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26/04/2020 ESQUIZOFRENIA TEÓRICA: algumas problematizações diante dos neoreformistas e o tempo presente.

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ESQUIZOFRENIA TEÓRICA: algumas


problematizações diante dos neoreformistas e o
tempo presente.
Jean Menezes — Textos
Aug 9, 2016 · 14 min read

Uma versão deste texto foi direcionada aos stalinistas em 2012, especificamente à
Anita Leocádia. Entretanto o debate aqui é categorial e se estende aos neoreformistas,
detidamente, aos militantes do psol, fundamentalmente ao seu programa claramente
reformista!

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26/04/2020 ESQUIZOFRENIA TEÓRICA: algumas problematizações diante dos neoreformistas e o tempo presente.

Não gosto de gastar meu tempo com bate boca de senso comum e achismos e procuro
levar a sério os temas ligados a militância, real, concreta, com fatos e análises
científicas. Não gosto de horóscopo. Por isso o que posso apresentar aqui é uma linha
de raciocínio que normalmente a esquerda preguiçosa não gosta muito porque é
obrigada a pensar de verdade. Mas é o que eu posso neste momento. Espero que todos
leiam, caso não o façam, tratará de apenas mais um elemento de confirmação da
minha metáfora.

O debate aqui é mais amplo e apresento apenas uma parte das minhas preocupações
diante da militância… se meu nome não tivesse sido citado aqui (referente a
publicação de reformistas em uma rede social) , certamente nem me ocuparia deste
tema, neste espaço… mas acho oportuno e sincero. Vamos lá:

O que vejo aqui e em outras partes da internet é o que figurativamente chamarei de


Esquizofrenia teórica. E teoria aqui é o processo cognitivo que se dá a partir do
concreto, do real. Dito isso, continuo (…).

Produzir um texto para internet com determinada acidez e com o caráter de classe
requer a preocupação de não se transformar em produtor de instrumentos para a classe
oposta. Ao se escrever para parte da esquerda, mesmo que o texto seja claramente
direcionado a esta parte, este continua sendo um texto. E como todo texto, está sujeito
a perca de toda pretensão de domínio sobre ele. E é nesta fatalidade que inicialmente
reside uma das preocupações do que vejo aqui.

Não pretendo alimentar os porcos, os vampiros e os lacaios. Mesmo que isso ocorra, é
da mais absoluta importância que se afirme: este texto não faz coro a qualquer
pensamento da classe burguesa e de seus serviçais (pt e pc do b, para ficar com dois
exemplo de hoje). Trata-se de preocupações no âmbito da própria esquerda, fundantes
para a continuação da luta na “Pré-história” que ainda vivemos. E esta luta é toda luta
da classe trabalhadora contra a classe burguesa. Todavia, se o que se escreve aqui for
objeto instrumental dos lacaios da burguesia só estaremos constatando o oportunismo
que marca o papel vampiresco dos intelectuais da burguesia em ação no cotidiano.
Uma vez demarcado esta fatalidade, passo ao que mais nos interessa.

Esquizofrenia é uma psicose que proporciona aos seus portadores a capacidade de


enxergarem coisas que os restantes não enxergam. Precisamente, apenas o psicótico é
capaz de ver o que não existe para os outros, sobretudo porque esta visão é fruto da sua
imaginação, da sua psicose. É importante notar que o esquizofrênico não é

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necessariamente um retardado mental e que esta situação não invalida,


necessariamente, a vida. A grande problemática que se coloca a este psicótico é a
dificuldade, em muitos casos, de conseguir distinguir, ao caracterizar o cotidiano, a
realidade social e “realidade” fruto da sua esquizofrenia.

Sobre a esquizofrenia, o que tudo indica, as ciências vêm cada vez mais avançando na
caracterização desta situação psicótica, o que proporciona aos esquizofrênicos maiores
perspectivas de entendimento sobre o seu comportamento e mesmo uma fração de
respeito social, distanciando o esquizofrênico do preconceito ainda marcante na
sociedade capitalista.

Colocado desta maneira, apresento aqui alguns apontamentos sobre a esquizofrenia


teorica de parte da vanguarda socialista (e aqui estou sendo generoso ao pensar o psol,
pois entendo esta organização como sendo republicana e democrática burguesa…com
setores revolucionários. Claro que esse setor não existe em Rio Preto) que se reivindica
revolucionária e defensora de um programa partidário revolucionário.

Marcadamente, com uma figuração de linguagem, a partir de semelhanças entre a


esquizofrenia objeto de estudo das ciências e a esquizofrenia teórica como objeto de
crítica de outra parte da vanguarda socialista. Não apresento aqui apontamentos
desrespeitosos aos esquizofrênicos dos dois tipos (reais e teóricos figurativos da
esquerda), mas também não escrevo para amaciar o que é duro ou mesmo acariciar o
que é agressivo. Escrevo a partir do que leio por aqui, na mais direta e franca tradição
crítica fundada por Marx e Engels. Assim, se as palavras parecerem pesadas,
acertadamente a serão, mas se parecerem desrespeitosas, e se de fato forem, estou

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disposto a assumir sinceramente o erro das palavras. Mas apenas se forem reais as
acusações de desrespeito!

Parte da vanguarda de esquerda, há tempos, vem sendo atormentada por uma espécie
de esquizofrenia teórica que, na melhor das situações, fragiliza a leitura do tempo
presente diante da constituição do Programa Revolucionário. Refiro-me, hoje
sobretudo, aos militantes do psol no interior da vanguarda de esquerda, mais
especificamente ao setor majoritário desta organização de tendências permanentes.

Esse comportamento psicótico pode ser plenamente identificado em relação às frentes


populares. O apoio aos governos de frente popular é apenas o fenômeno do que
pretendo aqui escrever: o problema da esquizofrenia teórica no interior da esquerda
comunista, com efeito, a parte estalinista desta esquerda.

Sem a pretensão de apresentar uma caracterização única do que é uma frente popular e
o governo de frente popular, é, assim mesmo, necessário apontar algumas
características desta composição que conspira contra a classe trabalhadora e que
arrasta parte da esquerda para o seu universo dissipador da realidade da classe
trabalhadora como o faz o vento com a neblina pantanosa que afoga o ser humano na
mais clara visão daquilo que não existe: a segurança, a claridade e a beleza que não há
na maioria dos pântanos.

A frente popular não é uma manifestação inédita, também não é um fenômeno


homogênio que se possa tratar indiscriminadamente. Isso não impossibilita tratar de
suas linhas gerais, compartilhadas em suas mais diversas manifestações, desde 1936 na
França e Espanha até 2013 no Brasil e Venezuela (para ficarmos apenas com um breve
recorte temporal, por motivos óbvios de um artigo).

León Trotsky, já se manifestava em relação à frente popular na Espanha em seu texto


“Menchevismo e Bolchevismo na Espanha” de 1936:

Seria, no entanto, ingenuidade pensar que, na base da política do Comintern) na


Espanha estivessem alguns “erros” teóricos. O stalinismo não se guia pela teoria
marxista, nem por qualquer teoria que seja, mas, empiricamente, pelos interesses da
burocracia soviética. Entre eles mesmos, os cínicos de Moscou riem-se da “filosofia” da
Frente Popular à la Dimitrov. Eles têm, porém, à sua disposição, para enganar as
massas, numerosos quadros de propagandistas desta fórmula sagrada, sinceros ou
canalhas, ingênuos ou charlatães. Louis Fischer, com sua ignorância e auto-suficiência,
seu estado de espírito de argumentador provinciano organicamente surdo para a
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revolução, é o representante mais repugnante desta confraria pouco atraente. A “união


das forças progressistas”, o “triunfo das idéias da Frente Popular”, o “dano causado
pelos trotskistas à unidade das fileiras antifascistas”… Quem acreditaria que o
Manifesto Comunista foi escrito há 90 anos? (TROTSKY, 1936).

O texto, além de apontar enfaticamente a existência da problemática da burocracia


stalinista (ainda hoje marcante no interior de parte da esquerda), evidencia a crítica de
León em relação e esse fenômeno que nos ocupamos. Trotsky também coloca aqui uma
questão importante que é a estética da crítica sincera no interior da esquerda mundial,
sem poupar palavras que poderiam incomodar ouvidos selados pela esquizofrenia
teórica.

Sobre esse recurso da frente popular, a Liga Internacional dos Trabalhadores, em seu
VIII Congresso Mundial de 2005, apresenta a seguinte consideração:

“Nas teses sobre América Latina dizemos que ‘a combinação de pelo menos quatro
fatores: o atual caráter da crise econômica, a debilidade e crise dos regimes, o Ascenso
do movimento de massas e a crise de direção, fortalece a tendência a construir projetos
de colaboração de classes’. Hoje isso já não é apenas uma tendência: os governos de
Frente Popular são uma realidade da América Latina” (Marxismo Vivo, 2005: 19).

Esta caracterização se mostrou acertada e poderia reafirmar com segurança neste


presente imediato ao observar a conjuntura política no Brasil com o Lulismo, na
Venezuela com o Chavismo e há pouco no Paraguay com o Luguismo (que não deixou
de existir com a queda de Fernando Lugo). Nestes países parte da esquerda
colaboraram com a composição de frente popular, apoiando e se engajando nas
campanhas eleitorais e no cotidiano de luta deformada e contraditória a um programa
revolucionário internacional proletário.

Uma vez constituído estes governos de frente popular, todo o discurso anti-imperialista
se desmorona ao passo que a colaboração de classe envolve a classe burguesa em toda
“governabilidade”, comprovando como é vazia toda crítica que possam apresentar
fenomenicamente à classe trabalhadora. Logo no poder do Estado o governo de Frente
trata de se mostrar para o que veio: conciliação de classes, mediação covarde diante
dos movimentos sociais e sindicais, buscando conter qualquer avanço de organizações
partidárias revolucionárias.

À parte da esquerda utilizada como cabo eleitoral no processo eleitoral, destina-se


algumas migalhas atreladas a tal governabilidade no Estado. Quando não, destina-se
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apenas o discurso de aliados e promessas de reformas, distante de um caráter classista,


internacional e revolucionário, embora insistam em continuar defendendo esses
pontos de luta. O que vemos, facilmente, é a criação de uma caricatura de parte da
esquerda comprometida até o pescoço com os interesses da classe dominante, se
fazendo donas da capacidade de confusão de parte da vanguarda e da classe
trabalhadora. O que em última instância pode sem sombra de dúvidas ser
caracterizado como traição a um programa revolucionário, sobretudo se se trata de
parte da esquerda que se reivindica internacionalista.

Presos a um programa burguês, taticamente desenhado pela burguesia internacional,


terminam por colaborar para a reprodução do capital e para o retardamento da
organização da classe trabalhadora rumo à estratégia revolucionária. Assim, a parte da
vanguarda de esquerda passa a sustentar que “nosso governo” é o “menos pior”; que o
“nosso governo” é o que é possível neste momento da história; que o “nosso governo” é
um governo dos trabalhadores; que a frente popular deu vida ao “nosso governo”!

Por Marx! O que isso significa? Não tenho a resposta única. Entretanto tenho uma
resposta (há que se dar a devida atenção ao artigo indefinido aqui) para esses
fenômenos no interior da esquerda. Esta situação coloca muitos militantes em
posicionamentos brutalmente equivocados com caracterizações que só existem para
eles mesmos e suas organizações reformadas. E as manifestações dessa esquizofrenia
teorica criam, mesmo que não sejam eternas, uma série de incapacidades em parte da
esquerda, acirrando a crise de suas organizações, e, principalmente, provocando grave
confusão na classe trabalhadora. Como León Trotsky ainda coloca no texto já citado:

Estas verdades não são, de modo algum, o fruto de uma análise puramente teórica. Ao
contrário, elas representam a conclusão irrefutável de toda a experiência histórica, ao
menos a partir de 1848. A história moderna das sociedades burguesas está repleta de
frentes populares de todos os tipos, quer dizer, combinações políticas as mais diversas
para enganar os trabalhadores. A experiência espanhola é um novo elo trágico
(TROTSKY, 1936).

Estas incapacidades[1] não devem ser entendidas como eternas, mas podem durar
toda uma vida e a vida dos trabalhadores não está hipotecada pelo reino dos céus, o
que nos coloca a tarefa da crítica sincera aos esquizofrênicos de nosso presente
imediato. Passo assim para o desenvolvimento dos pontos elencados no resumo deste
texto:

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1)- Incapacidade de caracterização diante do próprio Programa que se auto


define como revolucionário. Se determinada organização postula um programa
internacionalista da classe trabalhadora, como pode ser possível a conciliação de
classes? Resposta direta: não pode. Ao postularem este posicionamento se auto-
declaram como traidores do movimento internacionalista, restando o desespero para
sustentar suas falácias com discursos fortemente contraditórios aos interesses da classe
explorada pelo capital. Exemplo claro (e objetivo) disso é o degenerado PC do B, que a
há tempos deixou de se preocupar com um Programa Revolucionário, mesmo que
vomite em suas propagandas (bem timidamente) algo sobre um socialismo
democrático que mais expressa o liberalismo econômico ao lado de uma noção de
democracia amplamente defendido pela burguesia mais reacionária e charlatã que a
história pode nos servir. Como podemos ler:

“O PCdoB quer um Brasil socialista, um país verdadeiramente democrático e soberano.


A conquista deste objetivo estratégico passa pela vitória da linha política aprovada na
sua 9ª Conferência Nacional: atuar pelo êxito do governo Lula na realização das
mudanças.

Desde a posse de Lula, novas forças políticas e sociais estão à frente do governo da
República brasileira. A partir de então elas têm diante de si um difícil desafio: o de
governar um grande país diante da insurgência do grande capital nesses últimos anos.
O novo governo tem a tarefa de superar seus limites para que seja possível a realização
do projeto de mudanças com crescimento da economia, a afirmação da soberania
nacional, valorização do trabalho e distribuição de renda, abrindo assim caminho para
a construção de um novo projeto nacional de desenvolvimento superando as limitações
do governo Lula” (Quem é e o que quer o Partido Comunista do Brasil ,2013).

E ainda:

“Tendo sido uma dos construtores da histórica vitória, os comunistas decidiram apoiar
e participar do governo Lula e integram a sua base de sustentação política. Julgam que
têm a responsabilidade de contribuir para que o governo resgate os compromissos que
assumiu com a nação. Esta é a primeira vez que participam diretamente no ministério
do governo federal e exercem a liderança da bancada do governo na Câmara dos
Deputados” (Ibidem).

A integração à frente popular, inevitavelmente, não corresponde a unidade de ação na


luta pela construção revolucionária junto a classe trabalhadora, pelo contrário,

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representa a capitulação brutal de organizações que possuem inserção na classe


trabalhadora, instrumentalizando suas ações no sentido de convergir com os interesses
da classe burguesa no interior do Estado gerenciador do capital em benefício da classe
dominante. Jamais atendendo os interesses da classe trabalhadora, internacionalmente
explorada e ideologizada por seus cretinos esquizofrênicos que se empenham
verdadeiramente em disseminar o estado psicótico que vivem (muito bem financiados
pelo capital), buscam se sustentar freneticamente junto aos trabalhadores com
propagandas vazias e falsas como se pode ver em cadeia nacional da data de 28.03.
2013.

2)- Incapacidade de um debate sincero diante da vanguarda revolucionária


marxista. O esquizofrênico não pode participar de forma sincera do debate em relação
à construção da direção revolucionária, pois isto lhe custaria assumir o papel de
capituladores o que custaria o afastamento de parte da vanguarda da classe
trabalhadora que ainda acredita nas visões do psicótico teórico. Assim, preferem se
refugiar nas baias do estado que lhe financia para não fazerem nada do que o “patrão”
não deseje. Não há possibilidade do debate sincero pelo fato de já não existir
sinceridade no comportamento desta parte da esquerda. Não há um posicionamento
entre camaradas divergentes, mas sim de cretinos traidores de classe e resistentes anti-
internacionalistas. Nesta situação o que mais repudiam é o debate, pois suas ideologias
não se sustentariam à crítica revolucionária, por isso preferem a caricaturização à
distância da crítica sincera. Preferem os jantares com a burguesia, a aristocracia rural e
o capital financeiro, pois se sentem mais a vontade entre os seus verdadeiros parceiros
de classe. Aterrorizam-se quando se deparam com a crítica anti-esquizofrênica, por isso
se limitam a construção de tautologias para os seus.

3)- Incapacidade de assumir o papel que cabe a vanguarda da classe


trabalhadora. Tomaram um posicionamento de classe que os impedem de levar a cabo
o projeto revolucionário, pois seu papel de condutor não é rumo à revolução e sim a
reforma, mesmo quando não se há reformas[2]. Não podem conduzir a lugar algum
que não seja as contas bancárias do capital financeiro, ao crédito que cada vez mais
aliena a classe trabalhadora. O único papel que assumem é o de charlatões, de gigolôs a
serviço do capital. Provocando a mais violenta confusão entre os militantes que ainda
possam se encontrar nestas fileiras nefastas da frente popular. Por mais que sapateiem,
seus dias não serão eternos, pois a prova da história (assim como todo comportamento
stalinista) o movimento se apresenta preso a múltiplas possibilidades, e, entre elas, o
seu próprio desmascaramento.

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4)- Incapacidade de avançar no diálogo de unidade de ação contra o capital. Os


frentistas populescos não são capazes desta tarefa, mais uma vez, pelo simples fato de
esta não ser sua estratégia. Convergem com a classe burguesa, negam a abolição da
propriedade privada, o internacionalismo proletário. Defendem a democracia
burguesa, não a operária, seu método de ação é o burocratismo, não o centralismo
democrático. Defraudam a melhor tradição marxista ao demolirem os princípios do
materialismo histórico e dialético. Filiam-se a pior tradição socialista, aos capituladores
da Segunda Internacional e aos burocratas degenerados da Terceira Internacional
stalinizada. O capital não é o seu problema, pois seu maior problema são os meios para
sustentarem seus discursos para continuarem galgando o apoio da classe trabalhadora
para os seus patrões: a burguesia. E neste intento, os quartistas sempre serão um
empecilho que deve ser ignorado, caricaturizado, tratorado em nome da coalizão
conciliadora e sua participação nas migalhas do Estado.

5) Imaturidade diante da crítica sincera, “magoando-se”, na maior tradição da


moral judaico-cristã com a inferência direta de seus críticos. Este pondo se
direciona, assim como os demais, a organizações que no seu seio ainda se encontram
militantes que devem ser entendidos como camaradas, sinceros, militantes sérios,
comprometidos com o internacionalismo proletário, entretanto, confusos e
contraditórios por conta da mais absoluta crise de suas direções. Muitos camaradas
fazem a defesa mais ingênua possível da frente de popular, pois também não estão
isentos da psicose disseminada por suas organizações. Com toda sinceridade, este
camarada não foge a regra da esquizofrenia aqui anunciada rapidamente. A crise de
direção revolucionária e a falência da formação política no interior de suas
organizações acabam por gerar em suas fileiras o mais deplorável militante: é aquele
que, ironicamente, não milita. Uma característica forte em boa parte da esquerda de
nosso presente imediato. Este “militante”, normalmente é muito bem intencionado,
mas absolutamente perdido no meio da perdição. Não poderia ser diferente. Aqui a
esquizofrenia teoria se faz gritar para todo mundo ouvir, pois não sabem o que de fato
é uma frente popular, limitam-se ao significado mais imediato das palavras e da
reprodução da mentalidade pequeno-burguesa. Entendendo que a frente popular se
trata da união do povo, das massas, todos juntos rumo a um mundo melhor, mais justo,
mais honesto, mais humano e mais feliz. Nada mais revelador da brutal destruição que
essas organizações conseguem provocar em parte da vanguarda e dos simpatizantes de
um Programa que realmente seja Revolucionário.

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Tratando-se desse último psicótico é memorável algumas situações em que se


apresentam como militantes, como internacionalistas, postuladores do fim da
propriedade privada e das classes, entretanto, quando questionados acerca do
chavismo, do lunismo, do evomoralismo, do luguismo (…) quase vomitam o pâncreas.
Apavoram-se e se refugiam no mais absorto comportamento judaico cristão, despido de
qualquer crítica a este comportamento moral que todos nós somos criados (ao menos
nos últimos milênios). Ficam tristes ao receberem a crítica sincera como nos ensina
Marx e Engels, apelando até mesmo por ficarem de “mal” o que revela a mais absoluta
falta de formação teórica para compreender o papel da crítica entre os revolucionários
bolcheviques.

Essa imaturidade esquizofrênica não pode nos distanciar destes últimos


esquizofrênicos que fiz referência, pois este é a expressão mais fenomênica da
capitulação das organizações pelegas que insistem em falar em nome da classe
trabalhadora, negligentes na formação política de seus militantes e que morrem na
praia do idealismo. Estes camaradas esquizofrenizados teoricamente presos ao mais
vulgar idealismo apresentam-se como parte da síntese de nossas tarefas como
bolcheviques: desenvolver a crítica em todas as instâncias como constitutiva da luta
prática concreta no tempo presente e não apenas como uma manifestação de
diletantismo intelectualizante junto a esta parte da vanguarda equivocada.

Espero, até aqui, ter incomodado os capituladores conciliadores de classes e não ter
desrespeitado os camaradas confundidos por suas organizações já degeneradas ou em
estado de decadência e plena confusão organizativa. Que seja contínuo o debate
sincero entre os camaradas e que se apresente a crítica da crítica, também sem se
esconder nas baias da burocracia e da meritocracia acadêmica. Se o psol ignora esses
elementos, certamente estamos distantes de esperar qualquer coisa desta organização
que esteja fora dos marcos da democracia burguesa repuplicana.

Com a palavra: os frentistas e seus defensores.

[1] Incapacidades no sentido de não conseguir, de ser insuficiente, de não ser capaz e
de não ter competência de distinguir para além do fenômeno.

[2] Uma leitura que colabora com esta questão é o livro publicado pela Editora do
Instituto José Luis e Rosa Sundermann em 2011: “Um reformismo quase sem reformas,
uma crítica marxista do governo Lula em defesa da revolução brasileira” de Valério
Arcary.

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