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Análise de Circuitos
1º Trabalho de Laboratório
Março de 2006
Elaborado por:
António Serralheiro
Revisto por:
João Costa Freire
Teresa Mendes de Almeida
Este trabalho está dimensionado para 3,5 horas (2 sessões laboratoriais), sendo a última meia-hora destinada,
essencialmente, à elaboração dos comentários.
Os alunos deverão, antes da 1ª sessão de laboratório, realizar cuidadosamente todos os pontos deste guia
assinalados com T (desenvolvimento teórico) e com S (simulação do funcionamento dos circuitos). Os pontos
E (realização experimental) são de execução exclusivamente laboratorial e os assinalados com C (comentários
aos resultados obtidos) respondidos após as medições práticas ou as simulações.
Na página seguinte inclui-se uma tabela com indicação de todos os pontos deste trabalho, apresentando-se na
primeira coluna a nossa sugestão relativamente à sua distribuição nas duas sessões laboratoriais.
Lista de Material
2 resistências de 1kΩ
1 resistência de 3,3kΩ
1 resistência de 22kΩ
6 resistências de 33kΩ
1 resistência de 110kΩ
NOTA
Tenha o cuidado de, durante os ensaios a realizar no laboratório, COLOCAR AS ENTRADAS DO
OSCILOSCÓPIO NO MODO «DC».
1.1 INTRODUÇÃO
Na figura 1-a) apresenta-se um circuito divisor de tensão constituído por um gerador de tensão contínua e duas
resistências de igual valor. Por razões que serão óbvias mais adiante, far-se-á R1 = R2 = 2R.
R1 R1 a
a
+ vR1 - + vR1 - +
+ + + +
vS vR2 R2 vS vR2 R2 vab R in
- - - -
-
b
b
a) b)
Sendo as duas resistências da figura 1-a) de igual valor, R1 = R2 = 2R, facilmente se notará que a tensão eléctrica
entre os nós a e b, vab, é dada por:
v
vR2 = S (eq. 1)
2
Contudo, ao ligarmos um equipamento de medida aos nós a-b, a sua resistência interna, Rin, irá afectar o circuito
em análise, pelo que a equação 1 deixará de ser válida. Efectivamente, teremos nestas condições o circuito da
figura 1-b), donde se pode escrever:
v R in
v ab = v R 2 = S (eq. 2a)
2 R + R in
Reparemos, no entanto, que se a resistência interna Rin for consideravelmente maior que R, Rin >> R, então
v
v ab = v R 2 ≈ S (eq. 2b)
2
Nesta primeira parte, analisaremos este circuito que é dimensionado por forma a que a resistência de entrada do
aparelho de medida (o osciloscópio, neste caso) seja muito superior a R, evitando-se, desta forma, o efeito de
«carga» da malha divisora por uma resistência externa.
Comece por verificar a validade da equação 2b para o circuito da figura 1b), com R = 1kΩ e Rin = 100R. Para o
efeito, calcule o erro cometido ao usar a equação 2b em vez da equação 2a:
v a − b (eq.2b) − v a − b (eq.2a )
ε= 100% (eq. 3)
v a − b (eq.2a )
ε =______%
Monte o circuito da figura 1-a) usando para R1 e R2 resistências de 1kΩ, ou seja, R1 = R2 = 1kΩ. O gerador de
tensão vS pode ser substituído por uma fonte de tensão contínua de 12V ou de 15V1.
E Usando um voltímetro, meça as diferenças de potencial aos terminais de cada uma das resistências bem como
aos terminais do gerador de tensão e preencha a 3ª e 4ª colunas da tabela 1. Utilizando o multímetro, meça os
valores das resistências R1 e R2.
C Comente o erro obtido entre os valores previstos (teóricos) e experimentais (medidos). Qual a sua origem? Para
o efeito tenha em atenção a tolerância de fabrico das resistências que utiliza, a resistência não infinita na entrada do
voltímetro, a sua precisão, etc.
1 O valor da tensão a utilizar é dependente do equipamento disponível em cada laboratório. Deverá indicar explicitamente qual
o valor utilizado nestes ensaios.
IST DEEC Mar 2006 Análise de Circuitos 6
1.2.3 E C VERIFICAÇÃO EXPERIMENTAL DA LEI DE KIRCHHOFF DAS TENSÕES
A lei de Kirchhoff das tensões, aplicada ao circuito da figura 1-a) resulta em:
- v S + v R1 + v R 2 = 0 (eq. 4)
Pretende-se, agora, dentro dos erros experimentais, verificar a validade da equação 4. Para o efeito, meça as
diferenças de tensão eléctrica vS, vR1 e vR2, e preencha o espaço que segue.
vS = V vR1= V vR2= V
Repare no circuito da figura 2: trata-se da interligação, através de uma resistência (R4 ), de duas malhas divisoras
de tensão, (vS1, R1, R3) e (vS2, R2, R5), iguais à que foi analisada nas alíneas anteriores.
D E
+ +
vS1 vS2
- C -
1
vA = (2 v S2 + v S1 ) (eq. 5)
6
Nesta demonstração, use o princípio da sobreposição de fontes independentes e circuitos equivalentes de Thévenin.
1º Considere v S1 = 0V
vA' =
vA'' =
Nota: deverá trazer para a sessão de laboratório todos os seus ficheiros de simulação e mostrar ao docente os
seus resultados. Deverá ainda anexar a este relatório impressões dos resultados das suas simulações, conforme é
indicado mais à frente.
Para simular o funcionamento do circuito, crie um ficheiro de texto (sem qualquer tipo de formatação) com a
extensão «.CIR», com as seguintes instruções:
Vs2 2 0 DC 12
*Vs2 2 0 DC 0
.END
* INDICAÇÕES RELEVANTES SOBRE ESTES DISPOSITIVOS
* R 1 3 20K Resistência de 20K ligada aos nós 1 e 3
*Vs1 1 0 DC 5 Fonte de tensão contínua de 5 V ligada do nó 1 (positivo) ao nó 0 (nó de referência)
Verifique a relação entre a designação dos nós da figura 2 (letras A a E) e a usada no ficheiro «.CIR» (números 0 a
4):
A= B= C= D= E=
Analisando o ficheiro de extensão «.OUT», que é criado pelo PSPICE com o mesmo nome do «.CIR», anote o
valor obtido para a tensão do nó 3:
V(3) = vB = V
Repare que, para esta simulação os dois geradores de tensão, vS1 e vS2, se encontram ambos activados.
Troque o comentário (*) da 9ª linha para a 8ª linha por forma a ter agora:
*Vs1 1 0 DC 12
Vs1 1 0 DC 0
Vs2 2 0 DC 12
*Vs2 2 0 DC 0
Está, desta forma a anular o gerador vS1, mantendo o gerador vS2 activado. Registe o novo valor para o potencial no
nó 3 (veja o ficheiro de extensão «.OUT»).
V(3) = vB’ = V
Reponha o comentário na linha 9 e troque o comentário (*) da linha 12 para a linha 11 por forma a ter:
*Vs2 2 0 DC 12
Vs2 2 0 DC 0
Desta forma, está a anular o gerador vS2, activando novamente o gerador vS1. Registe o novo valor para o potencial
no nó 3 (veja o ficheiro de extensão «.OUT»), cuja impressão deve colocar como anexo a seguir a esta página,
escrevendo no cimo à direita -ANEXO 1.3.2:
V(3) = vB’’ = V
C A partir das três simulações anteriores, verifique o teorema da sobreposição e analise a simetria do circuito,
vB = vB’ + vB’’ = V+ V= V
Porquê?
E Monte na sua placa de montagem, o circuito da figura 2, tendo o cuidado de utilizar apenas resistências de
Antes de ligar o seu circuito, certifique-se que não irá curto-circuitar a fonte de alimentação que fornece vS1
e vS2!
ε = _________ %
Nas condições assinaladas preencha as diferentes colunas da tabela 2: a 3ª coluna a partir dos valores obtidos em
1.3.1, a 4ª coluna a partir de 1.3.2. Na 5ª, e última coluna, registe os valores experimentais, obtidos a partir de
medidas efectuadas no circuito agora montado.
Geradores T S E
vS1 (V) vS2 (V) VB teórico (V) VB simulado (V) VB experimental (V)
12 12
0 12
12 0
Tabela 2 - Malha R-2R, verificação do princípio de sobreposição de fontes independentes.
das suas medidas, face aos valores previstos pela teoria e pela simulação.
«0» ↔ 0V
«1» ↔ + 5V
Normalmente, uma conversão D/A de dois bits é insuficiente para aplicações práticas, pelo que se torna necessário
diminuir a granularidade da conversão. No circuito que temos vindo a analisar, é muito fácil efectuar esta expansão.
Assim, na figura 3 apresenta-se um malha conversora D/A de 4 bits.
2R R R R 2R
A
2R 2R 2R 2R
+ + + + saída
vS1 vS2 vS3 vS4
- - - - O
1
vA = (8v S4 + 4v S3 + 2 v S2 + v S1 ) (eq. 6)
24
É, também fácil, por inspecção do circuito da figura 3, entender o porquê da designação de malha R-2R. Em muitas
aplicações, esta malha é parte do subcircuito de conversão D/A. Um inconveniente desta malha, é o facto de a
equação 6 não ser válida senão para uma resistência de carga (entre o nó de referência O e o nó A) infinita (malha
não-carregada). Ou seja, a tensão no nó A depende da resistência de entrada do circuito que se ligue nos nós A-O
(saída). Um modo de ultrapassar este óbice é através da utilização de um amplificador operacional, como se
analisará em 2.4.
Ro
+ +
R
v+ in
+ v + vo
vo in
_ _ _
Av
v- in _
vin = v +- v -
a) b)
R
i1 i1
R + v -
1
_
+ v - v
1 in
+ + +
-
vs vo Rc
_
Um amplificador operacional é dito ideal quando o seu funcionamento linear pode ser descrito pelo modelo
simplificado da figura 4-b) com Rin= ∞ , Ro = 0 e A → ∞. Estas condições correspondem respectivamente a: i) a
Mostre que, ao se considerar o Ampop ideal (Rin= ∞ , Ro = 0 e A → ∞) a tensão de saída vo do circuito da figura 5,
não depende do valor da resistência Rc . Verifique ainda que, nestas condições, o ganho de tensão do circuito da
figura 4 é dado por:
vo R
G=v =-R (eq.7)
s 1
T Mostre ainda que, nas mesmas condições (ampop ideal,) a tensão vin é nula.
Apresente o esquema eléctrico do circuito, com o modelo do Ampop incluído, e determine as equações que
representam vin/vs e vo/vs . Calcule G.
G (A → ∞ )= vin (A → ∞ )=
Simule o funcionamento do circuito da figura 4, usando, para tal, o programa PSPICE. Para o efeito, crie um
ficheiro com a extensão «.CIR» com as seguintes instruções:
X1 0 2 3 AMPOP
R1 2 1 22K
R2 3 2 110K
.TRAN .01M 3M
.PROBE
.END
Da linha 6 à 15 é descrito um subcircuito com um modelo para o amplificador operacional um pouco mais
completo que o da figura 4-b). Desenhe-o no quadro seguinte. Repare que a numeração dos nós do subcircuito
«modelo do ampop» é independente da dos nós do circuito global descrito a partir da linha 16. Desenhe também o
circuito global, usando para o subcircuito «modelo do ampop» o símbolo da figura 4-a). Identifique todos os
componentes, nós, etc.
amplificador inversor. Para o efeito preencha o quadro seguinte. Anexe o resultado da simulação, na página
seguinte a esta, indicando ANEXO 2.2.2.
Porquê amplificador?
vo
Qual o ganho do circuito? G= v =
s
Pode confirmar os valores dados no ficheiro .OUT com as curvas obtidas com o PROBE. Para o efeito tem de
carregar as variáveis que pretende visualizar.
Realize na régua de montagem da sua bancada de trabalho, o circuito da figura 5, usando os seguintes valores para
os componentes: R = 110kΩ, R1 = 22kΩ, Rc = 3,3kΩ.
A ligação do circuito integrado (CI) µA741, o Ampop, é feita de acordo com o diagrama da figura 6.
+Valim +15V
8 7 6 5
741
- +
1 2 3 4 -15V -Valim
As tensões de alimentação positiva e negativa +Valim (pino 7) e -Valim (pino 4) serão, consoante o equipamento
disponível nos Laboratórios de Análise de Circuitos, de + 12V e - 12V ou + 15V e -15V.
Antes de ligar as alimentações, peça ao docente que verifique as ligações que efectuou.
Ligue agora a fonte de alimentação e ligue na entrada do circuito uma tensão sinusoidal de 1 V pico-a-pico (500
mV de amplitude) e de frequência 1 kHz (gerador vs ).
E Observe no osciloscópio as formas de onda das tensões de entrada, vs , e de saída, vo , esboçando-as no quadro
seguinte (não se esqueça de registar as escalas utilizadas: escala horizontal de tempo e escalas verticais para
ambos os canais, assim como o respectivo nível de referência, 0V). Utilize o canal 1 (X) do osciloscópio para
visualizar a tensão vs e o canal 2 (Y) para visualizar a tensão vo .
Escalas
E C Repare que, se retirar a resistência Rc do circuito, a tensão de saída não sofre qualquer alteração.
Porquê?
E Utilize o canal 1 (X) do osciloscópio para visualizar a tensão vs e o canal 2 (Y) para visualizar a tensão vo .
Coloque agora o seu osciloscópio no modo XY e represente de seguida a figura obtida no mostrador do
osciloscópio (característica de transferência vO(vS)). Não se esqueça, mais uma vez, de registar as escalas (neste
Escalas
Ganho =
Qual a tensão no terminal inversor (-) do Ampop (terminal 2 do circuito integrado – ver figura 6)? Meça esta
grandeza com o osciloscópio e com um voltímetro. Comente a experiência efectuada e registe os valores obtidos no
quadro seguinte. Qual dos dois aparelhos deve ser utilizado como aparelho de medida e qual deve ser usado como
aparelho de visualização? Justifique a sua resposta.
Como verificou, a tensão no terminal inversor do Ampop é praticamente nula, apesar de não se encontrar ligada ao
terminal de massa (referência) do circuito. Por este facto, na montagem inversora, a entrada inversora é
E C Aumente a tensão de entrada para 4V de valor máximo (amplitude máxima), mantendo a frequência igual a
1kHz. Observe no osciloscópio as formas de onda das tensões de entrada e de saída, esboçando-as no quadro
seguinte, assinalando as escalas e os níveis de referência (0V) utilizados. Não se esqueça que já retirou o
osciloscópio do modo XY!
Escalas
Deve ter reparado que a forma de onda de saída apresenta certos troços lineares (constantes). Este facto é
consequência da tensão de saída do Ampop deixar de acompanhar a tensão de entrada, assumindo um valor
praticamente constante. Diz-se então que o Ampop se encontra a funcionar num modo não linear, estando saturado
ou a operar na saturação.
Repita no quadro seguinte o esboço da forma de onda da tensão de saída e acrescente a forma de onda da tensão no
terminal (-) do amplificador operacional. Comente o que observa.
Comentário:
E Utilizando novamente o canal 1 (X) do osciloscópio para visualizar a tensão vs e o canal 2 (Y) para visualizar
a tensão vo , coloque novamente o seu osciloscópio no modo XY e represente de seguida a figura obtida
Escalas
Proponha um circuito de 3 entradas (vS1, vS2, vS3), composto por um amplificador operacional e um número de
resistências à sua escolha, que realize a seguinte equação:
y = nº do horário de laboratório
O circuito apresentado em 1.4 (figura 3), constitui uma malha de conversão digital-analógica (D/A) de 4 bits, pelas
razões expostas. Pretendemos agora utilizar um Ampop para obter um circuito de conversão D/A que não apresente
o inconveniente anteriormente apresentado (veja o último parágrafo de 1.4).
T Apresente o circuito eléctrico de um conversor D/A de 3 bits, utilizando um Ampop e uma malha R-2R do tipo
da apresentada em 1.4.
relaciona a saída com as entradas (apresente os passos principais dos cálculos realizados).