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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE TECNOLOGIA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA QUÍMICA

DISCIPLINA: Operações Unitárias com Sistemas Sólido-Fluido (DEQ0515)


DOCENTE: Katherine Carrilho de Oliveira

APOSTILA CARACTERIZAÇÃO DAS PARTÍCULAS


(2020.2)

INTRODUÇÃO

As partículas sólidas frequentemente processadas nas indústrias possuem tamanho


e formas variadas. Sabe-se que a forma dessas partículas interfere diretamente nos
fenômenos físicos e químicos que regem as interações entre as partículas e entre as
partículas e os fluidos que são importantes para o dimensionamento e avaliação dos
processos que envolvem esses sistemas. Essas partículas podem ser avaliadas
individualmente ou como uma população de partículas.

PROPRIEDADES FÍSICAS E MORFOLÓGICAS

Dentre as propriedades físicas e morfológicas relacionadas às partículas sólidas


pode-se citar a massa específica (ou densidade), porosidade e área superficial, tamanho
de partícula e forma. Quando se trata de uma população de partículas pode-se acrescentar
permeabilidade, distribuição de tamanhos de partículas e diâmetros estatísticos.
MASSA ESPECÍFICA/DENSIDADE
A massa específica e a densidade expressam a razão entre a massa de um corpo
sobre o seu volume. A massa específica (𝜇) é um valor sempre constante que depende
apenas da natureza do material, já a densidade (𝜌) depende do volume ocupado pelo
corpo. Dessa forma, se tivermos um material homogêneo no qual todo o volume é
ocupado pela substância a massa específica é igual a densidade (para líquidos e gases
densidade e massa específica se tornam sinônimos, mas para sólidos a densidade pode ser
bem distinta da massa específica). Se tivermos um material no qual o volume ocupado
por ele não esteja totalmente preenchido temos que a massa específica é diferente da
densidade.
Dessa forma podemos escrever as Equações 1 e 2 para a massa específica e
densidade dos sólidos, respectivamente.
!"##"
𝜇 = $%&'!( *" !"+,-. #ó&-*" (1)
!"##"
𝜌 = $%&'!( $-#í$(& (2)

Sendo o volume visível (volume total) o volume da matriz sólida (efetivamente


preenchido pela substância que compõe o sólido) mais o volume de vazios (poros). O
volume da matriz sólida é o volume efetivamente preenchido pela substância (sem
vazios), ou seja, é o volume total menos o volume de poros.
Nas aplicações práticas que envolvem sistemas particulados, costuma-se supor
que o material possui densidade uniforme e que a densidade não depende do tamanho da
partícula (partículas pequenas, médias e grandes teriam hipoteticamente a mesma
densidade).
Para partículas com geometria conhecida pode-se utilizar o volume geométrico
para o cálculo da densidade. Para partículas não porosas muito pequenas ou com
geometria desconhecida pode-se utilizar a picnometria ou método de Arquimedes. Esse
método se baseia no volume de líquido deslocado, devido a presença das partículas
sólidas, como estimativa do volume dos sólidos e o valor obtido é conhecido como
densidade relativa. Pode ser realizado utilizando-se uma vidraria específica que é o
picnômetro ou pode-se utilizar apenas uma proveta. Para partículas porosas pode-se
calcular uma densidade aparente que consideraria o volume total (incluindo os poros) e
uma densidade real (que se aproxima da massa específica) no qual o volume considerado
seria apenas o ocupado pelo sólido (excluindo os poros).
POROSIDADE
A porosidade é definida como sendo a fração de vazios existente numa amostra
com massa e volume definidos. Como vimos a porosidade também está relacionada à
densidade das partículas uma vez que um sólido mais poroso (com maior fração de
vazios) é, em geral, menos denso que um sólido menos poroso. Pode ser avaliada a
porosidade do sólido e a porosidade entre sólidos (intergranular). Os poros podem ser
fechados, vazios ou obscuros (Figura 1).
Figura 1. Classificação dos poros.

Poros fechados

Poros vazios

Poros obscuros

Fonte: Adaptado de Cremasco, 2014.

Para a porosidade do sólido são contabilizados apenas os poros abertos (obscuros


e vazios) e para a porosidade intergranular é utilizado o volume dos interstícios entre os
grãos.
Segundo a IUPAC os poros podem ser classificados de acordo com o tamanho
em:

- Microporos (de 0 a 2 nm)

- Mesoporos (de 2 a 50 nm)

- Macroporos (de 50 a 7500 nm)

- Megaporos (maior que 7500 nm)

A porosidade pode ser relacionada com a densidade aparente e a massa específica


de acordo com a Equação 3.
1!"#$%&((%)%&) 2
𝜀= 1+%+",(!$&í!.,)
=1−3 (3)

Para as medidas de porosidade pode-se utilizar a picnometria a gás que consiste


na avaliação da variação de pressão de um gás inerte numa câmara com volume conhecido
contendo o sólido. Admitindo-se comportamento de gás ideal tem-se que a variação de
pressão é proporcional ao volume ocupado pelo gás na câmara. Ao se adicionar o sólido
a pressão aumenta uma vez que o espaço disponível para o gás reduz. Com isso, ao se
adicionar um sólido poroso o gás irá ocupar apenas os poros disponíveis sendo assim, a
variação da pressão é proporcional ao volume de vazios da amostra. Nessa técnica, quanto
menor o tamanho da molécula do gás melhor (recomenda-se a utilização de gás hélio),
pois há uma maior probabilidade de o gás conseguir preencher todos os espaços vazios.
Com essa técnica é possível também, calcular a densidade real uma vez que, para sólidos
com geometria conhecida, pode-se calcular o volume total e subtrair do volume de poros
obtido na picnometria e, assim, calcular a densidade. É utilizada para materiais com
mesoporos e microporos.
Uma outra técnica utilizada na determinação da porosidade é a porosimetria por
intrusão de mercúrio. Essa técnica pode ser utilizada também para obtenção de dados
relacionados a distribuição de tamanhos de poros, área superficial e, assim como a
picnometria gasosa, densidade. Caracteriza-se por intrudir mercúrio na partícula sólida
aplicando diferentes pressões e avaliando o volume de mercúrio intrudido. Para cada
diâmetro de poro utiliza-se uma pressão e, dessa forma, consegue-se avaliar os tamanhos
e consequentemente a distribuição de tamanhos de poros. É utilizada para materiais que
possuem megaporos, macroporos e uma faixa de mesoporos já que o tamanho mínimo do
poro seria de 30 nm.

ÁREA SUPERFICIAL

É definida como sendo a área da superfície da partícula, que se encontra disponível


para a realização de trocas de calor e massa por exemplo, na unidade de massa ou unidade
de volume. Seria, então, todo o contorno da partícula incluindo os poros vazios e
obscuros.
Pode ser avaliada utilizando-se técnicas que consistem na adsorção de um
determinado soluto na superfície do material. Nessa técnica a quantidade do material que
é adsorvido fisicamente na superfície da partícula é proporcional à área superficial.

TAMANHO DE PARTÍCULA

Devido a dificuldade em se obter a caracterização de sólidos irregulares baseada


em dimensões lineares utilizam-se atribuições de tamanho às partículas de modo que seja
possível uma equiparação entre elas. Essas atribuições de tamanho são divididas em
diâmetros de esferas equivalentes e diâmetros médios.
Para os diâmetros de esferas equivalentes utiliza-se uma característica que seria
equiparável na partícula com formato irregular e na esfera equivalente. O primeiro que
será abordado, e mais utilizado, é o diâmetro da esfera de mesmo volume que a partícula
chamado de dp.
Para a obtenção de dp é necessário o conhecimento do volume da partícula (Vp)
para que seja calculado o diâmetro da esfera que teria o mesmo volume que a partícula.
Esse cálculo é realizado isolando-se o diâmetro na equação para o volume de uma esfera,
de acordo com a Equação (4).

" "#!
d! = # (4)
$

Se a partícula possuir formato geométrico conhecido pode-se calcular o seu


volume. Caso as partículas sejam muito pequenas pode-se avaliar o seu volume através
de técnicas por espalhamento de luz como é o caso da difração de raios laser. Também é
possível relacionar o volume da partícula ou de uma população de partículas com a
densidade. Dessa forma, pode-se utilizar a picnometria para um número conhecido de
partículas (N) e calcular o diâmetro médio volumétrico (Dp) através da Equação (5).

" "%!
D! = # (5)
$&' #

Em que mp é a massa das partículas sólidas.


Essa abordagem é utilizada quando é possível contar as partículas sólidas e para
partículas com tamanhos semelhantes.
Tem-se também o diâmetro da esfera de mesma área superficial que a partícula
(ds). Para isso é preciso conhecer a área superficial da partícula e utilizá-la na equação da
área superficial da esfera como apresentado na Equação (6).

)
d( = # $! (6)

Onde Sp é a área superficial da partícula.


O diâmetro da esfera cuja projeção plana tem área igual à da projeção da partícula
sobre uma superfície plana de apoio, na configuração mais estável (dA) necessita o
conhecimento da área projetada da partícula (Ap). Como sabe-se que a esfera sempre
projeta um círculo utiliza-se essa analogia para o cálculo de dA através da Equação (7).

*
d* = 2# $! (7)
Para obtenção da área projetada da partícula pode-se utilizar qualquer técnica que
permita a obtenção de imagens e o contorno pode ser calculado através de integração
numérica. A utilização de microscópios eletrônicos permite a obtenção de imagens com
alta qualidade
O diâmetro da esfera que passa sem folga por uma peneira e é retida pela peneira
)))# ) representa um diâmetro médio muito
seguinte da mesma forma que a partícula (𝑑
utilizado na engenharia química, já que o peneiramento é uma das técnicas mais utilizadas
na caracterização de partículas sólidas. Esse diâmetro médio é simplesmente representado
pela média aritmética (Equação 8) das aberturas das peneiras imediatamente superior
(𝑑⋕6 ) e imediatamente inferior (𝑑⋕7 ) que corresponde à peneira na qual a partícula ficou
retida. Se as aberturas das peneiras tiverem valores bem distintos utiliza-se a média
geométrica (Equação 9).
0 1
* 7*
𝑑̅⋕ = ⋕ 8 ⋕ (8)

𝑑̅⋕ = +,𝑑⋕6 × 𝑑⋕7 . (9)

As peneiras possuem padronizações para garantir a reprodutibilidade da operação


e o padrão de qualidade. Dentre as padronizações mais conhecidas tem-se o padrão Tyler
e o USSS (United States Sieve Series). O padrão Tyler introduziu um conceito muito
utilizado que é o de mesh de uma peneira. O mesh é um número que caracteriza a
quantidade de aberturas por polegada linear, sendo assim, uma peneira com mesh pequeno
tem-se uma maior abertura pois cabem menos aberturas por polegada linear.
Consequentemente, quando se tem uma peneira com mesh grande tem-se aberturas muito
pequenas pois cabem muitas aberturas por polegada linear. No anexo 1 tem-se a tabela
com os valores correspondentes para mesh, USSS, abertura e diâmetro do arame.
Pode-se calcular o percentual de área livre (P) para a passagem das partículas
utilizando-se as Equações (10) ou (11).
+$
P = (+-.)$ × 100 (10)

P = (O × M)0 × 100 (11)

Em que O é a abertura livre, D é o diâmetro do arame e M é o número de mesh. Na


Equação (11) a abertura livre deve ser em in e na Equação (10) a abertura e o diâmetro
podem ser utilizados em mm ou em in.
No peneiramento utilizado para caracterizar partículas em laboratórios, utiliza-se
um agitador magnético na base e as peneiras empilhadas de forma que, a peneira com a
maior abertura fique no topo seguindo em ordem decrescente até a menor abertura que
deve ficar na base seguida, por último, pelo fundo que não possui abertura. O
procedimento para a análise será descrito numa seção posterior da apostila.
Continuando com os diâmetros equivalentes tem-se ainda o diâmetro de Stokes
que representa o diâmetro da esfera que, constituída do mesmo material que a partícula e
sob as mesmas condições, tem a mesma velocidade terminal no regime de Stokes. A
velocidade terminal representa a velocidade máxima e constante que uma partícula sob
queda através de um fluido em repouso atinge. Para o cálculo desse diâmetro, é necessário
o conhecimento da velocidade terminal da partícula que será utilizada na Equação (12)
para o cálculo do diâmetro de Stokes tendo como base o campo gravitacional.
3456%,#%'
d(12 = # (12)
7('# 8')

Em que μ e ρ são a viscosidade e a densidade do fluido, respectivamente, vt,stk é a


velocidade terminal, ρs é a densidade do sólido e g é a aceleração da gravidade.
Como diâmetro médio de uma população de partículas utiliza-se, com certa
frequência, o diâmetro médio de Sauter que parte do pressuposto de que a relação
volume/superfície é a mesma para todas as partículas da amostra. É calculado utilizando-
se a distribuição de tamanhos da amostra segundo a Equação (13).
3
.( =
D ( (13)
∑+ )
),-: ;*)

Em que, xi é a frequência e di é o diâmetro correspondente.


FORMA DAS PARTÍCULAS
Na interação entre as partículas e um dado fluido, a forma da partícula influenciará
diretamente nos campos de forças atuantes entre eles. Essa forma leva em consideração a
área superficial da partícula já que partículas com maiores áreas superficiais terão maior
interação com o fluido do que partículas com menores áreas superficiais. Dessa forma,
tem-se dois fatores de forma principais que caracterizam as partículas, a esfericidade e a
circularidade.
Ambos são adimensionais e apresentam valores menores que 1 já que são
representados por uma razão entre medidas características das partículas. A esfericidade
leva em consideração o fato de que, para um dado volume, a forma esférica é a que tem
a menor área superficial, sendo assim a esfericidade (ϕ) representada pelas Equações (14)
e (15).
Á=>? A? (B!>=CíEF> A? >(C>=? A>
: ;
%>(%G 6GHB%> IB> ? !?=1íEBH?
ϕ≡ (14)
JÁ=>? A? (B!>=CíEF> A? !?=1íEBH?K

$A$!
ϕ= (15)
)!

A circularidade se baseia no fato de que o círculo é a forma geométrica plana que


possui o menor perímetro. Com isso, tem-se que a circularidade (χ) pode ser definida
conforme a Equação (16) e calculada utilizando-se a Equação (17).
!>=í%>1=G AG Eí=EBHG A> á=>?
: ;
F7B?H à A? !=GN>çãG A? !?=1íEBH?
χ≡ (!>=í%>1=G A? !=GN>çãG A? !?=1íEBH?)
(16)

.$A
χ = (!>=í%>1=G A? !=GN>çãG A? !?=1íEBH?) (17)

A circularidade está mais presente na engenharia química como um parâmetro


utilizado no controle de qualidade de partículas já que não está tão relacionada a área
superficial e consequentemente à interação partícula-fluido.

ESTATÍSTICA DE PARTÍCULAS
Para um conjunto de partículas que possuem a mesma densidade e a mesma forma
(grandezas não distribuídas) podem-se ter diversos tamanhos de partículas (grandeza
distribuída). Dessa forma, tem-se uma distribuição de tamanhos que é a representação
quantitativa das frequências de diferentes tamanhos na amostra total. Essa frequência
normalmente é mensurada utilizando-se frações mássicas no que chamamos de análise
granulométrica.
Na análise granulométrica utilizando o peneiramento são escolhidas normalmente
de 6 a 8 peneiras que são posicionadas em ordem decrescente (de cima para baixo) do
tamanho da abertura, sendo a última um fundo com abertura igual a zero. A primeira
peneira (maior abertura) deve deixar passar toda a amostra ou reter no máximo 10%.
O procedimento do peneiramento consiste em colocar uma quantidade conhecida
da amostra no topo do conjunto de peneiras e submete-las à agitação constante por um
período de tempo determinado. Após terminado o processo obtém-se a quantidade de
amostra que ficou retida em cada uma das peneiras do conjunto (através da pesagem) e
faz-se a análise por par de peneira representando com um símbolo de “–“ (menos) o mesh
no qual a amostra passou e com um “+” (mais) o mesh no qual a amostra ficou retida. O
)))# ) calculado através da média aritmética
diâmetro da amostra será o diâmetro médio (𝑑
entre as aberturas das peneiras (Equação 8). Os resultados são analisados em termos da
fração ponderal simples (xi) das partículas que ficaram retidas e das frações acumuladas
de retido (zi) e passante (yi). A fração acumulada de retido representa a fração da amostra
total que tem diâmetros maiores que o diâmetro da peneira em análise e a fração
acumulada de passante representa a fração da amostra total que tem diâmetros menores
que o diâmetro da peneira em estudo, isto é, ambas representam um somatório de frações
ponderais simples. A fração ponderal simples está associada a um diâmetro médio (ao par
de peneira) e as frações acumuladas estão associadas à abertura de cada peneira, sendo o
fundo associado a uma abertura zero.
A representação dos resultados normalmente é feita utilizando-se histogramas
para a frequência simples (Figura 2) e gráficos conjugados para as frequências
acumuladas (Figura 3).
Figura 2. Exemplo de histograma representando a distribuição de frequência
simples.

Fonte: Peçanha, R. P., 2014.


Figura 3. Exemplo de gráfico utilizado para representação das frequências
acumuladas.

Fonte: Peçanha, R. P., 2014.


Uma observação importante é que, para o histograma utilizam-se os pares de
peneiras e por isso o eixo x é dado por )))
𝑑# e para a distribuição acumulada utiliza-se para
7
cada peneira (eixo x em função da abertura de cada peneira 𝑑#- ), com isso, na distribuição
acumulada tem-se um ponto a mais que corresponde ao fundo.
A partir dessa análise granulométrica pode-se obter, também, distribuições de
tamanhos contínuas supondo que tanto o tamanho da partícula quanto a frequência são
variáveis contínuas. Para isso, transformam-se as distribuições discretas vistas
anteriormente para uma distribuição contínua que estaria considerando um número
infinito de peneiras.
Existem três modelos citados como clássicos para correlacionar os dados da
análise granulométrica, são eles: o modelo de Rosin, Rammler e Bennett (RRB), o de
Gates, Gaudin e Schuhmann (GGS) e o modelo Log-normal apresentados na Tabela 1.

Tabela 1. Modelos de distribuições granulométricas contínuas.


Modelos Equações
=
d9
y9 = 1 − exp 3− 4 7 8
RRB 𝐷:;,8
>
Linearizando: ln ;ln <>6? => = nln(d9 ) − nln(𝐷:;,8 )
2

d9 A
GGS y9 = @ A
𝐷>@@
Linearizando: log (𝑦- ) = mlog(d9 ) − mlog(𝐷>@@ )

1
y9 = [1 + erf (u)]
2
Log-normal ln(d9 ⁄DB@ )
u=
√2ln (σ)
C
2
erf(u) = S exp(−t 8 ) dt
√π @

Fonte: Adaptado de Cremasco, M. A., 2014.

Para o modelo de RRB tem-se como parâmetros o D63,2 e o n. O D63,2 representa


um diâmetro de partícula tal que 63,2% da massa total tem diâmetros menores que esse.
O n é adimensional e não possui significado estatístico. A verificação do ajuste pode ser
feita através do ajuste não linear ou utilizando-se a regressão linear.
Para o modelo GGS tem-se como parâmetros o D100 e o m. O D100 representa o
tamanho da partícula no qual 100% da amostra é menor, ou seja, é o maior tamanho
presente na amostra. O m é adimensional e não possui significado. Da mesma forma que
o RRB pode-se realizar um ajuste não linear ou a linearização para encontrar os
parâmetros do modelo.
O modelo Log-normal tem como parâmetros o σ, que é adimensional e o D50. O
D50 é a medida da tendência central da amostra representando um tamanho no qual 50%
da amostra é maior e 50% menor. A função erf(u) é a função erro de u proveniente do
estudo da distribuição normal de probabilidades e é do tipo sigmoide. O t é apenas uma
variável de integração que vai de 0 a u. A linearização desse modelo envolve o cálculo da
inversa da função erro (erf-1(2yi – 1)) que requer a utilização de métodos numéricos para
a resolução. Uma opção mais simples seria plotar os pares di e yi em papel log-
probabilidades e observar se os dados estarão sobre uma linha reta. Para a obtenção do
ajuste pode-se colocar uma escala homogênea paralela a escala de probabilidades
obtendo-se novos valores para yi e possibilitando a regressão linear. Esse método não é
tão utilizado em comparação aos demais, já que teve a sua origem na área de finanças.

REFERÊNCIAS:
Peçanha, R. P. Sistemas Particulados: Operações unitárias envolvendo partículas e
fluidos. 1. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2014.

Cremasco, M. A. Operações unitárias em sistemas particulados e fluidomecânicos.


2. ed. São Paulo: Blucher, 2014.
Anexo 1. Aberturas das peneiras e diâmetro do arame para a série Tyler e USSS.
Número da Peneira Número da Peneira Abertura Abertura Diâmetro do
(USSS) (Série Tyler/mesh) livre (in) livre (mm) arame (mm)
3 ⅟2 3 ⅟2 0,2200 5,5881 1,6510
4 4 0,1855 4,7121 1,6510
5 5 0,1558 3,9570 1,1176
6 6 0,1308 3,3226 0,9144
7 7 0,1106 2,8091 0,8280
8 8 0,0928 2,3561 0,8128
10 9 0,0773 1,9634 0,8382
12 10 0,0654 1,6613 0,8890
14 12 0,0547 1,3895 0,7112
16 14 0,0464 1,1780 0,6350
18 16 0,0390 0,9908 0,5969
20 20 0,0328 0,8337 0,4369
25 24 0,0276 0,7008 0,3581
30 28 0,0232 0,5890 0,3175
35 32 0,0195 0,4954 0,2997
40 35 0,0164 0,4168 0,3099
45 42 0,0138 0,3504 0,2540
50 48 0,0115 0,2930 0,2337
60 60 0,0098 0,2477 0,1778
70 65 0,0082 0,2084 0,1829
80 80 0,0069 0,1752 0,1422
100 100 0,0058 0,1480 0,1067
120 115 0,0050 0,1269 0,0965
140 150 0,0042 0,1057 0,0660
170 170 0,0035 0,0897 0,0610
200 200 0,0030 0,0755 0,0533
230 250 0,0025 0,0634 0,0406
270 270 0,0021 0,0538 0,0406
325 325 0,0018 0,0453 0,0356
400 400 0,0015 0,0381 0,0254
*Os valores em negrito representam a série padrão no qual o intervalo entre as aberturas (in) era
de √2. Para os valores intermediários (nova série) o intervalo entre duas aberturas (in)
!
consecutivas é de √2.

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