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FACULDADE CATÓLICA SANTA TERESINHA


BACHARELADO EM CIÊNCIAS CONTÁBEIS

VALDINEIDE DANTAS BARROS

UMA ANÁLISE DO CONHECIMENTO DOS FUNCIONÁRIOS DAS EMPRESAS


PRIVADAS DA CIDADE DE CAICÓ SOBRE DIREITOS TRABALHISTAS.

CAICÓ-RN
2018
1

VALDINEIDE DANTAS BARROS

UMA ANÁLISE DO CONHECIMENTO DOS FUNCIONÁRIOS DAS EMPRESAS


PRIVADAS DA CIDADE DE CAICÓ SOBRE DIREITOS TRABALHISTAS.

Monografia apresentada ao Curso


Bacharelado em Ciências Contábeis da
Faculdade Católica Santa Teresinha, como
requisito parcial para obtenção do título de
Bacharel em Ciências Contábeis.

Orientadora: Profª. Esp. Geísa Pereira de


Araújo Dantas.

CAICÓ-RN
2018
2

CATALOGAÇÃO NA FONTE
Faculdade Católica Santa Teresinha

B277u Barros, Valdineide Dantas.

Uma análise do conhecimento dos funcionários das empresas


privadas da cidade de Caicó sobre direitos trabalhistas / Valdineide
Dantas Barros. – Caicó, RN, 2018.
60 f.

Orientador (a): Profª. Esp. Geísa Pereira de Araújo Dantas.

Monografia (Bacharelado em Ciências Contábeis) – Faculdade


Católica Santa Teresinha. Curso de Graduação em Ciências
Contábeis.

1. Empregado - Monografia. 2. Leis - Monografia. 3. Direito do


Trabalho - Monografia. 4. CLT - Monografias I. Barros, Valdineide
Dantas. II. Faculdade Católica Santa Teresinha. III. Título.

RN/BU/FCST CDU 34:331.1

Catalogado por Juliana Kalina Siqueira de Souza CRB 15-836/O


3

VALDINEIDE DANTAS BARROS

UMA ANÁLISE DO CONHECIMENTO DOS FUNCIONÁRIOS DAS EMPRESAS


PRIVADAS DA CIDADE DE CAICÒ SOBRE DIREITOS TRABALHISTAS.

Monografia apresentada ao Curso de


Bacharelado em Ciências Contábeis da
Faculdade Católica Santa Teresinha, como
requisito para obtenção do titulo de Bacharel
em Ciências Contábeis.

Orientador: Profª. Esp. Geísa Pereira de


Araújo Dantas.

RELATÓRIO APROVADO EM ____/____/ 2018

BANCA EXAMINADORA

____________________________________________
Profª. Esp. Geísa Pereira de Araújo Dantas
Faculdade Católica Santa Teresinha
(Orientador)

____________________________________________
Profª. Esp. Suzane de Queiroz Vale Freitas
Faculdade Católica Santa Teresinha
(Examinador)

____________________________________________
Profº. Esp. Emilson Souza de Carvalho
Faculdade Católica Santa Teresinha
(Presidente da Banca)
4

DEDICATÓRIA

Aos meus pais Cícero e Ana, ao meu esposo Francilmar, à minha filha
Thamyllys, aos meus irmãos Veranúbia, Verinaldo, Vanderson, Valdeir e Vanessa,
às minhas sobrinhas Isabely e Isadora e a todos os que torceram por mim, dedico
este trabalho.
5

AGRADECIMENTOS

Em primeiro lugar quero agradecer ao nosso criador, nosso DEUS, por me


mostrado o caminho para superar as dificuldades e ter me dado força e sabedoria
para chegar até aqui. Aos meus queridos pais Cícero e Ana pela vida e por todos os
esforços que fizeram para nos dar uma vida digna, com direito aos estudos, os quais
sempre sonharam com isso, ao meu esposo Francilmar por sempre pegar no meu
pé, por nunca me deixar desistir e sempre me impulsionar a concluir essa tão
importante etapa na minha vida; à minha amada filha Thamyllys que estava sempre
tentando me ajudar de alguma maneira; aos meus irmãos, que sempre me
apoiaram, em especial à minha irmã Vera, que esteve presente nas horas em que
precisei; às minhas sobrinhas Isabeli e Isadora por existirem em minha vida; às
minhas cunhadas pelas palavras amigas e finalmente, ao meu tio Chico, por me
ajudar a realizar esse sonho.
Aos meus queridos professores que durante esses quatro anos com toda a
humildade passaram as informações necessárias para minha formação, em especial
à minha orientadora Geísa Pereira por toda paciência, informações e conhecimentos
para que esse trabalho fosse concluído.
Aos que fazem a empresa Magazine São Francisco, da qual faço parte, em
especial a Carlos Henrique e a Marcos por sempre me ajudarem quando precisei.
A todos os que fazem parte da famosa sala 14 em especial Mariana Mariles
que com seu incentivo e sua insistência me fez entrar no mundo acadêmico. À
Muriele Fernades pelo seu coleguismo, em fim, a todos que de forma direta e
indireta contribuíram com a minha formação. Os meus sinceros agradecimentos.
6

“Aos que acreditam, contribuindo para sua realização,


Nas ideias de Justiça e Direito, inclusive em sua particularização
Socialmente indispensável, o Direito do Trabalho’’.

Mauricio Godinho Delgado.


7

RESUMO

Sabe-se que o direito trabalhista é o setor jurídico que estuda as relações de


trabalho. Esse direito é composto de conjuntos, de normas, princípios e outras
fontes jurídicas que regem as relações de trabalho, regulamentando a condição
jurídica dos trabalhadores. O presente estudo tem como objetivo geral analisar o
conhecimento dos funcionários das empresas privadas da cidade de Caicó-RN
sobre direitos trabalhistas, considerando que essas informações são falhas e que
podem levar o funcionário a ter prejuízos sem ter acesso a essas informações. A
referida pesquisa serve como base para funcionários de empresas privadas que
buscam informações para que não tenham os seus direitos usurpados, como
também serve de fonte de pesquisa para estudantes e pesquisadores que buscam
conhecimentos sobre esse tema, para a pesquisadora este trabalho tem relevância
no sentido de sintetizar os conteúdos adquiridos na sala de aula. No referencial
teórico foram usados autores como Martins(2006), Chiavenato(2004), e a
CLT(Consolidações das Leis Trabalhistas) trazendo uma revisão de literatura sobre
direitos trabalhistas e leis que regem a CLT. O método utilizado foi a pesquisa
bibliográfica e descritiva com abordagem quantitativa, visando analisar o
conhecimento de funcionários sobre direitos trabalhistas. A coleta dos dados foi feita
através de um questionário, onde foram respondidas 11 perguntas fechadas, com 20
funcionários de 10 empresas privadas da cidade de Caicó-RN. Após a coleta dos
dados foram elaborados gráficos onde foi feito a análise do conteúdo das respostas.
Através dos resultados, foi possível avaliar o grau de conhecimento dos
questionados sobre direitos trabalhistas, já que é muito importante que essas
informações sejam passadas de forma clara e objetiva para este público, evitando
assim prejuízos para os empregados.

Palavras-chave: Empregado. Leis. Direito do Trabalho. CLT.


8

ABSTRACT

It is known that labor law is the legal sector that studies labor relations. This right is
made up of sets of rules, principles and other legal sources governing labor relations,
regulating the legal status of workers. The present study has as general objective to
analyze the knowledge of the employees of the privatecompaniesofthecityof Caicó-
RN on labor rights, considering that this information is flawed and that can cause the
employee to have losses without having access to this information.
This research serves as a basis for employees of private companies who seek
information, but also serves as a research source for students and researchers
seeking knowledge on this subject. In the theoretical reference, authors such as
Martins (2006), Chiavenato (2004), and CLT (Consolidations of Labor Laws) were
used. Bringing a literature review on labor rights and laws governing the CLT. The
method used was the bibliographical and descriptive research with quantitative
approach, aiming to analyze the knowledge of employees about labor rights. The
data was collected through a questionnaire, where 11 closed questions were
answered, with 20 employees from 10 private companies in the city of Caicó-RN.
After the data collection, graphs were elaborated, where the analysis of the content
of the responses was done. Through the results, it was possible to evaluate the
degree of knowledge of the respondents about labor rights, since it is very important
that this information be passed in a clear and objective way for this public, thus
avoiding losses for employees.

Keywords:Employee. Laws.Labor Law.CLT.


9

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Quadro 01 Constituição do departamento de pessoal 24


Gráfico 1 Idade dos respondentes 39
Gráfico 2 Sexo 40
Gráfico 3 Em quantas empresas já trabalhou de carteira assinada? 40
Gráfico 4 Há quanto tempo está trabalhando nesta empresa 41
Gráfico 5 Você tem conhecimento sobre a CLT 42
Gráfico 6 Qual o seu nível de conhecimento sobre seus direitos
trabalhistas 43
Gráfico 7 Você tem acesso, de forma clara, às informações sobre os
direitos trabalhistas na empresa onde trabalha 44
Gráfico 8 A empresa proporciona alguma palestra para os funcionários
sobre a CLT 45
Gráfico 9 De que forma você fica sabendo das mudanças que ocorrem
na CLT 46
Gráfico 10 Na sua visão, o seu conhecimento dos direitos trabalhistas te
ajuda quando acontece algo no seu ambiente de trabalho (em
relação a problemas com gerentes, administradores, etc) 47
Gráfico 11 Você sabe qual o prazo que o empregador tem para efetuar o
pagamento de salário ao empregado 48
Gráfico 12 Você sabe quantas horas deve durar sua jornada
de trabalho semanal e diária, assim como devem
ser contabilizadas suas horas extras 49
Gráfico 13 Suas férias são gozadas no período correto, de acordo com o
que diz a lei 50
Gráfico 14 Caso seja demitido ou queira pedir demissão, você saberia
quais os seus direitos, em ambos os casos 51
Gráfico 15 Você tem alguma sugestão para as empresas da cidade de
Caicó/RN a respeito do repasse de informações sobre direitos
trabalhistas dos funcionários 51
10

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

CLT Consolidação das Leis Trabalhistas


CPF Cadastro de Pessoa Física
CTPS Carteira de Trabalho e Previdência Social
DIRF Declaração de Imposto de Renda Retido na Fonte
DIRPF Declaração de Imposto de Renda Pessoa Física
DP Departamento Pessoal
FGTS Fundo de Garantia por Tempo de Serviço
GPS Guia da Previdência Social
INSS Instituto Nacional do Seguro Social
IR Imposto de Renda
PASEP Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público
PIS Programa de Integração Social
RAIS Relação Anual de Informação Social
RN Rio Grande do Norte
TRCT Termo de Rescisão de Contrato de Trabalho
11

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO 13
2 REFERENCIAL TEÓRICO 16
2.1 LEGISLAÇÕES TRABALHISTA – CONTEXTO HISTÓRICO 16
2.2 DIREITO DO TRABALHO 18
2.3 CONTRATOS DE TRABALHO: RELAÇÃO ENTRE EMPREGADO E
EMPREGADOR 20
2.4 ATUALIZAÇÕES DA LEI N° 13.467/2017: REFORMA
TRABALHISTA E AS NOVAS REGRAS NAS RECISÕES 21
2.4.1 Rescisões sem justa causa 22
2.4.2 Rescisões por pedido de demissão 23
2.4.3 Rescisão por justa causa 24
2.5 DEPARTAMENTO PESSOAL 24
2.5.1 Admissão de empregados 26
2.5.2 Folha de pagamento 27
2.5.3 Salário 28
2.5.4 Hora extra 29
2.5.5 Instituto Nacional de Seguro Social (INSS) 29
2.5.6 Contribuição Sindical 30
2.5.7 Férias 30
2.6 ROTINAS DO DEPARTAMENTO DE PESSOAL DA EMPRESA 31
2.7 BENEFÍCIOS DA IMPLANTAÇÃO DAS ROTINAS DE PESSOAL
NO DIA A DIA DA EMPRESA 34
3 METODOLOGIA 36
3.1 TIPO DA PESQUISA 36
3.2 PROCEDIMENTO METODOLÓGICO 36
3.3 TRATAMENTO DE DADOS 37
3.4 LÓCUS DA PESQUISA 37
3.4.1 Sujeitos da pesquisa 37
3.5 QUESTIONÁRIO 38
4 ANÁLISE DE DADOS 39
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS 53
12

REFERÊNCIAS 56
APÊNDICE 59
13

1 INTRODUÇÃO

O Direito do Trabalho é um conjunto formado de princípios e regras que visam


assegurar melhores condições de trabalho, inclusive sociais, ao trabalhador, através
das medidas de proteção a eles destinadas. Dessa forma, faz-se o esclarecimento
acerca dos princípios e suas funções para a melhor compreensão do Direito do
Trabalho em si.
As constantes alterações na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) torna
cada dia mais complexa a relação entre as empresas e seus colaboradores,
tornando fundamental o setor de Departamento Pessoal (DP) dentro de uma
organização. Sendo sua função de grande importância, pois cumpre com as normas
estabelecidas pela CLT e, além disso, é responsável por transmitir, nos tempos de
hoje com o avanço tecnológico, arquivos eletrônicos, com informações para que os
órgãos responsáveis possam esta verificando o cumprimento das leis. Arquivos tais
como Guia de Contribuição Previdenciária (GPS), recolhimento do Fundo de
Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), que são informados através da SEFIP
(Sistema Empresa de Recolhimento do FGTS e Informações à Previdência Social)
que é transmitido mensalmente, a RAIS que transmite informações de pessoas
jurídicas que possuem relações de trabalho durante o período de um ano, a CIPA
que é uma Comissão Interna de Prevenção a Acidentes e o CAGED que é
transmitido mensalmente gerando informações do Cadastro Geral de Admitidos e
Desligados.
Mesmo cumprindo com todas as regras e obedecendo todas as leis
trabalhistas ainda é comum encontrar desentendimento nas relações de trabalho
causadas geralmente pela falta de conhecimento das leis que acabam levando os
funcionários a recorrerem à justiça para requerer seus direitos. Sendo necessário
buscar a orientação do Direito do Trabalho para estar resolvendo tais situações e
ainda esclarecendo para ambas as partes seus direitos e deveres.
Como base no exposto, surgiu o interesse de pesquisar se os funcionários
têm conhecimento quanto aos seus direitos. Daí esta pesquisa norteia-se a partir da
seguinte pergunta: Como está o conhecimento dos funcionários das empresas
privadas da cidade de Caicó – RN sobre direitos trabalhistas?
Na perspectiva de responder à indagação apresentada, a pesquisa tem como
objetivo geral analisar o conhecimentos dos funcionários das empresas privadas da
14

cidade de Caicó-RN, sobre direitos trabalhistas e como objetivos específicos,


descrever legislação trabalhista; explicar o que é direito trabalhista; apresentar os
benefícios do direito do trabalho e averiguar se os direitos do trabalho estão sendo
comprida de forma correta pelas empresas privadas.
Diante das pretensões já citadas, a justificativa desta pesquisa refere-se à sua
importância para a classe contábil, já que o departamento pessoal é um setor de
bastante visibilidade dentro de uma empresa. A presente pesquisa trata de um tema
necessário e de suma importância, pois aborda o cumprimento das leis trabalhistas
e previdenciárias, bem como os prazos estimulados pelo governo para envio de
informações sobre suas rotinas. A falta de conhecimento nessa área pode trazer
grandes danos à organização, por isso é muito importante que existam treinamentos
diários e que as rotinas sejam colocadas em prática nos escritórios e nas empresas
em geral, evitando assim o descumprimento de funções que possam vir a prejudicar
a organização ou até mesmo o colaborador desse setor, já que em alguns casos o
responsável pelo setor é quem responde pelo ato e não o escritório.
O direito do trabalho tem por objetivo regulamentar as relações de trabalho
entre empregadores e empregados, visando a proteção destes, em especial contra a
sua exposição às mais indignas e desumanas condições de trabalho.
A pesquisa tem a sua relevância para a comunidade acadêmica, pois as
informações apresentadas serão importantes para estudos futuros, podendo verificar
se as empresas estão cumprindo com suas obrigações diante de seus funcionários.
Para a pesquisadora, o estudo tem várias contribuições, pois além de enriquecer
seu currículo, elevará seu conhecimento e proporcionará um saber na área de
formação, assim contribuindo com possíveis melhorias, mostrando que o direito do
trabalho é um assunto importante e que tem que ser cumprido de acordo com a lei.
De forma resumida, a pesquisa destaca cinco capítulos a serem
apresentados. O primeiro capítulo apresenta a problemática e os objetivos, além de
fazer uma breve exposição sobre o direito do trabalho, como também elenca as
justificativas para a sua realização. No segundo capítulo fala-se sobre a
fundamentação teórica acerca do contexto histórico da legislação trabalhista, direito
do trabalho, contrato de trabalho e suas relações com empregado e empregador,
atualizações da lei Nº 13.467/2017: Reforma trabalhista e as novas regras nas
rescisões, departamento pessoal, como também, um breve relato sobre as rotinas
do departamento pessoal de uma empresa.
15

No terceiro capítulo tem-se a metodologia, onde serão abordados todos os


aspectos relacionados à pesquisa, o que inclui o tipo de pesquisa, os sujeitos
estudados e os instrumentos utilizados para coleta de dados, a qual se deu com
base num questionário aplicado a alguns profissionais na cidade de Caicó-RN, no
quarto capítulo os dados serão analisados para enfim se produzirem, no quinto
capítulo, as considerações finais.
16

2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 LEGISLAÇÕES TRABALHISTA – CONTEXTO HISTÓRICO

De acordo com o ponto de vista histórico e etimológico a palavra trabalho veio


de algo desagradável como castigo, sofrimento, dor, tortura. A palavra trabalho
originou-se no latim, instrumento de carga ou tortura que pesava sobre os animais.
Assim os nobres, senhores feudais e os vencedores não trabalhavam, pois os
mesmos consideravam o trabalho um tipo de castigo.
O direito do trabalho surgiu a partir do momento em que os seres humanos
sentiram a necessidade de realizar suas atividades para sua sobrevivência, criando
ferramentas utilizando-as ao seu favor. Não existia o intuito de possibilitar o acúmulo
de patrimônio, o cenário social era apoiado para manter a coletividade. Assim, a
partir da chegada dos colonizadores esse cenário começou a ser alterado e a
procura por riqueza, criada pelo capitalismo que já existia na Europa, fez com que o
trabalho apenas por razões de subsistência desse espaço à escravidão.

Segundo Martins (2006, p. 3) “É impossível compreender o direito do trabalho


sem conhecer seu passado”. A partir desse pensamento, cabe ressaltar que a
primeira forma de trabalho na história da humanidade foi o trabalho escravo. Vale
salientar que os escravos desempenhavam atividades insalubres e sem assistência
alguma, exatamente por não existir nenhuma base legal trabalhista vigente na
época.
No Brasil até o século XIX, quando aconteceu o decreto das leis
abolicionistas: Lei Eusébio de Queiroz em 1850, que tornou proibido o tráfico dos
escravos no Brasil, Lei do Ventre Livre em 1871, impôs que após 28-09-1871, os
filhos dos escravos nasceriam livres, porém continuavam trabalhando na
propriedade até 21 anos de idade, Lei dos Sexagenários em 1885, decretada pelo
governo, dava alforria as escravos com mais de 60 anos de idade, porém não deixou
de beneficiar os proprietários, pois a estimativa de vida dos escravos era de 40 anos
de idade, devido à vida sofrida que os mesmo levavam. Já a lei Áurea decretada em
1888, pela Princesa Isabel, aboliu definitivamente a escravidão no Brasil, mas não
trouxe melhorias consideráveis em suas vidas, pois continuavam diversas
dificuldades para conseguir trabalho.
17

Martins (2006) fala que na Grécia Antiga, todo trabalho físico, braçal, era feito
pelos escravos, o trabalho que não era o de mão de obra era denominado como
atividades mais nobres, sendo executadas pelos políticos.
O direito do trabalho é o direito composto por princípios e regras,
sistematicamente ordenados, responsável por regular a relação entre empregador e
empregado. Portanto, o direito do trabalho responde pela parte burocrática, pelo
cumprimento das regras, princípios e os direitos que regem a CLT.
Com a Revolução Industrial veio também a necessidade de criação dos
direitos dos trabalhadores e o contrato de trabalho. Para Vicente e Alexandrino
(2012) as condições de trabalho no início da Revolução Industrial eram desumanas
e ocorria a exploração do trabalho com carga horária de 16 horas. O direito do
Trabalho foi criado para regularizar a relação de emprego entre empregados e
empregadores, atribuindo a eles obrigações e direitos ao trabalhador, e o contrato
de trabalho é a relação firmada entre empregador e empregado, criado pela CLT
que é a Consolidação das Leis Trabalhistas.
Essa evolução histórica trabalhista chega ao Brasil primeiramente com a
abolição dos escravos em 13 de maio de 1888, assinada pela Princesa Isabel, por
meio da Lei Áurea (Lei nº 3.353). Para Martins (2006, p. 9) “as transformações
vindas da Europa, foi o que serviu de incentivo para que houvesse a criação das
normas trabalhistas aqui no Brasil”. Como nessa época existiam imigrantes no país,
eles originaram movimentos em busca de melhorias nas condições de trabalho, e
nos salários.
A primeira Constituição Brasileira que fala sobre Direito do Trabalho foi criada
em 1934, para proteger especificamente o direito dos trabalhadores, começou então
a ser instituída a liberdade sindical, uma vez que havia sido criado o salário mínimo,
a jornada de trabalho com oito horas diárias, a proteção dos direitos do trabalho e
ainda a necessidade das férias anuais com direito a remuneração e o repouso
semanal.
Em 1943 o Presidente da República Getúlio Vargas, através Decreto de Lei nº
5.452 de 1º de maio desse ano, aprovou a Consolidação das Leis do Trabalho
(CLT), tornando uma só a legislação trabalhista brasileira. De acordo com Martins
(2004, p 11), Art. 1º e 2° a seguir:
18

Art. 1º Fica aprovada a consolidação das leis do trabalho, que a este


decreto-lei acompanha, com as alterações por ela introduzidas na
legislação vigente. Parágrafo único. Continuam em vigor das
disposições legais transitórias ou de emergência, bem como as que
não tenham aplicação em todo o território nacional. Art.2º o presente
decreto-lei entrará em vigor em 10 de novembro 1943. Rio de
Janeiro, 01 de maio de 1943, 122º da independência e 55º da
República.

A Consolidação das Leis do Trabalho CLT trouxe grandes benefícios ao


Brasil. Getúlio Vargas foi o grande precursor para que as leis sociais e trabalhistas
fossem criadas e vigoradas. Na era Vargas, como era chamado o seu mandato,
houve um avanço no direito trabalhista por meio de lutas em favor das classes mais
baixas, ficando este presidente conhecido como o “O Pai dos pobres”.
Os direitos que a CLT traz em ralação ao empregado, assegurando a este o
direito de ter carteira assinada, ter um salário, férias anuais referentes ao tempo de
1/12 avos para cada mês trabalhado, gozando 30 dias de forma remunerada e
recebendo 1/3 do valor, direito ao 13º salário, a licença maternidade e demais
direitos que estão inclusos no artigo 7º da Constituição da República Federativa do
Brasil.
Dessa forma, a Legislação Trabalhista Brasileira contempla a CLT,
organizada em textos por meio de artigos, a Constituição da República Federativa
do Brasil de 1988, através de suas disposições acerca do Trabalho (Art. 7º), diz que
são direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem a
melhoria de sua condição social), as Súmulas, os Códigos, as Leis e Decretos
especiais, além de Instruções Normativas e Normas Regulamentadoras, tudo isso
contempla e ampara as condições que envolvem questões de trabalho.

2.2 DIREITO DO TRABALHO

Direito do trabalho são os princípios, as regras e instituições particulares à


relação de trabalho subordinado e situação análoga, visa assegurar a melhoria das
condições de trabalho e as sociais ao trabalhador, de acordo com as medidas de
proteção que são destinadas aos mesmos. No direito também existem instituições e
entidades que criam e aplicam este ramo do direito.
Segundo o entendimento de Martins (2004), é um conjunto formado de
princípios e regras que visam assegurar melhores condições de trabalho, inclusive
19

sociais, ao trabalhador, através das medidas de proteção a eles destinadas. Dessa


forma, mister se faz o esclarecimento acerca dos princípios e suas funções para a
melhor compreensão do Direito do Trabalho em si.
O Direito do Trabalho é o ramo jurídico especializado, que regula certo tipo de
relação laborativa na sociedade contemporânea. Seu estudo deve iniciar-se pela
apresentação de suas características essenciais, permitindo ao analista uma
imediata visualização de seus contornos próprios mais destacados.
Maior (2002) em sua fala diz que o direito é um conjunto de normas e
princípios voltado à regulação da vida social. Para falar de um direito autônomo, um
ramo do direito distinto do direito comum, é preciso que se tenha um razoável
número de normas voltadas para um fato social específico e que se identifiquem
nestas leis princípios próprios que lhe deem uma noção de conjunto, fornecendo-lhe
uma lógica particular e uma finalidade distinta.
O Direito Processual do Trabalho como sendo um ramo do Direito Processual,
deve observar os princípios constitucionais do processo, tais como: imparcialidade
do juiz; igualdade, contraditório e ampla defesa; motivação das decisões;
publicidade; proibição das provas ilícitas; devido processo legal; acesso à justiça e a
uma ordem jurídica justa, e inafastabilidade da jurisdição.
O Direito Processual do Trabalho é, por definição objetiva, um direito
instrumental; sua finalidade ‘é de atuar, na prática, tornando efetivo e real o Direito
Substantivo do Trabalho’. Para esse fim, o processo deve guardar adequação com a
natureza dos direitos que nele se controvertem; e se as controvérsias e conflitos
trabalhistas são intrinsecamente distintos das controvérsias comuns, é indispensável
à existência de um direito processual que, atento a essa finalidade, seja adequado à
natureza e caracteres daqueles.
O Processo do Trabalho segue muitos dos princípios do Direito Processual
Civil, como por exemplos, os princípios da inércia, da instrumentalidade das formas,
oralidade, impulso oficial, eventualidade, preclusão, conciliação e economia
processual.
No Direito Processual do Trabalho Brasileiro, Martins (2004, p. 66) afirma que

O verdadeiro princípio do processo do trabalho é o protecionista.


Assim como no Direito do Trabalho, as regras são interpretadas mais
favoravelmente ao empregado, em caso de dúvida, no processo do
20

trabalho também vale o princípio protecionista, porém analisado sob


o aspecto do direito instrumental.

O princípio do devido processo legal substantivo todas as normas jurídicas e


atos do Poder Público poderão ser declarados inconstitucionais por serem injustos,
arrazoáveis ou desproporcionais, afigurando-se como limite à discricionariedade do
legislador, administrador e do julgador.

2.3 CONTRATOS DE TRABALHO: RELAÇÃO ENTRE EMPREGADO E


EMPREGADOR

O art. 443 da CLT (Consolidação das Leis Trabalhistas) estabelece que, o


contrato de trabalho seja realizado de forma expressa e tácita, verbalmente ou
escrito e por prazo determinado ou indeterminado. “O contrato individual de trabalho
poderá ser acordado tácita ou expressamente, verbalmente ou por escrito e por
prazo determinado ou indeterminado”.
Existem diversos tipos de rescisão de contrato de trabalho que está inserido
na CLT (Consolidação das Leis Trabalhistas) e na Legislação trabalhista. A CLT é a
qual se pode ter base sobre os direitos que o empregado e o empregador têm
quando se refere ao contrato de trabalho rescindo por ambas as partes. Discorre
Martins (2006) o contrato trabalho é definido com o objetivo de formalizar o vínculo
no qual existe entre o empregador e o empregado a fim de que ambos estejam
cientes de suas obrigações e deveres a serem cumpridos.
Ainda discorrendo sobre contrato de trabalho vale ressaltar que existem
diversas formas de contrato individual de trabalho, no qual ocorre a relação de
emprego. “Relação de emprego é quando se presta serviço de natureza não
eventual, sob subordinação mediante remuneração”. OLIVEIRA (2009, p.9).
Toda relação de trabalho precisa ser remunerada, pagamento feito
mensalmente, ou quinzenal escrita no ato do contrato de admissão conforme está
discriminado da CLT.
O contrato de trabalho pode ser por tempo indeterminado sem data prevista
para acabar e por tempo determinado, onde as partes já sabem quando o mesmo
terá fim. Existe o tipo de contrato de experiência que dura no máximo 90 dias no
qual o empregado é admitido por 30 dias sendo prorrogado por mais 60 dias, ou 45
21

dias sendo prorrogado por mais 45 dias (ZAINAGHI,2015). Esse prazo é


estabelecido na CLT quando o empregado é admitido para fazer o período de
experiência na empresa, nesse tempo a entidade decide se vai contratar o
colaborador por tempo indeterminado ou se o mesmo será extinto ao final do
período estabelecido.
De acordo com Martins(2006) tratando-se de menor de 18 anos, a rescisão de
contrato só terá validade mediante a assistência do pai, ou da mãe, ou responsável
legal. A verba rescisória atribui mesmo direito ao menor de 18 anos quando este for
dispensado do seu contrato de trabalho, existindo essa diferença citada pelo autor
que, o pagamento e a homologação só serão realizados mediante um responsável
legal. Cabem a este tipo de empregado todos os tipos de rescisões, tanto por
contrato de experiência como por contrato por prazo indeterminado.

2.4 ATUALIZAÇÕES DA LEI Nº13.467/2017: REFORMA TRABALHISTA E AS


NOVAS REGRAS NAS RESCISÕES

A CLT (Consolidação das Leis Trabalhista) tem 74 anos de existência, e


nesse decorrer do tempo veio se adaptando aos avanços da sociedade. Após esse
tempo de criação, em julho de 2017 sofreu uma grande mudança em mais de cem
artigos. A Consolidação das Leis Trabalhistas abrange diversas realidades nas quais
os empregados e empregadores estão assegurados por lei, como jornada de
trabalho, tempo de duração do contrato de trabalho, verbas rescisórias entre outras.
Para Vicente e Alexandrino (2012) a CLT (Consolidação das Leis
Trabalhistas) foi criada em maio de 1943 junto com um conjunto de regras que regia
todo direito do trabalho. Neste período de tempo, houve diversas adaptações para
reunir e reorganizar todas as leis trabalhistas em uma só.
Mas em 2017 houve uma atualização na CLT pela Lei nº13.467/2017
sancionada pelo atual presidente da República Michel Temer em 13 de julho de
2017, a qual trouxe várias mudanças na CLT, alterando, por exemplo, a jornada de
trabalho, e outros aspectos da relação de trabalho, como as férias que podem ser
fracionadas perante acordo entre empregado e empregador.
Houve a criação de uma nova modalidade de rescisão que irá ocorrer por
acordo, na qual o empregado terá direito de pedir demissão sem perder o direito do
22

saque ao FGTS e a multa rescisória, que antes não era possível. A lei nº
13.467/2017 entrou em vigor em 11 de novembro de 2018.
A reforma trabalhista ainda é um assunto muito novo para se falar, pois tanto
os trabalhadores, as autoridades, os legisladores e o próprio Ministério Público do
Trabalho consideram que algumas regras vão contra a constituição, ou seja, veda os
direitos do trabalhador.
Diante das principais mudanças que já foram aprovadas, não será mais
preciso homologar a rescisão nas entidades sindicais ou em algum órgão
responsável, o que acaba com o imposto sindical obrigatório. Que antes acontecia
anualmente equivalente para o trabalhador a um dia de salário. (Vicente e
Alexandrino, 2012). O sindicato será somente responsável por acordar os direitos
coletivos junto à empresa. O desconto não será mais realizado e o trabalhador só
contribuirá com o sindicado se for do seu interesse receber outros benefícios.

2.4.1 Rescisões sem justa causa

A rescisão sem justa causa é a mais utilizada dentre as modalidades


existentes na CLT (Consolidação das Leis Trabalhistas) e tem como definição que
em seu aviso prévio, acrescenta três dias a cada ano em que o empregado estiver
de contrato assinado. Para Zainaghi (2015) o empregado é demitido pelo
empregador e pode cumprir o aviso prévio de trinta dias, se tiver mais tempo de
trabalho, lhe será atribuído a cada ano mais três dias no aviso. ou seja, o funcionário
terá chegado no máximo a 30 dias a cada ano no seu aviso prévio trabalhado um
acréscimo de três dias a mais.
Com a reforma trabalhista a empresa terá um prazo máximo de dez dias
contando com o último dia trabalhado para efetuar o pagamento do empregado, do
TRCT.
Para Vicente e Alexandrino (2012, p. 259) na modalidade de rescisão sem
justa causa, a composição dos cálculos trabalhistas no qual o empregado fará jus
será:
Saldo de salário dos dias trabalhados no cumprimento do aviso
prévio, á indenização de 40% do FGTS paga pelo empregador, terá
direito a sacar o FGTS, no qual pago mensalmente pelo empregador,
ao 13º salário proporcional ao tempo de serviço daquele exercício, ás
férias vencidas se houver, e as férias proporcional ao período
aquisitivo, a um terço do valor das férias tanto vencida como
23

proporcional, ao seguro desempregado se estiver no tempo


estabelecido pela legislação.

Todos esses informativos citados acima compõem a verba rescisória desse


tipo de modalidade de rescisão sem justa causa, no qual o empregado é demitido
sem motivos pelo empregador e terá jus desses direitos, caso isso não ocorra
conforme citado acima, esse colaborador poderá recorrer aos seus direitos no órgão
responsável fiscalizador que é o Ministério do Trabalho.

2.4.2 Rescisão por pedido de demissão

Outra modalidade de dispensa do contrato de trabalho é por pedido, no qual o


empregado pede para sair da entidade por estar insatisfeito ou por estar entrando
em novo emprego, nesta situação, o empregado terá que avisar trinta dias antes da
sua saída, podendo ou não cumprir somente os trinta dias de aviso conforme
descrito no Art. 477 da CLT.
Podendo nessa situação cumprir trinta dias de aviso prévio conforme estão no
Art.477 da CLT, mesmo que este tenha mais de um de tempo trabalhado na
empresa, é dispensado dos três dias aumentado a cada um ano de serviço na
entidade. Suas verbas rescisórias são da mesma forma da rescisão sem justa
causa. (GRAVATÁ,ANTUNES, AIDAR. 2014).
Nesta modalidade, o empregado deverá avisar antes que irá se desligar da
empresa no prazo de trinta dias, ou pagará uma multa referente à sua última
remuneração dos dias trabalhados na entidade como descrito na CLT, vale ressaltar
que no pedido de demissão o empregado não faz jus ao saque do FGTS nem ao
recebimento do seguro desemprego.
Com a mudança ocorrida na CLT pela lei nº 13.476/2017 as rescisões
atribuídas ao pedido de demissão não precisarão mais ser homologadas. O prazo do
pagamento para essa modalidade, também será de dez dias conforme a Reforma
Trabalhista aprovada em 11 de novembro de 2017.
De acordo com Oliveira(2009), as verbas trabalhistas serão somente saldo de
salário, férias proporcionais, terço proporcional e 13º proporcionais, o funcionário
não terá direito a sacar e nem a multa rescisória dos 50% do FGTS (Fundo de
24

Garantia do Tempo de Serviço). Para o funcionário que pedir para sair do emprego,
esses são seus direitos diante da sua verba rescisória, e o mesmo não terá o direito
de receber a guia do seguro desemprego.

2.4.3Rescisão por justa causa

A rescisão por justa causa não acontece com tanta frequência como as outras
modalidades de rescisões, nesta é necessário que exista um motivo, uma
justificativa. Para que aconteça a rescisão por justa causa é necessário que antes
tenham ocorrido no máximo três advertências por escrito e tanto o empregado como
empregador assinam o documento (GRAVATÁ, ANTUNES, AIDAR,2014).
As advertências são por escrito e ambos assinam, tanto empregado como
empregador, para que haja comprovação da advertência, havendo então
comprovação de uma justificativa do empregador para fazer a demissão por justa
causa de forma legal conforme está na CLT Art. 482.
Esse tipo de dispensa não é habitual, por isso muitas delas ocorrem de forma
um tanto sigilosa, pois às vezes as partes envolvidas não desejam tornar público o
acontecido.

2.5 DEPARTAMENTO PESSOAL

O Departamento de pessoal é o setor de Gestão de Pessoas que fica


responsável pela parte burocrática e pelo controle da relação de empresa e
colaborador da entidade, gerenciando relatórios e informações contábeis à
organização. Silva (2015) explica que o departamento pessoal também é
responsável por todos os contratos de trabalho de empregados, como pagamentos
de férias, salários, horas extras, licença e outros, como também ajuda aos gestores
nas tomadas de decisões.
Com isso, está ligado diretamente ao setor de recursos humanos e é
responsável também pelo cumprimento da legislação trabalhista e previdenciária em
vigor no país.
Para Chiavenato (2004, p.8)
25

Um Departamento de pessoal bem alicerçado, funcionando com


informação e eficácia, evita problemas com processos trabalhistas e
posterior fiscalização do Ministério do Trabalho, por isso, o peso de
uma excelente elaboração dos relatórios, sem erros e a eficácia da
empresa.

Portanto, ter um departamento pessoal organizado, dentre tantos outros


benefícios já destacados anteriormente, também ajuda e evita que a entidade seja
surpreendida por erros ou alguma coisa que foi feita, por falta de informações
corretas da legislação vigente.
Para entender melhor esse setor, Toledo (2016) explica que o departamento
de pessoal é dividido por três setores:
O setor de admissão dos empregados: Cuida de todos os processos de
integração do funcionário na empresa, dentro dos critérios administrativos e
jurídicos, se inicia pela busca do funcionário no mercado de trabalho, fazer sua
adequação no cargo e em seguida elabora o seu registro de acordo com as leis
trabalhistas em vigor.
O setor de Compensação ou Permanência de Pessoal: tem atribuição de
cuidar dos controles de frequência, como benefícios, pagamentos de salários,
impostos, contribuição, entre outros. A partir da integração dos funcionários na
organização, inicia-se o controle de frequência ao trabalho, tendo a elaboração da
folha de pagamento, controle de benefícios e finalizar em cálculos de tributos.
O setor de desligamento de pessoal: cuida do processo de desligamento
do funcionário da empresa e a quitação das verbas trabalhistas. É responsável pela
representação da empresa junto aos órgãos oficiais como justiça do trabalho,
sindicatos, entre outros, tem o dever também de fiscalizar toda a rotina até a sua
devida quitação.
26

Quadro 01: Constituição do departamento de pessoal.


DEPARTAMENTO PESSOAL

SETOR DE ADMISSÃO SETOR DE SETOR DE


COMPENSAÇÃO DESLIGAMENTO

Atribuições: Atribuições: Atribuições:

Recrutamento e Seleção Jornada de Trabalho Rescisão do contrato de


Integração Folha de Pagamento Trabalho
Registro Benefícios Justiça do Trabalho
Tributação Fiscalização
Fonte: Toledo (2016, p. 4)

Assim, mostra que esse departamento é responsável por funções de grande


responsabilidade tanto para a empresa como para o funcionário manter-se sempre
atualizado, podendo evitar possíveis erros que possam prejudicar ambas as partes.
Os escritórios contábeis em um modelo mais moderno privilegiam as
informações, não se limitam com o controle da documentação dos funcionários e
emissão de guias de recolhimento.
Tendo em vista que o departamento pessoal é responsável pela parte
burocrática das empresas, serão apresentadas nos próximos sub tópicos algumas
das funções que o setor é responsável, na qual verificar as seguintes obrigações
trabalhistas das empresas.

2.5.1 Admissão de empregados

É o início da contratação do funcionário na entidade. O cadastro é composto


de informações pessoais obtidas através de documentos solicitados ao mesmo
como: Carteira de Trabalho e Previdência Social; Cédula de Identidade; Titulo de
eleitor; Certificado de reservista; Cadastro de Pessoa Física (CPF); Exame médico;
Fotografias; Certidão de casamento; Certidão de filhos menores de 14 anos ou
inválidos de qualquer idade; Caderneta de vacinação e comprovação escolar dos
filhos.
27

É nesse momento que a Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS) do


colaborador é registrada com as informações do contrato firmado com a empresa, e
a mesma tem o prazo de 48 horas para devolver ao colaborador conforme previsto
na consolidação das leis do trabalho - CLT.
Segundo Oliveira (2012, p. 3)

A empresa regida pela CLT, ao admitir um empregado, deverá


registrá-lo no livro, na ficha ou no sistema eletrônico. O livro ou a
ficha serão autenticados pelo fiscal do trabalho, quando da
fiscalização no estabelecimento empregador, não sendo necessária
a autenticação para as empresas que optarem pelo sistema
informativo de registro de empregados, conforme Portaria n° 41, de
28-3-2007(DOU de 30-3-2007). O prazo para registro na Carteira de
trabalho e Previdência Social do empregado é de 48 horas, conforme
artigo 29 da CLT. O empregado entregará a documentação,
mediante recibo: a empresa, ao devolvê-la, passa novo recibo que
comprove a devolução.

O não cumprimento do procedimento ficará caracterizado a exigência de


colaboradores sem carteira assinada, ou seja, colaboradores avulsos, acarretando
multa para organização, conforme fala Gonçalves (2012, p. 49):

A empresa que mantiver empregados não registrados a seu serviço


estará sujeita à autuação e ao pagamento de multa, aplicada pelo
fiscal do Ministério do Trabalho e Emprego, em valor equivalente a 3
78,2847 Ufir, por empregado em situação irregular, dobrado na
reincidência.

As multas referentes à legislação trabalhista são altas e por isso as empresas


vêm se preocupando cada vez mais em atender as exigências da CLT.

2.5.2 Folha de pagamento

A folha de pagamento é um documento obrigatório para efeitos de


fiscalização trabalhista e previdenciária conforme previsto no art. 225 do Decreto
3048/99: “A empresa é também obrigada a: l - preparar folha de pagamento da
remuneração paga, devida ou creditada a todos os segurados a seu serviço,
devendo manter, em cada estabelecimento, uma via da respectiva folha e recibos de
pagamentos”.
28

Não existe modelo padrão, as empresas podem elaborar conforme suas


necessidades, porém devem ser observadas as informações básicas que a
legislação pede, conforme previsto no § 9º do Art. 225 do Decreto 3048/1999.

§ 9º A folha de pagamento de que trata o inciso I do caput, elaborada


mensalmente, de forma coletiva por estabelecimento da empresa,
por obra de construção civil e por tomador de serviços, com a
correspondente totalização, deverá:
I -discriminar o nome dos segurados, indicando cargo, função ou
serviço prestado;
II -agrupar os segurados por categoria, assim entendido: segurado
empregado, trabalhador avulso, contribuinte individual; (Redação
dada pelo Decreto nº 3.265 , de 1999)
III -destacar o nome das seguradas em gozo de salário-maternidade;
IV -destacar as parcelas integrantes e não integrantes da
remuneração e os descontos legais; e
V -indicar o número de quotas de salário-família atribuídas a cada
segurado empregado ou trabalhador avulso.

Na folha de pagamento constam todas as verbas que o trabalhador tem


direito. As verbas são divididas entre Proventos e Descontos e o colaborador tem o
direito de receber um contracheque discriminando todas as verbas referentes ao seu
pagamento

2.5.3 Salário

É valor recebido pelo colaborador referente o serviço executado para


empresa. Para Oliveira (2012, p. 47):

É a contraprestação devida e paga diretamente pelo empregador a


todo empregado, podendo ser, mensal, quinzenal, semanal ou
diariamente, por peça ou tarefa; sempre obedecerá ao salário
mínimo. Ao menor aprendiz, salvo na condição mais favorável, será
garantido o salário mínimo hora.

Ele pode ser negociado entre as partes desde que atendidos os limites
mínimos exigidos pela Consolidação das Leis do Trabalho ou Convenções Coletivas.
Corresponde a um dos principais motivos que motiva o trabalhador a prestar seus
serviços nas organizações.
O salário acordado é usado como base de cálculo para diversas verbas
complementares que o trabalhador poderá vir a ter. Como também serve de base de
29

cálculo para alguns descontos. Serão verificadas as principais verbas que utilizam
do salário como base de cálculo.

2.5.4 Hora extra

É o valor pago pelo empregador ao empregado referente às horas


trabalhadas a mais que sua jornada de trabalho. O valor do acréscimo é de no
mínimo 50% do valor da hora normal. Segundo Gonçalves (2012,p.154)

Se o empregado trabalhar em horas suplementares, mediante acordo


de prorrogação de horas, as mesmas serão pagas com adicional de
50% sobre o valor da hora normal, conforme o disposto no art. 7°,
inciso XVI da Constituição Federal.

O colaborador é contratado para trabalhar em determinado horário e deve


cumprir uma jornada de no máximo 44 horas semanais. As horas trabalhadas a mais
devem ser pagas com o adicional como forma de indenizar o trabalhador por uma
jornada além do permitido.
Porém muitas empresas não pagam corretamente as horas extras o que gera
insatisfação do colaborador, como também vários processos trabalhistas. Existem
outros adicionais regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho nos que se
utilizam do salário como base de cálculo.

2.5.5 Instituto Nacional do Seguro Social ( INSS )

É o valor da contribuição paga pelo empregado e descontada em folha de


pagamento de acordo com os percentuais definidos por lei. Os percentuais variam
de acordo com o salário do colaborador podendo ser de 8%, 9% e 11% limitado ao
valor máximo de contribuição que hoje é de R$ 5.645,80 (cinco mil seiscentos e
quarenta e cinco e oitenta centavos).
Para Gonçalves (2012, p.56):

Por salário de contribuição, devemos entender o total da


remuneração auferida pelo empregado no decorrer do mês. Assim,
para apurarmos a alíquota de desconto previdenciário, devemos
somar o salário - base com os adicionais e gratificações que o
empregado receber.
30

O valor muda anualmente cabendo ao setor de pessoal o acompanhamento.


Os valores descontados em folha serão repassados a Previdência Social juntamente
com a contribuição devida pela organização através da GPS – Guia da Previdência
Social no dia 20 subsequente ao mês da competência. Nos casos de não
pagamento a empresa além de pagar juros e multas, não poderá participar de
licitações.

2.5.6 Contribuição sindical

É o valor referente ao desconto um dia de trabalho, no qual o empregador é


obrigado a descontar uma vez por ano em folha de pagamento. Para Gonçalves
(2012, p. 56): “Na folha de pagamento do mês de março, a empresa é obrigada a
descontar um dia de trabalho de todos os empregados, qualquer que seja a forma
da referida remuneração”.
Era recolhida uma vez por ano, corresponde a um dia normal trabalhado.
Hoje, de acordo com a reforma trabalhista, Lei 13.467/2017; alterou, no lugar da
contribuição compulsória, agora o desconto e respectivo recolhimento da
contribuição sindical, a cargo do empregador, está condicionado à autorização
prévia e expressa do empregado.

2.5.7 Férias

É o período de descanso remunerado após completar um ano de trabalho. O


pagamento deve ser efetuado dois dias antes do gozo de férias e é acrescido um
terço a mais do salário.
As empresas tem o prazo de onze meses após o colaborador completar um
ano para conceder as férias. O Não cumprimento acarretará em multa paga ao
trabalhador equivalente ao dobro do valor correspondente as férias normais.
A quantidade de dias de férias é de trinta dias no caso do trabalhador ter até
cinco faltas dentro do período aquisitivo, ou seja, dentro do ano trabalhado que deu
direito as férias. Esse número pode diminuir ou até mesmo deixar de existir de
acordo com a quantidade de faltas dentro do período aquisitivo, conforme fala
Oliveira (2012, p. 177):
31

Após cada período de 12 (doze) meses de vigência do contrato de


trabalho,
o empregado terá direito ao gozo de um período de férias, sem
prejuízo da remuneração, na seguinte proporção:
I –30 (trinta) dias corridos, quando não houver faltado ao serviço
mais de 5 (cinco) vezes;
II –24 ( vinte e quatro) dias corridos, quando houver tido de 6 (seis) a
14 (quatorze) faltas;
III –18 (dezoito) dias corridos, quando houver tido de 15 (quinze) a 23
(vinte e três) faltas;
IV –12 (doze) dias corridos, quando houver tido de 24 (vinte e quatro)
a 32(trinta e duas) faltas.

O setor de pessoal deverá fazer controle das férias dos colaboradores,


acompanhando-o para atender os prazos estabelecidos para gozo e pagamento.
Como também analisar a quantidade de dias de direito de acordo com as faltas dos
colaboradores.

2.6 ROTINAS NO DEPARTAMENTO DE PESSOAL DA EMPRESA

Os responsáveis pelo departamento de pessoal exercem atividades


diárias, dentro da empresa. Para Crepaldi (2007, p.278), “a empresa deve definir no
Manual de Organização todas as suas rotinas internas”.
Entende-se que com o uso desse manual fica mais fácil para o
departamento de pessoal manter uma melhor organização, e ajudando com o
cumprimento de seus prazos, lembrando assim das futuras tarefas a serem
realizadas, evitando erros, multas, entre outros.
Fidelis (2016, p. 187) reforça que:

As atividades do departamento seguem uma rotina burocrática


estipulada pela legislação trabalhista, e deve ser sistematizada para
evitar esquecimento. Para a eficácia dos trabalhos, foi elaborado um
calendário de atividades com o intuito de facilitar o acompanhamento
mensal por parte do profissional responsável por administrar o
departamento de pessoal da empresa em que trabalha.

Assim, tornando essas rotinas mais fáceis para o profissional dessa área,
evitando a ocorrência de esquecimento e, também, ajudando para que todas essas
rotinas sejam feitas no seu referido prazo.
32

Fidelis (2016) explica algumas rotinas que têm prazos a serem cumpridos
mês a mês, evitando o pagamento de multas se não forem cumpridos.

a) JANEIRO: Relação Anual de Informações Sociais (RAIS)

Começa a ser enviada a partir de janeiro com encerramento em março, será


feita a declaração relativa aos funcionários admitidos e demitidos durante o ano
anterior, preenchida devidamente em programa do Ministério do Trabalho, servindo
de base para alguns programas, com o pagamento do PIS/PASEP aos beneficiários.
Contribuição Sindical do Empregador – Patronal
Seu recolhimento será feito até o último dia útil do mês em guia de
recolhimento específica.

b) FEVEREIRO: Declaração de Imposto de Renda Retido na Fonte (DIRF)

O empregador envia em programa da Receita Federal as informações


referentes às retenções de IRPF, que ocorridas na folha de pagamento dos
empregados, mesmo que tenha sido um mês, essa declaração deverá ser entregue
até o último dia do mês, para servir de base para a declaração de IR pessoa física, e
cumpra a determinação da Receita Federal.

c) MARÇO: Contribuição Sindical dos Empregados – Descontos

Desconto de um dia trabalhado do empregado na folha de pagamento, ao


respectivo sindicato da categoria profissional, não sendo mais obrigatório com as
novas leis trabalhistas.

d) ABRIL: Contribuição Sindical dos Empregados- Recolhimento

Fazer o recolhimento da contribuição dos empregados descontada em


março, caso o empregado contribua.

e) Declaração de Imposto de Renda Pessoa Física (DIRPF):


33

Declaração anual obrigada a determinadas pessoas de acordo com a


legislação, que deverá conter informações financeiras e econômicas do empregado.

f) MAIO: Salário – Família –Documentos

No pagamento do Salário Família devem ser apresentados os seguintes


documentos:
1. Vacinação dos filhos de sete anos;
2. Frequência escolar dos filhos também menores de sete anos para a
comprovação de que os mesmos estão estudando.

g) JUNHO, JULHO, AGOSTO, SETEMBRO E OUTUBRO

O Departamento de pessoal deve fazer a verificação na norma coletiva da


empresa, se existe alguma obrigação diferente para esses meses.

h) NOVEMBRO: Primeira Parcela do Décimo Terceiro Salário.

Este valor tem que ser pago até o último dia do mês de novembro e
corresponde a 50% do salário líquido do funcionário, esse rendimento sem
incidência de INSS, que é descontado o todo sobre a segunda parcela, paga em
dezembro.

i) DEZEMBRO: Segunda Parcela Décimo Terceiro Salário.

A organização tem por obrigação de efetuar o pagamento da segunda


parcela do décimo terceiro salário ao colaborador até o dia 20 de dezembro, nessa
última parcela há o desconto do INSS, o cálculo é feito em cima do salário base.
As rotinas do setor pessoal se iniciam desde a seleção do colaborador até a
aposentadoria, em todas as fases o serviço realizado por esse departamento
influencia tanto para o colaborador, como para a empresa, não sendo esse setor
apenas responsável por admissão e demissão.
34

Além das rotinas que são seguidas mês a mês, citadas anteriormente pela
autora, existem funções que também são necessárias à elaboração de rotinas, a
folha de pagamento exige prazo para ser feita e finalizada.
De acordo com Fidelis (2008), a folha de pagamento é onde o setor pessoal
verifica se seu processo está sendo feito de forma correta.
Lima Junior (2017, p.14) fala sobre os principais cálculos da folha de
pagamento.
1) Cálculo do salário do trabalhador;
2) Cálculo do adicional noturno;
3) Cálculo do salário-família;
4) Cálculo de licença – maternidade;
5) Cálculo de férias e13 salário;
6) Cálculo de vale-transporte;
7) Cálculo das horas extras;
8) cálculo do INSS e FGTS;
9) Cálculo do imposto de renda;
10)Cálculo da rescisão de contrato, entre outros.

Entende-se que são vários os cálculos que compõem a folha de pagamento,


por isso deve-se ter total atenção na hora da elaboração da mesma, para que não
ocorram erros que venham a prejudicar os colaboradores ou empresas; contudo,
mostra também que seguindo uma rotina diária esse trabalho se torna mais fácil de
ser feito.

2.7 BENEFÍCIOS DA IMPLANTAÇÃO DAS ROTINAS DE PESSOAL NO DIA A DIA


DA EMPRESA.

As rotinas são elementos importantes do comportamento organizacional


para as empresas; como citado por Feldman (2000), refere-se aos pesquisadores
que reconhecem as rotinas como importante elemento para as organizações, como
a tecnologia, inovação, socialização e tomada de decisão.
Entende-se que a implantação das rotinas trabalhistas vai trazer benefícios à
empresa e esses benefícios se traduzirão na prevenção de multas trabalhistas. Tais
como: possibilitar controle de férias, assim evitando o pagamento de férias em
dobro; possibilitar a implantação e acompanhamento das rotinas de SST; facilitar a
guarda da documentação a ser auditada; enviar o pagamento de multas pela falta de
documentação, entre outros.
35

Milagres (2014, p. 167) afirma que “a partir de sua compreensão, pode


entender como o conhecimento é estocado, aplicado, deteriorado e
consequentemente alterado”.
As rotinas passam por vários níveis, funções e unidades de uma
organização explica Beltrame (2017, p. 37).

1. As rotinas associadas às características operacionais que


governam o comportamento a curto prazo.
2. As rotinas associadas aos investimentos que determinam o
aumento ou diminuição de estoque a longo prazo.
3. As rotinas associadas às que são semelhantes à mutação na
teoria evolucionária biológica.

Algumas das funções a serem desenvolvidas pelo departamento de pessoal


têm a necessidade de implantações de rotinas, a folha de pagamento é uma das
principais a ser citada.
Assim, é importante falar de algumas rotinas que podem ser implantadas
para evitar descontroles e erros na elaboração das referidas folhas de pagamento, o
primeiro passo é programar o pagamento dos empregados, preestabelecendo data,
valor e conta para o depósito de cada empregado a cada mês, manter os dados dos
funcionários atualizados, ficar atento aos benefícios adicionas; todas as informações
referentes têm que estar sendo bem administradas pelo departamento, para que não
existam erros, fazer uma definição de estrutura padronizada de salários e cargos,
entre outros.
36

3 METODOLOGIA DA PESQUISA

Com a finalidade de produzir um trabalho cientifico é essencial que se utilize o


caminho para mostrar como estão sendo desenvolvidos seus elementos que levarão
aos resultados. Assim neste momento apresenta-se a metodologia usada no
decorrer da pesquisa, qual o tipo de pesquisa utilizada, quanto ao método e o
tratamento dos dados e sua natureza, a coleta, e para concluir o tratamento dos
dados apurados.

3.1 TIPO DA PESQUISA

Para Minayo (1999, p.16), metodologia é “o caminho do pensamento e a


prática exercida na abordagem da realidade neste contesto, a metodologia ocupa
um lugar central no interior das teorias e está sempre referida a elas”. Para a
elaboração dessa pesquisa científica é preciso utilizar um caminho para ver como
estão se desenvolvendo os elementos dos quais virão os resultados desejados.
Assim mostrado qual a metodologia aplicada no período da pesquisa, mostrando
assim a seguir o tipo de pesquisa, o método utilizado, o tratamento dos dados e sua
natureza, mostrando a realidade da coleta, e por último a análise dos dados
coletados.

3.2 PROCEDIMENTO METODOLÓGICO

No ponto de vista desse estudo, este pode ser descrito como pesquisa
básica, sem a utilização de prática prevista. Tendo em vista que esse estudo focaliza
analisar o conhecimento dos funcionários das empresas privadas da cidade de
Caicó sobre direitos trabalhistas, assim foi utilizada a pesquisa bibliográfica e
descritiva, com abordagem quantitativa.
Para Martin & Bicudo (1989, p.12),“a pesquisa ‘Quantitativa’ lida com fatos:
tudo aquilo que pode se tornar objetivo através da observação sistemática; evento
bem especificado, delimitado e mensurável”. Para esses resultados foi elaborado
um questionário composto por dez perguntas fechadas, com o objetivo de colher
informações sobre o tema citado.
37

Para o autor Oliveira (1999) sobre pesquisa quantitativa, o mesmo explica que
é aquela que o seu objetivo é quantificaras opiniões, em forma de coleta de dados,
através de questionários de perguntas fechadas.
Sobre os objetivos dessa pesquisa, foi usado a pesquisa descritiva, Assim Gil
(2002) fala que, objetiva relata característica que confirma o objeto de estudo e o
que se apresentar.
Para Oliveira (1999, p.119), “a pesquisa bibliográfica tem por finalidade
conhecer as diferentes formas de contribuição cientifica que se realizam sobre
determinado assunto ou fenômeno.” Para a elaboração dessa pesquisa foram
estudados vários livros de autores diferentes, para assim adquirir conhecimentos
sobre o tema abordado pela pesquisadora.

3.3 TRATAMENTO DOS DADOS

Quanto ao tratamento de dados, a pesquisa é quantitativa, sendo


considerável como quantificável, assim modificando em números as opiniões e os
conhecimentos adquiridos para melhor classificá-las e analisá-las. Para Raupp e
Beuren (2004), esse estudo descreve-se pela utilização de instrumentos estatísticos,
tanto na coleta como no recolhimento de dados, assim garantindo a exatidão dos
resultados obtidos.
Esta pesquisa buscou analisar o conhecimento dos funcionários das
empresas privadas da cidade de Caicó-RN sobre direitos trabalhistas.

3.4 LÓCUS DA PESQUISA

A pesquisa foi feita com vinte funcionários que no momento prestam seus
serviços em empresas privadas na cidade de Caicó-RN.

3.4.1 Sujeitos da pesquisa

O público abordado foi composto por funcionários de empresas privadas na


cidade de Caicó-RN, onde busca saber se os mesmos são informados sobre seus
direitos trabalhistas de alguma forma, e se essa informação está sendo passada de
maneira exata.
38

3.5 QUESTIONÁRIO

O questionário é uma ferramenta composto pelas mesmas questões para


todos os interrogados, garantindo o sigilo de todos, para isso e necessário formular
perguntas simples, com clareza e objetivas, levando em conta o grau de
entendimento e informações do interrogado.
No presente estudo foi utilizada ainda pesquisas bibliográficas e pesquisa de
campo. Obtendo conhecimento através de fontes eficazes para a construção do
referencial teórico. Marconi e Lakatos (2010) diz que a pesquisa bibliográfica é tudo
aquilo que já foi divulgado sobre o tema objeto de pesquisa.
39

4 ANÁLISES DE DADOS

Este capítulo destina-se à apresentação, análise e discussão dos resultados,


embasado no estudo da análise sobre o conhecimento dos funcionários das
empresas privadas da cidade de Caicó/RN sobre direitos trabalhistas. Sendo
realizado um questionário com colaboradores de 10 (dez) empresas de ramos
diferentes da cidade, mais especificadamente 20 (vinte) entrevistados (dois de cada
empresa).
A partir dos dados obtidos, como também para se conhecer mais sobre os
entrevistados, verificou-se a facha etária e sexo dos mesmos, apresentados por
meio do gráfico 1 e 2 abaixo:

Gráfico 1: Idade dos respondentes

5% 5%

menos de 20 anos

35% de 20 a 30 anos
de 30 a 40 anos

55% acima de 40 anos

Fonte: A própria autora, 2018 .

Por meio do Gráfico 1 verifica-se que a faixa etária com maior número de
respondentes é de 20 a 30 anos, com uma média de 55%. A segunda faixa etária
com mais respondentes foi o de 30 a 40 anos, com 35%, já a faixa de menos de 20
anos e acima de 40 anos teve a média de 5% cada. Dessa forma percebe-se que a
maioria dos funcionários que responderam ao questionário tem idade entre 20 e 40
anos.
40

Gráfico 2: Sexo

Fonte: A própria autora, 2018 .

De acordo com o gráfico 2, observa-se que 65% são do sexo feminino e


apenas 35% dos respondentes são do sexo masculino, o que de fato chama
bastante atenção, tendo em vista a sociedade em que vivemos, onde o preconceito
por mulheres que trabalham ainda está impregnada em muitos locais, dessa forma
pode-se observar que aos poucos esse conceito está mudando e que cada vez mais
as mulheres estão ganhando força no mercado de trabalho.
Primeiramente, procurou-se verificar em quantas empresas o respondente já
trabalhou de carteira assinada, cujo resultado encontra-se disposto no Gráfico 3 a
seguir:

Gráfico 3: Em quantas empresas de carteira assinada já trabalhou:

Fonte: A própria autora, 2018 .


41

Conforme visto, 42,1% dos questionados responderam que estão entre o 2° e


3° emprego de carteira assinada, 21,1% disseram que estão entre o 4° e 5°, dessa
forma pode-se concluir que essas pessoas que estão no mercado de trabalho há
mais tempo têm um certo conhecimento sobre os direitos trabalhistas, tendo em
vista que os mesmo já tiveram várias experiências diárias, onde o conhecimento
tácito.
Já 36,6% responderam que estão no primeiro emprego, o que se deve ficar
bastante atendo, uma vez que o primeiro emprego costuma gerar muita ansiedade
no recém-contratado, que, na maioria das vezes, não sabem quais são os seus
direitos básicos.
Foi questionado, ainda, acerca do tempo que está trabalhando nesta
empresa, cujo resultado apresenta-se no Gráfico 4:

Gráfico 4: Há quanto tempo está trabalhando nesta empresa:

5%
15%

Menos de 1 ano

20% Entre 1 e 5 anos


Entre 5 e 10 anos
60%
Mais de 10 anos

Fonte: A própria autora, 2018 .

Sobre essa questão, é possível perceber que grande parte dos questionados,
60%, trabalham entre 1 e 5 anos na empresa, já 20% entre 5 e 10 anos, 5% a
menos de 1 anos e 15% a mais de anos.
É de grande importância que todos saibam compreender a legislação e as
principais leis trabalhistas, como também cuidar para que seus direitos sejam
cumpridos pela empresa contratante, porém existem mais de 900 artigos que
regulamentam as relações de trabalho na Consolidação das Leis do Trabalho – CLT,
além das Normas Regulamentadoras, assim saber de tudo isso fica muito difícil,
principalmente para aqueles funcionários que estão há mais de 10 anos dentro de
uma entidade, pois com o passar dos anos os mesmos vão ficando mais confiantes
42

em relação a garantia do emprego e também na empresa, e dessa forma não ligam


muito para essas leis.
Após esse ponto, procurou-se verificar se tem conhecimento sobre a CLT,
cujo resultado está apresentado no Gráfico 5, que se mostra adiante.

Gráfico 5: Você tem conhecimento sobre a CLT:

0%

10%
Sim
Não
45%
25%
Suficiente
Muito bom
Excelente
20%

Fonte: A própria autora, 2018.

A respeito dos conhecimentos sobre a CLT, percebe-se que 45% têm sim
conhecimento, bem como 10% afirmam que têm o entendimento muito bom sobre
ela. Já 25% disseram que têm discernimento suficiente sobre o assunto e 20%
responderam que não têm conhecimento sobre a CLT, o que é bastante
preocupante, pois todo trabalhador deve ter algum conhecimento sobre seus direitos
trabalhistas e saber que diversas situações ao qual ele é exposto no ambiente de
trabalho devem ser combatidas e, se necessário, levadas a justiça.
Ainda relacionado ao conhecimento da CLT e direitos trabalhistas, procurou-
se verificar qual o nível de conhecimento sobre os direitos trabalhistas, o resultado
está exposto no Gráfico 6 a seguir.

Gráfico 6: Qual o seu nível de conhecimento sobre seus direitos


trabalhistas:
43

5% 10%
Péssima
10%
Ruim
Suficiente
Muito bom

75% Excelente

Fonte: A própria autora, 2018 .

Conhecer seus direitos e deveres é uma obrigação de todo cidadão e, no


campo do direito trabalhista, é fundamental a preservação dos direitos do
trabalhador e a propagação de informações. Assim, observa-se através do gráfico 6
que 75% (maioria) dos questionados afirmaram que têm conhecimento suficiente
sobre os direitos trabalhistas, assim como 5% responderam que têm um excelente
discernimento sobre o assunto. No entanto, 10% assinalaram que possui um
péssimo conhecimento sobre o assunto, do mesmo modo que 10% afirmaram que
têm um conhecimento ruim a respeito.
Foi questionado, se eles têm acesso, de forma clara, às informações sobre
os direitos trabalhistas na empresa onde trabalham, cujo resultado apresenta-se no
Gráfico 7:

Gráfico 7: Você tem acesso, de forma clara, às informações sobre os


direitos trabalhistas na empresa onde trabalha:

Fonte: A própria autora, 2018 .


44

De acordo com o resultado, 45% responderam que às vezes as empresas


fornecem informações sobre os direitos trabalhistas, porém só quando o trabalhador
procura, o que de fato pode ser considerado bom, tendo em vista que outros 45%
afirmaram que a empresa nunca fornece informações sobre esses direitos. Apenas
10%, ou seja, minoria respondeu que sim, que a empresa sempre busca deixar os
funcionários bem informados.
A pesquisa também questionou se a empresa proporciona alguma palestra
para os funcionários sobre a CLT, tendo como resultado o exposto no Gráfico 8 a
seguir:

Gráfico 8: A empresa proporciona alguma palestra para os


funcionários sobre a CLT:

5% Sim, sempre que possível


10%
As vezes, quando ocorre
alguma alteração na CLT
25%
60% Dificilmente

Nunca

Fonte: A própria autora, 2018 .

Conforme visto, 60% dos questionados responderam que a empresa nunca


proporciona palestras sobre a CLT, 25% disseram que dificilmente tal fato acontece,
assim como 10% responderam que ás vezes, quando ocorre alguma alteração na
CLT e apenas 5% responderam que sim, sempre que possível. Deixar o funcionário
informado sobre a CLT é de suma importância para uma empresa, bem como para
seu trabalhador, pois ambos precisam andar de mãos dadas para que a entidade
pode continuar em crescimento, como também para que os dois saibam que quais
são seus direitos e deveres um com o outro.
Ainda se fez necessário saber de que forma fica sabendo das mudanças que
ocorrem na CLT, tendo como respostas as apresentadas no gráfico 9 abaixo:
45

Gráfico 9: De que forma você fica sabendo das mudanças que


ocorrem na CLT:

Na empresa onde trabalha


10% 15%
5%
Por meios de comunicação
(TV, Internet, Rádio, Jornais,
etc.)
Através de amigos ou
conhecidos

70% Nunca fica sabendo quando


ocorrem essas mudanças

Fonte: A própria autora, 2018 .

Sabe-se que os meios de comunicação são instrumentos designados a


difundir informações entre os homens de forma rápida e prática. Com o
desenvolvimento da ciência e das novas tecnologias, os meios de comunicação têm
avançado significativamente, proporcionando a difusão dos conhecimentos e da
comunicação no mundo. Isso explica os 70% dos questionados que afirmaram que
ficam sabendo das mudanças que ocorrem na CLT através dos meios de
comunicação, enquanto 15% responderam que na empresa onde trabalham, 10%
afirmou que nunca ficam sabendo quando ocorrem essas mudanças e apenas 5%
através de amigos ou conhecidos.
Saber sobre os direitos trabalhistas é de extrema importância, pois grande
maioria das pessoas mantém alguma relação de trabalho, seja na forma de
empregador ou empregado, autônomo ou prestador de serviços.
Em seguida mais uma questão foi levantada: Na sua visão, o seu
conhecimento dos direitos trabalhistas te ajuda quando acontece algo no seu
ambiente de trabalho (em relação a problemas com gerentes, administradores, etc)?
As respostas estão representas no gráfico 10, abaixo:

Gráfico 10: Na sua visão, o seu conhecimento dos direitos


trabalhistas te ajuda quando acontece algo no seu
ambiente de trabalho (em relação a problemas com
gerentes, administradores etc):
46

5%

25% Sim, ajuda muito


Ajuda parcialmente
50%
Muito pouco
Nada
20%

Fonte: A própria autora, 2018 .

Ao observar o gráfico acima percebe-se que metade dos respondentes, 50%,


afirmaram que ter conhecimento sobre as leis trabalhistas ajuda e muito a resolver
problemas dentro da organização que estão inseridos, já 20% afirmou que ajuda
parcialmente, enquanto 25% respondeu que ajuda muito pouco e apenas 5% disse
que não ajuda em nada.
Vivemos um período de grandes mudanças na legislação trabalhista. Contudo
muitas pessoas não sabem quais são os seus direitos garantidos pela CLT, o que
pode acarretar em muitos problemas para o trabalhador, pois a falta de
conhecimento sobre as verbas que integram a remuneração e repercutem no 13°
salário e no 1/3 de férias, por exemplo, viabiliza pagamentos reduzidos, o que traz
prejuízos no final de contas, entre outras coisas.
Dessa forma se fez necessário saber se o nível de conhecimento dos
respondentes a respeito de direitos básicos que os mesmos possuem como
empregados, expostas nos gráficos 11, 12, 13 e 14 abaixo:

Gráfico 11: Você sabe qual o prazo que o empregador tem para
efetuar o pagamento de salário ao empregado:
47

Fonte: A própria autora, 2018.

No artigo 459 do Decreto Lei n° 5.452 1de 01 de maio de 1943 estabelece que
o pagamento do trabalhador, deverá ser efetuado em moeda corrente, mediante
recibo e até o 5° dia útil do período, seja ele mensal, quinzenal ou semanal. É
permitido o pagamento por cheque ou depósito bancário, mas apenas a
alfabetizados e desde que o horário do banco permita ao empregado movimentar a
conta e a empresa pagar as despesas de condução do mesmo.
No gráfico acima, percebe-se que apenas 15% dos questionados não sabem
o prazo que o empregador tem para efetuar o pagamento de salário do empregado,
já 85%, a grande maioria, sabem o prazo, o que é muito bom, pois são
conhecimentos básicos que todo funcionário devem saber, tendo em vista são os
seus direitos trabalhistas.

Gráfico 12: Você sabe quantas horas deve durar sua jornada de
trabalho semanal e diária, assim como devem ser contabilizadas
suas horas extras:

1
BRASIL. Decreto-Lei n° 5.452, de 1 de maio de 1943. Que aprova a Consolidação das Leis do
Trabalho.Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del5452.htm >. Acesso em:
12 de dezembro de 2018.
48

Fonte: A própria autora, 2018.

Como no gráfico 10, apenas 15% dos respondentes não sabem quantas
horas devem durar a jornada de trabalho diária e semanal, bem como devem ser
contabilizadas suas horas extras, já 85% respondeu quem sabem. A CLT prevê o a
quantidade máxima de 8 horas diárias, ou seja, 44 horas semanais, uma vez que
não seja definido outro horário específico. Essas horas devem estar registradas em
um documento, geralmente em uma folha de ponto, onde a possibilidade de registrar
o horário de entrada e saída do expediente, além das horas extras.
As horas extras valem mais do que a hora normal de trabalho, sendo de no
mínimo 50% e se ocorrer em períodos de feriados ou descanso semanal será 100%
a mais no valor da hora. O limite de horas extras trabalhadas não pode ultrapassar 2
horas diárias.

Gráfico 13: Suas férias são gozadas no período correto, de


acordo com o que diz a lei:

15%
Sim
5%
Às vezes
Raramente
55%
25% Nunca

Fonte: A própria autora, 2018.


49

Seja qual for a área, cargo ou trabalho as férias são sempre férias, e esse
período tão aguardado pelos trabalhadores é garantido não somente pela CLT como
pela Constituição Federal de 1988. A lei determina que todo empregado possui o
direito de gozar desse período, podendo ser repartida em até três vezes, além de
receber um terço a mais do que seu salário habitual.
O trabalhador precisa completar 12 meses de vigência do contrato assinado
para ter direito as férias, e é a empresa que define o período no qual o funcionário
irá tirar, independentemente da vontade ou concordância do empregado, porém é
ele que decide se quer dividi-la ou não.
Sendo assim, de acordo com o gráfico 12, observa-se que 55% disseram que
suas férias são gozadas no período correto, ou seja, período de 12 meses após o
trabalhador fazer 1 ano de vínculo com a entidade. 25% respondeu que às vezes,
enquanto 15% respondeu que nunca e apenas 5% que raramente.

Gráfico 14: Caso seja demitido ou queira pedir demissão, você


saberia quais os seus direitos, em ambos os casos:

10%
5% Sim

Pouco

25% Quase nada


60%
Não

Fonte: A própria autora, 2018.

Diante de tais respostas, percebe-se que 60% dos respondentes sabem quais
os seus direitos caso ocorra o desvínculo com a empresa que está empregado,
enquanto 25% respondeu que tem pouco conhecimento a respeito desse assunto,
10% afirmou que não saberiam seus direitos e 5% não sabem quase nada.
Por fim, buscou-se saber se esses empregados tem alguma sugestão para as
empresas da cidade de Caicó/RN a respeito do repasse de informações sobre direito
trabalhista dos funcionários. As respostas serão apresentadas no gráfico 14 abaixo:
50

Gráfico 15: Você tem alguma sugestão para as empresas da cidade


de Caicó/RN a respeito do repasse de informações sobre direitos
trabalhistas dos funcionários:

Fonte: A própria autora, 2018.

Analisa-se que 55% dos respondentes gostariam que nas empresas


tivessem palestras sempre que possível para que os funcionários fiquem mais
atualizados das mudanças que ocorrem na CLT, assim empregado e empregador
poderão sempre andar de mãos dadas. Já 45% afirmou que as empresas poderiam
repassar melhor as informações para os colaboradores.
51

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Ao realizar tal pesquisa, tem-se a convicção de que o percurso da


investigação é um caminho inacabado, pois o aprendizado não se torna inteiro pelo
fato de o explorarmos. Longe disso, o conhecimento quanto mais aproveitado e
proveitoso, mais necessidade sentirá de buscar novos aprendizados e novas fontes.
De forma geral, estes resultados comprovam algumas perspectivas que
pronunciam-se a favor da importância de que todos os cidadãos possuam
conhecimento sobre direitos trabalhistas, uma vez que é de suma importância que
os profissionais saibam seus direitos como trabalhadores, para que os
empregadores não utilizem da esperteza com eles.
Saber o que é direito trabalhista e conhecer a CLT é fundamental para toda e
qualquer pessoa, como dito anteriormente, pois ele tem por finalidade melhorar as
condições e situações sociais, assegurando-lhes a prestação de seus serviços em
um ambiente salubre, através de um salário que proporcione uma vida digna. Assim
como corrige as deficiências encontradas no ambiente da organização, não só no
que diz respeito às condições de trabalho, mas também para assegurar uma
remuneração, para que o trabalhador possa suprir as suas necessidades e de sua
família.
A CLT (Consolidação das Leis Trabalhista) tem 74 anos de existência, e
nesse decorrer do tempo veio se adaptando aos avanços da sociedade. Após esse
tempo de criação, em julho de 2017 sofreu uma grande mudança em mais de cem
artigos, dessa forma houve algumas mudanças como: a jornada de trabalho, as
férias que agora podem ser fracionadas, nova modalidade de rescisão que poderá
ocorrer por acordo, entre outras alterações.
Quando se foi proposto analisar os conhecimentos dos funcionários das
empresas privadas da cidade de Caicó/RN, sobre direitos trabalhistas, foi com o
intuito de se levantar uma discussão sobre o assunto que levasse à melhoria,
vantagens ou até mesmo explanação sobre essa prática. Pode-se observar que
grande parte dos entrevistados não possui um bom conhecimento sobre a CLT, o
que é bastante preocupante, pois todo trabalhador deve ter algum conhecimento
sobre seus direitos trabalhistas e saber que diversas situações ao qual ele é exposto
no ambiente de trabalho devem ser combatidas e, se necessário, levadas à justiça.
52

Este estudo proporcionou outro dado significativo: quando perguntado se a


empresa na qual trabalham fornecem informações sobre os direitos trabalhistas, e a
resposta dada por eles foi decepcionante, pois eles afirmaram que as empresas
nunca fornecem essas informações. E sabe-se que deixar o funcionário informado
sobre a CLT é de suma importância para uma empresa, bem como para seu
trabalhador, pois ambos precisam andar de mãos dadas para que a entidade possa
continuar em crescimento, como também para que os dois saibam quais são seus
direitos e deveres um com o outro.
Contudo, outra consideração pode ser feita, embasada no que foi escrito
anteriormente, uma vez que não é apenas na empresa que se pode obter
informações sobre direitos trabalhistas ou as mudanças que ocorrem na CLT, tendo
os meios de comunicação como maior difusor dessas informações, pois de forma
prática e ágil a difusão de conhecimentos é espalhada pelo mundo.
Saber sobre os direitos trabalhistas é de extrema importância, pois grande
maioria das pessoas mantém alguma relação de trabalho, seja na forma de
empregador ou empregado, autônomo ou prestador de serviços. Assim, quando foi
questionado a respeito de algumas questões sobre os direitos trabalhistas que estão
na CLT, a maioria dos respondentes afirmaram conhecer esses direitos básicos, o
que já de grande importância, pois é através destes conhecimentos que o
trabalhador pode se defender de empregadores que querem explorar de sua mão de
obra.
Em um mercado de trabalho restrito, como a região de Caicó/RN, onde a
quantidade de empresas que possuem em seu quadro de funcionário conhecedores
das leis trabalhistas é desproporcional, faz-se necessário que as empresas façam
palestras para passar de forma clara e evidente o que os mesmos têm direito e
dever perante empresa, bem como fornecer informações claras e relevantes a seus
funcionários, uma vez que ambos precisam andar de mãos dadas para o
crescimento da entidade.
Tendo em vista os objetivos propostos, este trabalho propôs explicar o que é
direito trabalhista, diante dessa perspectiva, foi exposto a evolução da legislação
trabalhista, bem como direito trabalhista e a alteração na CLT. Outra finalidade desta
pesquisa foi apresentar os benefícios do direito do trabalho, e partindo dessa óptica,
realizou-se várias explanações das vantagens de o empregador fornecer tais
informações de forma clara e tempestiva. Por último, foi proposto averiguar se os
53

direitos estão sendo compridos de forma correta pelas empresas privadas, onde
pode-se verificar que as empresas em sua grande parte cumpre com as obrigações
perante o empregado.
A realização desta pesquisa é de suma importância, por trata-se de um tema
relevante para a vida todos os trabalhadores, uma vez que busca saber o nível de
conhecimento sobre os direitos trabalhistas, pois a falta de conhecimento nessa área
pode trazer grandes danos à organização,
54

REFERÊNCIAS

BELTRAME. Gabriela. Rotinas Organizacionais: reinventando o conhecimento


adquirindo através da cooperação. 2017.1792f. Dissertação (Mestrado em
administração), Centro de Ciências Sociais e Humanas, Universidade Federal de
Santa Maria, Rio grande do Sul, 2017. Disponível em:
<https://repositorio.ufsm.br/bitstream/handle/1/12687/DIS_PPGADMINISTRACAO_2
017_BELTRAME_GABRIELA.pdf?sequence=1&isAllowed=y>. Acesso em: 22 mai.
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________. Presidência da Republica. Subchefia para assuntos jurídicos. Decreto de


Lei de n. 5.452 de 1 de maio de 1943: aprova a consolidação das leis trabalhistas.
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Acesso em: 25 out. 2017.

________. Constituição da República, Subchefia para assuntos jurídicos. Lei nº


13.467, de 13 de julho de 2017:altera a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT),
aprovada pelo Decreto-Lei no5.452, de 1o de maio de 1943, e as Leis nos 6.019, de 3
de janeiro de 1974, 8.036, de 11 de maio de 1990, e 8.212, de 24 de julho de 1991,
a fim de adequar a legislação às novas relações de trabalho. 2017. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2017/lei/l13467.htm>. Acesso
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ZAINAGHI, D. S. Curso de Legislação Social: direito do trabalho. 14 ed. São


Paulo: Atlas, 2015.
57

APÊNDICE

FACULDADE CATÓLICA SANTA TERESINHA


Autorizada pela Portaria nº 3.892 - MEC – DOU 26.11.2004
Rua Visitador Fernandes, 78 – Centro – Caicó/RN – CEP. 59.300-000
Fone: (84) 3417-2316 - www.fcproneves.edu.br

Idade:
() menos de 20 anos
() de 20 a 30 anos
( ) de 30 a 40 anos
( ) acima de 40 anos

Sexo:
( ) Feminino
( ) Masculino

Quantos empregos de carteira assinada já teve?


( ) Esse é o 1° emprego
( ) Entre 2 e 3 empregos
( ) Entre 4 e 5 empregos
( ) Mais de 6 empregos

Há quanto tempo está trabalhando nesta empresa?


( ) Menos de 1 ano
( ) Entre 1 e 5 anos
( ) Entre 5 e 10 anos
( ) Mais de 10 anos

1 – Você tem conhecimento sobre a CLT?


( ) Sim
( ) Não
( ) Em partes
( ) Desconheço

2 – Qual o seu nível de conhecimento sobre os seus direitos trabalhistas?


() Péssima
( ) Ruim
() Suficiente
() Muito Boa
( ) Excelente
58

3 – Você tem acesso, de forma clara, as informações sobre os direitos trabalhistas


na empresa onde trabalha?
( ) Sim, a empresa sempre busca deixar os funcionários bem informados sobre os
direitos trabalhistas
( ) As vezes, quando os funcionários buscam essas informações
( ) Não, a empresa nunca fornece esse tipo de informação

4 – A empresa proporciona alguma palestra para os funcionários sobre a CLT?


() Sim, sempre que possível
( ) As vezes, quando ocorre alguma alteração na CLT
() Dificilmente
() Nunca

5 – De que forma você fica sabendo das mudanças que ocorrem na CLT?
( ) Na empresa onde trabalha
( ) Por meios de comunicação (TV, Internet, Rádio, Jornais etc.)
( ) Através de amigos ou conhecidos
( ) Nunca fica sabendo quando ocorrem essas mudanças

6 – Na sua visão, oseu conhecimento dos direitos trabalhistas te ajuda quando


acontece algo no seu ambiente de trabalho (em relação a problemas com os
gerentes, administradores, etc)?
( ) Sim, ajuda muito
( ) Ajuda parcialmente
( ) Muito Pouco
() Nada

7 – Você sabe qual o prazo que o empregador tem para efetuar o pagamento de
salário ao empregado?
( ) Sim
( ) Não

8 – Você sabe quantas horas deve durar sua jornada de trabalho semanal e diária,
assim como devem ser contabilizadas suas horas extras?
( ) Sim
( ) Não

9 – Suas férias são gozadas no período correto, de acordo com o que diz a lei?
( ) Sim
( ) As vezes
( ) Raramente
( ) Nunca

10 – Caso seja demitido ou queira pedir demissão, você saberia quais os seus
direitos, em ambos os casos?
( ) Sim
( ) Pouco
( ) Quase nada
( ) Não
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11– Você tem alguma sugestão para as empresas da cidade Caicó/RN a respeito do
repasse de informações sobre os direitos trabalhistas dos funcionários?
( ) Nenhuma
( ) Ter palestras sempre que possível para que os funcionários fiquem atualizados
das mudanças que ocorrem na CLT
() Melhorar o repasse de informações para os colaboradores

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