço 26,09 25,16 3,70 **6,73
coxa proximal 55,98 56,16 -0,32 0,81
coxa central 50,39 50,84 -0,89 1,27
coxa distal 39,99 39,71 0,71 1,63
panturrilha 35,57 35,82 -0,70 **2,14
tornozelo 23,64 23,39 1,07 **2,93
(**) Significativo para p < 0,01; (*)significativo para p < 0,05
R EVISTA T REINAMENTO D ESPORTIVO 65

No sexo feminino (vide tabela 17), todo o através das ações dos músculos flexores da mão
membro superior apresentou assimetria significativa (empunhadura para firmar a raquete), verificamos
e, assim como constatado no sexo masculino, a mai- que a prática sistemática do tênis leva à uma ten-
oria das diferenças são a favor do lado dominante. dência de alterações morfológicas significativas, as
quais explicamos a seguir.
As menores diferenças entre os lados dominante
e não dominante também estão localizadas nos mem- O ato de golpear a bola intensamente requer
bros inferiores, com exceção à dobra cutânea da uma força exercida na mão (capacidade de preensão)
panturrilha que foi significativa (t = 3,00). para suportar o peso que a bola em movimento pos-
sui, esta capacidade de preensão é definida pelos
Mais uma vez destaca-se a dobra cutânea ab-
músculos flexores da mão (WEINECK, 1986: 192).
dominal (t = 3,09; 6,73 %), interessante observar
RASCH & BURKE (1977: 255) explicam que “o tênis
que o ponto de medida desta dobra no lado domi-
produz uma acentuada hipertrofia dos músculos do
nante não dista mais de 5cm em relação à do lado
antebraço utilizados nesse jogo, mas não há uma
não dominante. Este fato ocorreu com maior gran-
diferença significante na espessura do panículo
deza de diferença no sexo masculino, como explica-
adiposo dos dois antebraços. Constituindo uma evi-
do anteriormente.
dência direta contra a teoria da “redução local”, nos
Analisando os diâmetros ósseos de ambos os casos de adiposidade proposta por GWINUP, CHELVAN
sexos, já que o uso do implemento de jogo dá-se & STEINBERG (1971)”. Contrapondo-se à RASCH &

Tabela 18 – Relação entre o volume de treino técnico e físico e as diferenças entre os lados dominante e não dominantes das
variáveis antropométricas, do sexo masculino.

VARIÁVEIS x s
Volume Treino Técnico e Físico 1079,20 349,60 r t
Dobras Cutâneas
antebraço 0,41 0,51 0,19 1,10
bíceps 0,42 0,36 0,13 0,79
tríceps 0,70 0,59 -0,03 0,20
subescápula 0,30 0,26 0,01 0,05
suprailíaca 0,53 0,58 -0,05 0,30
abdominal 1,06 0,94 -0,05 0,28
coxo-femural 0,88 0,69 -0,11 0,66
panturrilha medial 0,80 0,94 -0,23 1,40
Diâmetros Ósseos
rádio-ulnar 0,17 0,15 0,22 1,32
úmero 0,21 0,17 0,41 **2,64
fêmur 0,14 0,15 -0,12 0,71
bimaleolar 0,15 0,12 0,11 0,64
Perímetros Segmentares
punho 0,77 0,38 0,41 **2,60
antebraço 1,57 0,72 0,28 1,69
braço 1,27 0,78 0,25 1,52
coxa proximal 0,75 0,71 0,00 0,02
coxa central 1,20 1,82 0,30 1,86
coxa distal 0,74 0,72 -0,28 1,72
perna 0,55 0,50 -0,02 0,14
tornozelo 0,41 0,45 -0,05 0,31
(**) Significante para p < 0,01
66 PEREIRA

Tabela 19 – Relação entre o volume de treino técnico e físico e as diferenças entre os lados dominante e não dominante das
variáveis antropométricas do sexo feminino.
VARIÁVEIS x s
Volume Treino Técnico e Físico 827,70 259,40 r t
Dobras Cutâneas
antebraço 0,69 0,58 0,00 0,02
bíceps 0,91 0,67 -0,29 1,36
tríceps 0,99 0,77 -0,08 0,36
subescápula 0,59 0,46 0,16 0,73
suprailíaca 1,21 1,40 -0,15 0,69
abdominal 1,46 1,04 -0,14 0,64
coxo-femural 1,64 1,38 0,05 0,22
panturrilha medial 2,09 1,86 -0,08 0,38
Diâmetros Ósseos
rádio-ulnar 0,13 0,10 -0,23 1,04
úmero 0,13 0,11 0,00 0,03
fêmur 0,07 0,05 -0,09 0,42
bimaleolar 0,09 0,08 -0,03 0,13
Perímetros Segmentares
punho 0,40 0,35 0,50 **2,57
antebraço 1,16 0,66 -0,01 0,05
braço 1,02 0,51 -0,15 0,67
coxa proximal 0,74 0,68 0,27 1,27
coxa central 1,30 1,10 0,38 1,83
coxa distal 0,74 0,42 -0,01 0,06
perna 0,48 0,36 0,12 0,53
tornozelo 0,36 0,28 0,12 0,55
(**) Significante para p < 0,01

BURKE (1977, verificou-se que existem diferenças ligamentos. Sendo que o “osso, na sua reação à car-
significantes quanto ao tecido adiposo no sexo mas- gas, é comparável ao funcionamento de um sistema
culino, assim como em alterações ósseas que estão regulador: a medida a ser mantida constante é a ten-
evidenciadas por modificações significativas dos di- são que surge na secção transversal do osso, a medi-
âmetros ósseos em ambos os sexos. da variável é o desgaste através de forças externas.
Altas tensões condicionam uma hipertrofia óssea que,
As diferenças ocorreram nos perímetros seg-
com exigência estável, faz a tensão cair novamente, o
mentares do punho (sexo masculino), antebraço (am- que leva no final à uma atrofia óssea (diminuição da
bos os sexos) e braço (sexo masculino) devido à gran- substância óssea). Aumentando e diminuindo, a ten-
de exigência muscular que se faz necessária para a são se regula cada vez mais em direção ao valor ideal,
prática competitiva do tênis, ocasionando uma no qual o osso se encontra em equilíbrio condutor:
hipertrofia de toda musculatura responsável pelo agora o osso está funcionalmente adaptado” (TITTEL
movimento da batida no tênis. & SCHMIDT, 1974 apud WEINECK, 1991).
WEINECK (1991: 127) coloca que o treinamento NUTTER (1993) explica que o osso adapta-se
desportivo não leva somente a alterações no sistema ao estresse mecânico ou carga aumentando a
cardiocirculatório e no aparelho locomotor ativo (mus- mineralização numa determinada região do osso para
culatura), mas também ao aparelho locomotor passi- aumentar a sua força e suportar o esforço produzido
vo que compreende os ossos, cartilagens, tendões e pela tensão muscular. Esta adaptação dos ossos pode
R EVISTA T REINAMENTO D ESPORTIVO 67

ser mais evidenciada através de uma maior expres- tensiona tanto na origem como na inserção dos ten-
são das saliências ósseas, principalmente nas zonas dões na superfície óssea. O tensionamento dos ten-
de inserção de músculos fortes (MEDVED & PETROVCIC, dões pode ser verificado e comprovado pela signifi-
1961 apud WEINECK, 1991). cativa relação (p = 0,01) que existe entre as diferen-
ças dos lados domi-nante e não dominante com o
volume de treinamento técnico e físico, através dos
valores de correlação das tabelas 18 (p.16) e 19
(p.16): r = 0,41 (t = 2,60) para o sexo masculino e
r = 0,50 (t = 2,57) para o sexo feminino.
O úmero do braço de jogo de tenistas masculi-
nos pertencentes ao ranking nacional norteamericano
apresentaram 35 % de espessura a mais que o braço
que não atua e, 28 % a mais nas jogadoras femini-
nas (HUDDLESTON et al., s.d. apud NUTTER, 1993).
Esta equipe de investigadores também relata que o
conteúdo mineral ósseo de jogadores masculinos ati-
vos de categoria nacional (idade variando entre 70 e
Figura 7 – Saliências ósseas provocadas por mineralização ex- 84 anos) foi 13 % maior que o braço não atuante
cessiva (Modificado de TITTEL & SCHMIDT, 1974 apud WEINECK, comparado aos 7 % de diferença dos não atletas. Os
1991.
resultados destas investigações indicam que jogar
tênis durante a vida pode causar um aumento locali-
Podemos visualizar na fig.7 como formam-se
zado de mineralização óssea que é maior que a en-
anatomicamente as saliências ósseas nos processos
contrada em não atletas.
estilóides do úmero, mesmo que somente o grupo
masculino tenha apresentado relação significativa Analisando a possibilidade de influência do
entre entre o volume de treinamento técnico e físico volume de treinamento técnico e físico no somatotipo
e a assimetria do epicôndilo do úmero (r = 0,41; t = e na composição corporal dos tenistas masculinos
2,64), conforme consta na tabela 18 (p.16). Estas (tabela 20), verificamos que existe relação signifi-
saliências são comprovadamente provocadas pelo cativa somente com o IMC, sugerindo que exista uma
aumento da massa muscular do antebraço, que es- melhor relação entre o peso e a estatura quando da
tando fortalecida e aumenta-da na sua espessura, prática sistemática do treinamento em tênis.

Tabela 20 – Relação entre a variável dependente e as variáveis independentes (somatotipo e composição corporal) do sexo
masculino.
VARIÁVEIS x s
Volume Treino Técnico e Físico 827,70 259,40 r t
Componentes do Somatotipo
endomorfia 3,45 1,27 -0,21 0,94
mesomorfia 2,80 0,93 -0,20 0,89
ectomorfia 2,99 1,16 0,07 0,32
Composição Corporal
% de Gordura Corporal 20,31 5,37 -0,23 1,05
Peso de Gordura (Kg) 12,26 4,81 -0,19 0,85
MCM (Kg) 46,90 5,76 0,04 0,16
IMC 21,05 2,47 -0,07 0,30
(*) Significante para p < 0,01
68 PEREIRA

Tabela 21 – Relação entre a variável dependente e as variáveis independentes (somatotipo e composição corporal) do sexo
feminino.
VARIÁVEIS x s
Volume Treino Técnico e Físico 827,70 259,40 r t
Componentes do Somatotipo
endomorfia 3,45 1,27 -0,21 0,94
mesomorfia 2,80 0,93 -0,20 0,89
ectomorfia 2,99 1,16 0,07 0,32
Composição Corporal
% de Gordura Corporal 20,31 5,37 -0,23 1,05
Peso de Gordura (Kg) 12,26 4,81 -0,19 0,85
MCM (Kg) 46,90 5,76 0,04 0,16
IMC 21,05 2,47 -0,07 0,30

A tabela 21 apresenta os resultados das corre- do punho (t = 12,15), antebraço (t = 12,75), braço
lações para o sexo feminino, não existindo qualquer (t = 9,76) e tornozelo (t = 2,04), sendo que este
significância entre as variáveis, ou seja, o tempo último com p = 0,05, todos os demais p = 0,01.
dispendido para o treinamento das meninas parece
No sexo feminino evidenciou-se diferenças nas
não influenciar a formação corporal, tanto do ponto
seguintes variáveis: nas dobras cutâneas do abdô-
de vista do somatotipo, como em modificações na
men (t = 3,09) e da panturrilha medial (t = 3,00);
composição corporal.
nos diâmetros ósseos biestilóide (rádio-ulnar)(t =
As correlações negativas são indicativos de que 2,90) e biepicondiliano do úmero (t = 5,39), e; nos
existam relações inver-samente proporcionais, como perímetros segmentares do punho (t = 4,62), ante-
é o caso dos componentes endo e meso. Sugerindo braço (t = 8,34), braço (t = 6,73), perna (t = 2,14) e
que a prática do tênis está aliado a uma redução da tornozelo (t = 2,93), sendo todos com p = 0,01.
gordura corporal através do gasto energético, assim
Há relação entre o volume de treinamento téc-
como uma melhor relação entre o peso e a estatura
nico e físico utilizado na preparação do tenista bra-
auferida pelo IMC.
sileiro, de ambos os sexos, categoria 16 anos, com o
perfil antropométrico, somatotípico e da composi-
CONCLUSÃO ção corporal do mesmo ?
Para elaboração das conclusões convém que Em primeiro lugar, sim em parte para o perfil
relembramos os propósitos originais de nosso estu- antropométrico, pois são significativas (p = 0,01)
do, através das questões de investigação abaixo: apenas as relações com os perímetros dos punhos: r
Há diferença entre as medidas antropométricas = 0,50 (t = 2,57) para o sexo feminino e, r = 0,41 (t
(dobras cutâneas, diâmetros ósseos e perímetros seg- = 2,60) para o sexo masculino e, com o diâmetro
mentares) quando comparados os lados dominante e ósseo biepicondiliano do úmero, com um r = 0,41 (t
não dominante do tenista ? = 2,64) somente para o sexo masculino.

Sim, no sexo masculino evidenciou-se diferen- Em segundo lugar, não para o somatotipo em
ças nas seguintes variáveis: nas dobras cutâneas do ambos sexos, embora os coeficientes de correlação
antebraço (t = 2,71), tríceps (t = 4,26), abdominal indiquem existência de relação diretamente propor-
(t = 5,16) e coxo-femural (t = 2,16); nos diâmetros cional, como é o caso do componente “meso” no
ósseos biestilóide (rádio-ulnar)(t = 5,47), sexo masculino, ou inversamente proporcional, como
biepicondiliano do úmero (t = 6,23) e bicondiliano são os casos dos componentes “ecto” no sexo mas-
do fêmur (t = 2,79), e; nos perímetros segmentares culino e, “endo” e “meso” no sexo feminino onde
R EVISTA T REINAMENTO D ESPORTIVO 69

tendem a serem influenciados negativamente sob um E, citando um dos mais recentes trabalhos pu-
baixo volume de treinamento técnico e físico. blicados na área da Ciência do Esporte realizado
por um grupo de pesquisadores norteamericanos
Em último lugar, sim em parte para a composi-
(KIBLER, CHANDLER & STRACENER, 1992) em que é
ção corporal, por haver significância apenas com o
reafirmada a necessidade de programas eficazes de
IMC do sexo masculino (r = 0,34; t = 2,10; p = 0,01),
avaliação e de condicionamento atlético específi-
fato que vem confirmar e explicar a melhoria da re-
co para o desporto em questão, em que exercícios
lação entre o peso e estatura à medida que o tenista
de pré-habilitação podem ser executados em áreas
treina um maior volume de tempo.
corporais que normalmente estão sob um estresse
Baseando-se nos resultados apresentados po- elevado, seguindo os princípios de condicionamen-
demos afirmar que existe relação entre o volume de to, incluindo a especificidade, dosagem, recupera-
treinamento técnico-físico com o perfil ção e progressão adequadas. Estas recomendações
antropométrico, somatotípico e da composição cor- são feitas porque, num estudo retrospectivo de ar-
poral, quando analisada do ponto de vista de simetria tigos, informam que as adaptações à sobrecarga
entre os hemisférios corporais (lados dominante e não ocorrem nos músculos, tendões e ossos, e estas
dominante), porque sendo o tênis um esporte de pre- adaptações em particular não são benéficas à
dominância unilateral, um elevado volume de treina- performance e podem estar associadas, aumentan-
mento provocará alterações estruturais e morfológicas do o risco de lesões.
a ponto de conferir uma assimetria corporal.

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ENDEREÇO PARA CORRESPONDÊNCIA:


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