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GUARATINGUETÁ
2015
1
Guaratinguetá
2015
2
CDU 626/627
3
BANCA EXAMINADORA:
Fevereiro de 2015
4
aos meus pais, irmã, avós e especialmente a minha esposa Fabíola que,
com muito carinho e apoio não mediram esforços para que eu
chegasse até esta etapa da minha vida.
5
AGRADECIMENTOS
Em primeiro lugar agradeço a Deus que me deu saúde, e iluminou meu caminho durante
toda essa jornada. Agradeço também a toda minha família e amigos que a todo tempo me
incentivaram e motivaram a continuar e a superar todas as dificuldades que encontrei no
caminho. De maneira especial meus pais Edison e Luciana que sempre estiveram ao meu lado
incondicionalmente me apoiando e me ajudando em todas as escolhas que tive de fazer
durante esses anos de estudo. E não deixando de agradecer a minha esposa que desde o
começo foi muito paciente e compreensiva e me incentivou a chegar até aqui. Não menos
importante meu orientador Mauricio que sempre com muita boa vontade e paciência me
ajudou a concluir esse trabalho, pois sem ele não seria possível.
6
RESUMO
ABSTRACT
This work studies the most commonly used methods and make comparisons and discussions
of the findings made by each of them and the results provided by them. The objective of this
research was to show that the method of characteristics is currently the most efficient method
to perform these simulations because of its broad scope low simplifications, requirement
allowing to consider every detail of the pipe and fluid. Manual calculations are performed and
also a software capable of calculating this phenomenon for various situations, such as water
pump, elevated tanks, valves and quick maneuver was developed. The software is based on
the method of characteristics that is currently recommended by ABNT. These methods, and
the results are obtained numerically and graphically are adopted pipes and amount of
downstream conditions and in which will be applied. The conclusions reached showed that
the Allievi method is widely used yet because of its efficiency and quick calculation for
simple pipes. The method of characteristics, although a lot of work to be calculated due to the
calculation is iterative process and requires a program to use it, is the only one that allows the
calculation with all amount to the conditions situations and downstream of all the pipe
possibilities found.
LISTA DE FIGURAS
LISTA DE TABELAS
TABELA 1– RESULTADO DOS CÁLCULOS PARA RESERVATÓRIO EM TUBULAÇÃO SIMPLES COM RESERVATÓRIO. .... 39
TABELA 2 – RESULTADOS OBTIDOS PARA A TUBULAÇÃO COMPLEXA EM SÉRIE COM RESERVATÓRIO..................... 40
TABELA 3 – RESULTADOS OBTIDOS PARA A TUBULAÇÃO COMPLEXA EM PARALELO COM RESERVATÓRIO. ............ 43
TABELA 4 – RESULTADO OBTIDO PARA A TUBULAÇÃO SIMPLES COM BOMBA D’ÁGUA. .......................................... 45
TABELA 5 – TABELA COMPARATIVA ENTRE OS MÉTODOS. ..................................................................................... 47
TABELA A-1 – MÓDULO DE YOUNG E COEFICIENTE DE POISSON PARA MATERIAIS DE TUBULAÇÃO. .................. 49
TABELA A-2 – PROPRIEDADES DE VÁRIOS LÍQUIDOS A 25ºC E PRESSÃO ATMOSFÉRICA......................................... 49
TABELA A-3 – DIMENSÕES BÁSICAS DOS TUBOS DE ÁGUA FRIA – SOLDÁVEL – NBR5648. ................................. 49
10
LISTA DE SÍMBOLOS
a Celeridade m/s
aeq Celeridade equivalente para associações de tubulação m/s
B Característica de impedância da tubulação s/m²
BP, BM Constantes conhecidas nas equações de compatibilidade s/m²
+ -
C ,C Nome da equação das características mca
CP, CM Constantes conhecidas nas equações de compatibilidade mca
CT Constante das características físicas da bomba –
D Diâmetro interno da tubulação m
e Espessura da parede do tubo m
E Módulo de elasticidade do material Pa
f Fator de atrito ou fricção –
FH Pressão em função da diminuição da rotação –
FT Equação da variação da rotação –
g Aceleração da gravidade m/s²
h Pressão a montante da tubulação; pressão adimensional mca; –
H Carga instantânea mca
hmax Pressão máxima mca
HR Altura do reservatório; Pressão média de descarga da bomba mca; mca
Ht Carga em função da velocidade mca
Hx Carga em função da distância mca
I Momento polar de inércia kg.m²
i Número da seção da tubulação –
j Quantidade de tubos em série e paralelo no método das características –
K Coeficiente função do módulo de elasticidade 1/Pa
L Comprimento da tubulação m
L1, L2 Equação da continuidade e momento no método das características –
Leq Comprimento equivalente para associações de tubulação m
N Número de divisões na tubulação; Velocidade da motobomba –; rad/s
NR Rotação média da bomba rad/s
P Pressão atmosférica mca
QR Vazão média da bomba m³/s
R Coeficiente de resistência do método das características s²/m5
t Tempo s
12
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................. 13
2. OBJETIVOS .................................................................................................................. 17
6. CONCLUSÃO ............................................................................................................... 46
REFERÊNCIAS ............................................................................................................ 48
ANEXO A ...................................................................................................................... 49
13
1. INTRODUÇÃO
ocorrendo um aumento de pressão sobre a mesma até que essa esteja totalmente fechada e
nesse instante a porção de fluído próxima à válvula estará parada. Porém, devido às
compressibilidades do fluído e dilatações da tubulação existirá ainda uma movimentação
desse fluído desde a montante até que a pressão atinja seu ápice e todo o fluído esteja
totalmente comprimido na tubulação e essa totalmente dilatada. A partir desse instante todo o
fluxo e energia acumulada são novamente convertidos em movimento e o fluxo se dá no
sentindo oposto agora com direção à montante, e o fenômeno se repete até que ocorra
novamente a total estagnação da movimentação do fluído. Nesse instante a pressão dentro da
tubulação é a mais baixa possível, ocasionando na maioria das vezes o esmagamento da
tubulação. A partir daqui o fenômeno se repete, comprimindo novamente toda a linha até a
válvula e ocorrerá então um movimento oscilatório até que todas as dissipações de energia
amorteçam essa movimentação e o fluído esteja completamente parado.
O fenômeno correspondente à variação de velocidade e de pressão da água que ocorre
nas tubulações quando as condições de escoamento são alteradas pela variação da descarga é
definido como Transiente Hidráulico ou popularmente chamado de Golpe de Aríete. Nesse
momento, o regime não mais será permanente e a equação de Bernoulli, não mais poderá ser
aplicada sob sua forma canônica. Portanto toda vez que eventos que alterarem o fluxo de um
fluído em respeito a sua vazão e pressão, como por exemplo, o fechamento de uma válvula,
variações de vazão ou desligamento de uma bomba ocorrer, estará alterando a sua energia
cinética, gerando um fenômeno transiente. Quando é fechada uma comporta ou uma válvula
de extremidade de uma tubulação de usina hidrelétrica, o regime que antes era considerado
permanente se transforma em transiente, e como consequência tem-se transformação de
energia cinética em energia de pressão, alterando totalmente a pressão que atuava antes de
ocorrer o fechamento. Segundo Macintyre (1983, p. 421), “esta sobrepressão que se propaga
sob a forma de ondas de choque é o “golpe de aríete”, um fenômeno transitório ou transiente
hidráulico que é uma ocorrência no escoamento motivada pela variação de uma grandeza
definidora do escoamento.”
Como resultado desse fenômeno, temos uma força de pressão, que por sua vez realiza
um trabalho, que comprime o fluido e por fim deforma a tubulação e outros componentes
presentes no sistema que são atingidas pela onda de choque. (DECKERT & MENEZES,
2013).
Para Camargo (1991), as ondas de choque geradas por esse fenômeno de transiente
hidráulico em função do tempo, tendem a ser amortecidas devido ao atrito interno contra a
15
parede do tubo. Essa pressão pode atingir níveis indesejáveis e causar danos ao duto e aos
dispositivos nele instalados.
Atualmente engenheiros com auxílio da tecnologia muito têm contribuído no
aprofundamento das informações, não somente na hidráulica, mas em diversas áreas do
conhecimento, o que tem possibilitado agregar muito nas informações acumuladas.
Com a possibilidade de se combinar leis físicas, e com auxílio da matemática, dos
procedimentos numéricos, das construções lógicas e do processamento de dados eletrônicos,
hoje em dia as possibilidades de se solucionar problemas de grande complexidade torna mais
realístico o estudo dos fenômenos de escoamento em regime transiente, evitando-se certas
aproximações utilizadas pelos métodos tradicionais de análise hidráulica que, por
simplificações assumem o escoamento em regime permanente, descaracterizando o problema
real.
Resumidamente o transiente hidráulico é um fenômeno que se não for tratado com as
devidas precauções irá afetar toda a rede de transporte de um fluído. A busca por sua
compreensão e a constante investigação por soluções para evitar as suas consequências
catastróficas, levaram a avanços tecnológicos significativos, e acima de tudo com o auxílio da
matemática com soluções por procedimentos numéricos programados computacionalmente
para obtenção de soluções. (CARVALHO, 2011).
Para Izquierdo e Iglesias (2002), computador e modelagem dos sistemas de distribuição
de água é uma real necessidade nas áreas que tratam de fluídos. Com a utilização dessa
tecnologia esses sistemas devem ser otimizados e consequentemente devem aperfeiçoar a
construção de sistemas e obter projetos mais eficientes e seguros.
Os computadores atualmente são bons e rápidos o bastante para rodar programas que
realizem simulações de transientes hidráulicos desde sistemas simples até os mais complexos.
Antes de se construir qualquer planta hidráulica pode-se realizar simulações dos reais riscos a
que esta estará exposta e assim se ter um prévio conhecimento dos problemas que poderão
ocorrer e procurar solucioná-los antes mesmo de se construir o sistema. Independente do
método numérico usado, o modelo utilizado deve ser confiável, eficiente e deve resolver
rapidamente o problema. Dessa forma, o software deve ser validado com resultados
experimentais e ser capaz de compreender várias condições de contorno e finalmente resolver
unificando todas essas situações compreendendo o comportamento de todos esses elementos.
(IZQUIERDO e IGLESIAS, 2002).
No presente estudo, o objetivo foi desenvolver um software em linguagem Delphi no
qual se considere os principais tipos de elementos a montante e os principais elementos a
16
jusante. A resolução das equações diferenciais parciais foi feita pelo método das
características e os resultados são apresentados de forma gráfica. Após esse passo, o mesmo
problema de transiente hidráulico foi resolvido por outros métodos para que posteriormente
pudesse ser comparado com os resultados obtidos pelo software.
O modelo matemático desenvolvido e resolvido numericamente se mostrou bastante
eficiente e atingiu as expectativas propostas. O software é capaz de resolver problemas de
transiente em tubulações simples e complexas com uma motobomba ou reservatório a
montante e com uma válvula ou orifício à jusante.
17
2. OBJETIVOS
Obter os resultados apresentados por cada método e comparar os valores obtidos por
cada um deles quando possível.
Desenvolvimento de um software capaz de calcular pelo método das características o
golpe em sistemas simples e complexos e montar um gráfico do transiente na seção de desejo
da tubulação em função do tempo.
18
Acredita-se que o início dos estudos do fenômeno de golpe de aríete tenha sido em
meados do século XIX, no ano de 1878 por Gustave Michaud. Joukowsky em 1897 teria dado
continuidade ao trabalho de Michaud e fez importantes contribuições em seu trabalho, mas foi
Lorenzo Allievi, que baseado nos estudos desses dois antecessores, quem em 1902 propôs
uma fundamentação teórica das perturbações do fluxo de água em tubos, descartando todas as
possíveis perdas de carga. (CAMARGO, 1991).
O equacionamento por eles proposto é o mostrado abaixo, e será utilizado na seção 4
deste trabalho como um dos métodos apresentados para calcular o fenômeno de transiente
hidráulico. A equação 1 é a equação proposta por Joukowsky.
∙
Eq. (1)
ℎ =
sendo: a: celeridade;
U0: velocidade média do escoamento do fluído na tubulação;
g: aceleração da gravidade no local
Em 1902, Allievi propôs que a celeridade poderia ser calculada em função do diâmetro
da tubulação, espessura dos tubos e material de construção. A celeridade é a variável que
19
=
D: diâmetro da tubulação;
e: espessura do tubo;
E: módulo de elasticidade do material.
2 ∙ ∙
Eq. (3)
ℎ =
∙
20
∙ ∙ ∙ Eq. (4)
= + + + ⋯+
com: = + + .
Esse método também é conhecido por método de Johnson, que deduziu a seguinte
equação e é para ser usada com válvulas à jusante e deve se conhecer o tempo de fechamento
da mesma. (COSTA, SANTOS E LANÇA, 2001).
∙
Eq. (6)
ℎ = ∙
+ 4 ∙ ℎ ∙ + ∙
2 ∙ ℎ ∙
Esse método permite o cálculo direto do golpe, e seu resultado é um limite superior que
pode ser obtido devido ao golpe. Suas restrições quanto ao uso são nítidas, permitindo o
cálculo apenas em tubulações simples e sem alteração no tipo de material.
Ao longo dos anos novos métodos foram surgindo, cada vez mais aprimorados e
trazendo resultados mais confiáveis e considerando fatores que antes eram descartados.
O método a seguir é o das características, atualmente o mais utilizado, e segundo
Camargo (1991), recomendado pela ABNT em projetos de adutoras de água.
Para Wylie e Street (1993), as equações de momento e continuidade formam um par de
equações diferenciais parciais em termos de duas variáveis independentes, velocidade () e
altura () e de duas variáveis independentes, distância ( ) e tempo (). As equações 7 e 8,
são essas em sua forma simplificada.
Eq. (8)
= ! + = 0
Para quaisquer dois valores reais e distintos de λ o resultado será duas equações em
termos das duas variáveis dependentes e . Selecionam-se apropriadamente dois valores
particulares para λ, consegue-se que a equação 9 seja simplificada. Sabe-se que as variáveis
e são ambas dependentes de e , então é possível escrever em função de , obtendo-se:
* *
= + !
* *
Eq. (10)
* *
= + !
* *
Pela análise e comparação da equação 9 com a equação 10, nota-se que se:
Eq. (13)
#=±
* Eq. (14)
= ±
*
baseado na divisão da tubulação em “N” partes pares e iguais, e é calculado o golpe em todas
essas partes, uma a uma em função das seções (∆ = @ ∙ ?) e do tempo (∆ = ∆ @). As
equações 15 e 16 serão integradas a partir de seu limite inferior, com V e H conhecidos partir
de uma condição de contorno para obter seu limite superior definido por ∆ e ∆. O mesmo é
feito para a parte negativa, porém agora a movimentação se dá no sentido contrário. Esses
valores obtidos permitem traçar um gráfico do transiente em qualquer ponto da tubulação, em
função do tempo. São os termos que carregam as propriedades no método das características:
Eq. (19)
A=
B
Tem-se assim duas equações uma que é da característica positiva e outra da negativa, da
i-ésima seção do tubo, serão aplicadas para os coeficientes -D , AD , -E AE , constantes
conhecidas, e que já carregam os termos calculados nas equações 19 e 20.
- / : F = -D − AD GF Eq. (21)
- 6 : F = -E − AE GF Eq. (22)
Por fim elimina-se GF nas equações das características e então obtemos as seguintes
equações:
-D AE + -E AD Eq. (27)
F =
AD + AE
-D − -E Eq. (28)
GF =
AD + AE
CONDIÇÕES DE CONTORNO
− -E Eq. (30)
G =
AE
Para Wylie e Street (1993), as situações de análises mais importantes são devidas a
eventos que envolvem bombas de água. Esses eventos estão na maioria dos casos associados
ao seu acionamento, desligamento, interrupção no fornecimento de energia e a abertura ou
fechamento de válvulas associadas a essas.
O motor da bomba converte energia elétrica em energia mecânica e através de um
impelidor transfere essa energia ao fluído, movimentando-o e fornecendo um aumento de
pressão entre seus bocais de sucção e recalque. A carga fornecida por uma motobomba
centrífuga é dada pela equação 28:
independentes, para vazão e rotação conhecidas, a carga e o torque devem ser obtidos a partir
de suas características. Duas considerações básicas são feitas:
1. A condição de regime permanente não se altera no transiente e mesmo que a vazão e
a rotação mudem com o tempo, poderemos a partir desses valores, determinar a
pressão e o torque.
2. As relações de semelhança para motobombas devem ser válidas.
Como a pretensão da resolução desse problema é por algoritmo computacional, e as
características de turbomáquinas são obtidas a partir de uma curva, Wylie e Street (1993),
relacionaram tais características através da equação 32.
ℎ
RS ( ) =
T +
U
RS ( ) = Eq. (32)
T +
= V + J6
T
S X Y Z
sendo: ℎ = S , U = X , = Y , T = Z , o índice “R” significa médio.
W W W W
com: os valores de B
e B resultados de uma extrapolação realizada na curva das
características de turbomáquinas, oriundo da variável RS ( ). Podem ser expressas por:
B
= RS (^ + 1) − ^B ∆ Eq. (35)
para: ^ = ∆ + 1.
27
*K Eq. (36)
Q = −_
*
`H a
com: _= ;
b
K: velocidade angular;
Lc
L!
: aceleração angular.
?H V T
− T Eq. (37)
U=_ − U
QH 30 ∆
?H V Eq. (38)
-X = _
QH 30 ∙ ∆
[X = U + U
− -X (T
− T) = 0 Eq. (39)
U 6
Eq. (40)
= Rd ( ) = A
+ A $V + J %
T + T
para: A
e A encontrados de forma análoga ao B
e B . Combinando as equações 38 e 39,
obtém-se a equação da variação da rotação em função de T e .
Eq. (41)
[X = (T + ) eA
+ A $V + J6 %f + U
− -X (T
− T) = 0
T
Válvula à jusante
Toda manobra de válvula, por mais rápida que seja, precisará de um mínimo de tempo
para acontecer. Equações de posição de válvula em função do tempo podem ser usadas para
descrever esse fenômeno e embutido nos cálculos as várias posições possíveis que essa poderá
assumir com sua respectiva perda de carga. A equação a seguir representa a relação de
fechamento de uma válvula desse tipo em função do tempo.
jk Eq. (42)
] = ]F − g]F − ] h
i
paralelo. As equações que seguem são as mesmas apresentadas nessa seção 3.3, porém
reajustadas para esse tipo de montagem. É valido ressaltar que apenas sofrerão alterações as
equações que são referentes às propriedades da tubulação e fluído.
⎝ ⎠
sendo que: o sufixo “e” indica equivalente, e “j” a j-esima associação da tubulação.
30
O problema nos fornece a maioria dos dados necessários para o cálculo do golpe por
esse método. Porém deve-se determinar ainda a velocidade média do fluído na tubulação,
celeridade e coeficiente K. O presente método fornece o valor máximo que poderá atingir o
golpe.
Primeiramente considerando que o regime de escoamento da figura 2 é permanente e
aplicando-se a equação de Bernoulli para conservação da energia incluindo-se as perdas de
carga, avaliadas pela equação proposta por Darcy-Weisbach, determina-se a velocidade na
saída da tubulação.
Equação da Conservação da Energia:
sendo: P: Pressão;
V: Velocidade do escoamento;
Z: Altura Piezométrica;
hf: Perda de carga na tubulação.
Eq. (46)
ℎ" = "
2
Sabe-se que:
{ = { = 0 O = 0
~aa
~aa
9,81 ∙ 80 =
+ 0,016
,
→ = 3,49/I
48,3 + 10
Do anexo A, e das tabelas A-1 e A-3, obtém-se respectivamente:
D~ = 0,5{
Z
= 6,1
Substituindo em (2), obtém-se:
= → = 510,44/I
,
,/
,× ,
∙
,
∙
,
= 300 + + → = 2023,56
,
,
mudança. Para fins de comparação considerar-se-á na sequência dos cálculos que é o material
da tubulação equivalente possui as propriedades do aço.
Do anexo A tabela A-1, obtemos ç = 207{. Por conseguinte a celeridade
calculada de acordo com a equação 2 é, = 1318,83/I.
Para essa nova tubulação o tempo crítico de fechamento será:
2 2 ∙ 2023,56
= = = 3,07I
1318,83
O tempo de fechamento é de 1,5s, ainda está abaixo do tempo crítico e a equação a ser
utilizada é a de Joukowsky:
1318,83 ∙ 4,61
ℎ = = 619,8
9,81
O valor obtido é quase 8 vezes superior a pressão nominal do sistema.
Como pode ser observado, o método de Johnson calcula o golpe por apenas uma
equação e não leva em consideração o material do tubo e nem o tipo de fluído. Substituindo
os valores do problema na equação 6, chega-se a:
800 ∙ 3,49
ℎ = $800 ∙ 3,49 + 4 ∙ 9,81 ∙ 80 ∙ 1,5 + 800 ∙ 3,49 %
2 ∙ 49,81 ∙ 80 ∙ 1,5
= 519,33
Como se pode notar o valor de pico do golpe é de aproximadamente 6,5 vezes a pressão
em regime estacionário.
Por ser um método mais sofisticado e elaborado, os cálculos também são mais
trabalhosos e praticamente inviáveis de serem realizados manualmente. Por esse motivo foi
desenvolvido um software, que permite que o usuário calcule o golpe nas principais
tubulações para os fluídos mais utilizados.
35
O software foi desenvolvido na linguagem Delphi, pois esse cria uma interface bastante
amigável com o usuário, roda em sistema Windows, e consegue criar resultados gráficos com
bastante facilidade e eficiência.
O programa permite que o usuário escolha o tipo de condição à montante, se bomba ou
reservatório, e para reservatório podemos calcular o golpe em tubulações simples e
complexas. Os resultados obtidos são trazidos em forma gráfica e numérica, o usuário pode
escolher o número de divisões que será feita na tubulação e o gráfico do transiente na seção
desejada. O programa traz também o valor máximo do golpe, que permitirá realizar as
comparações com os outros métodos.
O equacionamento utilizado pelo programa é o apresentado na seção 3.3 deste trabalho,
e foi baseado em rotinas desenvolvidas por Wylie e Street (1993).
A figura 4 mostra a tela inicial do programa. Esta é a sua principal tela e nela serão
feitas as seleções dos tipos de sistema, tipo de tubulação, fluído e condições de contorno. O
programa é autoexplicativo, basta o usuário preencher corretamente com os dados solicitados
e clicar no botão “Calcular” que aparecerá quando todos os dados já estiverem preenchidos.
Quando clicado nesse botão, uma nova janela irá se abrir com os resultados. Os
resultados como já dito anteriormente vem expresso em um gráfico e em um campo ao lado
do gráfico é possível observar o valor máximo do transiente. A figura 6 mostra esta tela do
software.
O programa é capaz de calcular o golpe em tubulações complexas, para a qual o usuário
poderá entrar com 10 tubulações em paralelo, e para cada tubulação em paralelo poderão
existir até 10 tubulações em série, totalizando 100 diferentes possibilidades. Como nesse caso
o golpe é calculado individualmente para cada tubulação diferente, na janela de resultados
existirá um botão onde o usuário poderá variar as tubulações, e o programa mostrará qual é a
tubulação que está sendo exibida.
36
A figura 7 mostra o programa com os valores preenchidos para motobomba com válvula
de retenção em sua saída.
Esse é o software desenvolvido para realização dos cálculos pelo método das
características. Na seção seguinte serão apresentados os resultados obtidos pelo software e
manualmente pelos outros métodos quando possível.
39
5. RESULTADOS E DISCUSSÕES
Nesta seção, serão ilustrados os resultados obtidos em cada método e serão realizadas as
comparações e as discussões sobre as considerações feitas por cada método.
Tabela 1– Resultado dos cálculos para reservatório em tubulação simples com reservatório.
MÉTODO PRESSÃO MÁXIMA NO TRANSIENTE
Michaud, Joukowsky, Allievi 181,6 mca
Johnson 519,3 mca
Características 212,6 mca
resultado o mais próximo do real possível, ao contrário do outro método que transforma toda
a tubulação em uma tubulação equivalente e as mudanças de material são desprezadas.
Abaixo na tabela 2 estão os valores obtidos para ambos os métodos:
ASSOCIAÇÃO EM PARALELO
Para se demonstrar todos os recursos do programa, foi feita uma simulação para
tubulação em paralelo, saindo de uma caixa de querosene a altura H = 150m. Saem dessa
caixa duas tubulações em paralelo, uma de concreto, com comprimento L = 200m, diâmetro
D = 250mm, espessura e = 30mm e fator de fricção f = 0,06, e outra de polietileno, de
dimensões: L = 50m, D = 100mm, e = 8 e f = 0,012. O resultado obtido é visto nas figuras 11
para o concreto e figura 12 para o polietileno.
Não são feitas comparações nesse problema, pois os outros métodos não permitem
associação de tubulação em paralelo.
Observa-se para essa associação, a grande diferença que faz o material do tubo na
propagação das ondas. Para o tubo de concreto que possui baixíssima elasticidade, o pico de
pressão é bem maior, porém o intervalo em que esses ocorrem também são maiores e há uma
atenuação maior entre um intervalo e outro. O mesmo não ocorre com o polietileno, por ser
um material mais elástico esse absorve boa parte do pico de pressão, sendo nessa tubulação o
pico muito menor que na de concreto (cerca de 40% menor), todavia esse tubo tem seu
comportamento parecido ao de uma mola e a atenuação das ondas de choque são bem
pequenas e o seu período oscilatório muito curto.
44
se que o fluxo está quase zerado e é nesse momento que ocorre o fechamento da válvula,
momento o qual a pressão começa a se elevar devido a esse fechamento. A válvula se fecha
quase totalmente no tempo de 1,5 segundos, criando uma onda de pressão, porém por não
estar totalmente fechada ainda devido a uma movimentação da bomba e fluído, essa pressão
não atinge um máximo, cresce levemente até que a vazão cesse e a válvula esteja totalmente
fechada. Nesse momento há o maior pico de pressão e a partir desse instante o fenômeno
transitório está ocorrendo e ondas de pressão geradas se propagam até que sejam totalmente
absorvidas pela própria compressibilidade do fluído, dilatação e atrito da tubulação.
A tabela 4, mostra o resultado obtido para motobomba calculado a partir do método das
características.
6. CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
COSTA, T.; SANTOS, D.; LANÇA R. Choque Hidráulico (Golpe de Aríete). Universidade
do Algarve, Faro-Portugal, 2001.
ANEXO A
Tabela A-3 – Dimensões Básicas dos Tubos de Água Fria – Soldável – NBR5648.
DN – Diâmetro DE – Diâmetro Diâmetro Externo Espessura
Nominal Externo Médio
15 20 20,0 1,5
20 25 25,0 1,7
25 32 32,0 2,1
32 40 40,0 2,4
40 50 50,0 3,0
50 60 60,0 3,3
65 75 75,0 4,2
75 85 85,0 4,7
100 110 110,0 6,1
Fonte: (Catálogo de Produtos Predial Amanco, 2014).