Atividade de leitura e questões de estudo- Métodos não farmacológicos para
alívio da dor no parto.
1. Como se distribui a dor em relação ao período de e dilatação no
parto.
O componente mais importante da dor é a dilatação do colo uterino, somado
a outros fatores como: contração e distensão das fibras uterinas, distensão do canal de parto, tração de anexos e peritônio, pressão na uretra, bexiga e outras estruturas pélvicas, e pressão sobre as raízes do plexo lombo-sacro.
Origina-se no útero e no colo do útero e é produzida pela distensão dos
receptores de dor desses locais (T10 até L1). Além do útero, a dor do trabalho de parto pode ser percebida no abdômen, nas costas, quadril, glúteos e coxas.
Conforme o bebê desce pelo canal de parto, no final da dilatação (de 7 a 10
cm), a cabeça do bebê começa a distender o canal de parto. Com isso, a dor muda um pouco, pois o estímulo e os receptores de dor também mudam. Passando a ser transmitida pelo nervo pudendo (formado pelas raízes 2°, 3º e 4º do nervo sacral). Por esse motivo, essa costuma ser a fase mais difícil, a chamada transição entre a dilatação e o período expulsivo. É a fase em que a maioria das mulheres que precisam de analgesia irá solicitar esse recurso.
No período expulsivo (colo totalmente dilatado ou com 10 cm de dilatação),
acontece outro tipo de dor, pela distensão da vagina, do períneo e do assoalho pélvico e alongamento dos ligamentos pélvicos. A distensão dos tecidos do períneo e da vagina desencadeia um reflexo para que a mulher faça força para empurrar o bebê, conforme a mulher faz essa força, puxos, a dor é aliviada.
2. Quais os hormônios envolvidos no alívio da dor no parto?
Redução da liberação de catecolaminas e elevação das endorfinas.
3. Como os modelos: humanizado e holístico colaboram no processo
de alívio da dor no parto?
Através do modelo humanizado pode-se obter um cuidado mais integral,
voltado para as necessidades da parturiente e sua família através da provisão de rotinas com procedimentos comprovadamente benéficos, evitando intervenções desnecessárias. Já o modelo holístico indica a influência do corpo, da mente, das emoções, do espírito e do ambiente no processo de saúde do paciente. A dor pode ser fisiológica, como também, uma experiência de caráter subjetivo e complexo, que envolve componentes psicológicos, influências de fatores culturais, étnicos, sociais e ambientais. Desta forma, o parto humanizado vai além de técnicas e exige de toda a equipe uma preparação para desempenhar uma assistência de forma holística e com postura ética, pois, além do alívio de dor, a mulher possui diversas outras necessidades como privacidade, suporte psicológico e autonomia.
4. Quais os métodos mais utilizados para alívio da dor no parto?
Existem dois métodos para o controle da dor durante o trabalho de parto e o
parto: não farmacológicos e farmacológicos (farmacológicos sistêmicos e farmacológicos regionais).
Não farmacológico: Postura acolhedora da equipe de saúde; Ambiente do
parto: lugar com privacidade, sossegado, com aquecimento e penumbra; Garantia do acompanhante, estimular que o acompanhante de escolha da mulher possa tocá-la, fazer carinho, participar do processo; Técnicas psicoprofiláticas; Acupuntura; Estimulação transcutânea elétrica (ETE); Reflexologia; Hidroterapia (banho, parto na água e banheira para imersão); Massagem lombossacral; Técnicas de relaxamento, relaxamento muscular; Deambulação; Cinesioterapia; Exercícios respiratórios; Uso da bola suíça; Mudança de posição; Rebozo; Acupuntura/acupressão; hipnoterapia; Musicoterapia, audioanalgesia e focalização da atenção; Aromaterapia, uso de lavanda; Movimentos pélvicos (cavalinho); Termoterapia;
Farmacológicos:
Métodos Farmacológicos Sistêmicos: opióides e analgesia inalatório
(óxido nitroso). Métodos Farmacológicos Regionais: bloqueio dos nervos pudendos, peridural lombar ou sacral, raquianestesia e bloqueio combinado raqui- peridural.
5. Como seria uma atenção humanizada no alívio da dor no parto.
A assistência prestada durante o processo do trabalho de parto deve
colaborar para que a mulher tenha um bom enfrentamento, tornando o momento menos doloroso. Diante disso, torna-se essencial a busca de alternativas saudáveis e seguras para o manejo da dor, de modo a atenuar o sofrimento da mulher, como: oferecer orientações necessárias durante todo o processo de gestação; encorajar a mulher a ter uma postura ativa, com maior autonomia; reconhecer que cada mulher tem um limiar de dor; uma atenção presente da equipe de saúde; promover a privacidade; garantir a presença de alguém que lhe traga segurança (acompanhante); prevenir o uso excessivo de métodos invasivos para acelerar o trabalho de parto; garantir o direito de escolha de como deve ocorrer o parto e suas posições; ofertar métodos para alivio de dor; entre outras. Visto que, a dor no momento do parto pode trazer grandes traumas à mulher e constituir uma espécie de violência consentida que só aumente a percepção dolorosa e faz a mulher rejeitar uma nova experiência de parto normal.
6. O que são as Boas Práticas na Assistência ao parto?
São ações que visam o alcance das metas do milênio, destacando-se a
melhoria da saúde por meio da redução da mortalidade materno-infantil. Desse modo, possibilitou um novo modo de intervir na atenção ao parto e ao nascimento com base em novos referenciais teóricos e práticos, repensando o modelo de intervenção hegemônico centrado na fragmentação e na verticalização das ações profissionais (modelo tecnocrático). As práticas de atenção aos partos normais, então estabelecidas, foram classificadas em categorias relacionadas à utilidade, à eficácia e ao risco: ao estimular a utilização das comprovadamente úteis em favor das prejudiciais e/ou ineficazes, que devem ser evitadas; ao recomendar cautela em relação às baseadas em poucas evidências; e ao desencorajar as inapropriadamente utilizadas. A incorporação das boas práticas de atenção ao parto e ao nascimento e a redução das intervenções desnecessárias constituídas em recomendações da OMS, foram reforçadas pelo Ministério da Saúde por meio da política indutora, denominada Rede Cegonha.
Contudo, além de possibilitarem o repensar do modelo obstétrico e
contribuírem para organizar a rede de atenção à saúde materna infantil no sentido de garantir acesso, acolhimento e resolutividade, as boas práticas de atenção ao parto e ao nascimento estimulam o protagonismo da mulher em suas múltiplas dimensões. No qual, somado as iniciativas governamentais, é preciso que os profissionais de saúde se corresponsabilizem e assumam estas boas práticas como possibilidade de transformação do modelo obstétrico, e para tanto, necessitam apropriar-se de referenciais que sustentem as práticas singulares e multidimensionais no campo obstétrico, bem como promover a rede de cuidados a fim de assegurar à mulher o direito à atenção humanizada na gravidez, no parto e no puerpério, e à criança o direito ao nascimento seguro e o desenvolvimento saudável.