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Acessibilidade nos terminais de Auto-

atendimento
Olá leitores,

Neste post vou falar um pouco sobre as normas ABNT 9050 e 15250. Vou falar um pouco
também sobre os sistemas TTS, que foram originalmente introduzidos nos terminais de
Auto-atendimento bancário, em função dessas normas da ABNT.

As normas ABNT 9050 e 15250 tratam da Acessibilidade a edificações,


mobiliário, espaços e equipamentos urbanos. O objetivo da norma é estabelecer critérios e
requisitos mínimos para facilitar o acesso de deficientes em geral, junto a edificações,
mobiliário, equipamentos urbanos e elementos, e incluído aqui os equipamentos de auto-
atendimento.

Essas normas foram um avanço no sentido de trazer mais cidadania aos portadores de
deficiência, obrigando as instituições publicas e privadas a fazer adaptações para atender
a esse publico. No tocante ao auto-atendimento bancário, foi apenas após a TAC (Termo
de Ajustamento de Conduta), assinada pela Febraban (Federação Brasileira de Bancos),
que os bancos todos passaram a ser obrigados a oferecer uma estrutura mínima de
acessibilidade nas agências e também nos terminais ATMs localizados nas próprias
agências ou em PABs (Posto de Atendimento Bancários), e PAEs (Posto de Atendimento
Eletrônico).

Mecanicamente falando, as adaptações nos ATMs ocorreram em relação as dimensões


dos terminais, principalmente na altura de acesso aos dispositivos de entrada e saída,
como teclado, monitor, impressora e leitora de cartão, ou seja, uma clara tentativa de
facilitar o acesso de usuários em cadeira de rodas:

Também foi necessário a inclusão de um conjunto de sinalizações para identificar cada um


dos principais dispositivos do terminal, ou seja, uma clara tentativa de facilitar o acesso de
deficientes visuais. No exemplo abaixo vemos o teclado do terminal, onde a tecla 5 tem um
relevo diferenciado das demais, para facilitar a localização, e as teclas CANCELA e
ENTRA também são diferenciadas com relevo e cores. Também mostro a imagem (que no
terminal deve conter um relevo) que serve para identificar a saída de comprovantes, como
extrados e recibos. Todos os dispositivos tem um símbolo com relevo que o
identifica unicamente junto ao painel do equipamento (consulte a norma 15250 para mais
informações):

Uma das principais adaptações realizadas nesses terminais, foi a inclusão do conector
jack, onde o usuário pode plugar seu fone de ouvido, para realizar suas transações
apoiado pelo sistema, que ao invés de exibir as telas da aplicação de auto-atendimento do
banco, exibe uma tela preta (ou uma tela informativa de que o terminal está operando em
modo de acessibilidade), e passa as informações e demais orientações para o usuário,
através da reprodução de áudio, que poderá estar pré-gravado ou ser sintetizado na hora
por algum sistema TTS. A comunicação visual do terminal ATM conta com os
seguintes itens:

TTS significa Text-To-Speech, ou Texto-Para-Fala em uma tradução literal. Essa


tecnologia é largamente utilizada em sistemas de auto-atendimento no mundo inteiro.
Quem nunca ligou para uma operadora de telefonia, ou TV-à-cabo e não foi atendido por
uma voz claramente eletrônica? Pois bem, isso é um sistema TTS que sintetiza
(transforma), um texto comum, em um arquivo de áudio que pode ser reproduzido em
qualquer sistema de som.

Esse tipo de tecnologia virou uma febre (até o Google Translator já tem esse recurso
integrado, sintetizando textos em vários idiomas), e a qualidade da sintetização vem
melhorando ao longo dos anos. Sempre foi muito fácil ouvir a uma reprodução e identificar
claramente que a mesma foi fruto de texto sintetizado, em função da falta de ritmo na
entonação das palavras, como se não houvesse vírgula e nem ponto nas frases. Agora, os
sistemas foram bastante melhorados, e a qualidade da sintetização é tão boa que quase
não se percebe que a reprodução foi feita com base em texto sintetizado (ex. liguem no
auto-atendimento telefônico da NET, verão o que digo).

No que diz respeito ao auto-atendimento nos terminais ATMs, existem dezenas de


empresas especializadas no desenvolvimento da tecnologia TTS, e que dispõem de
produtos na medida para esse mercado. Aqui no Brasil, junto a maioria dos bancos, a
solução que se encontra com mais freqüência é a solução Texto-Fala da CNpQ. Esse é
um dos melhores produtos para TTS com o qual eu pude trabalhar em diversos clientes
bancários, pois apresenta uma ótima qualidade de sintetização de textos, com diversas
opções de configuração para melhorar a entonação, além do suporte multi-plataforma
(roda em qualquer sistema operacional). Outra boa opção com a qual eu já trabalhei, é o
produto RealSpeak da empresa americana Nuance. Esse produto também possui muitas
opções de configuração para melhorar a entonação, mas sua qualidade é maior na
sintetização de textos em inglês do que textos em português (bem, o motivo é meio obvio).

A TAC assinada pela Febraban, incluía somente algumas transações básicas (saque,
saldo, extrato e transferência), no pool de transações cuja quais incidia a obrigatoriedade
de suporte à Acessibilidade. No entanto, os bancos brasileiros notaram que o público com
necessidades especiais é um publico bastante significativo (mais de 30 milhões, segundo
censo de 2000), e assim já se nota uma clara tendência em expandir a acessibilidade para
um número maior de transações nos canais de auto-atendimento.

Bem, é isso!

Autor
Meu nome é Fagner Souza, sou especialista em automação bancária e comercial com
larga experiência em sistemas de Auto-Atendimento. Meu website é
http://www.fagnersouza.com.br/, e nele você pode encontrar meus contatos.

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