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Os Maias - Cap. III e IV - a Heridatariedade, a Educação e o Meio

 
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Autores: Mariana Martins, Débora Azeitona e Liliana Falcato
  Diagnosticar Problemas de Ligação Escola Secundária Stuart de Carvalhais
Data de Publicação: 20/06/2005
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Os Maias - Cap. III e IV - a Heridatariedade, a Educação e o Meio

Índice 
Desenvolvimento
Resumo dos capítulos III e IV
Confronto entre a educação tradicional de Eusebiozinho e a educação à inglesa de Carlos da Maia
Caracterização da burguesia provinciana da Santa Olávia
Caracterização física e psicológica de Carlos da Maia e João da Ega
A influência da hereditariedade, da educação e do meio no carácter e no comportamento de Carlos
Bibliografia

Desenvolvimento

Resumo dos capítulos III e IV

Capítulo III
Este capítulo inicia-se com a chegada de Vilaça a Santa Olávia, onde é recebido com muita alegria. Vê então Carlos da
Maia maior e mais esplendoroso. Vilaça toma conhecimento da rígida educação de Carlos e logo se opõe a tal.
Entretanto todos jantam, e Carlos faz notar todas as suas capacidades ensinadas por Brown. No fim do jantar, vão para a
varanda tomar café, onde o assunto de conversa é a educação de Carlos, em que tanto Brown como Afonso a defendem,
e Vilaça e o abade Custódio se opõem. Por fim, chegam também as senhoras com o Eusebiozinho e a noiva de Carlos.
Durante esta presença, há um contraste entre a educação à inglesa de Carlos e a educação tradicional de Eusebiozinho,
que é notório ao longo de todo o episódio. Após o jantar e a retirada de todos, Vilaça e Afonso conversam no escritório,
e Afonso recebe noticias sobre Maria Monforte e sua derradeira vida. Afonso decide então que irá pedir que lhe dêem
notícias mais pormenorizadas acerca dela, do seu paradeiro actual e sobre sua neta.
Após uns dias Vilaça abandona Santa Olávia e regressa a Lisboa. Entretanto promete voltar, mas acontece uma
desgraça, e Vilaça acaba por morrer, instalando-se assim um ambiente de tristeza e luto em Santa Olávia. O capítulo
termina, já com o primeiro exame fantástico de Carlos e seu festejo.

Capítulo IV
Neste capítulo, Carlos opta pelo curso de Medicina para o seu futuro. O avô compra-lhe uma casa em Coimbra, onde
faz os seus serões com os amigos. É também em Coimbra que Carlos vai viver os seus primeiros amores, com a
Espanhola e com Hermengarda. Após terminar o seu curso Carlos parte para Inglaterra, onde vai ter ideias para o seu
futuro. Quando volta para junto de seu avó, Carlos abre um consultório médico no Rossio, e monta um laboratório. O
seu eterno amigo Ega, também já está em Lisboa, e valoriza muito a ideia de Carlos, como adora o seu consultório.
Entretanto, pensam em reunir a sociedade lisboeta no Ramalhete, e pensam quem iram convidar para os seus serões de
como irão passar os mesmos. O capítulo termina com a notícia de Ega a Carlos, de seu livro, “As memórias de um
átomo”.

Confronto entre a educação tradicional  e a educação à inglesa


Confronto entre a educação tradicional de Eusebiozinho e a educação à inglesa de Carlos da Maia:
Carlos da Maia – à Inglesa Eusebiozinho – Tradicional
Pedagogo Inglês – Brown Pedagogo Português – Abade Custódio

Contacto com a Natureza Permanecia em casa


“... Correr, cair, trepar às árvores, molhar-se, “... Passava os dias nas saias da titi...” (pág.78)
apanhar soalheiras, como um filho de
caseiro...” (pág.57)
Aprendizagem de línguas vivas: Inglês Aprendizagem de línguas mortas: Latim
“... Mostrou-lhe o neto que palrava inglês com o “...a instrução para uma criança não é recitar
Brown...” Tityre, tu patulae recubans...”
Brincadeiras e divertimento Contacto com velhos livros
“Estou cansado, governei quatro “... Admirar as pinturas de um enorme e rico
cavalos...” (pág.73) volume, «Os costumes de todos os povos do
Universo»...” (pág.69)
Rigor, método e ordem Super protecção
“...tinha sido educado com uma vara de ferro!...”, “...levava ao colo o Eusebiozinho, que parecia
“...não tinha a criança cinco anos já dormia num um fardo escuro, abafado em mantas, com um
quarto só, sem lamparina...” (pág.57) xale amarrado na cabeça...” (pág.76), “...nunca o
lavavam para o não constiparem...” (pág.78)
Valorização da criatividade e juízo crítico Valorização da memorização
“...Que memória! Que memória... É um
prodígio!...” (pág.76)
Submissão da vontade ao dever Suborno da vontade pela chantagem afectiva
“...Ainda é muito cedo, Brown, hoje é festa, não me “...e a mamã prometeu-lhe que, se dissesse os
vou deitar!... Carlos tenha a bondade de marchar já versinhos, dormia essa noite com ela...” (pág. 76)
para a cama!” (pág.73)
Desprezo da Cartilha e do conhecimento teórico Estudo da Cartilha
“... É saber factos, noções, coisas úteis, coisas “...a decorar versos, páginas inteiras do
práticas...” (pág.63) «Catecismo de Perseverança»...” (pág.78)
“...e pedira-lhe que lhe dissesse o Acto de
Contrição. ... Que nunca em tal ouvira
falar...” (pág.67)
Exercício físico: ginástica ao ar livre Débil na sua saúde e não tinha actividade
“...a remar, Sr. Vilaça, como um barqueiro! Sem contar física
o trapézio, e as habilidades de palhaço...” (pág.58) “...Não tem saúde para essas
cavaladas...” (pág.73)

Como consequência dessa educação

Carlos Eusebiozinho

Conhecimento prático Conhecimento teórico

Aprendizagens de línguas vivas: Inglês Aprendizagem de línguas mortas: Latim

Formatura em Medicina Bacharlato em Direito

Abertura, convivência e tolerância Isolamento e intolerância

Quem apoiava essa educação: Quem apoiava essa educação:

- Afonso da Maia - Vilaça


- Brown - As Senhoras
- Abade Custódio
Quem era contra essa educação: Quem era contra essa educação:

- Vilaça - Afonso da Maia


- As Senhoras - Brown
- Abade Custódio

Caracterização da Burguesia provinciana de Santa Olávia


Burguesia provinciana de Santa Olávia » Era uma sociedade fútil, sem cultura, que se preocupava demasiado com as
crianças, com a vida alheia, fazendo da mesma tema das conversas, e sobretudo, valorizavam a educação Tradicional
Portuguesa.
 As personagens que representam essa mesma burguesia, são:
A titi e a mamã de Eusebiozinho, que representavam as senhoras da época, que não trabalhavam, só cuidavam
das crianças e eram senhoras sem cultura e interesses sociais;
Eusebiozinho, que representava a educação retrógrada Portuguesa, e sua influência no carácter das pessoas.
 
Para caracterizar essa mesma burguesia Eça vai recorrer à utilização de uma linguagem específica:
Linguagem familiar;
Rica em diminutivos; “perninhas flácidas...”,”dissesse os versinhos...”,”mãozinhas pendentes...”,”pregados na
titi...”
Ironia;”...-Mas é muito esperto, minha rica senhora! – acudiu Vilaça. -É possível – respondeu secamente a
inteligente Silveira...”
Caricatura.

 
Caracterização física e psicológica de Carlos da Maia e João da Ega

Carlos da Maia:

§  Protagonista

§  Filho de Pedro da Maia e Maria Monforte

§  Após do suicido do pai foi viver com o avô em Santa Olávia

§  Educação britânica

§  Tirou em Coimbra um curso de medicina

§  Interessa-se por medicina, literatura, cavalos, armas e bricabraque

§  Superioridade e distância em relação ao meio lisboeta, traduzido pela ironia

§  Auto marginalização em relação à sociedade

§  Fisicamente atraente: formoso, alto, bem feito, ombros largos, cabelos pretos, olhos de negro líquido

§  Culto da imagem, atitude de dândi

§  Cosmopolita, sensual, luxuoso, diletantismo

§  Projectos não cumpridos

§  Paixões: Gouvarinho e Maria Eduarda

João da Ega:

§ Amigo inseparável de Carlos

§ Papel de confidente

§ Trazia Carlos de volta à realidade, nos momentos mais difíceis e mais dolorosos amparava-o e ajudava-o não só em
termos práticos como também em termos espirituais

§ Grande cumplicidade com Carlos devido à afinidade em termos culturais e mentais

§ Andava-se formando em Direito

§ Ateu e demagogo

§ Estatura fraca e esguia

§ Considerado excêntrico, demolidor, enérgico da politica e da sociedade

§ Possuía “faísca, rasgo, estilo e coração”

§ “Um romântico e sentimental, um desses indivíduos inferiores que governam a vida pelo sentimento e não pela
razão”

§ Crítico acérrimo da sociedade burguesa


§ “Quer” a revolução

§ Projectos não cumpridos: A revista, livro, e peça de teatro

§ Paixão por Raquel Cohen

§ Defensor do Realismo/ Naturalismo

§ Ateu e demagogo

Influência da hereditariedade, da educação e do meio no carácter e no comportamento de Carlos

Pedro da Maia Carlos da Maia


Vida dissoluta Vida dissoluta
Encontro fortuito com Maria Monforte Encontro fortuito com Maria Eduarda
Paixão por ela Paixão por ela
Pedro procura um encontro com Maria Carlos procura um encontro com Maria
Encontro através de Alencar Encontro através de Dâmaso
Elemento de oposição ao romance: ela ser uma Elemento de oposição ao romance: ela ser a
negreira (oposição real de Afonso) amante (oposição real de Afonso)
Encontros e Casamento Encontros e relações
Vida de casados: viagem ao estrangeiro, vida Vida de relações: viagem ao estrangeiro e
social em Arroios, nascimentos dos filhos casamentos adiados, vida social na Toca
Retardamento do encontro com Afonso Retardamento por causa de Afonso
Elemento desencadeador do drama: o Napolitano Elemento desencadeador do drama: Guimarães
Infidelidade e fuga de Maria – reacções atónicas
Descoberta do incesto – reacções de Carlos
de Pedro
O Drama instala-se A iminência da Tragédia
Regresso de Pedro ao Ramalhete, diálogo com Encontro de Carlos com Afonso, mudo, sem
Afonso e suicídio de Pedro diálogo, e motivação para o suicídio de Carlos
Motivação para a morte de Afonso Morte de Afonso

 
A partir da análise deste quadro, em que estão dispostas as evoluções da vida de Pedro e Carlos da Maia, podemos
observar que tanto Pedro como Carlos falharam na sua vida, não cumpriram os seus desejos e sonhos, os seus projectos
e não ficaram com o seu amor. Assim podemos dizer que apesar das diferentes educações, a de Pedro valorizando a
aprendizagem teórica e de línguas mortas, a de Carlos valorizando o saber prático e o bem-estar físico, estas não
alteraram o comportamento de Carlos em relação à vida que o diferencia de Pedro.
Podemos também observar que Carlos herdou as características do pai, a fraqueza e cobardia, e as características da
mãe, a vida boémia, o egoísmo e futilidade. Estas características alteram o comportamento de Carlos na sua vida, este
reage como o pai às situações complicadas que lhe aparecem, não tendo reacção, ficando atónico e fraquejando, e
também tem uma vida boémia como a mãe, cheia de serões, festas e jantares com os amigos, era fútil nas suas decisões e
talvez um pouco egoísta.
Mas estas características herdadas não são suficientes para explicar as reacções e evolução da vida de Carlos. A
principal influência que Carlos teve foi, a influência do meio em que este estava inserido. Meio este que era o mesmo em
que seu pai estivera também inserido, explicando assim o fraquejar dos dois. Podemos concluir então que a influência
da sociedade fútil, sem estímulos, de luxos e vida boémia, vai ser superior a qualquer factor no comportamento de
Carlos, superior à educação sobretudo.
Concluímos então que a influência do meio, apesar de educações diferentes, de caracteres diferentes, é sempre superior
e imponente, criando assim, pessoas fracas, sem reacção, boémias e muito luxuosas.

Bibliografia

§    CABRAL, Avelino Soares (coord.), O Realismo, Eça de Queirós e os Maias, Mem Martins, Edições Sebenta, 1996
§    QUEIRÓS, Eça, Os Maias, Lisboa, Edição “Livros do Brasil”, s.d.
§    VIEIRA, José; GUERRA, João, Aula Viva, Português – B 11º Ano, Porto, Porto Editora, 1994
§    LANÇA, Gabriela; JACINTO, Conceição, Colecção Estudar Português Os Maias Eça de Queirós, Porto, Porto Editora

Mariana Martins, Débora Azeitona e Liliana Falcato

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