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MÉTODOS DE ANÁLISE NODAL E DAS MALHAS

Métodos de Análise Nodal e das Malhas

A análise nodal é um meio sistemático para a solução de circuitos elétricos resistivos com funda-
mento na lei das correntes de Kirchoff e é muito utilizado na análise e projeto de circuitos elétricos e
futuramente também no auxílio de análise de circuitos eletrônicos.

O circuito elétrico simples da Figura acima pode ser resolvido com auxílio das fórmulas já vistas para
associação de resistores, lei de ohm e as leis de kirchoff, e que aqui será usado para estudo do mé-
todo.

O primeiro passo na análise nodal é identificar todos os nós do circuito, que são os pontos de cone-
xão de dois ou mais elementos.

Na praxe dos diagramas, nós de dois elementos não são destacados, como vista na figura acima.

A próxima etapa é a escolha de um nó de referência, que será considerado de potencial nulo, como
se fosse ligado à terra. O nó de referência deve ter o maior número de elementos conectados e, prin-
cipalmente, o maior número de fontes de alimentação independentes de tensão.

Todas as tensões serão consideradas relativas ao nó de referência. No circuito em questão, o nó n4é


a escolha natural para a referência conforme indicado na figura.

O problema é resolvido se as tensões nos nós são conhecidas. O nó n4 tem tensão nula por ser refe-
rência. O nó n1, por ser de uma fonte de tensão conectada à referência, tem a própria tensão da
fonte. Restam então os nós n2 e n3, de tensões desconhecidas V2 e V3, destacados com (*) na figura
abaixo.

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O raciocínio acima permite deduzir que, de forma genérica, o número de nós de tensão desconhecida
é n − 1 − m, onde n é o número total e m é o número de fontes de tensão independentes conectadas
ao nó de referência.

Uma vez identificados os nós de tensão desconhecida, o próximo passo é indicar as correntes entre
nós, lembrando que os seus sentidos e os lados de maior (+) e de menor (−) potencial devem estar
de acordo com a convenção já vista para elementos passivos e ativos.

Para facilitar a formulação das equações, é usada condutância no lugar de resistência. Assim,

G1 = 1/R1, G2 = 1/R2, etc.

As correntes indicadas podem ser calculadas em função de diferenças de tensões e condutâncias.

I1 = G1 × (Vs1 − V2)

I2 = G2 × V2

I3 = G3 × (V2 − V3)

I3 = G4 × V3

A lei das correntes de Kirchhoff (LKC) no nó n2 implica:

I1 = I2 + I3

Substituindo,

G1 × (Vs1 − V2) = G2 × V2 + G3 × (V2 − V3).

Ou, reagrupando,

G1 × V2 + G2 × V2 + G3 × V2 − G3 × V3 = G1 × Vs1

Simplificando,

(G1 + G2 + G3) × V2 − G3 × V3 = G1 × Vs1

Aplica-se agora a lei de kirchoff das correntes no nó n3:

I3 = I3, ou G3 × (V2 − V3) = G4 × V3

Reagrupando, temos:

− G3 × V2 + (G3 + G4) × V3 = 0

As igualdades em destaque acima formam um sistema de equações lineares, que pode ser represen-
tado em forma de matrizes para ser resolvido como vemos em seguida.

Desde que as condutâncias G1 a G4 e a tensão Vs1 são supostamente conhecidas, o sistema pode
ser resolvido e a sua solução, V2 e V3, é a solução do circuito.

O primeiro elemento da matriz acima é igual a Vs1 / R1. No circuito, a fonte Vs1 está em série com R1.
Segundo a conversão já vista de fontes, isso equivale a uma fonte de corrente Vs1 / R1 em paralelo
com uma resistência R1. Então, o circuito é equivalente ao apresentado na figura abaixo.

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Pode-se dizer, portanto, que os elementos da matriz de coluna da direita são as fontes de corrente
que entram no nó. O valor é nulo no segundo elemento porque não há fonte para o nó n3 do circuito
em estudo.

Método de Análise de Malhas Tradicional

Seguindo com o estudo de circuito elétricos e a diciplina de eletricidade básica para os cursos técni-
cos e faculdades de engenharia, apresentamos o método de análise de malhas tradicional. O método
de análise de malhas é um método sistemático para análise de circuitos resistivos, similar à análise
de nós. Neste caso, adiferença é sugerida pelo nome: usa a lei das tensões de Kirchoff no lugar da lei
das correntes. O procedimento só é aplicavél a circuitos planares.

A Figura acima mostra um exemplo. Em (a), há um cruzamento sem interligação, indicado por (*).
Esse circuito é planar porque ele pode ser redesenhado no plano, como em (b) da figura, de forma a
eliminar cruzamentos sem interligação. Caso contrário, o circuito não é planar e não pode ser resol-
vido por malhas.

Todo circuito elétrico deve ter pelo menos um laço ou caminho fechado, sem o qual não pode haver
corrente circulante.

Para estudo inicial do método, será usado o circuito de exemplo da Figura abaixo. Nesse circuito, é
possível identificar três caminhos fechados conforme indicação das linhas tracejadas.

Uma malha é considerada um laço que não contém outros. Portanto, no circuito em estudo, apenas
m1 e m2 são de interesse.

Uma vez identificadas as malhas de cálculo, o passo seguinte é a indicação de correntes para cada
malha. Na figura seguinte, as malhas m 1 e m2 têm supostamente as correntes Im1 e Im2.

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É também suposto que as correntes circulam as malhas no sentido horário. Essa convenção é arbi-
trária, mas, se assim mantida, proporciona uniformidade e facilita a compreensão do método (se o re-
sultado for negativo, o sentido real da corrente elétrica é na verdade o sentido oposto).

Agora, pode-se aplicar a lei de Kirchoff das Tensões (LKT) para cada malha, observadas as conven-
ções de sinais para elementos passivos e ativos. É importante notar que, nos ramos comuns a duas
malhas, as correntes elétricas são dadas pela soma algébrica das correntes de cada malha.

Malha m1: −Vs1 + (R1 × Im1) + (R2 × (Im1 −Im2)) = 0

Malha m2: R2 (Im2 −Im1) + R3 × Im2 + R4 × Im2 = 0

As igualdades anteriores formam um sistema de equações lineares de duas incógnitas, que pode ser
representado em forma de matrizes para ser resolvido de forma mais fácil.

Uma vez resolvido esse sistema de equações, as correntes do circuito são facilmente determinadas
(ver Figura abaixo):

I1 = Im1

I2 = Im1 − Im2

I3 = Im2

Malhas

Dentre os métodos de análise de circuitos, temos o também conhecido Método das malhas ou Aná-
lise de Malhas.

A malha é basicamente um laço, e um laço é um caminho fechado dentro do circuito. Na Análise No-
dal ou Método dos Nós, utilizamos a LKC (Lei de Kirchhoff para Corrente), e encontramos as ten-
sões que são desconhecidas.

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Já na Análise de Malhas, aplicamos a LKT (Lei de Kirchhoff para Tensão), e encontramos as corren-
tes desconhecidas do nosso circuito.

Passo a Passo – Análise de Malhas

Para fazer essa análise vamos seguir o seguinte passo a passo:

1 – Atribua as correntes na malha a ser analisada;

2 – Aplique a LKT a cada malha do circuito. Você pode utilizar a lei de Ohm para expressar as
equações;

3 – Resolva as equações.

Exemplos

– Exemplo 1

Vamos calcular as correntes para o circuito a seguir:

Figura 1 – Análise Circuito Malhas Ex 1

Primeiro vamos definir as malhas do nosso circuito:

Figura 2 – Malhas do Circuito

Agora vamos encontrar as equações das malhas:

Malha 1

Figura 3 – Equação Malha 1 Ex 1

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Malha 2

Figura 4 – Equação Malha 2 Ex 1

A estrutura matricial das equações ficará assim:

Figura 5 – Matriz Circuito Ex 1

Resolvendo as equações utilizando a regra de Cramer e utilizando o Octave:

Código para Octave:

Figura 6 – Equações no Octave

Figura 7 – Resultado Circuito

– Exemplo 2:

No circuito a seguir vamos encontrar a corrente i0:

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Figura 8 – Análise Circuito Malhas Ex 2

Começamos definindo as malhas do nosso circuito:

Figura 9 – Malhas do Circuito Ex 2

O passo seguinte é encontrar as equações de cada malha:

Malha 1:

Figura 10 – Equações Malhas 1 Ex 2

Malha 2:

Figura 11 – Equações Malha 2 Ex 2

Malha 3:

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Figura 12 – Equações Malha 3 Ex 2

Utilizando a regra de Cramer e resolvendo pelo programa Ocatve, encontraremos o seguinte:

Código Octave:

Figura 13 – Equações no Octave

Figura 14 – Resultado Circuito Ex 2

– Exemplo 3:

O próximo circuito possui uma fonte de corrente. Quando duas malhas possuem uma fonte de cor-
rente em comum, temos uma supermalha.

Na análise o que fazemos é excluir a fonte de corrente e qualquer elemento associado em série com
a mesma. Em seguida aplicamos a LKT na supermalha resultante.

Nesse caso específico ainda iremos determinar um nó específico onde as duas malhas se intercep-
tam. Em seguida aplicamos a LKC. Ao observar o exemplo ficará mais fácil de entender estes pas-
sos. Acompanhe:

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Figura 15 – Análise por Malhas Exemplo 3

Aplicamos a primeira orientação: excluir a fonte de corrente e qualquer elemento associado em


série. Teremos o seguinte circuito.

Figura 16 – Definição das Malhas do Circuito

Supermalha:

Figura 17 – Equações Supermalha

Malha 3:

Figura 18 – Equações Malha 3 Ex 3

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Nó P:

Agora vamos para a segunda orientação: iremos determinar um nó específico onde as duas ma-
lhas se interceptam. Em seguida aplicamos a LKC.

Figura 19 – Definição do Nó

Figura 20 – Equações Corrente Nó

Resolvendo as equações no Octave:

Figura 21 – Equações Octave

Figura 22 – Resultado do Circuito

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