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6584 Diário da República, 1.a série — N.

o 172 — 6 de Setembro de 2006

Portaria n.o 922/2006 Ouvido o Conselho Cinegético Municipal de Pinhel:


Manda o Governo, pelo Ministro da Agricultura, do
de 6 de Setembro
Desenvolvimento Rural e das Pescas, o seguinte:
Com fundamento no disposto na alínea a) do 1.o Pela presente portaria é concessionada, pelo
artigo 40.o e no n.o 2 do artigo 164.o do Decreto-Lei período de 12 anos, renovável automaticamente por dois
n.o 202/2004, de 18 de Agosto, com as alterações intro- períodos iguais, à Associação de Caça da Rogenda, com
duzidas pelo Decreto-Lei n.o 201/2005, de 24 de Novem- o número de pessoa colectiva 507630254 e sede no
bro; Bairro do Moinho de Vento, 6400-212 Freixedas, a zona
Ouvido o Conselho Cinegético Municipal da Cha- de caça associativa da Rogenda (processo
musca: n.o 4409-DGRF), englobando vários prédios rústicos
Manda o Governo, pelo Ministro da Agricultura, do cujos limites constam da planta anexa à presente portaria
e que dela faz parte integrante, sitos nas freguesias de
Desenvolvimento Rural e das Pescas, o seguinte:
Freixedas e Souropires, município de Pinhel, com a área
1.o Pela presente portaria é concessionada, pelo
de 634 ha.
período de 12 anos, à Sociedade Agrícola José Francisco
2.o São extintas as já caducas zonas de caça asso-
Dias, Herdeiros, L.da, com o número de pessoa colectiva
ciativas designadas por ZCA de Freixedas I (processo
502469161 e sede na Avenida de 25 de Abril, 9,
n.o 1363-DGRF) e de Freixedas II (processo
2200-299 Abrantes, a zona de caça turística da Herdade
n.o 1362-DGRF) na parte respeitante aos prédios que
do Vale Pequeno de Baixo (processo n.o 4406-DGRF), agora passam a integrar a presente zona de caça.
englobando vários prédios rústicos cujos limites constam
3.o A zona de caça concessionada pela presente por-
da planta anexa à presente portaria e que dela faz parte
taria produz efeitos relativamente a terceiros com a ins-
integrante, sitos na freguesia de Carregueira, município talação da respectiva sinalização.
da Chamusca, com a área de 585 ha.
2.o A zona de caça concessionada pela presente por- Pelo Ministro da Agricultura, do Desenvolvimento
taria produz efeitos relativamente a terceiros com a ins- Rural e das Pescas, Rui Nobre Gonçalves, Secretário
talação da respectiva sinalização. de Estado do Desenvolvimento Rural e das Florestas,
em 18 de Agosto de 2006.
Pelo Ministro da Agricultura, do Desenvolvimento
Rural e das Pescas, Rui Nobre Gonçalves, Secretário
de Estado do Desenvolvimento Rural e das Florestas,
em 18 de Agosto de 2006.

MINISTÉRIO DO TRABALHO
E DA SOLIDARIEDADE SOCIAL
Portaria n.o 923/2006
Decreto-Lei n.o 182/2006
de 6 de Setembro
de 6 de Setembro
Com fundamento no disposto no artigo 37.o, na alí-
nea a) do artigo 40.o e no n.o 2 do artigo 164.o do A Directiva n.o 2003/10/CE, do Parlamento Europeu
Decreto-Lei n.o 202/2004, de 18 de Agosto, com as alte- e do Conselho, de 6 de Fevereiro, adoptou prescrições
rações introduzidas pelo Decreto-Lei n.o 201/2005, de mínimas de segurança e saúde respeitantes à exposição
24 de Novembro; dos trabalhadores aos riscos devidos ao ruído.
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A exposição ao ruído pode causar diversas pertur- O presente decreto-lei estabelece o valor limite de ex-
bações da audição. A exposição de curta duração e posição e os valores de acção de exposição superior e
pressão sonora extremamente elevada pode causar inferior e determina um conjunto de medidas a aplicar
lesões auditivas imediatas. A exposição a níveis sono- sempre que sejam atingidos ou ultrapassados esses va-
ros elevados pode provocar zumbidos constantes nos lores.
ouvidos, também designados por acufenos, que podem Em determinadas situações de trabalho, a utilização
ser o primeiro sinal de que a audição está a ser plena e correcta de protectores auditivos individuais é
afectada. susceptível de causar maiores riscos para a saúde ou
Pode ocorrer a perda temporária da audição após segurança, pelo que a directiva permite que os Esta-
a exposição ao ruído, que pode ter uma recuperação dos membros, ouvidos os parceiros sociais, derroguem
progressiva a partir do momento em que cessa a expo- a aplicação das referidas medidas. O presente decreto-
sição. Por outro lado, pode verificar-se a perda per- -lei contempla essas derrogações para as referidas si-
manente de audição, que é uma das consequências tuações.
mais graves da exposição ao ruído, decorrente de um Relativamente a locais de trabalho em que a exposição
processo continuado de exposição a níveis de ruído sonora diária é muito variável de um dia para o outro,
e tempos de exposição que ultrapassam os limites a prevê-se a utilização do nível de exposição sonora sema-
que o organismo é capaz de resistir sem danos nal para a avaliação da exposição, desde que esse valor
não exceda o valor limite de exposição.
significativos.
Em conformidade com o disposto na Directiva
Há que ter em consideração que os níveis de ruído n.º 2003/10/CE, do Parlamento Europeu e do Conselho, de
não são igualmente nocivos nas várias bandas de fre- 6 de Fevereiro, prevê-se um período transitório de dois
quência e que as susceptibilidades individuais podem anos para a elaboração de orientações práticas que aju-
levar a efeitos muito distintos em várias pessoas de um dem a aplicar as suas prescrições em actividades da mú-
grupo sujeito à mesma exposição. sica e do entretenimento, bem como um período de cinco
As substâncias químicas existentes nos locais de tra- anos para se aplicarem os valores limite de exposição a
balho podem ser ototóxicas, com efeitos negativos nos trabalhadores que prestam serviço a bordo de navios de
órgãos da audição, traduzindo-se num risco acrescido alto mar.
quando em conjugação com a exposição ao ruído. Esta A transposição da Directiva n.º 2003/10/CE, do Parla-
sinergia é particularmente notada quando o ruído surge mento Europeu e do Conselho, de 6 de Fevereiro, que
associado a alguns solventes orgânicos utilizados na revoga, a partir de 15 de Fevereiro de 2006, a Directiva
indústria dos plásticos e na indústria gráfica, bem como n.º 86/188/CEE, do Conselho, de 12 de Maio, implica a
na produção de tintas e vernizes. alteração substancial dos diplomas que actualmente regu-
Por outro lado, a exposição das trabalhadoras lam a exposição ao ruído durante o trabalho, o que justi-
grávidas a níveis sonoros elevados pode ter conse- fica a revogação dos mesmos e a sua substituição pelo
quências para o feto. As experiências realizadas le- actual decreto-lei.
vam à conclusão de que uma exposição prolongada O projecto correspondente ao presente decreto-lei foi
do feto a um som intenso durante a gravidez pode publicado, para apreciação pública, na separata do Bole-
ter repercussões sobre a futura capacidade auditiva tim do Trabalho e Emprego, 1.ª série, n.º 3, de 9 de Ja-
da criança. neiro de 2006. Os pareceres emitidos por organizações
A surdez resultante de exposição a níveis sonoros representativas de trabalhadores e de empregadores, bem
elevados nos locais de trabalho é das doenças pro- como especialistas e outras organizações, foram devida-
fissionais mais conhecidas e representa actualmente mente ponderados, tendo sido alteradas algumas dispo-
sições do projecto de decreto-lei.
cerca de um terço da totalidade das doenças pro-
Nesse sentido, permite-se que as medições do ruído
fissionais.
sejam realizadas não apenas por entidades acreditadas
A eliminação ou a redução do ruído excessivo é mas também por técnicos de higiene e segurança do tra-
uma obrigação legal muito importante para empre- balho titulares de certificado de aptidão profissional váli-
gadores e trabalhadores, pois quanto mais seguro e do e com formação específica em métodos e instrumen-
saudável for o ambiente de trabalho menores serão tos de medição do ruído no trabalho. Actualizam-se as
as probabilidades de acidentes de trabalho, de absen- designações das grandezas físicas pertinentes, de acordo
tismo elevado e de diminuição de rendimento do com as definidas na norma ISO 1999:1990, nomeadamente
trabalho. os níveis da exposição pessoal diária de um trabalhador
A avaliação dos riscos, a adopção de medidas des- ao ruído durante o trabalho e o da média semanal dos
tinadas a prevenir ou a controlar os riscos, a infor- valores diários de exposição. Clarifica-se a aplicação dos
mação, a formação e a participação dos trabalhadores, valores limite de exposição e dos valores de acção. Aper-
o acompanhamento regular dos riscos e das medidas feiçoa-se a regulamentação dos métodos de cálculo da
de controlo e a vigilância adequada da saúde têm atenuação dos protectores auditivos. Permite-se que, na
uma importância fundamental na prevenção dos riscos determinação da exposição pessoal diária ao ruído, sejam
para a saúde dos trabalhadores. Todos estes factores utilizados outros métodos, desde que conformes com a
são contemplados no presente decreto-lei e em legis- normalização aplicável.
lação específica respeitante à segurança e saúde no Foram ouvidos os órgãos de governo próprio das Re-
trabalho. giões Autónomas.
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diária ou semanal de um trabalhador e ao nível de pres- Artigo 5.º


são sonora de pico, são fixados em: Avaliação de riscos
a) Valores limites de exposição: LEX,8h = L EX,8h = 87 dB 1 — Nas actividades susceptíveis de apresentar riscos
(A) e LCpico = 140 dB (C) equivalente a 200 Pa; de exposição ao ruído, o empregador procede à avaliação
b) Valores de acção superiores: LEX,8h = L EX,8h = 85 dB de riscos, tendo, nomeadamente, em conta os seguintes
(A) e LCpico = 137 dB (C) equivalente a 140 Pa; aspectos:
c) Valores de acção inferiores: LEX,8h = L EX,8h = 80 dB(A)
e LCpico = 135 dB (C) equivalente a 112 Pa. a) O nível, a natureza e a duração da exposição,
incluindo a exposição ao ruído impulsivo;
2 — Para a aplicação dos valores limite de exposição, b) Os valores limite de exposição e os valores de ac-
na determinação da exposição efectiva do trabalhador ao ção indicados no artigo 3.º;
ruído é tida em conta a atenuação do ruído proporciona- c) Os efeitos eventuais sobre a segurança e a saúde
da pelos protectores auditivos. dos trabalhadores particularmente sensíveis aos riscos a
3 — Para a aplicação dos valores de acção, na deter- que estão expostos;
minação da exposição do trabalhador ao ruído não são d) Os efeitos indirectos sobre a segurança dos traba-
tidos em conta os efeitos decorrentes da utilização de lhadores resultantes de interacções entre o ruído e as
protectores auditivos. substâncias ototóxicas presentes no local de trabalho e
Artigo 4.º entre o ruído e as vibrações;
e) Os efeitos indirectos entre a segurança e a saúde
Princípios gerais da avaliação de riscos
dos trabalhadores resultantes de interacções entre o ruí-
1 — Nas actividades susceptíveis de apresentar riscos do e os sinais sonoros necessários à redução do risco
de exposição ao ruído, o empregador deve avaliar e, se de acidentes, nomeadamente os sinais de alarme;
necessário, medir os níveis de ruído a que os trabalhado- f) As informações prestadas pelo fabricante do equi-
res se encontram expostos. pamento de trabalho, de acordo com a legislação especí-
2 — Os métodos e equipamentos de medição utilizados fica sobre a concepção, o fabrico e a comercialização do
devem ser adaptados às condições existentes, nomeada- mesmo;
mente às características do ruído a medir, à duração da g) A existência de equipamentos de substituição con-
exposição, aos factores ambientais e às características dos cebidos para reduzir os níveis de emissões sonoras;
equipamentos de medição. h) O prolongamento da exposição durante a realização
3 — A avaliação do resultado das medições referidas de períodos de trabalho superiores ao limite máximo do
no número anterior deve ter em conta a incerteza da me- período normal de trabalho;
dição, determinada pela prática metrológica, de acordo com i) A informação adequada resultante da vigilância da
a normalização em vigor ou eventuais especificações eu- saúde, bem como informação publicada sobre os efeitos
ropeias harmonizadas. do ruído na saúde;
4 — Os métodos e os equipamentos a utilizar devem j) Disponibilidade de protectores auditivos com as ca-
permitir determinar os parâmetros e decidir, em cada caso, racterísticas de atenuação adequada.
se foram ultrapassados os valores fixados no artigo ante-
rior. 2 — A avaliação de riscos é actualizada sempre que
5 — Entre os métodos referidos no número anterior haja alterações significativas, nomeadamente a criação ou
pode ser incluída a amostragem, desde que seja represen- a modificação de postos de trabalho, ou se o resultado
tativa da exposição do trabalhador. da vigilância da saúde demonstrar a necessidade de nova
6 — Os sistemas de medição utilizados na medição dos avaliação.
níveis de ruído devem ser apropriados e cumprir a legis- 3 — Sem prejuízo do referido no número anterior, sem-
lação em vigor relativa ao controlo metrológico. pre que seja atingido ou excedido o valor de acção supe-
7 — A avaliação feita com base na medição do ruído é
rior, a periodicidade mínima da avaliação de riscos é de
efectuada de acordo com o estabelecido nos anexos I e II,
um ano.
os quais fazem parte integrante do presente decreto-lei, e
4 — A avaliação de riscos deve ser registada em su-
deve permitir a determinação da exposição pessoal diária
porte de papel ou digital.
de um trabalhador ao ruído, assim como a determinação
do nível da pressão sonora de pico a que cada trabalha-
dor está exposto. Artigo 6.º
8 — A medição do nível do ruído é sempre realizada: Redução da exposição
a) Por uma entidade acreditada, de acordo com o defi- 1 — O empregador utiliza todos os meios disponíveis
nido na alínea a) do artigo 2.º; para eliminar na fonte ou reduzir ao mínimo os riscos re-
b) Por um técnico superior de higiene e segurança do sultantes da exposição dos trabalhadores ao ruído, de
trabalho ou por um técnico de higiene e segurança do acordo com os princípios gerais de prevenção legalmente
trabalho que possua certificado de aptidão profissional estabelecidos.
válido e formação específica em matéria de métodos e 2 — O empregador assegura que os riscos para a se-
instrumentos de medição do ruído no trabalho. gurança e a saúde dos trabalhadores resultantes da ex-
posição ao ruído sejam eliminados ou reduzidos ao míni-
9 — A medição dos níveis do ruído é objecto de re- mo, mediante:
gisto, em documento conforme os modelos indicados no
anexo III, o qual faz parte integrante do presente decreto- a) Métodos de trabalho alternativos que permitam re-
-lei. duzir a exposição ao ruído;
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b) Escolha de equipamentos de trabalho adequados, posição ao ruído iguale ou ultrapasse os valores de ac-
ergonomicamente bem concebidos e que produzam o mí- ção superiores;
nimo ruído possível, incluindo a possibilidade de dispo- c) Assegura que os protectores auditivos selecciona-
nibilizar aos trabalhadores equipamento de trabalho cuja dos permitam eliminar ou reduzir ao mínimo o risco para
concepção e cujo fabrico respeitem o objectivo ou o efei- a audição;
to da limitação da exposição ao ruído; d) Aplica medidas que garantam a utilização pelos tra-
c) Concepção, disposição e organização dos locais e balhadores de protectores auditivos e controla a sua efi-
dos postos de trabalho; cácia.
d) Informação e formação adequadas dos trabalhado- Artigo 8.º
res para a utilização correcta e segura do equipamento com
Valores limite de exposição
o objectivo de reduzir ao mínimo a sua exposição ao ruído;
e) Medidas técnicas de redução do ruído, nomeada- 1 — O empregador assegura que a exposição dos tra-
mente barreiras acústicas, encapsulamento e revestimen- balhadores ao ruído durante o trabalho seja reduzida ao
to com material de absorção sonora para redução do ruí- nível mais baixo possível e, em qualquer caso, não supe-
do aéreo, e medidas de amortecimento e isolamento para rior aos valores limite de exposição previstos no artigo 3.º
redução do ruído transmitido à estrutura; 2 — Nas situações em que sejam ultrapassados os
f) Programas adequados de manutenção do equipamen- valores limite de exposição, o empregador:
to de trabalho, do local de trabalho e dos sistemas aí
existentes; a) Toma medidas imediatas que reduzam a exposição
g) Organização do trabalho com limitação da duração de modo a não exceder os valores limite de exposição;
e da intensidade da exposição; b) Identifica as causas da ultrapassagem dos valores
h) Horários de trabalho adequados, incluindo períodos limite;
de descanso apropriados. c) Corrige as medidas de protecção e prevenção de
modo a evitar a ocorrência de situações idênticas.
3 — Nos locais de trabalho onde os trabalhadores pos-
sam estar expostos a níveis de ruído acima dos valores Artigo 9.º
de acção superior, o empregador estabelece e aplica um Informação e formação dos trabalhadores
programa de medidas técnicas e organizacionais que te-
nha em conta o disposto no número anterior. 1 — O empregador, sem prejuízo do disposto na legis-
4 — Os locais de trabalho referidos no número ante- lação geral em matéria de informação e consulta, assegu-
rior devem estar sinalizados de acordo com a legislação ra aos trabalhadores expostos a níveis de ruído iguais ou
aplicável à sinalização de segurança e saúde e ser delimi- acima dos valores de acção inferiores, assim como aos
tados e o acesso aos mesmos ser restrito, sempre que seja seus representantes para a segurança, higiene e saúde no
tecnicamente possível e o risco de exposição o justifique. trabalho, informação e, se necessário, formação adequa-
5 — Os locais de descanso devem ter um nível de ruí- da sobre:
do compatível com o seu objectivo e as condições de
utilização. a) Os riscos potenciais para a segurança e a saúde
6 — O empregador adapta as medidas referidas nos derivados da exposição ao ruído durante o trabalho;
números anteriores a trabalhadores particularmente sen- b) As medidas tomadas para eliminar ou reduzir ao
síveis aos riscos resultantes da exposição ao ruído. mínimo os riscos resultantes da exposição ao ruído;
7 — Para eliminar ou reduzir os riscos resultantes da c) Os valores limite de exposição e os valores de acção;
exposição ao ruído, além dos modos referidos no n.º 2, o d) Os resultados das avaliações e das medições do
empregador pode também aplicar medidas referidas na lista ruído efectuadas de acordo com os artigos 4.º e 5.º, acom-
indicativa do anexo IV, o qual faz parte integrante do pre- panhados de uma explicação do seu significado e do ris-
sente decreto-lei. co potencial que representam;
e) A correcta utilização dos protectores auditivos;
Artigo 7.º f) A utilidade e a forma de detectar e notificar os indí-
Medidas de protecção individual cios de lesão;
g) As situações em que os trabalhadores têm direito à
1 — Nas situações em que os riscos resultantes da
vigilância da saúde, nos termos definidos no artigo 11.º;
exposição ao ruído não possam ser evitados por outros
h) As práticas de trabalho seguras que minimizem a
meios, o empregador põe à disposição dos trabalhadores
exposição ao ruído.
equipamentos de protecção individual no trabalho que
obedeçam à legislação aplicável e sejam seleccionados, no 2 — A informação deve, tendo em conta o resultado
que respeita à atenuação que proporcionam, de acordo da avaliação, ser prestada de forma adequada, oralmente
com o anexo V, o qual faz parte integrante do presente ou por escrito, nomeadamente através de formação indi-
decreto-lei. vidual dos trabalhadores, e ser periodicamente actualiza-
2 — Para a aplicação do disposto no número anterior, da de modo a incluir qualquer alteração verificada.
o empregador:
a) Coloca à disposição dos trabalhadores protectores Artigo 10.º
auditivos individuais sempre que seja ultrapassado um dos
Informação e consulta dos trabalhadores
valores de acção inferiores;
b) Assegura a utilização pelos trabalhadores de pro- O empregador assegura a informação e a consulta dos
tectores auditivos individuais sempre que o nível de ex- trabalhadores e dos seus representantes para a seguran-
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ça, higiene e saúde no trabalho sobre a aplicação das b) Revê as medidas adoptadas para eliminar ou re-
disposições do presente decreto-lei, nos termos previs- duzir os riscos, com base no parecer do médico do tra-
tos na legislação geral, designadamente sobre: balho, bem como a possibilidade de atribuir ao traba-
lhador em causa outras tarefas compatíveis com a sua
a) A avaliação dos riscos e a identificação das medi-
categoria profissional em que não haja risco de expo-
das a tomar;
sição;
b) As medidas destinadas a reduzir a exposição;
c) Promove a vigilância contínua da saúde e assegura
c) A selecção de protectores auditivos.
o exame de saúde de qualquer outro trabalhador que te-
nha estado exposto de forma idêntica, nomeadamente a
Artigo 11.º realização de exames médicos adequados.
Vigilância da saúde
3 — O trabalhador tem acesso, a seu pedido, ao regis-
1 — Sem prejuízo das obrigações gerais em matéria de to de saúde que lhe diga respeito.
saúde no trabalho, o empregador assegura uma vigilân-
cia adequada da saúde dos trabalhadores em relação aos
Artigo 13.º
quais o resultado da avaliação revele a existência de ris-
cos, com vista à prevenção e ao diagnóstico precoce de Registo e arquivo de documentos
qualquer perda de audição resultante do ruído e à pre- O empregador, sem prejuízo das obrigações gerais dos
servação da função auditiva. serviços de segurança, higiene e saúde no trabalho em
2 — A vigilância da saúde referida no número anterior matéria de registos de dados e conservação de documen-
deve: tos, organiza registos de dados e mantém arquivos actua-
a) Detectar precocemente a relação entre uma doença lizados sobre:
identificável ou os efeitos nocivos para a saúde e a ex- a) Os resultados da avaliação de riscos, bem como os
posição do trabalhador ao ruído; critérios e os procedimentos da avaliação, os métodos de
b) Determinar a relação entre a doença ou os efeitos medição e os ensaios utilizados;
nocivos para a saúde e as condições particulares de tra- b) A identificação dos trabalhadores expostos com a
balho do trabalhador; indicação, para cada trabalhador, do posto de trabalho
c) Utilizar técnicas apropriadas para detectar a doença ocupado, da natureza e, se possível, do grau de exposi-
ou os efeitos nocivos para a saúde. ção a que esteve sujeito;
c) Os resultados da vigilância da saúde de cada traba-
3 — O empregador assegura ao trabalhador que tenha lhador, com a referência ao posto de trabalho, aos exa-
estado exposto a ruído acima dos valores de acção supe- mes de saúde e exames complementares realizados e a
riores a verificação anual da função auditiva e a realiza- outros elementos considerados úteis pelo médico respon-
ção de exames audiométricos. sável, tendo em conta a confidencialidade dos referidos
4 — O empregador assegura ao trabalhador que tenha dados;
estado exposto a ruído acima dos valores de acção infe- d) A identificação do médico responsável pela vigilân-
riores a realização de exames audiométricos de dois em cia da saúde.
dois anos. Artigo 14.º
5 — Os audiómetros utilizados na realização dos exa-
Conservação de registos e arquivos
mes referidos nos números anteriores devem cumprir os
requisitos da normalização em vigor e ser calibrados pe- 1 — Os registos e arquivos referidos no artigo anterior
riodicamente. devem ser conservados durante, pelo menos, 30 anos
Artigo 12.º após ter terminado a exposição dos trabalhadores a que
digam respeito.
Resultado da vigilância da saúde
2 — Se a empresa cessar a actividade, os registos e
1 — Se o resultado da vigilância da saúde revelar que arquivos devem ser transferidos para o Centro Nacional
o trabalhador sofre de uma doença ou de uma afecção de Protecção contra os Riscos Profissionais, que assegu-
resultante da exposição ao ruído no local de trabalho, o ra a sua confidencialidade.
médico de trabalho:
a) Informa o trabalhador do resultado que lhe diga Artigo 15.º
respeito e presta-lhe informações e recomendações sobre Derrogações
a vigilância da saúde a que deva submeter-se terminada
a exposição; 1 — Nas actividades em que a exposição sonora diária
b) Comunica ao empregador os resultados da vigilân- varia significativamente de um dia de trabalho para o outro,
o empregador pode ser autorizado a utilizar a média se-
cia da saúde com interesse para a prevenção de riscos,
manal dos valores diários de exposição para avaliar os
sem prejuízo do sigilo profissional a que se encontra vin-
níveis de ruído, desde que não seja excedido o valor li-
culado.
mite de exposição de 87 dB (A) e sejam tomadas medidas
adequadas para a redução ao mínimo do risco associado
2 — O empregador, tendo em conta o referido na alí-
a essas actividades.
nea b) do número anterior:
2 — Nas situações de trabalho em que, devido à sua
a) Repete a avaliação de riscos realizada nos termos natureza, a utilização de protectores auditivos seja sus-
do artigo 5.º; ceptível de agravar os riscos para a segurança e saúde
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total da actividade, a uma parte desta duração e a várias de ruído a medir e das ponderações em frequência A e
repetições da actividade, de modo que seja possível ob- C e cumprir, no mínimo, os requisitos equivalentes aos
ter níveis de exposição sonora ou níveis sonoros contí- da classe de exactidão 2, de acordo com a normaliza-
nuos equivalentes, ponderados A, estabilizados a mais ou ção internacional, sendo preferível a utilização de so-
menos 0,5 dB (A). nómetros da classe 1, para maior exactidão das medi-
ções.
5 — Quando os valores de acção ou o valor limite da 2 — Deve ser evitada a utilização de sonómetros
exposição pessoal diária se situem dentro da margem de
não integradores para a determinação da exposição
erro das medições, entendendo-se por margem de erro o
intervalo entre o resultado da medição subtraído e adicio- pessoal do trabalhador quando a pressão sonora apre-
nado do valor da incerteza da medição, representado pela senta flutuações do nível sonoro, L pA, de grande am-
expressão: plitude ou para períodos de exposição irregulares do
trabalhador.
LEX,8h – incerteza da medição d valor de acção ou va- 3 — Em caso de dúvida de ultrapassagem dos valores
lor limite d LEX,8h + incerteza da medição limite, as medições devem ser confirmadas com a utiliza-
ção de sonómetros integradores.
pode optar-se por:
4 — Os dosímetros de ruído para a medição da exposi-
a) Aumentar o número das medições ou a sua dura- ção pessoal diária de cada trabalhador podem ser utiliza-
ção, até ao limite em que o intervalo do tempo de me- dos desde que:
dição coincida com o de exposição, de modo a obter
um grau máximo de exactidão e de redução da margem a) Estejam calibrados segundo o critério ISO, isto é,
de erro; de forma que, ao duplicar a energia sonora recebida, LEX,8h
b) O empregador assumir que tais níveis ou limites aumenta 3 dB (A);
foram ultrapassados e aplicar as correspondentes medi- b) Permitam determinar o nível sonoro contínuo equi-
das preventivas. valente, LAeq,T, ou o nível de exposição pessoal diária ao
ruído, LEX,8h , e o nível de pressão sonora de pico, LCpico.
6 — Estimativa da exposição pessoal diária ao ruído,
LEX,8h — se durante um dia de trabalho um trabalhador está 5 — Os instrumentos utilizados para medições de ruí-
exposto a n diferentes tipos de ruído e se, para efeito de do devem possuir indicador de sobrecarga.
avaliação, cada um desses ruídos for analisado separada-
mente, a exposição pessoal diária desse trabalhador,
LEX,8h, pode calcular-se pelas equações: ANEXO III
k n k n
ª 0 ,1 L Aeq º 0 ,1 L EX
L EX,8h 10 lg « (1 / 8 ) ¦ T k 10 ,T k
» 10 lg ¦ 10 ,8 h
k QUADRO I
¬ k 1 ¼ k 1

(a que se refere o n.º 9 do artigo 4.º)


em que LAeq,Tk é o nível sonoro contínuo equivalente,
Espaço reservado para o
ponderado A, de um ruído, num intervalo de tempo Tk, logotipo ou carimbo da
correspondente ao tipo de ruído k a que o trabalhador empresa, estabelecimento ou serviço

está exposto durante Tk horas por dia, e (LEX,8h)k é a ex- Quadro individual de avaliação de exposição
pessoal diária de cada trabalhador ao ruído durante o trabalho1
posição pessoal diária ao ruído que seria medida se só
existisse o referido tipo de ruído. Empresa/Estabelecimento:
Endereço:
7 — Média semanal dos valores diários da exposição Nome do Trabalhador:

pessoal, L EX,8h — a determinação da média semanal dos Data de Nascimento: Sexo:


Profissão:
valores diários é obtida pela expressão
Data de admissão na empresa, estabelecimento ou serviço:

ª m Tempo de serviço em ambientes ruidosos: anos (estimativa)


0 ,1 L EX , 8 h k º
L EX,8h 10 lg « (1 / 5 ) ¦ 10 » Sistema de segurança social:
¬ k 1 ¼ Beneficiário nº:

em que (L EX,8h ) k representa os valores de L EX,8h LEX,8h = dB(A) LEX,8h,efect = dB(A)

para cada um dos m dias de trabalho na semana con- LCpico = dB(C)


L EX,8h = dB(A)
siderada.
Assinatura do trabalhador: Data
8 — Na determinação da exposição pessoal diária ao Assinatura do empregador: Data

ruído podem ser utilizados outros métodos, desde que Data de avaliação:
Sistema de medição utilizado na avaliação
conformes com a normalização aplicável.
Método de ensaio:
ANEXO II
Nome do autor da avaliação:
Instrumentos de medição
Assinatura:
(a que se refere o n.º 7 do artigo 4.º)
1
Juntar em anexo:
1 — Os instrumentos de medição devem dispor das a) Informação relativa ao instrumento de medição: marca, tipo, classe de exactidão, despacho de
aprovação do modelo e comprovativo da verificação metrológica actualizada.
características temporais necessárias em função do tipo b) Características do protector auditivo utilizado, designadamente, marca, modelo e atenuação.
6592 Diário da República, 1.a série — N.o 172 — 6 de Setembro de 2006

QUADRO II
b) Encapsulamento das máquinas;
Espaço reservado para o
logotipo ou carimbo da c) Separação dos locais, por:
empresa, estabelecimento ou serviço
Quadro individual de avaliação de exposição i) Limitação da propagação do ruído, por exemplo pela
pessoal diária de cada trabalhador ao ruído durante o trabalho
compartimentação dos locais e pela colocação de divisó-
Empresa: rias e de cabinas;
Endereço:
Descrição das Tempo de Tk LAeq,Tk ii) Concentração das fontes de ruído em locais de aces-
actividades do amostragem (minuto) Tempo de exposição
trabalhador na empresa, na medição de ruído (hora /dia) ao ruído
em dB (A)
so limitado e sinalizados.
estabelecimento ou Te “k” Nota: Nestas
serviço Nota: Nestas Nota: Quando seja condições calcular
LCpico
Nome da zona de medições com a necessário medir pela fórmula do nº6 Em dB(C)
trabalho: máxima exactidão separadamente “k” do Anexo I o valor 4 — Medidas respeitantes à acústica de edifícios:
será: ruídos diferentes será: de:
Ta=Tk=Te Te=¦ Tk LEX,8h
a)
a) Aumento da distância entre a fonte de ruído e a
b) localização dos postos de trabalho;
c)
d) b) Montagem de tectos, divisórias, portas, janelas ou
e)
f)
pavimentos com elevado isolamento sonoro;
g) c) Montagem de elementos absorventes do som;
h)
d) Optimização da difusibilidade sonora (aumento das
distâncias entre as superfícies reflectoras e o posto de
VALORES FINAIS
Total de horas de
trabalho
Exposição pessoal
diária LCpico = dB(C)
trabalho).
T0= h/dia LEX,8h= dB(A)
Nota : Os valores finais, em especial os da exposição pessoal diária ao ruído durante o trabalho, LEX,8h e o valor máximo
do nível do pico sonoro serão registados nesta página, desde que o trabalhador permaneça diariamente, durante o 5 — Organização do trabalho:
trabalho, na zona de trabalho nela referida. Caso contrário, haverá que preencher novas páginas e registar na última os
valores finais apurados.
a) Rotatividade dos postos de trabalho;
Nome do autor da medição:
b) Execução dos trabalhos mais ruidosos fora do horá-
rio normal de trabalho ou em locais com o menor número
ANEXO IV de trabalhadores expostos;
c) Limitação da duração do trabalho em ambientes muito
Lista indicativa de medidas que devem ser tomadas
para a redução dos riscos ligados à exposição
ruidosos.
dos trabalhadores ao ruído durante o trabalho
ANEXO V
(a que se refere o n.º 7 do artigo 6.º)
Indicações e orientações para a selecção
1 — Medidas de carácter específico para redução do de protectores auditivos
ruído na fonte: (a que se refere o n.º 1 do artigo 7.º)
a) Utilizar máquinas, aparelhos, ferramentas e instala-
1 — Considera-se que um protector auditivo proporcio-
ções pouco ruidosos;
b) Aplicar silenciadores e atenuadores sonoros; na a atenuação adequada quando um trabalhador com este
c) Utilizar chumaceiras, engrenagens e estruturas com protector correctamente colocado fica sujeito a um nível
menor emissão de ruído; de exposição pessoal diária efectiva inferior aos valores
d) Evitar valores elevados, como os que aparecem, por limite e, se for tecnicamente possível, abaixo dos valores
exemplo, nos choques muito fortes ou frequentes (pela de acção inferiores.
utilização de material resiliente nas superfícies de impac- 2 — Para a selecção de protectores auditivos, em fun-
te), quedas de grande altura ou fortes resistências aero- ção da atenuação por bandas de oitava, segue-se o se-
dinâmicas; guinte método:
e) Assegurar o dimensionamento correcto (reforços da
a) Medir o nível de pressão sonora contínuo equiva-
estrutura com blocos de inércia e elementos antivibráti-
cos), acabamentos à máquina (equilibragem e polimento lente, ponderado A, em cada banda de oitava, LAeq, f, Tk,
de superfícies) e uma escolha correcta dos materiais; do ruído a que cada trabalhador está exposto, para cada
f) Promover regularmente a manutenção dos equipa- posto de trabalho que ocupa, definindo assim o espectro
mentos. correspondente ao ruído k a que o trabalhador está ex-
posto durante Tk horas por dia;
2 — Medidas para a redução da transmissão do ruído: b) Determinar os níveis globais, em dB (A) por banda
de oitava, L63, L125, ... Ln, ..., L8000, de acordo com a se-
a) Atenuação da transmissão de ruído de percussão, guinte equação:
com reforço das estruturas;
b) Desacoplamento dos elementos que radiam o ruído Ln = LAeq,f,Tk - Mf + 2sf
da fonte, por exemplo pela utilização de ligações flexíveis
nas tubagens; em que, sf é o valor do desvio padrão da atenuação e
c) Isolamento contra vibrações; Mf o valor médio da atenuação dos protectores auditivos
d) Utilização de silenciadores nos escoamentos gaso- em cada banda de frequência, ambos indicados pelo fa-
sos e nos escapes. bricante;

3 — Medidas de redução da radiação sonora: c) Com os níveis globais, obtidos como indicado na
a) Aumento da absorção da envolvente acústica e alínea b), calcular o nível sonoro contínuo equivalente,
barreiras acústicas; LAeq,Tk,efect, de cada ruído que ocorra durante o tempo Tk,
Diário da República, 1.a série — N.o 172 — 6 de Setembro de 2006 6593

Portaria n.o 924/2006


de 6 de Setembro

O contrato colectivo de trabalho entre a Associação


Portuguesa das Empresas do Sector Eléctrico e Elec-
trónico e a FETESE — Federação dos Sindicatos dos
Trabalhadores de Serviços e outros, publicado no Bole-
tim do Trabalho e Emprego, 1.a série, n.o 17, de 8 de
Maio de 2006, abrange as relações de trabalho entre
empregadores que se dediquem, no domínio do sector
eléctrico e electrónico, energia e telecomunicações, pelo
menos a uma das actividades industriais e ou comerciais
de fabricação, projecto, investigação, engenharia de soft-
ware e engenharia de sistemas, instalação, manutenção
e assistência técnica, prestação de serviços de teleco-
municações básicos, complementares ou de valor acres-
centado e trabalhadores ao seu serviço, uns e outros
representados pelas associações que o outorgara.
As associações subscritoras requereram a extensão
do contrato colectivo às relações de trabalho entre
empresas industriais de equipamentos eléctricos e elec-
trónicos não filiadas na associação de empregadores
outorgante e aos trabalhadores não representados pelas
associações sindicais outorgantes.
A convenção actualiza a tabela salarial. O estudo de
avaliação do impacte da respectiva extensão teve por
base as retribuições efectivas praticadas no sector abran-
gido pela convenção, apuradas pelos quadros de pessoal
de 2003 e actualizadas com base no aumento percentual
médio das tabelas salariais das convenções publicadas
nos anos de 2004 e 2005.
Os trabalhadores a tempo completo deste sector, com
exclusão dos aprendizes, praticantes e outro cuja clas-
sificação é ignorada, são 19 246, dos quais 7519 (39 %)
auferem retribuições inferiores às da tabela salarial da
convenção, sendo que 1286 (6,6 %) auferem retribuições
inferiores às convencionais em mais de 6,5 %. São as
empresas do escalão com mais de 200 trabalhadores
que empregam o maior número de trabalhadores com
retribuições inferiores às da tabela salarial da convenção.
A convenção actualiza ainda outras prestações de
conteúdo pecuniário, como a retribuição por isenção
de horário de trabalho (7,8 %), a retribuição do tra-
balho suplementar (7,8 %), o subsídio de refeição
(11,5 %), o subsídio para grandes deslocações
(7,8 %), o subsídio para deslocações aos Açores, à
Madeira e ao estrangeiro (7,8 %) e o prémio de anti-
guidade na carreira (7,8 %). Não se dispõe de dados
estatísticos que permitam avaliar o impacte destas
prestações. Considerando a finalidade da extensão
e que as mesmas prestações foram objecto de exten-
sões anteriores, justifica-se incluí-las na extensão.
Foi publicado o aviso relativo à presente extensão
no Boletim do Trabalho e Emprego, 1.a série, n.o 24,
de 29 de Junho de 2006, à qual foi deduzida oposição
por diversas associações sindicais que invocaram a exis-
tência de regulamentação colectiva específica constante
do contrato colectivo celebrado com a Associação Por-
tuguesa das Empresas do Sector Eléctrico e Electrónico
publicada no Boletim do Trabalho e Emprego, 1.a série,
n.o 26, de 15 de Julho de 1977, com as últimas alterações
publicadas no Boletim do Trabalho e Emprego, 1.a série,
n.o 41, de 8 de Novembro de 1999, pelo que pretendem
a exclusão do âmbito da presente extensão dos traba-
lhadores que representam. Considerando que o regu-

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