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Disciplina:

ESCRITÓRIO MODELO 1 - DIREITO - MACEIÓ - 2021.1


Trabalho parte da 2ª Avaliação
Professora: Moacyra Rocha
Aluno: Paulo Henrique Rodrigues Feitoza
Maio/2021

RESPONDA AS QUESTÕES ABAIXO:


1. Qual é a diferença entre Mediação e Conciliação?

Mediador: manifesta-se de modo a facilitar que as partes construam a solução juntas. Aqui, a
atuação se dá preferencialmente nos casos em que exista algum vínculo anterior entre os
envolvidos.
Conciliador: atua de forma mais ativa, em conflitos pontuais, sugerindo soluções e possíveis
arranjos em casos nos quais não exista qualquer relacionamento anterior entre as partes.
A mediação é o método mais indicado para situações nas quais os conflitos são mais profundos,
emocionais e envolvem partes que tenham uma relação próxima e anterior aos fatos. Atua para
ajudar a restaurar a confiança e o relacionamento.
Com a ideia de restabelecer a comunicação e restabelecer a relação, o mediador não propôs uma
solução, mas ao olhar para o futuro presente, orientou os indivíduos para as suas necessidades e
requisitos, pelo que o impacto no processo foi tão reduzido possível.
Portanto, a mediação requer uma investigação mais aprofundada e uma investigação mais
detalhada da situação. “Esse processo exige mais cuidado e atenção do mediador, o que faz com
que essa situação geralmente exija várias reuniões para se resolver”.
A reconciliação é o método de escolha para conflitos pontuais menos complexos, nos quais as
partes não têm qualquer relação e estão interessadas em resolver o problema para continuar suas
vidas.
Concentra-se no presente para alcançar o passado, o momento em que o problema do conflito
nasceu. Como o mediador neste caso é mais ativo, ele pode sugerir uma solução, geralmente
com base no caso por via judicial e nos requisitos que podem ser feitos na súmula.
No entanto, isso não significa que o processo de conciliação será mais ou menos simples, mas o
fato de tratar de uma questão pontual facilita que o conciliador adote uma postura diferenciada
de atuação quando comparada com a do mediador.

2. Quais os benefícios do Processo de Mediação?


Em termos práticos:
Diminui os custos inerentes à resolução de conflitos;
Reduz o tempo médio de resolução do conflito;
Permite que os participantes controlem os procedimentos, desde o inicio até ao fim, uma vez
que a decisão de iniciar ou pôr fim à mediação está sempre nas suas mãos;
Mantém a confidencialidade do conflito;
É um meio flexível e informal.
Em termos pessoais e relacionais:
Permite a melhoria do relacionamento entre as partes, ou pelo menos evita a sua deterioração,
na medida em que promove um ambiente de colaboração na abordagem ao problema;
Permite sanar o conflito na medida em que o mesmo é tratado a fundo e de acordo com os
critérios valorizados pelas partes e não de acordo com critérios estabelecidos exteriormente;
Reduz o desgaste emocional, pois facilita a comunicação entre as partes;
Possibilita a efectiva reparação pessoal, uma vez que são as partes que criam responsavelmente
a solução para o problema.

3. Quais são os princípios que norteiam a Mediação?


A mediação é baseada nos seguintes princípios:
princípio da busca pelo consenso;
princípio da confidencialidade;
princípio da competência;
princípio da decisão informada;
princípio da imparcialidade;
princípio da isonomia entre as partes;
princípio da independência e autonomia;
princípio do respeito à ordem pública e as leis vigentes;
princípio do empoderamento;
princípio da validação;
princípio da informalidade;
princípio da oralidade;
princípio da princípio da boa-fé;
princípio da simplicidade;
Esses princípios norteiam a mediação e o trabalho do mediador na solução do conflito entre as
partes.
4. Fale o que você entende por Rapport e quais são os seus elementos?
Como você pode ver, o termo não é brasileiro, mas francês, significando "estabelecer um
relacionamento" ou "restabelecer um relacionamento". É um processo que visa melhorar o
relacionamento com os clientes, otimizando a comunicação e utilizando ferramentas imateriais,
mas essenciais, como amizade, charme, confiança e harmonia.
O que o rapport se propõe a fazer é criar uma conexão profunda com o consumidor de modo que
ele se sinta confortável e envolvido pela relação, podendo desenvolver interesse pelo produto e
confiança na empresa.
O rapport se compõe de alguns elementos que precisam ser considerados para o
desenvolvimento de técnicas eficazes:
contato visual (olho no olho);
expressão facial (as expressões do rosto falam por si mesmas);
postura corporal (evite a postura encurvada e decaída);
equilíbrio emocional;
voz (timbre);
timing (conduzir adequadamente o tempo da conversa);
palavras (comunicação verbal);
gestos (comunicação não-verbal).

5. Explique empatia.
A empatia inclui três componentes: emoção, cognição e regulador da emoção. O componente
emocional se baseia no compartilhamento e na compreensão do estado emocional dos outros. O
componente cognitivo refere-se à capacidade de considerar o estado mental dos outros. A
regulação emocional envolve o grau de empatia. A empatia parte de seu referencial pessoal,
ciente de suas limitações de precisão, e não se confunde com as outras. Ou seja, além da
situação em si, será um exercício emocional e cognitivo que busca a interação por meio da
percepção da situação vivida por outra pessoa.

6. Qual a importância da escuta ativa?


É uma técnica que busca tornar os diálogos mais eficientes. Para isso, o ouvinte deve ser capaz
de ouvir e interpretar o que o outro está tentando dizer. A escuta ativa tem a finalidade de
absorver o conteúdo e entender a mensagem de seu interlocutor.
Desenvolver essa habilidade ajuda em qualquer esfera da vida, seja na pessoal, seja
na profissional — uma vez que demonstra a valorização e o interesse do que está sendo dito. A
escuta ativa torna as pessoas mais empáticas e colabora para os relacionamentos, tornando-os
mais estreitos e evitando conflitos.
7. Qual a diferença entre posição e interesse?

Posição

A posição, também denominada de interesse aparente ou interesse declarado, é aquilo que uma
parte, diante de um conflito, declara querer ou não querer abertamente, ou seja, é a colocação
externada pela parte como desejo imediato.

Exemplo: Quando um cliente insatisfeito com o produto adquirido adentra numa loja
reclamando e externando “que nunca mais vai comprar naquela loja, pois nunca consegue ser
ouvido” – nesse caso, a “posição” (vontade imediata e declarada) é a de não mais comprar na
loja em questão.

Interesse

O interesse, mais conhecido pela expressão interesse verdadeiro ou interesse real, é aquilo que
uma parte, diante de um conflito, realmente quer ou deseja como resultado final, ou seja, é
aquilo que a parte pretende de fato, mas que, geralmente, guarda para si e não declara à parte
contrária.

Exemplo: Como vimos no exemplo anterior, quando um cliente insatisfeito com o produto
adquirido adentra numa loja reclamando e externando “que nunca mais vai comprar naquela
loja, pois nunca consegue ser ouvido” – o interesse real é de que fosse bem atendido e tivesse o
seu produto reparado, onde, diante disso, até poderia pensar em continuar a comprar na loja em
questão.
Ex: Um exemplo da diferença entre interesse e posição é retratado no filme “uma mente
brilhante” na qual o professor, diante da necessidade de ser ouvido pelos alunos, fecha a janela
no momento em que a sala de aula é invadida por ruído provocado por obra próxima. Na
sequência da cena, surge uma aluna que se ergue e abre a janela, por estar incomodada com o
calor. Nesse caso, são claras as posições em conflito – manter a janela fechada ou manter a
janela Aberta.

8. Fale sobre as etapas da Mediação de Forma sucinta.


a mediação é dividida, para alguns doutrinadores, em cinco etapas: pré-mediação, investigação,
“cáucus”, criação de opções e fechamento.
1.1. Pré-mediação
A fase preliminar, também conhecida como pré-mediação, é o primeiro contato do mediador
com as partes e, possivelmente, destas com o método. Neste momento, caberá ao mediador
apresentar-se como terceiro independente e imparcial, explicando às partes a sua função no
procedimento e a maneira como ele será conduzido, estabelecendo regras sobre as reuniões,
como, por exemplo, se estas serão individuais ou coletivas, as datas, período de duração, etc.
1.2. Investigação
A fase de investigação na mediação tem como objetivo permitir que as partes sejam ouvidas e
relatem os seus conhecimentos e percepções do conflito apresentado. A doutrina propõe
diversas técnicas de comunicação entre as partes, como o rapport técnica que “envolve três
elementos: atenção mútua, sentimento positivo compartilhado e um dueto não verbal bem
coordenado.”
Nessa etapa, o papel do mediador é ouvir atentamente as partes colhendo todas as informações
necessárias para, assim, conseguir ter uma visão geral dos fatos e, ao mesmo tempo, já
apreender algumas das questões e interesses envolvidos.
1.3. Caucus
Caucus ou sessões privadas são reuniões entre o mediador e uma das partes, permitindo a esta
expor fatos ou sentimentos e esclarecer alguma questão ainda obscura. Referidas sessões
permitem ao mediador descobrir as “motivações ocultas” das partes.
De acordo com André Gomma Azevedo, as sessões individuais são uma prerrogativa do
mediador, e podem ser realizadas em casos em que há “um elevado grau de animosidade entre
as partes, uma dificuldade de uma ou outra parte de se comunicar ou expressar adequadamente
seus interesses e as questões presentes no conflito (...)”.
1.4. Fases de Criação, Avaliação e Escolha de Opções
A fase de criação de opções é a fase em que há o estimulo, cujo o qual cabe ao mediador, à
reflexão das partes sobre eventuais opções para a solução do problema. E, posteriormente, na
escolha de opções, o mediador auxilia as partes a fazerem a melhor escolha entre as diversas
opções sugeridas pelas mesmas, levando em consideração, logicamente, os interesses, desejos e
necessidades das partes.
Neste momento, a criatividade é o principal elemento para a possível criação de opções para
solução da problemática, tendo em vista que tal solução deve satisfazer interesses mútuos e
individuais, concomitantemente, devendo ainda, evitar-se discussões sobre uma única proposta.
Cumpre frisar ainda, de suma importância, que o mediador não poderá fazer nenhuma sugestão
de solução, sob pena de se comprometer a autonomia na tomada de decisão, visto que poderia
julgar, avaliar ou criticar tal posicionamento, cabendo a este simplesmente o auxílio às partes.
Na sequência, após a fase de escolha de opções, passa-se para a etapa de avaliação de opções,
em que, em conjunto com os mediados, é realizada uma projeção para o futuro de acordo com
as sugestões apontadas. Considerando que tal projeção para o futuro se dá pela observância da
praticidade, viabilidade e funcionalidade da solução escolhida, havendo ainda, um consenso
sobre o índice de mercado, de precedentes anteriores e/ou valores econômicos.
Subsequentemente, prepara-se o acordo, por meio da construção conjunta do termo final de tudo
aquilo que foi escolhido e identificado como solução pelos mediados, devendo esta ser moldada
em critérios objetivos, bem como indica-se ser essencial a assessoria legal nesta etapa.
1.5. Fechamento
Esta é a etapa final da audiência de mediação, consistindo na possibilidade de concordância
integral, parcial ou discordância entre as partes. Caso haja a concordância, a mediação é
encerrada com a assinatura de um termo final, que representa a celebração de um acordo
satisfatória para as partes., conforme artigo 20 da Lei 13.140/2015 e, conforme o parágrafo
único do mesmo artigo, o termo final constitui título executivo extrajudicial e, após
homologação judicial, título executivo judicial.
Na formalização do acordo contido no termo final, é importante que alguns elementos sejam
considerados e presentes: os aspectos legais do acordo; as responsabilidades de cada parte, se
houverem, e como, quando e onde tais responsabilidades ou deveres serão executadas.
O encerramento da mediação, no entanto, pode ocorrer de outras formas além da assinatura de
termo final e a realização de um acordo, especialmente quando não há concordância entre elas.
Nesse caso, o mediador pode declarar que não se justificam novos esforços para obtenção de
consenso. Além disso, no decorrer do procedimento, qualquer uma das partes pode manifestar-
se por encerrá-lo, conforme determina o supracitado artigo 20 da Lei 13.140/2015.

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