Você está na página 1de 125

Aula 03

Química p/ MAPA (Técnico de Laboratório)


Professor: Wagner Bertolini

03978477343 - EUSTAQUIO DE SOUSA MENDES JUNIOR


Química para MAPA, cargo: Técnico de Laboratório
Teoria e exercícios
Prof. WAGNER LUIZ – Aula 03

AULA 03: Química Analítica


SUMÁRIO PÁGINA
“Conversa” com o concursando 01
Análise Química 04
Questões propostas 97

Observação importante: Este curso é protegido por direitos autorais


(copyright), nos termos da Lei 9.610/98, que altera, atualiza e consolida a
legislação sobre direitos autorais e dá outras providências.
Grupos de rateio e pirataria são clandestinos, violam a lei e prejudicam os
professores que elaboram os cursos. Valorize o trabalho de nossa equipe
adquirindo os cursos honestamente através do site Estratégia Concursos ;-)

“Conversa” com o concursando

Olá meus queridos alunos.


Nesta aula de hoje teremos um bate papo importante.
Gostaria de fazer observações gerais antes de você estudar a aula deste módulo.
O edital do concurso é bem geral quanto ao conteúdo, pois, não especifica o que
03978477343

pode cair em que profundidade. Por exemplo: considero que quando o edital
menciona “Noções gerais” no seu texto ele pretende cobrar um conhecimento geral
do assunto, das técnicas analíticas no nosso caso.
No edital não é mencionada esta especificação. E o que pode acontecer?
Teoricamente podem pedir na prova um conhecimento mais aprofundado ou
específico.
Mas, tem outro aspecto: o concurso neste cargo é para ensino médio. Mas, no
ensino médio sequer tem a maioria dos assuntos relacionados.

Prof. Wagner Luiz www.estrategiaconcursos.com.br Página 1 de 124

03978477343 - EUSTAQUIO DE SOUSA MENDES JUNIOR


Química para MAPA, cargo: Técnico de Laboratório
Teoria e exercícios
Prof. WAGNER LUIZ – Aula 03
Portanto, observa-se que estamos numa situação incompatível para ensino médio.
Como você vai estudar, por exemplo, espectroscopia no ensino médio? Sou
professor de ensino médio há 23 anos e NUNCA vi nada, absolutamente nada a
respeito em nenhum material didático, mesmo os mais completos e mais exigentes
(como cursinhos preparatórios para o ITA).
Já encontrei raras vezes explicações superficiais sobre cromatografia em papel
(que, cá entre nós, é ridículo quanto ao que se desenvolve em um laboratório).
Então, tomei a decisão de preparar um material mais completo, com teoria mais
aprofundada e exercícios todos gabaritados para evitar perder tempo enviando
mensagens no fórum para sanar sua dúvida (claro que você poderá fazer isto, em
caso de dúvida).
Este conteúdo eu montei baseado em livros didáticos direcionados a ensino
superior. Praticamente todas as figuras são destes livros ou sites da internet, onde
fiz buscas para melhor ilustrar o assunto. Não é um conteúdo básico. Você
perceberá que em muitos casos teremos uma linguagem menos coloquial.
Estou fazendo este preambulo com vocês para evitar o que acredito que será (ou
seria) uma reação básica: ler o material, achar muito difícil, não entender nada ou
quase nada. Dar um desespero, encher o fórum de dúvidas e perder a concentração
nos seus estudos.
Então, vou passar algumas considerações pessoais, em função de minhas
experiências como professor.
Vamos a elas:
- Você nem deve se desesperar porque este tópico é um dos muitos que cairão na
prova. Ou seja: poucas questões deste assunto aparecerão na prova. Poucos,
03978477343

mesmo. Porque tem muita coisa para ser questionado dos outros vários assuntos
- sempre cai tópico básico dos assuntos. E há uma grande chance de ocorrer isto
nesta prova, em função de ser destinada a ensino médio.
- você deve ter ideia do que é a química analítica. Quais seus objetivos e suas
finalidades.
Gravimetria
- é o assunto mais simples, mais fácil de entender. O que saber? A características
do processo para se obter o precipitado, cálculos a serem desenvolvidos (coisa
simples).
Titulometria

Prof. Wagner Luiz www.estrategiaconcursos.com.br Página 2 de 124

03978477343 - EUSTAQUIO DE SOUSA MENDES JUNIOR


Química para MAPA, cargo: Técnico de Laboratório
Teoria e exercícios
Prof. WAGNER LUIZ – Aula 03
- também um assunto fácil, com mais informações que a gravimetria.
- Coloquei vários exercícios resolvidos para você saber fazer os cálculos com
facilidade.
-preste atenção aos seguintes itens: quais os tipos de titulometria; característica de
cada tipo; o que é solução padronizada; o que é padrão primário e suas
características desejáveis; preparo de soluções (que creio ser uma das principais
atribuições do técnico) e alguns indicadores mais comuns na titulometria (EDTA,
EDTA, EDTA e algum outro).
- diferencie as curvas de neutralização entre ácidos e bases (sejam estes fortes e/ou
fracos) quanto ao ponto de equivalência.
Métodos espectrofotométricos
- aqui começa a parte mais complicada. Assuntos que você provavelmente nunca
viu ou quase nada viu no ensino médio (podemos ter candidatos com ensino
superior prestando a prova e ele já deve ter visto estas técnicas. Mas, pode não
saber nada sobre elas. Só especulação de minha parte).
- você deve saber o princípio básico de cada técnica. Principalmente UV-visível, a
equação de Lambert-Beer (esta deve cair, provavelmente. Por isto, coloquei várias
questões sobre cálculos desta parte).
- memorize razoavelmente o espectro das radiações. Tem boa chance de cair.
Principalmente a relação entre frequência, comprimento de onda e energia.
- veja o que é um cromóforo.
Infravermelho
- aqui acho que é o assunto mais complicado. Não que seja muito difícil. Mas você
precisaria ter um conteúdo e tempo muito, muito maiores para estudar do que se
03978477343

tem na nossa realidade.


- Neste assunto sugiro que você entenda as alterações que ocorrem na molécula,
os estiramentos, etc e a notícia pior: decorar algumas funções orgânicas e suas
bandas características. Mas, se achar complicado daria um conselho não como
professor, mas pensando como concurseiro: dê uma lida e, se achar muito
complicado, parta pra outra.
- este assunto cai pouco, mas geralmente cobram banda da carbonila.
Absorção atômica
- assunto simples do ponto de vista teórico. Vale a pena dedicar um tempo na
técnica.

Prof. Wagner Luiz www.estrategiaconcursos.com.br Página 3 de 124

03978477343 - EUSTAQUIO DE SOUSA MENDES JUNIOR


Química para MAPA, cargo: Técnico de Laboratório
Teoria e exercícios
Prof. WAGNER LUIZ – Aula 03
Bem pessoal, busquei fazer uma aula que será mais pesada do que deveria, em
função do edital não especificar o que se pretende destas técnicas.
Alguns assuntos que estavam programados para esta aula eu não coloquei aqui
porque ficaria uma aula muito grande. Mas já estão prontos e seguirão na próxima
aula.
Por falar em próxima aula ela já está bem próxima de ser finalizada e buscarei
antecipar ao máximo possível a entrega, para que você tenha um tempo maior para
estudar.
Fiz um levantamento de várias provas atuais e, se der tempo, colocarei mais
questões gabaritadas sobre o que se pede nas provas de técnico.
Bons estudos.
Estou sempre à sua disposição.
Ah! Para agilizar as dúvidas no fórum, informe a questão e página. Fica mais fácil e
rápido tanto para eu localizar, como para você receber a resposta.
A próxima aula terá um conteúdo mais fácil e mais frequente nas provas: noções de
laboratório, cromatografia. Então, vamos aguardar e estudar muito.
Força agora, meus queridos. A prova está chegando. Dedicação total. Raça !
Então, é isto. Bons estudos.

AULA 03: Química Analítica. Parte 1.

PRINCÍPIOS BÁSICOS DA ANÁLISE QUÍMICA


Este tópico eu deixei para o final. O motivo desta opção é bem simples: é o único
tópico em que você precisará recorrer a vários conhecimentos de graduação. É o
tópico que exige um prévio conhecimento em análises químicas em diversos
03978477343

aspectos.
Como muitos candidatos deste concurso podem não ter graduação em química ou
farmácia, (porque, apesar do concurso ser destinado a ensino médio, nada impedirá
que uma pessoa com graduação preste o concurso, correto?) provavelmente
poderão desconhecer o que será aqui explanado de uma maneira bem objetiva e
prática, pois, são temas muito complexos e longos.
Este material foi montado baseado em diversos livros didáticos, diferentes autores e
textos de minha autoria. Mas, principalmente as imagens, são de outros autores.
Disponíveis na internet.

Prof. Wagner Luiz www.estrategiaconcursos.com.br Página 4 de 124

03978477343 - EUSTAQUIO DE SOUSA MENDES JUNIOR


Química para MAPA, cargo: Técnico de Laboratório
Teoria e exercícios
Prof. WAGNER LUIZ – Aula 03
Lancei mão de várias delas para exemplificar os assuntos.
Apresentarei algumas noções básicas das principais técnicas analíticas. Então,
vamos ao trabalho.
As técnicas analíticas são muito diversificadas. Porém, são realizadas
fundamentadas em algum critério. De acordo com o critério ou fundamento
empregado estas técnicas podem ser agrupadas nos seguintes tipos:

TIPOS DE MÉTODOS QUANTITATIVOS


a) Gravimetria:
a substância a ser determinada é convertida em um precipitado insolúvel que é
isolado e pesado.

b) Análise titrimétrica ou volumétrica: (trata-se do emprego de soluções


padronizadas)
- neutralização,
- complexação,
- precipitação,
- oxidação-redução.

c) Técnicas elétricas:
- voltametria – método analítico em que é observada a relação entre corrente e
voltagem durante uma reação eletroquímica.
- coulometria – técnica na qual a quantidade de constituinte em análise é
determinada medindo-se o número de coulombs necessários para a eletrólise
03978477343

completa. (Coulomb = quantidade de carga por segundo quando a corrente é de um


ampère).
- potenciometria – método analítico em que se mede uma diferença de potencial
elétrico (voltagem) de uma pilha.

d) Métodos espectrométricos:
Dependem da medida da quantidade de energia radiante com um determinado
comprimento de onda que é absorvida ou emitida pela amostra.
São classificados de acordo com o comprimento de onda da luz
- espectrometria no visível ou colorimetria,

Prof. Wagner Luiz www.estrategiaconcursos.com.br Página 5 de 124

03978477343 - EUSTAQUIO DE SOUSA MENDES JUNIOR


Química para MAPA, cargo: Técnico de Laboratório
Teoria e exercícios
Prof. WAGNER LUIZ – Aula 03
- espectrometria no ultravioleta,
- espectrometria no infravermelho,
- espectrometria de ressonância magnética nuclear,
- espectrometria de absorção atômica,
- fotometria de chama.
Não iremos estudar todos estes métodos. Apenas os que o edital relaciona.

Antes de iniciarmos o estudo destas técnicas vamos fazer uma abordagem sobre
análise química.

Análise química é o conjunto de técnicas de laboratório utilizadas na identificação


das espécies químicas envolvidas em uma reação, como também na quantificação
dessas espécies.
As análises químicas podem ser realizadas de três diferentes formas:
quantitativamente, qualitativamente ou apenas imediata.
Devido à necessidade de determinação de concentrações extremamente baixas de
diferentes espécies químicas, com rapidez, a análise química encontra-se
dependente da disponibilidade de equipamentos modernos o que, em muitos
casos, permite a automação das análises. Entretanto, não se deve esquecer que,
na maioria dos casos, uma titulação ou um simples ensaio qualitativo por via úmida
podem fornecer a informação procurada, e que os métodos volumétricos e
gravimétricos tradicionais continuam sendo extremamente úteis nos laboratórios de
ensino, pesquisa e industrial.

Análise imediata: consiste em isolar as espécies que constituem o material. Esse


03978477343

isolamento pode ser feito empregando-se diferentes técnicas analíticas manuais


como, por exemplo, solubilização, precipitação, etc.
Por exemplo, se quisermos analisar um analito que originalmente é um sólido e este
estiver em um meio líquido, porém, no estado sólido, é necessário retirá-lo do meio
aquoso. Para isto, podem-se empregar técnicas de separação de misturas que
aprendemos em módulos anteriores ou mesmo no ensino médio.
Mas e se este composto estiver dissolvido no meio aquoso (porque um sólido pode
se dissolver em determinados solventes)? Como poderemos isolá-lo?

Prof. Wagner Luiz www.estrategiaconcursos.com.br Página 6 de 124

03978477343 - EUSTAQUIO DE SOUSA MENDES JUNIOR


Química para MAPA, cargo: Técnico de Laboratório
Teoria e exercícios
Prof. WAGNER LUIZ – Aula 03
Novamente devemos conhecer técnicas de separação de misturas. Estas técnicas
utilizam as propriedades físicas dos constituintes da mistura para separá-los.
Uma das possibilidades é fazer a precipitação deste componente, caso ele produza
um composto de baixa solubilidade no meio em que se encontra.
Por exemplo: podemos dosar os íons cloreto em solução através de uma titulação
(adição de um reagente) contendo cátions Ag +. Estes íons em dada concentração
(geralmente muitíssimo pequena) formam o composto AgCl que precipitará no meio
aquoso. Depois disto, determinamos a presença dos íons cloreto por cálculos bem
simples (estequiometria de soluções).

Análise qualitativa: essa etapa identifica a composição do material e pode ser


preciso ter instrumentos adequados para executar este procedimento. O resultado,
neste caso, pode ser obtido pela mistura de outro componente à mistura.

Análise quantitativa:
Calculamos os resultados de uma análise quantitativa típica, a partir de duas
medidas. Uma delas é a massa ou o volume de uma amostra que está sendo
analisada. A outra é a medida de alguma grandeza que é proporcional à quantidade
do analito presente na amostra, como massa, volume, intensidade de luz ou carga
elétrica. Geralmente essa segunda medida completa a análise e classificamos os
métodos analíticos de acordo com a natureza dessa medida final. Os métodos
gravimétricos determinam a massa do analito ou de algum composto quimicamente
a ele relacionado.
A análise quantitativa é a análise mais criteriosa. Além de saber da composição ou
03978477343

analito que se pretende determinar em dado material ou amostra, ainda é


necessário determinar a quantidade do componente em questão, na amostra em
análise.
A análise instrumental não dispensa, entretanto, o conhecimento das análises
clássicas, tais como vias úmidas tradicionais (qualitativa e quantitativa), nem os
fundamentos básicos da instrumentação utilizada.
Abaixo, segue um esquema dos principais métodos que podem ser empregados em
uma analise quantitativa:
Análises Químicas

Prof. Wagner Luiz www.estrategiaconcursos.com.br Página 7 de 124

03978477343 - EUSTAQUIO DE SOUSA MENDES JUNIOR


Química para MAPA, cargo: Técnico de Laboratório
Teoria e exercícios
Prof. WAGNER LUIZ – Aula 03

A primeira etapa a ser determinada é a escolha do método analítico a se empregar.


Deve-se optar pelo método analítico a ser empregado de acordo com características
do analito que se pretende identificar ou dosear. Dentre estes fatores podemos citar:
- o objetivo da análise (tipo de análise) que se pretende executar. O que se deseja
obter de informações da amostra. Por exemplo: determinar a composição elementar
ou molecular, índice de refração, viscosidade, etc;
- recursos analíticos disponíveis no laboratório (equipamentos).
- tempo efetivo necessário para se completar a análise (pode-se optar por
métodos mais rápidos, se de mesma eficiência e com disponibilidade técnica).
- quantidade de análises a serem realizadas (por exemplo: analisar um único lote de
produto acabado ou vários lotes simultaneamente).
- em caso de amostras de difícil obtenção ou alto custo se existe uma técnica
03978477343

analítica que não destrua a amostra empregada.


- o custo da análise (tempo, equipamentos, reagentes, treinamento do operador
ou técnico, etc).
- propriedade específica do material: a amostra pode ter uma propriedade específica
em função de sua natureza, como ser radioativas, corrosivas, substâncias
hidrolisável, etc;
- se o analito encontra-se disperso em uma matriz, quer seja química, quer seja
biológica;
- analito que pode sofrer com possível presença de interferentes (exemplo:

Prof. Wagner Luiz www.estrategiaconcursos.com.br Página 8 de 124

03978477343 - EUSTAQUIO DE SOUSA MENDES JUNIOR


Química para MAPA, cargo: Técnico de Laboratório
Teoria e exercícios
Prof. WAGNER LUIZ – Aula 03
substâncias que absorvem em mesmo comprimento de onda, etc);
- a faixa de concentração a ser investigada. Pode-se empregar um método mais
simples ou mais requintado (aparelhos ou instrumentais mais caros, geralmente);
- a exatidão requerida (mesma observação do item acima).

A) Métodos Clássicos ou Convencionais de análise química: Gravimetria e


Volumetria.
Estes métodos não envolvem nenhum equipamento sofisticado, utilizando apenas
vidrarias e reagentes. As análises quantitativas que utilizam os métodos
convencionais geralmente são baseadas na:
- gravimetria, através de uma balança de precisão;
- volumetria, através de vidrarias ou recipientes cuidadosamente calibradas.
Pode-se recorrer ao uso de potenciômetros, caso seja necessário. Mas na maioria
dos casos não são exigidos equipamentos muito caros ou de grande complexidade.

A.1) Método de análise gravimétrica


Características principais:
- o constituinte a ser determinado é separado dos demais por precipitação química e
pesado;
- a precipitação é feita por adição de um reagente adequado à solução que contém o
constituinte;
- Nem sempre o constituinte é pesado sob a mesma forma como foi precipitado;
- A substância resultante deve ser tão pouco solúvel nas condições de precipitação
que esta pode ser considerada completa;
03978477343

A análise gravimétrica compreende basicamente 3 etapas:


1. conversão do analito numa substância insolúvel;
2. separação do precipitado;
3. pesagem do precipitado

Características desejáveis do precipitante


Espera-se que um agente precipitante gravimétrico deve reagir especificamente, ou
pelo menos seletivamente com o analito. Os reagentes específicos, mais incomuns,
reagem apenas com uma única espécie química. Já os reagentes seletivos, que são

Prof. Wagner Luiz www.estrategiaconcursos.com.br Página 9 de 124

03978477343 - EUSTAQUIO DE SOUSA MENDES JUNIOR


Química para MAPA, cargo: Técnico de Laboratório
Teoria e exercícios
Prof. WAGNER LUIZ – Aula 03
mais comuns, reagem com um número limitado de espécies. Portanto, estes podem
precipitar também outros compostos que serão aqui denominados contaminantes.

Características desejáveis do precipitado:


- Solubilidade desprezível nas condições de precipitação (porque, assim, toda
massa estará precipitada. Não teremos erros da dosagem por não ter parte do
analito solubilizado).
- Estrutura cristalina que assegure uma filtração e lavagem rápidas (quanto maior
o cristal melhor, porque diminui a superfície de contato entre o sólido e o solvente
de lavação);
- Baixa tendência de absorver substâncias estranhas (para não se ter a adição de
interferentes ao meio);
ETAPAS: Precipitação Filtração Lavagem Aquecimento Pesagem
*O analito é convertido em precipitado de baixíssima solubilidade no meio.

Cálculos:
A percentagem do analito na amostra pode ser calculada da seguinte maneira:

onde:
P = percentagem em massa do
analito;
m = massa da substância pesada (forma de
pesagem); M = massa da amostra tomada
para análise; 03978477343

F = fator gravimétrico.

O que é o fator gravimétrico? Com se calcula?

Por exemplo: se desejamos determinar a massa de cloro (M= 35,5 g/mol) e este foi
precipitado na forma de cloreto de prata (AgCl M= 143,5 g/mol).
Raramente temos o analito precipitado na sua forma direta. Ou seja: normalmente o

Prof. Wagner Luiz www.estrategiaconcursos.com.br Página 10 de 124

03978477343 - EUSTAQUIO DE SOUSA MENDES JUNIOR


Química para MAPA, cargo: Técnico de Laboratório
Teoria e exercícios
Prof. WAGNER LUIZ – Aula 03
analito alvo é obtido por reação de precipitação e estará na composição de uma
substancia composta.
Por isso, faz-se necessário usar o fator gravimétrico nos cálculos para se fazer a
adequação. O fator gravimétrico pode ser definido assim:
Exemplo: fator gravimétrico do mercúrio pesado como cloreto de mercúrio-II:
Dados: Cl=35,5 e Hg= 200

Determinar cálcio precipitado na forma de carbonato de cálcio (CaCO3)


Dados: Ca= 40 C=12 O=16

Algumas situações a serem avaliadas para a análise gravimétrica


Umidade
Para a manipulação da amostra que chega para ser analisada podemos ter alguns
inconvenientes, como, por exemplo, umidade em amostras sólidas. Como resolver?
Quando a amostra chega úmida no laboratório, o que é muito frequente devemos
fazer sua secagem e descontar o teor de umidade na massa do material, e
determinar a percentagem do analito.

Volume adicionado de agente precipitante


03978477343

A adição de excesso do agente precipitante é desejável, não só para garantir a total


precipitação do analito, mas também porque a solubilidade do precipitado d i mi n u i
( l e mb r a - s e d o e s t u d o d e K p s ?). Porém, deve-se ter cuidado em não colocar
excesso em demasia, pois pode ocorrer a formação de íons complexos, o que
levaria a uma solubilização parcial destes íons, acarretando erros na medição. Este
fato é conhecido como efeito salino e da formação de íons complexos.

O efeito da formação de íon complexo


Alguns precipitados têm a tendência de formar íons complexos quando a

Prof. Wagner Luiz www.estrategiaconcursos.com.br Página 11 de 124

03978477343 - EUSTAQUIO DE SOUSA MENDES JUNIOR


Química para MAPA, cargo: Técnico de Laboratório
Teoria e exercícios
Prof. WAGNER LUIZ – Aula 03
concentração de um de seus íons formadores for muito elevada. O cloreto de prata,
por exemplo, aumenta sua solubilidade em soluções muito concentradas de cloreto
de sódio devido à formação do íon complexo:
-
AgCl(s) + Cl (aq) AgCl-2(aq)
Observe que acabaríamos dissolvendo parte do precipitado e, assim, teríamos um
reflexo em erro na dosagem de cloreto ou prata.
Você se recorda que estudamos em equilíbrios químicos o efeito do íon comum? Só
para recordar: quando tínhamos um íon comum adicionado a um equilíbrio químico
já estabelecido este deslocava o equilíbrio no sentido do reagente. Neste caso, no
sentido do sólido (e não no sentido de dissolução do sólido). Portanto para diminuir a
solubilidade do sólido obtido por precipitação a lavagem dos precipitados
(necessária para remover impurezas e também para facilitar a secagem) é feita
sempre com soluções diluídas de eletrólitos que possuam um íon comum com o
precipitado. Entretanto esse eletrólito deve ser de fácil eliminação, para se
desprender na dessecação ou na calcinação do precipitado.

O Efeito do pH
- A solubilidade de um precipitado em determinado pH pode ser calculada a partir
do Ka de seu ácido conjugado.
- O efeito do pH para precipitados de sais de ácidos fortes segue o mesmo
princípio do efeito salino.
- Para precipitados de sais de ácidos fracos o pH também tem grande influência.
Por exemplo, arsenatos, fosfatos, cromatos, carbonatos e oxalatos são solúveis
em soluções ácidas.
03978477343

- De uma maneira geral, quanto menor é o pH, maior é a seletividade da reação.

Influência da temperatura
- O aumento da temperatura gera dois efeitos, um desejável e outro indesejável:
Seu aumento também acarreta (na maioria dos casos. Você se lembra do estudo de
soluções e coeficientes de solubilidade?) aumento da solubilidade dos compostos
que estão na forma de precipitados;
- Facilita ou acelera o processo de filtração devido ao fato de diminuir a viscosidade
da solução em que se encontra o precipitado desejado.

Prof. Wagner Luiz www.estrategiaconcursos.com.br Página 12 de 124

03978477343 - EUSTAQUIO DE SOUSA MENDES JUNIOR


Química para MAPA, cargo: Técnico de Laboratório
Teoria e exercícios
Prof. WAGNER LUIZ – Aula 03

Influência do tempo:
As principais fontes de impurezas nas precipitações gravimétricas são
a) co-precipitação: que pode ocorrer de diferentes formas, abaixo mencionadas:
- adsorsão: adsorsão superficial de íons comuns existentes na solução e,
secundariamente, de íons estranhos.
- inclusão: um íon estranho substitui o íon do analito durante o processo de
envelhecimento. O crescimento lento do cristal reduz este tipo de co-precipitação.
- oclusão: as partículas primárias adsorvem no momento de sua formação e durante
O envelhecimento, substâncias estranhas presentes na solução.

b) pós-precipitação: formação de uma segunda substância insolúvel e m u m


precipitado existente.

Características da gravimetria
Sensibilidade: a balança analítica é capaz de pesar uma quantidade de material
muito menor do que o que pode ser precipitado, filtrado e lavado sem perda
significativa. Logo, a sensibilidade do método é limitada a estes três processos
mencionados. Aumentando a quantidade de amostra analisada, aumenta-se
também a quantidade de precipitado produzida, o que, teoricamente, diminui o erro
relativo devido à perda de precipitado. Entretanto, esse procedimento implica no
aumento de volume e, consequentemente, p o d e complicar o manuseio do
precipitado. A gravimetria é adequada para amostras cuja concentração do
analito supere 1%, mas pode ser, em determinados casos, útil para amostras com
03978477343

concentrações de até 0,1%.

Precisão: esta é uma das vantagens da gravimetria. Consegue-se uma grande


precisão nas determinações gravimétricas (a balança analítica fornece 5 algarismos
significativos para amostras pesando mais de 1 g), podendo chegar a um erro
relativo tão baixo quanto 0,1%.

Seletividade: a gravimetria é restrita principalmente às substâncias inorgânicas e,


geralmente, não é muito seletiva. Muitas amostras requerem um tratamento
intensivo para remoção de interferentes, o que pode comprometer a precisão, já

Prof. Wagner Luiz www.estrategiaconcursos.com.br Página 13 de 124

03978477343 - EUSTAQUIO DE SOUSA MENDES JUNIOR


Química para MAPA, cargo: Técnico de Laboratório
Teoria e exercícios
Prof. WAGNER LUIZ – Aula 03
que qualquer manipulação da amostra pode resultar em perda do analito.

Praticidade: os métodos gravimétricos tendem a ser demorados, requerem logo


tempo para análises. Mas este inconveniente pode ser atenuado através de fornos
micro-ondas que fazem a secagem dos precipitados em tempo muito menor do que
os fornos convencionais. Esta é uma das técnicas mais demoradas que se tem entre
as técnicas analíticas.
Esta técnica não deve ser a primeira escolha quando o resultado tiver de ser
obtido rapidamente ou quando um número grande de amostras tiver de ser
analisado.

Custo: o custo relativo a reagentes e equipamento é relativamente pequeno, mas


deve-se considerar a relação custo-benefício, em função do tempo que
será dispendido para se efetuar a análise.

Exercícios resolvidos
01. Determinação de ferro em solo. Pesou-se 0,485g de uma amostra de solo
contendo ferro (II) e (III). Esta foi oxidada e o ferro (III) e precipitado como óxido de
ferro hidratado (Fe2O3. xH2O). O precipitado depois de filtrado, lavado e calcinado
pesou 0,248g, com o ferro na forma de óxido (Fe 2O3). Qual o conteúdo de ferro(III)
na amostra?
Passo 1: Cálculo da massa de Fe+3
Dados do problema:
m amostra = 0,485g
03978477343

m Fe2O3 = 0,248g
M Fe = 55,847g
M Fe2O3= 159,690g
Reações:
Fe+2 e Fe+3 + H+ Fe+3 + NH4OH Fe2O3. xH2O Fe2O3
1 2 3 4
Resumindo as passagens reacionais acima:
1. Mistura de Fe(II) e Fe(III) oxidados a Fe(III)
2 Precipitação de todo Fe(III) após reagir com hidróxido de amônio formando
hidróxido de ferro (III) hidratado que é insolúvel

Prof. Wagner Luiz www.estrategiaconcursos.com.br Página 14 de 124

03978477343 - EUSTAQUIO DE SOUSA MENDES JUNIOR


Química para MAPA, cargo: Técnico de Laboratório
Teoria e exercícios
Prof. WAGNER LUIZ – Aula 03
3. Desidratação do hidróxido de ferro (III) hidratado gerando hidróxido de ferro (III).
4. Obtenção do composto a ser determinada a participação do ferro.

Cálculo da massa de Fe+3


2Fe+3 Fe2O3
2mol de Fe+3 -1mol Fe2O3
2 x M Fe+3 - 1x M Fe2O3
2. 55,847g --- 159,690g
mFe+3 -------- 0,248g
mFe+3 = (0,248).(2. 55,847)/ 159,690
mFe+3 = 0,173g

Passo 2: Cálculo da % de Fe+3 na amostra.


m amostra --------- 100%
m Fe+3 -------------x %
0,485g ----------- 100%
0,173g--------------- x %
mFe+3 = 35,76 %

02. Determinação de cálcio em águas naturais


O íon cálcio é precipitado na forma do sal orgânico oxalato de cálcio (pouco solúvel)
com ácido oxálico H2C2O4. O precipitado CaC2O4 é coletado em papel de filtro (este
será convertido em CO 2(gás) e H2O(vapor) pela ação oxidante do O 2 atmosférico,
sendo estes então eliminados), seco e aquecido até o rubro (calcinação). O
03978477343

processo converte o precipitado quantitativamente para óxido de cálcio (cal). O


precipitado depois de calcinado é resfriado em dessecador e pesado. Usa-se um
cadinho previamente aquecido, resfriado e pesado para a ignição do precipitado.
O cálcio em 200mL de amostra de água natural foi determinado pela precipitação do
cátion como H2C2O4 . O precipitado foi filtrado, lavado e calcinado em cadinho com
massa de 26,600g. A massa do cadinho, mais o precipitado calcinado (CaO
M=56,08g/mol) foi de 26,713g. Calcule a massa de cálcio (M=40.08g/mol) por
100mL de amostra de água.
Passo 1: Cálculo da massa de CaO
(massa cadinho + massa precipitado) - massa do cadinho = massa de CaO

Prof. Wagner Luiz www.estrategiaconcursos.com.br Página 15 de 124

03978477343 - EUSTAQUIO DE SOUSA MENDES JUNIOR


Química para MAPA, cargo: Técnico de Laboratório
Teoria e exercícios
Prof. WAGNER LUIZ – Aula 03
26,713 - 26,600 = 0,113g
mCaO = 0,113g

Passo 2: Cálculo da massa de Ca presente no material calcinado:


CaO --- Ca+2
1mol de CaO -- 1mol Ca+2
1M CaO -------- 1xM Ca+2
mCaO-----------mCa
mCa = mCaOxPMCa+2/ PMCaO.
Substituindo-se os valores teremos:
mCa = (40,08x0,113 mCa)/ 56,08 = 0,081 g (massa do Ca em 200 mL de amostra)

Passo 3: Cálculo da massa de Ca em 100 mL de amostra


mCa ----- 200 mL
x g------ 100 mL
xg= 0,081x100/ 200
x g = 0,041 g (massa de Ca em 100 mL de amostra)

A.2. Titulação ou Volumetria

03978477343

A Titulação é uma técnica que consiste em determinar a concentração de uma


solução (de soluto conhecido e de concentração desconhecida), pela reação com
outra solução de concentração conhecida. Podemos dizer que a titulação é a
principal operação da chamada análise volumétrica ou volumetria realizada em

Prof. Wagner Luiz www.estrategiaconcursos.com.br Página 16 de 124

03978477343 - EUSTAQUIO DE SOUSA MENDES JUNIOR


Química para MAPA, cargo: Técnico de Laboratório
Teoria e exercícios
Prof. WAGNER LUIZ – Aula 03
laboratório, onde a solução padrão (concentração conhecida) contida em uma
bureta é misturada gota a gota na solução problema (concentração desconhecida)
existente em um erlenmeyer. A solução problema deve apresentar algumas gotas
de indicador para determinar o final da titulação, em virtude da mudança de cor.

O ponto final da titulação é conhecido como ponto de viragem. Como a titulação


consiste de uma reação entre o soluto da solução padrão e o soluto do problema, os
problemas devem ser resolvidos por estequiometria.

Exemplo
Retiramos, com auxílio de uma pipeta, 50 mL da solução contida no frasco abaixo,
(observe que a solução possui concentração molar desconhecida) e transferimos
para um frasco erlenmeyer.
03978477343

No frasco erlenmeyer, contendo a solução básica, adicionamos algumas gotas de


fenolftaleína (que é um indicador) que, na presença de base, adquire a coloração
avermelhada. Com o auxílio de uma bureta (figura a seguir), adicionamos

Prof. Wagner Luiz www.estrategiaconcursos.com.br Página 17 de 124

03978477343 - EUSTAQUIO DE SOUSA MENDES JUNIOR


Química para MAPA, cargo: Técnico de Laboratório
Teoria e exercícios
Prof. WAGNER LUIZ – Aula 03
lentamente (gota a gota) à solução contida no erlenmeyer uma solução de HCl (aq)
2,0 M.

Assim, no erlenmeyer haverá a seguinte reação, representada pela equação:


1 HCl(aq) + 1 KOH(aq) 1 KCl(aq) + 1 H2O(l)

Pela equação, observaremos que a neutralização entre o ácido e a base será


completa quando o número de mols de H+ do ácido for igual ao número de mols de
OH- da base.
Esse fato é verificado exatamente no momento em que a coloração vermelha,
devido ao meio básico, muda para incolor. Neste momento, o número de mols H+,
provenientes do ácido neutraliza totalmente o número de mols do OH-, provenientes
da base.
Anotamos o volume de ácido gasto (25 mL), e calculamos quantos mols do ácido
foram utilizados para reagir completamente com a base.
03978477343

Vejamos agora como se calcula a concentração molar do KOH (aq) :

x = quantidade em mols de OH- presente no erlenmeyer = 0,05 mol

Prof. Wagner Luiz www.estrategiaconcursos.com.br Página 18 de 124

03978477343 - EUSTAQUIO DE SOUSA MENDES JUNIOR


Química para MAPA, cargo: Técnico de Laboratório
Teoria e exercícios
Prof. WAGNER LUIZ – Aula 03
Assim, para calcular a concentração molar da base:

Exercício resolvido
Por lei, o vinagre (solução aquosa de ácido acético) pode conter, no máximo, 4%
em massa (0,67 mol/L) de ácido acético. Para você verificar se o vinagre utilizado
em sua casa atende às especificações legais, para isso você verifica que 40 mL de
vinagre são neutralizados por 8 mL de solução aquosa de NaOH 2 M. A que
conclusão você chegou?
Dados:
Vinagre: V = 40 mL = 0,04 L, [ác. acético] = ? (mols/L)
NaOH(aq) : V = 8 mL = 0,008 L, [NaOH] = 2 mols/L

RESOLUÇÃO
Cálculo do número de mol de NaOH que reage:
2 mols de NaOH 1 L de solução
X 0,008 L de solução
X = 0,016 mol

Cálculo do número de mol de ác. acético que será neutralizado pelo NaOH:
CH3-COOH + NaOH CH3-COO-Na+ + H2O
1 mol 1 mol
X 0,016 mol
X = 0,016 mol 03978477343

Cálculo da [ác. acético] no vinagre:


0,016 mol de ác. acético 40 mL de vinagre
X 1000 mL de vinagre (1 L)
X = 0,4 mol, com isso temos que: [ác. acético] = 0,4 mol/L

Como a concentração de ác. acético mínima exigida por lei, no vinagre, é de


0,67 mol/L, com isso concluímos que a amostra de vinagre analisada atende
às especificações exigidas.

Prof. Wagner Luiz www.estrategiaconcursos.com.br Página 19 de 124

03978477343 - EUSTAQUIO DE SOUSA MENDES JUNIOR


Química para MAPA, cargo: Técnico de Laboratório
Teoria e exercícios
Prof. WAGNER LUIZ – Aula 03

Princípio da Titulometria
Quando as substâncias se combinam sempre o fazem na mesma quantidade em
equivalentes-gramas. Lembrando que a normalidade é dada por:
N = ne/V portanto, ne = N.V
Em uma reação entre as substâncias A e B, pode-se afirmar que:
neA = neB
E, a partir daí, tiramos a equação fundamental da titulometria:
NA.VA = NB.VB
“As soluções reagem entre si, sendo seus volumes inversamente proporcionais às
suas normalidades”.

Esquema de uma Titulação

03978477343

Indicador
Substância que devido à mudança de cor nos indica o ponto de equivalência.
Geralmente são ácidos ou bases orgânicos fracos, que apresentam diferença de cor
entre as formas presentes em seu equilíbrio de dissociação.
HInd H++ Ind-
Cor X Cor Y
Os principais indicadores de ácido e base e seus respectivos pH de viragem são:

Prof. Wagner Luiz www.estrategiaconcursos.com.br Página 20 de 124

03978477343 - EUSTAQUIO DE SOUSA MENDES JUNIOR


Química para MAPA, cargo: Técnico de Laboratório
Teoria e exercícios
Prof. WAGNER LUIZ – Aula 03

Acima foi dado um exemplo de um dos possíveis tipos de titulação, no caso, uma
neutralização. A titulação é uma técnica bem disseminada devido a vários fatores
positivos da técnica, tais como: simplicidade, versatilidade, rapidez, baixo custo,
simplicidade técnica, reprodutível, etc.
Podemos empregá-las em química analítica visando determinar títulos de ácidos,
bases, oxidantes, redutores, íons metálicos, proteínas e uma gama variada de
espécies.
Em qualquer titulação, o ponto de equivalência química, experimentalmente
chamado ponto final, é assinalado pela variação da cor de um indicador ou da
resposta de um instrumento.
Esses instrumentos respondem a propriedades da solução que variam em um modo
característico durante a titulação. Podemos citar os colorímetros, turbidímetros,
03978477343

monitores de temperatura, refratômetros, voltímetros, medidores de correntes e


medidores de condutividade.
Em algumas situações podemos recorrer a um expediente um pouco diferente:
adicionar um excesso de titulante padrão e depois determinar esta quantidade
excedente por uma nova titulação com outro titulante padrão. Esta técnica é
chamada de retrotitulação. Vejamos um exemplo:
Uma titulação consiste na determinação da quantidade de uma espécie química
(substância ou íon) em solução, medindo-se a quantidade de um reagente (de
concentração conhecida) necessária para reagir completamente com a espécie

Prof. Wagner Luiz www.estrategiaconcursos.com.br Página 21 de 124

03978477343 - EUSTAQUIO DE SOUSA MENDES JUNIOR


Química para MAPA, cargo: Técnico de Laboratório
Teoria e exercícios
Prof. WAGNER LUIZ – Aula 03
química. Entretanto, algumas vezes, a espécie química em solução ou a reação
utilizada tem características que não recomendam a titulação direta desse modo.
É o que ocorre com o hidróxido de magnésio que, por ser pouco solúvel, faz com
que a determinação do ponto de equivalência seja difícil. Para evitar este problema,
o procedimento adotado é fazer com que a reação de neutralização do hidróxido de
magnésio ocorra totalmente através de uma quantidade excessiva (perfeitamente
conhecida) de solução ácida padrão. Em seguida, o excesso de ácido (que não
reagiu com o hidróxido de magnésio) é titulado com uma solução básica padrão.
Esse procedimento de determinação da quantidade em excesso é conhecido como
RETROTITULAÇÃO.
Mencionamos acima que o titulante tinha concentração conhecida e coisa e tal.
Como podemos afirmar qual é a concentração destes titulantes?
Estas soluções titulantes têm suas concentrações determinadas ao reagirem com
um padrão primário.

O que seria um padrão primário?


Padrão primário é um composto altamente purificado que serve como material de
referência em métodos titulométricos volumétricos ou de massa. A precisão do
método é muito dependente das propriedades desses compostos

Quais as principais características desejáveis em um padrão primário? (Ah,


caro aluno do Estratégia: cuidado, pois esta é uma pergunta ou um conhecimento
altamente importante!).
As características, meus caros alunos, são tais que objetivam um fundamento
03978477343

básico: diminuir o máximo possível o erro analítico do ponto de vista numérico.


Perceba e pense o porquê de cada requisito.
1. Alta pureza. A determinação de impurezas deve ser possível e não deve, em
geral, exceder a 0,01- 0,02% (claro, evitar pesar alguém que não seja o padrão, ou
seja: as impurezas que podem não reagir com o titulante). Existem métodos
específicos para determinar grau de pureza.
2. Estabilidade à atmosfera. A substância deve ser inalterável ao ar durante a
pesagem; esta condição implica que não seja higroscópico, nem oxidável ao ar,
nem afetada pelo dióxido de carbono. O padrão deverá manter a sua composição
imutável durante o armazenamento. (você imaginou este cara reagindo quando

Prof. Wagner Luiz www.estrategiaconcursos.com.br Página 22 de 124

03978477343 - EUSTAQUIO DE SOUSA MENDES JUNIOR


Química para MAPA, cargo: Técnico de Laboratório
Teoria e exercícios
Prof. WAGNER LUIZ – Aula 03
exposto ao ar? Você vai pesar um subproduto, um contaminante, que alterará o teor
do padrão e levará a erro do calculo).
3. Ausência de água de hidratação para que a composição do sólido não se altere
com as variações na umidade.
4. Custo baixo (se custar muito caro fica menos interessante usar a técnica).
5. Solubilidade elevada no meio de titulação (senão o camarada não dissolve e leva
a erros de concentração).
6. Massa molar razoavelmente grande para que o erro relativo associado com a
pesagem do padrão seja minimizado. (Vou fazer uma pergunta: um erro de 1 grama
é muito ou é pouco? E a resposta é: pode ser pouco representativa ou muito
representativa. Pense que você errou em 1g ao pesar 10g. Quanto significa este
erro? Representa 10%. Erro grotesco. Mas se você errar em 1g ao pesar 500g,
quanto significa este erro? Representa 0,2%. Muito menos expressivo. Claro que
quanto maior a massa molar do padrão, menos significativo é o possível erro
cometido na pesagem. Ah! Se você errar em 1g uma pesagem em balança analítica
consulte seu oftalmo, para início de tratamento, kkkk).
7. Deve ser de fácil obtenção, purificação, secagem (preferivelmente a 110-120ºC),
preservação no estado de pureza (este requisito não é geralmente satisfeito pelas
substâncias hidratadas, porque é difícil de remover completamente a umidade
superficial sem que haja uma decomposição parcial).
Exemplos: Na2CO3, KHC8H4O4, NaCl, K2Cr2O7, KIO3, KBrO3, Na2C2O4.

Como seria o preparo de uma solução de padrão primário?


Vejamos um exemplo.
03978477343

Preparo de uma solução padrão do tipo direto de Na2CO3 0,05mol/L


Introdução: o carbonato de sódio é um padrão primário muito utilizado para
padronização de soluções ácidas. A sua massa molar é de 106g/mol. O referido
carbonato para fins analíticos contém umidade, devendo ser dessecado por meio de
aquecimento com o cuidado para que não haja rompimento de suas ligações e
produção de gás carbônico, conforme reação abaixo:
Na2CO3 + aquecimento a 300º  Na2O + CO2

Prof. Wagner Luiz www.estrategiaconcursos.com.br Página 23 de 124

03978477343 - EUSTAQUIO DE SOUSA MENDES JUNIOR


Química para MAPA, cargo: Técnico de Laboratório
Teoria e exercícios
Prof. WAGNER LUIZ – Aula 03
Procedimento
Pesar, com máxima exatidão, 5,3000g de carbonato de sódio anidro PA,
previamente dessecado a 200ºC, durante 1 hora. Transferir para um béquer e
dissolver bem com água deionizada e, em seguida, transferir para um balão de 1
litro, evitando qualquer perda, com inúmeras águas de lavagens.

Padrão primário: sabe qual é um dos problemas?


Acima listei os requisitos desejáveis. Seria o ideal, o utópico. Porque na prática
poucos compostos preenchem ou mesmo aproximam-se desses critérios e, em
decorrência disto, temos poucos padrões primários disponíveis.
E o que fazer? Abandonar a técnica? Se suicidar? Calma. Existem uns carinhas na
Química que pensam em quase tudo. Alguns compostos menos puros podem, em
certos casos, serem utilizados em “substituição” a um padrão primário. São os
chamados padrões secundários. Porém, o grau de pureza desses padrões
secundários deverá ser estabelecido por análise criteriosa.
A exatidão da técnica depende, em parte, se foi empregado um método direto (em
que se usa como titulante uma solução de padrão primário) em que uma quantidade
de padrão primário é minuciosamente pesada e dissolvida em um solvente
adequado, sendo depois diluída em um volume exatamente conhecido deste
solvente em um balão volumétrico).
Se você não se perguntar eu pergunto pra você: por que diluir a solução? Por que
não se prepara a solução diluída diretamente? E eu lembro: a massa a ser pesada
para se preparar uma solução diluída é bem menor e isto aumenta a possibilidade
de erro na pesagem.
03978477343

Outra possibilidade é empregar soluções padronizadas. O que seriam estas


soluções? São soluções empregadas como titulantes, não sendo padrões primários,
mas que têm suas concentrações “corrigidas” por um fator de correção.
Um titulante que é padronizado através de reação com um padrão secundário ou
outra solução padrão pode ser denominado de solução padrão secundário. A
concentração de uma solução padrão secundário está sujeita a possibilidades de
erros mais significativos comparado aos casos em que se emprega um padrão
primário.
Como preparar uma solução titulante padrão secundário?
Vejamos um exemplo:

Prof. Wagner Luiz www.estrategiaconcursos.com.br Página 24 de 124

03978477343 - EUSTAQUIO DE SOUSA MENDES JUNIOR


Química para MAPA, cargo: Técnico de Laboratório
Teoria e exercícios
Prof. WAGNER LUIZ – Aula 03

Preparo de uma solução padrão do tipo indireto de HCl 0.1mol/L


Determinar o volume necessário de HCl concentrado (d = 1,15g/cm3 e p= 30%) para
preparar 250mL de solução 0,1M de HCl. Despejar lentamente o volume de HCl
calculado sobre um pouco de água deionizada em um balão volumétrico de 250mL
de capacidade. Completar o volume até a marca com água deionizada.
Homogeneizar a solução. Transferir a solução quantitativamente para o frasco
reagente para posterior padronização.

Padronização da solução de HCl utilizando solução padrão Na 2CO3 0,05M


Com Pipeta volumétrica, pipetar 10mL de Na 2CO3 0,05M, exatamente medidos, e
transferir para um frasco de erlenmeyer e acrescentar uma gota de alaranjado de
metila. O alaranjado de metila (conhecido também como metilorange) em meio
alcalino fica com cor amarela e em meio ácido fica com cor avermelhada. Colocar
na bureta o HCl 0,1M a ser padronizado, tendo o cuidado de lavar a bureta com
porções de 5mL de HCl e não deixar bolhas de ar no bico da bureta. Gotejar o ácido
no erlenmeyer sob constante agitação. O HCl em contato com o carbonato vai nos
dar a seguinte reação:
2HCl + Na2CO3  2NaCl + H2CO3
Gotejar HCl até que a coloração comece a mudar. O ponto de equivalência ainda
não foi alcançado. A presença de H2CO3 (ácido carbônico) na reação antecipa o
ponto final, então deve-se ferver a solução durante dois minutos com a finalidade de
decompor o ácido carbônico em H2O e CO2.
H2CO3  H2O + CO2
03978477343

Esfriar a solução em água corrente e continuar a titulação até que a coloração


comece a mudar para um alaranjado mais escuro. Anotar o volume de HCl gasto e
repetir o procedimento por mais duas vezes, no mínimo, para se ter um valor médio.
Calcular a molaridade do HCl por intermédio da equação da diluição usando a
média aritmética dos valores mais próximos.

CÁLCULOS ENVOLVIDOS EM TITULOMETRIAS


Conforme visto no exemplo inicial de titulometria podemos empregar a molaridade
(em que se determina o numero de mol do titulante em função do volume gasto
deste até se atingir o ponto de equivalência). Depois, determina-se o numero de mol

Prof. Wagner Luiz www.estrategiaconcursos.com.br Página 25 de 124

03978477343 - EUSTAQUIO DE SOUSA MENDES JUNIOR


Química para MAPA, cargo: Técnico de Laboratório
Teoria e exercícios
Prof. WAGNER LUIZ – Aula 03
do titulado e sua concentração ou a normalidade (em que se determina o numero de
equivalente do titulante).
Para a normalidade temos a seguinte relação:
A + B  C, onde A é a amostra e B o titulante
neqA = neqB
mA/EqA = NB . VB ou NA . VA = NB . VB,

CURVAS DE TITULAÇÃO NOS MÉTODOS TITULOMÉTRICOS


As curvas de titulação são feitas através de representações gráficas dos processos.
No eixo x, por exemplo, anotamos o volume de reagente titulante e no eixo y alguma
função da concentração do titulado ou reagente. Por exemplo: numa reação de
titulação por neutralização podemos relacionar o volume do titulante e o pH do meio
no eixo vertical.
Veja um exemplo de curva Sigmóide, obtida em função destes dados:
Titulação de 50mL HCl 0,1N com NaOH 0,1N
volume residual do
vol.base (mL) vol.total [H+] [OH-] pH
ácido (sem reagir).
0 50 50 0,1 1,0
5 45 55 0,0818 - 1,1
10 40 60 0,0667 - 1,2
15 35 65 0,0538 - 1,3
20 30 70 0,0429 - 1,4
25 25 75 0,0333 - 1,5
03978477343

30 20 80 0,0250 - 1,6
35 15 85 0,0176 - 1,8
40 10 90 0,0111 - 2,0
45 5 95 0,0053 - 2,3
48 2 98 0,0020 - 2,7
49 1 99 0,0010 - 3,0
49,9 0,1 99,9 0,0001 - 4,0
50 0 100 - - 7,0

Prof. Wagner Luiz www.estrategiaconcursos.com.br Página 26 de 124

03978477343 - EUSTAQUIO DE SOUSA MENDES JUNIOR


Química para MAPA, cargo: Técnico de Laboratório
Teoria e exercícios
Prof. WAGNER LUIZ – Aula 03
9,99x10-
50,1 0,1 100,1 - 5
10,0

4,98x10-
50,5 0,5 100,5 - 4
10,7

9,90x10-
51 1 101 - 4
11,0

1,96x10-
52 2 102 - 3
11,3

4,76x10-
55 5 105 - 3
11,7

9,09x10-
60 10 110 - 3
12,0

1,67x10-
70 20 120 2
12,2

03978477343

Observe a grande inclinação que o gráfico toma nas proximidades do ponto de


equivalência (no gráfico, 50mL de NaOH), onde uma pequena quantidade de NaOH
em excesso gerará um grande acréscimo no valor do pH. Por isto, o indicador
deverá apresentar um pequeno intervalo de viragem, cujo pT (índice de titulação)
seja o mais próximo possível do ponto de equilíbrio.

Prof. Wagner Luiz www.estrategiaconcursos.com.br Página 27 de 124

03978477343 - EUSTAQUIO DE SOUSA MENDES JUNIOR


Química para MAPA, cargo: Técnico de Laboratório
Teoria e exercícios
Prof. WAGNER LUIZ – Aula 03
Uma observação interessante: Nas curvas de titulação por neutralização podemos
ter reagindo ácidos fracos, ácidos fortes, bases fracas, bases fortes. Se você se
recordar da aula de equilíbrios químicos vimos a hidrólise salina.
O que nos interessa recordar? O caráter da solução de acordo com o tipo de sal
formado na neutralização.
Se ambos os reagentes são fortes (o caso acima é um exemplo) o sal produzido
não sofre hidrólise e o pH da solução final é neutro. Logo, o ponto de equivalência
será exatamente em pH=7.
Mas se tivermos na titulação um eletrólito forte e um fraco pH da solução terá o
caráter de quem for mais forte (ou o ácido ou a base). E neste caso, a curva
sigmóide apresentará ponto de equivalência em valor diferente de pH 7. Será um
pH≠ 7,0.
Este é um fator que pode ser explorado em provas.
Veja um exemplo:
Titulação de solução de ácido acético (ácido fraco) por hidróxido de sódio (NaOH,
base forte). O sal terá caráter básico (acetato de sódio, porque a base é forte e o
ácido é fraco). Observe o pH no ponto de equivalência (em azul, e em preto a curva
comparativa para titulação entre acido e base forte).

03978477343

Ah! Vou traduzir a legenda da figura: “Equivalence point” = ponto de equivalência


(aproveito, assim, para treinar meu inglês, kkk).

TITULOMETRIA DE PRECIPITAÇÃO
A titulometria de precipitação envolve reação na qual se forma um produto de baixa
solubilidade (compostos iônicos de baixa solubilidade) é uma das mais antigas

Prof. Wagner Luiz www.estrategiaconcursos.com.br Página 28 de 124

03978477343 - EUSTAQUIO DE SOUSA MENDES JUNIOR


Química para MAPA, cargo: Técnico de Laboratório
Teoria e exercícios
Prof. WAGNER LUIZ – Aula 03
técnicas analíticas. Sua principal aplicação está na determinação de haletos e
alguns íons metálicos.
Esta técnica apresenta alguns inconvenientes, como:
- baixa velocidade de formação da maioria dos precipitados;
- poucos agentes precipitantes que podem ser usados em titulometria.
- A curva de titulação e a determinação do ponto final são grandemente afetadas
pela diluição das soluções e solubilidade do produto.
O reagente precipitante mais é usado é a solução padrão de AgNO3 (Argentimetria:
análise volumétrica que utiliza AgNO3 como reagente). que é empregado para a
determinação dos haletos, ânions semelhantes aos haletos (SCN– ,CN-, CNO–),
mercaptanas, ácidos graxos e vários ânions inorgânicos bivalentes e trivalentes.

Como determinar o ponto final?


Existem 3 diferentes possibilidades de uso de indicadores para as titulações
argentométricas
Três tipos de pontos finais são encontrados em titulações com nitrato de prata:
(1) químico, (2) potenciométrico e (3) amperométrico.
1. Indicador químico:
O ponto final produzido por um indicador químico consiste geralmente em uma
variação de cor ou no aparecimento ou desaparecimento de uma turbidez na
solução titulada. O ponto final químico pode ser determinado de três formas
diferentes:
– Formação de um sólido colorido (ex: método de Mohr).
– Formação de um complexo solúvel (ex: método de Volhard).

03978477343

Mudança de cor associada com a adsorção de um indicador sobre a superfície


de um sólido (ex: método de Fajans).

a) A determinação de cloreto, pelo Método de Mohr (método do cromato) é um


processo de precipitação fracionada: primeiro se precipita o analito (AgCl, sólido
branco), no ponto final precipita o indicador (AgCrO 4, precipitado vermelho) a partir
do qual, determina-se o final da titulação.
As reações envolvidas são as seguintes.
Ag+ + Cl- AgCl(s) Kps = 1,82 . 10-10

Prof. Wagner Luiz www.estrategiaconcursos.com.br Página 29 de 124

03978477343 - EUSTAQUIO DE SOUSA MENDES JUNIOR


Química para MAPA, cargo: Técnico de Laboratório
Teoria e exercícios
Prof. WAGNER LUIZ – Aula 03
2 Ag+ + CrO42- Ag2CrO4(s) Kps = 1,7 . 10-12
solução ppt vermelho
amarela

Como a solubilidade do AgCl é menor do que a do Ag 2CrO4, o cloreto precipita


primeiro (não se esqueça de analisar segundo a expressão de Kps, que leva em
conta a solubilidade e total de íons liberados).
Para que o ponto final seja visualizado é preciso adicionar um excesso de titulante,
tornando necessária realização de um branco (V b) que deve ser descontado do
resultado da titulação da amostra (V a).
A porcentagem de cloreto pode ser assim determinada:
VAg+ = Va - Vb  volume gasto na titulação do Cl -
neqCl- = neqAg+  n Cl- = n Ag+
m Cl-/M Cl- = M Ag+ . V Ag+
% = (m Cl- . 100)/ Vamostra
A titulação de Mohr deve ser realizada em pH de 7 a 10 porque o íon cromato é a
base conjugada do ácido crômico fraco. Consequentemente, em soluções mais
ácidas, a concentração dos íons cromato é muito pequena para se produzir o
precipitado nas proximidades do ponto de equivalência. Geralmente, um pH
adequado é obtido saturando-se a solução do analito com hidrogêno-carbonato de
sódio.

b) O Método de Volhard é um procedimento indireto para determinação de íons


que precipitam com a prata. O excesso de prata é determinado por meio de
titulação, com uma solução padrão de tiocianato de potássio ou de amônio usando-
03978477343

se íons ferro(III) como indicador. Seria uma retrotitulação.

O íon ferro(III) serve como um indicador. A solução torna-se vermelha com um leve
excesso de íon tiocianato:

c) Método de Fajans – Indicadores de Adsorção: são compostos orgânicos que


tendem a adsorver (por interações eletrostáticas) sobre a superfície do precipitado

Prof. Wagner Luiz www.estrategiaconcursos.com.br Página 30 de 124

03978477343 - EUSTAQUIO DE SOUSA MENDES JUNIOR


Química para MAPA, cargo: Técnico de Laboratório
Teoria e exercícios
Prof. WAGNER LUIZ – Aula 03
formado durante a titulação, provocando uma alteração na coloração do precipitado.
Ex: fluoresceína utilizada na titulação de cloreto com nitrato de prata.
É importante enfatizar que a alteração da cor é um processo de adsorção (e não
uma precipitação), porque o produto de solubilidade do fluoresceinato de prata
nunca é excedido. A adsorção é reversível e o corante pode ser dessorvido em uma
retrotitulação com íon cloreto.

As titulações que envolvem os indicadores de adsorção são rápidas, precisas e


seguras, mas sua aplicação é limitada a relativamente poucas reações de
precipitação nas quais um precipitado coloidal se forma rapidamente.

2. Potenciométrico: os pontos finais potenciométricos são obtidos pela medida de


potencial entre um eletrodo de prata e um eletrodo de referência cujo potencial é
constante e independente do reagente adicionado.

3. Amperométrico: para se obter um ponto final amperométrico, a corrente gerada


entre um par de microeletrodos de prata na solução do analito é medida e
representada em forma de gráfico em função do volume do reagente.
03978477343

TITULOMETRIA POR COMPLEXAÇÃO


As reações de complexação são muito utilizadas na química analítica. Um dos
principais usos dessas reações destina-se à titulação de cátions. Como vimos
anteriormente vários complexos são coloridos ou absorvem radiação ultravioleta.
A reação de formação desses complexos constitui é o fundamento principal para as
determinações espectrofotométricas, que veremos adiante.

Prof. Wagner Luiz www.estrategiaconcursos.com.br Página 31 de 124

03978477343 - EUSTAQUIO DE SOUSA MENDES JUNIOR


Química para MAPA, cargo: Técnico de Laboratório
Teoria e exercícios
Prof. WAGNER LUIZ – Aula 03
Já vimos a aplicação de alguns complexos pouco solúveis quando estudamos
análise gravimétrica ou titulometria de precipitação. Agora veremos o uso destes
complexos em titulometria por complexação.
Muitos íons metálicos formam complexos suficientemente estáveis. Este fato serve
de base para um método barato e de comprovada eficácia na determinação de íons
metálicos e de seus complexantes. Por bastante tempo a complexometria foi limitada
pela baixa estabilidade dos complexos conhecidos e pelo fato da formação de vários
complexos ocorrerem em estágios gerando complexos do tipo ML (onde Me = metal,
L=ligante, n = assume vários valores, dependendo do íon e dos reagentes em uso).
Isto gerava muitas discussões, pois, com tantos produtos formados, as teorias
criadas acabavam perdendo credibilidade devido aos resultados diversos.
Tais limitações somente foram superadas em 1945, quando foi introduzido o ácido
etilenodiaminotetracético (EDTA), um poderoso reagente, que complexa com
vários íons, incluindo metais pesados e alcalino terrosos, formando estruturas
estáveis do tipo 1:1.
Titulações complexométricas são extremamente úteis para a determinação de
grande número de metais. Esta técnica tem alcance de milimoles (10 -3 mol ~ 10-3
gramas) e com o uso de agentes auxiliares e controle do pH, a seletividade
necessária pode ser alcançada.
A complexação é uma atração eletrostática entre um íon e um agente quelante de
modo que não há transferência de elétrons entre estes (portanto, não é uma reação
de oxirredução). Quanto às cargas, a estrutura final terá como carga a somatória das
cargas individuais de cada participante do complexo.

Agente quelante: Qualquer estrutura, da qual façam parte dois ou mais átomos
03978477343

possuidores de pares de elétrons não utilizados em ligações químicas primárias,


mas sim, usados como "imãs" eletrostáticos para se prenderem a íons metálicos.
Dentre os complexantes mais comuns podemos citar a água, responsável (ligada
aos íons cobre) pela cor azul das soluções de sais de cobre, a amônia (quando
substitui a água ao redor do cobre, produz cor azul mais intensa) e o EDTA (que
com o cobre, rivaliza com a amônia).
O EDTA pode ser considerado o reagente complexométrico (agente quelante)
padrão, daí a necessidade do conhecimento de sua estrutura.

Prof. Wagner Luiz www.estrategiaconcursos.com.br Página 32 de 124

03978477343 - EUSTAQUIO DE SOUSA MENDES JUNIOR


Química para MAPA, cargo: Técnico de Laboratório
Teoria e exercícios
Prof. WAGNER LUIZ – Aula 03

A molécula de EDTA tem seis sítios potenciais para a ligação de íons metálicos:
quatro grupos carboxílicos e dois grupos amino, cada um dos últimos com um par
de elétrons desemparelhados. Assim, o EDTA é um ligante hexadentado (as setas
indicam as posições).

Outra forma de representação da molécula do EDTA:

Abaixo temos uma representação do EDTA quelando um cátion metálico (observe as


posições de interação entre o EDTA e o cátion metálico):

03978477343

Suas titulações devem ser realizadas sob pH controlado, optando pelo menor valor
possível, de modo a impedir a ionização da molécula de EDTA e até a competição

Prof. Wagner Luiz www.estrategiaconcursos.com.br Página 33 de 124

03978477343 - EUSTAQUIO DE SOUSA MENDES JUNIOR


Química para MAPA, cargo: Técnico de Laboratório
Teoria e exercícios
Prof. WAGNER LUIZ – Aula 03
pelos cátion metálicos devido aos íons OH - (que existem em maior ou desprezível
quantidade conforme pH>7 ou pH<7).
Em muitos casos, o pH da fase aquosa é usado para exercer algum controle sobre o
processo uma vez que a maioria das reações é dependente do pH, como mostrado
na equação abaixo:

Estas titulações com EDTA são sempre realizadas em meios tamponados a um pH


conhecido para evitar interferências por outros cátions.
As soluções de EDTA são particularmente úteis como titulantes porque o reagente
combina com íons metálicos na proporção de 1:1 não importando a carga do cátion.
Sempre combinará nesta proporção.

O EDTA forma complexos altamente estáveis e isto é um fator muito importante para
a complexação.
OBS: Não quelata metais alcalinos !

O Negro de Eriocromo T é um indicador típico de íons metálicos que é utilizado na


titulação de diversos cátions comuns. Seu comportamento como ácido fraco é
descrito pelas equações abaixo:

03978477343

.
Os complexos metálicos do Negro de Eriocromo T são em geral vermelhos, assim
como o H2In- predomine na ausência de um íon metálico. Até o ponto de
equivalência na titulação, o indicador complexa o excesso do íon metálico e desse
modo a solução é vermelha. Com o primeiro leve excesso de EDTA, a solução
torna-se azul.
Estrutura do Negro de Eriocromo T:

Prof. Wagner Luiz www.estrategiaconcursos.com.br Página 34 de 124

03978477343 - EUSTAQUIO DE SOUSA MENDES JUNIOR


Química para MAPA, cargo: Técnico de Laboratório
Teoria e exercícios
Prof. WAGNER LUIZ – Aula 03

Desvantagens do Negro de eriocromo:


- suas soluções se decompõem lentamente quando armazenadas.
- não é recomendado seu uso em titulações com meios muito ácidos.

Outros métodos de detecção do ponto final da titulação:


-Métodos Potenciométricos: as medidas de potencial podem ser utilizadas para a
detecção do ponto final em titulações de íons metálicos com EDTA para os quais se
dispõe de eletrodos seletivos a íons. O eletrodo de mercúrio pode ser sensível aos
íons do EDTA e utilizado em titulações com esse reagente.

Métodos Espectrofotométricos: As medidas de absorção no UV/visível podem


também ser utilizadas para determinar o ponto final das titulações. Um instrumento
responde à alteração de cor na titulação, em vez de se empregar a determinação
visual do ponto final.
Veja abaixo alguns reagentes orgânicos empregados para a extração de metais:

03978477343

Prof. Wagner Luiz www.estrategiaconcursos.com.br Página 35 de 124

03978477343 - EUSTAQUIO DE SOUSA MENDES JUNIOR


Química para MAPA, cargo: Técnico de Laboratório
Teoria e exercícios
Prof. WAGNER LUIZ – Aula 03
TITULOMETRIA POR OXIRREDUÇÃO
Um processo no qual há transporte de elétrons chama-se de OXI-REDUÇÃO. A
substância que fornece elétrons é oxidada enquanto a substância receptora de
elétrons é reduzida. Em outras palavras: um agente oxidante combina com os
elétrons e é reduzido, ao passo que o agente redutor fornece os elétrons, sendo
oxidado.
A oxidação e redução ocorrem simultaneamente, pois numa reação deste tipo o
agente oxidante é sempre reduzido e o agente redutor é sempre oxidado ao ocorrer
a transferencia de elétrons.
A titulometria de oxi-redução trata da titulação de um agente oxidante com uma
solução de um redutor e vice-versa. Este tipo de determinação compreende um
grande número das análises volumétricas, devido ao grande número de substâncias
que podem ser submetidas ao processo REDOX. Em uma titulação redox o analito
precisa estar em um único estado de oxidação.
Geralmente, entretanto, as etapas que precedem a titulação, tais como a dissolução
da amostra e a separação de interferências, podem converter o analito a uma
mistura de estados de oxidação.
Por exemplo: quando uma amostra contendo ferro é dissolvida, normalmente a
solução resultante contém uma mistura de íons Fe(II) e Fe(III). Se utilizarmos um
oxidante padrão para determinar o ferro, primeiro precisaremos tratar a solução
contendo a amostra com um agente redutor auxiliar para converter todo o ferro para
Fe(II). Contudo, se planejarmos titular com um redutor padrão, o pré-tratamento com
um reagente oxidante auxiliar será necessário.
Para ser útil como um pré-oxidante ou como um pré-redutor, um reagente precisa
03978477343

reagir quantitativamente com o analito. Além disso, qualquer excesso do reagente


tem de ser facilmente removível porque, em geral, o excesso de reagente interfere
na titulação em virtude de sua reação com a solução padrão.
A volumetria de oxi-redução pode ser desmembrada para facilitar os estudos em 3
tipos:
a) IODOMETRIA: em que a solução padrão é uma solução de tiossulfato de sódio,
Na2S2O3. Aplica-se para determinações de cromo, cobre, água oxigenada,
hipocloritos e outros.
b) PERMANGANOMETRIA: em que a solução padrão usada é permanganato de
potássio, KMnO4.

Prof. Wagner Luiz www.estrategiaconcursos.com.br Página 36 de 124

03978477343 - EUSTAQUIO DE SOUSA MENDES JUNIOR


Química para MAPA, cargo: Técnico de Laboratório
Teoria e exercícios
Prof. WAGNER LUIZ – Aula 03
Aplica-se para determinações de ferro, manganês, cálcio, água oxigenada, e outros
elementos.
c) DICROMATOMETRIA: em que a solução padrão é dicromato de potássio,
K2Cr2O7.
Aplica-se principalmente em análise de ligas de minério de ferro.
Como o dicromato de potássio gera resíduo de alta toxidez ao meio ambiente (se
liga: a prova pode questionar se estes resíduos podem ser descartados na pia do
laboratório), necessita-se de um tratamento específico e isto diminui a adesão a
este reagente, em alguns casos.

1. MÉTODOS ENVOLVENDO O IODO, I2: IODOMETRIA E IODIMETRIA


As aplicações do iodo como reagente redox são bastante extensas, principalmente,
porque:

(1) o potencial padrão de redução do par I 2/I- é intermediário, e, além disso, pode
agir como um agente oxidante na forma de I 2, ou como agente redutor na forma de
I3-;
(2) o E
0
I2 / I
 é praticamente independente da acidez do meio até pH<8. O par redox

iodo/iodeto pode ser caracterizado pela semi- reação, I2 + 2é  2I- . E


0
I2 / I
 =

0,535V indicando que o iodo é um oxidante moderado e o iodeto é um redutor


relativamente fraco.
O iodo é quantitativamente reduzido a iodeto, em meio neutro, por redutores
moderadamente fortes, como Sn(II), H2SO3, SO2, H2S e o iodeto é quantitativamente
oxidado a iodo por oxidantes moderados ou fortes, como H 2O2, IO3-, IO4-, Cr2O72-,
03978477343

MnO4- e CIO-.
Existem dois diferentes modos analíticos na aplicação na química do iodo em
titulações de oxirredução:
- IODIMETRIA (método iodimétrico): o constituinte em análise redutor é titulado
diretamente com solução padrão de iodo (para produzir iodeto) em meio levemente
ácidos ou levemente básicos.

2. IODOMETRIA (método iodométrico): o constituinte em análise oxidante é


adicionado ao I- (que é utilizado como redutor) em excesso para produzir iodo. O

Prof. Wagner Luiz www.estrategiaconcursos.com.br Página 37 de 124

03978477343 - EUSTAQUIO DE SOUSA MENDES JUNIOR


Química para MAPA, cargo: Técnico de Laboratório
Teoria e exercícios
Prof. WAGNER LUIZ – Aula 03
iodo liberado na reação associada é então titulado, em meio neutro ou levemente
ácido, com solução padrão de tiossulafto de sódio (redutor).
Em resumo, a Iodimetria é a titulação com o I3-. A Iodometria é a titulação do I3-.
Os dois métodos estão baseados:
(a) no fato de que o iodo na presença de iodeto produz o íon triiodeto:
I2(s) + I- I3- K = 7,1.102

(b) no par redox triiodeto/iodeto,


I3- + 2e- 3I- E0 I3-/I- = 0,536V

Pelo fato do potencial de redução ser relativamente baixo, poucas substâncias são
oxidadas pelo iodo, daí a existência de poucos métodos iodimétricos. Por outro lado,
muitas espécies são capazes de oxidar o iodeto a iodo, resultando numa ampla
variedade de métodos indiretos ou iodométricos, onde a espécie de interesse é
quantitativamente reduzida em excesso de solução de iodeto liberando o
equivalente em iodo. E esse é dosado por titulação com uma solução padrão de um
redutor. O método iodométrico é mais vantajoso porque o iodo é gerado in situ
evitando perdas por volatilização, pois o iodo é facilmente sublimável.

Utilização do Tiossulfato de Sódio


O tiossulfato de sódio é o redutor mais empregado como titulante no iodo gerado
nas metodologias iodométricas. Normalmente as soluções são preparadas a partir
do sal pentahidratado, Na2S2O3.5H2O (MM = 248,18g/mol), e devem ser
posteriormente padronizadas, pois, este sal não se enquadra como um padrão
03978477343

primário.
Normalmente as soluções devem ser preparadas com água destilada previamente
fervida para eliminar o CO2 dissolvido e também prevenir a decomposição do
tiossulfato por bactérias. É de praxe adicionar algumas gotas de clorofórmio que
funciona como um eficiente preservativo.
Além disso, cerca de no máximo 0,1g/L de Na2CO3 é adicionada para garantir uma
leve alcalinidade na solução, pois íon S2O32- se decompõem em meio ácido,
catalisado pela ação da luz, liberando enxofre coloidal e conferindo uma turbidez na
solução.

Prof. Wagner Luiz www.estrategiaconcursos.com.br Página 38 de 124

03978477343 - EUSTAQUIO DE SOUSA MENDES JUNIOR


Química para MAPA, cargo: Técnico de Laboratório
Teoria e exercícios
Prof. WAGNER LUIZ – Aula 03
Por outro lado, hidróxidos de metais alcalinos, Na2CO3 > 0,1 g L-1 e bórax, não
devem ser adicionados, pois tendem a acelerar a decomposição sob ação do
oxigênio atmosférico:
S2O32- + 2O2 + H2O  2SO42- + 2H+ .
Assim, a solução deve ser armazenada em frasco escuro (âmbar) logo após a
preparação.
O íon tiossulfato (S2O3-2) é um agente redutor moderadamente forte. Na presença
de iodo, o íon tiossulfato é quantitativamente oxidado para formar o íon tetrationato
(S4O6-2), de acordo com a seguinte semi-reação: 2S2O3-2) S4O6-2 + 2e-.
O procedimento empregado na determinação de agentes oxidantes envolve a
adição de um excesso de iodeto de potássio a uma solução levemente ácida do
analito. A redução do analito produz uma quantidade estequiometricamente
equivalente de iodo. Então o Iodo liberado é titulado com uma solução padrão de
Na2S2O3. Um exemplo desse procedimento é a determinação de hipoclorito de sódio
em alvejantes. As reações são:
OCl- + 2I- + 2H+ Cl- + I2 + H2O
I2 + S2O3-2 2I- + S4O6-2

Utilização da Goma de Amido


Em reações redox envolvendo o iodo como agente oxidante ou o iodeto como
redutor, a goma de amido é utilizada como indicador sensível, pois forma um
complexo com o Iodo (I2) de coloração azul intensa, e mesmo numa concentração
de 10-5mol L-1, o iodo pode ser detectado. Na presença de um excesso de agente
oxidante, a razão das concentrações de iodo e iodeto é elevada fornecendo uma cor
03978477343

azul para a solução.


Com o excesso de redutor, por outro lado, o íon iodeto predomina e a cor azul se
faz ausente. A goma de amido não é um indicador redox porque é específica à
presença de I2 e não a uma modificação do potencial redox.
A fração ativa da goma de amido é a amilose, um polímero do açúcar – D –
glicose. Na presença da goma de amido e de Iodeto, as moléculas de Iodo formam
cadeias de I6 que ocupam o centro da hélice da amilose. A cor azul escura da goma
de amido-iodo surge da absorção visível pela ligação da cadeia de I 6 dentro da
hélice.

Prof. Wagner Luiz www.estrategiaconcursos.com.br Página 39 de 124

03978477343 - EUSTAQUIO DE SOUSA MENDES JUNIOR


Química para MAPA, cargo: Técnico de Laboratório
Teoria e exercícios
Prof. WAGNER LUIZ – Aula 03
O denominado amido solúvel é encontrado comercialmente e se dispersa facilmente
em água.
Uma vez que o amido é susceptível ao ataque por microrganismos, é recomendável
preparar a solução no dia da análise. Normalmente prepara-se solução de amido
solúvel a 0,5 – 1,0%(m/v) e adiciona-se ácido bórico como preservativo, para
prolongar o tempo de vida útil.
Em Iodimetria (titulação com o I3-), a goma de amido pode ser adicionada no início
da titulação. A primeira gota de excesso de I 3- após o ponto de equivalência causa a
mudança da cor da solução para azul escuro.

Em Iodometria (a titulação do I3-), o íon triiodeto está presente em toda a reação


até o ponto de equivalência. A goma de amido não deve ser adicionada à reação
até que esteja imediatamente antes do ponto de equivalência onde a concentração
do iodo é baixa. De outro modo, algum iodo tende a permanecer ligado às partículas
de goma de amido após o ponto de equivalência ser alcançado.

2. PERMANGANOMETRIA
É utiizada uma solução padrão de permanganato de potássio. O KMnO 4 é um forte
agente oxidante como uma cor violeta intensa. Existem 3 três reações possíveis do
MnO4-, conforme o pH:
1. Em pH fortemente ácido: MnO4- + 8H+ + 5e- Mn2+ + 4H2O
Cor violeta incolor

2. Em pH neutro ou levemente alcalino: MnO 4- + 4H+ + 3e- MnO2(s) + 2H2O


03978477343

precipitado
3. Em pH fortemente alcalino: MnO4- + e- MnO4-2
Vermelho

Trabalharemos em meio fortemente ácido, em que o KMnO4 serve como seu próprio
indicador.
As soluções aquosas de permanganato de potássio não são totalmente estáveis em
virtude da oxidação da água:
4MnO4- + 2H2O 4MnO2(s) + 3O2(g) + 4OH-

Prof. Wagner Luiz www.estrategiaconcursos.com.br Página 40 de 124

03978477343 - EUSTAQUIO DE SOUSA MENDES JUNIOR


Química para MAPA, cargo: Técnico de Laboratório
Teoria e exercícios
Prof. WAGNER LUIZ – Aula 03
As soluções de permanganato, quando adequadamente preparadas, são
razoavelmente estáveis, porque a reação de decomposição é lenta.
O permanganato de potássio não é um padrão primário, pois, traços de MnO 2 estão,
invariavelmente, presentes. Além disso, a água destilada geralmente contém
impurezas orgânicas suficientes para reduzir algum MnO 4- recém dissolvido a MnO2
As soluções padronizadas de permanganato devem ser armazenadas no escuro. A
filtração e a repadronização são requeridas se a presença de sólido é detectada na
solução ou nas paredes do frasco de armazenagem. Em qualquer um desses casos,
a repadronização a cada uma ou duas semanas é uma boa medida preventiva.

3. Dicromato de Potássio
Em suas aplicações analíticas, o íon dicromato é reduzido ao íon verde cromo(III):

Geralmente, as titulações empregando o dicromato são realizadas em soluções


preparadas em ácido clorídrico ou ácido sulfúrico 1 mol/L. Nesses meios, o potencial
formal para a semi-reação varia entre 1,0 e 1,1 V.
As soluções de dicromato de potássio são estáveis indefinidamente, podem ser
fervidas sem decomposição e não reagem com o ácido clorídrico. Além disso, o
reagente padrão primário está disponível comercialmente e a um preço acessível.
Veja um resumo das suas principais vantagens:
- tem uma estabilidade excepcional em soluções ácidas;
- é um padrão primário;
- dissolve-se facilmente em água ou ácidos diluídos;
- Nenhuma precaução especial precisa ser observada na estocagem de soluções;
03978477343

- Baixo custo.

As desvantagens do dicromato de potássio:


- são o baixo potencial de eletrodo e a lentidão de sua reação com certos agentes
redutores.
- não é um oxidante tão forte quanto MnO4- ou Ce4+ e reage mais lentamente
com os agentes redutores.
- deve ser usado sempre em solução ácida, devido à reação que ocorre em meio
alcalino.

Prof. Wagner Luiz www.estrategiaconcursos.com.br Página 41 de 124

03978477343 - EUSTAQUIO DE SOUSA MENDES JUNIOR


Química para MAPA, cargo: Técnico de Laboratório
Teoria e exercícios
Prof. WAGNER LUIZ – Aula 03
Como as reações de redox envolvem potenciais redox e concentração de soluções
pode ser que seja questionado algum cálculo na prova. Não é muito comum, mas,
não é impossível. Para tanto, segue a equação de Nerst, que relaciona estas
variáveis mencionadas através da seguinte equação:

Onde:

Devido aos avanços tecnológicos e científicos novas técnicas instrumentais foram


surgindo. Surgiram técnicas quantitativas que aplicam conceitos diversos e,
normalmente, instrumentos que permitem medir uma propriedade físico-química e
associar esta propriedade com a concentração do produto a ser determinado.
A razão pela qual as técnicas instrumentais são utilizadas com grande frequência é
que são bastante rápidas e conseguem determinar quantidades muito pequenas.
Entretanto, apesar de as técnicas instrumentais serem de grande facilidade e
precisão, não eliminaram as técnicas consideradas clássicas em virtude de alguns
03978477343

fatores importantes, a saber:


- a aparelhagem necessária para os procedimentos clássicos é barata e comum na
maioria dos laboratórios, enquanto que as técnicas instrumentais, além de um custo
alto para sua execução, necessitam, muitas vezes, de locais específicos para sua
execução.
- qualquer técnica instrumental, sem exceção, para que seja correta, necessita de
um padrão analítico com concentração bem definida, o que às vezes não é fácil nem
barato para se obter.

Prof. Wagner Luiz www.estrategiaconcursos.com.br Página 42 de 124

03978477343 - EUSTAQUIO DE SOUSA MENDES JUNIOR


Química para MAPA, cargo: Técnico de Laboratório
Teoria e exercícios
Prof. WAGNER LUIZ – Aula 03
- as técnicas instrumentais tornam-se úteis principalmente para grandes quantidades
de análise, pois se a quantidade de análise for pequena não se justifica o
investimento em equipamentos. A não ser que a concentração a ser determinada
seja tão baixa que as técnicas convencionais não consigam detectar.
Em virtude destes fatores é comum nos laboratórios encontrarmos as duas técnicas,
clássicas e instrumentais, como sendo mutuamente suplementares.
Existem diversas técnicas instrumentais, sendo que neste curso vamos apresentar
as mais usuais que, na medida do possível, iremos correlacionar com as técnicas
clássicas.

B) Métodos instrumentais de análise química


Nestes casos são utilizados equipamentos eletrônicos mais sofisticados. Apesar de
mais utilizados em relação aos convencionais, podem ter seu uso limitado em
função dos seguintes motivos:
1. Alto custo dos equipamentos eletrônicos;
2. Não existência de um equipamento disponível para determinada análise;
3. Existência de requerimento de um método convencional sob o aspecto legal,
por se tratar de um método oficial;
4. Em casos raros, os métodos convencionais podem apresentar resultados
melhores que os instrumentais.
Dentre várias técnicas empregadas citarei algumas. Tais como:

Potenciometria
– mede-se o potencial de um eletrodo em equilíbrio com o íon a ser determinado.
03978477343

Neste caso, pode substituir muitas análises titrimétricas, como neutralização ou


oxido-redução.

Condutimetria
- mede-se a condutividade elétrica de uma solução.

Os métodos ópticos instrumentais são conhecidos como


Espectrofotométricos e Colorimétricos
– mede-se a radiação luminosa, na região do visível, absorvida por uma solução.

Prof. Wagner Luiz www.estrategiaconcursos.com.br Página 43 de 124

03978477343 - EUSTAQUIO DE SOUSA MENDES JUNIOR


Química para MAPA, cargo: Técnico de Laboratório
Teoria e exercícios
Prof. WAGNER LUIZ – Aula 03

Espectrofotometria no infravermelho
- mede-se a radiação luminosa, na região do ultravioleta ou infravermelho, absorvida
por uma solução.

Espectroscopia de absorção atômica


- mede-se a radiação luminosa emitida por uma lâmpada que irradia o espectro do
elemento a ser determinado.

Os métodos de separação instrumentais são conhecidos como cromatográficos e


permitem separar, identificar e quantificar os componentes de uma mistura.
Dependendo do tipo de separação utilizada, a cromatografia é conhecida como de
camada fina, líquida e gasosa.

O método gravimétrico instrumental mais usual é a eletrogravimetria que permite


a deposição de um elemento químico.
Além destas técnicas existem outras como ressonância nuclear magnética, raios-X,
radioatividade, espectrometria de massa, métodos cinéticos, rotação óptica, métodos
térmicos entre outros.
Métodos eletroanalíticos
Estes métodos analíticos são baseados nas propriedades elétricas das soluções,
tais como: corrente, resistência e diferença de potencial. A propriedade elétrica
pode, em alguns casos, ser medida em função do tempo (você se recorda de
eletrólise e eletrodeposição em que se usava a Lei de Faraday?).
03978477343

Estes métodos apresentam como características gerais:


- baixos limites de detecção;
- instrumentação de baixo custo relativo
Fazem parte das chamadas técnicas eletroanalíticas (por isto, meu caro MAPEANO
ESTRATÉGIA, você precisou ter que estudar nox, pilha e eletrólise). Poderíamos
agrupá-las assim:

Prof. Wagner Luiz www.estrategiaconcursos.com.br Página 44 de 124

03978477343 - EUSTAQUIO DE SOUSA MENDES JUNIOR


Química para MAPA, cargo: Técnico de Laboratório
Teoria e exercícios
Prof. WAGNER LUIZ – Aula 03

Vamos estudar apenas algumas técnicas mais compatíveis com o edital.


Potenciometria
Entende-se por potenciometria o conjunto de métodos quantitativos instrumentais
destinados à determinação de concentrações, mediante medidas de diferenças de
potenciais entre dois eletrodos, sendo um de referência e outro indicador. Este
último forma com a solução em análise, um sistema com um potencial que será a
função da concentração da própria solução. A medida das diferenças de potencial é
realizada por um potenciômetro que pode ser simplificado pelo esquema a seguir.
03978477343

Onde :
B – bateria de corrente contínua
R – resistência variável
C1 –célula formada pelos eletrodos e a amostra
C2- célula padrão
G – galvanômetro
P1-p2 – fio calibrado a uma resistência conhecida
V e v’ –valores de leitura

Prof. Wagner Luiz www.estrategiaconcursos.com.br Página 45 de 124

03978477343 - EUSTAQUIO DE SOUSA MENDES JUNIOR


Química para MAPA, cargo: Técnico de Laboratório
Teoria e exercícios
Prof. WAGNER LUIZ – Aula 03
A bateria (B) envia a corrente através de um fio calibrado com resistência conhecida
(P1-P2) e da resistência variável (R) que é regulada para se obter a maior variação
de potencial entre os pontos P1 e P2, sendo que os valores V de potencial são
proporcionais ao comprimento da seção do fio ( P1-V).
O sistema entra em equilíbrio quando o potencial entre as células C1 e C2 entram
em equilíbrio e a deflexão do galvanômetro passa a ser zero.
Para se realizar a leitura de potencial de uma solução é necessário que se utilize um
conjunto de eletrodos, ou seja, um para leitura e outro para referência. Em função
das várias análises foram desenvolvidos vários eletrodos.
O equipamento empregado nos métodos potenciométricos é simples e barato e
inclui um eletrodo de referência, um eletrodo indicador e um dispositivo de medida
do potencial.
Abaixo segue um esquema geral do uso da potenciometria:

Os eletrodos mais comuns são: 03978477343

- eletrodos de referência e eletrodo de Hidrogênio


O eletrodo de Hidrogênio foi o primeiro eletrodo de referência a ser utilizado e teve
importância fundamental no desenvolvimento o potencial, pois todos os potenciais
de eletrodo são medidos em função dele que foi definido como potencial zero. Em
virtude de sua dificuldade operacional hoje ele é citado apenas como fato histórico
ou utilizado em casos muito específicos. O esquema em anexo dá uma ideia de
como é um eletrodo de Hidrogênio.

Prof. Wagner Luiz www.estrategiaconcursos.com.br Página 46 de 124

03978477343 - EUSTAQUIO DE SOUSA MENDES JUNIOR


Química para MAPA, cargo: Técnico de Laboratório
Teoria e exercícios
Prof. WAGNER LUIZ – Aula 03

Eletrodo de Calomelano
É o eletrodo de referência mais utilizado e substituiu com vantagens o eletrodo de
Hidrogênio. O eletrodo de calomelano é constituído por uma mistura de mercúrio e
cloreto de mercúrio (esta mistura é conhecida por calomelano) envolvida por solução
de cloreto de potássio de concentração que pode variar de 0,1 N até saturado. A
equação de equilíbrio do eletrodo será:
Hg2Cl2 + 2e- 2Hg0 + 2 Cl-
O potencial do eletrodo depende da concentração de Cl-, mas, em função da
solução ser saturada (concentração “fixa” em cerca de 4 mol/L) o potencial
permanece constante.

03978477343

Eletrodo de prata- cloreto de prata


É o eletrodo de referência mais utilizado como eletrodo interior de referência em
vários eletrodos, que pelo fato de conterem o eletrodo de referência já embutido,

Prof. Wagner Luiz www.estrategiaconcursos.com.br Página 47 de 124

03978477343 - EUSTAQUIO DE SOUSA MENDES JUNIOR


Química para MAPA, cargo: Técnico de Laboratório
Teoria e exercícios
Prof. WAGNER LUIZ – Aula 03
são chamados de combinados, bem como, é utilizado como eletrodo de referência
externo. Este eletrodo consiste de um fio de prata (Ag 0) recoberto por um de seus
sais insolúveis, no caso o AgCl, imerso em uma solução de cloreto de potássio
saturada, com concentração que pode variar de 0,1 N até 1 N. A equação de
equilíbrio do eletrodo será :
AgCl + e- Ag(s) + Cl-

Eletrodo de vidro
A medida de pH é efetuada com base na diferença de potencial através de uma
membrana de vidro que separa a solução desconhecida de uma solução de
referencia cuja [H+] é conhecida. 03978477343

É o eletrodo de indicador mais utilizado em determinações do valor de pH de uma


solução. O eletrodo de vidro é constituído esquematicamente de um bulbo de vidro
fino contendo no seu interior uma solução de ácido clorídrico de concentração que
pode variar de 0,1 N até 1 N na qual está imerso um fio de platina e em conjunto um
eletrodo de referência que pode ser o de calomelano ou o de prata/cloreto de prata.
O eletrodo assim montado, passa a funcionar como um medidor da concentração
hidrogeniônica. A equação de equilíbrio pode ser dada, considerando como o
eletrodo de referência o de prata/cloreto de prata como:
AgCl + H+ Ag0 + HCl + e-

Prof. Wagner Luiz www.estrategiaconcursos.com.br Página 48 de 124

03978477343 - EUSTAQUIO DE SOUSA MENDES JUNIOR


Química para MAPA, cargo: Técnico de Laboratório
Teoria e exercícios
Prof. WAGNER LUIZ – Aula 03
AgCl + e- Ag0 + Cl-
O esquema do eletrodo de vidro pode ser dado por :

Eletrodo de platina (Pt)


É o eletrodo de indicador mais utilizado em determinações da variação do valor do
potencial de uma reação de óxido redução. O eletrodo de platina é constituído
esquematicamente de um fio de platina imerso em uma solução que contem íons em
dois níveis de oxidação. O eletrodo passa a ter um potencial proporcional às
concentrações das formas oxidada e reduzida do íon na solução em estudo. Como
exemplo, no esquema, vamos considerar um eletrodo de platina para a
determinação de ferro.

03978477343

MÉTODOS ESPECTROFOTOMÉTRICOS
ESPECTROFOTOMETRIA E COLORIMETRIA
Do que se trata?
São métodos utilizados visando determinar a de concentração de soluções
baseando-se na absorção de algum tipo de radiação do “espectro eletromagnético”.
Estes métodos se baseiam na absorção e/ou emissão de radiação eletromagnética
por moléculas ou átomos, quando os seus elétrons se movimentam entre níveis
energéticos.
Ocorrem excitações eletrônicas entre os níveis de energia que

Prof. Wagner Luiz www.estrategiaconcursos.com.br Página 49 de 124

03978477343 - EUSTAQUIO DE SOUSA MENDES JUNIOR


Química para MAPA, cargo: Técnico de Laboratório
Teoria e exercícios
Prof. WAGNER LUIZ – Aula 03
correspondem aos orbitais moleculares dos sistemas
Nesta técnica, utiliza-se a cor de uma substância que pode ser obtida por uma
reação ou ser do próprio analito. A intensidade da cor varia segundo a concentração
do analito na solução e comparando-se com soluções de concentração conhecida,
pode-se quantificar o analito. É comum, realizarmos a colorimetria visual e muitas
vezes dizemos, em nosso dia a dia: “pela cor isto está mais concentrado” e etc.

Estados energéticos das espécies químicas:


A teoria quântica, proposta por Marx Planck em 1900, procura explicar as
propriedades da radiação emitida por corpos aquecidos. A teoria foi posteriormente
estendida para explicar outros processos de emissão e absorção de luz, através de
dois postulados importantes:
- átomos, íons e moléculas podem existir somente em certos estados discretos de
energia. Quando uma espécie altera seu estado, absorve ou emite uma quantidade
de energia exatamente igual à diferença de energia entre os estados.
A energia de um átomo é tanto maior quanto mais distante do núcleo estiver
localizada a órbita que o elétron percorre. Geralmente, para um átomo qualquer,
quando os elétrons percorrem órbitas situadas o mais próximo possível do núcleo,
a energia do átomo é mínima e o átomo encontra-se no estado fundamental. Os
estados de maior energia nos quais um ou mais elétrons percorrem órbitas mais
externas, são chamados estados excitados.
Quando átomos, íons ou moléculas absorvem ou emitem radiação ao efetuar uma
transição de um estado de energia para outro, a radiação de frequência f ou de
comprimento de onda está relacionada à diferença de energia entre dos dois
03978477343

estados pela equação:


hc
 E  hv 

E = E1 – E0
E1 = estado de energia mais elevado ou excitado
E0 = estado de energia mais baixo ou fundamental
c = velocidade da luz no vácuo
h = constante de Planck (6,63.10-34 J s).
= comprimento de onda
f = frequência

Prof. Wagner Luiz www.estrategiaconcursos.com.br Página 50 de 124

03978477343 - EUSTAQUIO DE SOUSA MENDES JUNIOR


Química para MAPA, cargo: Técnico de Laboratório
Teoria e exercícios
Prof. WAGNER LUIZ – Aula 03
A radiação eletromagnética é uma forma de energia que se transmite no universo
em enormes velocidades. Possui natureza ondulatória e corpuscular.
O comportamento ondulatório é responsável pelos fenômenos de refração, reflexão,
interferência, difração, polarização e dispersão, e é caracterizado pelos parâmetros:
velocidade, frequência, comprimento de onda e amplitude. Já a natureza corpuscular
explica o efeito fotoelétrico.
De acordo com a “teoria dos quanta” o espectro de energia não é contínuo e,
portanto, a energia, ao contrário do que se possa supor, é liberada ou absorvida de
forma descontínua, em pequenas porções, denominadas “quanta” ou “fótons”.
Você deve se recordar deste fato quando estudou modelos atômicos e viu o Modelo
de Bohr e seu Princípio.
Em muitas interações entre radiação e matéria, é mais útil considerar a luz como
constituída por fótons ou quanta.

Espectro da radiação eletromagnética


O espectro das radiações eletromagnéticas é dividido em algumas regiões, para
maior conveniência de seu estudo. Essas regiões foram obtidas através de limites
práticos adequados a métodos experimentais de produção de detecção de
radiações. Essas regiões ainda informam o tipo e o mecanismo de interação com a
matéria. As regiões mais importantes são mostradas abaixo.
As de maior importância nas pesquisas e nas aplicações práticas, em função do
comprimento de onda (propriedade que fornece uma das principais características

da onda): Raios-X (faixa de 10-1 a 10 Å), ondas ultravioletas (faixa de 1 a 400


nm), o espectro de luz visível (faixa de 400 a 700 m), ondas infravermelhas (faixa
03978477343

de 700 nm a 1 mm) e faixas de radiofrequência que variam de 20 cm até 105 m.

Prof. Wagner Luiz www.estrategiaconcursos.com.br Página 51 de 124

03978477343 - EUSTAQUIO DE SOUSA MENDES JUNIOR


Química para MAPA, cargo: Técnico de Laboratório
Teoria e exercícios
Prof. WAGNER LUIZ – Aula 03

03978477343

Prof. Wagner Luiz www.estrategiaconcursos.com.br Página 52 de 124

03978477343 - EUSTAQUIO DE SOUSA MENDES JUNIOR


Química para MAPA, cargo: Técnico de Laboratório
Teoria e exercícios
Prof. WAGNER LUIZ – Aula 03
Os fótons de energia radiante, emitidos pelo sol ou por lâmpadas incandescentes,
por exemplo, são constituídos de um enorme número de radiações de diferentes
comprimentos de onda () que, em conjunto, constitui o que se chama espectro de
radiação eletromagnética. No caso do sol estas radiações vão desde “ondas de
rádio”, de baixíssima energia, até os “raios cósmicos”, de elevada energia. Veja um
esquema desta radiação:
Como vamos nos referir a estas radiações é interessante conhecer a terminologia
empregada para este assunto:

Comprimento de onda ()


A onda eletromagnética ao se propagar no vácuo vibra, percorrendo uma trajetória
senoidal e passando por máximos e mínimos. Denomina-se  a distância que uma
onda caminha ao cabo de uma vibração completa de uma partícula no meio em que
se encontra.

As unidades mais empregadas dependem da região do espectro considerada Por


exemplo: as ondas de rádio, de grande comprimento, tem seus  expressos em
03978477343

metros, enquanto as mais curtas, como as do visível e UV, em nanômetros (nm).

Prof. Wagner Luiz www.estrategiaconcursos.com.br Página 53 de 124

03978477343 - EUSTAQUIO DE SOUSA MENDES JUNIOR


Química para MAPA, cargo: Técnico de Laboratório
Teoria e exercícios
Prof. WAGNER LUIZ – Aula 03
Frequência (f)
Representa o número de ondas que passa por definido ponto, na unidade de tempo.
Normalmente, é dada em ciclos/s. Imagine uma pedra sendo atirada num lago, e que
dá origem à formação de várias ondas. O número de ondas que passa por definido
ponto, fora de seu centro de formação, na unidade de tempo, representa sua
frequência.

Veja a relação entre comprimento de onda, frequência e energia.

Vejamos as regiões do espectro em que temos grande interesse:


- ultravioleta - na faixa de 200 a 400 nm
- luz visível - entre 400 e 800 nm (você observa como “enxergamos” pouco?).
03978477343

- Absorção no UV (200 – 400 nm; 595 – 299 kJ/mol)


- Absorção no Visível (400 – 800 nm; 299 – 149 kJ/mol)

Prof. Wagner Luiz www.estrategiaconcursos.com.br Página 54 de 124

03978477343 - EUSTAQUIO DE SOUSA MENDES JUNIOR


Química para MAPA, cargo: Técnico de Laboratório
Teoria e exercícios
Prof. WAGNER LUIZ – Aula 03
Abaixo de 200 nm quase todas as moléculas orgânicas absorvem.

Observe algumas faixas:

Faixa de  Região espectral

<<200 nm Raios X e 

200 a 380 nm Ultravioleta

380 a 760 nm Visível

760 a 1000 nm Infravermelho próximo

1 a 5 m Infravermelho

15 a 50 m Infravermelho distante (micro-ondas)


03978477343

>>50 m Ondas de rádio

A concentração de dada substância pode ser determinada medindo-se a luz


absorvida por uma solução, através do método espectrofotométrico. Se um raio de
luz monocromática atravessar uma solução contendo uma substância capaz de
absorver luz neste comprimento de onda, uma parte desta luz incidente (I o) será
absorvida e uma parte será transmitida (I).

Prof. Wagner Luiz www.estrategiaconcursos.com.br Página 55 de 124

03978477343 - EUSTAQUIO DE SOUSA MENDES JUNIOR


Química para MAPA, cargo: Técnico de Laboratório
Teoria e exercícios
Prof. WAGNER LUIZ – Aula 03

Chamamos de transmitância (T) a razão entre a intensidade da luz transmitida (I) e


a intensidade da luz incidente (Io).

A transmitância de uma solução depende dos seguintes fatores:


- Natureza da substância
- Concentração
- Caminho óptico da solução
A relação entre estes três fatores é descrita quantitativamente pela lei de Beer-
Lambert, ou simplesmente lei de Beer, segundo a qual a transmitância de uma
solução num determinado comprimento de onda é:

Onde:
(lê-se épson) é a absortividade molar e é expressa nas unidades M -1cm-1;
c é a concentração da amostra expressa em mol/L(M);
b é o caminho óptico e é geralmente expresso em cm.
Como a transmitância é uma função exponencial, aplicando-se o logaritmo temos:
03978477343

Chamando-se (-log T) de absorbância (A) temos:

Representação gráfica:

Prof. Wagner Luiz www.estrategiaconcursos.com.br Página 56 de 124

03978477343 - EUSTAQUIO DE SOUSA MENDES JUNIOR


Química para MAPA, cargo: Técnico de Laboratório
Teoria e exercícios
Prof. WAGNER LUIZ – Aula 03

Abaixo temos um gráfico que representa uma solução de permanganato de potássio


em diferentes concentrações. Existe uma relação de linearidade entre as
concentrações e as absorbâncias, obedecendo, assim, a Lei de Beer.

03978477343

A luz de comprimento de onda ( ) curto possui bastante energia (E) para promover
transições eletrônicas em moléculas orgânicas.
A promoção de elétrons pode ocorrer em outros níveis de energia:
- Vibracional
- Rotacional
Em temperatura ambiente, a maioria das moléculas está no estado de baixo nível de
energia eletrônica, chamado estado fundamental (E1)

Prof. Wagner Luiz www.estrategiaconcursos.com.br Página 57 de 124

03978477343 - EUSTAQUIO DE SOUSA MENDES JUNIOR


Química para MAPA, cargo: Técnico de Laboratório
Teoria e exercícios
Prof. WAGNER LUIZ – Aula 03

Exercício resolvido
Uma solução 7,25.10-5 mol/L de permanganato de potássio apresenta transmitância
de 44,1% quando medida em uma cela de 2,10cm no comprimento de onda de 525
nm. Calcule:
a) a absorbância desta solução;
b) a absortividade molar do KmnO4.

RESOLUÇÂO:
a) A= -log T = -log 0,441 = - (-0,3554) = 0,355 (calcule usando uma calculadora
científica, para não perder tempo e achar difícil o cálculo).
b) da equação de Beer:

03978477343

l.cm

Portanto, a lei de Beer estabelece que a absorbância de uma substância em


solução é diretamente proporcional à sua concentração e à espessura que a luz
atravessa.
A utilização da lei de Beer requer o estabelecimento do comprimento de onda à
absorção máxima. Conhecendo-se este comprimento de onda, preparam-se
soluções com concentrações conhecidas e determina-se a absorbância neste
comprimento de onda. Fazendo-se um gráfico da absorbância (Eixo Y) em função

Prof. Wagner Luiz www.estrategiaconcursos.com.br Página 58 de 124

03978477343 - EUSTAQUIO DE SOUSA MENDES JUNIOR


Química para MAPA, cargo: Técnico de Laboratório
Teoria e exercícios
Prof. WAGNER LUIZ – Aula 03
da concentração (Eixo X), obtém-se uma reta que é chamada de curva padrão, a
qual poderá ser utilizada para determinar a concentração de soluções a partir dos
valores da absorbância.
Como valores de para muitas substâncias são conhecidos, ou podem ser
facilmente determinados (fazendo-se um espectro de absorção) e, também, porque
a determinação de A é simples, este método é bastante utilizado para
determinações de concentração.

Validade da Lei de Beer


- O meio deve ser homogêneo.
- A luz deve ser monocromática.
- Os centros absorvedores tem que atuar de forma individual.
- A luz incidente não pode alterar a espécie que está absorvendo.

Quais algumas situações práticas?


Colorímetro fotoelétrico e espectrofotômetro de absorção
Neste tipo de colorímetro a vista humana fica substituída por uma célula fotoelétrica.
Esta célula permite a leitura precisa da intensidade de luz absorvida. Paralelamente,
com um conjunto de filtros pode-se selecionar o comprimento de onda em que se
quer trabalhar. A diferença entre o colorímetro e o espectrofotômetro reside
exatamente no modo como a luz é filtrada antes de atingir a amostra. No
colorímetro, normalmente, existem três filtros de cores azul, verde e vermelha, que
são substituídos de acordo com a necessidade. Enquanto que no espectrofotômetro
existe a possibilidade de se obter uma luz bem próxima da monocromática,
03978477343

podendo-se trabalhar com um comprimento de onda escolhido. O esquema básico


destes equipamentos pode ser dado:

Prof. Wagner Luiz www.estrategiaconcursos.com.br Página 59 de 124

03978477343 - EUSTAQUIO DE SOUSA MENDES JUNIOR


Química para MAPA, cargo: Técnico de Laboratório
Teoria e exercícios
Prof. WAGNER LUIZ – Aula 03

Onde :
1 - Espelho refletor.
2 - Fonte de luz.
3 - Filtro removível, no caso do colorímetro. Sistema monocromático no caso do
espectrofotômetro de absorção.
4 - Fenda para passagem de luz. Muitos equipamentos têm meios para que o
operador ajuste a abertura da fenda
5 - Célula de absorção, onde se coloca a amostra.
6 - Célula fotoelétrica.
7 – Galvanômetro.
Para se operar com este tipo de colorímetro deve-se inicialmente escolher o filtro
que dá a maior absorbância para a solução em análise, ou seja, a melhor resposta
do aparelho. No espectrofotômetro visível equivale a escolher o comprimento de
onda que apresenta a maior absorbância.
Para o espectrofotômetro, escolher o melhor comprimento de onda significa fazer a
varredura dos vários comprimentos de onda que o equipamento possui, a fim de
identificar o valor adequado.
03978477343

Esta operação permite obter um gráfico A = f() que é chamado de curva de


absorbância em função do comprimento de onda.
Ou seja, prepara-se uma solução do produto a ser analisado e começa-se a fazer
leituras de absorbância para cada comprimento de onda, do menor valor para o
maior, variando inicialmente de 50 em 50. Obtendo assim o comprimento de onda
que fornece a maior absorção.
Depois disto, realiza-se uma nova varredura bem próxima do valor máximo
encontrado, mas desta vez, variando, o comprimento de onda de 5 em 5, para
determinar com precisão o comprimento de onda que dá a máxima absorção.

Prof. Wagner Luiz www.estrategiaconcursos.com.br Página 60 de 124

03978477343 - EUSTAQUIO DE SOUSA MENDES JUNIOR


Química para MAPA, cargo: Técnico de Laboratório
Teoria e exercícios
Prof. WAGNER LUIZ – Aula 03
Para que isto, Wagner? Por que começa de 50 em 50 nm? Porque a amplitude de
espectro é grande. Então, começamos a escolher de uma forma mais grosseira a
região mais adequada. Depois que definirmos, por exemplo, que a melhor região
está entre 700 a 750nm devemos variar de 5 em 5 nm. Iniciaríamos em 700; depois
705; 710; 715, até 750nm. Então, escolheríamos o comprimento de onda em que
obtivermos a maior absorção para a solução teste.
Os dados desta varredura podem ser colocados em um gráfico, que tem o seguinte
aspecto:

Depois da escolha do melhor comprimento de onda, a quantificação do produto já


pode ser feita e a determinação da concentração de uma solução problema é feita
por meio de uma curva de calibração, onde várias concentrações conhecidas de um
determinado analito, no comprimento de onda determinado, fornecem valores de
absorbância. A curva de calibração pode ser feita, para ambos os equipamentos
como A = f(C).
Podemos ver que depois do gráfico construído, obtêm-se uma reta, que apresenta
um coeficiente angular (a).
Para se determinar a concentração da amostra desconhecida, basta apenas fazer a
leitura de Ax e no gráfico determinar o valor de x, no eixo da concentração da curva
de calibração. 03978477343

Prof. Wagner Luiz www.estrategiaconcursos.com.br Página 61 de 124

03978477343 - EUSTAQUIO DE SOUSA MENDES JUNIOR


Química para MAPA, cargo: Técnico de Laboratório
Teoria e exercícios
Prof. WAGNER LUIZ – Aula 03

Onde:
c = a concentração do material em estudo;
l= o comprimento interno do recipiente que contem a solução;
(epsilon)= absortividade ou coeficiente de absorção, um fator característico da
substancia absorvedor (e o solvente), que depende do comprimento de onda da
radiação.
Sabe-se que sais coloridos, diluídos em diferentes proporções apresentam
diferentes nuances de cor. Por exemplo, o cromato de potássio deve se apresentar
semelhante à figura a seguir:

03978477343

Ou seja, aumentando-se a concentração diminui-se a intensidade de luz que


atravessa o meio contendo nossa substância de estudo.

De uma maneira geral, para uma solução de dada substância, em certo solvente,
analisada a certo comprimento de onda da radiação, pode-se traçar uma curva da

Prof. Wagner Luiz www.estrategiaconcursos.com.br Página 62 de 124

03978477343 - EUSTAQUIO DE SOUSA MENDES JUNIOR


Química para MAPA, cargo: Técnico de Laboratório
Teoria e exercícios
Prof. WAGNER LUIZ – Aula 03
absorbância A em função da concentração c.
A partir dessa curva será possível determinar a concentração de qualquer amostra
dessa solução, dentro deste intervalo de concentrações da curva analítica.

Sabe-se que diferentes moléculas absorvem radiações de diferentes comprimentos


de onda. Um espectro de absorção mostrará um número de bandas de absorção
correspondente aos grupos funcionais dentro da molécula. Tais grupos são
denominados cromóforos.

CROMÓFOROS.
Algumas considerações:
É a parte da molécula contendo os elétrons envolvidos na transição eletrônica, os
quais dão origem a uma absorção.
A maioria dos cromóforos simples não conjugados dá origem a absorções de alta
energia (baixo ) com valores de intensidade baixa ( ).

03978477343

Como a conjugação aumenta o cromóforo, sistemas com um alto grau de


conjugação têm bandas de absorção intensas com altos valores de .

Efeito da conjugação em um cromóforo simples

Prof. Wagner Luiz www.estrategiaconcursos.com.br Página 63 de 124

03978477343 - EUSTAQUIO DE SOUSA MENDES JUNIOR


Química para MAPA, cargo: Técnico de Laboratório
Teoria e exercícios
Prof. WAGNER LUIZ – Aula 03

(Observe a conjugação das insaturações, em vermelho).

Relação entre a cor absorvida e a refletida (percebida)

03978477343

Preparo das Amostras


- Sólidas, líquidas e gasosas;
- Mililitros (mL) ou miligramas (mg);
- Soluções diluídas: 0,4 mg / mL ou menos, dependendo do max no max;
- Utilização de solventes de alta pureza e transparência;

Prof. Wagner Luiz www.estrategiaconcursos.com.br Página 64 de 124

03978477343 - EUSTAQUIO DE SOUSA MENDES JUNIOR


Química para MAPA, cargo: Técnico de Laboratório
Teoria e exercícios
Prof. WAGNER LUIZ – Aula 03
- Ajuste do valor de pH (meio aquoso);
- Eliminação de interferentes

Algumas aplicações da espectroscopia UV


- Identificação de alguns compostos orgânicos, moléculas inorgânicas e íons;
- Análise qualitativa de alguns grupos funcionais orgânicos;
- Determinação quantitativa de espécies inorgânicas, orgânicas e biológicas;
- Monitoramento do meio ambiente e processos industriais;
- Detectores em cromatografia

Parte Instrumental
De maneira geral um espectrofotômetro tem três partes:
a) Fonte de radiação
– lâmpada incandescente:
Controle de intensidade da radiação por meio de filtros ou monocromatizadores.
Pode-se selecionar o comprimento de onda da luz incidente através de um controle
manual.

03978477343

- Lâmpada de deutério

Prof. Wagner Luiz www.estrategiaconcursos.com.br Página 65 de 124

03978477343 - EUSTAQUIO DE SOUSA MENDES JUNIOR


Química para MAPA, cargo: Técnico de Laboratório
Teoria e exercícios
Prof. WAGNER LUIZ – Aula 03

-Diodo emissor de luz (LED)

03978477343

b) Amostras
Contidas em tubos de ensaios ou cubetas (celas) – plástico ou vidro (região do
visível), quartzo (UV).

Prof. Wagner Luiz www.estrategiaconcursos.com.br Página 66 de 124

03978477343 - EUSTAQUIO DE SOUSA MENDES JUNIOR


Química para MAPA, cargo: Técnico de Laboratório
Teoria e exercícios
Prof. WAGNER LUIZ – Aula 03

Os intervalos de comprimentos de onda em que os diferentes materiais podem ser


utilizados são apresentados na tabela abaixo:

c) Detector
Para se quantificar a energia radiante emitida ou absorvida pela matéria é
necessário transformá-la em outra modalidade de energia. E isto ocorre nos
detectores. Estes são sensíveis à radiação e nos dá uma medida de intensidade
desta, ou seja, mede a intensidade da radiação transmitida pelo meio absorvente,
03978477343

por meio da corrente elétrica neles gerada. Um indicador no aparelho converte o


sinal do elemento em um número.
Os instrumentos em geral dispõem de dois indicadores: um deles nos dá a
transmitância e o outro dá a absorbância, evitando a necessidade de uma
calculadora.

Prof. Wagner Luiz www.estrategiaconcursos.com.br Página 67 de 124

03978477343 - EUSTAQUIO DE SOUSA MENDES JUNIOR


Química para MAPA, cargo: Técnico de Laboratório
Teoria e exercícios
Prof. WAGNER LUIZ – Aula 03
Temos alguns tipos diferentes de espectrofotômetros: os de feixe simples e os de
feixe duplo. Veja o esquema de cada um deles:

Como funcionam estes dois tipos?


- Feixe simples
1. Coloca-se o solvente (branco) no caminho ótico e mede-se a intensidade da
energia radiante, que atinge o detector;
2. Substitui-se o recipiente com o solvente (branco) pelo recipiente com a amostra e
faz- se a determinação propriamente dita da absorbância.

Espectrômetro UV-Vis com radiação simples


- Mede a absorção primeiro da referência (solvente) e depois a da amostra.
03978477343

Espectrômetro UV-Vis com radiação dupla


- A luz é dividida em duas radiações paralelas, as quais uma passa através
da célula contendo a amostra dissolvida em um solvente. A outra passa através da
célula contendo somente o solvente.
Mede a intensidade da luz transmitida através da célula, contendo somente
o solvente (I0) e compara a intensidade da luz transmitida através da célula da

amostra (I)

Prof. Wagner Luiz www.estrategiaconcursos.com.br Página 68 de 124

03978477343 - EUSTAQUIO DE SOUSA MENDES JUNIOR


Química para MAPA, cargo: Técnico de Laboratório
Teoria e exercícios
Prof. WAGNER LUIZ – Aula 03
Espectrofotômetros

Existem no mercado colorímetros de vários tipos, desde um simples que pode ser
utilizado com a luz do dia. Outros que necessitam de uma lâmpada. E os mais
sofisticados denominados colorímetros fotoelétricos, onde a luz de uma lâmpada
passa através de filtros que selecionam o comprimento de onda da luz que atinge o
analito.
O espectrofôtometro, por sua vez diferencia-se do colorímetro apenas pelo fato de
que pode emitir e selecionar radiações na região do ultravioleta, enquanto que o
colorímetro utiliza apenas radiação na região do visível. A principal vantagem desta
técnica é que proporciona um meio simples de se quantificar pequenas quantias de
um analito.
Algumas aplicações:

03978477343

Prof. Wagner Luiz www.estrategiaconcursos.com.br Página 69 de 124

03978477343 - EUSTAQUIO DE SOUSA MENDES JUNIOR


Química para MAPA, cargo: Técnico de Laboratório
Teoria e exercícios
Prof. WAGNER LUIZ – Aula 03
Outros métodos ópticos:
Radiação na região infravermelha (0,7 a 1.000 µm) – gasosa, líquida ou sólida e
em diferentes temperaturas.
Turbidimetria – mede a turbidez de uma solução devido à presença de materiais
particulados em suspensão ou em estado coloidal.
Fluorimetria - útil na determinação de constituintes de alimentos no nível de traços,
algumas vitaminas, contaminantes, entre outras.
Absorção atômica e emissão de chama (estudaremos ainda mais adiante).

ESPECTROSCOPIA DO INFRAVERMELHO
A radiação infravermelho refere-se à região do espectro eletromagnético
compreendida entre o visível e o micro-ondas. Estudaremos a região dos
comprimentos de onda que se estendem de 4000 a 621cm-1, que é a região mais
frequentemente utilizada pelos químicos orgânicos para as determinações
estruturais.
A radiação infravermelho de frequência inferior a 100 cm-1 é absorvida e convertida
por uma molécula orgânica em energia de rotação molecular. Esta absorção é
quantificada; assim um espectro de rotação molecular é composto de linhas
discretas.
A radiação infravermelho na escala de cerca de 10.000 - 100 cm-1 é absorvida e
convertida por uma molécula orgânica em energia de vibração molecular. Esta
vibração é, também, quantificada, mas o espectro de vibração aparece na forma de
bandas e não de linhas porque uma modificação simples de energia vibracional é
03978477343

acompanhada por uma série de modificações de energia rotacionais.

E vib
 E rot

A existência de subníveis rotacionais associados aos níveis vibracionais explica o


fenômeno de alargamento das bandas de absorbância em IV.

Prof. Wagner Luiz www.estrategiaconcursos.com.br Página 70 de 124

03978477343 - EUSTAQUIO DE SOUSA MENDES JUNIOR


Química para MAPA, cargo: Técnico de Laboratório
Teoria e exercícios
Prof. WAGNER LUIZ – Aula 03
São estas bandas de vibração-rotação, em particular as compreendidas entre 4000
e 621 cm-1, que nos interessam.
A frequência do comprimento de onda da absorção depende das massas relativas
dos átomos, das constantes de força das ligações e da geometria dos átomos (por
isto estudamos tudo isto no ensino médio e em nossas aulas).
A radiação infravermelha quando absorvida, fornece energia suficiente apenas
para alterar as vibrações entre os átomos em uma molécula.
Existem dois tipos de vibrações moleculares: a elongação (stretching em inglês) e
a flexão (bending). Uma vibração de elongação é um movimento rítmico ao longo
do eixo da ligação, fazendo aumentar ou diminuir a distância.

Uma vibração de flexão pode consistir numa alteração nos ângulos de ligação entre
ligações com um átomo comum, ou no movimento de um grupo de átomos em
relação ao resto da molécula, sem movimento dos átomos uns em relação aos
outros dentro do grupo.

03978477343

A região entre 4.000 e 1.200 cm-1 é frequentemente designada por região dos
grupos funcionais porque a maioria dos grupos funcionais de interesse para os
químicos orgânicos possuem características e absorbâncias relativamente
invariáveis àqueles comprimentos de onda.
A presença de um pico de absorbância na região de grupo funcional de um espectro
IV é quase sempre uma indicação de que um grupo funcional particular está
presente no composto.

Prof. Wagner Luiz www.estrategiaconcursos.com.br Página 71 de 124

03978477343 - EUSTAQUIO DE SOUSA MENDES JUNIOR


Química para MAPA, cargo: Técnico de Laboratório
Teoria e exercícios
Prof. WAGNER LUIZ – Aula 03
De maneira análoga a ausência de uma banda num sítio específico da região dos
grupos funcionais significa que aquele grupo particular que absorve naquela região
não está presente
(isto é muito importante, porque aqui podemos identificar a presença ou ausência de
dado grupo funcional).
Quando uma molécula absorve a radiação Infravermelha, passa para um estado
de energia excitado. A absorção se dá quando a energia da radiação IV tem a
mesma frequência que a vibração da ligação.
Após a absorção, verifica-se que a vibração passa ter uma maior amplitude.
Nem toda molécula absorve no infravermelho. É necessário que o momento de
dipolo da ligação varie em função do tempo.
Ligações químicas simétricas não absorvem no IV (Exemplos: H2, Cl2, O2).
Verifica-se também que moléculas simétricas, ou praticamente simétricas
também se mostrarão inativas no Infravermelho.
Exemplo: H3C – CH = CH – CH3
Uma vez que cada tipo de ligação covalente apresenta uma diferente frequência
de vibração natural, então duas moléculas diferentes não deverão apresentar um
idêntico comportamento de absorção no infravermelho, ou Espectro de
Infravermelho.
Usos da espectroscopia no Infravermelho
- Determinar informações estruturais sobre uma molécula.
- As absorções de cada tipo de ligação, (p. ex. N-H; C-O; O-H; C-X; C=O;C-O; C-C;
C=C; C C; C N), são comumente encontradas em uma pequena porção da região
do infravermelho.
03978477343

Prof. Wagner Luiz www.estrategiaconcursos.com.br Página 72 de 124

03978477343 - EUSTAQUIO DE SOUSA MENDES JUNIOR


Química para MAPA, cargo: Técnico de Laboratório
Teoria e exercícios
Prof. WAGNER LUIZ – Aula 03
Propriedades das Ligações
- Frequência de vibração (v)

1 k
 
2 c 

m 1m 2
 
m1  m 2

Efeito da força de ligação


- Em geral ligações triplas são mais fortes que ligações duplas que é mais forte que
ligação simples
- Essa força corresponde ao parâmetro “k” da equação

k
  4 ,12

-Assim, maior o k, maior a frequência.


Exemplos:
C C C=C C–C
2150cm-1 1650cm-1 1200cm-1
Aumentando k

Efeito das massas


- A medida em que o átomo ligado, por exemplo, a um átomo de carbono, aumenta
em massa, a frequência de vibração diminui
- Essas massas correspondem ao parâmetro  na equação

k
  4 ,12
03978477343

Assim, maior massa, menor frequência


Exemplos:
C-H C-C C-O C-Cl C-Br C-I
3000cm-1 1200cm-1 1100cm-1 750cm-1 600cm-1 500cm-1
Aumentando 

Efeito da hibridização

Prof. Wagner Luiz www.estrategiaconcursos.com.br Página 73 de 124

03978477343 - EUSTAQUIO DE SOUSA MENDES JUNIOR


Química para MAPA, cargo: Técnico de Laboratório
Teoria e exercícios
Prof. WAGNER LUIZ – Aula 03
A hibridização afeta a constante de força, k. Ligações são mais fortes na ordem:
sp > sp2 > sp3 e as frequências observadas para as vibrações de C – H ilustram isso
facilmente:
sp sp2 sp3
C–H =C – H –C – H
3300cm-1 3100cm-1 2900cm-1

O que devemos analisar?


O equipamento produz um gráfico entre a intensidade de absorção versus o
número de onda. Este gráfico corresponde ao Espectro de Infravermelho
Vejamos um exemplo abaixo de um espectro IV:

Características das absorções


Num espectro devem ser observadas algumas características das bandas (picos)
de absorção.
03978477343

Caracteriza-se pela Intensidade e forma


- Quando uma absorção intensa e estreita aparece em 1715cm-1 é característico de
estiramento de ligação C=O (carbonila)
- Só o número de onda pode não ser suficiente para caracterizar uma ligação. O
C=O e C=C absorvem na mesma região do espectro de infravermelho, porém não
se confundem!
C = O 1850 – 1630cm-1
C = C 1680 – 1620cm-1

Prof. Wagner Luiz www.estrategiaconcursos.com.br Página 74 de 124

03978477343 - EUSTAQUIO DE SOUSA MENDES JUNIOR


Química para MAPA, cargo: Técnico de Laboratório
Teoria e exercícios
Prof. WAGNER LUIZ – Aula 03
Enquanto a ligação C=O absorve intensamente, a ligação C=C, absorve apenas
fracamente, evitando assim qualquer confusão.

Análise do espectro de IV
- Os primeiros esforços devem permanecer na determinação da presença (ou
ausência) dos principais grupos funcionais C=O; O–H; N–H; C–O; C=C; C C; C N.
- Não tente analisar em detalhes as absorções ~3000cm-1.

“Roteiro” para determinar o grupo funcional e possível estrutura


Use lista de itens para verificar seu composto
1. Uma carbonila está presente?
O grupo C=O é identificado por uma absorção intensa na região de 1820–1660cm-1.
Normalmente este é o pico mais intenso do espectro e ocorre no meio do espectro.

2) Se C=O está presente, confira os tipos a seguir (se estiver presente siga até o
item 3)
Ácidos: O–H também está presente?
- Absorção larga 3400 - 2400cm-1
Amidas: Há também N–H?
- Absorção média em ~3400cm-1; às vezes um pico duplo com duas metades
equivalentes

Ésteres:Tem C–O ?
- Absorção intensa ~1300 – 1100cm-1
03978477343

Aldeído: Há C–H de aldeído?


- Dois picos fracos de absorção ~2850 – 2750cm-1

Cetonas: Se as demais forem eliminadas

3) Se C=O estiver ausente:


Álcool, Fenol
Verificar O–H
Confirmar encontrando C-O ~1300 – 1000cm-1

Prof. Wagner Luiz www.estrategiaconcursos.com.br Página 75 de 124

03978477343 - EUSTAQUIO DE SOUSA MENDES JUNIOR


Química para MAPA, cargo: Técnico de Laboratório
Teoria e exercícios
Prof. WAGNER LUIZ – Aula 03
Aminas
Checar N–H
Absorção média ~3400cm-1
Éter Observar C-O e ausência de O-H

4. Ligações Duplas e/ou aromáticos


- C=C dá uma absorção fraca ~1650
- Absorção de média para forte 1600-1450cm-1; geralmente implica em um anel
aromático.
- C-H aromático e vinílico aparecem à esquerda de 3000cm-1

5. Ligações Triplas
- C N é uma absorção média, fina ~2250cm-1
- C C é uma absorção fraca, fina ~2150cm-1
- Verificar C-H acetilênico ~3300cm-1

Veja alguns espectros IV.


Aproveite para comparar estas bandas que permitem identificar ou excluir grupos
funcionais:

03978477343

Prof. Wagner Luiz www.estrategiaconcursos.com.br Página 76 de 124

03978477343 - EUSTAQUIO DE SOUSA MENDES JUNIOR


Química para MAPA, cargo: Técnico de Laboratório
Teoria e exercícios
Prof. WAGNER LUIZ – Aula 03

03978477343

Prof. Wagner Luiz www.estrategiaconcursos.com.br Página 77 de 124

03978477343 - EUSTAQUIO DE SOUSA MENDES JUNIOR


Química para MAPA, cargo: Técnico de Laboratório
Teoria e exercícios
Prof. WAGNER LUIZ – Aula 03

03978477343

Prof. Wagner Luiz www.estrategiaconcursos.com.br Página 78 de 124

03978477343 - EUSTAQUIO DE SOUSA MENDES JUNIOR


Química para MAPA, cargo: Técnico de Laboratório
Teoria e exercícios
Prof. WAGNER LUIZ – Aula 03

03978477343

Prof. Wagner Luiz www.estrategiaconcursos.com.br Página 79 de 124

03978477343 - EUSTAQUIO DE SOUSA MENDES JUNIOR


Química para MAPA, cargo: Técnico de Laboratório
Teoria e exercícios
Prof. WAGNER LUIZ – Aula 03

03978477343

Prof. Wagner Luiz www.estrategiaconcursos.com.br Página 80 de 124

03978477343 - EUSTAQUIO DE SOUSA MENDES JUNIOR


Química para MAPA, cargo: Técnico de Laboratório
Teoria e exercícios
Prof. WAGNER LUIZ – Aula 03

A figura abaixo (a, b e c) ilustra o espectro de um aldeído (a), de uma cetona (b) e
de um ácido carboxílico (c). As bandas absorvendo fortemente entre 1700 e 1750
cm-1 são características da frequência de stretching da ligação dupla carbono-
oxigénio (C=O).

03978477343

Prof. Wagner Luiz www.estrategiaconcursos.com.br Página 81 de 124

03978477343 - EUSTAQUIO DE SOUSA MENDES JUNIOR


Química para MAPA, cargo: Técnico de Laboratório
Teoria e exercícios
Prof. WAGNER LUIZ – Aula 03

A região do espectro infravermelho em frequências abaixo de 1600 cm-1, apresenta


geralmente um grande número de picos. Para além de algumas vibrações
características do stretching de ligação simples, existe um grande número de picos
associados a vibrações moleculares de bending, assim como de certas
combinações e sobreposições de vibrações. Muitas bandas estão habitualmente
presentes e atrapalham (dificultam) uma interpretação completa.
Esta zona espectral é, contudo, muito útil para a análise final da amostra. As bandas
são bem características de um composto particular, de maneira que esta região do
espectro é correntemente designada por região de fingerprint (impressão digital do
composto) (lá vai meu ingles de novo).
Os espectros representados na figura acima mostram a complexidade da região do
fingerprint.
O espectro IV pode ser registado a partir de amostras sólidas, líquidas ou gasosas.
Uma característica importante do método é que as amostras são mantidas em
células habitualmente constituídas por cristais salinos. O vidro não é transparente à
03978477343

radiação infravermelha.
O cloreto de sódio (NaCl) é o material mais correntemente utilizado nas células.
Cristais grandes de NaCl são clivados a fim de fornecerem placas que se
assemelham a um vidro transparente. É naturalmente muito importante que as
amostras não contenham sequer vestígios de água.

Absorbâncias características em infravermelho


Os espectros infravermelhos dos compostos orgânicos são geralmente complexos
para que seja possível realizar uma análise completa, a qual pode ser efetuada por

Prof. Wagner Luiz www.estrategiaconcursos.com.br Página 82 de 124

03978477343 - EUSTAQUIO DE SOUSA MENDES JUNIOR


Química para MAPA, cargo: Técnico de Laboratório
Teoria e exercícios
Prof. WAGNER LUIZ – Aula 03
complementação com a espectroscopia de RMN. Contudo, obtém-se informação
muito útil examinando as frequências características de grupo - as bandas de
absorção que são típicas de grupos funcionais específicos.
Foram compiladas as correlações entre as frequências características de grupo e a
natureza desse grupo, a partir dos espectros infravermelho de um grande número
de compostos. Existem tabelas que estabelecem listas de bandas de absorbância
de que são de grande utilidade para a análise dos compostos orgânicos.
Praticamente todos os compostos orgânicos têm algumas bandas de absorbância
entre 2800 e 3300 cm-1, porque esta é a região das frequências características do
stretching C-H. Se bem que haja pequenas diferenças em que o átomo de
hidrogênio está ligado a um carbono saturado ou a um insaturado, a região é
geralmente de utilidade limitada em análise de rotina.
As frequências de stretching O-H dos álcoois originam grandes bandas de absorbância

na região 3.200-3.600 cm-1.


Um grupo hidroxílico livre origina um pico agudo a cerca de 3.600 cm-1, e o pico
largo que se observa habitualmente é o resultado de interações da ligação
hidrogênio. Quando o grupo hidroxílico faz parte de um grupo ácido carboxílico,
observa-se uma banda muito larga na região 2.500-3.600 cm-1. Em combinação
com a frequência do stretching do grupo carbonilo a cerca de 1.710 cm-1, obtém-
se informação característica dos ácidos carboxílicos.
A região entre 1.900 e 2.500 cm-1 é geralmente desprovida de picos de
absorbância. As absorbâncias mais comuns que aparecem nesta região
correspondem às frequências de stretching de ligação tripla dos alcinos e dos

nitrilos a 2.100-2.200 cm-1.


03978477343

Assim, o 1-hexino possui uma frequência de stretching a 2.120 cm-1, característica


de ligação tripla. Também se observa a absorbância a 3.320 cm-1 do stretching de

alcino (C-H), distintamente separada das bandas de alcano C-H entre 2.800 cm-1

e 3.000 cm-1. Na região do fingerprint o pico acerca de 1450 cm-1 é típica dum
bending de metilo, e a banda situada a 650 cm-1 foi atribuída a um bending à volta
do grupo alcino.
As absorbâncias características associadas a ligações duplas são geralmente
consideradas como tendo maior valor de identificação. Vimos que as frequências do

Prof. Wagner Luiz www.estrategiaconcursos.com.br Página 83 de 124

03978477343 - EUSTAQUIO DE SOUSA MENDES JUNIOR


Química para MAPA, cargo: Técnico de Laboratório
Teoria e exercícios
Prof. WAGNER LUIZ – Aula 03
stretching carbono-oxigênio de todos os grupos carbonilos se encontram na
região 1.650-1.850 cm-1. As pequenas diferenças de posição podem ser utilizadas
para diferenciar tipos de grupo carbonilo. Por exemplo, uma cetona simples tem
uma frequência de stretching de carbonilo a 1.705-1.725 cm-1, e a absorbância de

um carbonilo de aldeído situa-se a 1.730-1.740 cm-1. Quando as duas bandas fracas


originadas pelo stretching C-H aldeídico aparecem na região 2.700-2.900 cm-1, a
identificação é geralmente óbvia.
Um átomo eletronegativo ligado ao grupo carbonilo conduz habitualmente a um
desvio da absorbância para frequências mais elevadas. Os ésteres absorvem na
região 1.730-1.750 cm-1 e os cloretos de acilo originam um pico característico a
1.770-1.815 cm-1. Os anidridos ácidos originam sempre dois picos na região 1.740-
1.850 cm-1.
O espectro do anidrido propanóico também ilustra a absorbância de stretching C-
O, típica acerca de 1.100 cm-1.

03978477343

Espectro IV do anidrido propanóico.

A tensão de anel nas cetonas cíclicas desloca a frequência de stretching do grupo


carbonilo para valores mais elevados de energia. A análise IV permite fazer uma
diferenciação bastante segura entre cetonas cíclicas de 4-, 5-. e 6 membros.
As frequências de stretching de ligação dupla carbono-carbono dos alcenos situam-
se entre 1.620 e 1.680 cm-1. A banda de absorbância é geralmente fraca, e em
alguns casos pode não ser detectada. Os alcenos simetricamente substituídos não

Prof. Wagner Luiz www.estrategiaconcursos.com.br Página 84 de 124

03978477343 - EUSTAQUIO DE SOUSA MENDES JUNIOR


Química para MAPA, cargo: Técnico de Laboratório
Teoria e exercícios
Prof. WAGNER LUIZ – Aula 03
apresentam normalmente um pico de absorbância nesta região. Os picos de
absorbância nos alcenos terminais e conjugados são em geral bem característicos.
Os modos de bending C-H que aparecem na região de fingerprint do espectro de
um alceno são geralmente muito úteis para a análise. Os isômeros Z e E originam
posições muito diferentes para os picos. No espectro dos 4-4-dimetil-2-penteno o
isômero Z tem uma absorbância característica a cerca de 710 cm-1 e o isômero
correspondente E a 970 cm-1.

Espectro IV do E-4-4-dimetil-2-penteno

Os compostos aromáticos originam tipicamente uma série de picos entre 1.400 e


1.600 cm-1. Os picos fornecem um fingerprint típico, mas em geral não podem ser
utilizados para uma análise de identificação inicial. Existem, no entanto, alguns
picos muito úteis que ocorrem na região cm-1: estas absorbâncias, resultantes do
bending C-H do ciclo aromático, são geralmente utilizadas para estabelecer
padrões de substituição nos ciclos aromáticos.
03978477343

Os espectros do tolueno (metilbenzeno), do o-xileno (1,2-dimetilbenzeno), do m-


xileno (1,3-dimetilbenzeno) e do p-xileno (1,4-dimetilbenzeno) são ilustrativos
(figuras abaixo).

Prof. Wagner Luiz www.estrategiaconcursos.com.br Página 85 de 124

03978477343 - EUSTAQUIO DE SOUSA MENDES JUNIOR


Química para MAPA, cargo: Técnico de Laboratório
Teoria e exercícios
Prof. WAGNER LUIZ – Aula 03

03978477343

Espectros IV do tolueno (a), do o-xileno (b), do m-xileno (c) e do p-xileno (d).

ESPECTROFOTOMETRIA DE EMISSÃO E ABSORÇÃO ATÔMICA


A absorção de um dado elemento envolve, praticamente, somente transições de seu
estado fundamental E0 e estados de energia mais elevados. A energia envolvida

Prof. Wagner Luiz www.estrategiaconcursos.com.br Página 86 de 124

03978477343 - EUSTAQUIO DE SOUSA MENDES JUNIOR


Química para MAPA, cargo: Técnico de Laboratório
Teoria e exercícios
Prof. WAGNER LUIZ – Aula 03
neste processo está na faixa do UV-Vis (180-780 nm). A absorção pode ser
representada na Figura 18, em vermelho.
E N E R G IA

E3

E2

E1

E0

Transições de Energia.

A emissão não só envolve transições de estados excitados ao estado fundamental


(preto), mais também outras transições entre estados menos excitados,
caracterizados pelas retas pontilhadas. Desta forma, os espectros de emissão se
mostram mais complexos.
Existe uma relação entre as populações de elétrons em estado fundamental e
excitado, que é dada pela relação de Botzmann:
 E
N G 
   .e
1 1 KT

N G 
0  2 
03978477343

onde,
N1 – nº de elétrons no estado 1.
N0 – nº de elétrons no estado fundamental.
(G1/G2) – razão dos pesos estatísticos dos estados fundamental e excitado.

Tipos de Espectro
1) Contínuo – Um espectro contínuo apresenta todos os comprimentos de onda de
uma faixa ampla, a distribuição do espectro de onda assemelha-se ao do corpo
negro.

Prof. Wagner Luiz www.estrategiaconcursos.com.br Página 87 de 124

03978477343 - EUSTAQUIO DE SOUSA MENDES JUNIOR


Química para MAPA, cargo: Técnico de Laboratório
Teoria e exercícios
Prof. WAGNER LUIZ – Aula 03
2) Raias – Estão relacionadas com a possibilidade de átomos de átomos ou íons
monoatômicos sofrerem excitação a níveis energéticos superiores através de
transições eletrônicas quantizadas. Quando a espécie é excitada e retorna a níveis
eletrônicos mais baixos, há emissão de comprimento de onda característico.
3) Bandas – Espécies transitórias como cianeto e hidroxila produzem espectros de
banda, pois apresentam raias muito próximas.

Absorção Atômica
Baseia-se na absorção de energia por átomos neutros, não excitados, em estado
gasoso. O elemento a determinar é levado à condição de dispersão atômica gasosa,
através do qual se faz passar um feixe de radiação com comprimento de onda que
possa ser convenientemente absorvido. A absorção atômica é regida pela Lei de
Beer.
A  K . LN 0

A – absorbância
K – constante relacionada ao coeficiente de absorção
N0 – concentração de átomos na chama (n/mL)
L – caminho do processo através da chama (cm)

Emissão Atômica
Baseada na propriedade dos átomos neutros ou íons monoatômicos em estado
gasoso, de emitir, quando excitados térmica ou eletricamente com comprimento de
onda no UV-Vis. O conjunto de radiações emitidas por uma espécie constitui o seu
espectro de emissão. A avaliação do comprimento identifica o tipo de elemento, a
03978477343

intensidade serve para determinar a tração dos elementos presentes. O sinal de


emissão é dado por:
E  K . .C

K – relaciona com a eficiência de atomização


 - eficiência da excitação
C - concentração da solução a analisar

Processo de Absorção/Emissão Atômica


O processo que ocorre com amostra nas técnicas é mostrado na Figura abaixo:

Prof. Wagner Luiz www.estrategiaconcursos.com.br Página 88 de 124

03978477343 - EUSTAQUIO DE SOUSA MENDES JUNIOR


Química para MAPA, cargo: Técnico de Laboratório
Teoria e exercícios
Prof. WAGNER LUIZ – Aula 03

SO LUÇÃO DE A N A L IT O

NÉVO A

S Ó L ID O

L ÍQ U ID O

G ÁS

ÁTO M O S D IS S O C IA D O S

E M IS S Ã O ABSO RÇÃO

Etapa Processo
Solução de Analito Abertura e preparo da amostra
Névoa–nebulização M

 A


  MA

.nH 2 O
( AQ ) (S )

Sólido– Secagem MA .nH 2 O  


  MA

 nH 2O
(S ) (S )

Líquido – Liquefação MA . 

  MA
(S ) (l )

Gás – Vaporização MA . 

  MA
(L ) (V )

Átomos dissociados MA . 
 M
 
 A

(V )

Emissão Atômica – EA M 

 M
 ,
 h .

Absorção Atômica – M  h .
   M 
AA
03978477343

Processos que a amostra sofre.

Instrumental
As etapas da parte instrumental são mostradas abaixo:

Prof. Wagner Luiz www.estrategiaconcursos.com.br Página 89 de 124

03978477343 - EUSTAQUIO DE SOUSA MENDES JUNIOR


Química para MAPA, cargo: Técnico de Laboratório
Teoria e exercícios
Prof. WAGNER LUIZ – Aula 03

F o n te s d e R a ia s

F o n te d e A to m iz a ç ã o

M o n o cro m a d o r

D e te c to r

L e itu ra

Na figura abaixo é mostrado um esquema de absorção atômica.

03978477343

Existem diferenças entre as etapas do instrumental da absorção e da emissão


atômica, estas serão mostradas na Tabela abaixo.

Instrumental Absorção Atômica Emissão Atômica


Os métodos analíticos baseados A fonte energética de
Fontes de Raias na AA são potencialmente atomização supre a energia
ou de Excitação específicos porque as linhas são para promover a excitação

Prof. Wagner Luiz www.estrategiaconcursos.com.br Página 90 de 124

03978477343 - EUSTAQUIO DE SOUSA MENDES JUNIOR


Química para MAPA, cargo: Técnico de Laboratório
Teoria e exercícios
Prof. WAGNER LUIZ – Aula 03
estreitas (0,002-0,005 nm) e eletrônica.
porque suas energias de
transições são únicas para cada
elemento.
A fonte de excitação são:
Lâmpadas Catódicas: Consiste
de um ânodo de tungstênio e um
cátodo cilíndrico sela construído
com o metal que vai ser
analisado.
Lâmpadas de Descarga sem
Eletrodo : São fontes mais
usadas e a intensidade de
energia radiante é 2 ordens de
grandeza maior que a lâmpada
de cátodo. Serve para analisar
mais de 15 elementos

Fonte de Volatiliza a amostra e converte os Volatiliza a amostra e converte


Atomização componentes em átomos ou íons os componentes em átomos ou
monoatômicos. íons monoatômicos.
Chama: Temperatura superiores a Chama: Temperatura superiores
2500 K (Figura 23) e Tabela 5. a 2500 K.
Atomizadores: Pode ser feita com Arco Elétrico: Descarga entre
03978477343

forno de grafite ou bastão de dois eletrodos de grafite ou de


grafite, obtendo uma sensibilidade metal.
de 10 a 500 vezes maior que a da Centelha Elétrica: Temperatura
chama. até 40.000 K.
Plasma: Gás em que uma fração
de seus átomos ou moléculas se
acha ionizada
(temperatura = 10.000K).

Prof. Wagner Luiz www.estrategiaconcursos.com.br Página 91 de 124

03978477343 - EUSTAQUIO DE SOUSA MENDES JUNIOR


Química para MAPA, cargo: Técnico de Laboratório
Teoria e exercícios
Prof. WAGNER LUIZ – Aula 03
Monocromador Seleciona a raia de absorção de Seleciona uma das raias de
todas as raias não absorvidas emissão e isola das outras.
emitidas pela fonte.
Detector Interpreta o sinal gerado por Transformada de Fourrier.
Leitura Geração de espectro semelhante a do UV-Vis.

Figura: Lâmpada de catodo oco.

Figura: Chama de mistura gasosa.


03978477343

Algumas misturas gasosas.


Temperatura (K)
Gás Combustível Ar Óxido Nitroso
Acetileno 2400 3200
Hidrogênio 2300 2900
Propano 2200 3000

Interferências

Prof. Wagner Luiz www.estrategiaconcursos.com.br Página 92 de 124

03978477343 - EUSTAQUIO DE SOUSA MENDES JUNIOR


Química para MAPA, cargo: Técnico de Laboratório
Teoria e exercícios
Prof. WAGNER LUIZ – Aula 03
Diversos fatores podem afetar a emissão de um dado elemento na chama e
provocar interferências com a determinação da concentração que se deseja medir.
Estes fatores podem ser classificados, em geral, como a interferência espectral e
interferências químicas.
A interferência espectral na EA provêm, principalmente, da superposição das
frequências de uma dada raia de ressonância com outra raia de outro elemento.
A interferência química pode haver a formação de um composto estável, como
óxidos refratários. Existem elementos que ionizam muito e sua ionização pode ser
diminuída por um supressor de ionização.

Preparo das amostras


Para a AA e EA é necessário se preparar a amostra em condições apropriadas. Em
muitos casos, a solução aquosa pode ser analisada diretamente, em soluções muito
diluídas devem ser concentradas e as muito concentradas devem ser diluídas.
Soluções preparadas com solventes orgânicos podem ser usadas, porém só em
casos onde a viscosidade da solução seja próxima da água. Os sólidos inorgânicos,
como as ligas metálicas, os minerais, os cimentos etc, devem ser solubilizados
pelas técnicas padronizadas, usuais com o objetivo de conseguir soluções límpidas
sem perda do elemento a ser analisado. As técnicas podem analisar metais e boro
com limite de detecção de ng/mL.

Espectroscopia de Chama
A espectroscopia de chama é uma técnica na qual a amostra é introduzida na forma
de aerosol. A chama é uma fonte de excitação e passará a excitar os átomos da
03978477343

amostra, que ao voltar ao estado fundamental emitirá luz. Esta luz será então
avaliada por um sistema fotodetector. A chama, na espectroscopia de chama, tem
três funções especiais:
- Levar a amostra do estado líquido ao estado “vapor”;
- Possibilitar a decomposição da amostra em moléculas ou átomos simples;
- Levar a amostra a um estado eletronicamente excitado.

Quando uma solução com um sal metálico for aspirado por uma chama, forma-se
um vapor que contém átomos do metal. Alguns destes átomos do metal, no estado
gasoso, podem ser promovidos a um nível de energia suficientemente elevado para

Prof. Wagner Luiz www.estrategiaconcursos.com.br Página 93 de 124

03978477343 - EUSTAQUIO DE SOUSA MENDES JUNIOR


Química para MAPA, cargo: Técnico de Laboratório
Teoria e exercícios
Prof. WAGNER LUIZ – Aula 03
que ocorra a emissão da radiação característica do metal. Ou os átomos no estado
fundamental, podem absorver energia radiante proveniente de uma fonte específica.
Análises Instrumentais de:
- Espectroscopia de Emissão de chama (Fotometria de Chama)
- Espectroscopia de Absorção Atômica
- Espectroscopia de Fluorescência Atômica

Etapas de Formação de Átomos Metálicos numa Chama


Vaporização da Amostra
Ao vaporizarmos a amostra em forma de aerosol sobre a chama, tem início uma
sequência de processos:
A amostra líquida é introduzida na chama na forma de gotículas muito finas; o
solvente é evaporado restando apenas diminutas partículas sólidas de soluto.
Em contato com elevadas temperaturas geradas pela chama, as partículas sólidas
tendem a se volatilizar, dissociando-se e atingindo a forma de átomos.
Os átomos metálicos neutros são excitados pela transferência de energia térmica da
chama.
Os íons ou moléculas excitados retornam ao estado fundamental, emitindo fótons de
luz.

Histórico
Gustav R. Kirchhoff e Robert W. Bunsen foram os primeiros a observarem a
variação da cor da chama de acordo com o elemento analisado (1859).
Em 1860 aperfeiçoaram o espectroscópio de Bunsen. Os dois, juntamente a
03978477343

Foulcoul, deram nomenclaturas a elementos de acordo com a coloração desse


elemento na chama.
Ex.: Cesium, de céu azul; Rubídium, pela cor vermelha da radiação; Índio (Índigo);
Gallium: da região Gália, na atual França, confirmando o eka-alumínio de
Mendeleiev.

Prof. Wagner Luiz www.estrategiaconcursos.com.br Página 94 de 124

03978477343 - EUSTAQUIO DE SOUSA MENDES JUNIOR


Química para MAPA, cargo: Técnico de Laboratório
Teoria e exercícios
Prof. WAGNER LUIZ – Aula 03

Fotômetro de Chama

03978477343

Prof. Wagner Luiz www.estrategiaconcursos.com.br Página 95 de 124

03978477343 - EUSTAQUIO DE SOUSA MENDES JUNIOR


Química para MAPA, cargo: Técnico de Laboratório
Teoria e exercícios
Prof. WAGNER LUIZ – Aula 03

Diagrama de um Fotômetro de Chama 03978477343

Técnica de emissão atômica

Prof. Wagner Luiz www.estrategiaconcursos.com.br Página 96 de 124

03978477343 - EUSTAQUIO DE SOUSA MENDES JUNIOR


Química para MAPA, cargo: Técnico de Laboratório
Teoria e exercícios
Prof. WAGNER LUIZ – Aula 03
Geralmente os elementos excitados nesse processo são Li +, Na+ e K+, isto porque a
temperatura obtida na chama é insuficiente para excitar outros elementos.

Limitações e cuidados
As condições de nebulização devem ser controladas: viscosidade, tensão
superficial, vazões, pressão dos gases, temperatura.

Fotômetro de Chama

QUESTÕES PROPOSTAS
01. (DMAE-RS- QUÍMICO- CONSULPLAN 2011) Uma amostra de zinco (Zn: massa
molar = 65 g/ mol) impura, cuja massa é igual a 3,25g é tratada com excesso de
ácido sulfúrico (H2SO4; massa molar= 98 g/mol). Formando sulfato de zinco (ZnSO 4;
massa molar = 161 g/mol) e gás hidrogênio (H2; massa molar = 2 g/mol).
Considerando que são formados 0,0764g de gás hidrogênio, qual é a porcentagem
de pureza de zinco na amostra?
a) menos de 40,00%
b) ente 40,01 e 50,00% 03978477343

c) entre 50,01 e 60,00%


d) ente 60,01 e 75,00%
e) entre 75,01% e 90,00%
Resolução:
O enunciado pergunta sobre a pureza do zinco. Portanto, a massa
apresentada para o zinco não pode ser usada no cálculo estequiométrico.
Deve-se usar a massa de produto, pois, este é formado independente de
impurezas do reagente.
A equação da reação mencionada é:

Prof. Wagner Luiz www.estrategiaconcursos.com.br Página 97 de 124

03978477343 - EUSTAQUIO DE SOUSA MENDES JUNIOR


Química para MAPA, cargo: Técnico de Laboratório
Teoria e exercícios
Prof. WAGNER LUIZ – Aula 03
Zn + H2SO4 ZnSO4 + H2
1mol-----------1 mol
65g-------------2g
X---------------0,0764g

X= (65gx0,0764g)/2g
X= 2,483g de Zinco.
Portanto, para produzir a massa informada de gás hidrogênio seria necessário
usar a massa de 2,483g de zinco. Esta massa está contida na massa impura do
zinco reagente.
Vamos calcular a pureza do reagente:

3,25g-----------------100%
2,483g----------------P
P = (2,483x100)/3,25
P = 76,4% de pureza.
Resposta “E”

02. (DMAE-RS- QUÍMICO- CONSULPLAN 2011) Em um recipiente contendo 1,08 g


de cloreto de bário diidratado foi adicionado excesso de solução de nitrato de prata.
Em seguida, o precipitado obtido foi filtrado e seco em estufa. Considere que o
processo foi realizado com 100% de rendimento. (Dados: Massas molares (g/mol)
=> Ba = 137,00, Cl = 35,50, Ag = 108,00, H= 1,00, O = 16,00) Marque a
alternativa em que o valor mais se aproxima da massa (em g) do precipitado obtido:
03978477343

a) 1,26
b) 2,32
c) 1,63
d) 2,20
e) 1,47
Resolução:
BaCl2.2H2O + 2 AgNO3 2 AgCl(s) + Ba(NO3)2 + 2H2O
O precipitado obtido foi o AgCl. Portanto, vamos calcular a massa produzida
deste precipitado.
BaCl2.2H2O 2 AgCl(s)

Prof. Wagner Luiz www.estrategiaconcursos.com.br Página 98 de 124

03978477343 - EUSTAQUIO DE SOUSA MENDES JUNIOR


Química para MAPA, cargo: Técnico de Laboratório
Teoria e exercícios
Prof. WAGNER LUIZ – Aula 03
1mol 2 mol
244g 2x 143,5g
1,08g X

X = (1,08x2x143,5)/244
X= 1,27g
Resposta “A”

03. TÉCNICO(A) QUÍMICO(A) DE PETRÓLEO JÚNIOR - CESGRANRIO 2012. A


obtenção de óxido de cálcio, através da reação de pirólise do carbonato de cálcio,
gera, como subproduto, dióxido de carbono. A massa de óxido de cálcio, em kg, e o
volume de dióxido de carbono, em L, medidos nas condições normais de
temperatura e pressão, produzidos pela pirólise de uma tonelada de carbonato com
um grau de pureza de 50%, são, respectivamente, iguais a:
(A) 250 e 100.000
(B) 250 e 112.00
(C) 280 e 112.000
(D) 280 e 120.000
(E) 300 e 120.000
Resolução:
A massa do reagente tem grau de pureza de 50%. Logo, a massa de carbonato
nesta tonelada é, na verdade, de 500 Kg. A reação da pirólise (decomposição
por aquecimento) é
CaCO3 CaO + CO2
03978477343

1 mol 1mol 1mol


100g---------------56g -----------22,4L
500kg---------------X-----------------Y
Calculando separadamente cada incógnita:

X = 280 Kg
Y = 112.000 L
Resposta “C”

Prof. Wagner Luiz www.estrategiaconcursos.com.br Página 99 de 124

03978477343 - EUSTAQUIO DE SOUSA MENDES JUNIOR


Química para MAPA, cargo: Técnico de Laboratório
Teoria e exercícios
Prof. WAGNER LUIZ – Aula 03
04. QUIMICO – FCC 2012. Uma amostra de massa igual a 0,5742 g contendo
78,12% (em massa) de MgCO3 foi calcinada em temperatura adequada. A massa,
em gramas, de CO2 (g) liberada, considerando que todo o MgCO3 foi convertido

em MgO, é igual a
Dados: C = 12,0; O = 16,0; Mg = 24,0

(A) 0,0214
(B) 0,0845
(C) 0,1173
(D) 0,1988
(E) 0,2350
Resolução:
Devemos inicialmente calcular a massa de MgCO3 presente na amostra:
0,5742g --------100% da massa
X -----------------78,12%
X = 0,4486g de MgCO3
MgCO3  MgO + CO2

1 mol 1 mol 1 mol


84g 44g
0,4486g Y
Y= 0,235g
Resposta “E”

05. TÉCNICO DE LABORATÓRIO – UNIPAMPA - CESPE 2013)


A reação entre o AgNO3 e o K2CrO4 resulta em um precipitado de cor vermelho tijolo,
03978477343

devido a formação do cromato de prata.


Resolução:
Seria preciso equacionar a reação de dupla troca e ter certo conhecimento de
precipitados (que se adquire treinando). Normalmente os sais de prata são
insolúveis. Mas, vamos à equação e verificar se forma cromato de prata:
2 AgNO3 + K2CrO4 Ag2CrO4 + 2 KNO3
Cromato de prata
Resposta Correto

Prof. Wagner Luiz www.estrategiaconcursos.com.br Página 100 de 124

03978477343 - EUSTAQUIO DE SOUSA MENDES JUNIOR


Química para MAPA, cargo: Técnico de Laboratório
Teoria e exercícios
Prof. WAGNER LUIZ – Aula 03
06. Perito criminal PCSP Vunesp 2014. Para determinação de cálcio em uma
amostra foi feita uma análise gravimétrica, partindo-se de uma massa inicial de
2,50 g de CaCO3. Depois de terminada a análise, recuperou--se 95,0% da massa
original em CaCO3. A massa final de CaCO3 obtida nessa análise foi igual a

(A) 2,38.
(B) 2,45.
(C) 2,15.
(D) 2,00.
(E) 1,95.
Resolução:
A massa recuperada é de 95%. Portanto, basta fazer uma regra de três e
determinar o valor.
2,5g ---------------100%
X--------------------95%
X= 2,375 = 2,38g
Resposta: “A”

07. (DMAE-RS- QUÍMICO- CONSULPLAN 2011) Em análises titrimétricas, alguns


produtos químicos são frequentemente usados em determinadas concentrações
como soluções de referência. Estas substâncias são conhecidas como padrões
primários. Para ser considerado um padrão primário, uma substância deve
satisfazer os seguintes critérios, EXCETO:
A) Ser fácil de obter, purificar, secar e preservar em estado puro.
B) A quantidade total de impurezas não deve exceder 0,01 – 0,02%.
03978477343

C) Ter massa molecular relativa elevada para que os erros de pesagem possam ser
ignorados.
D) A substância não deve alterar no ar durante a pesagem.
E) Ser completamente insolúvel para não interferir com as reações propostas
Resolução:
A resposta errada é a alternativa E. Como seria possível preparar uma solução
com um componente insolúvel. Inviável. Todas as demais alternativas
apresentam características desejáveis para uma substancia ser um padrão de
referência.

Prof. Wagner Luiz www.estrategiaconcursos.com.br Página 101 de 124

03978477343 - EUSTAQUIO DE SOUSA MENDES JUNIOR


Química para MAPA, cargo: Técnico de Laboratório
Teoria e exercícios
Prof. WAGNER LUIZ – Aula 03
Resposta: “E”.

08. PETROBRAS TÉCNICO DE OPERAÇÃO JUNIOR – CESGRANRIO 2012). A


reação do dicromato de potássio com sulfato de ferro II é feita em meio
fortemente ácido, como representado pela equação não balanceada abaixo.

Nessa equação, verifica-se que


(A) 6 mol de K2Cr2O7 reagem com 1 mol de FeSO4 no balanço de massa.

(B) o oxigênio, no ácido sulfúrico, se reduz de 4+ para 1+.


(C) ácido sulfúrico é o agente redutor, e ferro II é o agente oxidante.
(D) dicromato é o agente oxidante, e ácido sulfúrico é o agente redutor.
(E) dicromato é o agente oxidante, e ferro II é o agente redutor.
Resolução:
Vejamos a equação química e seus respectivos valores de Nox:

+1 +6 -2 +2 +6 -2 +1 +6 -2 +3 +6 -2 +3 +6 -2 +1 +6 -2 +1-2
Observamos que o Cr varia seu nox diminuindo de +6 para +3. Nox diminuiu:
elemento reduziu. Portanto, K2Cr2O7 é o agente oxidante.
Já o nox do Fe passa de +2 para +3. Nox aumentou, elemento oxidou. Logo
FeSO4 (ou Fe2+) é agente redutor.
Por exclusão, chegamos à alternativa E e nem foi necessário balancear a
equação.
Resposta “E” 03978477343

09. TÉCNICO(A) QUÍMICO(A) DE PETRÓLEO JÚNIOR - CESGRANRIO 2011.


Uma solução aquosa do padrão primário NaCl foi usada para precipitar todo o

Pb2+ presente em 10,0 L de um efluente industrial. A massa de PbCl2 produzida foi

5,56 g. A concentração, em mol/L, de Pb2+ no efluente é

(A) 0,0020
(B) 0,0040
(C) 0,0080

Prof. Wagner Luiz www.estrategiaconcursos.com.br Página 102 de 124

03978477343 - EUSTAQUIO DE SOUSA MENDES JUNIOR


Química para MAPA, cargo: Técnico de Laboratório
Teoria e exercícios
Prof. WAGNER LUIZ – Aula 03
(D) 0,020
(E) 0,040
Resolução:
Pb2+ + 2 NaCl PbCl2 + Na+
Estabelecendo a estequiometria da reação teremos:
1 mol de Pb2+ 1 mol de PbCl2
1 mol -----------------------------278g
X -----------------------------------5,56g
X = 0,02 mol.
Logo a concentração será
M = 0,02 mol/ 10L = 0,002 mol/L
Resposta “A”

10. TÉCNICO(A) QUÍMICO(A) DE PETRÓLEO JÚNIOR - CESGRANRIO 2012. No


contexto da espectrofotometria de absorção molecular em solução aquosa,
considere as afirmativas abaixo como possíveis causas de desvios na relação linear
entre a absorbância e a concentração da espécie analisada.
I - A concentração da espécie analisada é elevada.
II - Ocorrem reações químicas na solução.
III - A radiação é utilizada com maior largura de banda.
Está correto o que se afirma em
(A) I, apenas.
(B) II, apenas.
(C) III, apenas.
03978477343

(D) I, II, apenas.


(E) I, II e III.
Resolução:
A concentração muito elevada pode causar erro por corresponder à faixa em
que não ocorre linearidade entre concentração e absorbância.
Reações químicas podem interferir na absorbância se a reação ocorrer com o
analito. Isto interfere na absorbância.
A escolha inadequada da banda de radiação também pode ser incorreta e
afetar a absorbância.
Resposta “E”

Prof. Wagner Luiz www.estrategiaconcursos.com.br Página 103 de 124

03978477343 - EUSTAQUIO DE SOUSA MENDES JUNIOR


Química para MAPA, cargo: Técnico de Laboratório
Teoria e exercícios
Prof. WAGNER LUIZ – Aula 03

11. QUIMICO – FCC 2012. A curva de titulação de uma solução ácida com solução
de hidróxido de sódio está representada a seguir.

Haverá menor erro na determinação do ponto final da titulação, se for utilizado o


indicador visual
(A) azul de timol (faixa de transição de pH: 1,2 − 2,8).
(B) alaranjado de metila (faixa de transição de pH 2,9 a 4,6).
(C) verde de bromocresol (faixa de transição de pH: 3,6 − 5,2).
(D) fenolftaleína (faixa de transição de pH: 8,3 − 10,0).
(E) amarelo de alizarina (faixa de transição de pH 10 a 12.
Resolução:
O indicador mais recomendado é o que muda de cor após a zona de
equivalência da titulação. E esta região esta compreendida em um pH entre 8 a
10.
Resposta “D” 03978477343

12. QUIMICO – FCC 2012. Na titulação de 20,00 mL de uma solução de H3PO4

foram gastos 26,50 mL de solução 5,00 × 10−2 mol . L−1 de NaOH. A concentração,
em mol . L−1, da solução de H3PO4 é igual a

(A) 2,21 × 10−2


(B) 1,12 × 10−2
(C) 2,00 × 10−1
(D) 3,56 × 10−1

Prof. Wagner Luiz www.estrategiaconcursos.com.br Página 104 de 124

03978477343 - EUSTAQUIO DE SOUSA MENDES JUNIOR


Química para MAPA, cargo: Técnico de Laboratório
Teoria e exercícios
Prof. WAGNER LUIZ – Aula 03
(E) 5,32 × 10−1
Resolução:
Inicialmente precisamos calcular o numero de mol gasto do titulante e, assim,
fazendo a estequiometria da reação determinar a concentração do ácido.
NaOH (titulante).
1000 mL --------------5,00 × 10−2 mol
26,50 mL ----------------X
X= 0,001325 mol de NaOH

Agora determinaremos o numero de mol do ácido que corresponde a este


valor de NaOH:
H3PO4 + 3 NaOH Na3PO4 + H2O
1 mol 3mol
Y ---------------0,001325
Y = 0,000442 mol
E este valor de mol do ácido está contido em um volume de 20mL. Para
determinar a molaridade do ácido basta verificar quanto se teria em 1L
(1000mL). Portanto:
0,000442 mol ------------ 20mL
Z --------------------------1000 mL
Z = 0,022 mol/L = 2,21 x 10-2 mol/L
Resposta “A”

13. QUIMICO – FCC 2012. Para medidas de pH por potenciometria utiliza-se o


03978477343

eletrodo:
(A) de vidro.
(B) de calomelano.
(C) metálico inerte.
(D) de prata/cloreto de prata.
(E) metálico de primeiro tipo.
Resolução:
Devem-se conhecer os principais tipos de eletrodos e suas aplicações. Neste
caso, usa-se o eletrodo de vidro.

Prof. Wagner Luiz www.estrategiaconcursos.com.br Página 105 de 124

03978477343 - EUSTAQUIO DE SOUSA MENDES JUNIOR


Química para MAPA, cargo: Técnico de Laboratório
Teoria e exercícios
Prof. WAGNER LUIZ – Aula 03
Resposta “A”

14. QUIMICO – FCC 2012. Para aumentar o sinal analítico espectrofotométrico para
um determinado analito, pode-se
I. usar a técnica de adição de padrão.
II. diminuir o caminho óptico da cubeta.
III. reagir o analito com um cromóforo.
Está correto o que consta em
A.I, somente.
B. II, somente.
C.I e III, somente.
D.II e III, somente.
E. I, II e III.
Resolução:
A adição de padrão envolve a adição de varias alíquotas padronizadas a uma
amostra real para elevar sua concentração até uma quantidade conhecida.
Com isto, mede-se a mudança no sinal em resposta à mudança na
concentração do analito.
A reação com cromóforo é interessante, pois, este passará a ter melhor sinal
quando ligado ao analito. Mediremos, assim, o sinal do sistema cromóforo-
analito.
Resposta “C”

15. QUIMICO – FCC 2012. Na titulação de ácido forte com base fraca, o pH do
03978477343

ponto estequiométrico difere daquele observado na titulação de um ácido forte com


uma base forte porque o sal formado hidrolisa
A. aumentando a alcalinidade do meio, resultando em pH > 7.
B. aumentando a acidez do meio, resultando em pH < 7.
C. diminuindo a acidez do meio, resultando em pH < 7.
D. diminuindo a acidez do meio, resultando em pH > 7.
E. diminuindo a alcalinidade do meio, resultando em pH > 7.
Resolução:

Prof. Wagner Luiz www.estrategiaconcursos.com.br Página 106 de 124

03978477343 - EUSTAQUIO DE SOUSA MENDES JUNIOR


Química para MAPA, cargo: Técnico de Laboratório
Teoria e exercícios
Prof. WAGNER LUIZ – Aula 03
As soluções de sais resultantes de base fraca e ácido forte geram soluções
com caráter ácido, devido ao processo de íons OH-, que reage com o cátion da
base fraca (insolúvel). Logo, resultará em meio ácido, com pH < 7,0.
Resposta “B”

16. QUIMICO – FCC 2012. Sais usados como padrão primário, antes da pesagem,
devem ser
I. secos em estufa em temperatura adequada.
II. guardados em dessecador.
III. armazenados em frascos sem tampa.
Está correto o que consta SOMENTE em
A. I.
B. II.
C. III.
D. I e II.
E. II e III.
Resolução:
Os sais usados como padrão primário devem ser guardados em estufa ou
dessecadores, em frascos fechados, para evitar que absorvam umidade do
ambiente. Se possível, armazená-los em frascos âmbar, caso sejam
fotossensíveis.
Resposta “D”

17. QUÍMICO - UFPE 2013. O ácido etilenodiaminotetracético – também chamado


de ácido etilenodinitrilo e comumente abreviado para EDTA – está entre os
03978477343

reagentes mais importantes e mais utilizados em titulometria. Em que tipo de


titulação o EDTA é largamente utilizado?
a) Complexação.
b) Neutralização.
c) Gravimétrica.
d) Precipitação.
e) Oxidação-Redução.
Resolução:

Prof. Wagner Luiz www.estrategiaconcursos.com.br Página 107 de 124

03978477343 - EUSTAQUIO DE SOUSA MENDES JUNIOR


Química para MAPA, cargo: Técnico de Laboratório
Teoria e exercícios
Prof. WAGNER LUIZ – Aula 03
O EDTA é muito empregado em titulometria por complexação. Muito usado na
determinação de íons Ca2+
Resposta “A”

18. A Lei de Beer descreve a relação entre a concentração das moléculas


absorventes e a extensão do caminho sobre o qual ocorre a absorção com a
atenuação da radiação eletromagnética. Tendo essas informações como referência
e acerca dos aspectos a elas relacionados, julgue o item que se segue.
TÉCNICO DE LABORATÓRIO – UNIPAMPA - CESPE 2013)
Qualquer comprimento de onda constituinte do espectro pode
ser selecionado para a construção de uma curva analítica, pois a absortividade de
determinado analito não se altera ao longo do espectro absorção.
Resolução:
Errado, pois, é necessário fazer uma investigação do comprimento de onda
em que o analito apresenta maior absorção, para uma dada concentração e
comprimento óptico.
Resposta Errado

19. TÉCNICO DE LABORATÓRIO – UNIPAMPA - CESPE 2013) Os cromóforos são


grupos funcionais orgânicos insaturados que absorvem na região do ultravioleta ou
visível.
Resolução:
Exato. E estes cromóforos apresentam como característica a insaturação.
Resposta Correta
03978477343

20. ANALISTA QUÍMICO - FUNCAB 2013). Em permanganometria, emprega-se o


seguinte reagente:
A) Ca(Mn04)2
B) KMn04
C) LiMn04
D) AgMn04
E) Fe(Mn04)3
Resolução:
O uso do permanganato de potássio como reagente volumétrico é o mais

Prof. Wagner Luiz www.estrategiaconcursos.com.br Página 108 de 124

03978477343 - EUSTAQUIO DE SOUSA MENDES JUNIOR


Química para MAPA, cargo: Técnico de Laboratório
Teoria e exercícios
Prof. WAGNER LUIZ – Aula 03
importante dos métodos volumétricos de oxidação-redução, sendo o
permanganato de potássio um poderoso agente oxidante.
Na preparação de soluções de permanganato de potássio, é preciso remover o
dióxido de manganês presente como impureza do reagente por meio de
ebulição de uma solução recentemente preparada, a solução é deixada em
repouso por dias para que se complete a oxidação dos contaminantes.
Resposta “B”

21. Perito criminal PCSP Vunesp 2014. Na determinação volumétrica de ácido


fosfórico em um medicamento fortificante e antianêmico, foram anotados os
seguintes dados:
– alíquota da amostra analisada = 20,0 mL;

– volume de NaOH, 0,100 mol.L – 1 gasto na titulação da amostra = 9,0 mL;


– reação envolvida: H3PO4 + 3NaOH Na3PO4 + 3H2O. De acordo com os

dados da análise, a concentração, em mol.L – 1, de ácido fosfórico no


medicamento é de

(A) 1,5x10 – 2

(B) 6,3x10 – 2

(C) 3,4x10 – 1

(D) 6,9x10 – 1

(E) 1,8x10 – 1
Resolução:
Trata-se de uma reação de neutralização, visando determinar a concentração
03978477343

do ácido. Chamamos esta técnica de titulação. Nesta, o titulante e o titulado


estarão em mesmo numero de mol quando for atingido o ponto de
equivalência.
Vamos à reação e às determinações:
Vamos determinar o numero de mol do titulante:
NaOH V= 9 mL = 0,009L

m= molaridade = 0,100 mol.L – 1


n= numero de mol (n) = ?
m = n/V, logo n= mxV =

Prof. Wagner Luiz www.estrategiaconcursos.com.br Página 109 de 124

03978477343 - EUSTAQUIO DE SOUSA MENDES JUNIOR


Química para MAPA, cargo: Técnico de Laboratório
Teoria e exercícios
Prof. WAGNER LUIZ – Aula 03
n= 0,009x0,1= 0,0009mol.
Vamos usar este valor para determinar o numero de mol do ácido:

H3PO4 + 3NaOH Na3PO4 + 3H2O

1mol-------3mol
x------------0,0009mol
X= 0,0003mol.
Como sabemos o numero de mol e o volume da solução do ácido, vamos
determinar a sua concentração:
m = n/V
m = 0,0003/ 0,02L = 0,015 mol/L = 1,5x10 -2 mol/L.
Resposta: “A”

22. TÉCNICO(A) QUÍMICO(A) DE PETRÓLEO JÚNIOR - CESGRANRIO 2012. Os


equipamentos de absorção atômica utilizam, como fonte de luz, a fonte de catodo
oco que emite luz:
(A) monocromática e coerente
(B) polarizada verticalmente
(C) com o espectro de um determinado metal
(D) com aproximadamente a mesma intensidade em todas as frequências do
espectro visível
(E) com alto poder de penetração
Resolução:
A explicação para o uso deste cátodo é baseada na Teoria de Bohr. O método
03978477343

consiste em determinar a presença e quantidade de um determinado metal em


uma solução qualquer, usando como princípio a absorção de radiação
ultravioleta por parte dos elétrons que, ao sofrerem um salto quântico depois
de devidamente excitados por uma chama de gás acetileno a 3000 graus
Celsius, esses devolvem a energia recebida para o meio, voltando assim para
a seu estado fundamental. A energia devolvida na forma de um fóton de luz,
por sua vez, absorve a radiação ultravioleta emitida pela fonte específica
(cátodo oco) do elemento químico em questão.
Resposta “C”

Prof. Wagner Luiz www.estrategiaconcursos.com.br Página 110 de 124

03978477343 - EUSTAQUIO DE SOUSA MENDES JUNIOR


Química para MAPA, cargo: Técnico de Laboratório
Teoria e exercícios
Prof. WAGNER LUIZ – Aula 03

23. QUÍMICO(A) DE PETRÓLEO JÚNIOR CESGRANRIO 2011. Uma solução de

uma dada amostra apresenta absortividade de 200 L•mol–1 cm–1. Foi analisada
por espectroscopia na região do UV/Vis em um comprimento de onda na qual se
obedece à lei Lambert Beer na concentração empregada nesse experimento.
Considere que o caminho óptico é de 1 mm, e a absorbância observada é 0,4.
Empregando esse resultado na equação de Lambert-Beer, conclui-se que a
concentração da amostra é, aproximadamente,
(A) 0,01 molL–1
(B) 0,02 molL–1
(C) 0,002 molL–1
(D) 8,0 molL–1

(E) 80 molL–1
Resolução:
A quantitativa é regida pela Lei de Lambert-Beer, na qual estabelece a relação
entre a concentração e a quantidade de radiação absorvida por uma espécie
química, em relação ao caminho óptico.
A= . C. l
Substituindo-se os valores teremos:
0,4 = 200. C. 0,1
Resposta: “B”

24. QUIMICO – FCC 2012. A substância cujo equivalente-grama é igual a sua


massa molar em reações de neutralização ácido-base é
03978477343

(A) H3CCOOH
(B) Al(OH)3
(C) H3PO4
(D) H2SO4
(E) Ba(OH)2
Resolução:
Como ele quer que o equivalente-grama é igual a sua massa molar significa
que o valor de k da espécie deve ser igual a 1. Uma monobase ou monoácido
ou sal com carga 1 para cada íon. Portanto, ácido acético (A).

Prof. Wagner Luiz www.estrategiaconcursos.com.br Página 111 de 124

03978477343 - EUSTAQUIO DE SOUSA MENDES JUNIOR


Química para MAPA, cargo: Técnico de Laboratório
Teoria e exercícios
Prof. WAGNER LUIZ – Aula 03
Resposta: A

25. PROFESSOR DE QUIMICA - INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO MG –


2013. Considere uma solução A que apresenta 82% de transmitância numa
cubeta de 1,5cm de caminho ótico. A alternativa que representa o comprimento
da cubeta (caminho ótico) para que se tenha 82% de transmitância triplicando-se a
concentração da Solução A é (A solução segue a lei de Lambert-Beer):
a) 0,5cm
b) 1,0cm
c) 1,5cm
d) 2,0cm
Resolução:
Segundo a lei de Lambert-Beer teremos a seguinte relação entre
transmitância, concentração e caminho óptico:
A = E.C.l
Para a solução A poderemos determinar o valor do caminho óptico
igualando os valores dados, em função das mesmas transmitâncias:
E.C1.l1 = E.C2.l2
C1. 1,5 = 3C1. l2
l2 = 0,5 cm
Resposta: A

26. PROFESSOR DE QUIMICA - INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO MG –


2013. A absortividade molar de certo composto A em 370 nm é igual a 3200
03978477343

1
cm- /(mol/L). A faixa linear adequada para quantificação deste composto é de 0,05
– 0,90 de absorbância. Três amostras líquidas distintas foram submetidas a
medidas de absorbância no comprimento de onda supracitado usando uma
cubeta de 15 mm de caminho ótico. Os dados obtidos por espectrofotometria
estão na tabela abaixo:

Considerando que a absorbância exibida na tabela é oriunda apenas do

Prof. Wagner Luiz www.estrategiaconcursos.com.br Página 112 de 124

03978477343 - EUSTAQUIO DE SOUSA MENDES JUNIOR


Química para MAPA, cargo: Técnico de Laboratório
Teoria e exercícios
Prof. WAGNER LUIZ – Aula 03
composto A, a concentração (mmol/L) deste composto nas amostras 1, 2 e 3 são,
respectivamente:
a) 0,0101; 0,150; 0,180
b) 0,0701; 0,155; 0,162
c) 0,0690; 0,100; 0,146
d) 0,0700; 0,120; 0,156
Resolução:
Segundo a lei de Lambert-Beer teremos a seguinte relação entre
absorbância, concentração e caminho óptico:
A = E.C.l
Para a solução A poderemos determinar as concentrações substituindo-se
os valores dados na tabela e enunciado.
Amostra 1:
A = E.C.l
0,33 = 3200.C1.1,5
C1= 0,069mmol/L

Amostra 2
A = E.C.l
0,48 = 3200.C2.1,5
C2= 0,1000 mmol/L

Amostra 3
A = E.C.l
03978477343

0,70 = 3200.C3.1,5
C3=0,1458 mmol/L
Resposta: C

27. PROFESSOR DE QUIMICA - INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO MG –


2013. A respeito da espectrofotometria UV/VIS é incorreto afirmar que:
a) Pode ser usada para determinação de certos grupos funcionais.
b) É possível determinar a quantidade de compostos em misturas em virtude do
efeito aditivo das absorbâncias.
c) A técnica pode ser usada para experimentos envolvendo cinética de reação.

Prof. Wagner Luiz www.estrategiaconcursos.com.br Página 113 de 124

03978477343 - EUSTAQUIO DE SOUSA MENDES JUNIOR


Química para MAPA, cargo: Técnico de Laboratório
Teoria e exercícios
Prof. WAGNER LUIZ – Aula 03
d) Após a utilização da espectrofotometria UV/VIS a amostra não pode ser
usada, pois ocorre degradação da amostra.
Resolução:
Como a amostra não reage, pois, nesta técnica existe apenas a excitação
eletrônica não ocorre degradação do analito. Portanto, este não é destruído
nem modificado, podendo ser usada em outros atos de interesse.
Resposta D

28. PROFESSOR DE QUIMICA - INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO MG –


2013. O padrão primário é uma substância extremamente importante em química
analítica e é usada como material de referência em titulações. Assinale a
alternativa incorreta em relação ao padrão primário:
a) Deve possuir elevado grau de pureza.
b) Deve ser estável a atmosfera e de preferência ter baixo custo.
c) Deve possuir massa molar baixa e boa solubilidade no meio de titulação.
d) A precisão do método de análise depende criticamente deste padrão.
Resolução:
O padrão primário deve apresentar altíssimo grau de pureza, ser estável à
atmosfera para não sofrer reações químicas, ser de baixo custo, solúvel no
solvente em que ocorrerá a titulação e ter massa molar elevada (assim, um
pequeno erro na pesagem não terá importância significativa na concentração
da solução do padrão).
Resposta C

29. UABC- Técnico Químico - Vunesp 2013. A respeito dos princípios da


03978477343

gravimetria, são feitas as seguintes afirmações:


I. É um método absoluto, isso é, envolve uma medida direta, sem a necessidade
de curva de calibração.
II. A base da análise gravimétrica é a pesagem de uma substância obtida pela
precipitação de uma solução.
III. A análise gravimétrica é um método microscópico e emprega micro
quantidades de amostra.
Assinale a alternativa que classifica corretamente cada uma das afirmações como
(V) verdadeira ou (F) falsa, na ordem em que aparecem.

Prof. Wagner Luiz www.estrategiaconcursos.com.br Página 114 de 124

03978477343 - EUSTAQUIO DE SOUSA MENDES JUNIOR


Química para MAPA, cargo: Técnico de Laboratório
Teoria e exercícios
Prof. WAGNER LUIZ – Aula 03
(A) V; V; F.
(B) V; F; V.
(C) V; F; F.
(D) F; V; V.
(E) F; F; V.
Resolução:
Os dois itens iniciais estão corretos, por serem características do método.
Mas a gravimetria não é uma analise microscópica. Emprega-se uma massa
razoável da amostra, inclusive para se diminuir erros de pesagens.
Resposta A

30. Como é realizada a detecção do ponto final em titulações de complexação? Cite


exemplos de indicadores complexométricos.
Resolução:
O ponto final da titulação pode ser detectado utilizando indicadores
metalocrômicos. Estes indicadores formam complexos com íons metálicos
específicos, cujas cores diferem dos indicadores livres e mudam de coloração
bruscamente no ponto de equivalência Exemplos de indicadores: negro de
eriocromo-T, murexida, zincon, azul de variamina.

31. Uma amostra contendo 0,450 g de um sal contendo íons Mg 2+ foi dissolvida em
água destilada utilizando um balão volumétrico de 500,0 mL. Uma alíquota contendo
50,00 mL desta solução foi transferida para um erlenmeyer e titulada com solução
de EDTA 0,0100 mol L-1 Nesta titulação foram consumidos 37,60 mL da solução
03978477343

titulante. Determine a porcentagem em massa de íons magnésio no sal.


Resolução:
É necessario calcular a concentração dos íons magnésio na solução
preparada e depois utilizar este valor de concentração para calcular a massa
de magnésio em solução. Em seguida calcula-se a porcentagem de íons
magnésio em solução.

1
 M  0,0100 mol L
EDTA 
 V  37,60 mL

Prof. Wagner Luiz www.estrategiaconcursos.com.br Página 115 de 124

03978477343 - EUSTAQUIO DE SOUSA MENDES JUNIOR


Química para MAPA, cargo: Técnico de Laboratório
Teoria e exercícios
Prof. WAGNER LUIZ – Aula 03

2 M  ?
Mg 
 V  50,00 mL

Calculando a concetração de íons magnésio em solução, temos:


EDTA + Mg+2 produtos
NE = nMg
ME.VE = MMg.VMg
0,0100 . 37,60 = MMg . 50,00

M = 0,00752 mol L-1 de íon Mg2+

Para calcular a massa de íons magnésio presente no balão de 500,0 mL


utiliza-se a expressão de concentração em mol por litro (como abaixo) ou
pode-se resolver por regra de três:

m sto m
M   0,0752   M HCl  0,0914 g
MM sto
 V sção 24,31  0,500

Cálculo da porcentagem em massa de íons magnésio:

0,450g ---------------100%
0,0914 g ---------------%(m/m) %(m/m) = 20,31 %
03978477343

32. Explique detalhadamente por que soluções de EDTA são muito utilizadas em
titulações por complexação?
Resolução:
Porque o EDTA consegue formar complexos muito estáveis com quase todos
os cátions polivalentes da tabela periódica, sempre na proporção 1:1; (b) tanto
o EDTA com o sal dissódico podem ser obtidos com alto grau de pureza e
podem ser utilizados como padrão primário, entretanto, se houver
necessidade, soluções de EDTA e seus sais podem ser facilmente
padronizadas utilizando carbonato de cálcio com padrão primário; (c) as

Prof. Wagner Luiz www.estrategiaconcursos.com.br Página 116 de 124

03978477343 - EUSTAQUIO DE SOUSA MENDES JUNIOR


Química para MAPA, cargo: Técnico de Laboratório
Teoria e exercícios
Prof. WAGNER LUIZ – Aula 03
soluções diluídas desses compostos podem ser obtidas de maneira direta; (d)
o EDTA e seus sais podem ser secos em estufa; (e) apresentam alta massa
molar minimizando os erros de pesagem.

33. Que cuidados devem ser tomados na preparação, padronização, se necessário


e conservação de soluções de EDTA.
Resolução:
Antes do preparo das soluções o EDTA e seus sais devem ser devidamente
secos em estufa a alta temperatura; (b) as soluções devem ser guardadas em
frascos de polietileno lavados e fervidos; (c) as soluções estocadas devem ser
padronizadas no mesmo dia da utilização; (d) a água utilizada para o preparo
das soluções deve ser cuidadosamente destilada, pois não pode conter traços
de íons metálicos polivalentes.

34. Três alíquotas de 1,00 mL de um medicamento utilizado como complemento de


cálcio foram diluídas, separadamente, com água destilada em balão volumétrico de
10,00 mL de capacidade e, utilizando negro de eriocromo como indicador, foram
tituladas com solução de EDTA 0,0990 mol L -1. Nas titulações foram consumindo
12,55 mL, 11,95 mL e 12,30 mL da solução de solução titulante para observar a
mudança de cor da solução. Qual a concentração média de cálcio no medicamento
em mg mL-1 presente nas amostras?
Resolução:
Calcula-se a concentração de íons cálcio utilizando os valores de
concentração e volume de EDTA e volume de solução contendo do
03978477343

medicamento. Como foram realizadas três análises, os cálculos devem ser


realizados três vezes e, em seguida, tirar a média dos resultados finais. Em
seguida calcular a massa de cálcio presente na amostra original utilizando o
valor médio de concentração.

1
 M  0,0990 mol L
EDTA 
 V 1  12,55 mL V 2  11,95 mL V 3  12,30 mL

Prof. Wagner Luiz www.estrategiaconcursos.com.br Página 117 de 124

03978477343 - EUSTAQUIO DE SOUSA MENDES JUNIOR


Química para MAPA, cargo: Técnico de Laboratório
Teoria e exercícios
Prof. WAGNER LUIZ – Aula 03
2 M  ?
Ca 
 V  10,00 mL

Calculando a concentração de íons cálcio em solução, temos:

EDTA + Ca+2 produtos


NE = nCa
ME.VE = MCa.VCa
0,0990 . 12,55 = MCa . 10,00 MMg = 0,1242 mol L-1

Portanto: M1 = 0,1242 mol L-1 de íons cálcio


M2 = 0,1183 mol L-1 de íons cálcio
M3 = 0,1218 mol L-1 de íons cálcio

Concentração em Concentração Massa de Ca+2 em


mol L-1 em g L-1 mg mL-1
0,1242 4,978 4,978
0,1183 4,741 4,741
0,1218 4,881 4,881
Média: 0,1214 Média: 4,867 Média: 4,867

35. Um paciente levou ao laboratório uma amostra de urina para ser analisada. Um
volume de 5,00 mL da urina foi transferido para um balão volumétrico de 50,00 mL
capacidade e diluído com água destilada. Uma alíquota de 25,00 mL desta solução
foi titulada utilizando solução EDTA 0,0100 mol L -1 como agente titulante e negro de
03978477343

eriocromo-T como indicador. Na titulação foram consumidos 22,00 mL da solução


titulante para observar a mudança de cor da solução. Calcular a massa de cálcio,
em gramas, presente na amostra original.
Resolução:
Calcula-se a concentração de íons cálcio utilizando os valore de concentração
e volume de EDTA e volume de solução de urina.

Prof. Wagner Luiz www.estrategiaconcursos.com.br Página 118 de 124

03978477343 - EUSTAQUIO DE SOUSA MENDES JUNIOR


Química para MAPA, cargo: Técnico de Laboratório
Teoria e exercícios
Prof. WAGNER LUIZ – Aula 03
1
 M  0,0100 mol L
EDTA 
 V 1  22,00 mL

2 M  ?
Ca 
 V  25,00 mL

Calculando a concentração de íons cálcio em solução, temos:

EDTA + Ca+2 produtos


Ne = nCa
ME.VE = MCa.VCa
0,0100 . 22,00 = MCa . 25,00 MCa = 0,00880 mol L-1

Como a amostra foi diluída antes da análise, temos que achar a concentração
da amostra inicial (amostra original).
Md.Vd = Mc.Vc
Md . 5,00 = 0,00880 . 50,00 Moriginal = 0,0800 mol L-1
Para calcular a massa de íons cálcio presente na urina utiliza-se a
expressão de concentração em mol por litro (como abaixo) ou pode-se
resolver por regra de três:
m sto m
M   0,0880  3
 M Ca  0,0176 g
MM sto
 V sção 40,08  5,00x10

36. Numa análise de teor de íons níquel utilizando titulação de retorno, 50,00 mL de
03978477343

2+
uma solução contendo íons Ni foram transferidos para um erlenmeyer e tratados
com 25,00 mL de uma solução 0,0500 mol L -1 de EDTA para complexar todo o Ni 2+
e deixar um excesso de EDTA livre em solução contida no erlenmeyer. Em seguida
o excesso de EDTA que não reagiu com o níquel foi titulado utilizando solução de
íons zinco na concentração de 0,0500 mol L -1 como agente titulante. Nesta titulação
foram consumidos 5,00 mL de uma solução de íons Zn 2+. Qual é a concentração
(mol L-1) de Ni2+ na solução original?
Resolução:

Prof. Wagner Luiz www.estrategiaconcursos.com.br Página 119 de 124

03978477343 - EUSTAQUIO DE SOUSA MENDES JUNIOR


Química para MAPA, cargo: Técnico de Laboratório
Teoria e exercícios
Prof. WAGNER LUIZ – Aula 03
Calcula-se a concentração de íons níquel utilizando os valores de
concentração e volume de EDTA adicionado ao erlenmeyer e os valores de
concentração e volume de solução de zinco utilizado como solução titulante.

1
2
 M  0,0500 mol L
Zn 
 V 1  5,00 mL

2 M  ?
Ni 
 V  50,00 mL

1
 M  0,0500 mol L
EDTA 
 V 1  25,00 mL

Nesta titulação de retorno adiciona-se uma quantidade de solução de EDTA


ao erlenmeyer suficiente para reagir com todos os íons níquel presentes no
erlenmeyer e permanecer um excesso de EDTA sem reagir pois este excesso
irá reagir com os íons zinco. Portanto a quantidade em mol de EDTA é igual à
quantidade em mol de íons níquel e a quantidade em mol de íons zinco.
n EDTA  n 2  n 2
Ni Zn

M EDTA  V EDTA  M 2 V 2  M 2 V 2
Ni Ni Zn Zn

0,0500  25,00  M 2  50,00  0,0500  5,00


Ni

1
M 2  0,0200 mol L
Ni

37. Preveja o valor máximo de emissão no espectro UV para as substâncias abaixo:


03978477343

Resolução:
Para o composto 1 partimos do valor base do acetofenona (246nm). Adiciona-
se então o valor referente a uma substituição por uma metila (3) alcançando o
valor final de 249nm.

Prof. Wagner Luiz www.estrategiaconcursos.com.br Página 120 de 124

03978477343 - EUSTAQUIO DE SOUSA MENDES JUNIOR


Química para MAPA, cargo: Técnico de Laboratório
Teoria e exercícios
Prof. WAGNER LUIZ – Aula 03
Para o composto 2 partimos do valor base do acetofenona (246nm).
Adiciona-se o valor referente a um resíduo de anel em meta (3nm) e o valor
referente aos substituintes mexi (meta=7nm e para=25nm) resultando no valor
final de 281nm.

38. Quais dentes os seguintes compostos você esperaria que mostrassem absorção
de UV na faixa de 200 – 400 nm?
a) 1,4-cicloexadieno
b) 1,3-cicloexadieno
c) d)
CO 2H
H 2C

N
OCOCH 3

e)
f)
CH3

N
O
H

Resolução:
Uma vez que para ocorrer absorção no UV entre 200 e 400nm é necessária a
presença de duplas ligações conjugadas, exceto o composto A que não
possui este sistema, todos os demais compostos apresentariam absorções na
região do UV.

39. Preveja e explique se a espectroscopia visível/UV pode ser usada para distinguir
os seguintes compostos: 03978477343

Resolução:
Esses compostos não se distinguem por não apresentarem grupamento
cromóforo.

40. Uma substância de fórmula C8H8O apresenta o espectro de infravermelho


mostrado a seguir. Deduza sua estrutura.

Prof. Wagner Luiz www.estrategiaconcursos.com.br Página 121 de 124

03978477343 - EUSTAQUIO DE SOUSA MENDES JUNIOR


Química para MAPA, cargo: Técnico de Laboratório
Teoria e exercícios
Prof. WAGNER LUIZ – Aula 03

Resolução:
Insaturações do composto:
2n + 2 2x8 + 2 = 18
Subtrai-se o número de hidrogênios realmente presentes na molécula
18-8 = 10; 10/2=5
Há, portanto, 5 insaturações. Com 5 insaturações e 8 carbonos, é muito
provável que seja um composto aromático, o que pode ser corroborado pela
presença de várias bandas:
 banda em ~1600 cm-1, de C=C aromático
 muito provavelmente monossubstituído:
o banda em 755 cm-1, de deformação Ar–H com 5 hidrogênios
adjacentes (730 – 770 cm-1)
o banda em 689 cm-1, de deformação do anel mosossubstituído
(690 – 710 cm-1)
Há presença de carbonila de cetona aromática (1687 cm -1) (similar à de
cetonas , -insaturadas).
03978477343

A partir dessas considerações, temos que o composto é:


O

Acetofenona

41. Os dois espectros a seguir correspondem a isômeros com fórmula C10H20O: um


deles é da decan-2-ona e o outro é do decanal. Decida qual é qual.

Prof. Wagner Luiz www.estrategiaconcursos.com.br Página 122 de 124

03978477343 - EUSTAQUIO DE SOUSA MENDES JUNIOR


Química para MAPA, cargo: Técnico de Laboratório
Teoria e exercícios
Prof. WAGNER LUIZ – Aula 03

Resolução:

O espectro 1 é correspondente ao decanal e o espectro 2 é


correspondente a decan-2-ona; pois as bandas relacionadas ao estiramento
de C=O são vistas em 1742 cm-1 no espectro 1 e 1730 cm-1 no espectro 2,
sendo que os aldeídos apresentam uma absorção neste estiramento um
pouco mais alta que as cetonas. Além disso, podemos observar duas bandas
03978477343

em 2810 cm-1 e 2710 cm-1 características de aldeídos (devido a “ressonância


de Fermi” entre a frequência de estiramento da ligação C–H e uma harmônica
da deformação de C–H).

42. Você acha que a amostra correspondente ao espectro da figura abaixo pode ser
um álcool ou um composto carbonílico?

Prof. Wagner Luiz www.estrategiaconcursos.com.br Página 123 de 124

03978477343 - EUSTAQUIO DE SOUSA MENDES JUNIOR


Química para MAPA, cargo: Técnico de Laboratório
Teoria e exercícios
Prof. WAGNER LUIZ – Aula 03

Resolução:
Não pode ser nem um nem outro, pois não há absorção em ≈ 3500 cm -1 (OH)
nem em ≈ 1700 cm-1 (C=O).

Então, meus caros, por hoje são sós.


Até a próxima aula.
Bons estudos.

03978477343

Prof. Wagner Luiz www.estrategiaconcursos.com.br Página 124 de 124

03978477343 - EUSTAQUIO DE SOUSA MENDES JUNIOR

Você também pode gostar