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Educação a Distância
Caderno de Estudos
PSICOLOGIA DA COMUNICAÇÃO
UNIASSELVI
2016
NEAD
CENTRO UNIVERSITÁRIO
LEONARDO DA VINCI
Rodovia BR 470, Km 71, nº 1.040, Bairro Benedito
89130-000 - INDAIAL/SC
www.uniasselvi.com.br
Elaboração:
Prof. Fábio Roberto Tavares
Prof.ª Débora Cristina Curto da Costa Bocato
301.1
T231p Tavares; Fábio Roberto
162 p. : il.
ISBN 978-85-7830-998-5
1.Psicologia social.
I. Centro Universitário Leonardo Da Vinci.
Impresso por:
APRESENTAÇÃO
No dia a dia, muitas informações são veiculadas por inúmeros emissores, contudo,
é preciso filtrar o que está sendo exposto a fim de que se possa levar assuntos, fatos e
acontecimentos de modo que os receptores compreendam a mensagem. Para tanto, é
preciso conhecer epistemologicamente os processos de formação da Psicologia aplicada à
Comunicação.
Por fim, na terceira unidade, você aprenderá a interação entre indivíduo e sociedade
como duas instâncias distintas que interagem entre si: atitudes, preconceitos, comunicação,
relações grupais e liderança. Dessa maneira, você entenderá melhor a interdependência entre
o indivíduo e a sociedade.
Bons estudos!
PSICOLOGIA DA COMUNICAÇÃO iv
PSICOLOGIA DA COMUNICAÇÃO v
UNI
UNI
PSICOLOGIA DA COMUNICAÇÃO vi
SUMÁRIO
PSICOLOGIA DA COMUNICAÇÃO ix
PSICOLOGIA DA COMUNICAÇÃO x
UNIDADE 1
CONTEXTUALIZAÇÃO DA PSICOLOGIA
COMO CIÊNCIA
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
P
TÓPICO 1 – CONCEITOS GERAIS DA PSICOLOGIA E S
SUA CONSTITUIÇÃO COMO CIÊNCIA I
C
O
TÓPICO 2 – AS PRINCIPAIS TEORIAS DO SÉCULO XX L
O
G
TÓPICO 3 – PSICOLOGIA SOCIAL I
A
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A
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UNIDADE 1
TÓPICO 1
1 INTRODUÇÃO
Por volta de 700 anos a.C., na Grécia, tiveram início as discussões sobre o pensamento
humano. Os gregos eram um povo bastante desenvolvido e foi lá que surgiram as primeiras
cidades-estados. A partir de então, houve a necessidade de busca por riquezas pelos cidadãos
(classe dominante) para a manutenção das cidades. Isso gerou o crescimento e a busca
de soluções para problemas de aspectos sociais, para a agricultura e também arquitetura.
Tais fatos geraram desenvolvimento nas áreas da Física, da Geometria e da política (BOCK;
FURTADO; TEIXEIRA, 2001).
Entre os filósofos gregos surgem as primeiras tentativas de designar uma Psicologia, daí
sua origem grega. Os termos psyché (alma, espírito) e logos (estudo, razão). No senso comum a
Psicologia é vista como uma ciência que estuda o comportamento, já em uma definição etimológica
significa “ciência da alma”. Neste sentido, a alma seria a parte não material do homem, estando
relacionada ao pensamento, aos sentimentos de amor ou ódio, às percepções e às sensações.
P
Filósofos que antecedem Sócrates tentaram explicar a relação entre o homem e o S
I
meio a partir das percepções. Existiam duas correntes que divergiam quanto à constituição do C
O
mundo. Os idealistas defendiam que o mundo se formava a partir das ideias. E os materialistas L
O
acreditavam que a matéria formava o mundo. G
I
A
Prezado acadêmico, neste primeiro tópico faremos, inicialmente, uma abordagem histórica D
A
da Psicologia desde os primórdios, na Grécia, até os conceitos atuais da Psicologia científica.
C
Nesse sentido, faremos um breve resgate das principais tendências da Psicologia, apresentando O
M
as escolas de pensamento conhecidas como estruturalismo, funcionalismo e associacionismo. U
N
I
C
A
Ç
Ã
O
4 TÓPICO 1 UNIDADE 1
Prezado aluno! Sabemos que o berço das discussões sobre o pensamento humano está
na Grécia. Então vamos trazer um pouco sobre as ideias de alguns filósofos que foram essenciais
para se chegar ao conhecimento científico da atualidade, no que diz respeito à Psicologia.
Vamos iniciar com as ideias de Sócrates (469-399 a.C.), isto porque foi a partir dele
que a Psicologia começou a se constituir. A principal ideia deste filósofo era a distinção entre
os homens e os demais animais, por isso o foco de seus estados era a razão. Devido a isto
o homem era capaz de ir além dos seus instintos, ou seja, do irracional. Assim, a partir das
contribuições deste filósofo se inicia um caminho bastante utilizado pela psicologia, que são
as teorias da consciência de forma mais sistematizada (BOCK; FURTADO; TEIXEIRA, 2001).
FIGURA 1 - SÓCRATES
dualista, composto de duas partes distintas e opostas. A mente estava relacionada ao bem, e
a parte material ao lado inferior do homem (SCHULTZ; SCHULTZ, 2009).
FIGURA 2 - PLATÃO
Agora vamos falar sobre as concepções de outro filósofo grego que merece destaque,
Aristóteles, um opositor das ideias de Platão (BOCK; FURTADO; TEIXEIRA, 2001).
FIGURA 3 - ARISTÓTELES
provido dessa alma e de mais duas outras, que seriam a sensitiva que lhe conferia percepção D
A
e movimento, e a racional que fazia dele um ser pensante.
C
O
M
Em sua obra De anima ou “Sobre a Mente”, conseguiu descrever as diferenças entre U
N
a razão, as percepções e as sensações, sendo este episódio visto como o primeiro tratado I
C
sistemático da Psicologia. Formulou a teoria aristotélica da mortalidade da alma e a designou A
Ç
como pertencente ao corpo. Ã
O
6 TÓPICO 1 UNIDADE 1
Caro acadêmico, a partir desse breve resgate sobre Aristóteles, podemos ter ideia da
magnitude de sua importância para que a ciência pudesse avançar até aqui. Então vamos
recapitular as principais conclusões deste filósofo.
DEMAIS ANIMAIS
HOMEM (3 ALMAS)
APENAS UMA ALMA
Alma Sensitiva
(Percepção e Movimento)
Alma Racional
P (Ser Pensante)
S
I
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O FONTE: Adaptado de Bock, Furtado e Teixeira (2001)
L
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I
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D
A 3 A PSICOLOGIA NA IDADE MÉDIA
C
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M
U Prezado acadêmico! Vamos avançar um pouco no tempo para que possamos entender
N
I a psicologia no contexto que equivale à Idade Média.
C
A
Ç
à Nesse momento da história surge o Império Romano, que irá dominar a Grécia, a Europa
O
UNIDADE 1 TÓPICO 1 7
São Tomás de Aquino, membro da Igreja Católica, inspirado em Platão, também defendia
uma ruptura entre o corpo e a alma. Contudo, para ele a alma não representava simplesmente a
razão, mas também a manifestação divina do homem. Sendo a alma imortal, pois representava
a ligação entre a humanidade e Deus. Como a alma representava a sede do pensamento, uma
das maiores preocupações da Igreja era compreendê-lo.
Aproximadamente 200 anos após a morte de São Tomás de Aquino se inicia a época
do Renascimento. Neste momento, o mercantilismo estimula a descoberta de novas terras e
o surgimento do acúmulo de riquezas por nações em formação, como França e Itália. E, ao
mesmo tempo, ocorre um processo de valorização do homem.
D
A partir dessa perspectiva, o homem deixa de ser o centro do universo (Antropocentrismo) A
e o Sol passa a ser o centro. Isto significa que o homem está livre para traçar seu futuro e buscar C
O
por novas conquistas. Conhecimento e fé tornam-se independentes, o homem passa a buscar M
U
pelo conhecimento por meio da racionalidade. Neste momento surgem estudiosos como Hegel, N
I
que aponta a importância da história para o avanço do conhecimento, e Darwin com a teoria da C
A
evolução, que descarta definitivamente o Antropocentrismo (BOCK; FURTADO; TEIXEIRA, 2001). Ç
Ã
O
8 TÓPICO 1 UNIDADE 1
NOT
A!
Em uma das teses de Giovanni Pico della Mirandola, a que melhor representa o
manifesto renascentista do homem seria o Discurso sobre a Dignidade do Homem.
Fica clara a descrição do homem como centro do mundo e o destaque em relação
ao seu valor. Pico (apud LACERDA, 2010) diz que: sendo o homem o centro, teria
livre-arbítrio para escolher onde queria chegar e o que queria fazer. Contudo, não
se é negada a existência de Deus, ao contrário, o homem é criatura de Deus, o qual
o colocou em destaque, ocupando lugar central no mundo.
Coloquei-te no meio do mundo para que daí possas olhar melhor tudo
o que há no mundo. Não te fizemos celeste nem terreno, nem mortal
nem imortal, a fim de que tu, árbitro e soberano artífice de si mesmo,
te plasmasses e te informasses, na forma que tiveres seguramente
escolhido. Poderás degenerar até aos seres que são as bestas, po-
derás regenerar-te até às realidades superiores que são divinas, por
decisão do teu ânimo.
FIGURA 5 - ANTROPOCENTRISMO
P
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C
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I
C FONTE: Disponível em: <https://br.pinterest.com/saganome/teocentrismo-y-
A
Ç antropocentrismo/>. Acesso em: 14 jul. 2016.
Ã
O
UNIDADE 1 TÓPICO 1 9
NOT
A!
Na realidade não existe uma única definição para este termo,
considerando sua abrangência. Podemos dizer que a Ciência é
uma forma de reflexão baseada na realidade cotidiana. Contudo,
o conhecimento científico e o cotidiano se aproximam e se
afastam ao mesmo tempo. Isso porque, para compreender a
realidade, a Ciência se utiliza de abstrações, ou seja, se afasta
do real, colocando-o como objeto de investigação, de modo a
ter uma melhor compreensão sobre os fenômenos, para além
das aparências (BOCK; FURTADO; TEIXEIRA, 2001).
concepções. Deste modo, o objeto de estudo é definido de acordo com a visão de homem que D
A
cada teoria possui, sendo a psicologia uma ciência que estuda os “diversos homens” (BOCK;
C
FURTADO; TEIXEIRA 2001). O
M
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N
I
C
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O
10 TÓPICO 1 UNIDADE 1
ÇÃO!
ATEN
aspecto, buscou investigar por meio de uma abordagem funcional e não experimental como
se dá a adaptação dos seres humanos ao seu meio.
HOMEM
COMPREENSÃO DO
ADAPTAÇÃO AO
FUNCIONAMENTO
MEIO
MENTAL
CONSCIÊNCIA
James foi considerado o maior psicólogo americano devido à sua clareza para escrever
e expor suas ideias. Além disso, foi contra as colocações de Wundt no sentido de analisar a
consciência a partir da descoberta de seus elementos, apresentando uma abordagem funcional
para tais fins. De acordo com James, nossa consciência funciona como um guia para que
consigamos sobreviver. Devido à complexidade dos seres humanos e do ambiente em que
estão inseridos, a consciência é de extrema importância para suprir as necessidades de cada
indivíduo, promovendo sua evolução (MACHADO, 2016).
P
4.2 ESTRUTURALISMO S
I
C
O
Vamos entender no que se baseia o Estruturalismo, é interessante conhecermos as L
O
principais ideias de Wilhelm Wundt, seu fundador. G
I
A
FIGURA 7 - WUNDT
P
NOT
A!
S
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G
I
Caro acadêmico, vamos entender melhor sobre a introspecção.
A • MÉTODO DA INTROSPECÇÃO: O método introspectivo foi o primeiro método
usado em psicologia científica. A introspecção analítica ou introspecção controlada
D
A
foi usada pelos estruturalistas (Wundt). Os indivíduos eram submetidos a estímulos
numa situação padronizada; observandos descreviam a observadores treinados o
C que sentiam e assim permitiam a análise dos processos mentais conscientes. Este
O
M método não vingou, dada a impossibilidade de resultados estáveis e válidos. No
U entanto, a introspecção continua a ser largamente usada, como método auxiliar, na
N investigação de nosso cotidiano.
I
C
A FONTE: Disponível em: <http://abc-da-psicologia.webnode.com.pt/temas/metodos/metodo-
Ç
à introspectivo/>. Acesso em: jul. 2016.
O
UNIDADE 1 TÓPICO 1 13
4.3 ASSOCIACIONISMO
Esta escola tem seus fundamentos nas concepções de Edward L. Thorndike. Segundo
ele, a aprendizagem decorre de um processo de associação de ideias, das mais simples às mais
complexas. O ponto central desta teoria está em analisar como as ideias se unem e se guiam
P
até se tornarem estáveis. Formulou a primeira teoria da aprendizagem na área da Psicologia. S
I
Nesta teoria da aprendizagem surge a Lei de causa-efeito. Thorndike fez diversos experimentos C
O
com animais e percebeu que, ao oferecer algum tipo de recompensa, o animal fazia o que ele L
O
queria. Nesta vertente, relacionou o comportamento humano ao comportamento animal. G
I
A
Essas três escolas que constituíram a psicologia científica deram origem, no século XX,
a novas teorias, as quais serão abordadas no próximo tópico.
NOT
A!
P
S
I
C
O A história da Psicologia é um tema que não apresenta obras adequadas aos alunos
L de Ensino Médio, isto devido à complexidade de seu conteúdo. Até mesmo os livros
O
G que contemplam apenas uma introdução, como os de Fred S. Keller, A definição
I da Psicologia (São Paulo, Herder, 1972), e de Anatol Rosenfeld, O pensamento
A
psicológico (São Paulo, Perspectiva, 1984), destinam-se a leitores que tenham
D alguma familiaridade com as questões da Psicologia. O primeiro trata da Psicologia a
A partir de sua fase científica, até o Behaviorismo e a Gestalt, excluindo a Psicanálise.
C
O segundo é mais denso e percorre os caminhos da Psicologia desde os filósofos
O pré-socráticos até a fase científica. Uma bibliografia mais avançada seria a obra de
M Antônio Gomes Penna, Introdução à história da Psicologia contemporânea (Rio
U
N
de Janeiro, Zahar, 1980).
I
C
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Ç
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UNIDADE 1 TÓPICO 1 15
RESUMO DO TÓPICO 1
• Entre os filósofos gregos surgem as primeiras tentativas de designar uma Psicologia. A origem
da palavra é a soma dos termos gregos psyché (alma, espírito) e logos (estudo, razão).
• A partir das ideias de Sócrates é que a Psicologia começa a se constituir. A principal ideia
deste filósofo era a distinção entre os homens e os demais animais.
• Platão buscou explicar onde se encontrava a razão dentro do corpo humano. Para ele, o
homem era formado por uma parte imaterial que seria a mente, e outra material que seria o
corpo. Por meio da medula a alma se ligava ao corpo. Esta conexão era necessária porque
o corpo e a alma podiam se separar.
• Para Aristóteles, o corpo e a alma eram inseparáveis, sendo que a psyque seria a parte ativa
da vida.
• Em 1543 Copérnico anuncia a ideia de que o planeta Terra não é o centro do universo. A
partir de então o homem deixa de ser o centro do universo (Antropocentrismo) e o Sol passa
a ser o centro. Isto significa que o homem está livre para traçar seu futuro e buscar por novas
conquistas.
• O Funcionalismo buscou investigar, por meio de uma abordagem funcional e não experimental,
como se dá a adaptação dos seres humanos ao seu meio.
P
S
• O Estruturalismo estava pautado no estudo da estrutura da mente. Como o próprio nome I
C
diz, a preocupação estava em analisar os aspectos estruturais do sistema nervoso central, O
L
que seriam os estados elementares da consciência. O
G
I
A
• No Associacionismo de Edward L. Thorndike, a aprendizagem decorre de um processo de
D
associação de ideias, das mais simples às mais complexas. O ponto central desta teoria A
está em analisar como as ideias se unem e se guiam até se tornarem estáveis. C
O
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I
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16 TÓPICO 1 UNIDADE 1
ID ADE
ATIV
AUTO
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introspecção analítica ou introspecção controlada foi usada pelos associacionistas.
O
M
Os indivíduos eram submetidos a estímulos numa situação padronizada; observandos
U descreviam a observadores treinados o que sentiam.
N
I
C
A
Ç
Ã
O
UNIDADE 1
TÓPICO 2
1 INTRODUÇÃO
Estudos científicos sobre o desenvolvimento humano tiveram seu início a partir do século
XIX. Antes disso, a Psicologia, como um ramo da filosofia, preocupava-se em estudar apenas
a alma. A partir das ideias de Wundt se inicia uma nova visão, denominada como a Psicologia
“sem alma”. Isto porque as pesquisas passam a apresentar um caráter mais científico, a partir
de constatações experimentais. Assim, o conhecimento passa a ser produzido a partir de um
laboratório com uso de instrumentos e medições.
Para facilitar nossos estudos, vamos entender a que se refere cada uma dessas teorias
e seus principais defensores.
P
S
I
FIGURA 9 - TEORIAS DO SÉCULO XX C
O
BEHAVIORISMO GESTALT L
PSICANÁLISE O
Watson, Pavlov, Wertheimer,
Freud G
Skinner Koeler e Kofka I
A
D
A
Inconsciente: guarda
Modelagem do Compreender o homem
os impulsos sexuais e C
comportamento como uma totalidade
agressivos primitivos, O
desejos reprimidos, M
U
medos e vontades, N
memórias traumáticas I
C
FONTE: Disponível em: <http://slideplayer.com.br/slide/1820370/>. Acesso em: 5 jul. 2016. A
Ç
Ã
O
18 TÓPICO 2 UNIDADE 1
A partir de agora vamos estudar com mais detalhes as principais teorias do século XX
dentro da Psicologia. Vamos lá?
2 BEHAVIORISMO
NOT
A!
Pelo que sei, eu não tinha um modelo preconcebido de comportamento — certamente não um
modelo fisiológico e mentalista, e, creio eu, tampouco um conceitual” (SKINNER, 1956 apud
SHULTZ; SHULTZ, 2009, p. 227).
P
S
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C
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L
O
G FONTE: Disponível em: <file:///E:/CADERNO%20UNIASSELVI/Behaviorismo%20-%20O%20
I
A estudo%20do%20comportamento%20_%20Portal%20Administração.html>. Acesso em: 16
jun. 2016.
D
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UNIDADE 1 TÓPICO 2 21
COMPORTAMENTO COMPORTAMENTO
OPERANTE RESPONDENTE
Refere-se a um comportamento
não voluntário e engloba respostas
O que propicia a aprendizagem dos produzidas a partir de estímulos
comportamentos é a ação do indivíduo antecedentes do ambiente. Esses
sobre o meio e o efeito dela resultante. comportamentos são interações
Visa satisfazer alguma necessidade ou a incondicionadas estímulos-resposta
aprendizagem a partir do efeito da ação. entre o indivíduo e o ambiente. São
comportamentos gerados por estímulos
que independem de “Aprendizagem”.
processos foram sendo formulados por meio da análise experimental do comportamento, que
são a Punição e a Extinção. Seguem as principais características de cada um:
C
pressupostos comportamentalistas é possível dizer que, ainda nos dias atuais, pais e educadores
O modelam o comportamento das crianças por meio de procedimentos que se aproximam do
M
U condicionamento operante (FONTANA; CRUZ, 1997).
N
I
C
A Visando facilitar sua aprendizagem em relação às ideias de Skinner, destacamos na
Ç
à sequência um mapa conceitual sobre os conceitos abordados.
O
UNIDADE 1 TÓPICO 2 23
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3 GESTALT - A PSICOLOGIA DA FORMA A
C
O
Essa perspectiva teórica é uma das mais coerentes da História da Psicologia, isto porque M
U
seus defensores se preocuparam em desenvolver uma base metodológica que garantisse uma N
I
consistência teórica. Seus principais seguidores são Max Wertheimer (1880-1943), Wolfgang C
A
Köhler (1887-1967) e Kurt Koffka (1886-1941), que para desenvolver suas concepções se Ç
Ã
basearam em estudos psicofísicos que relacionaram a forma e sua percepção. Vamos abordar O
24 TÓPICO 2 UNIDADE 1
I
C A!
O NOT
L
O
G
I Você sabe a origem do termo Gestalt?
A
O termo Gestalt é de origem alemã, sem tradução para o português.
D Contudo, o termo mais próximo seria forma ou configuração.
A Porém, esta denominação não é utilizada por não corresponder
C ao real significado do termo em Psicologia.
O
M
U
N
I O objetivo desta teoria é estudar como os seres vivos percebem as coisas, dentre elas,
C
A objetos, imagens, sensações. Por isso, essa tendência pode ser definida como a Teoria da
Ç
à Percepção. A Psicologia da Gestalt trouxe inúmeros benefícios devido à sua nova maneira de
O
UNIDADE 1 TÓPICO 2 25
De acordo com os princípios desta teoria, a percepção do homem não ocorre por meio
de “pontos isolados”, de forma fragmentada, mas sim por uma visão do todo. Desse modo,
existe uma dependência entre as partes, pois não as percebemos de forma isolada, mas pelo
estabelecimento de relações entre elas (SCHULTZ; SCHULTZ, 2009). Desse modo, para a
Gestalt, o homem é sempre a soma das partes que constituem a sua totalidade.
Por isso, essa teoria tem por finalidade analisar a vida psíquica sob a ótica da combinação
dos elementos que seriam as sensações e imagens que as constituem. Portanto, a Gestalt propõe
um estudo global do homem e do mundo e seu lema é “o todo é mais que a soma das suas partes”.
P
S
I
FONTE: Disponível em <http://alunosonline.uol.com.br/matematica/ilusao- C
otica.html>. Acesso em: 6 jul. 2016. O
L
O
G
O que vem a ser a ilusão de ótica? I
A
D
Vamos pensar no caso do cinema. Quem já viu uma fita cinematográfica sabe que ela A
é composta de fotogramas estáticos. O movimento que vemos na tela é uma ilusão de ótica C
O
causada pela pós-imagem retiniana (a imagem demora um pouco para se “apagar” em nossa M
U
retina). Como as imagens vão se sobrepondo em nossa retina, temos a sensação de movimento. N
I
Mas o que de fato está na tela é uma fotografia estática (BOCK; FURTADO; TEIXEIRA, 2001). C
A
Ç
Ã
A partir do exposto podemos constatar o papel importantíssimo da percepção dentro O
26 TÓPICO 2 UNIDADE 1
Nesse sentido, há um confronto de ideias entre essas duas tendências frente ao objeto
da Psicologia, o comportamento. Isto porque as duas definem a Psicologia como a ciência que
estuda o comportamento. Contudo, o Behaviorismo estuda o comportamento a partir da relação
estímulo-resposta, isolando o estímulo relacionado à resposta esperada, desconsiderando os
aspectos da consciência. A Gestalt critica tal abordagem por entender que o comportamento
não pode ser estudado de forma isolada de um contexto mais abrangente, pois pode perder
seu verdadeiro significado sob o olhar do psicólogo.
Para os teóricos da Gestalt, não é possível analisar as partes sem pensar no todo. Não
existe a possiblidade de se analisar o comportamento de forma fragmentada, desprezando os
elementos que o constituem.
P
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I
FONTE: Disponível em <http://esquizoestetica.blogspot.com.br/2011/12/postado-
C por-larissa-cosmi-o-que-e.html>. Acesso em: 21 jun. 2016.
A
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UNIDADE 1 TÓPICO 2 27
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A
FONTE: Disponível em: <http://ascessetha.blogspot.com.br/2008/09/ Ç
figura-e-fundo.html>. Acesso em: 10 jul. 2016. Ã
O
28 TÓPICO 2 UNIDADE 1
FIGURA 18 - FIGURA/FUNDO
NOT
A!
Você sabia que essa alternância entre a figura e o fundo acontece
também em nossas vidas? Nossa figura muda de acordo com nossas
necessidades e interesses. Por exemplo, se estou escrevendo algo
e sinto fome, a fome passa a ser minha figura e o escrever se
torna o meu fundo até que a minha fome seja saciada. Por isso,
na Gestalt, esse processo é denominado alternância de fluido.
C
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M
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I
C
A
Ç
Ã
O
UNIDADE 1 TÓPICO 2 29
Na nossa vida cotidiana nem sempre conseguimos perceber de forma imediata certas
situações. Isto porque, muitas vezes, não apresentam uma distinção clara entre figura e fundo.
Contudo, muitas vezes nos deparamos com imagens que aparentemente não representam
nada para nós e de repente, sem grande esforço, esta imagem se torna lúcida e conseguimos
estabelecer a relação figura/fundo. Esse fenômeno dentro da Gestalt é denominado insight,
que remete a uma compreensão imediata de algo.
4 PSICANÁLISE
A Psicanálise tem como seu principal propagador Sigmund Freud (1856-1939), médico
psiquiátrico austríaco. Ele foi capaz de alterar radicalmente o modo de pensar sobre a vida
psíquica. A psicologia, enquanto ciência, precisava buscar por teorias científicas que pudessem
atender aos anseios da sociedade naquele período histórico em seus aspectos econômicos,
políticos e sociais. Neste contexto, a teoria psicanalítica de Freud buscou entender as percepções P
S
sensoriais interiores do homem, tais como as fantasias, os sonhos, os esquecimentos, vistos I
C
por ele como problemas científicos, levando à criação da Psicanálise. O
L
O
G
Essa teoria é fundamentada por conhecimentos científicos relacionados ao psiquismo. I
Seu método de investigação é interpretativo, pois busca explicações para o “oculto”. Esta teoria, A
constituída por Freud, refere-se a uma teoria de personalidade de caráter clínico, ou seja, D
A
estuda o homem e se preocupa com as doenças que o atingem e as possíveis formas de cura. C
O
M
Em 1900, a partir de seu livro “A Interpretação dos Sonhos”, Freud apresenta suas U
N
primeiras ideias sobre a estrutura da mente e seu funcionamento. Nesse sentido, divide o I
C
aparelho psíquico em três estruturas. A
Ç
Ã
O
30 TÓPICO 2 UNIDADE 1
FIGURA 20 - O INCONSCIENTE
CONTEÚDOS QUE NÃO CENSURAS INTERNAS/
INCONSCIENTE: ACESSAM A CONSCIÊNCIA GENUINAMENTE
CONTEÚDOS NÃO OU O PRÉ-CONSCIENTE INCONSCIENTES
PRESENTES NO CAMPO DA
CONSCIÊNCIA.
É ATEMPORAL E POSSUI
LEIS PRÓPRIAS DE CONTEÚDOS QUE
REPRIMIDOS/VÃO PARA O
FUNCIONAMENTO PODEM JÁ TER SIDO
INCONSCIENTE
CONSCIENTES
introduzindo os conceitos de id, ego e superego, que seriam os três sistemas de personalidade.
Por fim, o Superego se origina a partir do Complexo de Édipo (sentimento de culpa) e por C
O
isso funciona como um sensor do Ego, controlando certos impulsos. Tem origem especialmente M
U
na fase de infância, sendo as normas e padrões sociais adquiridos por cada indivíduo. Por N
I
isso controla e também pune comportamentos “inadequados”, mas também recompensa com C
A
sentimento de orgulho a partir de “bons” comportamentos. Está localizado entre o consciente Ç
Ã
e o pré-consciente e é o responsável por inibir o ego e buscar sempre a perfeição. O
32 TÓPICO 2 UNIDADE 1
RESUMO DO TÓPICO 2
• O estudo do comportamento se baseia nas reações dos organismos aos estímulos externos.
Deste modo, os comportamentalistas buscaram moldar e controlar o comportamento humano.
• O objetivo da Gestalt é estudar como os seres vivos percebem as coisas, dentre elas,
objetos, imagens, sensações. Por isso, essa tendência pode ser definida como a Teoria da
Percepção.
D
A • Por volta de 1920-1923, Freud apresenta um novo modelo de teoria para o aparelho
C psíquico, introduzindo os conceitos de id, ego e superego, que seriam os três sistemas de
O
M personalidade.
U
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UNIDADE 1 TÓPICO 2 33
IDADE
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porém, tais teorizações tiveram suas bases nos anos 30 a partir do comportamento D
A
respondente, que seria o fundamento para as inter-relações entre o indivíduo e o
C
ambiente. O
M
e) Para desenvolver suas concepções se basearam em estudos psicofísicos que U
N
relacionaram a forma e sua percepção, sendo o objetivo desta teoria estudar como os I
C
seres vivos percebem as coisas, dentre elas, objetos, imagens, sensações, dentre outras. A
Ç
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34 TÓPICO 2 UNIDADE 1
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TÓPICO 3
PSICOLOGIA SOCIAL
1 INTRODUÇÃO
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Ç FONTE: Disponível em: <https://en.wikipedia.org/wiki/Serge_
à Moscovici>. Acesso em: jul. 2016.
O
UNIDADE 1 TÓPICO 3 37
Outros estudiosos também têm suas concepções acerca das Representações Sociais.
A sua conceituação tem origem atrelada à teoria das Representações Coletivas de Durkheim,
onde a sociedade tem poder coercitivo sobre as consciências dos sujeitos, prevalecendo o
coletivo sobre o individual. Para Durkheim (2003, p. 5), “somos então vítimas de uma ilusão que
nos faz crer que elaboramos, nós mesmos, o que se impôs a nós de fora”. Já Teixeira (1999)
assevera que a posição de Durkheim reduz a autonomia dos sujeitos, tornando-os passivos
diante das formas coletivas de pensar.
D
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FONTE: Disponível em: <https://br.pinterest.com/dihacst/piaget/>. Ç
Acesso em: jul. 2016. Ã
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38 TÓPICO 3 UNIDADE 1
NOT
A!
A teoria genética, ao descrever a conexão entre o cognitivo, o afetivo
e o social na trajetória de desenvolvimento da criança, se aproxima
da estrutura de representação de Moscovici. Tanto Durkheim quanto
Piaget demonstraram que o estatuto da representação é, ao mesmo
tempo, epistêmico, social e pessoal e é a consideração destas três
dimensões que pode explicar por que as representações não são
uma cópia do mundo externo, mas uma construção simbólica deste
mundo (OSTI; SILVEIRA; BRENELLI, 2013).
O contato com novas pessoas na gênese de sua inserção escolar pode incorrer em
danos futuros inerentes ao caráter do indivíduo. Em fase de crescimento, a criança tem uma
gama de necessidades. Além da necessidade de manutenção da vida, existem demandas por
independência, aperfeiçoamento, segurança, autoestima, aprovação. São definidos os valores
existenciais estéticos, intelectuais e morais (NOGUEIRA, 2016).
P
S
I
C Caros acadêmicos, não nos esqueçamos de que as crianças, no Brasil, têm o direito
O
L à educação, à cultura, ao esporte e ao lazer assegurado pelo Estatuto da Criança e do
O
G Adolescente, em seu capítulo IV.
I
A
D
Para que as crianças se tornem cidadãos, os adultos formadores têm um papel fundamental.
A Esse novo conjunto formado por crianças (classe escolar) é composto por uma infinidade de
C
O
diferenças. Esses indivíduos estão apenas iniciando seu ciclo social, porém já chegam nessa fase
M com uma bagagem bastante volumosa advinda dos valores familiares aos quais foram expostos
U
N até então. Além disso, existem as diferenças físicas (gordo, magro, alto, baixo, branco, negro etc.)
I
C e também diferenças na capacidade de aprendizagem (NOGUEIRA, 2016).
A
Ç
Ã
O A atividade sensório-motora precede a representação, e a aquisição da lingua-
UNIDADE 1 TÓPICO 3 39
SOCIOLOGIA
HISTÓRIA ECONOMIA
PSICOLOGIA
SOCIAL
FILOSOFIA PERSONALIDADE
CIÊNCIAS
POLÍTICAS
Como podemos observar, a Psicologia Social leva em conta inúmeras variáveis para
traçar seu campo de investigação. Todas elas estão ligadas em uma sincronia sistêmica
que permite a apropriação do conhecimento de forma unificada. Isso também ocorre nas
representações sociais, onde o dualismo entre o individual e o coletivo é algo que também foi
abordado por Moscovici. As RS de determinado objeto não contemplam apenas o indivíduo,
pelo contrário, são consideradas também suas vivências, suas relações com o meio social,
tais como afetividade, crenças, conhecimento científico, ideais e cultura. As representações
sociais apresentam características racionais justamente por serem coletivas. Assim, a dualidade
estabelecida entre o mundo individual e o social é rejeitada. O que existe, na verdade, é uma
P
polarização, onde os fenômenos são marcados pela subjetividade de tal forma a aproximar os S
I
psicológicos e sociais. C
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Moscovici (2004) ainda assevera que as representações compartilhadas garantem G
I
a coexistência entre individualização e socialização. Tais variáveis são fundamentais na A
compreensão do dinamismo da sociedade e as mudanças que a compõem. Para o pesquisador, D
o fundamento está na interação entre sujeitos e grupos, formando a representação social, A
IMPO
RTAN
TE!
É necessário acabar com as barreiras entre Psicologia e Sociologia,
entre o individual e o coletivo, concebendo uma nova abordagem
na estrutura do pensamento humano. Tal reflexão deve ser
fundamentada em nova organização social, vislumbrando novas
possibilidades de contato com lugares diversos e distantes, novas
culturas e formas de ver o mundo (MOSCOVICI, 1978).
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A FONTE: Disponível em: <http://mrsaraujo-educao.blogspot.com.br/2012/06/projeto-meios-
de-comunicacao-educacao.html>. Acesso em: jul. 2016.
C
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U As representações sociais se formam na vida diária das pessoas, estão presentes
N
I nos meios de divulgação, através da comunicação, nos costumes e instituições, na herança
C
A histórica, cultural das sociedades, na abordagem de diversos temas.
Ç
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O
UNIDADE 1 TÓPICO 3 43
Por fim, a presença da representação social no cotidiano das pessoas é percebida por
meio de opiniões, valores e ideias, os quais são transmitidos – absorvidos –, retransmitidos
através dos meios de comunicação, como: televisão, rádio, internet, periódicos ou por meio
de organizações sociais, como igrejas, partidos políticos, associações de bairro e ou grupos
sociais. As pessoas recebem a informação, a qual é processada na consciência individual e
passa a integrar a consciência coletiva, reproduzindo assim uma imagem, um valor (OSTI;
SILVEIRA; BRENELLI, 2013).
LEITURA COMPLEMENTAR
computadores, mas não nos perguntamos como aquilo funciona, como foi feito. Fazemos uso D
A
daquilo que consideramos ‘útil’, muitas vezes sem nem saber a procedência, a origem até sua
C
total capacidade. O sociólogo uruguaio e naturalizado brasileiro ainda diz: “A comunicação é O
M
onipresente, mas seu conteúdo é raso”. U
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I
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Conseguimos ter acesso à informação hoje de qualquer lugar. Seja no metrô, no ônibus, A
Ç
ela chega por meio de TVs, de celulares, do rádio, mas a pressa da vida cotidiana impede que os Ã
O
44 TÓPICO 3 UNIDADE 1
assuntos sejam tratados com mais profundidade, com discussão. As informações são passadas
de forma rápida, vazia, apenas com o intuito mesmo de noticiar um fato. Assim, o sentido da
vida ficou fragilizado. Segundo Sorj, o individualismo e o consumismo não deixam espaço para
a busca da transcendência do indivíduo. “O tempo se esgota no presente e na insegurança
sobre o que o futuro trará”, diz ele. Para o sociólogo Danilo Martuccelli, o amor norteia e se
torna cada vez mais valorizado na vida das pessoas. Ele é uma promessa de felicidade. ‘Muitos
estão dispostos a morrer por amor’, diz. Junto com esse sentimento, a religião e as crenças
são um suporte coletivo e individual para muitos na sociedade moderna, em que a vida privada
e o individualismo criam uma disputa entre o interesse coletivo e a felicidade pessoal.
Nesse contexto, a professora Maria Alice fala sobre a interação entre as pessoas e os
coletivos. A vida passou a ser uma troca igualitária, onde cada uma das partes possui seus
direitos, mas poucos convergem de verdade. ‘Convergir significa abrir mão de uma originalidade’,
diz ela. É como se o indivíduo abrisse mão da sua própria capacidade em prol das ideias de
outro. “A sensibilidade contemporânea é a da singularização”, complemente a professora. A
história passou a ser uma narração subjetivada do tempo. Antes o tempo estava fora de nós,
era objetivo, comum a toda a humanidade. O diálogo entre os indivíduos, sejam eles produtores
de conhecimento científico ou de outras áreas que refletem as condições humanas possui
esse impasse.
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UNIDADE 1 TÓPICO 3 45
RESUMO DO TÓPICO 3
• A Teoria das Representações Sociais surgiu a partir dos estudos do psicólogo romeno Serge
Moscovici, quando desenvolvia sua tese de doutoramento, em 1961.
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46 TÓPICO 3 UNIDADE 1
IDADE
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1 A Representação Social (RS) é uma temática que já foi amplamente discutida. Sua
origem se deu na década de 1960 em estudos no âmbito da sociologia e psicologia.
Considerando os conteúdos vistos neste tópico, assinale a alternativa correta:
2 Jean Piaget (1979) foi um dos primeiros autores a refletir que a criança, no momento
da elaboração de suas representações, baseia-se nas transmissões (diretas/
indiretas), bem como nas suas próprias experiências, onde o nível intelectual é fator
preponderante para a compreensão da realidade. Por outro lado, Moscovici (2004)
atribui duas funções às RS, explique-as:
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UNIDADE 1 TÓPICO 3 47
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48 TÓPICO 3 UNIDADE 1
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UNIDADE 2
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
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UNIDADE 2
TÓPICO 1
1 INTRODUÇÃO
Caro acadêmico, você já parou para pensar como age quando está sozinho e quando
está acompanhado? Já é regra que a maioria das pessoas age de forma diferente quando está
sozinha de quando está com diferentes grupos de pessoas. Veja: quando estamos em família,
agimos de um jeito; quando estamos em um grupo de amigos, agimos de forma diferente;
quando estamos no trabalho, agimos de outro jeito. E aí, acertei? Pois é. Sabe por que isso é
uma realidade? A razão para isso é simples. O que fazemos sozinhos ou em grupo, nosso agir,
nossos pensamentos, o que sentimos são quase na sua totalidade fortemente influenciados
pelas pessoas com quem convivemos.
Neste tópico, vamos entender como a psicologia social age. Sabemos que a maioria
das pessoas age de forma diferente quando estão com diferentes grupos de pessoas, quando
estão em diferentes lugares, quando estão ... diferentes! Analise o seu dia a dia. Você acorda:
caso more com a família, vai ter um jeito de agir. Vai se dirigir ao trabalho ou à escola, à
faculdade, vai agir de forma diferente e assim por diante; conforme as pessoas, conforme as
P
circunstâncias, agimos diferente. Por que isso acontece dessa forma? Por que o nosso agir, S
I
o nosso pensar, aquilo que a gente sente sofre influência das pessoas que fazem parte de C
O
nossas vidas? Ortega Y Gasset (1967), filósofo espanhol, proferiu a seguinte frase: “Eu sou L
O
eu e minhas circunstâncias”. Perceba que nossas ações, pensamentos e sentimentos são G
I
quase sempre influenciados pelos indivíduos que nos cercam. A psicologia social nos ajuda A
a entender esses fenômenos para entendermos melhor como a presença das pessoas em D
A
nossa vida pode afetar nossos comportamentos, pensamentos e sentimentos. E isso é real.
C
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52 TÓPICO 1 UNIDADE 2
Também vamos explorar a forma como as pessoas se comunicam consigo, com outros
indivíduos e com diferentes grupos, sejam grupos de lazer, de trabalho, entre outros.
P
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O 2 A INFLUÊNCIA DA SOCIEDADE NA FORMAÇÃO DOS PAPÉIS SOCIAIS
G
I
A
A nossa carteira de identidade traz a foto/imagem do nosso rosto. As formas do nosso
D
A rosto indicam nossas características, que são muito pessoais. Conforme nos aponta Tavares
C (2013), essas características indicam nossa identidade pessoal e intransferível, pelo menos
O
M visualmente, a não ser que tenhamos um gêmeo univitelino que através de uma foto não se
U
N pode identificar as diferenças.
I
C
A
Ç Para entendermos o conceito de sociedade, o que é sociedade, vamos destacar
Ã
O algumas palavras-chave imprescindíveis para este entendimento. A primeira palavra destacada
UNIDADE 2 TÓPICO 1 53
é “indivíduo”. Entre vários significados, pontos de vista, orientação para conceituar indivíduo,
que parece ser mais complexo para entender do que a própria sociedade, vamos tomar o
caminho do conceito do indivíduo como distinto, mas nem por isso incomunicável com outros
indivíduos (TAVARES, 2013).
A singeleza da imagem na figura acima mostra o indivíduo com tantos outros, juntos,
porém com suas peculiaridades, no caso, a cor o diferencia, mas sabemos que o que realmente
diferencia um indivíduo de outro, geralmente, não é visível aos olhos (TAVARES, 2013).
Temos consciência de que vivemos numa época em que o sistema econômico preza
pela massificação e pelo individualismo e que se traduzem em comportamentos individualistas
que levam ao distanciamento e isolamento. Nesta ótica, ou nesta falta de ótica, prega-se o
mesmo pensar, o mesmo agir, algo totalmente inumano. O que é humano, o que é ser indivíduo,
deve se manifestar justamente na coletividade, no compartilhamento, na colaboração, seja em
forma de ideias – pensar; seja na prática – agir.
Faz parte do ser humano viver na coletividade e isto desde os primórdios da presença do
homem na Terra. É da constituição humana viver junto. Porém, este viver junto não é negação
do indivíduo desde que haja um conjunto de normas, regras, que mantenha uma convivência
digna entre todos.
Durkheim, em seus estudos, nos mostra a função das instituições sociais na manutenção
dessas duas realidades – indivíduo e coletivo na sociedade.
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UNIDADE 2 TÓPICO 1 55
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conjunto de comportamentos que podem sofrer mudanças ao longo do tempo e também diferir D
A
entre as culturas.
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56 TÓPICO 1 UNIDADE 2
S!
DICA
Os papéis sociais podem variar conforme o status, a ocupação que exercemos, o grupo
social de que participamos. Veja, por exemplo, o papel social de um professor. Como professor,
ele tem um papel a desempenhar com seus alunos, outro papel a desempenhar junto a seus
colegas que também são professores, outro papel em relação à direção da escola.
P
S
I
FONTE: Disponível em: <http://slideplayer.com.br/slide/43433/>. Acesso em: 17 jul. 2016.
C
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L
O A pessoa, então, com tantos papéis a desempenhar, tantos status a manter, pode
G
I
encontrar dificuldades em compreender a diferenciação de cada um, pode encontrar dificuldades
A
de comportamento nos diferentes ambientes que frequenta. Por isso se torna importante a
D
A
psicologia social.
C
O A psicologia social aborda as relações entre os membros de um grupo social,
M portanto, encontra-se na fronteira entre a psicologia e a sociologia. Ela busca
U compreender como o homem se comporta nas suas interações sociais. Para al-
N
I guns estudiosos, porém, a comparação entre a Psicologia Social e a Sociologia
C não é assim tão simples, pois ambas constituem campos independentes, que
A
Ç
partem de ângulos teóricos diversos. Há, portanto, uma distância considerável
à entre as duas, porque enquanto a psicologia destaca o aspecto individual, a
O
UNIDADE 2 TÓPICO 1 57
Temos até aqui a contribuição da psicologia, da sociologia e da cultura para nos ajudar
a entender os papéis sociais vividos na sociedade. Veja como a cultura pode nos oferecer
alguns questionamentos:
A cultura, por vezes, determina a individualidade das pessoas e sua propensão a serem
mais independentes umas das outras. Já quando a cultura promove o senso de coletividade,
as pessoas são mais propensas a ter uma visão interdependente de si mesmas (elas se veem
como ligadas aos outros, se definem em termos de relações com os outros, a dar importância
aos relacionamentos e associações em grupos).
Vamos imaginar um grande evento que reúne pessoas de diferentes países, como,
por exemplo, um evento esportivo, as Olimpíadas, onde ocorrem interações entre indivíduos
provenientes de diferentes culturas. Precisamos compreender, pelo menos, dois conjuntos de
fenômenos de cultura de comportamento, bem como um terceiro conjunto, aquele que surge P
S
na intersecção das suas relações. Nessa situação, a psicologia recebe “ajuda” da sociologia I
C
e da ciência política para traduzir essas interações em "relações étnicas", e recorre também à O
L
antropologia, que identifica nessas interações a "aculturação". O
G
I
Durante o contato mais prolongado entre pessoas de diferentes origens culturais, A
todos esses conceitos e processos psicológicos e influências culturais precisam ser levados D
A
em consideração na seleção, treinamento e monitoramento de indivíduos durante as suas
C
interações interculturais. O
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U
N
A participação ativa e efetiva das pessoas na vida política e social é um grande desafio I
C
como forma de externar a cidadania que todos almejam. Para a maioria das pessoas essa A
Ç
realidade é algo distante, podemos imaginar como deve ser para a criança, mesmo sabendo Ã
O
58 TÓPICO 1 UNIDADE 2
que no viés econômico nunca a criança foi tão consumista e participante nessa dimensão
econômica como vem ocorrendo. Podemos citar as produções cinematográficas de Hollywood
que levam em conta o gosto da criança para desenvolver seus enredos, pois sabem que elas
têm poder de decisão na escolha dos filmes e ainda influenciam seus pais para que eles também
assistam aos mesmos filmes.
Enfim, em todos os muitos grupos sociais que nós, como indivíduos fazemos parte,
temos um status e um papel social a cumprir, por exemplo, um homem pode ter o status de
pai em sua família. Devido a esse status, espera-se que ele desempenhe um papel para com
os seus filhos, que na maioria das sociedades exige que ele seja responsável pela educação,
alimentação e proteção. É claro, as mães costumam ter papéis complementares.
Esta filiação, esta pertença ao grupo social nos dá um conjunto de funções que permitem
que as pessoas saibam o que esperar uma da outra. No entanto, é comum que as pessoas
tenham vários status sobrepostos e vários papéis. Isso torna potencialmente os encontros
sociais mais complexos.
Uma mulher que é uma mãe para algumas crianças pode ser uma tia ou avó para os
outros. Ao mesmo tempo, ela pode ser uma esposa para um homem, ela muito provavelmente
é filha e neta de outras pessoas. Para cada um destes vários estados de parentesco ela deverá
desempenhar um papel um pouco diferente e ser capaz de alternar entre eles de forma instantânea.
P
De acordo com Srour (2003), a ética é perene e a moral é mutável. A ideia de ética é S
I
que ela não muda, a ética traz reflexões acerca dos costumes, que é o campo da moral. Para C
O
melhor compreendermos, no Brasil temos a história da mulher como um bom exemplo de L
O
mudança de costumes e, por conseguinte, mudança de valores morais. G
I
A
Até a década de 30 a mulher não podia votar e nem ser votada, portanto, o sufrágio D
A
feminino foi uma conquista de equiparar a mulher ao homem e torná-la um membro da sociedade
C
como qualquer um, ou seja, uma pessoa participativa aos desígnios políticos do país. O
M
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N
No cenário político nacional, a primeira mulher a se tornar deputada federal, em 1933, e I
C
somente em 1979 foi eleita a primeira senadora. Em 2011 o país elege pela primeira vez uma A
Ç
mulher como Presidente da República. Se você observar os anos, 1933, 1979 e 2011, verá o Ã
O
60 TÓPICO 1 UNIDADE 2
quanto demora para que os valores se transformem e, ao mesmo tempo, depois de estabelecida
a mudança, esses valores tornam-se tão familiares que nem mais pensamos nessa trajetória
de conquista e transformação.
Não se pretende aqui fazer nenhum tipo de apologia à mulher, muito pelo contrário, a
mulher é só um bom exemplo para que possamos perceber o quanto ela se transformou perante
a sociedade. Antes ela não votava e nem era votada, antes ela não trabalhava fora de casa,
antes a sua vida limitava-se a cuidar de filhos e marido e da casa. E hoje?
P
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FIGURA 31 - DIREITOS CONQUISTADOS
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Ç FONTE: Disponível em: <http://andorinharosa.blogspot.com.br/2009/03/um-
Ã
O poema-em-homenagem-ao-dia.html>. Acesso em: 30 jul. 2016.
UNIDADE 2 TÓPICO 1 61
O que faz com que a 'sociedade', em qualquer dos sentidos válidos da palavra,
seja sociedade, são evidentemente as diversas maneiras de interação a que nos
referimos. Um aglomerado de homens não constitui uma sociedade só porque
existe em cada um deles em separado um conteúdo vital objetivamente determi-
nado ou que o mova subjetivamente. Somente quando a vida desses conteúdos
adquire a forma da influência recíproca, só quando se produz a ação de uns sobre
os outros - imediatamente ou por intermédio de um terceiro - é que a nova coe-
xistência social, [...] se converte numa sociedade. Disponível em: <http://www3.
promovebh.com.br/revistapensaradm/art/a07.pdf>. Acesso em: 3 jul. 2016.
Estas interações podem mudar, assim como a moral que é mutável, como diziam os
romanos – “o tempora! o mores!” – (Oh tempos! Oh costumes!), ou seja, os costumes mudam com
o tempo. Srour (2003, p. 56) elenca alguns itens para a compreensão do que vem a ser moral:
Via de regra, a ética tem muita consistência dentro de um determinado contexto, mas
pode variar muito entre os contextos. Vamos dar um exemplo, para entender melhor essa
dinâmica. A ética da profissão médica no século 21 é, geralmente, consistente e não muda de
um hospital para outro, mas essa ética da profissão médica é diferente da ética da profissão
jurídica desse nosso século.
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UNIDADE 2 TÓPICO 1 63
Depois dessa reflexão de como coisas simples podem melhorar nossa convivência
social, vamos voltar ao nosso comparativo entre ética e moral.
Pode haver conflito entre ética e moral? Com certeza, e podemos verificar essa realidade
com muita frequência. Vejamos.
P
S
Um exemplo de ética profissional conflitante com a moral é o trabalho de um advogado I
C
de defesa. A moral de um advogado pode dizer a ele que o assassinato é condenável e que os O
L
assassinos devem ser punidos, mas sua ética como advogado profissional exige que defenda O
G
o seu cliente com o melhor de suas habilidades, mesmo ele sabendo que o cliente é culpado. I
A
Outro exemplo pode ser encontrado no campo da medicina. Em várias partes do mundo, D
A
um médico não pode sacrificar seu paciente, mesmo a pedido dele, de acordo com padrões C
éticos para profissionais de saúde. No entanto, o mesmo médico pode, pessoalmente, acreditar O
M
no direito do paciente de morrer e contribuir para esse desejo. U
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64 TÓPICO 1 UNIDADE 2
Grande parte da confusão entre essas duas palavras pode ser rastreada até suas
origens. Por exemplo, a palavra "ética" vem do francês antigo “etique”‘, do latim “ethica” e do
grego “ethos” e se refere aos costumes ou filosofias morais.
grego (adjetivo de ethos), foi traduzido por moralis, termo latino (adjetivo de mores), enquanto
que os costumes na linha latina, na verdade, significam hábitos e costumes. É possível traduzir
ethos, do grego, como hábitos e costumes, mas é mais provável que a tradução de ethikos
por moralis foi um erro de tradução. O termo moralis refere-se ao ethos grego cujo significado
principal é hábito e costumes.
Se o termo moral se refere aos costumes, então o termo moral significa a totalidade
de todos os hábitos e costumes de uma dada comunidade. O termo moralis tornou-se um
termo técnico na filosofia latina, que abrange o presente significado do termo. Nos tempos
modernos, os hábitos e costumes de uma dada comunidade são denominados “convenções”
e são colocados como parâmetros para a vida em sociedade.
Moralidade, no entanto, não é simplesmente uma questão de mera convenção, mas esta
convenção, muito em voga na atualidade, entra em conflito com a moral. Depois que passamos
pela Grécia antiga, pelo pensamento romano antigo, chegamos aos dias atuais, onde existem,
pelo menos, cinco possibilidades diferentes para distinguir ética e moral:
• Ética e moral como esferas distintas: a ética tem a ver com a busca da própria felicidade
ou bem-estar e estilo de vida privada, isto é, como devemos viver para levarmos uma boa
vida para nós mesmos. A moralidade tem a ver com os interesses de outras pessoas e as
restrições deontológicas apresentadas por Habermas.
• A equação da ética e da moral defendidas por Peter Singer.
• Moralidade como um campo especial na esfera ética: Ética é o termo genérico para questões
éticas e morais, no sentido apresentado por Peter Singer.
• A moralidade como parte especial de ética desenvolvida por Bernard Williams
• Moralidade como o objeto da ética: Ética é a teoria filosófica da moralidade que é a análise
sistemática de normas e valores (de leitura padrão) morais.
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66 TÓPICO 1 UNIDADE 2
ÉTICA MORAL
• É o modo de viver e agir de cada povo, em
cada cultura.
• É a ciência que estuda a moral. • É o conjunto de normas, prescrições e valores
• É a reflexão sistemática sobre o comportamento reguladores da ação cotidiana.
moral. • Varia no tempo e no espaço.
• É a parte da filosofia que trata da reflexão dos • São os valores concernentes ao bem e ao
princípios universais da humanidade. mal, permitindo ou proibindo.
• São os valores humanos universais e fundamentais. • Conjunto de normas e regras reguladoras da
• É a teoria do comportamento moral. relação entre os homens de uma determinada
• É a compreensão subjetiva do ato moral. comunidade.
• Nasce da necessidade de ajudar cada
membro nos interesses coletivos do grupo.
FONTE: Tomelin e Tomelin (2002, p. 89-90)
Vázquez (2003, p. 15), no princípio de seu livro “Ética”, propõe diversas questões práticas
para a decisão do ser humano, tais como: “Devemos sempre dizer a verdade ou há ocasiões
em que devo mentir? Com respeito aos crimes cometidos na Segunda Guerra Mundial, os
soldados que os executaram, cumprindo ordens militares, podem ser moralmente condenados?”.
O que o autor quer alertar é que todos esses problemas são práticos e reais e se
apresentam nas relações afetivas dos seres humanos. As decisões práticas humanas podem
afetar um pequeno grupo ou um grande grupo.
P
S
I Em várias das situações que se apresentam ao ser humano, o que está em jogo são os
C
O problemas morais que ele deve decidir. Os valores e as normas que são reconhecidos numa
L
O sociedade como os mais corretos são os juízos que se formulam diante das ações humanas.
G
I
A À diferença dos problemas prático-morais, os éticos são caracterizados pela
sua generalidade. Se na vida real um indivíduo concreto enfrenta uma deter-
D
A minada situação, deverá resolver por si mesmo, com a ajuda de uma norma
que reconhece e aceita internamente, o problema de como agir de maneira
C que a sua ação possa ser boa, isto é, moralmente valiosa. Será inútil recorrer
O
M à ética com a esperança de encontrar nela uma norma de ação para cada
U situação concreta (VÁZQUEZ, 2003, p. 17).
N
I
C
A Daí surgem então os problemas morais e éticos, a respeito da legalidade também, porque
Ç
à o ideal é que nossas ações sejam éticas, morais e legais. É possível agirmos de forma moral,
O
UNIDADE 2 TÓPICO 1 67
mas ilegal? Por exemplo, se estamos num grande centro, às 4 horas da manhã, dirigindo um
carro, o sinal fica vermelho, você respeita e para, ou, de forma consciente, verificando se é
possível avançar, você avança o sinal. Você se vê no dilema interessante: ou respeita a lei e
para, ou se previne de um suposto assalto e avança o sinal.
Mesmo que você considere a atitude avançar o sinal moral, porque é melhor pagar uma
multa do que ser assaltado, ainda assim ela não é legal. O ideal é que seja legal, ético e moral.
O exemplo dado é de referência a uma decisão pessoal e que pode gerar consequências,
uma multa de trânsito, portanto essa ação é bem particular e de consequência particular.
• Capitalismo.
• Socialismo.
Podemos dizer que quando é constituída uma nova estrutura social, a ética, os vilões
e princípios morais são modificados para constituir assim esta nova concepção de sociedade.
Em outros termos, o sistema de valores morais se transforma no processo de constituição de
um novo padrão sócio-histórico. Os diversos processos e projetos de transformações sociais
devem permear os valores da solidariedade, igualdade e fraternidade, para assim poder constitui
uma sociedade mais justa e democrática.
P
S
Quando nos remetemos a apontar a crise da ética na contemporaneidade, nos desafiamos I
C
a apresentar os fundamentos epistemológicos nos quais se fundamenta esta perspectiva de O
L
análise. Afinal, o caminho seguro seria atribuir as mais diversas situações a uma genérica e O
G
obscura crise da ética, desresponsabilizando-nos de defini-la e situá-la adequadamente no I
A
contexto civilizatório ocidental.
D
A
Uma das possibilidades de nos apercebermos que estamos envoltos numa crise é C
O
quando temos dificuldade de definir adequadamente situações existenciais. Quando nossas M
U
referências a partir das quais nos posicionamos diante do mundo, da vida, das pessoas em N
I
nosso entorno não nos fornecem mais explicações adequadas, ou minimamente satisfatórias. C
A
Ç
Ã
Esta dificuldade de reconhecer e estabelecer referenciais atinge todas as dimensões O
68 TÓPICO 1 UNIDADE 2
Nesta perspectiva, nos damos conta da crise da ética quando constatamos que o conceito
de ética que as pessoas fazem uso cotidianamente é caracterizado pela ambiguidade, pela
confusão conceitual em relação à moral. Tornou-se lugar comum as pessoas se referirem à
ética como sinônimo de moral, ou achar que moral é a mesma coisa que ética, ou seja, duas
palavras que podem ser utilizadas para “avaliar e julgar” comportamentos, formas de agir e
ser das pessoas. Neste caudal indiscernível, a ética pode ser utilizada para tudo, mesmo que
se tenha o sentimento de que não resolve nada, ou muito pouco pode fazer.
Esta dificuldade de definir a ética pode ser explicada primariamente (outras variáveis
explicativas são possíveis) através da própria etimologia das palavras. A origem da palavra
ética vem do grego “ethos”, que quer dizer o modo de ser, caráter, ou abrigo, a morada de
animais. Abrigo, morada, tem relação com a proteção da vida. Portanto, a ética relaciona-se
com as manifestações da vida humana, da forma como os seres humanos se relacionam com
o mundo, com a natureza e consigo mesmos na manutenção da vida. Por sua vez, os romanos
traduziram o “ethos” grego, para o latim “mos” (ou no plural “mores”), que quer dizer costume,
de onde vem a palavra moral. Assim, há uma nítida distinção entre os dois conceitos. A moral
é definida como o conjunto de normas, princípios, preceitos, costumes, valores que advêm de
uma tradição, de uma determinada cultura e que norteiam o comportamento do indivíduo no
seu grupo social.
A ética tem incidência no âmbito da vida pública, como reflexão em torno das questões
P morais que envolvem a vida em sociedade. A ética assume uma dimensão ontológica
S
I imprescindível na medida em que somos convidados a pensar a nossa forma de ser e estar
C
O no mundo, a qualidade de nossas relações conosco e com os outros seres humanos. Pela
L
O sua dimensão ontológica, a ética diz respeito à esfera política do ser humano, na medida em
G
I que nos remete a pensar o bem comum, o bem viver, a vida em sociedade como condição da
A
felicidade individual e social.
D
A
O que entendemos por valores? Os valores são imutáveis? Como escolher valores?
Vamos aprender e refletir neste ponto sobre os valores que estão no centro de nossas escolhas e
também como esses valores se constituem. Queremos aqui refletir a urgência desse tema que está
presente em nosso cotidiano e é fundamental para nossa convivência social: os valores. Vamos
aprender o que são esses valores, como são constituídos, mantidos ou abandonados, importante
porque com isso saberemos como e por que lemos o mundo da forma que o fazemos e como
os outros nos interpretam. Trata-se, portanto, de buscar os fundamentos de nossa identidade.
FIGURA 35 - IDENTIDADE
P
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FONTE: Disponível em: <http://cotidianonaperiferia.files.wordpress.com/2011/08/banner-post- N
lid.jpg>. Acesso em: 17 jul. 2016. I
C
A
Ç
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O
70 TÓPICO 1 UNIDADE 2
IMPO
RTAN
T E!
A palavra VALOR tem sua raiz no latim, valere, e significa coragem,
bravura, o caráter do homem; daí por extensão significa aquilo
que dá a algo um caráter.
1. A noção filosófica de valor está relacionada por um lado àquilo
que é bom, útil, positivo; e, por outro lado, à prescrição, ou seja,
a algo que deve ser realizado.
2. Do ponto de vista ético, os valores são os fundamentos da
moral, das normas e regras que prescrevem a conduta correta
(JAPIASSU; MARCONDES, 2001, p. 268).
A palavra valor tem significados diferentes para diferentes pessoas, dependendo de suas
opiniões, ou circunstâncias em que se aplica. Vamos a um exemplo: o valor de um automóvel
de luxo terá valores diferentes para pessoas dependendo do seu nível de renda, as percepções
do veículo, e quais os benefícios que ele vai entregar para eles.
• Valores humanos: evidenciam a preocupação com o ser humano como um todo, sua relação
com o meio ambiente desempenhando um papel importante na construção de atitudes
positivas como preocupação básica na relação ser humano versus natureza e não mais a
natureza versus homem.
• Valores sociais: palavras fortes quando se entende que ninguém vive sozinho – amor,
compaixão, tolerância, justiça.
• Valores culturais e religiosos: nossos costumes culturais e rituais de muitas maneiras nos
ensinam a desempenhar comportamentos de proteção, de respeito ao outro e à natureza,
P tratado como algo sagrado.
S
I • Valores éticos: o homem não pode se considerar o centro da Terra. Deve-se promover a
C
O cidadania, a sustentabilidade, a preservação de todas as espécies, inclusive a humana.
L
O • Valores globais: o conceito de que a civilização humana é uma parte do planeta como um
G
I todo e da mesma natureza e vários fenômenos naturais sobre a terra estão interligados
A
e inter-relacionados com laços especiais de harmonia. Se perturbar essa harmonia em
D
A qualquer lugar, haverá um desequilíbrio ecológico levando a resultados catastróficos, que
C em diferentes proporções já estão acontecendo.
O
M • Valores espirituais: os princípios de autopreservação, autodisciplina, o contentar-se com
U
N o básico e o necessário, o controle desenfreado dos desejos, a ganância e austeridade
I
C são alguns dos melhores elementos do nosso intricado sistema religioso que precisa ser
A
Ç purificado.
Ã
O
UNIDADE 2 TÓPICO 1 71
O cristianismo, com forte presença no ocidente, também contribuiu para reforçar seus
valores para a sociedade através de virtudes:
Depois de tantas interpretações que vimos no decorrer deste tópico sobre eticidade,
moral, efemeridade, vamos tratar de um tema não menos importante, mas com suas
peculiaridades e que por isso merece ser destacado, porque é através dele que o ser humano
pode dispor de seu objetivo pessoal em prol do objetivo coletivo.
FIGURA 36 - SOLIDARIEDADE
P
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C
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A
D
FONTE: Disponível em: <http://www.perguntascretinas.com.br/wp-content/uploads/2008/01/
A mafalda.jpg>. Acesso em: 15 jan. 2012.
C
O
M De acordo com Srour (2011, p. 45), existem dois tipos de interesses pessoais: egoísta,
U
N “quando beneficia exclusivamente o indivíduo à custa dos outros e, portanto, assume feições
I
C abusivas e particularistas”; e autointeresse, “quando beneficia o indivíduo sem prejudicar outrem,
A
Ç e, portanto, assume feições consensuais e universalistas, pois salvaguarda a individualidade
Ã
O e interessa a todos”. Tal como pode ser observado no esquema que segue:
UNIDADE 2 TÓPICO 1 73
A satisfação de interesses
pessoais gera bem restrito
PRÁTICA ABUSIVA
Autointeresse Egoísmo
(Individualidade) (Exclusividade)
Nesse pensamento, Srour (2011) aborda a questão do altruísmo, que de acordo com
o senso comum o tem colocado no sentido de abnegação, filantropia, amor ao próximo, entre
outros. De acordo com o dicionário Michaelis (2016), altruísmo é um sentimento de quem põe
o interesse alheio acima do seu próprio. É exatamente sobre esse aspecto que o autor quer
considerar, longe do senso comum, de que altruísmo é sacrificar-se, valorizar o outro, valorizar
os interesses dos outros.
Agir de forma altruísta, por conseguinte, não exige necessariamente uma ati- D
tude de franco desprendimento, pois basta adotar uma postura cooperativa e A
solidária, ou basta exercitar o senso de interdependência. Equivale a levar em C
conta os interesses dos outros para não os prejudicar; procurar beneficiá-los na O
medida do possível; cuidar de si e dos demais para induzi-los à reciprocidade M
U
(SROUR, 2011, p. 29). N
I
C
Todo homem pode ser considerado um ser ético e que nossas raízes éticas advêm da A
Ç
nossa própria história por meio do trabalho. Podemos questionar a sua forma de ser, ou seja, Ã
O
74 TÓPICO 1 UNIDADE 2
qual a natureza da moral? Por que a moral é necessária? E como ela é? Pois sabemos que
“a (re)produção da vida social coloca necessidades de interação entre os homens, modos de
ser constitutivos da cultura, produtos do trabalho, tais como a linguagem, os costumes, os
hábitos, as atividades simbólicas, religiosas, artísticas e políticas” (BARROCO, 2000, p. 25).
• Na questão da linguagem, hábitos e costumes: pode-se observar que toda região do Brasil
forma grupos ligados por seus costumes sociais, tais como: o nosso tipo de comida, o estilo
de vida, as atitudes, determinando o nosso convívio social.
• Na questão das atividades simbólicas: a aplicação de histórias de conto de fadas serve para
o desenvolvimento emocional de crianças.
• Na questão artística: a dança, a pintura, o teatro possibilitam a liberação da imaginação
e criatividade dos homens, além de serem utilizados no tratamento de algumas questões
de recuperação social e moral, como no tratamento de dependentes químicos e terapias
ocupacionais.
Também devemos compreender que o homem, quando desenvolve e cria seus valores
sociais e individuais, os classifica em certos ou errados, bons ou maus, de acordo com o
conjunto de necessidades e possibilidades de cada grupo social.
Esta consciência das questões éticas específicas em psicologia vai ampliar a nossa
visão do significado do comportamento ético em que se aplica a todo o esforço que fazemos
quando vivemos em grupo, em sociedade. Se você entrar na política, na educação, nos
P negócios, comércio, direito, medicina, ou qualquer outra vocação/profissão, você terá que
S
I tomar o tempo e esforço para examinar o que está fazendo em termos de suas implicações
C
O éticas e ter a coragem de confrontar, de questionar, de contrapor o comportamento antiético.
L
O
G
I
A LEITURA COMPLEMENTAR
D
A O PAPEL DA PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO
C
O
M A comunicação é a arte de estar em contato com outras pessoas, seja para passar-
U
N lhes informações ou para recebê-las. O homem, como animal social, necessita estar sempre
I
C em contato com os outros da sua espécie. Isso porque ele, o homem, desenvolve as suas
A
Ç habilidades a partir da observação dos demais.
Ã
O
UNIDADE 2 TÓPICO 1 75
É necessário, portanto, que se conheça o outro. Para se ter uma ideia da importância
em se conhecer a outra extremidade desta relação, se, por um acaso você tiver a infeliz ideia
de presentear a um chinês com um relógio, de acordo com a cultura da China, seria como dizer-
lhe que seus dias estavam contados, ou seja, pode soar ou como uma ameaça ou uma ofensa.
Deve haver empatia entre as partes, mas não aquele manjado “se eu fosse você”. Para
se colocar no lugar do outro é preciso observar que existe toda uma bagagem emocional trazida
por esta pessoa. Cada um tem valores diferentes, e estes valores são moldados e forjados
com o passar dos anos, a partir do resultado da soma da educação recebida, das experiências
vividas e do ambiente onde se passou, sobretudo, a infância, que é a época de formação da
personalidade.
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76 TÓPICO 1 UNIDADE 2
RESUMO DO TÓPICO 1
• O campo da moral é vasto, pois a moral é o alicerce para que a sociedade possa estipular
as suas regras de convivência.
• A moral tem incidência direta no âmbito da vida privada, ou seja, é norteadora dos
comportamentos individuais, da forma como as pessoas agem cotidianamente diante das
mais variadas situações.
D
A • Os objetos têm o valor que o sujeito lhe atribui, ou seja, não há valor em si, mas o valor para
C alguém.
O
M
U
N • Os valores que residem no centro de nossas vidas e de nosso cotidiano são muitas vezes
I
C
herdados de uma cultura ou de um costume.
A
Ç
Ã
O
• Os costumes (como é o caso da mulher ocidental) não são substituídos de uma hora para outra.
UNIDADE 2 TÓPICO 1 77
• O século passado foi palco de grandes crises e mudanças em muitos segmentos sociais:
família, arte, política e educação.
• Devemos compreender que o homem, quando desenvolve e cria seus valores sociais e
individuais, os classifica em certos ou errados, bons ou maus, de acordo com o conjunto de
necessidades e possibilidades de cada grupo social.
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78 TÓPICO 1 UNIDADE 2
IDADE
ATIV
AUTO
C
delas, mesmo que em diferentes referenciais teóricos. Conhecer as intervenções e as
O
M
possibilidades de práticas psicológicas relacionadas a grupos em contextos diversos
U é importante para que o psicólogo possa organizar intervenções efetivas e eficazes.
N
I OSÓRIO, L. C. Psicologia Grupal: uma nova disciplina para o advento de uma era.
C
A Porto Alegre: Artmed, 2003 (Adaptado).
Ç
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UNIDADE 2 TÓPICO 1 79
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UNIDADE 2
TÓPICO 2
1 INTRODUÇÃO
O trabalho que os psicólogos conduzem pode ser aplicado para resolver uma série de
problemas do mundo real, a partir de pequenos problemas para os principais problemas. Por
exemplo, os psicólogos sociais podem ser capazes de ajudar os anunciantes e comerciantes
a descobrir como usar a influência do grupo para ajudar a obter mais pessoas a comprar
determinadas marcas. A psicologia social também pode, a partir de seus estudos, ser aplicada P
S
para ajudar a colocar um fim ou diminuir a propagação de certos problemas sociais. Onde se I
C
pode chegar com tudo isso? Já temos experiências nesse campo quando vemos profissionais O
L
que trabalham criando programas comunitários e campanhas de sensibilização. Alguns O
G
psicólogos sociais também podem fornecer aconselhamento para pessoas afetadas por I
A
problemas sociais, ou seja, não há uma sociedade sadia sem indivíduos sadios.
D
A
C
O
M
2 ENTENDENDO A PSICOLOGIA SOCIAL E O PSICÓLOGO U
SOCIAL N
I
C
A
A psicologia social se utiliza de métodos científicos para compreender e explicar como Ç
Ã
sentimentos, comportamentos e pensamentos das pessoas são influenciados pela realidade, O
82 TÓPICO 2 UNIDADE 2
A psicologia social, tradicionalmente, tem sido definida como o estudo das maneiras
como as pessoas afetam e são afetadas pelos outros através da comunicação. Já a comunicação
é um conceito complexo e multidisciplinar, pois até mesmo as disciplinas que usam o termo
não entram em consenso sobre a definição exata. Justamente essa indefinição teórica traz a
desigualdade saudável em diferentes campos, como: biologia celular, ciência da computação,
etologia, linguística, engenharia elétrica, sociologia, antropologia, genética, filosofia, semiótica
e teoria literária. Embora haja um núcleo de significado comum para a forma como o termo é
usado nestas disciplinas, as particularidades diferem enormemente.
O psicólogo social, por sua vez, vai olhar para o comportamento do grupo, vai prestar
atenção na percepção social, seja ela verbal ou não verbal, vai atentar para os diferentes
comportamentos de conformidade, agressão, preconceito, liderança e tantos outros. Essa
percepção social e a interação social são vistos como chave para a compreensão do
comportamento social. De forma simplificada, a psicologia social estuda o impacto das
influências sociais sobre o comportamento humano.
Informação, conhecimento e sociedade são conceitos muito usados por todos nós a
todo momento, em todos os lugares, de todas as formas, em todos os momentos. Conceitos
indispensáveis num mundo globalizado.
programação um tempo de informação jornalística, para que possam manter seus contratos
de concessão. Porém, não há um controle sobre o tipo de informação, apenas se houver o
cumprimento do tempo que deve ser destinado a isso. O cidadão recebe muitas informações
e acredita que essa quantidade de informações que ele adquire o torna qualificado para emitir
diferentes tipos de juízo. Sabemos que isso não é garantia de qualidade do conhecimento que
possa ter adquirido com tamanha informação. É preciso que a informação seja processada,
debatida, comparada, confrontada e não só ouvida, assistida, vista.
A globalização não pode ser vista somente do ponto de vista econômico e como uma
realidade atual, contemporânea, privilégio nosso. Podemos trazer algumas características da
globalização que fazem essa identificação com a economia, mas que também se identificam
com a ideologia política, com a língua e com os modos de comunicação. Vejamos, então, a
primeira característica da globalização:
P
Relações econômicas: as relações econômicas do mundo globalizado são S
I
moldadas pelas exigências das empresas, corporações ou conglomerados C
multinacionais e planetários, o Estado é compelido a reduzir sua presença di- O
reta na economia nacional, privatizar as empresas sob seu controle, promover L
O
a redução de seus gastos, principalmente na área social, mantendo, porém, G
o papel de guardião dos interesses transnacionais (SOARES, 1986, p. 10). I
A
D
Na crise econômica que o mundo enfrentou em 2008, já com previsões de que dure A
até 2020, essa ideia de um estado com pouca presença na economia parece contraditória, C
O
quando vemos o governo norte-americano criando subsídios e auxiliando com enormes somas M
U
de dinheiro várias empresas em dificuldades nos seus balancetes. N
I
C
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Ç
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O
84 TÓPICO 2 UNIDADE 2
S!
DICA
D
A
S!
C DICA
O
M
U
N Neste link <http://economia.estadao.com.br/noticias/
I economia+internacional,entenda-a-crise-na-grecia-e-suas-
C
A
implicacoes,71997,0.htm> você encontra informações sobre a
Ç crise grega, suas variantes e sua influência, principalmente para
à a Europa, mas também seus reflexos para o mundo.
O
UNIDADE 2 TÓPICO 2 85
Acredita-se piamente que informação hoje é tudo. Estar bem informado é uma
necessidade premente entre um círculo de amigos em torno do tema futebol, de outro,
interessado na novela, de outro reunido para discutir a qualidade musical de nossas rádios.
Enfim, informação tem seu valor e é por isso importante termos claro o que vem a ser informação.
• Os efeitos das novas tecnologias têm alta penetrabilidade, porque a informação é parte
integrante de toda atividade humana, individual ou coletiva e, portanto, todas essas
atividades tendem a ser afetadas diretamente pela nova tecnologia.
• Predomínio da lógica de redes. Esta lógica, característica de todo tipo de relação complexa,
pode ser, graças às novas tecnologias, materialmente implementada em qualquer tipo de
processo.
• Flexibilidade: a tecnologia favorece processos reversíveis, permite modificação por
reorganização de componentes e tem alta capacidade de reconfiguração.
• Crescente convergência de tecnologias, principalmente a microeletrônica, telecomunicações,
optoeletrônica, computadores, mas também e crescentemente, a biologia. O ponto central
aqui é que trajetórias de desenvolvimento tecnológico em diversas áreas do saber
tornam-se interligadas e transformam as categorias segundo as quais pensamos todos
os processos.
O recurso que agora estamos utilizando para informar sobre a disciplina que estamos
estudando passa por material impresso, o caderno de estudos. Enquanto durar o estudo dessa
disciplina, temos à nossa disposição outros recursos: o ambiente virtual de aprendizagem, a
internet, o DVD etc. Quando processamos todas essas informações, estamos potencializando o
nosso processo de aprendizagem e por isso envolvemos esses recursos em nossas práticas de
informação utilizando alguns tipos de conhecimento. Platão nos ajuda nesta reflexão, dividindo
o conhecimento em categorias, começando pelo sensorial, visto que sua abrangência vai além
do ser humano, passando pelos animais. Veja que ele parte do geral para o particularizado,
para aqueles conhecimentos que, a princípio, são exclusivos do ser humano:
• Conhecimento intelectual
• Conhecimento popular
• Conhecimento científico
• Conhecimento teológico P
S
I
C
Cada um desses tipos de conhecimento tem suas características e podemos nós O
L
mesmos caracterizá-los a partir de nossa própria vivência. O próprio conceito e etimologia da O
G
palavra nos ajuda a entender o processo de conhecimento. I
A
Conhecimento no grego vem de gnosis, que pode ser traduzido como "saber" D
ou "ciência", mas tem uma variável gnômê que pode ser traduzido como "juí- A
zo", "opinião", "conselho", "parecer", "acordo" etc. Conhecer é apropriar-se do C
cognoscível, absorver parcialmente ou plenamente (sendo aqui idealista) um O
objeto ou o outro, o que está fora ou dentro dos limites de nossa observação. M
U
Conhecer no hebraico é "Yadá", que está ligado à "intimidade", esta palavra, N
às vezes, é usada com conotação sexual, dando a ideia de que conhecer é I
transpor o véu do desconhecido, é entrar no outro, é penetrar a realidade C
A
desconhecida. Porém, quando se diz "conhecimento" trata-se do produto do Ç
ato de conhecer. Conhecer é a relação, conhecimento é o seu produto, porém, Ã
O
88 TÓPICO 2 UNIDADE 2
está implícito no ato de conhecer que não há conhecimento passivo, este está
diretamente ligado ao "ato de conhecer", e não é possível assim "receber co-
nhecimento", o que é possível é conduzir ao conhecimento, mas está sempre
ligada à própria intervenção do sujeito ao objeto. (grifos do original) Disponível
em: <http://pensarigor.blogspot.com.br/2005/10/conhecimento-e-informao.
html>. Acesso em: 29 jul. 2016.
LEITURA COMPLEMENTAR
FALHAS NA COMUNICAÇÃO
Ricardo Miyasaki
Vários são os instrumentos, existem as redes sociais como Twitter, Facebook etc., enquanto
também temos o celular e suas mensagens SMS, Messenger, SKYPE, entre muitos outros.
Todos eles foram criados para facilitar e ampliar a comunicação entre pessoas, é a P
S
chamada rede social; podemos, através deles, manter contato com quem está distante, tanto I
C
em questão de espaço como de tempo. Podemos conversar com amigos de infância, com O
L
pessoas que estão do outro lado do planeta e, muitas vezes, também utilizamos estes artifícios O
G
para conversar com o colega na mesa ao lado. I
A
D
Porém, apesar destes instrumentos algumas vezes funcionarem, quando não A
usados adequadamente, como facilitadores das falhas na comunicação, estas acontecem C
O
por outros motivos. M
U
N
I
Em muitos casos encontramos relacionamentos estremecidos, tarefas mal ou não C
A
executadas por questão de falhas na comunicação. Um comentário mal interpretado, por Ç
exemplo, pode acarretar desconforto e desavença entre pessoas, seja em uma relação pessoal Ã
O
90 TÓPICO 2 UNIDADE 2
ou profissional, e aí podemos dizer que os instrumentos modernos que serviriam para facilitar
nossa comunicação podem influenciar ainda mais nesse mal-entendido, pois, quando nos
comunicamos através deles, estamos excluindo as expressões faciais, o contato e a linguagem
corporal que servem como conteúdo para interpretação daquilo que falamos verbalmente e,
além disso, aprofundar ainda mais nossa dificuldade de comunicação, pois não vivenciamos
o treino do convívio social.
Muitas vezes, ao recebermos aquilo que outra pessoa nos passa, por causa de
nossos preconceitos, acabamos interpretando de forma diferente daquilo que realmente é.
Se alguém cometeu um erro uma vez, a probabilidade de ele ser julgado negativamente é
grande (intolerância ao erro), assim como se alguém é sempre assertivo, a probabilidade de
ser julgado para melhor também acontecerá antes mesmo de se concluir aquela situação. [...]
D
A
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UNIDADE 2 TÓPICO 2 91
RESUMO DO TÓPICO 2
• A psicologia social, tradicionalmente, tem sido definida como o estudo das maneiras como
as pessoas afetam e são afetadas pelos outros através da comunicação.
• O psicólogo social lança seu olhar para o comportamento do grupo, vai prestar atenção na
percepção social, seja ela verbal ou não verbal, vai atentar para os diferentes comportamentos,
que podem se de conformidade, de agressão, de preconceito, de liderança e tantos outros.
• A globalização não pode ser vista somente do ponto de vista econômico, e também como
uma realidade atual, contemporânea, privilégio nosso.
• Através da informação adquirimos conhecimentos que são pertinentes para nosso dia a
P
dia, assim como as ferramentas que utilizamos para ter informação contribuem para as S
I
transformações sociais atuais. C
O
L
O
• Platão dividiu o conhecimento em categorias, começando pelo sensorial, visto que sua G
I
abrangência vai além do ser humano, passando pelos animais. A
D
A
• Platão parte do geral para o particularizado, para aqueles conhecimentos que, a princípio, são
C
exclusivos do ser humano: conhecimento intelectual, conhecimento popular, conhecimento O
científico, conhecimento teológico. M
U
N
I
• As transformações da sociedade da informação têm uma profunda dimensão psicológica: C
A
elas implicam alterações nas funções cognitivas e nas emoções e na maneira como se Ç
Ã
comportam, se relacionam e se organizam. O
92 TÓPICO 2 UNIDADE 2
IDADE
ATIV
AUTO
2 Platão dividiu o conhecimento em categorias, começando pelo sensorial, visto que sua
abrangência vai além do ser humano, passando pelos animais. Apresente, segundo
Platão, aqueles conhecimentos que, a princípio, são exclusivos do ser humano:
3 A informação tem seu valor e é importante termos claro o que vem a ser informação.
Apresente o conceito a partir da etimologia da palavra informação.
P
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UNIDADE 2
TÓPICO 3
1 INTRODUÇÃO
Você já parou para pensar como, muitas vezes, temos comportamentos, ideias e até
crenças que vêm e vão de forma quase automática em nossas vidas? Questão de hábito?
Pois é. Dito de outra forma, muitas das coisas que fazemos, o que dizemos e aquilo em que
acreditamos são produto do hábito. No dia a dia, sem perceber, vamos internalizando todos os
tipos de comportamento de forma quase automática, que é semelhante a uma resposta reflexa
a um estímulo físico. Por exemplo, você já fez aquele teste que consiste em bater em lugar
específico no seu joelho que provoca uma reação instintiva de movimento da sua perna? É mais
ou menos assim. De um modo semelhante, nós, seres humanos, reagimos automaticamente,
e frequentemente também inconscientemente, a estímulos sociais. Não vamos entrar nos
detalhes pavlovianos de estímulo-resposta. Você pode pesquisar mais sobre isso. Queremos
avançar na importância da psicologia para o sucesso das interações sociais, já que somos
seres sociais, não vivemos sozinhos.
Neste tópico vamos, primeiro, estudar como as influências sociais atuam nas interações
P
sociais. No segundo momento, devido à importância da religião na sociedade, vamos estudá-la S
I
como meio de interação. C
O
L
O
G
I
A
2 INFLUÊNCIAS SOCIAIS D
A
C
O
Vivemos um dia a dia cheio de tensões, com várias tentativas de influências alheias a nós. M
U
Muitas pessoas passam sua vida fazendo com que os outros cumpram suas solicitações. Calcule N
I
você, acadêmico, quantas vezes em um dia você será apelado, persuasivamente, a realizar algo C
A
para alguém. Todos nós estamos sujeitos a um número incontável de tentativas de influência a todo Ç
o momento. E se nos estendêssemos para as influências que recebemos da TV, das mídias sociais? Ã
O
94 TÓPICO 3 UNIDADE 2
E se incluirmos o tempo que gastamos com as pessoas no trabalho? Não podemos esquecer nossa
família, vizinhos, estranhos, e inúmeros outros que encontramos durante um dia, porque, de uma
forma ou de outra, todos querem que você faça alguma coisa, qualquer coisa.
Não esqueça que estamos implicitamente falando de psicologia social, que estuda
as crenças individuais, atitudes e comportamentos das pessoas nos lugares em que estejam
presentes. O foco da psicologia social é o indivíduo dentro do grupo e o grupo com suas crenças,
suas atitudes e seus comportamentos.
Temos hoje uma preocupação constante com o futuro das próximas gerações. E aí entram
as ciências do comportamento humano para nos ajudar, pois oferecem uma base de conhecimento
e prática para o desenvolvimento de políticas que promovem, entre outras coisas, a paz, a justiça
social, a plena realização dos direitos humanos a todos os seres humanos e o olhar atento ao
meio ambiente para um futuro ecologicamente sustentável, que não seja apenas um sonho. A
psicologia tem um papel fundamental nesses anseios e ela mesma se torna ferramenta para
possibilitar mudanças sociais positivas no intuito de ajudar os indivíduos, grupos e toda a sociedade
a conviver e interagir de forma íntegra, no cumprimento das normas e regras já estabelecidas.
Vamos então elencar algumas opções em que a psicologia pode auxiliar nessa busca
de um mundo melhor através de pequenos gestos, pequenas ações:
• Construir um terreno comum entre divisões que causam uma mentalidade de desconfiança
em relação àqueles que vemos como diferentes.
• Priorizar ações mais amplas de longo prazo, como, por exemplo, a representatividade de
pessoas do bairro, na vida pública.
P
S • Reconhecer os erros e buscar sempre a união de forças, resistindo à nossa tendência para
I
C negar a responsabilidade e culpar os outros quando as coisas dão errado.
O
L • Avaliar alternativas através de uma análise ponderada e empatia, rejeitando apelos de medo
O
G e raiva que muitas vezes tornam mais difícil o nosso julgamento.
I
A • Evitar, quando houver, qualquer tipo de conflito de incompreensão e falta de comunicação
D que podem causar outros problemas.
A
• Evitar a transmissão de vingança de uma geração para a seguinte, curando as feridas
C
O causadas pela violência, por traumas.
M
U
N
I Veja, acadêmico, que a psicologia não está sozinha nessa construção de perspectivas
C
A para um mundo melhor. A história, a sociologia e a ética são algumas das disciplinas que estão
Ç
à presentes nessa construção (TAVARES, 2016).
O
UNIDADE 2 TÓPICO 3 95
A psicologia social é, muitas vezes, pensada para ser uma combinação entre a sociologia
e a psicologia, uma vez que utiliza métodos analíticos de ambas as áreas de pesquisa. Embora
a psicologia social seja semelhante à sociologia, também é muito diferente. Por exemplo,
os profissionais, em ambos os campos, têm um interesse particular em grupos de pessoas.
Sociologia, no entanto, concentra-se no comportamento do grupo, enquanto que a psicologia
social se concentra em como um grupo de pessoas influencia cada indivíduo no grupo.
S!
DICA
P
S
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C
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L
O
G
I
A
D
A
C
FONTE: Disponível em: <https://o2porminuto.ativo.com/corrida-de-rua/dicas/dica-de-filme- O
M
mcfarland-usa/>. Acesso em: 27 jul. 2016. U
N
I
C
A
Ç
Ã
O
96 TÓPICO 3 UNIDADE 2
A inserção social vai acontecer quando termos normas sociais equilibradas com os
desejos, anseios e projetos da sociedade. É preciso levar em conta algumas considerações
sobre as normas sociais para podermos entender melhor onde estamos pisando.
As normas sociais são regras sobre como se comportar que não estão escritas em
algum lugar de honra. Elas nos dão uma ideia esperada de como devemos nos comportar em
um determinado grupo social ou cultura. Parece bem simples, mas não é. Lembremos dos
casos de intolerância, bullying, seja na escola, em casa, na rua, no grupo social.
S!
DICA
P
S
I
C FONTE: Disponível em: <http://www.brasilonline.tv/assistir-desajustados-legendado-2015-
O
L online/>. Acesso em: 26 maio 2016.
O
G
I
A
para cada grupo social. Não nascemos sabendo de todas as normas contidas na sociedade.
Vamos descobrindo “com o andar da carroça”.
D
A
Entendida a função e importância das normas no âmbito da sociedade, da boa
C
convivência, vamos avançar. O
M
U
N
Muitos estudos já foram feitos a partir de experiências que identificam o envolvimento dos I
C
indivíduos em alguma atividade, e até lazer, que estabelece relações e aí acontece a inclusão A
Ç
social. Também é fácil identificar que o envolvimento com outras pessoas causa um impacto Ã
O
98 TÓPICO 3 UNIDADE 2
na conexão social experimentada por indivíduos e seu bem-estar subsequente. E não para por
aí. É só observar. Estar envolvido leva a pessoa a se sentir socialmente mais conectada. As
redes sociais desenvolvidas através do envolvimento de organizações desportivas são de um
valor formidável para o apoio social daqueles envolvidos em organizações comunitárias, mais
conhecidas como ONGs. Muitas dessas ONGs são de denominação religiosa e promovem, ao
seu modo, interações sociais. É o que iremos estudar no próximo subtópico.
Não é de hoje que a religião tem como características o seu individualismo em associação
com o declínio da autoridade das instituições tradicionais e uma consciência crescente de que
os símbolos religiosos são construções sociais, por vezes sem sentido religioso. Essa nova
caracterização não é privilégio de uma religião, mas de praticamente todas as grandes religiões.
A religião como um agente de mudança social está muito comprometida pela perda de
qualquer comunicação verdadeira entre o sagrado e o mundo. A religião se tornou especializada na
prestação de serviços pessoais e, portanto, se confunde com vários outros setores seculares que
também oferecem bem-estar, cura, conforto e significado para a vida. Nesta competição, os grupos
religiosos têm, de modo geral, assumido os métodos e valores de uma gama de instituições que
definitivamente não estão preocupadas em comunicar valores, promover interações verdadeiras,
difundir o senso ético, enfim, coisas que seriam do alto, mas que são bem terrenas.
D
A
C
O
M
U
N
I
FONTE: Disponível em: <http://www.palavras.blog.br/2009/04/crise-mundial-no- C
psicologo.html>. Acesso em: 29 jul. 2016. A
Ç
Ã
O
100 TÓPICO 3 UNIDADE 2
Caso a religião (ou as práticas religiosas) continue nessa dinâmica, passará a ser vista
como uma realidade socialmente construída, em que o sagrado oferece apenas segurança
e legitimidade, desde que os seus membros não percebam que a religião é socialmente
construída, terrena.
LEITURA COMPLEMENTAR
PSICOLOGIA E CULTURA
Zygmunt Bauman
Em tempos líquidos, a crise de confiança traz consequências para os vínculos que são
construídos. Estamos em rede, mas isolados dentro de uma estrutura que nos protege e, ao
P
S mesmo tempo, nos expõe. É isso mesmo? O sociólogo polonês Zygmunt Bauman, em seu
I
C livro Medo líquido, diz que estamos fragilizando nossas relações e, diante disso, nos contatamos
O
L
inúmeras vezes, seja qual for a ferramenta digital que usamos, acreditando que a quantidade
O
G
vai superar a qualidade que gostaríamos de ter.
I
A
D
Bauman diz que, nesses tempos líquidos-modernos, os homens precisam e desejam
A que seus vínculos sejam mais sólidos e reais. Por que isso acontece? Seriam as novas redes
C de relacionamento que são formadas em espaços digitais que trazem a noção de aproximação?
O
M Talvez sim, afinal a conexão com a rede, muitas vezes, se dá em momentos de isolamento
U
N real. O sociólogo, então, aponta que, quanto mais ampla a nossa rede, mais comprimida
I
C ela está no painel do celular. “Preferimos investir nossas esperanças em ‘redes’ em vez de
A
Ç
Ã
O
UNIDADE 2 TÓPICO 3 101
parcerias, esperando que em uma rede sempre haja celulares disponíveis para enviar e receber
mensagens de lealdade”, aponta ele.
A liquidez do mundo moderno esvai-se pela vida, parece que participa de tudo, mas os
habitantes dessa atual modernidade, na verdade, fogem dos problemas em vez de enfrentá-
los. Quando as manifestações vão para as ruas, elas chamam a atenção porque se estranha a
formação de redes de parceria reais. Para vínculos humanos, a crise de confiança é má notícia.
De clareiras isoladas e bem protegidas, lugares onde se esperava retirar (enfim!) a armadura
pesada e a máscara rígida que precisam ser usadas na imensidão do mundo lá fora, duro e
competitivo, as ‘redes’ de vínculos humanos se transformam em territórios de fronteira em que
é preciso travar, dia após dia, intermináveis conflitos de reconhecimento.
P
S
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102 TÓPICO 3 UNIDADE 2
RESUMO DO TÓPICO 3
• A psicologia social é, muitas vezes, pensada para ser uma combinação entre a sociologia
e a psicologia, uma vez que utiliza métodos analíticos de ambas as áreas de pesquisa.
• As normas sociais são regras sobre como se comportar que não estão escritas em algum
lugar de honra.
• A normas sociais nos dão uma ideia de como devemos nos comportar em um determinado
grupo social ou cultura.
• Os seres humanos precisam de normas para orientar e dirigir o seu comportamento, para
fornecer ordem e previsibilidade nas relações sociais e dar sentido e entendimento das ações
de cada um.
• A religião, como um agente de mudança social, está muito comprometida pela perda de qualquer
comunicação verdadeira entre o sagrado e o mundo. A religião se tornou especializada na
prestação de serviços pessoais e, portanto, se confunde com vários outros setores seculares
que também oferecem bem-estar, a cura, conforto e significado para a vida.
P • Nesta visão sociológica da religião, as práticas religiosas e rituais são vistas como atividades
S
I simbólicas que ajudam a definir a identidade de indivíduos e grupos.
C
O
L
O • Parte importante da psicologia cultural é compreender as diferenças sociais de diferentes
G
I culturas.
A
D
A • Com o nascimento da psicologia cultural veio o desenvolvimento de terapias que levam em
C conta as características culturais.
O
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UNIDADE 2 TÓPICO 3 103
IDADE
ATIV
AUTO
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104 TÓPICO 3 UNIDADE 2
IAÇÃO
AVAL
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G
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UNIDADE 3
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
P
TÓPICO 1 – OS CAMPOS PARA A COMUNICAÇÃO E A S
PSICOLOGIA I
C
O
TÓPICO 2 – A COMUNICAÇÃO, O CONHECIMENTO E A L
INFORMAÇÃO O
G
I
TÓPICO 3 – A PSICOLOGIA COMO FUNDAMENTO DA A
RESPONSABILIDADE NA COMUNICAÇÃO
D
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UNIDADE 3
TÓPICO 1
1 INTRODUÇÃO
Na Bíblia, o livro do Eclesiastes, 4:9-12, já confirmava que o homem não foi feito para
viver só e sim será mais feliz quando viver junto com outro. E quando um cair, terá o outro para
apoiá-lo. Aí vem a psicologia, aproximadamente 2000 anos depois, nos apresentando Freud,
Jung, que nos apontam essa mesma realidade. Vimos, anteriormente, que a interdisciplinaridade
se faz presente nesse nosso estudo, e constatamos que enquanto a psicologia abraça o
indivíduo, a sociologia esmiúça a sociedade. Queremos, sim, estudar a interação entre indivíduo
e sociedade como duas instâncias distintas que interagem entre si: atitudes, preconceitos,
comunicação, relações grupais, liderança, e muito mais e de como tudo isso, indivíduo e
sociedade, vai se ajustando (STREY, 1998).
Algumas definições são amplas, reconhecendo, por exemplo, que os animais podem C
O
se comunicar, outras definições incluem apenas os seres humanos dentro dos parâmetros de M
U
interação simbólica humana. N
I
C
A
Via de regra, a comunicação pode ser geralmente descrita em três dimensões principais: Ç
Ã
conteúdo, forma e destino. O
108 TÓPICO 1 UNIDADE 3
Os especialistas concordam que, em tais redes, a saúde mental dos membros é melhor
do que os indivíduos que raramente estabelecem relações com outras pessoas. A solidão na
atualidade é considerada a condição mais comum e estressante de vida humana. Portanto, as
pessoas, em função da sua personalidade, têm a capacidade de criar relações interpessoais e
de manter e desenvolver essas relações. Por isso, veremos mais adiante essa interação entre
psicologia, saúde, cultura e trabalho.
P
S
2 A SOCIEDADE E O INDIVÍDUO BUSCANDO INTERAÇÃO I
C
O
L
O
A natureza humana do indivíduo depende de sua participação em uma sociedade. G
I
Tudo o que sabemos sobre o ser humano tende a mostrar que nenhum ser humano pode, A
C
Todos os pensamentos ou sentimentos são experimentados pelos indivíduos. O
M
Sentimentos ou pensamentos são comuns entre os indivíduos, não na sociedade. Não há U
N
vontade comum da sociedade. Quando dizemos que um grupo tem um pensamento comum, I
C
significa que há tendências para o pensamento, sentimento e ação, amplamente dominante no A
Ç
grupo. Essas tendências são o produto da interação que se passa entre os indivíduos e suas Ã
O
110 TÓPICO 1 UNIDADE 3
relações atuais, mas eles não formam um único pensamento, uma única vontade ou propósito.
A sociedade não pode ter pensamento ou vontade própria.
É apenas à luz dos nossos interesses, nossas aspirações, nossas esperanças e medos
que podemos atribuir qualquer função e qualquer meta para a sociedade. Por outro lado, os
indivíduos têm interesses, aspirações e objetivos só porque eles são uma parte da sociedade.
Enfim, a relação que se estabelece entre o indivíduo e a sociedade não é unilateral.
Cada indivíduo é, assim, o produto de relacionamento social. Ele nasce para uma
sociedade que sutilmente molda suas atitudes, suas crenças e seus ideais. Ao mesmo tempo,
a sociedade também cresce e muda de acordo com a mudança de atitudes e ideais dos seus
membros. A vida social não pode ter nenhum significado, exceto como a expressão da vida
P dos indivíduos.
S
I
C
O Quando olhamos para a história de alguns países da América, como, por exemplo,
L
O Estados Unidos e Brasil, vemos, em escalas diferentes, histórias de luta, conflitos entre o
G
I indivíduo e a sociedade como um todo. Exemplos? Abraham Lincoln e Getúlio Vargas.
A
D
A Você já percebeu que ‘gastamos’ grande parte de nossas vidas nos comunicando com
C os outros? Compartilhar seus pensamentos e compreender os sentimentos de outra pessoa são
O
M habilidades essenciais para o funcionamento de qualquer sociedade no mundo. Não é nenhuma
U
N surpresa que a dificuldade com a comunicação está no centro de muitas outras coisas que
I
C prejudicam o convívio social. E é justamente por isso que sempre buscamos melhorar nossa
A
Ç comunicação. E é nessa busca que percebemos como é importante compreender o porquê
Ã
O das ações e atitudes das pessoas.
UNIDADE 3 TÓPICO 1 111
Para isso, precisamos analisar a situação e o momento em que elas estão inseridas.
A empatia também é necessária para a busca de soluções para comunicação.
S!
DICA
Os dirigentes da escola, habituados com os péssimos resultados, ano após ano, não
enxergavam possibilidade de êxito e se acomodaram em repetir formas ultrapassadas
P
de ensino e não acreditavam no bom desempenho dos alunos. S
I
É nesse contexto que chega o treinador Carter, técnico de basquete que já estudou C
O
na mesma escola e fica preocupado com o desempenho escolar dos alunos que jogam L
no time de basquete. Em meio ao desânimo e descrença dos professores, pais e O
alunos, o técnico desafiou sua equipe a buscar algo que ia além das quadras, que G
I
pedia a união do grupo e busca de transformação de suas vidas e também de suas A
famílias. Assista. Vale a pena ver as interações que vão se desenrolando durante o
filme, transformando vidas. D
A
C
O
M
U
N
I
C
A
Ç
Ã
O
112 TÓPICO 1 UNIDADE 3
essencialmente dependente do outro. Seria, no entanto, enganoso dizer que existe completa
harmonia entre a individualidade e a sociedade.
A sociedade é uma relação entre indivíduos, seus membros. É a soma de indivíduos que
estão em estado de interação. Esta interação cria algo que é mais do que a soma dos indivíduos.
E é essa interação que diferencia a sociedade a partir da mera agregação de indivíduos.
e a sociedade é o ponto de partida de muitas discussões. Ela está intimamente ligada com a C
O
questão da relação do homem e da sociedade. A relação entre os dois depende do fato de que M
U
o indivíduo e a sociedade são dependentes mutuamente e um cresce com a ajuda do outro. N
I
C
A
O psicólogo que vai a campo, aí se caracterizando como psicólogo social, vai lidar com Ç
Ã
os fatores que o levam a se comportar de uma determinada maneira, na presença de outros, O
114 TÓPICO 1 UNIDADE 3
O modo como a psicologia tenta dar conta das relações sociais apresenta dupla
característica. Uma consiste em focalizar as dimensões ideais e simbólicas
e os processos psicológicos e cognitivos que se articulam aos fundamentos
materiais dessas relações. A outra aborda essas dimensões e esses processos
considerando o espaço de interação entre pessoas ou grupos, no seio do qual
elas se constroem e funcionam (JODELET, 2004, p. 54).
Já vimos que a psicologia não está sozinha no trato com o ser humano. Uma variante
muito interessante e de muita valia é a psicologia cultural, a qual permite que os profissionais
de saúde mental possam aumentar a eficácia do tratamento das pessoas de diferentes origens.
Por ter uma grande sensibilidade às diferentes origens culturais, o tratamento pode se
tornar mais bem-sucedido. Além disso, através do estudo de culturas diferentes, uma maior
compreensão dessas realidades pode facilitar o acompanhamento.
Uma ação que pode ser comum na cultura de um indivíduo é incompreensível para os
padrões da maioria, pode ser de outra forma confundido como um sinal de doença mental, se
o profissional de saúde mental ter falta de compreensão do que a cultura possa lhe indicar.
Ao incluir a moral cultural como modelo no tratamento, o terapeuta amplia ainda mais a
probabilidade de alcançar o objetivo do paciente. Do lado do paciente não é provável que
P
S queira abandonar a sua cultura, mas, em vez disso, quer ser capaz de superar seu problema
I
C
sem negar suas raízes culturais, seu contexto cultural, mesmo que seja diferente dos demais.
O
L
O
G
Com o nascimento da psicologia cultural veio o desenvolvimento de terapias que levam
I
A
em conta as características culturais. Cada pessoa, com uma origem étnica diferente, tem
problemas que são diferentes do que os problemas que os outros enfrentam, por causa de
D
A sua singularidade cultural.
C
O
M No campo do trabalho, vamos dar um passo adiante no conhecimento sobre a questão
U
N social, tendo presente que essa realidade não pode se resumir em desigualdades, em
I
C injustiças entre classes, vai além da questão social, chegando até a dimensão mundial, onde
A
Ç se desenvolvem realmente as relações, sejam elas humanas ou institucionais.
Ã
O
UNIDADE 3 TÓPICO 1 115
A tecnologia e sua relação com a psicologia têm se expandido muito nos últimos anos.
Algumas instituições de Ensino Superior estão recomendando estudantes de cursos secundários
completos de estudo em programação de computadores ou outra área relacionada com a
tecnologia na preparação para se tornarem psicólogos.
D
• Deve ser produtivo. A
• Remunerado. C
O
• Exercido com segurança. M
U
• Desenvolvido na liberdade e na inter-relação com os outros. N
I
C
A
No Brasil, o trabalho solidário é muito bem-vindo nos empreendimentos econômicos aqui Ç
Ã
presentes que são regidos dentro da solidariedade, mas na seriedade de um desenvolvimento O
116 TÓPICO 1 UNIDADE 3
!
ROS
SF UTU
ESTUDO
C Marcos Teixeira
O
M
U
N
A comunicação é a arte de estar em contato com outras pessoas, seja para passar-
I
C
lhes informações ou para recebê-las. O homem, como animal social, necessita estar sempre
A
Ç
em contato com os outros da sua espécie. Isso porque ele, o homem, desenvolve as suas
à habilidades a partir da observação dos demais.
O
UNIDADE 3 TÓPICO 1 117
É necessário, portanto, que se conheça o outro. Para se ter uma ideia da importância
em se conhecer a outra extremidade desta relação, se, por um acaso você tiver a infeliz ideia
de presentear a um chinês com um relógio, de acordo com a cultura da China, seria como dizer-
lhe que seus dias estavam contatos, ou seja, pode soar ou como uma ameaça ou uma ofensa.
Deve haver empatia entre as partes, mas não aquele manjado “se eu fosse você”. Para
se colocar no lugar do outro é preciso observar que existe toda uma bagagem emocional trazida
por esta pessoa. Cada um tem valores diferentes, e estes valores são moldados e forjados com o
passar dos anos, a partir do resultado da soma da educação recebida, das experiências vividas e
do ambiente onde se passou, sobretudo, a infância, que é a época de formação da personalidade.
P
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118 TÓPICO 1 UNIDADE 3
RESUMO DO TÓPICO 1
• Tudo o que sabemos sobre o ser humano tende a mostrar que nenhum ser humano pode,
normalmente, desenvolver-se isoladamente.
• A sociedade tornou-se uma condição essencial para a vida humana, para o seu surgimento
e para sua continuidade e evolução.
IDADE
ATIV
AUTO
1 (ENADE - 2012) O modo como a Psicologia tenta dar conta das relações sociais
apresenta dupla característica. Uma consiste em focalizar as dimensões ideais e
simbólicas e os processos psicológicos e cognitivos que se articulam aos fundamentos
materiais dessas relações. A outra aborda essas dimensões e esses processos
considerando o espaço de interação entre pessoas ou grupos, no seio do qual elas
se constroem e funcionam (JODELET, 2004, p. 54, adaptado).
PORQUE
C
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I
C
A
Ç
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120 TÓPICO 1 UNIDADE 3
P
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UNIDADE 3
TÓPICO 2
A COMUNICAÇÃO, O CONHECIMENTO E A
INFORMAÇÃO
1 INTRODUÇÃO
Muitas vezes tomamos como certo que as nossas palavras transmitem exatamente o
que pretendemos com elas. Esta é uma suposição que carece de certezas e que, por isso,
as palavras, os conceitos tendem a não ser recebidos na forma como quem envia pretende
ser entendido. No momento em que algumas frases são pronunciadas, podemos ter uma
comunicação totalmente desperdiçada. Quantas vezes precisamos refazer uma pergunta para
poder entender o que eles querem dizer com a palavra ou palavras que eles estão usando?
Para nós, seres humanos, as palavras são mais do que um meio de comunicação, elas
podem moldar nossas crenças, comportamentos, sentimentos e definir nosso agir. Assim, como
ferramenta eficaz de comunicação, nada é mais poderoso do que as palavras para moldar
nossas opiniões.
Quando se trata de linguagem e comunicação, a regra é que não é o que você diz, mas
o que as pessoas ouvem. As palavras são uma das ferramentas mais poderosas que nós, como
P
seres humanos, possuímos. A grande questão é que as palavras são subestimadas quando se S
I
trata de fundamentar o pensamento e o processamento de comportamento, bem como a tomada C
O
de decisões na nossa vida que impactam não somente em nós, mas naqueles que nos cercam. L
O
G
I
Temos hoje uma preocupação constante com o futuro das próximas gerações, e aí A
entram as ciências do comportamento humano para nos ajudar, pois oferecem uma base de D
A
conhecimento e prática para o desenvolvimento de políticas que promovam, entre outras coisas,
C
a paz, a justiça social, a plena realização dos direitos humanos a todos os seres humanos O
M
e, é claro, o olhar atento ao meio ambiente, para que um futuro ecologicamente sustentável U
N
não seja apenas um sonho. A psicologia então tem papel fundamental nesses anseios e ela I
C
mesma se torna ferramenta para possibilitar mudanças sociais positivas, no intuito de ajudar A
Ç
os indivíduos, grupos e toda a sociedade. Ã
O
122 TÓPICO 2 UNIDADE 3
Vamos então elencar algumas opções em que a psicologia pode auxiliar nessa busca
de um mundo melhor através de pequenos gestos, pequenas ações:
• Construir um terreno comum entre divisões que causam uma mentalidade de desconfiança
em relação àqueles que vemos como diferente.
• Priorizar ações mais amplas de longo prazo.
• Reconhecer os erros e buscar sempre a união de forças, resistindo à nossa tendência para
negar a responsabilidade e culpar os outros quando as coisas dão errado.
• Avaliar alternativas através de uma análise ponderada e empatia, rejeitando apelos de medo
e raiva que muitas vezes tornam mais difícil o nosso julgamento.
• Evitar, quando houver, qualquer tipo de conflito de incompreensão e falta de comunicação
que podem causar outros problemas.
• Evitar a transmissão de vingança de uma geração para a seguinte, curando as feridas
causadas pela violência, por traumas.
Veja, acadêmico, o que conversamos anteriormente. A psicologia não está sozinha nessa
construção de perspectivas para um mundo melhor. A História e a Sociologia são algumas das
disciplinas que estão presentes nessa construção, assim como as tecnologias. Então, se você
vai seguir pelo caminho da psicologia ou se tornar um psicólogo, a tecnologia a que as pessoas
têm acesso disponibiliza infinitas possibilidades técnicas que afetam significativamente tanto
a sua preparação quanto a sua prática no campo da psicologia.
2 COMUNICAÇÃO E LINGUAGEM
S!
DICA
Quando se trata de linguagem e comunicação, a regra é que não é o que você diz,
mas o que as pessoas ouvem. As palavras são uma das ferramentas mais poderosas que nós,
como seres humanos, possuímos. O problema é que as palavras são subestimadas, sendo
que se apresentam de forma efetiva para o pensamento e processamento de comportamento,
bem como a tomada de decisão.
P
S
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FIGURA 42 – PROCESSANDO A INFORMAÇÃO C
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C
FONTE: Disponível em: <http://jornalistaflavioazevedo.blogspot.com.br/2015_06_01_ A
Ç
archive.html>. Acesso em: 16 jul. 2016. Ã
O
124 TÓPICO 2 UNIDADE 3
Com a idade de seis anos, a média das crianças aprendeu a usar e entender
cerca de 13.000 palavras; por dezoito anos ele terá um vocabulário de trabalho
de 60.000 palavras. Isso significa que ele tem aprendido uma média de dez
novas palavras por dia desde o seu primeiro aniversário, o equivalente a uma
nova palavra a cada 90 minutos da sua vida de vigília.
Já que recorremos à Bíblia neste nosso caderno, vamos então recorrer a ela novamente,
já que os seres humanos são capazes de comunicar em linguagem humana, fato esse porque
Deus os criou com a capacidade de fazê-lo! A Bíblia ainda oferece a única explicação plausível
para a origem da linguagem humana, quando registra, no livro do Gênesis 1: 26-27: "Então
Deus disse: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança; ... E criou
Deus o homem à sua imagem; à imagem de Deus o criou; macho e fêmea os criou".
Vamos olhar ao nosso redor: provavelmente, apenas 7% das pessoas que fazem parte
do seu dia a dia se comunicam verbalizando. E os outros mais de 90%? Bom, se comunicam por
sinais não verbais, tais como linguagem corporal, contato visual e tom de voz, a escrita etc., sem
esquecer que a popularização galopante da tecnologia na última década, em termos de mídia
social, fez com que mensagens de texto, Facebook e Twitter tenham inevitavelmente se tornado
as formas mais eficientes de se comunicar uns com os outros. Podemos também destacar que
P a eficiência ou a nossa dependência sobre as formas mais eficientes de comunicação está se
S
I tornando uma das maiores preocupações para as pessoas em nossas interações. No entanto,
C
O é preciso não esquecer que a interação face a face deve permanecer uma referência em nossa
L
O sociedade, porque é de uma qualidade muito superior e tem a capacidade de satisfazer nossas
G
I necessidades sociais inerentes.
A
D
A A comunicação não verbal é um tema muito delicado e, por isso, muitos autores se
C debruçam sobre este tema, trazendo suas contribuições para o conceito e caracterização da
O
M discussão. Vamos elencar alguns desses autores:
U
N
I
C
De acordo com Corraze (1982), a comunicação não verbal é um meio, dentre outros,
A
Ç
de transmitir informação; o autor se refere a este tipo de comunicação como “as comunicações
Ã
O
não verbais”. Estas são definidas como os diferentes meios existentes de comunicação entre
UNIDADE 3 TÓPICO 2 125
seres vivos que não utilizam a linguagem escrita, falada ou seus derivados não sonoros
(linguagem dos surdos-mudos, por exemplo). É um conceito que evidencia um extenso
campo de comunicação, pois este não se restringe apenas à espécie humana. A dança das
abelhas, o ruído dos golfinhos, a expressividade das artes: dança, música, teatro, pintura,
escultura etc. são também consideradas formas de comunicação não verbal.
De acordo com Corraze (1982), para o ser humano as comunicações não verbais
se processam através de três suportes. O primeiro, o corpo, nas suas qualidades físicas,
fisiológicas e nos seus movimentos. O segundo, no homem, ou seja, objetos associados
ao corpo, como os adornos, as roupas, ou mesmo as mutilações, marcas ou cicatrizes de
tatuagens, de rituais ou não; neste suporte ainda podem ser relacionados os produtos da
habilidade humana que podem servir à comunicação. Finalmente, o terceiro suporte se
refere à dispersão dos indivíduos no espaço, este espaço engloba desde o espaço físico,
que cerca o corpo, até o espaço que a ele se relaciona, o espaço territorial.
Knapp (1982), especialista neste campo das comunicações não verbais, apresenta um
esquema de classificação bem mais detalhado da conduta não verbal. Esta classificação é dividida
em sete áreas, de acordo com a literatura ou com as investigações científicas. As áreas são: a)
movimento corporal ou cinésica (emblemas, ilustradores, expressões de afeto, reguladores e
adaptadores); b) características físicas; c) comportamentos táteis; d) paralinguagem (qualidades
vocais e vocalização); e) proxêmica; f) artefatos e g) o meio ambiente.
Davis (1979), jornalista, ao apresentar em seu livro uma visão sintética sobre a área
P
da comunicação não verbal, relata a temática das pesquisas sob os seguintes subtítulos: S
I
índices de sexo; comportamentos de namoro; o mundo silencioso da cinética; o corpo é a C
O
mensagem; o rosto humano; o que dizem os olhos; a dança das mãos; mensagens próximas L
O
e distantes; interpretando posturas físicas; o ritmo do corpo; os ritmos do encontro humano; G
I
comunicação pelo olfato; comunicação pelo tato, entre outros tópicos. Assim, os canais de A
comunicação do nível não verbal podem ser classificados em dois grupos: o primeiro, que D
A
se refere ao corpo e ao movimento do ser humano, e o segundo, relativo ao produto das
C
ações humanas. O primeiro apresenta diferentes unidades expressivas, como a face, o olhar, O
M
o odor, a paralinguagem, os gestos, as ações e a postura. O segundo também apresenta U
N
várias unidades de expressão, como a moda, os objetos do cotidiano e da arte, até a própria I
C
organização dos espaços: físico (pessoal e grupal) e ambiental (doméstico, urbano e rural) A
Ç
FONTE: Disponível em: <http://citrus.uspnet.usp.br/eef/uploads/arquivo/v11%20n2%20artigo7.pdf>. Ã
O
Acesso em: 25 jul. 2016.
126 TÓPICO 2 UNIDADE 3
São muitos os conceitos, são diversas as categorizações colocadas por estes autores e
certamente há outros, com outros olhares, tratando sobre este tema das condutas não verbais.
É um fenômeno difícil de categorizar, de estabelecer um conceito unânime. A vantagem de
tudo isso? Temos abertas muitas possibilidades de reflexão, de crítica, de parâmetros para
nosso aprofundamento.
A semiótica é a ciência dos signos, é a ciência de toda e qualquer linguagem; tem por
objetivo analisar como se estrutura a linguagem de todo e qualquer fenômeno como fenômeno
de produção de significação e de sentido. Impostada por Pierce, nos últimos decênios do século
passado, foi objeto de estudo e análise de Saussure, no início deste século, sendo denominada
de semiologia – o estudo de todos os sistemas de signos (ECO, 1987; SANTAELLA, 1983).
A semiologia pode ser definida, segundo Buyssens (1972), como o estudo dos
P
S processos de comunicação; esses processos envolvem a utilização de meios para influenciar
I
C outrem que devem ser reconhecidos por aqueles a quem se quer influenciar. O signo, por
O
L definição, é algo ou alguma coisa que está no lugar de outra coisa. Este algo é a representação
O
G
de algum aspecto ou capacidade segundo o ponto de vista a partir do qual o objeto é recortado
I
A
de um determinado contexto.
D
A De acordo com a análise que Coelho Netto (1980) faz a partir de Pierce, a relação do
C signo com o seu objeto pode se dar através de três tipos de representação: o ícone, que tem
O
M uma relação de semelhança com seu objeto; o índice, que apresenta uma relação existencial
U
N de causa e efeito, e o símbolo, cuja ligação é arbitrária, porém, quando se constitui, tem uma
I
C força coercitiva e se torna uma convenção.
A
Ç
à FONTE: Disponível em: <http://citrus.uspnet.usp.br/eef/uploads/arquivo/v11%20n2%20artigo7.pdf>.
O Acesso em: 25 jul. 2016.
UNIDADE 3 TÓPICO 2 127
A ideia que muitos de nós temos é que a comunicação se dá através da palavra, da fala.
Bem limitado isso. E não é assim. Embora esta seja uma definição simples, quando pensamos
sobre como podemos comunicar, a discussão se mostra muito mais complexa. Existem várias
categorias de comunicação e mais do que uma pode ocorrer em qualquer momento.
• Falada ou comunicação verbal: face a face, telefone, rádio ou televisão e outros meios de
comunicação.
• Comunicação não verbal: linguagem corporal, gestos, como nos vestimos ou agimos.
• Comunicação escrita: cartas, e-mails, livros, revistas, material escrito na internet ou através
de outros meios de comunicação.
• Visualização: gráficos e tabelas, mapas, logotipos e outras visualizações.
Porém, quando falamos em nível de comunicação relacional entre o ser humano, temos
dois níveis: a comunicação verbal e a não verbal.
D
A
C
O
M
U
N
I
C
A
Ç
Ã
O
128 TÓPICO 2 UNIDADE 3
4 DIFICULDADES NA COMUNICAÇÃO
P
S A nossa forma de codificar e decodificar mensagens é baseada no processo de
I
C comunicação que fomos desenvolvendo nas fases anteriores da nossa vida.
O
L
O Todos os dias somos envolvidos e dominados por informações, imagens, sons,
G que, de uma forma ou de outra, tentam mudar, criar, ou cristalizar opiniões, ou
I
A atitudes nas pessoas. Isto é a própria mediação de nossas relações sociais.
Como assinala Guareschi (1993), não há como negar a evidência de que hoje
D os meios de comunicação envolvem os seres humanos num novo espaço
A
acústico, que McLuhan (1962; 1969; 1967) chama de ‘mundo retribalizado’,
C onde eles passam a ser bombardeados, instantaneamente, por variadíssimas
O e inúmeras informações de todas as partes do mundo. Esse espaço acústico
M
U pode assumir, muitas vezes, características de um agente revolucionário im-
N perialista, que tem o poder de construir e moldar os seres humanos como bem
I entende. Assim, quem controla esse espaço pode determinar que tipo de ser
C
A humano vai se formar (ROSO, 1998, p. 126-127).
Ç
Ã
O
UNIDADE 3 TÓPICO 2 129
Todas as palavras são realmente apenas símbolos que representam certas coisas,
e cada pessoa pode ter uma compreensão um pouco diferente, mesmo no nível da palavra
individual. Além disso, o número real de palavras que conhecemos e a complexidade das
alterações de linguagem com mais experiência, e as formas como codificar e decodificar
mensagens são determinados pela nossa cultura, padrões de família e outras experiências.
Problemas de comunicação podem surgir em cada passo que damos quando saímos
de nós mesmos e vamos ao encontro dos outros sabendo de antemão que o outro não teve
exatamente as mesmas experiências de vida e os mesmos padrões de comunicação que nós
tivemos, e aí os ruídos na comunicação podem atrapalhar.
P
S
Um problema muito comum que nós podemos ter como receptores de mensagens é I
C
como se dá a codificação do nosso pensamento, do nosso sentimento ou da nossa necessidade O
L
naquele momento. Como será filtrado aquilo que estamos recebendo. Pense em como você O
G
pode codificar, por exemplo, a mensagem da sensação de fome de uma criança de três anos I
A
de idade de diferentes formas. Esta criança provavelmente não fala como você, por isso é
D
preciso escolher a melhor maneira de codificar uma mensagem que, para essa criança, é de A
suma importância que seja entendida. C
O
M
U
Outro problema comum é que às vezes os nossos pensamentos, sentimentos ou ideias N
são extremamente complexos, e nós não podemos confiar em nosso próprio bom senso. Assim, I
C
o envio de mensagens para além de coisas que não entendemos em nós mesmos também A
Ç
Ã
O
130 TÓPICO 2 UNIDADE 3
tem uma baixa probabilidade de ser compreendidas pelo receptor. São os ruídos, as barreiras
na comunicação.
Logo, o negociador que não sabe decodificar mensagens não verbais, está perdendo
65% do que é comunicado, sendo assim, este, além de perder grande parte da comunicação,
deixa de aproveitar oportunidades importantes para fazer bons negócios, bem como facilitar
este processo complexo. Em contrapartida, o negociador que sabe decodificar mensagens não
verbais pode negociar de forma mais eficaz, bem como empregar tais estratégias para facilitar
o processo de negociação (artigo: tire partido dos sinais que enviam seus clientes).
Uma negociação efetiva e bem-sucedida exige que sejamos capazes de nos comunicarmos
e nos relacionarmos com outras pessoas. Para este intuito, podemos lançar mão de uma série
de técnicas, bastante simples, que não são abordadas durante nossa formação. Dentre essas
técnicas cabe destacar estratégias relacionais baseadas na comunicação não verbal:
• Será que ao negociar estamos transmitindo sinais não verbais para que a outra parte possa ler?
• Conseguimos ler corretamente as mensagens não verbais transmitidas pela outra parte e
empregamos adequadamente tais informações?
Interpretar corretamente mensagens não verbais adiciona força nas nossas habilidades
de negociação, uma vez que aprendemos o que o outro lado está comunicando não verbalmente.
Por outro lado, sabemos o que está sendo transmitido à outra parte, por meio da comunicação
não verbal, e assim podemos empregar tal conhecimento de acordo com nossos objetivos.
O estudo da comunicação não verbal pode ser subdividido em uma série de tópicos:
P
S
• gestos, posturas e movimentos do corpo; I
C
• face e movimentos dos olhos; O
L
• paralinguagem (tom de voz, pausas, velocidade da fala etc.); O
G
• vestuário; I
A
• território (distância que mantemos das pessoas);
D
• sinais não verbais de dissimulação; A
outra parte. Um aspecto importante no que se refere à comunicação não verbal no processo de
negociação, diz respeito à identificação da dissimulação por meio da comunicação não verbal.
Dissimulamos com mais facilidade com as palavras do que com os gestos ou posturas.
É verdade que as pessoas em uma interação podem exibir um rosto enganosamente simpático,
construir um sorriso falso ou fingir raiva. Podem também ser falsas em suas ações, bem como
com as palavras, mas apenas quando sabem mais ou menos o que fazer (artigo: gestos que
delatam: a linguagem secreta do sucesso).
Embora o “bom dissimulador” emita um menor número de sinais com o corpo e a face,
suprimindo a maior parte dos sinais não verbais, restam quase sempre alguns sinais difíceis
de serem eliminados. Tais sinais não verbais de dissimulação podem ser detectados pelo
negociador bem treinado.
GESTOS
D
A • Ilustradores: gestos diretamente ligados à fala. Servem para enfatizar ou ilustrar o discurso.
C As pessoas usam menos ilustradores quando falseiam uma informação. Na mentira, os
O
M ilustradores aparecem fora de sincronia com o discurso.
U
N • Manipuladores: caracterizam-se como movimentos de auto manipulação, como coçar o nariz,
I
C passar a mão no cabelo, esfregar o queixo etc. a frequência de manipuladores aumenta
A
Ç quando a pessoa está tensa (não necessariamente quando está mentindo). Entretanto, como
Ã
O muitas pessoas sentem-se tensas quando estão mentindo, estes gestos podem aumentar.
UNIDADE 3 TÓPICO 2 133
PARALINGUAGEM
A paralinguagem remete a uma série de ocorrências na linguagem, mas que não façam
parte da Língua. Assim temos:
FACE
As pessoas possuem maior dificuldade de mentir com a face do que com as palavras.
Quando falamos, podemos nos monitorar com a audição, o mesmo não acontece com as
expressões faciais. Inibir uma expressão facial espontânea pode ser muito difícil, e nem sempre
estamos atentos o suficiente para antecipar sua ocorrência e controlá-la a tempo de escondê-
la com outra expressão. Enumeramos a seguir algumas pistas faciais indicadoras de que a
pessoa está dissimulando: P
S
I
C
• expressões quebradas: aparecem para tentar controlar a expressão facial dissimulada. Por O
L
exemplo, um sorriso ou outra expressão falsa podem ser criados para encobrir a expressão O
G
facial de frustração diante da proposta da outra parte; I
A
• timing: expressões verdadeiras são demonstradas rapidamente. Se a expressão não é
D
verdadeira, esta tende a permanecer por mais tempo no rosto; A
CONCLUSÃO
Vimos que a comunicação não verbal é uma parte importante do processo de negociação,
uma vez que nos comunicamos não apenas com as palavras. O negociador que não sabe
decodificar mensagens não verbais, está perdendo 65% do que é comunicado. Em contrapartida
o negociador que sabe decodificar mensagens não verbais pode negociar de forma mais eficaz,
bem como empregar tais estratégias para facilitar o processo de negociação.
Em suma, podemos aprender a ler e fazer uso dos sinais não verbais no processo
de negociação, bem como decodificar a dissimulação, alcançando desta forma melhores
resultados. Por outro lado, a falta de tais habilidades pode nos deixar em desvantagem em
relação à outra parte.
P
S
I
C
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C
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UNIDADE 3 TÓPICO 2 135
RESUMO DO TÓPICO 2
• A psicologia social pode, a partir de seus estudos, ser aplicada para ajudar a pôr um fim ou
diminuir a propagação de certos problemas sociais.
• Todas as palavras são realmente apenas símbolos que representam certas coisas, e cada
pessoa pode ter uma compreensão um pouco diferente, mesmo no nível da palavra individual.
• O receptor, quando recebe uma mensagem, pode não ter habilidade suficiente para decodificar
a mensagem, adicionar significado próprio que não coaduna com a intenção do remetente
da mensagem. P
S
I
C
• Quem envia a mensagem pode codificar o pensamento, o sentimento ou necessidade de O
L
uma forma que torna difícil de ser compreendido pelo receptor. O
G
I
A
D
A
C
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I
C
A
Ç
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O
136 TÓPICO 2 UNIDADE 3
IDADE
ATIV
AUTO
a) ( ) I, apenas.
b) ( ) III, apenas.
c) ( ) I e II, apenas.
d) ( ) II e III, apenas.
e) ( ) I, II e III.
P
S 2 (ENADE – 2012) A seguinte queixa foi encaminhada ao Conselho Regional de
I
C Psicologia. Uma adolescente, atendida no setor de orientação vocacional, queixou-
O
L se de que o psicólogo influenciava pacientes a participar de cultos, relacionando
O
G acontecimentos à vontade de Deus; utilizava-se de mapa astral em suas orientações
I
A e realizava atendimento a diferentes pessoas de uma mesma família propiciando
D a troca de informações entre elas. Foi constatado o uso de mapas astrológicos
A
em sessões de orientação vocacional como ferramenta complementar de análise.
C
O
Verificou-se, ainda, que houve indução a convicções morais e religiosas e que foi
M
U
realizado atendimento individual a diversos membros da família. Em sua defesa, o
N
I
psicólogo negou ter abordado a questão religiosa e devassado o sigilo, destacando
C
A
ser relativa a inviolabilidade, já que a atendida era menor de idade. Afirmou utilizar-
Ç se somente de instrumentos científicos e, eventualmente, da técnica de mapa astral
Ã
O
UNIDADE 3 TÓPICO 2 137
a) ( ) I, apenas.
b) ( ) II, apenas.
c) ( ) I e III, apenas.
d) ( ) II e III, apenas.
e) ( ) I, II e III.
P
S
I
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G
I
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138 TÓPICO 2 UNIDADE 3
P
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UNIDADE 3
TÓPICO 3
1 INTRODUÇÃO
As mídias sociais de todos os tipos e formas se tornaram uma parte tão importante da
nossa sociedade que, olhando para elas de uma forma negativa, só irá provocar retrocessos
de tudo o que já foi construído até aqui no que tange à comunicação. Nós, como sociedade,
devemos promover e continuar a incorporar a mídia social de forma cada vez mais positiva,
porque sites de redes sociais são ferramentas poderosas quando precisamos entrar em contato
com pessoas que estão distantes de nós.
C
O
O desenvolvimento de novas tecnologias disparou nos últimos anos e esses avanços M
U
têm desempenhado um papel significativo no avanço do campo da psicologia, e a própria N
I
psicologia tem utilizado uma série de tecnologias no seu campo de atuação. Temos a seguinte C
A
realidade: quando pequenos grupos de pessoas interagem uns com os outros em tempo real, Ç
Ã
usando tipos diferentes de meios de comunicação (por exemplo, telefones, computadores O
140 TÓPICO 3 UNIDADE 3
Variadas são as preocupações, nos últimos 20 anos, com o fato de que as revoluções
das tecnologias da informação resultem na potenciação do “ensimesmamento” do homem,
isto é, na sua introspecção individualista e egoísta. Uma vez que os recursos tecnológicos de
comunicação e informação estejam ao seu dispor, é natural que esse tipo de preocupação e
especulação sociológica venha à tona. Assim, os indivíduos tenderiam, crescentemente, ao
isolamento doméstico. Até as necessidades afetivas poderiam, como em grande parte podem,
ser atendidas virtualmente.
Uma pergunta que deve ser corriqueira na atualidade é sobre como a mídia social afetará
as relações e as interações das pessoas na sociedade. O que já é real é que há uma diminuição
visível dessas interações face a face por causa do advento e popularização das mídias sociais
na última década. Não se pode afirmar que as mídias sociais estejam de fato prejudicando a
capacidade das pessoas para interagir umas com as outras em um ambiente real.
Estudos sobre a competência social dos jovens que passam grande parte de seu tempo
em redes sociais são às vezes muito conflitantes. Há sempre as análises que ficam com os
lados extremos e aí fazem julgamentos sem fundamentos em relação às pessoas que passam
muito tempo nas mídias sociais. Aqui, é mais necessária a psicologia, como acompanhamento
e orientação do que pesquisar e investigações apenas para detectar os males que podem advir
do uso das redes sociais e os comportamentos antissociais.
Por outro lado, o que vemos com bastante frequência, nas últimas duas décadas, é uma
superação dos isolamentos comportamentais pela intensificação das formas de comunicação
virtual. Não sendo físicas, essas formas de comunicação pela web provocam, não obstante, um
P aumento exponencial dos diálogos e da troca de informação. Amplificam, ao invés de diminuir, os
S
I relacionamentos. Permitem, por extensão, a amplificação de grupos sociais distantes fisicamente.
C
O
L
O As redes sociais são um exemplo fantástico de multiplicação de relacionamentos, trocas
G
I de informação, de solidariedade e também de engajamento em questões coletivas. As cidades
A
estão cheias de movimentos pela internet. Cada vez que alguém tem uma boa e contagiante
D
A ideia e a lança no Facebook, ela se alastra rapidamente e é capaz de interferir no resultado
C de um pleito eleitoral, de salvar animais, de denunciar uma injustiça, de revitalizar uma praça
O
M (como é o caso da Prainha de Blumenau, comprometida pela enchente de 2011, na curva do
U
N Rio Itajaí-açu, e ocupada por jovens, a partir de um chamamento via rede social, denominado
I
C “Vamo se unir” (sic).
A
Ç
Ã
O Nessa direção, é possível dizer que as críticas e os temores mais pessimistas em
UNIDADE 3 TÓPICO 3 141
No mesmo sentido, é possível lançar mão dos e-mails, dos recursos de busca na
internet, principalmente do Google, através do qual uma simples busca de um nome de um
valioso amigo ou parente nos permite o restabelecimento de contatos afetivos e profissionais
jamais imaginados pelos nossos bisavós. Tomem-se as facilidades do MSN, nessa perspectiva:
Ah, um amigo me falou de ti e me deu o teu endereço. Podes me adicionar? E lá vem aquelas
boas lembranças, sucedidas de contatos, de agendamentos de encontros presenciais, sim,
presenciais e, como num passe de mágica, tudo é resolvido. Num passe de mágica? Não.
Fruto do incansável, audacioso e ambicioso esforço humano na busca do conhecimento e ao
encontro de alternativas e soluções que, não importa se imbuídos do desejo de lucro ou poder,
facilitam, melhoram e trazem felicidade às vidas humanas.
[...] A relação com a realidade concreta com seus cheiros, cores, frios, calo-
res, pesos, resistências e contradições é mediada pela imagem virtual que é
somente imagem. O pé não sente mais o macio da grama verde. A mão não
pega mais um punhado de terra escura, o mundo virtual criou um novo hábitat P
para o ser humano, caracterizado pelo encapsulamento sobre si mesmo e pela S
I
falta do toque, do tato e do contato humano (BOFF, s.d.). C
O
L
Outra realidade muito importante e já presente e que merece destaque é a inclusão O
G
digital, que para ser autêntica precisa estar ligada à inclusão social. I
A
D
Neste sentido, como afirma Ferreira (2004), o computador é uma ferramenta de A
S!
DICA
Assista ao filme
P
S
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C
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G
I
A
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C
FONTE: Disponível em: <http://t2.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcQJ19-QyPb-cdY99Dm9 A
GjsDpXhW2CtUw6kFvEymXpDesX_Pifh7>. Acesso em: 16 abr. 2016. Ç
Ã
O
144 TÓPICO 3 UNIDADE 3
É muito difícil um mesmo meio de comunicação de massa ter unanimidade junto aos
receptores, pois há muita seletividade e a reação ocorre de diferentes formas através de sua
própria experiência e orientação de acordo com a mídia de massa. Algumas dessas mídias
são: revistas, Televisão, jornais, internet.
P
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I
A FONTE: Disponível em: <http://www.efdeportes.com/efd163/los-medios-de-comunicacion-en-
el-mundo-del-deporte.htm>. Acesso em: 16 jul. 2016.
D
A
C
O
Cada meio de comunicação de massa quer ser o único a atingir o público, aumentando
M
U
a concorrência. Como exemplo temos a transmissão dos jogos de futebol. Há empresas que
N
I
compram o horário de transmissão porque, a partir de pesquisas de mercado, identificam
C o público receptor daquele programa e querem vender seu produto para esse público. É
A
Ç praticamente uma via de mão dupla: os meios de comunicação precisam das empresas e
Ã
O as empresas precisam dos meios de comunicação, e ambos miram no público receptor. É a
UNIDADE 3 TÓPICO 3 145
opção de escolha.
Já virou senso comum que na atualidade cada vez mais esportes, equipes, organizações
não governamentais estão lançando programas de mídia social, participando e interagindo nas
redes e mídias sociais. Por que está acontecendo isso? Qual a importância?
Parece óbvio, mas somente a criação de uma página com fãs no Facebook ou conta
no Twitter, sem uma compreensão das regras de engajamento social, não garante os itens
acima elencados. Pode acontecer o inverso: pode resultar em oportunidades perdidas, pode
provocar um isolamento no mundo digital, diminuindo as relações no mundo real.
por exemplo, de algo veiculado na TV, independentemente da audiência, vai ser transportado D
A
voluntariamente para redes de mídia social que têm a capacidade de envolver os fãs para além
C
do dia do jogo, do evento, da entrevista, ou seja, em tempo real. O
M
U
N
Assim, como afirma Pavarino (2003), a importância e a influência dos meios de I
C
comunicação de massa nas sociedades são inegáveis e o processo de identificação e avaliação A
Ç
destes efeitos depende de algumas variáveis: Ã
O
146 TÓPICO 3 UNIDADE 3
• da tecnologia utilizada como difusora das informações: tevê, rádio, imprensa são compreendidos
de maneira distinta uns dos outros. A televisão, por exemplo, possui conteúdo fragmentado
e maior visibilidade;
• do acesso: há regiões no Brasil onde o rádio é o meio mais acessível;
• das diferenças culturais, sociais e econômicas que influenciam na escolha e no acesso aos
meios: os jornais são mais lidos pelas classes A e B;
• do papel que cada meio possui na sociedade em que atua: jornais, por exemplo, são mais
relevantes para a opinião pública em alguns países da Europa do que no Brasil.
Mesmo com todas essas possibilidades, a mídia impressa ainda é o tipo mais influente na
formação de opinião. Vivemos momentos de grandes incorporações, fusões, de encerramento de
edições tanto de revistas quanto de jornais impressos. Por que acontece essa reestruturação?
D
A
C
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C
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UNIDADE 3 TÓPICO 3 147
S!
DICA
Este filme é muito bacana, não é mesmo? Vemos nele o que acontece no mundo do
esporte: a falta de autocrítica, o narcisismo exacerbado, a falta de escrúpulos que transborda
por toda a sociedade. Para sairmos dessa situação é preciso:
C
Há muitas maneiras, formas que as pessoas podem utilizar para influenciar o O
M
comportamento dos outros. Nós não esperamos que as pessoas se comportem de forma U
N
aleatória, mas que saibam identificar o comportamento de determinadas maneiras em situações I
C
particulares. Cada situação social, cada evento social implica o seu próprio conjunto de A
Ç
Ã
O
148 TÓPICO 3 UNIDADE 3
Quando observamos algumas décadas atrás, veremos que as únicas ligações entre
as pessoas era o face a face. Atualmente, temos o Facebook, o Twitter e uma lista crescente
de outras plataformas de mídia social que permitem às pessoas expressar as suas opiniões
para qualquer pessoa, para qualquer assunto, de qualquer lugar do mundo, instantaneamente,
simultaneamente.
LEITURA COMPLEMENTAR
P
S
I PSICOLOGIA E COMUNICAÇÃO
C
O
L
O Leandro Murta
G
I
A
Um processo de comunicação consiste na correta transmissão de informação e exerce
D
A sobre o receptor um efeito. Este resultado da comunicação é o que podemos chamar de realidade.
C Sabemos que quando entramos neste assunto, há uma complexidade de fatores que vêm sendo
O
M estudados no decorrer dos tempos. Comunicação e Psicologia sempre estiveram intrinsecamente
U
N relacionadas. Bateson (1972, 1979) foi um dos pioneiros no estudo da comunicação humana
I
C e sua aplicação nos estudos da Psicologia. De início houve um interesse de estudar o papel
A
Ç dos paradoxos na comunicação. O projeto partiu da teoria dos tipos lógicos de Russell e das
Ã
O mensagens analógicas e digitais de Whitehead. A comunicação digital corresponde ao conteúdo
UNIDADE 3 TÓPICO 3 149
psicológica, bem como do campo de estudos da Psicologia. E também com isso, cabe refletir C
O
a respeito de como estas inovações podem ser inseridas no mundo acadêmico. É amplamente M
U
conhecido que a tecnologia vem trazendo uma mudança substancial nos assuntos que dizem N
I
respeito às condições humanas. A tecnologia no século 20 tem servido numa expansão particular C
A
e de complexidade no crescimento do potencial para as relações sociais. Estamos falando Ç
Ã
do telefone, do automóvel, rádio, meios de comunicação, televisão, transporte aéreo, mais O
150 TÓPICO 3 UNIDADE 3
A Web e a Psicologia
Chegamos à era da aldeia global: computadores, celulares, fax, fibras óticas. O tempo
e as distâncias se modificaram. Tempo é dinheiro. Essa é a máxima da sociedade capitalista
em que estamos imersos. A sociedade contemporânea caminha para o terceiro milênio. Muda
a sociedade, perplexa a cada instante, assimilando e recriando o social, o ecstasy, a aids, a
clonagem. Muda a sociedade e mudam também as suas demandas. A Psicologia e a Psicanálise,
disciplinas seculares, também vêm se modificando em decorrência dessas transformações e
P através da interação com a sociedade. Apesar - ou por causa - de todas essas transformações,
S
I o sofrimento psíquico e o conflito humano permanecem. E com eles a busca de tratamentos
C
O que tragam alívio dessas dores e a resolução dos conflitos o mais rapidamente possível. Novas
L
O formas de tratamentos ou apoio que facilitem a dor psíquica devem surgir e a Web se configura
G
I entre um deles. Mas o que é Web? Como uma rede de informação estaria podendo colaborar
A
para minimizar o sofrimento das pessoas na sociedade? Como uma rede de informações
D
A poderia se envolver e tentar ajudar o sujeito a amenizar seus conflitos?
C
O
M O Impacto da Rede
U
N
I
C Contudo, temos que analisar quem é o usuário deste serviço. Estatísticas sobre a
A
Ç internet são difíceis de calcular. A partir de 1997, a internet tornou-se extremamente popular.
Ã
O Estima-se em cerca de 60 milhões o número de usuários da rede; dados mais otimistas falam
UNIDADE 3 TÓPICO 3 151
a promoção de conhecimento é guia para o alcance do seu ideal. Neste particular, a difusão
de ideias e a qualidade da informação são altamente importantes para a formação do futuro
profissional, isto não poderia ser diferente em relação à Psicologia. As novas tecnologias (já
não tão novas), como no caso da Web, passam a ser ferramentas para a formação contínua do
profissional, eficiência e desempenho são indispensáveis no processo de formação, que, como
é sabido, deve ser constante e infindável. Neste caso as informações devem ser acessadas
com facilidade, bibliografias devem ser consultadas em poucos minutos, interface com colegas,
professores e instituições têm a incumbência de fazer circular a informação, checar dados e,
fundamentalmente, trocar experiências. [...]
Conclusão
P
S
I
C
O
L
O
G
I
A
D
A
C
O
M
U
N
I
C
A
Ç
Ã
O
UNIDADE 3 TÓPICO 3 153
RESUMO DO TÓPICO 3
• Cada meio de comunicação de massa quer ser o único a atingir o público, aumentando a P
S
concorrência. I
C
O
L
• Com o avanço e acessibilidade da tecnologia na atualidade, cada vez mais se torna possível O
G
o uso quantitativo pelas pessoas do que essas possibilidades oferecem e, por consequência, I
A
a forma como a sociedade vai migrando para essas novas mídias.
D
A
C
O
M
U
N
I
C
A
Ç
Ã
O
154 TÓPICO 3 UNIDADE 3
IDADE
ATIV
AUTO
Vamos reproduzir aqui questões aplicadas no ENADE, para que você, acadêmico,
possa se familiarizar com a dinâmica utilizada na prova que, obrigatoriamente, os
acadêmicos que irão concluir o curso no ano do ENADE terão que realizar.
Diante do cenário high tech (de alta tecnologia), a inclusão digital faz-se necessária
para todos. As situações rotineiras geradas pelo avanço tecnológico produzem
fascínio, admiração, euforia e curiosidade em alguns, mas, em outros, provocam
sentimento de impotência, ansiedade, medo e insegurança. Algumas pessoas ainda
olham para a tecnologia como um mundo complicado e desconhecido. No entanto,
conhecer as características da tecnologia e sua linguagem digital é importante para
a inclusão na sociedade globalizada.
Nesse contexto, políticas públicas de inclusão digital devem ser norteadas por
objetivos que incluam:
P
II. O domínio de ferramentas de robótica e de automação.
S
I
III. A melhoria e a facilitação de tarefas cotidianas das pessoas.
C IV. A difusão do conhecimento tecnológico.
O
L
O
G É correto apenas o que se afirma em:
I
A
D a) ( ) I e II.
A
b) ( ) I e IV.
C
O c) ( ) II e III.
M
U d) ( ) I, III e IV.
N
I e) ( ) II, III e IV.
C
A
Ç
Ã
O
UNIDADE 3 TÓPICO 3 155
2 (ENADE – 2015)
PORQUE P
S
I
C
II. O crescimento do ciberespaço possibilita a virtualização, que implica uma realidade O
L
desterritorializada e altera os comportamentos pessoais, o que está de acordo com O
G
os pressupostos de Levy. I
A
D
A respeito dessas asserções, assinale a opção correta. A
C
O
a) ( ) As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a II é uma justificativa correta M
U
da I. N
I
b) ( ) As asserções I e II são proposições verdadeiras, mas a II não é uma justificativa C
A
correta da I. Ç
Ã
O
156 TÓPICO 3 UNIDADE 3
PORQUE
II. A sociedade civil, embora configure um campo composto por forças sociais
heterogêneas, está relacionada à esfera da defesa da cidadania e suas respectivas
formas de organização em torno de interesses públicos e de valores, não sendo isenta
de relações e conflitos de poder, de disputas por hegemonia e representações sociais
P e políticas diversas e antagônicas.
S
I
C
O A respeito dessas asserções, assinale a opção correta.
L
O
G
I a) ( ) As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a II é uma justificativa da I.
A
b) ( ) As asserções I e II são proposições verdadeiras, mas a II não é uma justificativa
D
A da I.
C c) ( ) A asserção I é uma proposição verdadeira, e a II é uma proposição falsa.
O
M d) ( ) A asserção I é uma proposição falsa, e a II é uma proposição verdadeira.
U
N e) ( ) As asserções I e II são proposições falsas.
I
C
A
Ç
Ã
O
UNIDADE 3 TÓPICO 3 157
IAÇÃO
AVAL
P
S
I
C
O
L
O
G
I
A
D
A
C
O
M
U
N
I
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A
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158 TÓPICO 3 UNIDADE 3
P
S
I
C
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L
O
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I
A
D
A
C
O
M
U
N
I
C
A
Ç
Ã
O
159
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