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1.1 Caixa
Esta conta enquadra-se na classe 1 - Contas de Meios Financeiros, que abrange os meios monetários da
empresa e os créditos que a empresa detém relativamente a terceiros. Devem considerar-se como Caixa os valores
em numerário, cheques e valores selados.
A conta Caixa é uma conta do Activo, pelo que se debita pelos aumentos ou seja os recebimentos e se
credita pelas diminuições ou seja pagamentos. Embora não directamente prevista no Plano, pode esta conta
subdividir-se em sub - contas destinadas a controlar mais eficazmente os meios monetários existentes. Por exemplo
quando existem diversas localizações da empresa, com necessidades de controlar o dinheiro nelas existentes. Por
Exemplo:
11. Caixa
11.1 Caixa Sede
11.2 Caixa Armazém
O saldo da conta Caixa é sempre devedor e corresponde ao dinheiro em cofre. Para efeitos de controlo
devem efectuar-se contagens no final do período contabilístico, cujo resultado deve ser comparado com o
respectivo saldo. As diferenças se existirem deverão ser investigadas.
Normalmente o dinheiro em Caixa está à guarda de um caixa ou tesoureiro que responde pela sua
integridade. Nestes casos a cada responsável deverá responder uma sub - conta para permitir este controlo.
Adicionalmente o próprio caixa ou tesoureiro deve dispor de um razão auxiliar onde registará detalhadamente todos
os recebimentos e pagamentos evidenciando, periodicamente, por exemplo no fim do dia ou semana, o respectivo
saldo que compara, para efeitos de controlo, com o dinheiro existente em cofre.
Estes razões auxiliares revestem normalmente a forma de folhas de caixa com dispositivos adequados às
necessidades particulares de cada empresa. As disposições mais vulgares são:
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Folha de Caixa em dispositivo bilateral
Corresponde ao dispositivo normal do razão ( em forma de tê ) já abordado anteriormente. No lado
esquerdo escrituram-se os movimentos a débito, saldo inicial e recebimentos e do lado direito os pagamentos.
Como se vê pelo exemplo apresentado a disposição bilateral, tem como principal inconveniente não
mostrar após cada movimento realizado o saldo da conta, ou seja o dinheiro existente no cofre. Esta limitação é
superada mediante a escrituração da folha de caixa em dispositivo vertical.
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Folha de Caixa com dispositivo vertical
Este dispositivo corresponde ao dispositivo da conta com colunas triplas, débito ( entradas), créditos
(saídas) e o respectivo saldo, sendo as colunas de datas, descrição de movimentos e numeração de documentos
únicos.
Caixa
Data Movimento Do Entrad Saída Saldo
c. a
2014
Jan. 1 Saldo do ano anterior 500.00 500.00
2 Compra de mater. 1 0 22.000 0
Escritório 2 5.000 478.00
Compra de selos 3 0
Vendas a dinheiro 4 50.000 10.000 473.00
Despesas de envio 5 100.00 0
encomenda 0 523.00
Depósito no Banco 413.00 0
Saldo para o dia seguinte 550.00 0 513.00
3 0 550.00 0
0 413.00
Saldo do dia anterior 413.00 0
0
413.00
0
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Folha de Caixa com disposição em escada
Corresponde a um dispositivo semelhante ao anterior mas em que todos os movimentos e o saldo aparecem
na mesma coluna com cálculo do saldo após cada operação:
Caixa
Data Movimento Doc. Valor
2014
Jan. 1 Saldo do Ano anterior 500.00
2 Compra de Material de escritório 1 0
22.000
Compra de Selos 2 478.00
0
Vendas a Dinheiro 3 5.000
473.00
Despesas de envio de 4 0
encomenda 50.000
5 523.00
Depósito no Banco 0
10.000
513.00
0
100.00
0
413.00
0
As folhas de controlo de caixa servem igualmente, muitas vezes como controlo inicial dos documentos a
serem lançados no Diário. Nesses casos as folhas de Caixa utilizadas são completadas com uma coluna adicional,
onde se inscreve a contrapartida de caixa e que será tomada como origem dos lançamentos a efectuar, servindo
como diário originário em especial no chamado sistema centralizador.
O aumento do volume das transacções provocado pelo aumento de dimensão das unidades económicas,
leva muitas vezes à necessidade de autonomizar completamente os movimentos de entradas em Caixa e os
movimentos de saída. No primeiro caso que se pode exemplificar com o que se passa nas grandes lojas a retalho,
por exemplo nos supermercados e hipermercados, os recebimentos são controlados através de caixas registadoras,
que são posteriormente centralizadas num Caixa Central. As entradas de fundos depois de devidamente
controladas, são depositadas nas contas bancárias da empresa, não chegando a haver qualquer registo na conta
Caixa, debitando-se directamente a conta de Depósitos a Ordem por contrapartida de Vendas.
Quando se utiliza uma folha de Caixa, e uma correspondente subconta para fazer unicamente pagamentos,
estamos normalmente utilizando o chamado Fundo Fixo de Caixa. Esta técnica de controlo de fundos de caixa
consiste na atribuição de uma determinada quantia fixa em dinheiro, ao responsável pelo caixa, que é calculada de
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acordo com os pagamentos que será necessário fazer num determinado período. O Caixa vai procedendo aos
pagamentos registando-os numa folha de caixa adequada normalmente de tipo vertical ou em escada. Quando o
fundo se encontra esgotado, procede-se ao apuramento do total dos pagamentos efectuados procedendo-se à
emissão de um cheque para levantamento da referida importância que será utilizada para repor o saldo de caixa
novamente no valor estabelecido para o fundo fixo, iniciando-se novo ciclo de pagamentos.
A folha de caixa e os documentos comprovativos dos pagamentos vão servir para efectuar os lançamentos
nas respectivas contas. Esta técnica permite mesmo que não se chegue a efectuar qualquer movimento na conta
Caixa, lançando-se os movimentos nas contas respectivas, por contrapartida da conta de Depósitos a Ordem pelo
valor correspondente ao cheque levantado. Neste caso a conta Caixa tem permanentemente um saldo igual ao
Fundo Fixo.
Uma prática adoptada muitas vezes, embora seja de evitar, consiste na retirada de dinheiro de caixa sem
proceder ao seu registo contabilístico, procedendo à sua substituição pelos chamados “vales”. Embora por vezes
necessária para retiradas momentâneas relacionadas com pequenas despesas, pelo tempo estritamente necessário
entre a saída do dinheiro para o pagamento e a obtenção do respectivo recibo, esta situação deve ser completamente
abolida para tratar adiantamentos ou empréstimos por tempos prolongados.
Nestes casos a saída do dinheiro deve ser registada creditando Caixa e debitando uma conta de terceiros,
geralmente a conta Outros Devedores, no âmbito da qual se deverá proceder nominalmente ao controlo do
adiantamento ou empréstimo.
Nos casos em que a entidade tenha necessidade de deter, mesmo momentaneamente, moedas e notas
estrangeiras e tal seja legalmente permitido, os respectivos valores devem ser separados das notas e moedas do
país, criando-se para isto uma subconta adequada Caixa - Moeda Estrangeira. As transacções com estas moedas
devem ser contabilizadas na moeda nacional ( meticais ) convertendo a moeda estrangeira ao câmbio do dia da
transacção. As diferenças resultantes entre as correspondentes entradas e saídas devem ser consideradas em
Diferenças de Câmbio na correspondente conta de Resultados. No final do ano as disponibilidades em moeda
estrangeira devem ser expressas no Balanço final do exercício ao câmbio que vigorar nessa data sendo a diferença
levada igualmente a Diferenças de Câmbio. Este procedimento é idêntico ao que se aplica às contas de Créditos e
Débitos, que será estudado mais detalhadamente quando tratarmos das contas respectivas.
1.2 Bancos
A conta 12. Bancos, abrange o registo dos meios monetários que a empresa dispõe à guarda, das entidades
bancárias (depositados) e que a empresa pode dispor através da movimentação das respectivas contas. De acordo
com a maior ou menor liberdade de movimentação, os depósitos bancários são classificados nas seguintes
subcontas:
12.1 - Depósitos à Ordem
12.2 - Depósitos com pré - aviso
12.3 - Depósitos a prazo
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As quais estudaremos mais detalhadamente nos pontos seguintes.
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Um formato muito utilizado para o controlo das contas de Depósitos à Ordem é a disposição em escada, em
tudo semelhante ao que vimos para a conta Caixa.
Os próprios Bancos, conhecedores da importância deste controlo fornecem folhas de controlo com este
formato quando fornecem os respectivos cheques.
A cada conta bancária aberta pela empresa, corresponde no banco uma conta de sinal contrário.
Periodicamente, o banco remete ao respectivo titular o extracto bancário, que deverá ser conferido, comparando os
seus movimentos e saldo respectivo com os registos internos. Em virtude do desfasamento entre os movimentos, o
saldo apresentado pelo banco e o existente na empresa normalmente não coincidem. Neste caso a diferença deve
ser justificada enumerando exaustivamente os movimentos que se encontram na escrita do banco e não se
encontram na escrita da empresa e vice-versa. Esta enumeração deverá ser efectuada num documento adequado
chamado Conciliação Bancária, que pode ser analisado no documento abaixo:
Conciliação Bancária
Conciliação Bancária em 31.12.99 Banco: BIM
Saldo apresentado pelo Banco 9.667.985.20
Todos os movimentos que não apareçam devido a erro ou omissão deverão ser corrigidos de imediato, só devendo
ficar em aberto aqueles cuja natureza o justifique, e que geralmente se reduzem a cheques emitidos e que ainda não
foram apresentados no banco.
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O saldo da conta de Depósitos à Ordem é normalmente devedor, e representa os meios monetários
disponíveis em depósitos no banco. No entanto por vezes o banco pode autorizar saques a descoberto utilizando-se
a conta de Depósitos à Ordem como conta de Empréstimo Bancário, apresentando saldo credor.
Quando tal situação se mantém no final do ano, quando se elabora o Balanço, o saldo credor deverá ser
transferido para a conta do Passivo Créditos bancários para meios circulantes (4311 de Curto Prazo).
Por vezes as contas de Depósitos à Ordem vencem juros. Quando tal sucede o montante dos juros
recebidos deve ser debitado na própria conta por contrapartida da conta Rendimentos e Ganhos Financeiros. No
caso dos descobertos bancários, os juros vencidos a pagar ao banco, são debitados na conta Gastos e Perdas
Financeiras, creditando-se a correspondente conta de Depósitos à Ordem.