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DIREITO DO TRABALH… REVISTA 185

O Trabalho Intermitente Consoante a


Reforma Trabalhista no Brasil à Luz do
Direito Comparado PUBLICIDADE

On 24 out, 2019

Leticia Brito Carvalho

RESUMO

Discorre a pesquisa quanto ao contrato intermitente regulamentado pela reforma trabalhista no


Brasil, assim como estabelece um comparativo com a utilização do modelo contratual em outros
países. Diante do comparativo estabelecido procura-se abordar as vantagens e desvantagens na
regulamentação do contrato no Brasil. Utiliza-se de pesquisa bibliográ�ca, sítios, artigos, e se
busca demonstrar os setores que utilizam da contratação, assim como as regulamentações
devidas para que direitos mínimos dos trabalhadores não sejam violados.

Palavras-chave: trabalho intermitente. salário mínimo. direito comparado. reforma trabalhista.

ABSTRACT

It analyzes the research on the intermittent contract regulated by the labor reform in Brazil, as well
as establishes a comparison with the use of the contractual model in other countries. In view of
the established comparison, it is sought to address the advantages and disadvantages of
contract regulation in Brazil. Bibliographic research, sites, articles are used, and it is sought to
demonstrate the sectors that use the hiring, as well as the due regulations so that minimum rights
of the workers are not violated.

Keywords: intermittent work; minimum wage; comparative law; labor reform;

Sumário: Introdução. 1. Trabalho intermitente na lei 13.467/2017. 2. Trabalho intermitente no


direito comparado. 3. Vantagens e desvantagens na utilização do contrato intermitente.
Conclusão. Referências.

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INTRODUÇÃO

A Reforma Trabalhista regulamentada através da lei 13.467/2017, advinda da crise política e


econômica do qual o país transita nos últimos anos justi�ca-se sob forte fundamento de
necessária reforma à CLT, considerando que a mesma já não sofria alterações há muitos anos, e
ainda, a di�culdade �nanceira enfrentada pelo Brasil ultimamente. Sem dúvida o argumento mais
utilizado para precipitar a aprovação da lei, pois pressão de classes especí�ca da sociedade
contribuiu para uma aprovação em tempo recorde do texto da lei.

No texto legal foi introduzida uma série de mudanças para regulamentar direitos da classe
trabalhadora, segundo o legislativo e o executivo, no objetivo de fornecer meios para superar a
crise econômica, e na tentativa de garantir que empresas se mantivessem no mercado, assim
como assegurar a oferta de emprego, diminuindo consequentemente à taxa de desempregados
no país. Nesse cenário a reforma trabalhista foi introduzida ao sistema jus laborista.

O texto da reforma apresenta alterações desde o direito material ao processual, sendo objetivo de
discussão nesse artigo a nova modalidade de contrato de trabalho que foi incorporado a CLT, o
chamado contrato de trabalho intermitente.

Conforme prevê o art.443 §3 da CLT a de�nição de contrato de trabalho intermitente, é aquele no


qual a prestação de serviço com subordinação não é continua, ocorrendo com alternância de
períodos de prestação de serviço e de inatividade, determinados em horas, dias ou meses,
independentemente do tipo de atividade do empregado, sendo impossibilitado da aplicação da
modalidade de contrato aos aeronautas, em vista de serem regidos por legislação própria.
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Partindo da análise da nova modalidade de contrato incorporado pela reforma trabalhista e
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estabelecendo um paralelo ao direito comparado donde em alguns países fazem uso da mesma
�gura contratual, busca-se demonstrar as vantagens e desvantagens que se pode considerar na
aplicação da modalidade contratual no Brasil.

Considerando a necessária discussão da temática se utiliza de materiais bibliográ�cos no direito


do trabalho, constitucional, sítios, artigos, no qual a abordagem de pesquisa será qualitativa,
utilizando-se do método lógico dedutivo.

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1. TRABALHO INTERMITENTE NA LEI 13.467/2017

O contrato de trabalho intermitente, fruto da reforma trabalhista, é motivo de insegurança tanto


para os estudiosos em vista das lacunas existentes, em que permitem precarização nas relações
de trabalho, quanto para a classe trabalhadora, que sofre diretamente com as novas regras
impostas.

Segundo previsão do artigo 443 da CLT, § 3º, o contrato de trabalho é considerado intermitente
quando a prestação de serviço é subordinada, porém não é continua, com alternância de
períodos de prestação de serviço e de inatividade, sendo que esse trabalho é determinado em
horas, dias ou meses, podendo ser adotado em qualquer modalidade de trabalho, exceto os
aeronautas, do qual são regidos por legislação própria.

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A nova modalidade de contrato mesmo contando com os elementos caracterizadores da relação


de emprego como; pessoalidade, subordinação, onerosidade, e não eventualidade se difere do
contrato regular quanto a não eventualidade, do qual não é obrigatório no contrato de trabalho
intermitente, o que incide na jornada laborada e em consequência nas demais verbas trabalhistas
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garantidas com a relação de emprego.
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No contrato intermitente

“a prestação dos serviços subordinados é oferecida de maneira fracionada, com alternância de


períodos de atividade e de inatividade, segundo a lógica do just in time, vale dizer, do consumo
fatiado, a granel, do número exato de horas, dias ou meses necessários à satisfação dos
interesses patronais” (MARTINEZ, 2018, p.369-370).

A alternância na prestação do serviço permite que trabalhadores permaneçam a


disposição/sujeitos ao empregador, mas sem qualquer contraprestação conforme previsão do
contrato. PUBLICIDADE

A nova modalidade de contrato de trabalho intermitente “pôs �m às discussões da doutrina entre


a intermitência/continuidade/eventualidade na caracterização da relação de emprego. A relação
subordinada à estrutura da empresa, de forma contínua ou não, con�gura relação de emprego da
mesma forma” (SEVERO, 2017, p.70)

Por trabalho não eventual se tem aquele do qual é necessário ao alcance dos objetivos da
empresa, sendo irrelevante a quantidade de horas em que o trabalho será prestado. No contrato
intermitente com a regulamentação da eventualidade, permite que o empregador não mais
assuma os riscos da atividade econômica como dispõe a CLT, esse somente será obrigado a
remunerar o empregado quando de fato precisar da prestação de serviço desse trabalhador. Com
isso, nas empresas em que adotam o modelo contratual intermitente e que venham a sofrer
eventual crise ou falta de demanda, o trabalhador restará sujeito a um contrato sem recebimento
de salário. Pois não existe garantia ao trabalhador nesses casos, daí a preocupação na lei em
prevê que esse trabalhador possa manter vários contratos com diferentes empresas, de forma
intermitente.

O legislador prevê a obrigatoriedade de o contrato intermitente ser celebrado por escrito, e ainda,
que o valor da hora de trabalho não seja inferior a do salário mínimo ou daqueles que exerçam
mesma função trabalhando de forma intermitente ou não em outros estabelecimentos. A
obrigatoriedade do pagamento do valor da hora com base no salário mínimo resta prejudicada
diante da não estipulação de jornada mínima a ser cumprida, seja diariamente ou semanalmente.
Considerando a forma como é prestado o serviço, e que o trabalhador terá seu salário de�nido
com base na quantidade de horas em que trabalhou para aquela empresa, não se pode garantir
que esse trabalhador terá uma remuneração su�ciente para garantir o seu sustento ao �nal de
cada mês.

A previsão legal é de que o empregado será convocado com três dias corridos de antecedência
sobre a jornada do serviço que será prestado. Nesse ponto é clara a preocupação do legislador
em resguardar o empregador, estipulando prazo para resposta pelo empregado, de um dia útil,
não sendo obtido esse retorno quanto à convocação presume-se recusa pelo empregado, não
gerando qualquer responsabilidade por parte do empregador.
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A recusa do empregado a uma convocação não exclui a subordinação caracterizadora da relação
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de emprego, aqui ele procurou resguardar o trabalhador, que pode efetuar a recusa a certa
convocação, mas ainda ter seu contrato mantido para futuras convocações. Em contra partida,
aceitando a convocação para prestação do serviço e em caso de não efetuada por culpa de uma
das partes, �ca a outra parte obrigada a indenizar em 50% da remuneração que seria paga com o
serviço prestado.

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Buscando amparo na legislação jus laborista, assim como nos princípios constitucionais para
justi�car a aplicação da sanção por não comparecimento ao chamado já aceito, se mostra uma
tanto quanto contraditório. Considerando que o empregado deve cumprir com algumas das
obrigações impostas ao contrato de trabalho, e em casos de não cumprimento o poder disciplinar
pode incidir, entretanto sofrendo limitações diretas quanto a sua aplicação. A legislação
trabalhista traz as penalidades previstas: advertência, suspensão disciplinar e dispensa por justa
causa, devendo ser aplicada aquela que melhor de encaixe a gravidade da falta.

A multa prevista de 50% da remuneração por aquele que faltar a chamado já aceito para
prestação do serviço não possui condições de ser imposta sem violar o principio da
irredutibilidade salarial do trabalhador, assim como transfere ao empregado os risco da atividade
econômica, considerando que o direito do trabalho tem como princípio basilar a proteção do
trabalhador com objetivo de que esse alcance a igualdade proporcional entre os sujeitos da
relação e assim tenha uma vida compatível com a dignidade da pessoa humana, não se pode
impor no ordenamento jurídico regras que se mostrem contra esses princípios norteadores das
relações de emprego.

A Medida Provisória 808/2017 alterou boa parte dos artigos da reforma, ajustando o texto da lei
para melhor atender aos interesses do trabalhador, porém a mesma perdeu sua vigência,
prevalecendo assim o texto original da reforma trabalhista. A medida revogava a previsão da
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multa recíproca nos casos de descumprimento na convocação anteriormente aceita.  A matéria
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segundo a medida era objeto de cláusula facultativa, cabendoAceitar Leia mais
a cada uma das partes caso

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entendesse necessária, convencionar a forma da reparação recíproca nos casos de


cancelamento dos serviços agendados para prestação. Com a revogação da medida permanece
assim o previsto na Lei 13.467/2017, da multa de 50% da remuneração que seria paga.

Após a prestação do serviço a remuneração será paga de forma integral, além do salário, as
demais verbas rescisórias. Muito se tem discutido quanto à instabilidade do trabalhador, pois
além de receber uma remuneração baseado em horas, a depender da jornada para aquele
empregador será ín�mo ao �nal da prestação do serviço, esse ainda tem férias, décimo terceiro,
FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço) pagos sobre esse valor, o que não permite o
futuro gozo por esse trabalhador dos referidos benefícios oriundos da relação de emprego.
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Sabe-se que o pagamento de imediato de todas as verbas rescisórias regulamenta muita das
relações que anteriormente não gozavam desses direitos, porém o bem estar do trabalhador
nesses casos está sendo relativizado, em razão de trabalhar dias, meses, anos e não poder gozar
do período aquisitivo de férias, devido já ter recebido essa remuneração todas as vezes que
prestou o serviço para o empregador, tornando assim um círculo vicioso, em que o trabalhador
presta serviço por tempo indeterminado para gozo de período de férias, pois enquanto conta com
as férias de um empregador precisa prestar serviço para outro, devido não contar com a
remuneração do mês de férias.

A inovação contratual ainda permite que acordos coletivos e convenções coletivas tenham
prevalência sobre o disposto em lei (611-A CLT), o que faz nos pensar que diante das lacunas
existente quanto ao tipo contratual necessária se faz a regulamentação em sede de acordos ou
convenções quanto à jornada mínima semanal, para que assim o trabalhador possa garantir um
mínimo mensal, assim como estipular as classes de trabalhadores que possam laborar de
maneira intermitente, classi�cando os a depender da função do qual exerçam, ou mesmo a faixa
etária de idade permitida para o tipo contratual. Muitas são as lacunas que podem ser
regulamentadas através de convenções coletivas ou acordos, considerando que a medida
provisória perdeu sua vigência, podemos pensar nessa regulamentação em um futuro mais
próximo por meio dos direitos coletivos.

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Embora esteja previsto na CLT a negociação por meio de convenção e acordo coletivo de alguns
direitos, essa dispõe dos direitos mínimos do trabalhador que são impossibilitados de serem
negociados, entre eles esta previstos o salário mínimo, verbas rescisórias como décimo terceiro
salário, aviso prévio, férias, adicional noturno. Aqui se pode notar a preocupação do legislador em
garantir a impossibilidade de redução ou supressão desses direitos, somente em casos de
ampliação será permitido por meio de negociações coletivas.

2. TRABALHO INTERMITENTE NO DIREITO COMPARADO

O contrato de trabalho intermitente regulamentado na legislação brasileira possui origem em


países cujo desenvolvimento é superior ao Brasil, partindo da análise de que o Brasil na tentativa
de aplicar as políticas adotadas por esses países para superar as crises, assim como diminuir os
altos níveis de desempregados copiou o modelo contratual ao ordenamento jurídico pátrio.

Entre os países que utilizam do contrato intermitente estão Itália, Portugal, Espanha, Reino Unido.
Na Itália o objetivo da regulamentação através do Decreto Legislativo n.81/2015 foi justamente
uma reforma na legislação trabalhista com o intuito de estabelecer contratos �exíveis. Nesses
termos temos o “contrato intermitente em que é considerado também por tempo determinado, o
trabalhador se coloca a disposição do empregador de forma descontinua ou intermitente”
(NOGUEIRA, pg.14 2017), ao contrário do estabelecido no Brasil, aqui as exigências individuais do
contrato são regulamentadas através de acordos coletivos, e ainda há uma determinação de
utilização de jornada mínima dentro de um arco temporal.

Além de regulamentações através de acordos coletivos a legislação ainda estabelece as faixas


etárias
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melhorar sua que poderão utilizar do contrato
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trabalhadores menores de 24 anos,
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se desejar. que aLeia
prestação
Mais doAceitar
serviço pode
Leiase perdurar até aos
mais

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25 anos, e acima de 55 anos. Nesse ponto é clara a preocupação do legislador italiano em


ingressar aqueles trabalhadores cuja idade in�uência diretamente na quali�cação como é o caso
dos jovens, em que ainda estão em busca dessa quali�cação, assim como o desempenho das
atividades laborais no caso de trabalhadores com idade mais avançada. Além disso, a previsão
de idade a utilizar desse contrato permite que a classe trabalhadora em idade ativa do qual o
mercado cobra mais desempenho, não seja prejudicada com o modelo contratual mais �exível.

No artigo 13 § 3 o decreto estabelece que, com exceção dos serviços de turismo e aquelas
empresas destinadas a prestação de serviços públicos e de espetáculos, o empregado pode
manter contrato com o mesmo empregador por um lapso temporal de�nido em lei, que é de três
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anos solares, o legislador aqui impõe que nos caso de ultrapassagem desse período
compreendido, o contrato será considerado por prazo indeterminado. A preocupação na
estipulação por um período de tempo determinado se mostra naqueles casos em que um mesmo
empregador possa vir a manter o empregado durante muito tempo usando do modelo contratual
para �ns de economia nos custos da empresa, prática essa vedada na legislação italiana.

O decreto impõe que o período de inatividade não será remunerado, porém naqueles casos em
que o empregado garantir disponibilidades às chamadas do empregador, esse sim deverá ser
indenizado. Apesar de o contrato estipular jornadas “quebradas”, em que permite que o
empregado labore para mais de um empregador, a lei permite cláusula de exclusividade, no
entanto deve haver uma garantia mínima a esse trabalhador.

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O legislador veda a utilização do modelo contratual em certos períodos em que são considerados
vulneráveis a classe trabalhadora, como em exercício de greve, e nos casos de empresas em que
ocorreu demissão em massa nos últimos seis meses de trabalhadores do qual exerciam as
mesmas funções que se refere o contrato intermitente. Considerando que a demissão coletiva,
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assim como a greve gera uma instabilidade alarmante entre trabalhadores e empregadores, a lei
veda justamentepode cancelar se desejar. Aceitar Leia Mais
no intuito Aceitar
de que empresas não utilizem do modelo Leia mais
de contrato mais precário

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para driblar a crise.

Assim como no Brasil a contratação do trabalho intermitente na Itália deve ser realizada por
escrito. Na Itália o contrato deverá dispor da forma como o serviço será prestado, remuneração,
assim como as medidas de segurança que serão adotadas para execução do trabalho
intermitente, e em casos de cláusula de disponibilidade, o valor que será pago, e ainda, como se
dará essa disponibilidade, o prazo para respostas, a chamada prevê que não seja inferior a um dia
útil.

Apesar de a norma prevê a regulamentação por meio de contratos coletivos do modelo


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contratual, ele estabelece critérios mínimos na utilização do contrato do qual devem ser
observados, devendo ser convencionado por acordos coletivos aquilo que estipular
favorecimentos mais amplos aos já dispostos no decreto, vedando dessa forma a retirada dos
direitos já previstos.

Como forma de controle e regularidade na utilização do contrato intermitente a legislação italiana


determina que ao empregador informe anualmente aos representantes sindicais empresariais ou
mesmo a representação sindical unitária sobre a utilização do modelo contratual, sendo que essa
comunicação deve se dar antes mesmo do inicio da prestação do serviço, desde que esse
período de prestação do serviço não ultrapasse 30 (trinta) dias.

A comunicação da utilização do modelo contratual deve ser realizada a Direção Territorial do


Trabalho competente no respectivo território por meio de SMS ou correio eletrônico, em caso de
não comunicação da utilização do contrato será aplicado sanção que pode variar de 400 euros a
2.400 euros em relação a cada empregado que não foi noti�cado ao órgão competente.

Em se tratando das matérias do qual pode ser regulamentada através de acordos coletivos se
inclui a indenização por disponibilidade do empregado, devendo essa indenização não ser inferior
ao estabelecido pelas Políticas Sociais, valor esse estipulado com a presença representativa de
associações sindicais a nível nacional.

Não só o Brasil, como também a Itália prevê em sua legislação a obrigação do empregado
comunicar ao empregador nos casos em que estiver indisponível para responder ao chamado de
prestação do serviço, seja esse motivo de doença ou outro acontecimento, devendo informar o
período no qual permanecerá impossibilitado de responder ao chamado, período esse que não
será efetuado pagamento de indenização por disponibilidade. Em caso de não comunicação,
esse empregado perderá indenização pelo período de 15 dias, isso se não existir acordos
individuais estipulando cláusula diversa. A recusa injusti�cada ao contrário do regulamentado no
Brasil, que não dar causa para dispensa, na Itália a recusa injusti�cada além de ser causa de
dispensa, ainda pode levar a restituição da indenização de disponibilidade pelo empregado ao
empregador.

Considerando as diferenças quando de uma comparação entre o contrato intermitente adotado


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no Brasil e o utilizado na Itália, nessa preveem que empregados em condições de intermitência
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não devem receber tratamentos diversos quando do exercício de funções iguais e nas mesmas
condições em relação àqueles trabalhadores efetivos, quanto à remuneração e benefícios como
férias, licença maternidade, licença paternidade. Essa previsão não deixa de esclarecer que essa
igualdade será consequentemente ligada a jornada exercida.

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A legislação Italiana estabelece a obrigatoriedade da empresa de computar para �ns de


contagem do quadro de empregados, seja em acordos coletivos ou contratos, o número de
trabalhadores intermitentes entre esses funcionários, na proporção dos horários trabalhados em
cada semestre. Segundo a previsão legal é uma forma de obediência aos princípios da não
discriminação com relação ao trabalhador intermitente.

“O objetivo primordial da norma italiana está centrado na regularização de contratos informais,


sistematicamente utilizados por empregadores que desejam ocupar apenas saltuariamente a
mão de obra disponível. Ainda que o desejo também esteja ligado ao fomento da ocupação, é
sabido que esse tipo de medida legislativa não cria postos de trabalho, mas tem o condão de
possibilitar a regularização de relações de trabalho irregulares em curso” (NOGUEIRA, 2017,
pg.18).

Diante da regulamentação do trabalhado intermitente na Itália e o aplicado no Brasil, nota-se uma


grande discrepância quando da elaboração do texto da lei, em vista do contrato em si já ser
precário, sendo necessário um olhar mais cuidadoso quando da estipulação de jornada, assim
como as formas em que se dar a prestação do serviço e as garantias desses trabalhadores.

Em Portugal o contrato de trabalho intermitente foi regulamentado no ano de 2009, através do


Código do Trabalho Português, em seu artigo 157 onde dispõe de que o contrato somente poderá
ser utilizado por empresas do qual exerçam atividades descontinua ou com intensidade variável,
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critérios daspara melhorar
partes sua experiência.
de comum Presumiremos
acordo a estipulação daque você está
jornada, ok que
sendo comessa
isso, pode
mas você
se
dar de forma intercalada por um
pode cancelar se ou maisAceitar
desejar. períodoLeia
de Mais
inatividade.
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A preocupação em �xar as atividades em que poderiam se utilizar do contrato intermitente foi


deliberado logo de início, o que gera uma segurança jurídica tanto para empregados quanto
empregadores, pois apenas setores em que se enquadram nas disposições da lei se utilizarão do
contrato intermitente. A determinação da lei é de que esses contratos sejam escritos e que seja
indicado no instrumento contratual à quantidade de horas anuais ou dias completos em que se
dará a prestação do serviço, sendo essa cláusula de grande importância para regulamentação do
contrato.

Importante se faz a de�nição do tempo de trabalho no contrato escrito, visto que na legislação
Portuguesa a não observância à estipulação precisa das horas anuais de trabalho implicará na
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caracterização de contrato sem período de inatividade, ou seja, contrato por tempo


indeterminado. Essa determinação em contrato deve obedecer ao limite mínimo de horas
laboradas durante o ano que dispõe o artigo 2- do artigo 159 do CTP (Código de Trabalho
Português) do qual não pode ser inferior a seis meses por tempo completo durante o ano, sendo
que pelo menos quatro meses deve ser consecutivo.

O empregador deverá convocar o empregado para prestação do serviço com no mínimo vinte
dias de antecedência, ao contrário do previsto na legislação brasileira, em que a exigência
mínima é três dias para o chamado e vinte quatro horas para resposta do empregado. Percebe-se
uma maior preocupação com o trabalhador na legislação portuguesa, pois o aviso da prestação
de serviço com tempo considerável permite que esse trabalhador em caso de prestação de
serviço para outro empregador, ou mesmo viagem, possa se planejar e no dia da prestação de
serviço se faça presente.

Além da preocupação do legislador em estabelecer tempo hábil ao planejamento do empregado


quando da noti�cação, esse ainda determina pagamento mínimo pelo empregador ao trabalhador
durante o período de inatividade. A negociação dessa remuneração mínima pode ser
determinada através de acordos coletivos, nos casos em que não houver acordos
regulamentando o valor a ser pago, a lei determina que seja efetuado pagamento de 20% sob a
remuneração base que o empregado percebe ao prestar serviços para aquele empregador. A
determinação de um pagamento mínimo contribui para que esses trabalhadores não restem
prejudicados do intervalo de uma prestação de serviço para outra.

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A Espanha por meio do Decreto Legislativo de nº 02 de 23 outubro de 2015 aprovou alteração ao


Estatuto do Trabalhador do qual dispõe do modelo contratual �xo-descontínuo, atual contrato
intermitente no Brasil. De acordo com o artigo 16 do decreto, trata-se de um contrato por tempo
indeterminado denominado como �xo-descontínuo em que a prestação de serviço embora seja
prestada em certas datas, se trata de atividade �xa-descontínua.

Apesar de o decreto dispor quanto ao modelo de contratação, ele permite maiores


especi�cidades quanto ao contrato que seja regulamentado por meio de convenções ou acordos
coletivos, onde será determinado o modo de chamada desses trabalhadores e a maneira como
será executado o trabalho. Embora o decreto permita as disposições em acordos e convenções
coletivas ele determina as exigências mínimas que as normas coletivas não podem deixar de
observar.

Entre as exigências mínimas para a utilização do contrato de trabalho �xo-descontínuo estão:


seja esse celebrado por escrito, devendo indicar a duração estimada em que se dará a prestação
do serviço, o decreto não exige uma precisão, entretanto as convenções coletivas devem dispor
quanto a tal. E ainda deve prevê a jornada aproximada em que o trabalhador irá prestar o serviço,
assim como a distribuição de horários. O texto da lei permite que convenções coletivas possam
estabelecer acordos a depender do setor de prestação do serviço, a forma como esse será
prestado, assim como a possibilidade de celebração a tempo parcial dos contratos �xos-
descontínuo, possibilitando ainda, a conversão dos contratos temporários em �xo-
descontinuado.

“os espanhóis apontam a segurança de ser chamado a cada vez que a atividade volte a existir
como vantagem desse tipo de contrato para o trabalhador. Essas convocações ocorrem por
ordem de antiguidade do trabalhador, podendo nos meses ou períodos de inatividade terem outro
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emprego ou ocupação” (COLNAGO, 2017, pg.02).
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A determinação no decreto espanhol quanto à jornada ser �xa, porém descontinuada nesse
modelo contratual, permite uma segurança com relação à prestação de serviço pelos
trabalhadores, embora ocorra apenas em certas datas, muito se utiliza na Espanha esse modelo
contratual em atividades como turismo, em certas épocas do ano, como férias, com isso, mesmo
o trabalhador não contando com uma jornada contínua, possui a liberdade de se programar e nas
datas determinadas no contrato preste o serviço.

No Reino Unido o contrato de trabalho intermitente é denominado como “zero hora” no art. 27-A
do Employment Rights Act da Inglaterra, sem dúvida se comparado aos demais países que
utilizam desse modelo de contratual, o que mais se assemelha
PUBLICIDADEao Brasil, em vista de não ser

determinada em lei uma jornada mínima, tampouco como se dará a prestação do serviço. A
regulamentação no Reino Unido se deu no objetivo de reduzir os custos da mão de obra e com
isso otimizar os seus custos, os direitos dos trabalhadores consequentemente sofreu redução.

No modelo contratual adotado, o acordo quanto ao modo como o serviço será prestado pode ser
de�nido entre as partes, podendo esse trabalhador ser convocado a qualquer momento para
prestação do serviço, o contrato “zero hora” permitiu que o número de desempregados no Reino
Unido sofresse uma queda considerável.

Atualmente, segundo dados do O�ce for National Statistics (ONS) da Inglaterra, órgão estatal
equivalente ao nosso IBGE, o número de empregados é de 76,1%, superior à do ano anterior
(75,3%) e a mais alta registrada, e de desempregados é de 3,9%; não foi menor desde novembro
de 1974 a janeiro de 1975. Segundo dados o órgão a taxa de desemprego só diminuiu nos
últimos cinco anos, e ainda, a faixa etária de idade ativa no mercado está entre 16 e 64 anos que
trabalham em regime remunerado.

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vista da percepção por
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setores especí�co no mercado, a utilização desse tipo contratual seria uma forma de driblar a
crise do qual atravessavam, com isso o número de empregados “zero hora” aumentou
consideravelmente no Reino Unido e só vem aumentando nos últimos anos.

3. VANTAGENS E DESVANTAGENS NA UTILIZAÇÃO DO CONTRATO INTERMITENTE

O contrato de trabalho intermitente à luz das inovações e di�culdades enfrentadas por muitos
países pode ser uma boa opção do ponto de vista �nanceiro para manter a oferta de emprego,
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assim como regularizar relações de trabalho que não contavam com proteção jurídica da forma
como eram prestadas. Como exemplo no Brasil, temos os garçons em bares, restaurante, que
muitas das vezes não se tratavam de empregados �xos, mas apenas eram convocados em
determinadas datas ou dias da semana para prestação do serviço, diante da inovação contratual
permite-se que essa prestação de serviço continue ocorrendo de forma alternada, mas possa
garantir uma remuneração com todos os direitos advindos da relação de emprego a esse
trabalhador.

As inovações nas relações de trabalho, assim como a tentativa cada vez mais presente de
�exibilização dos direitos trabalhistas contribuiu para a regulamentação dessas atividades antes
não protegidas. As convenções coletivas e acordos coletivos são prova de que aos poucos se
tem permitido cada vez mais a de�nição de como será prestada determinada atividade e os
direitos advindos dessa relação seja acordado entre as partes, contratante e contratado.

Segundo dados do Cadastro Nacional de Empregados e Desempregados (Caged) no Brasil


apenas no mês de fevereiro de 2019 houve 8.299 admissões e 3.953 desligamentos na
modalidade de trabalho intermitente, gerando saldo de 4.346 empregos, envolvendo 2.124
estabelecimentos e 1.690 empresas contratantes. Um total de 33 empregados celebrou mais de
um contrato na condição de trabalhador intermitente.

Diante dos dados quanto à utilização do contrato intermitente nota-se um crescimento


considerável em número de emprego, de 2,2 mil empregos (107,8%) nessa modalidade em
comparação com fevereiro de 2018, quando o saldo observado foi de 2,1 mil empregos
intermitentes segundo dados do (Caged).

Mesmo o contrato intermitente sendo uma inovação na legislação trabalhista, diversos setores já
vem se utilizando conforme dados aqui apresentados. Entre as funções mais utilizadas pelo
contrato intermitente no período de dezembro de 2018 a fevereiro de 2019 respectivamente
estão: atendente de loja e mercado, alimentador de linha de produção, repositor de mercadoria,
de acordo com dados do (Caged).

Não se pode desconsiderar que o modelo contratual afronta muitos direitos trabalhistas
adquiridos após anos de lutas, mas trata-se de uma nova realidade que merece uma
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regulamentação mais aperfeiçoada para melhor garantia do bem estar do trabalhador, assim
pode
como valorização cancelar prestado.
do trabalho se desejar. Aceitar Leia Mais Aceitar Leia mais

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As discussões quanto às falhas no contrato intermitente superam aqueles que apoiam o modelo
contratual regulamentado, entre as discussões estão à violação a direitos e garantias
conquistadas pela classe obreira, como o salário mínimo, jornada, férias remuneradas, décimo
terceiro salário, tanto estudiosos como operadores do direito vem se posicionando quanto ao
tema.

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Segundo o Enunciado 73 da Segunda Jornada de Direito Material e Processual do Trabalho

“É inconstitucional o regime de trabalho intermitente previsto no art. 443, § 3, e art.452-A da CLT,


por violação do art.7º, I e VII da Constituição da Republica e por afrontar o direito fundamental do
trabalhador aos limites de duração do trabalho, ao décimo terceiro salário e às férias
remuneradas”.

O posicionamento contrário a esse modelo de contrato é justi�cável frente às lacunas que o


legislador deixou no texto legal, em se tratando dos direitos mínimos dos trabalhadores.

Além da violação ao disposto na Constituição Federal quanto ao salario mínimo, buscando assim
garantir a esse trabalhador o mínimo existencial para o sustento familiar, o contrato intermitente
ainda prejudica o trabalhador na saúde, bem estar psicológico, considerando que esse
trabalhador não pode contar com o salário �xo ao �nal de cada mês e que não existe certeza de
convocação por determinado empregador, a procura por emprego vai se tornar constante nesse
caso, para que assim garanta seu sustento no �nal de cada mês.

“Essa modalidade contratual é, seguramente, uma das mais claras manifestações da super
exploração do trabalho humano, pois equipara o trabalhador a uma máquina descartável,
colocando, pois, em xeque o projeto constitucional brasileiro de construção da cidadania, da
melhoria
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Partindo da ideia de que a classe trabalhadora esta perdendo cada vez mais sua autonomia e
garantias já conquistadas para classes detentoras de poder, seja por meio de acordos individuais
em que o empregado não dispõe de suas vontades e condições, apenas aceita aquelas imposta,
por necessitar do trabalho, caracterizando assim um contrato de adesão, ou por meio de
convenções e acordos coletivos em que muitas das vezes preveem supressão de direitos,
estamos diante então de grandes di�culdades para a classe trabalhadora, problemas esses que
deve ser melhor dirimidos através de legislações bem elaboradas.

Estabelecendo um paralelo entre o contrato de trabalho intermitente regulamentado no Brasil e


em outros países, temos falhas consideráveis, em quePUBLICIDADE
foge a ideia de um país com normas
trabalhistas garantista, chegando mais próximo daqueles países em que a economia é a
prioridade entre os planos governamentais, deixando de lado as políticas sociais, assim como a
conservação dos direitos já garantidos através das lutas sociais.

A Medida Provisória 808/2017 que perdeu sua vigência em 22 de abril de 2018 regulamentava
muitas das falhas deixadas pelo legislador na reforma trabalhista, em especial o contrato de
trabalho intermitente, em virtude de não mais se encontrar em vigor, prevalece o texto original da
lei. Após a perda de vigência da MP 808/2017 o Ministério do Trabalho editou a Portaria de nº
349 de 23 de maio de 2018 do qual dispõe quanto ao contrato intermitente, estabelecendo a
forma como se dará a contratação, assim como será efetuado pagamento da remuneração pelo
serviço prestado.

A Portaria prevê de forma especi�ca como o contrato deve ser realizado, funcionando assim
como uma forma de interpretação dos artigos da CLT (Consolidação das Leis Trabalhistas) de
forma mais clara e precisa, facilitando o processo de formalização do contrato. Não fazendo
qualquer alteração ou expansão aos direitos já previstos no texto da lei.

CONCLUSÃO

Da analise do contrato intermitente regulamentado no Brasil através da lei 13.467/2017 e o


paralelo estabelecido à mesma modalidade contratual adotada em países como Itália, Reino
Unido, Espanha e Portugal pode se constatar que o Brasil de forma precipitada e precária
regulamentou a modalidade contratual.

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Considerando que o contrato utilizado nesses países conta com objetivos semelhantes ao
adotado no Brasil como reduzir os custos da mão de obra e �exibilizar as relações trabalhistas,
ainda assim procuram estabelecer garantias aos trabalhadores, como remuneração mínima pelo
período de inatividade, quantidade de horas determinadas a serem laboradas, isso no intuito de
preservar a dignidade desses trabalhadores.

Ao contrário do Brasil, que o texto legal apresenta violação direta a direitos garantidos perante a
Constituição Federal, como jornada de trabalho, férias, décimo terceiro, salário mínimo. Não se
pode desconsiderar que as relações de trabalho necessitam de regulamentação, entretanto as
garantias constitucionais do qual são referência para as normas trabalhistas, devem ser
respeitadas, não podendo assim o negociado permanecer sobre o legislado.

Os dados existentes quanto à utilização do modelo contratual no Brasil são positivos,


considerando que o país atravessa momentos de di�culdades em sua economia, o que
consequentemente acarreta a diminuição na oferta de empregos, e com isso o contrato
intermitente se tornou a saída da classe empresária, pois a precariedade do contrato permite
economia aos empregadores, em detrimento do trabalhador.

A lei nº 13.467/2017 apesar de precária em boa parte, ainda permite que seja regulamentado
através de acordos e convenções coletivas o contrato intermitente, signi�cando assim uma
perspectiva aos empregados que laboram nesse modelo contratual.

Sendo assim, por meio de acordos e convenções coletivas entre sindicatos de empregados e
empregadores, negociarem quanto à jornada mínima a ser exercida por esses empregados
intermitentes, remuneração mínima pelo período de inatividade, e demais direitos previsto na lei,
que fazem jus os empregados intermitentes contribui para sanar as lacunas previstas no texto da
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REFERÊNCIAS

BRASIL. Lei nº 13.467, de 13 de julho de 2017. Altera a Consolidação das Leis do Trabalho
(CLT). Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Lei
/L13467.htm> Acessado em : 01 de abr. 2019.

_____. Decreto-Lei n.º 5.452, de 01 de maio de 1943-Consolidação das Leis do Trabalho, São
Paulo. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del5452.htm> Acessado
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em: 01. Abr. 2019.

_____.Enunciado 73 da Segunda Jornada de Direito Material e Processual do Trabalho.


Disponível em: <http://www.jornadanacional.com.br/listagem-enunciados-aprovados-vis1.asp>.
Acessado em: 13 de abr de 2019.

_____.Cadastro Nacional de Empregados e Desempregados (Caged). Disponível em:<


http://pdet.mte.gov.br/caged >. Acessado em: 13 de abr de 2019.

COLNAGO, Lorena de Mello Rezende. Trabalho intermitente – trabalho “zero hora” – trabalho �xo
descontínuo. Revista eletrônica [do] Tribunal Regional do Trabalho da 9ª Região, Curitiba, PR, v.
8, n. 74, p. 27-35, dez. 2018/jan. 2019. Disponível em: < https://juslaboris.tst.jus.br/bitstream
/handle/20.500.12178/123410/2019_colnago_lorena_trabalho_intermitente.pdf?sequence=1&
isAllowed=y > Acessado em 17 de abr de 2019.

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ESPANHA. Real Decreto Legislativo 2/2015, de 23 de outubro. Revisão da Lei Estatuto dos
Trabalhadores. Disponível em: < https://www.boe.es/buscar/act.php?id=BOE-A-2015-11430>
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ITÁLIA. Gazzetta U� ciale. Texto original na íntegra do Decreto Lei 81/2015. Disponível em:
<https://www.gazzettau�ciale.it/eli/id/2015/06/24/15G00095/sg> Acesso em: 18 de abr de
2019.

LEITE, Carlos Henrique Bezerra. Curso de direito do trabalho. 10ª. ed. – São Paulo : Saraiva
Educação, 2018.

MARTINEZ, Luciano. Curso de direito do trabalho: relações individuais, sindicais e coletivas do


trabalho. 9ª. ed. – São Paulo : Saraiva Educação, 2018.

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NOGUEIRA, Eliana dos Santos Alves. O contrato de trabalho intermitente na reforma trabalhista
brasileira: contraponto com o modelo italiano. Revista do Tribunal Regional do Trabalho da 15ª
Região, Campinas, SP, n. 51, p. 127-148, jul./dez. 2017. Disponível em:
<https://juslaboris.tst.jus.br/handle/20.500.12178/125435> Acessado em 03 de abr de 2019.

PORTUGAL. Lei 7/2009, 2009-02-12. Diário da República Eletrônico. Código do Trabalho.


Disponível em : <https://dre.pt/pesquisa/-/search/602073/details/maximized> Acessado em:  09
de abr de 2019.

SEVERO, Valdete Souto. Manual da reforma trabalhista: pontos e contrapontos / Valdete Souto
Severo, Jorge Luiz Souto Maior; organizadores; Afonso Paciléo Neto, Sarah Hakim; prefácio Lívio
Enescu. São Paulo (SP): Sensus, 2017.

Reino Unido. O�ce for National Statistics  (ONS)– Disponível em: <https://www.ons.gov.uk
/employmentandlabourmarket/peopleinwork/employmentandemployeetypes/bulletins
/uklabourmarket/march2019>. Acessado em: 09 de abr de 2019.

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 LETICIA BRITO CARVALHO

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