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PLANO DE RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS

(PRAD)

COLATINA - ES
JULHO / 2018
1. APRESENTAÇÃO

O referente trabalho tem por objetivo o fornecimento das informações que


orientarão o serviço de execução do Plano de Recuperação de Áreas
Degradadas (PRAD) na área indicada pela SEDUMA (Secretaria de
Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente), em atendimento ao Termo de
Compromisso Ambiental firmado entre SEDUMA e Santa Tereza
Empreendimentos, conforme item 2.1.5 do TCA.

Portanto, será apresentada neste estudo, uma proposta para recuperação de


uma área, a partir do reflorestamento, área esta, indicada pela própria Secretaria
e caracterizadas no decorrer deste estudo.

EMPREENDEDOR
Empresa: Santa Tereza Empreendimentos e Participações S/A
Empreendimento: Incorporação de Empreendimentos
CNPJ: 14.279.968/0001-03

Endereço para Rodovia Conego João Guilherme, s/n, Km 05, Mario


correspondência: Giurizatto, Colatina/ES

REPRESENTANTE LEGAL
Nome: Renata Serafim
CPF: 095.550.757-00
Telefone: (27) 2101-3500
DADOS DO LOCAL DE IMPLANTAÇÃO DO PRAD
Propriedade: 500 m2
Proprietário: Santa Tereza Empreendimentos e Participações S/A
Rodovia Conego João Guilherme, s/n, Km 05, Mario
Endereço:
Giurizatto, Colatina/ES
Coordenas (UTM
332.138 / 7.841.629
DATUM WGS 84):
2. OBJETIVO GERAL

Elaboração de um plano para recuperação da área degradada em questão, sob


responsabilidade da Santa Tereza Empreendimentos e Participações S/A,
localizada no Mário Giurizatto, no município de Colatina – ES.

2.1. OBJETIVOS ESPECÍFICOS

 Descrever sucintamente as fitofisionomias existentes no entorno das


áreas de interesse;
 Descrever, em linhas gerais, os procedimentos metodológicos para
recuperação da área em questão;
 Selecionar as espécies a serem utilizadas na recomposição da
vegetação;
 Propor esquemas de plantio de espécies;
 Relacionar o plantio com tipo de relevo, solo, vegetação e clima da região;

3. LOCALIZAÇÃO E ACESSOS

O local de execução do PRAD, de responsabilidade da Santa Tereza


Empreendimentos e Participações S/A, alvo do referido trabalho, fica no bairro
Mário Giurizatto, município de Colatina, região noroeste do Espírito Santo, sob
as coordenadas indicadas na Tabela 1, exposta na Figura 1.

Tabela 1 - Coordenadas do local de execução do PRAD.

COORDENADAS UTM
PONTO
X Y

01 332.116 7.841.641

02 332.146 7.841.650

03 332.150 7.841.633
04 332.124 7.841.623

Figura 01: Imagem aérea do local onde será feito a compensação ambiental.

4. CONSIDERAÇÕES SOBRE O MEIO BIÓTICO E FÍSICO

4.1. COBERTURA VEGETAL

A cobertura vegetal predominante do local de implantação do PRAD, é formada


principalmente por um pequeno aglomerado de árvores e arbustos, dentre eles,
encontrando-se em maiores quantidades, estão as Leucenas e Acácias.
Também é observada a formação de “capoeiras”, com a presença de gramíneas,
arbustos e algumas árvores isoladas.
4.2. SOLOS

O solo predominante da área é classificado como latossolo vermelho amarelo


(LVa13), apresentando horizonte A moderado, textura argilosa e muito argilosa,
e relevo forte ondulado e ondulado. Segundo o Atlas de Ecossistemas do Espírito
Santo (2008), são solos com horizonte C profundo, o que permite um bom
armazenamento de água numa área de substrato cristalino, sendo pobre em
nutrientes e o ferro é mais abundante que no latossolo amarelo.

O Sistema Brasileiro de Classificação de Solos (Embrapa, 2009) descreve este


tipo de solo como pertencentes ao Grupamento de solos com B latossólico, de
evolução muito avançada com atuação expressiva de processo de latolização
(ferralitização ou laterização), segundo intemperização intensa dos constituintes
minerais primários, e mesmo secundários menos resistentes, e concentração
relativa de argilominerais resistentes e/ou óxidos e hidróxidos de ferro e alumínio,
com inexpressiva mobilização ou migração de argila, ferrólise, gleização ou
plintitização.

4.3. HIDROGRAFIA

A bacia que compõe a paisagem hidrográfica do município de Colatina é a do


Rio Doce, cuja área é de 1820 km², destacando-se com os principais rios: Doce,
São José, Pancas, Santa Maria, Santa Joana, e Pau-Gigante (PROATER, 2011-
2013).

Com relação à hidrografia local, o curso hídrico mais próximo da área de


implantação do PRAD encontra-se a 30 metros do mesmo, sendo o próprio Rio
Doce.

4.4. RELEVO
Como pode ser observado, o relevo da região onde está inserida a área em
estudo apresenta um relevo plano e ondulado. De modo geral a topografia da
área referida possui uma elevação de aproximadamente entre 60 e 80 metros,

5. PLANO DE RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS - PRAD

A degradação de uma área, independentemente da atividade exercida ou


implantada, verifica-se através da degradação da qualidade ambiental e a
alteração adversa das características do meio ambiente (PNMA - lei 6.938/81).
Fica assim explícito que degradação ambiental caracteriza-se como um impacto
ambiental negativo (SÁNCHEZ, 2008).

A recuperação de uma área se dá através da definição de um plano que


considere os aspectos ambientais e sociais, de acordo com a destinação que se
pretende dar à área, permitindo um novo equilíbrio ecológico.

SILVA (1988), afirma que em recuperação de áreas degradadas, a revegetação


é considerada parte essencial, não só pelo plantio de espécies vegetais, mas
também pela seleção adequada destas, visando reconstituir e acelerar o
processo de sucessão natural. E ainda, de acordo com VAN DEN BERG (1995),
a importância de relacionar a distribuição espacial das espécies vegetais com as
variáveis ambientais, é que torna possível o manejo apropriado das
comunidades estudadas.

Os impactos causados ao meio ambiente por atividades impactantes podem ser


abrandados por meio da revegetação. A vegetação protege o solo dos danos
causados pela exposição direta às intempéries climáticas, evitando que o
mesmo passe por processos erosivos, perdendo sua camada superficial de solo
(camada fértil), podendo levar a desertificação.

A seleção das espécies foi elaborada com base em consulta a lista elaborada
pelo Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos do Espírito Santo
– IEMA, que cita as espécies nativas que, preferencialmente devem ser usadas
para a recuperação de áreas degradadas no Espírito Santo, para cada
ecossistema.

Para formulação do presente PRAD, foi tomada como base as legislações


brasileiras que tratam das APPs (Código Florestal Brasileiro Lei n.º 4.771 de
1965) e a Resolução CONAMA 303 de 2002, onde:

 Art. 2.º - Consideram-se de preservação permanente, pelo só efeito desta


Lei, as florestas e demais formas de vegetação natural situadas ao redor
das lagoas, lagos ou reservatórios d'água naturais ou artificiais.

Será elaborado um plano de manutenção/monitoramento a fim de garantir o


sucesso do plantio. O objetivo principal do monitoramento é identificar
precocemente os problemas que podem interferir nos resultados e no alcance
das metas e objetivos previamente definidos. É também uma parte fundamental
nos planos de recuperação de áreas degradadas, pois apresenta componentes
indispensáveis para revegetação sem os quais o sucesso da reabilitação é
altamente comprometido (REIS, 1999).
Imagem 01 – Imagem da área a ser revegetada.

6. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS PARA RECUPERAÇÃO DAS


ÁREAS EM QUESTÃO

6.1. Espécies indicadas

BOTELHO et al. (1995) comentam que o sucesso de um projeto de implantação


ou recomposição de matas ciliares depende principalmente de uma avaliação
detalhada das condições do sítio, de uma boa seleção das espécies, do
esquema de plantio e em grande parte, das práticas adotadas no plantio e na
condução da floresta.

Neste estudo, é levado em conta os grupos ecológicos das espécies, pois


segundo DE PAULA et al. (2004), está é uma ferramenta crucial para se
compreender o processo de sucessão ecológica.

Por sua vez, as espécies selecionadas para trabalhos de recuperação devem


possuir algumas características, tais como: tolerância à seca, sistema radicular
profundo, crescimento vigoroso, disponibilidade de sementes, facilidade na
propagação, sobrevivência em condições de baixa fertilidade, e eficácia na
cobertura do solo (EINLOFT et al., 1997).

Desta maneira foram selecionadas 37 espécies para plantio na área a ser


recuperada (Tabela 1), com os devidos cuidados de selecionar espécies
tolerantes a solos com elevado grau de umidade (próximos de cursos d’água) e
espécies tolerantes a solos mais drenados (com possível déficit hídrico).

FAMÍLIA ESPÉCIE NOME VULGAR GE


Anacardiaceae Tapirira guianensis Aubl. Cupuba SI
Anacardiaceae Schinus terebinthifolius Raddi Aroeira PI
Annonaceae Xylopia sericea A. St. Hil. pimenteira SI
Himathanthus phagedaenicus
Apocynaceae agoniada ST
(Mart.) Woodson.
Apocynaceae Tabernaemontana laeta Mart. Leiteira PI
Gochnatia polymorpha (Less.)
Asteraceae Camará PI
Cabrera
Bignoniaceae Tabebuia cassinoides (LAM.) D.C. Pau-tamanco SI
Pseudobombax grandiflorum (Cav.)
Bombacaceae embiruçu PI
A. Robyns
Boraginaceae Cordia sellowiana Cham. Baba de boi PI
Cecropiaceae Cecropia glaziovi Snethl. embaúba PI
Cecropiaceae Cecropia pachystachya Trecul. embaúba PI
Euphorbiaceae Croton floribundus Spreng. PI
Euphorbiaceae Sapium glandulatum (Vell.) Pax. Leitera do brejo PI
Flacourtiaceae Casearia sylvestris Sw. cafezinho PI
Anadenanthera colubrina (Vell.)
Leguminosae angico-branco SI
Brenan
Anadenanthera macrocarpa
Leguminosae angico-preto SI
(Benth.) Brenan
Leguminosae Andira legalis (Vell.) Toledo Angelim SI
Apuleia leiocarpa (Vogel) J. F.
Leguminosae Garapa ST
Macbr.
Leguminosae Bauhinia forficata Link pata-de-vaca SI
FAMÍLIA ESPÉCIE NOME VULGAR GE
Dalbergia nigra (Vell.) Fr. All. ex
Leguminosae jacarandá SI
Benth.
Leguminosae Inga edulis Mart. ingá SI
Leguminosae Inga laurina (Sw.) Willd. ingá SI
jacarandá-de-
Leguminosae Machaerium hirtum (Vell.) Stellfeld SI
espinho
Parapiptadaenia pterosperma
Leguminosae angico-vermelho SI
(Benth.) Brenan
Leguminosae Piptadaenia gonoacantha pau-jacaré SI
Leguminosae Schizolobium parahyba (Vell.) Blake Guapuruvú SI
Malpighiaceae Byrsonima sericea DC. Guanandi PI
Moraceae Ficus clusiifolia Schott gameleira ST
Myrcinaceae Myrsine umbellata Mart. SI
Myrtaceae Myrcia fallax DC. batinga roxa SI
Nyctaginaceae Guapira opposita (Vell.) Reitz. maria-mole ST
Rubiaceae Amaioua guianensis Aubl. SI
Sapindaceae Cupania oblongifolia Mart. camboatã PI
Sterculiaceae Pterygota brasiliensis Fr. All. Farinha seca SI
Ulmaceae Trema micrantha Blume curindiba PI
Verbenaceae Aegiphila sellowiana Cham. Mululo PI
Tabela 01: Lista das espécies selecionadas para plantio na área a ser
recuperada. LEGENDA: GE= Grupo Ecológico; PI= Pioneira; SI= Secundária
Inicial; ST= Secundária Tardia.

6.2. Modelo de plantio

Serão utilizadas espécies Pioneiras, Secundárias Iniciais e Secundárias Tardias,


sendo que as duas primeiras são mais tolerantes a condições de maior
luminosidade (BARBOSA, 2001).

O plantio deverá ser feito intercalando linhas de mudas Pioneiras (espaçamento


de 3,0 x 3,0 metros) com linhas de mudas Secundárias Iniciais e Secundárias
Tardias, utilizando o mesmo espaçamento.
6.3. Quantificação das mudas

Considerando-se que a área a ser recuperada corresponde a 500,00 m2, e o


espaçamento entre as mudas é de 3,0 x 3,0 metros (cada indivíduo ocupará 9
m2 da área), serão então necessários cerca de 61 indivíduos (já incluídos os
10% para o replantio). Este total de 61 mudas deverá ser dividida entre os três
grupos a serem plantadas (Pioneiras, Secundárias Iniciais e Secundárias
Tardias).

6.4. Isolamento da área

Considerando-se que as áreas a serem recuperadas estão inseridas em locais


de fácil acesso humano e animal, entende-se como necessário, pelo menos nos
pontos críticos, a implantação de barreiras físicas nos ambientes a serem
manejados. Para isso, recomenda-se a construção de cercas com arame
farpado para o isolamento destas áreas.

6.5. Preparo das covas

Um preparo adequado do local precisa prover um micro-sítio que conduza ao


estabelecimento da vegetação sob os métodos específicos de plantio de mudas,
que serão praticados (REDENTE et al., 1993). Dentro deste contexto, a
confecção de covas tem por objetivo permitir bom enraizamento, infiltração de
água e nutrição das mudas no período inicial de desenvolvimento,
recomendando-se covas com dimensões mínimas de 40x40x40cm (MARTINS,
2001) (Figura 1).
Figura 1: Esquema do dimensionamento da cova.

Além disso, é de grande importância o treinamento dos operários que forem


desenvolver as atividades de campo, no intuito de permitir que o preparo do solo
nas áreas de plantio consista, entre outras atividades, no coroamento que
promova um raio mínimo isento de ervas daninhas no entorno da muda,
adotando procedimentos que não comprometam seu desenvolvimento inicial,
bem como não interfira no processo de sucessão natural.

6.6. Adubação

É recomendada a incorporação de adubo orgânico curtido (por exemplo, esterco


bovino ou “cama de franco”) e Super Fosfato Simples na terra retirada para o
coveamento, contribuindo para a estrutura e fertilidade do solo no momento do
plantio. Nesse caso, deverão ser adicionados 3 litros de esterco bovino ou 2 litros
de cama de frango por cova, junto com 300 gramas do Fosfato (CALGARO et.
al., 2008, SOUZA et. al., 2010). Por fim, deve-se misturar o adubo orgânico com
terra em quantidade suficiente para preencher completamente a cova. Esse
procedimento deverá ser conduzido cerca de 40 dias antes do plantio.

6.7. Aquisição das mudas


Em paralelo às atividades descritas acima, devem ser planejadas a forma de
aquisição das espécies a serem utilizadas no plantio. A produção em viveiro é
possível. Neste caso, ao ser realizada a coleta de plântulas/propágulos, tal
procedimento deve ser desenvolvido de forma a não provocar impactos nas
áreas adjacentes aos pontos impactados, evitando-se o pisoteio excessivo ou a
coleta intensiva em um determinado ponto, que não comprometa a regeneração
natural nestas áreas.

Outra alternativa é a aquisição de mudas através de viveiros especializados na


produção de espécies nativas para recuperação de áreas degradadas. Neste
caso, a preferência deve ser dada a viveiros do município, ou de outros próximos
do empreendimento.

Viveiro Município Telefone E-mail

(27) 3259-
Santa 1941 / apromaiambiental@gmail.
APROMAI Teresa -
(27) 8148- com
ES
4088

Santa
Mina Produção (27) 9974-
Teresa - josegdoerl@hotmail.com
de Mudas 6179
ES

Horto Florestal (27) 3721-


Santa Fé 5924
Colatina - meioambiente@sanear.es.
(Viveiro
ES (27) 2102- gov.br
Municipal de
Colatina) 4325

Viveiro Município Telefone E-mail

Viveiro de Linhares - (27) 3371- natalino.rossmann@vale.c

Mudas da ES 9731 om
Reserva
Natural Vale

Projeto
Linhares - (27) 3371-
Meninos da raglos.r@gmail.com
ES 7160
Terra

Fonte: CORE - Instituto Estadual de Meio Ambiente – IEMA

6.8. Plantio e replantio

Dentre as diversas etapas dos trabalhos de recomposição da vegetação, o


plantio das mudas destaca-se como uma das mais importantes devendo,
portanto, ser realizado por pessoas bem preparadas para sua execução.

Outra etapa de fundamental importância é a irrigação no período de


estabelecimento que se segue, decisiva para o sucesso do Projeto.

Alguns cuidados básicos devem ser observados pelos operários que irão realizar
o plantio, sendo detalhados a seguir. Tais recomendações têm início com a
retirada das mudas do viveiro e seu transporte até o local do plantio, devendo-
se cuidar para evitar sujeitá-las a ventos fortes, bem como quaisquer outros
impactos físicos, que poderiam abalar o sistema radicular, rompendo as raízes
de menor calibre, responsáveis pela absorção de água e nutrientes.
No momento do plantio deve-se tomar cuidado para que o torrão não se desfaça,
devendo-se pressioná-lo com as mãos, antes da retirada da embalagem.

Considerando-se a possibilidade de morte de algumas mudas, fato que é


relativamente comum e esperado em trabalhos dessa natureza, é necessário
realizar o replantio cerca de 30 dias a 60 dias após o plantio, procedendo-se à
substituição daquelas que porventura tenham morrido ou mesmo que estejam
em precárias condições fitossanitárias, claramente comprometidas. Dessa
forma, o número total de mudas previsto para o plantio deve ser acrescido de
10%, a fim de atender à reposição que se fizer necessária. De acordo com PIÑA-
RODRIGUES et al., (1997), em média, em reflorestamentos comerciais e em
plantios de revegetação tradicionais, a taxa de mortalidade é de 40%, sendo
considerada como normal neste tipo de atividade. No presente trabalho, com os
tratos culturais, irrigação e acompanhamento previstos, acredita-se que o
porcentual de perdas não venha a ser tão elevado.

Durante os trabalhos de plantio e replantio, deve-se ter atenção com as


embalagens das mudas, que devem ser retiradas do local e encaminhadas para
destino adequado.

6.9. Coroamento ao redor das covas

O coroamento periódico das mudas, consistindo na retirada da vegetação


competidora em um raio de cerca de 80 cm em relação ao tronco (MARTINS,
2001), deverá ser realizado com o auxílio de ferramentas, ou manualmente,
cuidando-se para não danificar as mudas (Figura 02). O intervalo entre um
coroamento e outro dependerá de avaliação em campo, em função da
velocidade de desenvolvimento da vegetação competidora, que por sua vez,
possivelmente, irá variar ao longo do ano.
Figura 02 - Esquema do coroamento ao redor da cova.

6.10. Época do plantio

O melhor período para o plantio está compreendido entre novembro a janeiro


(Figura 3 e Tabela 3 e 4), pois trata-se do período do ano com maiores índices
pluviométricos, auxiliando no processo de recuperação vegetacional e
minimizando as perdas por estresse hídrico. Porém caso seja implantado um
sistema de irrigação eficiente, esta medida poderá ser realizada em qualquer
período do ano.

Figura 3 - Zonas naturais do município de Colatina - ES.


Tabela 3 - Porcentagem (%) das áreas referentes às zonas naturais do
município de Colatina - ES.

Fonte: Mapa de Unidades Naturais EMCAPA/NEPUT,1999.

1- Cada 2 meses parcialmente secos são contados como um mês seco.


U – chuvoso; S – seco; P- parcialmente seco

Tabela 4 - Característica das zonas climáticas do município de Colatina - ES.


Temperatura Relevo Água
Média Meses secos, chuvosos/secos e secos1
Média
máx.
mín.
ZONAS mês Decli- Meses
mês
mais vidade secos 1 J F M A M J J A S O N D
mais
quente
frio (oC)
(oC)
Zona 1 Terras
7,3 – 25,3 –
frias, acidentadas e > 8% 3,0 U U U U P P P S P U U U
9,4 27,8
chuvosas
Zona 2  Terras de
temperaturas
9,4 – 27,8 –
amenas, > 8% 3,5 U U U U P P P S P U U U
11,8 30,7
acidentadas e
chuvosas
Zona 3 Terras de
temperaturas 9,4 – 27,8 –
> 8% 4,5 U U U U P S S S S U U U
amenas, acidentadas 11,8 30,7
e chuvosa/seca
Zona 5  Terras 4,5 U P P P P P P S P U U U
11,8 – 30,7 –
quentes,acidentadas > 8%
18,0 34,0 5,0 P P P P P P P S P U U U
e chuvosas
> 8% 6,0 P P P P P P P S S P U U
Zona 6  Terras 6,5 U P P P S S P S S P U U
11,8 – 30,7 –
quentes, acidentadas 7,0 U P P P S S S S S P U U
18,0 34,0
e secas 8,0 P P P S S S S S S P U U
Zona 9  Terras 6,0 P P P P P P P S S P U U
quentes, planas e 11,8 – 30,7 – 6,5 U P P P S S P S S P U U
< 8%
secas 18,0 34,0 7,0 U P P P S S S S S P U U
8,0 P P P S S S S S S P U U
Fonte: Mapa de Unidades Naturais EMCAPA/NEPUT,1999.
1- Cada 2 meses parcialmente secos são contados como um mês seco.
U – chuvoso; S – seco; P- parcialmente seco

6.11. Irrigação

Caso seja necessário o uso de irrigação, a mesmo deverá ser feito de modo
adequado, para que não ocorra o encharcamento do solo. Caso venha a
acontecer, a irrigação deverá ser feita no início da manhã e ou final da tarde
(evitando perdas por evaporação da água), de modo manter a umidade do solo,
até o estabelecimento dessas mudas.

6.12. MANEJO

As atividades de manutenção visam o perfeito desenvolvimento das espécies


plantadas que em síntese são:

 Combate às formigas: Aplicar as iscas formicidas próximas aos


formigueiros, depositando no chão em dias secos, aproximadamente
entre 40 e 20 dias antes do plantio. Futuros combates serão em função
da reincidência observada o ataque destes insetos.
 Replantio: Poderá ser feito no segundo e sexto mês após o semeio ou no
caso de plantio direto, utilizando-se de semeio nas áreas falhadas ou
mudas.
 Controle de plantas invasoras: Esta tarefa constitui-se de manter as
plântulas livres de quaisquer outras plantas que venham lhe causar danos
em seu crescimento, ou seja, competir em água, luz e nutrientes.
 Irrigação: Deve-se providenciar a irrigação ao menos duas vezes por
semana durante um período que seja adequado ao estabelecimento da
nova pastagem.
 Prevenção de incêndios: Deve-se providenciar a confecção de aceiros no
entorno da área plantada em um raio de um metro. Esta medida deve ser
aplicada principalmente no período de seca que compreende os meses
de maio a setembro. O aceiramento poderá ser implantado ao longo da
propriedade como opção.
 Taxa de pegamento: Esta taxa deve ser igual ou superior a 90%. A análise
desta taxa poderá ser observada durante o processo de replantio que
deve ocorrer no segundo e sexto meses.

7. CRONOGRAMA DE IMPLANTAÇÃO VEGETACIONAL

A implantação vegetacional é um importante fator de controle e compensação


ambiental, por isso, torna-se necessário aplicar a área um sistema eficiente e
exequível, associado ao cronograma de implantação vegetacional.

Tabela 5 - Cronograma de implantação da vegetação na área em estudo.


Medida Prazo Tempo

A partir da aprovação do
Planejamento (compra de
materiais e insumos, PRAD, ou início do período 60 dias
contratação, cotações).
chuvoso.

Limpeza (coroamento). -- 15 dias

Aplicação do formicida. 30 a 40 dias antes do plantio. --

Abertura das covas e


30 a 40 dias antes do plantio. 30 dias
adubação.

Aquisição das mudas. 30 dias antes do plantio. --

30 dias após a adubação da


Plantio e irrigação. 20 dias
cova.

Replantio. Dois meses após o plantio. 3 dias

Irrigação. Período (caso necessário) 15 dias


8. EQUIPE NECESSÁRIA

Deverá ser formada por dois executores, responsáveis pelo coveamento,


coroamento, plantio e replantio das mudas, caso haja necessidade.

9. CONCLUSÃO

Com base em visita técnica realizada, e nas condições físicas e biológicas da


área, entende-se que a implantação do PRAD consiste em um importante meio
de estabilizar o ambiente terrestre e principalmente, tornar o mesmo novamente
equilibrado, mitigando possíveis processos que poderiam levar a degradação da
área onde o empreendimento ou suas ramificações encontram-se inseridos.

10. RESPONSAVEL TÉCNICO

___________________________________
YURI FÉLIX BARCELOS
ARQUITETO – CAU/ES: 187692-9
11. REFERÊNCIAS

BARBOSA, L.M. Matas Ciliares: Conservação e Recuperação. 2.ed. São


Paulo: Editora da Universidade de São Paulo: Fapesp, p.289-312. 2001.

BOTELHO, S.A., DAVIDE, A.C., PRADO, N.S. & FONSECA, E.M.B.


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CALGARO H.F, VALÉRIO FILHO W.V. AQUINO S.S., MALTONI K.L. &
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DE PAULA, A.; SILVA, A. F.; DE MARCO, P. J.; SANTOS, F A. M. & SOUZA, A.


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plantio adensado para a revegetação de áreas degradadas em encosta, no
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Recuperação de Áreas Degradadas – SINRAD, 3º, Ouro Preto, 1997: Sociedade
Brasileira de Recuperação de Áreas Degradadas – SOBRADE. p.283-291.

POLÍTICA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE – PNMA. Lei no 6.938 de 31 de


agosto de 1981. Dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, seus fins
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http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l6938.htm.

REDENTE, E.F.; MCLENDON, T & DEPUIT, E.J. Manipulação da dinâmica de


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REIS, A.; ZAMBONIM, R. M. & NAKAZONO, E. M. 1999. Recuperação de


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no 14, Série Recuperação.

SÁNCHEZ, L. E. Avaliação de Impacto Ambiental: conceitos e métodos. São


Paulo: Oficina de Textos, 2008.
12. ANEXOS

 FOTOS DA ÁREA IMPACTADA;


 PLANTA DE DETALHE DA ÁREA;
 ART DO RESPONSAVEL TÉCNICO.
 RELATÓRIO FOTOGRÁFICO DA ÁREA

Foto 01: Imagem da área que sofreu impacto.

Foto 02: Idem a foto 01.


Foto 03: Idem a foto 01 e 02.

Foto 04: Imagem da área impactada sendo restaurada para término da instalação
da drenagem do empreendimento.

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