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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO - UEMA

CENTRO DE ESTUDOS SUPERIORES DE BACABAL - CESB


CURSO DE LICENCIATURA EM PEDAGOGIA

JUCINETE ROCHA DE LIMA EVANGELISTA

FAMÍLIA E ESCOLA: uma abordagem de suas contribuições para a alfabetização


no Ensino Fundamental

BACABAL-MA
2021
JUCINETE ROCHA DE LIMA EVANGELISTA

FAMÍLIA E ESCOLA: uma abordagem de suas contribuições para a alfabetização


no Ensino Fundamental

Monografia de graduação apresentada ao


curso de Pedagogia da Universidade
Estadual do Maranhão como requisito para
a obtenção do título de Licenciado em
Pedagogia.
Orientadora: Prof.ª Msc. Cecília Ordoñez

BACABAL-MA
2021
JUCINETE ROCHA DE LIMA EVANGELISTA

FAMÍLIA E ESCOLA: uma abordagem de suas contribuições para a alfabetização


no Ensino Fundamental

Monografia de graduação apresentada ao


curso de Pedagogia da Universidade
Estadual do Maranhão como requisito para
a obtenção do título de Licenciado em
Pedagogia.
Orientadora: Prof.ª Msc. Cecília Ordoñez

Aprovado em: / /

BANCA EXAMINADORA

_______________________________________________
Prof.ª Msc. Cecília Ordoñez (Orientadora)

________________________________________________
1° Examinador

________________________________________________
2° Examinador
EVANGELISTA, Jucinete Rocha de Lima

FAMÍLIA E ESCOLA: uma abordagem de suas contribuições para a alfabetização


no Ensino Fundamental / Jucinete Rocha de Lima Evangelista – Bacabal/2021.

52 fl.

Monografia (Licenciatura) - Curso de Pedagogia, Universidade Estadual do


Maranhão, UEMA, 2021. Orientadora: Prof.ª Msc. Cecília Ordoñez

1. Família e Escola. Parceria. Alfabetização.

I. Título.
AGRADECIMENTOS

A Deus pela oportunidade de viver tudo o que adquiri de conhecimentos e de


momentos de alegrias e de dificuldades que serviram de degraus.
Ao meu esposo, pela compreensão em momentos de muita correria.
Aos meus filhos, por todo o carinho.
Aos meus pais, por sempre serem participativos em minha trajetória estudantil,
esse cuidado e carinho sempre me impulsionou a seguir em frente. Muito obrigada
pelas orações e por sempre acreditarem em mim.
Aos meus irmãos, por fazerem parte da minha torcida de incentivadores.
À minha tia Deusa, que sempre foi um exemplo de grande inspiração.
Ao meu avô, por acreditar no meu potencial.
Às minhas colegas de turma, em especial Leidiane, Cleane, Morgana, Dayara
e Andréia, pelos momentos de estudos e descontrações que nos tornaram tão
próximas.
À minha tutora presencial Gioconda, por sempre incentivar e nos impulsionar a
nunca desisti, mas a focarmos em nosso alvo.
À tutora Kassandra, por cada feedback dado que tanto ajudaram a me
aprimorar.
À Universidade Estadual do Maranhão, por todo o conhecimento.
A minha orientadora, Cecília Ordoñez, pelas orientações e por estar sempre
disponível para me ajudar.
A Deus, pois sem Ele eu nada seria e à minha
família, pois o amor de vocês é o que me move.
RESUMO

A presente abordagem das contribuições da parceria entre família e escola no


processo de alfabetização objetiva propiciar uma visão benéfica dessa relação,
demonstrando os papéis das duas instituições como essenciais para o processo de
aprendizagem. A metodologia utilizada foi por meio de pesquisas bibliográficas acerca
do assunto que sustentam a finalidade desse estudo através dos autores: Parolin
(2003), Piaget (2007), Vygotsky (1998), Dias (2005), Pierre Bourdieu (1998), Spodek;
Saracho (1998) e Tiba (2002), dentre outros, além de pesquisa de campo com
professores e pais/responsáveis de alunos da Unidade de Ensino Fundamental José
Romeu Neto, localizada à Avenida 1, s/n, Cohab I, Município de Bacabal/MA. A coleta
de dados foi essencial para intensificar o que os teóricos já afirmam, e inclusive,
demonstram as dificuldades vivenciadas no período de pandemia por covid-19 ao
adotar o ensino remoto como método atípico, porém necessário, para que aconteça a
alfabetização, e por conseguinte, a maior efetividade na participação da família para
um bom rendimento da criança. Conclui-se que a busca pelo desenvolvimento da
criança só coloca a relação entre família e escola como partes fundamentais nesse
processo, demonstrando a importância dessa parceria.

PALAVRAS-CHAVES: Família e Escola. Parceria. Alfabetização.


ABSTRACT

The present approach to the contributions of the partnership between family and
school in the literacy process aims to provide a beneficial view of this relationship,
demonstrating the roles of the two institutions as essential for the learning process.
The methodology used was through bibliographic research on the subject that support
the purpose of this study through the authors: Parolin (2003), Piaget (2007), Vygotsky
(1998), Dias (2005), Pierre Bourdieu (1998), Spodek; Saracho (1998) and Tiba (2002),
among others, in addition to field research with teachers and parents/guardians of
students from the José Romeu Neto Elementary Education Unit, located at Avenida 1,
no number, Cohab I, Municipality of Bacabal /BAD. Data collection was essential to
intensify what theorists already affirm, and even demonstrate the difficulties
experienced in the pandemic period by covid-19 when adopting remote learning as an
atypical, but necessary, method for literacy to happen, and for therefore, the greater
effectiveness in the participation of the family for a good performance of the child. It is
concluded that the search for child development only places the relationship between
family and school as fundamental parts in this process, demonstrating the importance
of this partnership.

Key words: Family and School. Partnership. Literacy.


SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 9
2. FAMÍLIA, ESCOLA E DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA ............................... 11
2.1 O papel da escola ............................................................................................... 16
3. A ALFABETIZAÇÃO DAS CRIANÇAS NO CONTEXTO PANDÊMICO: desafios
e possibilidades para os pais e escola. ................................................................ 20
4. PARCERIA FAMÍLIA E ESCOLA ......................................................................... 25
5. MATERIAL E MÉTODO ........................................................................................ 28
5.1 Tipo de pesquisa ................................................................................................. 28
5.2 Caracterização da escola campo ........................................................................ 28
5.3 Instrumentos e coleta de dados .......................................................................... 29
5.4 População e amostra .......................................................................................... 30
5.5 Análise dos dados ............................................................................................... 30
6 RESULTADOS E DISCUSSÕES ........................................................................... 31
6.1 Análise dos questionários aplicados com professores ........................................ 31
6.2 Análise dos questionários aplicados com os pais/responsáveis ......................... 36
CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................................... 42
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 44
APÊNDICES ............................................................................................................. 47
APÊNDICE A – Questionário aplicado aos docentes ........................................... 48
APÊNDICE B – Questionário aplicado aos pais/responsáveis ............................ 50
9

1. INTRODUÇÃO

O Ministério da Educação instituiu a Política Nacional de Alfabetização (PNA),


e busca elevar a qualidade da alfabetização para melhorar os processos de
alfabetização no Brasil e os seus resultados. Seu intuito é inserir práticas de
alfabetização mais eficazes, a fim de criar melhores condições para o ensino e a
aprendizagem das habilidades de leitura e de escrita em todo o país. Para o Ministério
da Educação (MEC), somente com a cooperação de famílias, professores, escolas,
redes educacionais e poder público é que é possível melhorar a qualidade da
alfabetização no Brasil.
Ocorre que, se já é desafiador o alfabetizar em sala de aula, com a chegada do
ensino remoto (devido a pandemia por covid-19) ainda ficou mais complicado, visto
que o momento era para ficar em casa, no entanto, o processo de alfabetização
precisava dar continuidade. Por ser um momento muito importante, o
acompanhamento da família exige um cuidado maior, pois aprender a ler e escrever
é um aprendizado chave para a vida toda.
O interesse sobre essa temática se deu pela necessidade de harmonia entre
família e escola e também pelo momento atual em que o mundo está passando, como
já mencionado, a pandemia, por ser um fator preponderante, isso porque diante deste
cenário surge ainda mais a necessidade de demonstrar a atuação da família para que
haja um desempenho essencial na fase de alfabetização. É certo que toda criança
necessita de acompanhamento dos pais ou responsável na fase escolar, porém nem
toda família assume esse compromisso, transferindo para a escola toda essa
responsabilidade pelo desenvolvimento escolar dos filhos. Então, há de se indagar:
Qual é papel da escola e da família? No contexto pandêmico exige ainda mais dessa
relação? Qual a importância dessa parceria?
Não obstante o reconhecimento da necessidade dessa parceria família/escola,
ainda se mostra imprescindível ressaltar a função de cada uma na implementação
integral e suas contribuições. Assim, o objeto de pesquisa em análise é de significativa
relevância, pois objetiva conhecer o papel da família e da escola para o
desenvolvimento educacional da criança, além de verificar a parceria entre família e
escola e a influência sobre a qualidade da alfabetização, como também analisar os
desafios enfrentados pela escola e pela família para alfabetizar no contexto
pandêmico, considerando a contribuição e a necessidade do envolvimento da família
10

no ensino aprendizagem da criança, pois além de ter essa responsabilidade, a família


também funciona como um facilitador primordial para a alfabetização acontecer com
qualidade.
Então, nesse sentido há que se verificar sobre a importância decorrente da
atuação da família e seus efeitos no processo ensino aprendizagem para o sucesso
da alfabetização, pois em todas as fases da vida o apoio familiar é essencial, por isso
torna-se indispensável relacionar família e escola nessa jornada itinerante, levando
em consideração sua contribuição para esse processo em um cotidiano normal e sua
excepcionalidade nos dias atuais.
A metodologia empregada desenvolveu-se da seguinte forma: pesquisa
bibliográfica tendo como autores referenciais que incluem discussões sobre temas
relacionados para evidenciar a problemática levantada tais como: Parolin (2003),
Piaget (2007), Vygotsky (1998), Dias (2005), Pierre Bourdieu (1998), Spodek; Saracho
(1998) e Tiba (2002), visando contemplar a temática abordada para lidar com a
importância da família e sua relação com a escola, a fim de promover a frequência
escolar e o desempenho cognitivo dos alunos, pois tratam dessas questões no
processo de aprendizagem, buscando informações que possam ajudar a solucionar
as questões destacadas, além de pesquisa de campo, através de entrevistas com 3
(três) professores e 7 (sete) pais/responsáveis de alunos do 1.º ano do ensino
fundamental que serão essenciais para o estudo.
A presente pesquisa estruturou-se em quatro capítulos: no primeiro capítulo
trata da introdução do estudo realizado. No segundo capítulo aborda-se a relação
família, escola e desenvolvimento da criança, demonstrando os deveres de cada uma,
a ligação com funções psicológicas e intelectual, além de apontar o papel da escola
nesse processo. O terceiro capítulo ressalta sobre a alfabetização das crianças no
contexto pandêmico: desafios e possibilidades para os pais e escola, as dificuldades
advindas desse modelo de ensino e as estratégias colocadas em prática pela
comunidade escolar. No quarto capítulo a parceria família e escola e suas
contribuições, enfatizando a necessidade do trabalho em conjunto. No quinto capítulo
destaca a metodologia utilizada para o estudo, os tipos de pesquisa, a caracterização
da escola campo, bem como a população e amostra. No sexto capitulo analisa-se os
resultados e discussões acerca do estudo. Finalizando, o sétimo capítulo trata das
considerações finais, verificando se os objetivos foram alcançados.
11

2. FAMÍLIA, ESCOLA E DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA

No intuito de proporcionar uma boa relação entre família e escola, muitos


desafios são enfrentados pela escola, dentre eles o de que os pais acreditam que a
responsabilidade de educar e ensinar é inteiramente dos professores e esse
pensamento prejudica a parceria entre família e escola. Para Malavazi (2000), cada
instituição deve assumir o seu papel: “algumas atribuições são específicas da família,
que tem o direito de reivindica-las para si, enquanto outras cabem à escola, que, pela
sua natureza, poderá ocupar-se melhor delas” (2000, p. 258). No entanto, os
professores assumem funções acima de suas responsabilidades, tendo em vista não
obterem o apoio da família, acarretando em uma divisão desigual de suas
competências.
Na Constituição Federal de 1988, o artigo 227 diz na integra que:

É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança e ao


adolescente, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à
alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à
dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária,
além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação,
exploração, violência, crueldade e opressão. (BRASIL, 1998, p.79)

Está explícito em lei que um dos deveres da família é assegurar a educação à


criança, ou seja, dentro das diversas responsabilidades impostas, uma delas é o
direito de aprender, no entanto, independentemente de uma imposição, a família já
ensina desde o início da vida aquilo que considera benéfico, ou seja, é no meio familiar
que aprende como agir para ser inserido na sociedade. A família é a primeira
sociedade que o indivíduo faz parte e nela é formada a base para conviver
socialmente. É na família que são inseridas as primeiras noções de valores tais como:
o respeito, a honestidade, a igualdade e através de exemplos de atitudes influenciam
o comportamento dos pequenos ao seu redor. Todos esses valores e comportamentos
são capazes de levar as crianças a desenvolverem relações intra e interpessoais
saudáveis.
A família é um grupo aparentado responsável principalmente pela
socialização de suas crianças e pela satisfação de necessidades básicas. Ela
consiste em um aglomerado de pessoas relacionadas entre si pelo sangue,
casamento, aliança ou adoção, vivendo juntas ou não por um período de
tempo indefinido. (DIAS, 2005, p.210)

A família é uma das mais antigas instituições e sobre ela cabe o papel de
garantir as primeiras formas de socialização, pois é nela que são ensinados valores
12

sociais, como já mencionado antes. É na família que a criança começa seu


desenvolvimento afetivo e cognitivo para então viver em sociedade. Referente à
atuação da família no processo de ensino aprendizagem, o autor afirma o seguintes
termos:

O envolvimento dos pais na educação das crianças tem uma justificativa


pedagógica e moral, bem como legal [...] Quando os pais iniciam uma
parceria com a escola, o trabalho com as crianças pode ir além da sala de
aula, e as aprendizagens na escola e em casa passam a se
complementarem mutuamente. (SPODEK; SARACHO, 1998, p. 167).

A família complementa a formação dos indivíduos porque são os responsáveis


diretos. No entanto, cabe à escola cumprir a função educativa da educação formal, ou
seja, ambas têm responsabilidades comuns na formação cognitiva, emocional, social
e da personalidade de crianças e adolescentes. Dessa forma, a interação escola e
família possibilita um desenvolvimento de qualidade, “quando a escola, o pai e a mãe
falam a mesma língua e tem valores semelhantes, a criança aprende sem conflitos e
não quer jogar a escola os pais e vice-versa”, como afirma Tiba (2002, p.3). A escola
e a família possuem suas particularidades, mas a execução de suas funções permite
traçar a interação entre elas para que seus papéis sejam benéficos para a qualidade
do ensino.
Sobre a teoria de Vygotsky (1998) têm-se que o desenvolvimento se dá ainda
emanado de fatores desde o estágio biológico, como afirma:
A história do desenvolvimento das funções psicológicas superiores seria
impossível sem um estudo de sua pré história, de suas raízes biológicas, e
de seu arranjo orgânico. As raízes do desenvolvimento de duas formas
fundamentais, culturais, de comportamento, surge durante a infância: o uso
de instrumentos e a fala humana. Isso, por si só coloca a infância no centro
da pré história e do desenvolvimento cultural. (Vygotsky,1998, p.61)

É no ambiente familiar que as crianças começam a desenvolver suas habilidades. Lá


são dados os primeiro passos e dessa forma são encorajados a fortalecer a função
mais nobre de sua sabedoria. É no meio familiar que as habilidades como
linguagem, raciocínio, abstração e resolução de problemas serão desenvolvidas,
pois desde ainda bebês começam a aprender desde o nascimento, e esse hábito
não termina até o fim da vida. O ser humano é curioso, capaz de investigar e
absorver informações, mas os primeiros anos de vida são vitais para o
desenvolvimento da inteligência.
Ao tratar das funções psicológicas superiores no desenvolvimento da criança,
Vygotsky (1998) as classifica em dois momentos:
13

Primeiro no nível social, e, depois, no nível individual; primeiro entre pessoas


(interpsicológica), e, depois, no interior da criança (intrapsicológica). Isso se
aplica igualmente para atenção voluntária, para a memória lógica e para a
formação de conceitos. Todas as funções superiores originam-se das
relações reais entre indivíduos humanos. (Vygotsky, 1998, p.75)

A família como primeira instituição a constituir relacionamento com a criança


participa efetivamente do desenvolvimento das funções psicológicas, como
mencionado por Vygotsky (1998), tendo em vista influenciarem sobre as relações
sociais, as emoções e por conseguinte propiciam um difusão interna que é inerente à
própria criança e isso interfere em como se relacionar com o mundo ao seu redor. O
É essencial que a família se envolva em prol do desenvolvimento dos filhos, haja vista
que ela é parte insubstituível na vida de qualquer pessoa. A família necessita ter um
olhar atento e cuidadoso para propiciar o desenvolvimento físico, intelectual e
emocional de seus filhos. Na teoria de VYGOTSKY(1998), os alunos aprendem não
apenas por meio do professor, mas também por meio da interação com o meio, o que
significa que todo o meio traz conhecimento e proporciona experiência, seja na
interação na escola ou em casa, ao lado da família. Segundo VYGOTSKY (1989), a
aprendizagem tem função muito importante para desenvolver o conhecimento e o
saber. Todo processo de aprendizagem é ao mesmo tempo um processo de ensino-
aprendizagem, incluindo quem aprende, quem ensina e a relação entre ambos. Ele
usa a zona de desenvolvimento proximal (a distância entre o nível de desenvolvimento
potencial e o nível de desenvolvimento real) para explicar a ligação entre
desenvolvimento e aprendizagem, ou seja, a relação entre os problemas que as
crianças podem resolver sozinhas (o nível de desenvolvimento real) e os problemas a
serem resolvidos "espaço dinâmico", que foram resolvidos com a ajuda de outra
pessoa mais capacitada, e então, alcançarem seu próprio domínio deles (nível de
desenvolvimento potencial).
14

Fonte: https://educacaoinfantil.aix.com.br/wp-
content/uploads/2018/03/zona_desenvolvimento_profissional.jpg

Para Vygotsky (1998), a zona de desenvolvimento proximal é onde se dá a


interação e também onde os professores intervêm para uma aprendizagem
satisfatória e a relação entre pensamento e linguagem, porque é através da linguagem
que o aprendizado é mediado. É nela que são gerados os estímulos e é também nessa
zona que o suporte educacional devido pode fazer muita diferença, já que é nessa
etapa de desenvolvimento que a criança pode adquirir muito aprendizado intelectual.
Para maior compreensão, a Zona de Desenvolvimento Proximal (ZDP), para
Vygotsky, é a área que fica entre o que já foi aprendido e o que está em processo.

Antes de controlar o próprio comportamento, a criança começa a controlar o


ambiente com a ajuda da fala. Isso produz novas relações com o ambiente,
além de uma nova organização do próprio comportamento. A criação dessas
formas caracteristicamente humanas de comportamento produz, mais tarde,
o intelecto, e constitui a base do trabalho produtivo: a forma especificamente
humana do uso de instrumentos. (VYGOTSKY, 1998, p. 33)

Logo, a criança aprende através dessa interação humana e com o meio social,
seu desenvolvimento humano e a percepção de mundo são adquiridos através desses
estímulos e também com pessoas mais experientes, e o aprendizado é regulado por
15

elas. É na escola que essa construção se firma, porém a família também é mediadora,
isso porque a família contribui nessa formação.
De acordo com Bourdieu (1998), "a ação do meio familiar sobre o êxito escolar
é quase exclusivamente cultural" (p. 42). O nível cultural da família está tão
"intimamente" relacionado ao bom progresso acadêmico, e seu impacto não se
restringe aos títulos, diplomas e níveis educacionais que os membros da família
podem ter. É claro que esse chamado “capital cultural” familiar está atrelado à renda
econômica, pois famílias com melhores condições têm certas experiências culturais,
como exposição a museus, teatros, bailes, orquestras, bibliotecas, etc. E isso ainda
denota ser privilégio daqueles que possuem uma elevada renda.
Pierre Bourdieu (1998) defendia a assertiva de que existe uma forte relação
entre desempenho escolar e origem social. A metáfora capital cultural criada por
Bourdieu explica que cultura são os valores que dão a personalidade a um grupo e
como a sociedade está dividida em classes, essa cultura se assemelha a um tipo de
moeda que determina qual a posição que o indivíduo está classificado pelo seu nível
intelectual.

Com efeito, para que sejam favorecidos os mais favorecidos e desfavorecidos


os mais desfavorecidos, é necessário e suficiente que a escola ignore, no
âmbito dos conteúdos do ensino que transmite, dos métodos e técnicas de
transmissão e dos critérios de avaliação, as desigualdades culturais entre as
crianças das diferentes classes sociais. Em outras palavras, tratando todos
os educandos, por mais desiguais que sejam eles de fato, como iguais em
direitos e deveres, o sistema escolar é levado a dar sua sanção às
desigualdades iniciais diante da cultura. (BOURDIEU, 1998, p. 53)

Portanto, o impacto no sucesso (ou fracasso) da escola está relacionado ao


capital cultural e ao ethos de cada família, e esse processo é um acúmulo de
obstáculos para os menos favorecidos. Famílias com capital cultural têm mais sucesso
porque podem ter um impacto positivo na possibilidade de melhoria social de seus
filhos por meio do aprendizado, enquanto famílias menos favorecidas, na maioria dos
casos, não absorvem ideias que podem crescer. Essa é a legitima desigualdade
mencionada por Bourdieu (1998), que aborda que as classes mais favorecidas
possuem maior bagagem, pois são favorecidos em seus processos de aprendizagem
que já trazem de casa.
Assim como acontece um ciclo vicioso com a pobreza, o mesmo acontece
com aprendizagem, pais sem formação e perspectiva geram filhos sem
formação e sem perspectivas, também é a causa de muitos dos problemas
encontrados nas escolas. Existem famílias, por exemplo, que nunca tiveram
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experiências prévias com a escola e que, quando seu filho inicia a


escolaridade, depositam o papel da educação na escola, tomando uma
atitude de total submissão e dependência, assumindo uma ignorância total
sobre os assuntos relacionados a educação. (BASSEDAS, 1996, p.33)

O autor ressalta que é comum encontrar pais que não tem nenhuma formação
e nem perspectivas, geram filhos à sua semelhança, isso porque não assumem a
função de cooperadores, pois preferem deixar a cargo da escola todos os deveres
relacionados à educação de seus filhos, o que acaba se tornando um ciclo que nada
ajuda na aprendizagem, logo essa passa a ser uma das causas de alguns problemas
encontrados na escola.

2.1 O papel da escola


A função da escola é realizar a mediação entre o conhecimento prévio dos
alunos e o conhecimento formal, sistematizado, possibilitando formas de acesso ao
conhecimento científico. No texto do artigo 205 da Constituição Federal de 1988
assegura que é papel do Estado e da família garantir a educação:
Art. 205. A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será
promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno
desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua
qualificação para o trabalho. (BRASIL, 1988, p.74)

A escola deve estar atenta e criar condições para que a sociedade que a acolhe
possa ingressar em seu meio, assumindo que a escola é um espaço de difusão e
construção do conhecimento, o papel da escola neste mundo em constante mudança
deve ser o de desenvolver qualitativamente a vida social para os cidadãos. Ao mesmo
tempo, deve cumprir seu papel fundamental ao estudar os principais problemas que
afetam sua localidade e apontar soluções.
É na Escola que se constrói parte da identidade de ser e pertencer ao mundo;
nela adquirem-se os modelos de aprendizagem, a aquisição de princípios
éticos e morais que permeiam a sociedade; na Escola depositam-se
expectativas, bem como as dúvidas, inseguranças e perspectivas em relação
ao futuro e às suas próprias potencialidades". (BORSA, 2007, p. 02).

A escola tem um compromisso com a educação, não só o ensino deve ser o


objetivo, mas também ações abrangentes. Deve manter uma visão holística e se
esforçar para avaliar e melhorar todos os aspectos que compõem a humanidade. Não
deve apenas fornecer aos indivíduos conhecimentos, ideias, habilidades e habilidades
formais, mas também, principalmente, características comportamentais, atitudes,
interesses e diretrizes. Por conseguinte, tendo a socialização dos alunos como
17

objetivo básico, é preparar os alunos para a inserção no mundo do trabalho, bem como
na vida adulta e pública.
Na fase de alfabetização o desafio é grande para a escola e nada melhor que
buscar uma harmonia entre família e escola. Na Educação Infantil é necessário
respeitar a infância, o tempo da criança, a sua necessidade de desenvolver a
corporeidade.
As Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Infantil (DCNEI, Resolução
CNE/CEB nº 5/2009)27, em seu Artigo 4º, definem a criança como sujeito histórico e
de direitos, que, nas interações, relações e práticas cotidianas que vivencia, constrói
sua identidade pessoal e coletiva, brinca, imagina, fantasia, deseja, aprende, observa,
experimenta, narra, questiona e constrói sentidos sobre a natureza e a sociedade,
produzindo cultura (BRASIL, 2009).
Como afirma as Diretrizes Curriculares Nacionais, a criança se desenvolve por
meio de situações simples de seu cotidiano e cada detalhe ajuda na formação de sua
personalidade, visto que a todo instante ela aprende, tanto em situações individuais,
quanto nas relações sociais que são oportunamente possibilidades de aprendizagem,
sendo a criança o centro de tudo o que é novo e retendo conhecimento para seu
desenvolvimento.
Podemos então observar que os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN’s)
elaborados pela secretaria de Educação Fundamental do Ministério da Educação
(MEC), em 1998, ressaltam como objetivos do ensino fundamental para que os alunos
sejam capazes de:
 compreender a cidadania como participação social e política, assim
como exercício de direitos e deveres políticos, civis e sociais, adotando, no
dia-a-dia, atitudes de solidariedade, cooperação e repúdio às injustiças,
respeitando o outro e exigindo para si o mesmo respeito;
 posicionar-se de maneira crítica, responsável e construtiva nas
diferentes situações sociais, utilizando o diálogo como forma de mediar
conflitos e de tomar decisões coletivas;
 conhecer características fundamentais do Brasil nas dimensões
sociais, materiais e culturais como meio para construir progressivamente a
noção de identidade nacional e pessoal e o sentimento de pertinência ao
País;
 conhecer e valorizar a pluralidade do patrimônio sociocultural
brasileiro, bem como aspectos socioculturais de outros povos e nações,
posicionando-se contra qualquer discriminação baseada em diferenças
culturais, de classe social, de crenças, de sexo, de etnia ou outras
características individuais e sociais;
 perceber-se integrante, dependente e agente transformador do
ambiente, identificando seus elementos e as interações entre eles,
contribuindo ativamente para a melhoria do meio ambiente;
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 desenvolver o conhecimento ajustado de si mesmo e o sentimento de


confiança em suas capacidades afetiva, física, cognitiva, ética, estética, de
inter-relação pessoal e de inserção social, para agir com perseverança na
busca de conhecimento e no exercício da cidadania;
 conhecer e cuidar do próprio corpo, valorizando e adotando hábitos
saudáveis como um dos aspectos básicos da qualidade de vida e agindo com
responsabilidade em relação à sua saúde e à saúde coletiva;
 utilizar as diferentes linguagens - verbal, matemática, gráfica, plástica
e corporal - como meio para produzir, expressar e comunicar suas idéias,
interpretar e usufruir das produções culturais, em contextos públicos e
privados, atendendo a diferentes intenções e situações de comunicação;
 saber utilizar diferentes fontes de informação e recursos tecnológicos
para adquirir e construir conhecimentos;
 questionar a realidade formulando-se problemas e tratando de resolvê-
los, utilizando para isso o pensamento lógico, a criatividade, a intuição, a
capacidade de análise crítica, selecionando procedimentos e verificando sua
adequação.

A função social da escola é a de formar o aluno para viver em sociedade. Ela


interliga os conhecimentos com as vivências do aluno. Na escola o estudante tem a
oportunidade de aprender algo enquanto se socializa com outros indivíduos de
diversas idades, classes sociais, etnias e histórias, podendo viver o pluralismo, a
diversidade e as diferenças, todas no mesmo lugar, porém preparando-se para o
mundo e entendendo que em todas as circunstâncias é preciso ter respeito.
Em entrevista realizada para a Revista Pensar a Prática, Libâneo (1998)
referenda a importância da escola como espaço essencial de produção do
conhecimento na sociedade contemporânea. Propõe quatro objetivos para que a
escola de fato se consolide.

Eu venho propondo quatro objetivos para a escola de hoje. [...] eles formam
uma unidade [...]. O primeiro deles é o de preparar os alunos [...] para a vida
numa sociedade tecno-científica-informacional. [...] Para isso, é preciso
investir na formação geral, isto é, no domínio de instrumentos básicos da
cultura e da ciência e das competências tecnológicas e habilidades técnicas
requeridas pelos novos processos sociais e cognitivos. Na prática, refiro-me
a conteúdos [...] que propiciem uma visão de conjunto das coisas, capacidade
de tomar decisões, de fazer análises [...]. Em segundo lugar, proponho o
objetivo de proporcionar meios de desenvolvimento de capacidades
cognitivas e operativas, ou seja, ajudar os alunos nas competências do
pensar autônomo, crítico e criativo. Este é o ponto central do ensino atual,
que deve ser considerado em estreita relação com os conteúdos, pois é pela
via dos conteúdos que os alunos desenvolvem a capacidade de aprender [...].
O terceiro objetivo é a formação para a cidadania crítica e participativa. As
escolas precisam criar espaços de participação dos alunos dentro e fora da
sala de aula em que exercitem a cidadania crítica. [...] O quarto objetivo é a
formação ética. É urgente que os diretores, coordenadores e professores
entendam que a educação moral é uma necessidade premente da escola
atual. Não estou pregando o moralismo [...] Estou falando de uma prática de
gestão, de um projeto pedagógico [...] que programe o ensino do pensar
sobre valores. [...] Em resumo, eu proponho investir na capacitação efetiva
para empregos reais e na formação do sujeito político socialmente
responsável. (LIBÂNEO, 1998 b, p. 4-5).
19

O autor destaca que a função da escola é a de preparar seus alunos para os


desafios da vida, não apenas para a vida profissional, mas para desenvolver e
exercitar as potencialidades críticas, pois além de exercitar a mente, um aluno em
ambiente escolar, com uma gestão que vise objetivos diversificados pode
proporcionar autonomia em várias esferas da vida do aluno.
Considerar o papel social da escola na formação do aluno significa entender
que é fundamental para as crianças, pois busca educá-las e transformá-las em
indivíduos capazes de viver em sociedade. Isso implica dizer que ela tanto trabalha
os aspectos físicos, quanto os socioemocionais como: responsabilidade,
autoconhecimento, disciplina, empatia, pensamento crítico, autoconfiança,
autocontrole e outras questões, independente da classe que pertença, todos podem
se exercitar. Aprender a prática de exercícios físicos é tão importante para a saúde
quanto o conhecimento.
20

3. A ALFABETIZAÇÃO DAS CRIANÇAS NO CONTEXTO PANDÊMICO: desafios


e possibilidades para os pais e escola.
Em geral, existem alguns desafios na educação dos filhos e na relação entre
família e escola, todavia, o início do ano de 2020 foi bem diferente, porque o mundo
agora haveria de lidar com a presença de um vírus perigoso e altamente transmissível,
o novo Coronavírus (Covid-19). E exatamente pelo grande índice de disseminação
mundial do vírus, a Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou no dia 11 de
março de 2020 o estado de pandemia.
Com isso, houve a necessidade de intervenção governamental através de
legislação específica para orientar a população sobre as medidas de segurança com
a intenção de promover a contenção da disseminação do novo vírus. E como ação
principal voltada à proteção da população, o isolamento social foi proposto. E para
que o isolamento efetivamente acontecesse, a determinação foi para fechar as áreas
públicas para impedir aglomerações, além de conscientização da população a
respeito de simples hábitos de higiene que se tornaria algo muito importante, a ponto
de salvar a vida, tais como: lavar as mãos, a utilização de álcool gel para desinfecção
e uso de máscaras em público.
O governo precisou intervir por meio de legislação específica para orientar a
população a tomar medidas de segurança para promover a contenção da propagação
do novo vírus. No intuito de proteger a população, foi proposto o isolamento social, ou
seja, para conter aglomerações de pessoas e a disseminação do vírus, além de
hábitos de higiene como: lavar as mãos, uso de álcool em gel e o uso de máscaras
em público. Com esse acontecimento, totalmente atípico, as pessoas precisaram
permanecer em suas casas, e portanto, necessitaria de uma adequação a todas as
tarefas relacionadas a trabalho, lazer, alimentação, educação diante da nova
realidade. A partir de então, as aulas presenciais foram suspensas totalmente durante
um período, devido a essa suspensão e ainda por tempo não definido, o Ministério da
Educação-MEC foi instruído a autorizar as instituições de ensino a substituir as
atividades escolares presenciais por aulas remotas, enquanto a pandemia continuar,
pois esta forma surgiu para que os estudantes sem aprendizagem.
E devido à pandemia do covid-19, os pais estão sendo mais exigidos para que
assumam essa responsabilidade de acompanhar seus filhos mais de perto, pois nesse
momento requer um apoio mais intenso. Tanto a escola quanto os pais enfrentam
desafios nunca vistos, isso porque alfabetizar já é um processo, ou seja, com etapas
21

a ser seguido e agora a escola monitora tudo de longe e entrega grande


responsabilidade aos pais para juntos conseguirem alfabetizar.
O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), sob a Lei 8.069, assegura os
direitos das crianças e adolescentes, trata dos deveres e responsabilidades da família,
sociedade e Estado para garantir as condições necessárias para que a criança tenha
acesso, permaneça na escola e se desenvolva plenamente. Para isso é exigido um
trabalho coletivo, na qual as incumbências tratam que:
Art. 54. É dever do Estado assegurar à criança e ao adolescente:
I - ensino fundamental, obrigatório e gratuito, inclusive para os que a ele não
tiveram acesso na idade própria;
II - progressiva extensão da obrigatoriedade e gratuidade ao ensino médio;
III - atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência,
preferencialmente na rede regular de ensino;
IV – atendimento em creche e pré-escola às crianças de zero a cinco anos
de idade; (Redação dada pela Lei nº 13.306, de 2016)
V - acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pesquisa e da criação
artística, segundo a capacidade de cada um;
VI - oferta de ensino noturno regular, adequado às condições do adolescente
trabalhador;
VII - atendimento no ensino fundamental, através de programas
suplementares de material didático-escolar, transporte, alimentação e
assistência à saúde.
§ 1º O acesso ao ensino obrigatório e gratuito é direito público subjetivo.
§ 2º O não oferecimento do ensino obrigatório pelo poder público ou sua
oferta irregular importa responsabilidade da autoridade competente. § 3º
Compete ao poder público recensear os educandos no ensino fundamental,
fazer-lhes a chamada e zelar, junto aos pais ou responsável, pela frequência
à escola.
Art. 55. Os pais ou responsável têm a obrigação de matricular seus filhos ou
pupilos na rede regular de ensino. (BRASIL, 1990, p. 44 )

Crianças e adolescentes precisam ter seus direitos garantidos de forma


prioritária, pois trata-se de uma condição peculiar para seu desenvolvimento. Nesse
momento de crise é ainda mais importante o engajamento da família para que a
alfabetização aconteça, pois a família é a base para auxiliar nessa parceria, visto que
é necessário esse caminhar juntos, porém, nessa fase primordial de alfabetizar é
ainda mais desafiador, pois cada um tem seu papel e se faz necessário trabalharem
de comum acordo, pois o contexto atual requer ainda mais engajamento da família
para que a alfabetização aconteça.
Dada as instruções, um dos problemas é a falta tempo dos pais para assumir
esse papel de elaborar recursos, brincadeiras, realizações de atividades e ter toda a
habilidade que o professor se preparou para trabalhar em sala de aula. O novo chegou
de repente e desestabilizou professores, pais e alunos, contudo a educação não pode
22

parar e um novo modelo de ensino foi sendo instalado e, dessa vez, proporcionando
mais trabalho para escola e família, porém a parceria se fez ainda mais necessária.
Para os pais que sabem ler, é importante ajudarem no processo de
alfabetização mesmo de casa, vale seguir algumas dicas tais como: ler histórias e
livros para os filhos desde cedo, pois intensifica o incentivo à leitura. Os brinquedos e
jogos, livros, quebra-cabeças também são ferramentas estratégicas que ajudam as
crianças a aprenderem de uma forma divertida. Isso só demonstra o quanto esse
diálogo entre família e escola é tão importante, sobretudo agora. É fundamental que
pais busquem junto à escola a melhor forma de contribuir para a educação dos filhos,
mesmo que provisoriamente em casa. No entanto, pais analfabetos também podem
ser participativos, como por exemplo: indo à escola para saber como está o
rendimento do seu filho, atendendo as solicitações da escola, solicitando ajuda de
pessoas que auxiliem nas tarefas de seu filho são atitudes que demonstram
comprometimento com o ensino, além da contação de histórias e brincadeiras, visto
que analfabeto é capaz, dotado de experiências.
A interação familiar traz contribuições desde o nascimento da criança, pois é a
primeira socialização que possuem contato, isso significa que, a família faz parte
desse meio e quando se trata dos fatores cognitivos e psicológicos, destaca-se como
uma das maiores influenciadoras. Como afirma Vygotsky “a formação cognitiva de
cada sujeito vai corresponder às influências do meio social em que o sujeito está
inserido”, (1991).
Assim, o sistema educacional necessita dessa integração dos pais, pois sua
função é muito importante ao repassar para seus filhos valores éticos e morais,
ajudando na formação da personalidade, desenvolvendo equilíbrio psicológico, afetivo
e cognitivo da criança, assegurando que se transforme em cidadão do bem. E é
através dessa colaboração que os alunos se tornarão críticos para analisar, refletir e
serão participativos na sociedade.
Por meio dessa temático foi possível visualizar a situação atual de professores
frente ao ensino remoto na pandemia, ou seja, trata-se de algo nunca antes visto, mas
que também demonstra todo afinco de professores comprometidos com a educação.
Por meio desse tema muitas dificuldades foram encontradas, visto que enfrentam
dificuldades com as ferramentas digitais, porém muito enriquecedor descobrir os
obstáculos enfrentados por profissionais da educação que não permitem que o
conhecimento fique estagnado.
23

Durante a pandemia a desigualdade social na educação foi evidenciada e isso


é público e notório, pois ainda há muitos alunos sem condições de participarem do
ensino remoto, aos alunos sem acesso à internet, a escola tem se engajado traçando
estratégias como as atividades impressas e que, em alguns casos, precisam ser
levados até a residência da criança e tirando as dúvidas sobre os conteúdos, sempre
respeitando as normas técnicas da saúde.
A correria do dia a dia tem prejudicado o acompanhamento dos filhos e não é
apenas no período pandêmico, no entanto, esse momento tem pedido um apoio maior,
mesmo que a família deixasse antes a maior parte das responsabilidades a cargo da
escola, hoje é visível o descontentamento de pais/responsáveis achando que estão
fazendo muito mais do que deveriam por seus filhos.
A alfabetização é o processo pelo qual as crianças se apropriam do ensino e
da aprendizagem, principalmente na leitura e na escrita, mas esse processo não
ocorre apenas na escola. Os educadores e pais devem estar atentos às dificuldades
que se apresentam nessa fase para poder identificar suas causas. Para superar as
dificuldades de aprendizagem na alfabetização é preciso entender a origem delas e
estabelecer uma comunicação com a escola, já que é fundamental para elaborar as
melhores estratégias.
Existem muitas razões pelas quais um aluno pode apresentar dificuldades de
aprendizagem na alfabetização como a dislexia, discalculia e também o desinteresse
por parte dos responsáveis, ou seja, não ter um acompanhamento que viabilize essa
aprendizagem. Na alfabetização, diversos fatores de dificuldades de aprendizagem
podem estar relacionados, portanto, apenas um olhar individualizado e um tralhado
em parceria, como uma equipe (pais, professores e profissionais que cuidam dos
filhos fora da escola) podem determinar a causa dessa dificuldade. A falta dessa
parceria traz muitos prejuízos ao aprendizado, porque os alunos sem apoio, sem
estímulo e sem acompanhamento dos pais podem apresentar dificuldades na
alfabetização. Crianças sem o auxílio dos responsáveis têm a aprendizagem rompida
e é preciso sempre criar novas possibilidades de reintegrá-las no contexto de
aprendizagem da turma e na rotina de atividades.
Outro ponto importante é a educação familiar. Na escola, logicamente são
exploradas as atividades educativas, as questões em relação à boa convivência, o
respeito ao outro, respeito aos espaços coletivos, mas a educação das crianças é
responsabilidade dos pais.
24

A escola necessita construir parcerias com os pais de seus alunos para o


desenvolvimento da trajetória na alfabetização. Falar a mesma língua, ter a grande
meta de juntos fazer tudo o que for possível para alfabetizá-los. Faz –se necessário
que a família tome uma posição de assumir o seu papel e não apenas no período
pandêmico, mas em todo o tempo assumam o compromisso de acompanhar seu filho,
visto que quando família e escola estão juntas, as chances de sucesso na
aprendizagem dos alunos são muito maiores.
25

4. PARCERIA FAMÍLIA E ESCOLA

O envolvimento dos pais na educação dos filhos é de extrema importância e


deve ser constante e responsável, sobre isso, Parolin (2007, p. 36) relata que “A
qualidade do relacionamento que a família e a escola construírem serão
determinantes para o bom andamento do processo de aprender e de ensinar do
estudante e o seu bem viver em ambas as instituições”. Isso porque ambas exercem
suas funções e contribuições para que o resultado alcançado seja a resposta dessa
relação.
O contexto familiar e escolar deve seguir o mesmo caminho, ao mesmo tempo
em que se fortalece o relacionamento entre eles, a fim de alcançar melhores
resultados no desenvolvimento do ensino e aprendizagem dos filhos/alunos. Logo, é
de família é essencial para trabalhar em conjunto com a escola, pois essa relação traz
resultados positivos, podendo resultar em princípios facilitadores para o ensino
aprendizagem da criança e um melhor desenvolvimento emocional e intelectual.

[...] tanto a família quanto a escola desejam a mesma coisa: preparar as


crianças para o mundo; no entanto, a família tem suas particularidades que a
diferenciam da escola, e suas necessidades que a aproximam dessa mesma
instituição. A escola tem sua metodologia e filosofia para educar uma criança,
no entanto ela necessita da família para concretizar o seu projeto educativo
(PAROLIN, 2003, p.99)

Conforme o que afirma o autor, existe a necessidade de estabelecer uma


parceria da família com a escola, pois a escola não deve funcionar isoladamente, ela
necessita de apoio para a melhoria no desempenho da criança e ambas funcionam
como colaboradoras para alcançar o desenvolvimento, ou seja, é através de uma
parceria que será possível um bom desempenho.
Uma ligação estreita e continuada entre os professores e os pais leva, pois a
muita coisa que a uma informação mútua: este intercâmbio acaba resultando
em ajuda recíproca e, frequentemente, em aperfeiçoamento real dos
métodos. Ao aproximar a escola da vida ou das preocupações profissionais
dos pais, e ao proporcionar, reciprocamente, aos pais um interesse pelas
coisas da escola chega-se até mesmo a uma divisão de responsabilidades
[...] (PIAGET, 2007, p.50).

Ainda sobre a importância da aproximação família e escola, Piaget (2007)


explica que o início desta relação intrinsecamente envolvida entre família e escola
deve vir da própria escola, porque alguns pais não foram instruídos sobre as
características de desenvolvimento cognitivo e psicológico de seus filhos, por isso é
26

difícil participar da vida deles. A escola precisa da ajuda dos familiares, pois com o
apoio deles, o foco de ambas se equipara.
Porém, a escola não é único lugar de aprendizagem da criança, sua casa
também é um espaço muito importante de aprendizagem. A relação de parceria entre
família e escola proporcionam o desenvolvimento da inteligência das crianças com
mais qualidade. Além disso, essa parceria é uma ótima maneira de otimizar
significativamente o desempenho escolar do seu filho, visto que o lar será uma
extensão da sala de aula, o que permitirá que ela aprenda cada vez mais, pois as
crianças devidamente estimuladas no ambiente familiar ficarão mais ativas, curiosas,
focadas e ávidas pelo saber. Se a abordagem oposta for adotada, onde pais ignoram
ou negligenciam a ajuda a suas crianças na aprendizagem, a família poderá criar
obstáculos ao longo da vida.
Ao promover atividade em casa a família participa do aprendizado e é
fundamental ajudar as crianças com as tarefas escolares, pois isso além de envolver
a família, facilita o desenvolvimento da criança e torna o processo de aprendizagem
mais eficiente.
Quando os pais participam ativamente do ambiente escolar e das atividades
diárias dos filhos, os alunos se sentem apoiados, reconhecidos e mais seguros, e
ficam mais motivados para aprender. A família e a escola são as principais referências
dos alunos, bem como a base de sua formação acadêmica e de humanidade.
Portanto, família e escola precisam trabalhar juntas para se apoiarem, visto que, sem
a escola, a família não pode atender às necessidades educacionais e, sem a família,
as escola não pode fornecer todo o suporte emocional que as crianças precisam para
se desenvolverem.
Famílias e escolas trabalham juntas na educação de crianças e jovens para
dar-lhes o apoio e incentivo necessários para que possam se desenvolver plenamente
e atingir seu pleno potencial. Vale lembrar que, para isso, é imprescindível a parceria
entre família e escola, portanto, é necessário envolver os familiares no cotidiano
escolar.
É fundamental que se entenda que pais e professores assumem lugares
distintos e cumprem funções diferentes, porém complementares, na
educação das crianças. Para isso, é importante criar entre família e escola
um espaço de acolhimento, ajuda e aprendizado mútuo de estratégias
produtivas e eficazes na educação de jovens e crianças. (Dowling, 1996;
Silveira, 2007).
27

A ideia de que escola e família devem andar juntas não é nova, mas quando o
assunto é participação, sempre causa discussão, pois em muitos casos, a educação
dos filhos acaba sendo terceirizada para a escola. Quando a vida escolar dos filhos é
do interesse dos pais, há uma participação efetiva e a aprendizagem é facilitada, isso
porque os apoio dos pais transmite segurança, além disso, quando a escola tem um
relacionamento amigável com a família as dificuldades são apresentadas pelos
responsáveis e focam no melhoramento, através de conversa e orientações.
Esse apoio também é evidenciado quando a família participa de reuniões e tem
a oportunidade de conversar com coordenadores e professores visando sempre o que
pode melhorar o seu desempenho do aluno.
Destaco que o papel da família na formação e nas aprendizagens das
crianças e jovens é ímpar. Nenhuma escola por melhor que seja, consegue
substituir a família. Por outro lado, destaco também que a função de escola
na vida da criança é igualmente ímpar. Mesmo que as famílias se esmerem
em serem educadoras, o aspecto socializador do conhecimento e das
relações não é adequadamente contemplado em ambientes domésticos.
(PAROLIN, 2008, p.01).

O autor é enfático em afirmar as responsabilidades das partes no envolvimento do


processo de aprendizagem da criança, não podendo uma substituir a função da outra, já que
as duas são necessárias, pois se complementam. Além do mais, é preciso entender que a
educação não é responsabilidade restrita da escola, assim como não se limita aos
muros da instituição. Toda a sociedade, escola, família e outros ambientes estão
envolvidos no desenvolvimento humano.
Dessa forma, a contribuição dessa pesquisa aborda a importância da família
no andamento da vida escolar, demonstrando a contribuição da participação
família/escola em caminhar juntas para o desempenho de qualidade no processo de
alfabetização.
28

5. MATERIAL E MÉTODO

5.1 Tipo de pesquisa


O método utilizado para esta pesquisa baseia-se nos tipos de pesquisa
bibliográfica, exploratória e descritiva, e utiliza métodos qualitativos e quantitativos.
Quanto à pesquisa bibliográfica Marconi e Lakatos (2011, p.166) ilustram a finalidade
dessa forma de pesquisa, quando afirma: Sua finalidade é colocar o pesquisador em
contato direto com tudo que foi escrito, dito ou afirmado sobre determinado assunto,
inclusive conferencias seguidas de debates que tenham sido transcritos por alguma
forma, quer publicadas, quer gravadas (MARCONI e LAKATOS, 2011, P. 166). Nesse
contexto, o escopo desta pesquisa precisa se aprofundar nos temas selecionados por
meio da pesquisa acima, como uma importante ferramenta para enraizar e fixar pontos
relevantes.
A pesquisa exploratória descritiva visa familiarizar as pessoas com o fenômeno
em estudo, para que uma perspectiva global seja possível, e explicá-lo com a maior
precisão possível. Em relação aos procedimentos técnicos, esta pesquisa é
classificada como pesquisa de campo, pois conforme Marconi e Lakatos (2011) a
pesquisa de campo “consiste na observação de fato e fenômenos tal como ocorrem
espontaneamente, na coleta de dados a eles referentes e no registro de variáveis que
se presume relevantes, para analisa-los” (MARCONI; LAKATOS, 2011, p 69).
Portanto, a pesquisa de campo começa pela observação de fatos e fenômenos que
ocorrem na realidade e pela coleta de dados relevantes. Por fim, a análise e
interpretação desses dados com base em fundamentos teóricos inclui os objetivos de
compreensão e interpretação. Problema de pesquisa.

5.2 Caracterização da escola campo


A pesquisa ocorreu na Unidade de Ensino Fundamental José Romeu Neto,
localizada na Avenida 02, s/n, Cohab I, município de Bacabal, escola pertencente à
rede pública municipal de ensino, no período de 26 de maio e 02 de junho, ano 2021,
realizadas nas quartas-feiras, que é o dia da semana em que os pais comparecem à
escola para receberem e devolverem as atividades de seus filhos, no entanto, vale
enfatizar que para realização dessas entrevistas foram obedecidas as recomendações
da OMS, com utilização de máscara de proteção, higienizando as mãos com álcool
em gel 70% e o distanciamento mínimo de 1,5 m. A escola dispõe de dez salas, sendo
29

duas de cada: 1º ano, 2º ano, 3º ano, 4º ano e 5º ano, com funcionamento nos dois
turnos, matutino e vespertino. A missão da referida escola está pautada na oferta de
educação de qualidade, que promova a superação de qualquer forma de exclusão por
razões intelectuais, religiosas, econômicas, sociais, físicas ou culturais, além de ter
como visão o intuito de ser uma instituição de ensino comprometida com a formação
cidadã que contribua, através de sua ação educativa, para a valorização ambiental,
social e a formação integral do aluno. Seus valores são: ética, respeito às diferenças,
valorização do próximo, criatividade, solidariedade, compromisso, trabalho
compartilhado e companheirismo. O calendário escolar anual é estabelecido pela
Secretaria de Educação – SEMED, repassada para as gestoras em reuniões e em
seguida ela comunica ao corpo pedagógico da escola. Atualmente a escola é dirigida
por Tereza Dayara Brito Silva (diretora geral) e conta no quadro do corpo de
profissionais com uma coordenadora pedagógica, 4 auxiliares de serviços gerais, 3
auxiliares de secretaria, 3 vigias, 10 professores e tem um corpo discente de 275
alunos.

5.3 Instrumentos e coleta de dados


Para a realização deste estudo iniciou-se a coleta de dados na qual se utilizou
como instrumento a observação participante e o questionário aplicado com 03 (três)
docentes e 7 (sete) pais/responsáveis, contendo perguntas abertas, respeitando os
aspectos éticos e assegurando a garantia de sigilo e privacidade da identidade dos
entrevistados. Ressalta-se que a observação é o registro de padrões de
comportamentos de pessoas, para se informar melhor sobre o tema em questão. No
que trata sobre a observação participante, Marconi e Lakatos (2011, p. 79) declara
que “é onde o pesquisador entra em contato com os membros do grupo pesquisado e
participa das atividades normais do mesmo”. O questionário utilizado proporcionou à
esta pesquisa aspectos importantes, tendo em vista que o público-alvo são docentes
do 1º e 2º ano do ensino fundamental, bem como pais e responsáveis das mesmas
turmas já mencionadas. De acordo com Gil (2011, p.121), “o questionário é uma
técnica de investigação composto por um conjunto de questões que são submetidas
a pessoas com o propósito de obter informações”. Desse modo, a escolha do
questionário como um instrumento para coleta de dados se deu por possibilitar uma
maior sistematização dos resultados obtidos, tornando mais fácil o processo de
análise e processamento de dados.
30

5.4 População e amostra


A população deste estudo é composta por profissionais do corpo docente da
escola e por pais/responsáveis. Neste universo se desenvolveu a pesquisa com uma
amostra de 3 (três) professoras e 7 (sete) pais/responsáveis. Isso nos remete ao
pensamento de Gil (2007) quando insinua que a “amostra é uma porção ou parcela
convenientemente selecionada do universo; é um subconjunto do universo
(população) por meio do qual se estabelecem ou se estimam as características desse
universo”.

5.5 Análise dos dados


Na aplicação da entrevista com os professores foram feitas questões abertas
para ter uma visão mais detalhada da situação que estão vivenciando e na sequencia
segue as respectivas respostas. Os dados obtidos nos questionários realizados com
os pais foram organizados, analisados e interpretados a partir de gráficos em forma
de pizza 3D e cálculos estatísticos de porcentagem no programa Microsoft Word 2010.
Assim, baseando-se nos aspectos desta pesquisa, a análise dos dados auxilia
especificamente para a compreensão das questões formalizadas e interpretação dos
dados dessa investigação, o que tornou possível construir um banco de informações
a serem analisadas.
31

6. RESULTADOS E DISCUSSÕES

Neste capitulo se propõe apresentar e discutir as informações obtidas por meio


dos questionários aplicados com 3 (três) docentes e 7 (sete) pais da Unidade de
Ensino Fundamental José Romeu Neto, localizada Na Avenida 02, s/n, Cohab I, na
cidade de Bacabal/MA. Sendo organizados de forma discursiva as respostas dos
docentes para possibilitar uma melhor explanação e em forma de gráficos os
resultados obtidos pela coleta de pais/responsáveis, analisando-os a luz das teorias
discutidas na fundamentação teórica do estudo.

6.1 Análise dos questionários aplicados com professores


1. Você acha que a participação da família na escola é importante?
As representações destas professoras ficaram focadas no aspecto pedagógico
inerente ao processo de mediação, conforme se pode observar em alguns
depoimentos:
“Sim, porque sem o apoio dos pais acompanhando o aluno, incentivando-o para
fazer as atividades, o processo de ensino aprendizagem será menos eficaz”.
(docente 01)
“Sim, muito importante”. (docente 02)
“Com certeza, a família é de suma importância na vida escolar do seu filho e
acompanhamento na escola, pois o ensino aprendizagem envolve a família e a escola
como um todo”. (docente 03)

2.Como deve ser essa participação?


“Motivando o aluno a ler e escrever, visitando a escola para saber das
avaliações, falar das dificuldades e avanços do filho nas tarefas”. (docente 01)
“Acompanhando os filhos nas atividades e dando total apoio”. (docente 02)
“Em conjunto, em parceria”. (docente 03)

3.Atualmente, os pais se queixam de falta de tempo?


“A realidade é essa, pais se queixando de falta de tempo, situações de estresse,
entre outros”. (docente 01)
“Sim”. (docente 02)
32

“Sim, principalmente o momento que estamos vivenciado (pandemia)”.


(docente 03)

4. Com o episódio da pandemia pela covid-19, qual é a importância da


família nesse contexto de aulas remotas?
“A importância da família neste episódio ficou mais intensificada, porque o
aluno está passando 24 horas em casa, os pais/responsáveis devem manter o ritmo
do processo de aprendizagem”. (docente 01)
“Tendo responsabilidade para com seus filhos”. (docente 02)
“Com a covid-19 estamos impossibilitados de nos reunirmos, por esta razão a
família é de suma importância nesse processo educativo”. (docente 03)

5. O processo de alfabetização pode prosseguir durante a pandemia?


“Parcialmente, sim. O processo de alfabetizar é essencialmente presencial, o
alfabetizadfor deve estar muito próximo do aluno”. (docente 01)
“Sim”. (docente 02)
“Sim”. (docente 03)

6. Como a família pode colaborar para que a alfabetização aconteça?


“Apresentando letras e números desde cedo para as crianças, aplicando
atividades de reforço para formação de palavras, frases e textos”. (docente 01)
“Ajudando seus filhos”. (docente 02)
“Com acompanhamento, participação, tempo disponível dos pais”. (docente
03)
7. Pais com pouca escolaridade podem participar da educação dos filho?
Como?
“Sim, educar um filho não depende de escolaridade. A educação não se
restringe aos muros da escola”. (docente 01)
“Sim, colocando no reforço”. (docente 02)
“Sim, buscando meios que possa contribuir no processo ensino aprendizagem”.
(docente 03)

8. Quais são os principais resultados trazidos pela participação dos pais?


“Melhor rendimento nas avaliações dos alunos”. (docente 01)
33

“Alguns muito bom, outros regular”. (docente 02)


“Comportamento, disponibilidade nas atividades propostas”. (docente 03)

9. Uma criança com pais participativos terá melhores resultados do que


outra com pais indiferentes ao processo escolar?
“Com certeza, porque os pais são o norte para um futuro promissor dos filhos”.
(docente 01)
“Com certeza”. (docente 02)
“Com certeza é notório o desenvolvimento. O pai que procura saber sobre a
relação dos filhos com as professoras, escola, acompanhamento em sala de aula,
esse aluno vence qualquer desafio nas matérias repassadas”. (docente 03)

10. Você acha que o rendimento escolar dos seus filhos depende de:
( )Professor ( ) Pais/Responsáveis ( ) Escola e Família
Justifique.
“Escola e família. A professora planeja conteúdos e estratégias para o processo
de ensino aprendizagem ser eficiente, mas os pais podem propiciar momentos de
leitura e estudos para fixação desses conteúdos”. (docente 01)
“Escola e família. Se escola e família andam juntas as crianças terão bons
resultados”. (docente 02)
“Escola e família. Os dois têm que andar juntos”. (docente 03)

11. De que forma os diretores e professores podem estimular a


participação dos pais?
“Ligando para os pais para saber das dúvidas ou das atividades”. (docente 01)
“Chamando para conversar com frequência”. (docente 02)
“Diversos estudos apontam a importância de uma boa relação entre pais,
professores, diretores, enfim, a escola, por isso devemos fortalecer essa parceria”.
(docente 03)

A entrevista com os docentes denotou dificuldades na eficiência do ensino


remoto comparado à aprendizagem em sala de aula, além de ser um grande desafio
para alunos, pais, professores e equipe pedagógica.
34

Em meio ao ensino remoto, os docentes têm se reinventado para alcançar os


estudantes e possuem dificuldades, pois é grande a preocupação com seus alunos,
visto que nem toda família tem o interesse de ir à escola receber e entregar as
atividades, ficando a cargo da escola entregar esse material para que eles possam
acompanhar os conteúdos e muita das vezes a direção necessita ir até a casa dos
alunos, seguindo todos os cuidados do protocolo dado pela Organização Mundial da
Saúde (OMS), tendo em vista a falta de comprometimento de alguns
pais/responsáveis.
Cordeiro (2020) afirma que “reaprender a ensinar e reaprender a aprender são
desafios em meio ao isolamento social na educação do país”. Hoje esse modelo
emergencial (ensino remoto) adotado pelo Brasil é considerado difícil e limitado e esse
modelo novo de ensinar exige adequação, no entanto, mostra uma nova forma de
ensino.
A partir dessas entrevistas é possível considerar que o ensino remoto ainda é
um grande desafio e essas entrevistas foram muito importantes, pois somente dessa
forma foi possível entender o que o professor tem enfrentado para que o processo de
alfabetização aconteça, tornando sua casa em sala de aula, com utilização de internet
que nem todas as vezes é de qualidade, mas ainda assim estando sempre à
disposição da escola e família, objetivando a parceria que objetiva o aprendizado.
Esse momento serve para uma visão de valorização do trabalho do professor, que
precisou se reinventar para que fosse possível manter o processo de ensino
aprendizagem por esse canal que, muitas das vezes, não condiz com a realidades de
todas as famílias.
Para os professores, torna-se praticamente impossível seguir com o
aprendizado, e mais especificamente com a alfabetização sem que haja o apoio da
família, visto que em todo tempo é essencial, porém, o momento requer ainda mais
essa participação efetiva, com leitura, realizações de atividades e um
acompanhamento de perto, pois os pais estão em contato direto com os filhos e
podem ajudar a desenvolverem o processo de leitura e escrita.
Os docentes frisaram a grande importância da colaboração dos pais e os
resultados colhidos exatamente dos alunos que possuem esse acompanhamento,
pois é notório verificar aqueles que possuem melhor rendimento escolar estarem
diretamente atrelados ao cuidado que os pais possuem com a educação dos filhos,
além de serem unânimes que o quesito que atribui esse bom resultado está
35

diretamente ligado à parceria entre escola/família, pois a família que participa


ativamente do processo de aprendizagem das crianças, está colaborando para o
crescimento e o desenvolvimento escolar, ângulo de fundamental importância na sua
formação.
Todos os professores afirmam que constantemente ouvem reclamações dos
pais, no entanto, a falta de tempo é a questão mais comum que utilizam para justificar
os motivos de não poderem acompanhar constantemente seus filhos, incorrendo de
forma negativa no desenvolvimento deles.
Quando se trata de como a família pode colaborar com a alfabetização, os
docentes confirmam que o simples fato de apresentar letras e números desde cedo
ajudam a criança a ir se familiarizando, além de acompanhar de perto tudo o que for
repassado pelos professores, também proporciona a progresso. Sobre a participação
de pais com pouca ou nenhuma escolaridade, a sugestão é que busquem ajuda de
alguém mais próximo e solícito que possa sanar as dificuldades, e que, se puderem,
coloquem os filhos em um reforço, mas acima de tudo, que repassem o que sabem,
porque educar um filho não depende de escolaridade.
Quanto ao rendimento escolar e as reponsabilidades inerentes aos resultados,
escola e família foram escolhidas como parceiras para propiciarem esse
desenvolvimento, enquanto professores planejam estratégias e executam, pais
participam dessas atividades mesmo estando em casa e todos andam juntos, em
cooperação, pelo mesmo objetivo, pelo desempenho satisfatório.
Para os docentes, diretores e professores podem propiciar uma boa parceira
conversando com os pais, ligando para saber das dúvidas, das atividades e assim,
fortalecendo essa parceria, pois mesmo reconhecendo a importância dessa união,
muitas instituições de ensino ainda encontram dificuldades para engajar os pais na
rotina e nas atividades escolares.
36

6.2 Análise dos questionários aplicados com os pais/responsáveis

Gráfico 1. Distribuição percentual acerca do grau de importância dado à


Educação.

Pais/Responsáveis

100%

Fonte: Pesquisa de campo, 2021.

De acordo com o gráfico 1, todos os pais/responsáveis responderam que


consideram a Educação como uma ferramenta importantíssima, visando o
crescimento e as oportunidades futuras.
As respostas dessa pergunta está visivelmente ligada às oportunidades que os
pais perderam ou se quer tiveram para obterem êxito na vida profissional, todavia
possuem um olhar de esperança para um futuro promissor de seus filhos através da
educação.
37

Gráfico 2. Distribuição percentual acerca da pais/responsáveis que tiveram


acompanhamento na infância.

Pais/Responsáveis

14%

43%
3 Pais/responsáveis
3 Pais/responsáveis
43%
1 Pai/Responsável

Fonte: Pesquisa de campo, 2021.

Conforme o gráfico 2, indica que 43% corresponde a 3 pais/responsáveis que


não tiveram acompanhamento na infância, 43% corresponde a 3 pais/responsáveis
que tiveram esse acompanhamento e 14% que nem sempre tinha alguém para
auxiliar. Nesse sentido, percebe-se a relevância desta pesquisa com esses
responsáveis, embora os resultados estejam balanceados tanto para quem obteve
algum auxílio, quanto para quem não teve nenhum, tudo isso denota na possibilidade
de serem adultos que sintam a necessidade de ajudar seus filhos porque tiveram essa
ajuda, como pode proporcionar um desinteresse de responsáveis que ficaram aquém
e por isso mesmo não manifestam muita preocupação.
38

Gráfico 3. Distribuição percentual acerca da quantidade de filhos estudando.

Pais/Responsáveis

17%

50% 3 Filhos

33% 2 Filhos
1 Filho

Fonte: Pesquisa de campo, 2021.

Em conformidade com o gráfico 3, foi constatado que a maioria corresponde a


50% que são 3 crianças estudando, enquanto que 33% têm 2 filhos e 17% apenas
um. Sendo assim e diante do que foi colhido nas entrevistas, é interessante frisar que
quanto mais filhos possuem, menos tempo terão e essa justificativa é muito presente.
Segundo o Censo de 2010 realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE), a Região Nordeste é a segunda com maior número de filhos por
mulher no país, ficando atrás apenas da Região Norte. Esses números dizem muito
sobre as dificuldades de acompanhamento dos filhos, já que há mais esferas
envolvidas nesse desenvolvimento, como as dificuldades financeiras que podem
interferir no progresso educacional.
39

Gráfico 4. Distribuição percentual acerca das dificuldades no ensino remoto.

Pais/Responsáveis

17%

50% Sem tempo

33% Sem habilidade


Sem Internet

Fonte: Pesquisa de campo, 2021.

O gráfico 4 se aplica às dificuldades encontradas pelos responsáveis mais


especificamente em 50% como falta de tempo, 33 % se dizem sem habilidades para
contribuir com o processo de alfabetização e 17% justifica a falta de internet como seu
maior problema.
Com relação à participação ou não dos pais nas atividades da escola
Szymanzki (2003), afirma que:
[...] sua condição de famílias trabalhadoras dificulta um acompanhamento
mais próximo do trabalho acadêmico das crianças. Sua baixa escolaridade
também dificulta esse acompanhamento. Mas, mesmo assim, muitas
demonstram boa vontade e colaboram [...] Szymanzki (2003, pág. 68)

O autor confirma que a falta de tempo realmente dificulta e é um dos fatores


que prejudica o acompanhamento dos alunos, contudo, a baixa escolaridade ou às
vezes nenhuma, não impedem de ajudarem. Partindo dessa afirmação cito um caso
real de uma entrevistada, na qual não possui estudo, nem transporte e nem internet à
disposição, porém anda alguns quilômetros para receber e devolver as atividades de
seus filhos na escola, pede ajuda à filha mais velha para alfabetizar o filho mais novo
e quando consegue algum valor através de trabalho de reciclagem consegue colocar
créditos em seu celular (que é compartilhado para as três crianças) para que
40

continuem os estudos, um exemplo de boa vontade para que a vida acadêmica dos
seus filhos se desenvolva.
Gráfico 5. Distribuição percentual acerca do rendimento escolar dos filhos ter
relação com a parceria da família e escola.

Pais/Responsáveis

100%

Fonte: Pesquisa de campo, 2021.

De acordo com o gráfico 5, todos os pais/responsáveis entrevistados


responderam com unanimidade que veem a parceria da família e da escola como
propulsoras para a aprendizagem.
Segundo PERREIRA (2002):
Devido à ausência da família na escola, existem pais que geralmente exige
muito mais do professor, sem perceber que são pessoas que interferem na
aprendizagem de seus filhos, porque o conhecimento é transmitido através
da educação coletiva dentro da realidade escolar. (PERREIRA, 2002, p.13).

O autor é bem claro quanto a divisão de responsabilidades, visto que não é


apenas sobre o professor que recai esse dever, mas também os pais devem participar
da educação dos filhos. Esse acompanhamento é necessário para garantir o processo
de aprendizagem, pois esse processo de escolarização funciona mutuamente, ou
seja, tanto escola quanto família tem papel de mediadoras e responsáveis pelo
desenvolvimento almejado. Quando a criança começa a frequentar a escola, é
indispensável a ajuda da família, pois se iniciam as exigências e um aprendizado
41

sistemático, o que acaba cobrando mais da criança e com isso, necessitando da


presença da família em seu auxílio.
Gráfico 6. Distribuição percentual acerca de melhorias para o desempenho do
filho.

Pais/reponsáveis

14%

Ajudar mais
14% 43% Colocar no reforço
Ter tempo
Ter intenet

29%

Fonte: Pesquisa de campo, 2021.

No gráfico 6, analisou-se a respeito de como os pais podem contribuir na


aprendizagem dos seus filhos, 43% afirmaram que necessitam ajudar mais para que
o desenvolvimento seja ainda melhor, 29% disseram que uma forma de ajudarem
seria se pudessem colocá-los em um reforço escolar, 14% afirmaram que precisam
organizar seu tempo para dar melhor assistência e 14% disseram que precisariam ter
internet à disposição para conseguirem auxiliar do jeito que deveriam.
As famílias que dispõe de uma condição financeira melhor, na maioria das
vezes, praticam outra forma de colaboração e apoio aos estudos dos seus filhos.
Essas famílias ajudam os filhos na realização dos tarefas de casa e no estudo,
recorrendo, muitas vezes, a professores particulares, visto que acham mais viável
pagar para que sejam acompanhados por pessoa com experiência na área de
educação, além de não terem muito tempo para realizarem esse acompanhamento
de perto, o que não deixa de ser um apoio, mesmo que se apresente como uma
espécie de terceirização.
42

CONSIDERAÇÕES FINAIS

É sabido que durante a pandemia a educação adotou o ensino remoto, isso


por causa do distanciamento que trouxe diversas mudanças significativas. E em meio
a esse cenário depara-se com a situação da Educação, que não focou no problema,
mas nas possibilidades de aprendizagem, visto que nenhuma formação atribui
plenitude de conhecimento, pois a aprendizagem é sempre contínua.
Por meio da pesquisa bibliográfica e de campo, constatou-se que a família e a
escola desempenham um papel importante no processo de ensino dos alunos. E
através desse estudo foi possível compreender o papel da família na formação dos
intermediários sociais. Os resultados colhidos constataram que a família é vital para o
desenvolvimento da escola, e junto com a família pode se tornar uma instituição
potencial para o desenvolvimento do processo educacional e consolidação do ensino
e aprendizagem. Ambas são instituições formadoras do sujeito na sociedade e,
portanto, possuem grande responsabilidades na realização desses e de outros
aspectos que podem ajudar na formação intelectual e moral do indivíduo.
Com isso, vivenciadas as experiências diversificadas, nota-se uma união de
esforços atribuídas à escola, família e investimentos governamentais para que a
educação seja acessada por todos. Fica evidente que os professores estão se
desdobrando nesse período e tem mostrado como tem se reinventado, sendo assim,
o período em que ocorre esta pesquisa serviu para a certeza de que em todas as
situações existem estratégias e habilidades a serem executadas para que o aluno seja
alcançado.
Assim, a contribuição dessa abordagem propiciou ampliar a visão da
importância da família no andamento da vida escolar dos filhos, demonstrando a
necessidade dessa relação participativa entre família/escola em caminhar juntas para
o desempenho de qualidade no processo de alfabetização. Isso só comprova que, ao
estabelecer uma parceria entre família e escola, reconhecendo e respeitando o papel
de cada uma, tem contribuições muito significativas para o desenvolvimento dos
aspectos cognitivos, emocionais e morais das crianças. Vale ainda ressaltar que, na
fase de alfabetização requer ainda mais dessa colaboração, visto que o objetivo maior
é a obtenção da leitura e da escrita que serão a base de todas as demais fases da
vida do estudante.
43

Dessa forma, fica claro como as crianças com acompanhamento dos pais têm
um desempenho muito melhor na educação escolar se comparado às crianças sem
essa supervisão. Percebe-se a necessidade de aumentar a conscientização das
pessoas sobre a importância das famílias nas escolas e como ela responde ao ensino
e à aprendizagem das crianças, afirmando dessa forma a grande contribuição dessa
parceria entre família e escola no desenvolvimento dos alunos.
44

REFERÊNCIAS

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em: https://www.fazeducacao.com.br/post/comunicacao-familia-escola-em-tempo-de-
isolamento-social. Acesso em 10.jun.2021.

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30.set.2020.

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http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/BNCC_EI_EF_110518_versaofinal_sit
e.pdf. Acesso em 26.out.2020.

BASSEDAS, Huguet, Marrodan, Olivan, Planas,Rosseli, Seguer e Villela. Intervenção


e Diagnóstico Psicopedagógico. São Paulo, Artmed.2009.

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2007.

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p. 39-64.

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http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm. Acesso em:
30.set.2020.

BRASIL. Lei no 8.069, de 13 de julho de 1990. Dispõe sobre o Estatuto da


Criança e do Adolescente e dá outras providências. Diário Oficial da
República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 16 jul. 1990. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8069.htm. Acesso em 04.jul.2021.

BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares


Nacionais. Brasília, MEC/SEF, 1997.

Como alfabetizar? Disponível em https://www.clarissapereira.com.br/como-


alfabetizar/ Acesso em 12.out.2020.

Como os pais podem apoiar a alfabetização em casa? Disponível em


https://institutoneurosaber.com.br/como-os-pais-podem-apoiar-a-alfabetizacao-em-
casa/. Acesso em 28.jun/2021.

CORDEIRO, Karolina Maria de Araújo. O Impacto da Pandemia na Educação: A


Utilização da Tecnologia como Ferramenta de Ensino. 2020.
45

DIAS, Maria Luíza. Vivendo em família. São Paulo: Moderna, 2005.

Escola, Conhecimento e Formação de Pessoas: Considerações Históricas.


Disponível em: https://seer.ufrgs.br/index.php/Poled/article/download/45662/28843.
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LIBÂNEO, José Carlos. Perspectivas de uma pedagogia emancipadora face às


transformações do mundo contemporâneo. Revista Pensar a Prática, Goiás, v. 1,
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MARCONI, Marina de Andrade; LAKATOS, Eva Maria. Metodologia do trabalho


científico: procedimentos básicos, pesquisa bibliográfica, projeto e relatório,
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OMS – Organização Mundial de Saúde Medidas preventivas. Disponível em:


https://www.paho.org/pt/covid19. Acesso em 01.jul.2021.

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https://jornadaedu.com.br/praticas-pedagogicas/alfabetizacao-no-ensino-remoto/.
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Fundamental Dr. Almir Gabriel, Trairão-PA. Disponível em:
http://www.faculdadedeitaituba.com.br/pdf.php?id=63&f=tcc%20rosinlado%20oficial.
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PAROLIN, Isabel. As dificuldades de aprendizagem e as relações familiares. Livro


da 5ª Jornada de Educação do Norte e Nordeste. Fortaleza, 2003.

PAROLIN, Isabel. Professores formadores: a relação entre a família, a escola e a


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46

PAROLIN, Isabel. Relação Família e Escola: Revista atividades e experiências.


Positivo, 2008.

PIAGET, Jean. Para onde vai à educação. Rio de Janeiro. José Olímpio, 2007.

Relação família-escola: peculiaridades, divergências e concordâncias no


processo ensino-aprendizagem. Disponível em:
https://educacaopublica.cecierj.edu.br/artigos/15/24/relao-famlia-escola-
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SPODEK, Bernard; SARACHO, Olívia N. Ensinando crianças de 3 a 8 anos. Porto


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SZYMANZKI, Heloisa. A relação família/escola: desafios e perspectivas.


1ºreimpressão. Brasília, Plano Editora: 2003.

Teoria de Vygotsky: como os alunos aprendem? Disponível em:


https://jornadaedu.com.br/praticas-pedagogicas/teoria-de-vygotsky/. Acesso em
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TIBA, Içami. Quem ama educa. São Paulo: Gente, 2002.

VIGOTSKY, L. S.; COLE, M. A formação social da mente: o desenvolvimento dos


processos psicológicos superiores. 6. ed. São Paulo: Martins Fontes, 1998.

VYGOTSKY, L. S. Pensamento e linguagem. São Paulo: Martins Fontes, 1987.


(Coleção Psicologia e Pedagogia).
47

APÊNDICES
48

APÊNDICE A – Questionário aplicado aos docentes

ENTREVISTA COM OS PROFESSORES


Instituição: U.E.F. José Romeu Neto – Escola da rede municipal da cidade de
Bacabal/MA - 1º ano do Ensino Fundamental

Professor(a): ________________________________________________________
Turno: _____________________________________________________________

1- Você acha que a participação da família na escola é importante?


___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
2- Como deve ser essa participação?
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
3- Atualmente, os pais se queixam muito de falta de tempo?
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
4- Com o episódio da pandemia pela covid-19, qual é a importância da família nesse
contexto de aulas remotas?
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
5- O processo de alfabetização pode prosseguir durante a pandemia?

___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
6- Como a família pode colaborar para que a alfabetização aconteça?

___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
7- Pais com pouca escolaridade podem participar da educação dos filhos? Como?
49

___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________

8- Quais são os principais resultados trazidos pela participação dos pais?


___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________

9- Uma criança com pais participativos terá melhores resultados do que outra com
pais indiferentes ao processo escolar?

___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________

10- Você acha que o rendimento escolar dos seus alunos depende de:
( ) Professor ( ) Pais/Responsáveis ( ) Escola e Família
Justifique.
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________

10- De que forma os diretores e professores podem estimular a participação dos pais?
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
50

APÊNDICE B – Questionário aplicado aos pais/responsáveis

ENTREVISTA COM OS PAIS/RESPONSÁVEIS


Instituição: U.E.F. José Romeu Neto – Escola da rede municipal da cidade de
Bacabal/MA - 1º ano do Ensino Fundamental
Responsável: ________________________________________________________
Parentesco: _________________________________________________________
Grau de instrução: ____________________________________________________
Profissão: ___________________________________________________________

1- Qual a importância da educação?


___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
2- O que a escola representa para você?
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
3- Quando você era criança havia alguém que lhe acompanhava nas tarefas? Como
isso interferiu no seu aprendizado?
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
4- Quantos filhos você tem estudando?
___________________________________________________________________

5- O rendimento escolar de seu filho(a) é:


( ) Satisfatório ( ) Insatisfatório

6- Seu filho é auxiliado nos estudos? ( ) Sim ( ) Não. Por quem?


___________________________________________________________________

7- Com o episódio da pandemia pelo COVID-19 o que mudou nos estudos do seu
filho?
___________________________________________________________________
51

___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
8- Você acha que é possível prosseguir a alfabetização nesse novo modelo de ensino?
Quais as maiores dificuldades para ajudar seu filho?
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________

9- Você acredita que esse rendimento escolar é resultado da parceria da família e da


escola? Justifique.
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________

10- O que você poderia fazer para melhorar o desempenho do seu filho? E a escola?
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________

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