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17 A 19 DE SETEMBRO,
NA EXPO CENTER NORTE
Rua E, stand E02
Das 13h às 20h
DOCUMENTOS NECESSÁRIOS
brinde
cadastro PARA RENOVAÇÃO CADASTRAL:
cooperado !
ATUALIZADO
Não se esqueça de levar os documentos
para a renovação!
Entrevista
Celebrando o
Especial
passado com o
olhar no futuro 07
30 anos
30 anos Inovação
construindo o AESabesp cria Polo
no Vale do Silício,
saneamento na Califórnia (EUA)
e lança iniciativa
ambiental
sustentável 06 durante o 30º
Encontro Técnico/
Fenasan 2019 09
Encontro
Técnico
Fenasan
Diretor relembra
início e destaca
Ecoeventus Conhecimento
novidades da edição e carreira
histórica 11
30 anos de
tecnologia
e inovação no setor 13 Consciência e
educação ambiental 14
Prêmio Jovem
Profissional 16
Artigo
Técnico
Panorama da
dinâmica tecnológica
e inovativa no setor
de saneamento básico
Vivências Linha do brasileiro 31
Tempo ETE-Compacta
como alternativa
Conheça o trabalho Especial 30 anos
20 para antecipação de
universalização em
de José Taniguti, um
locais distantes ao
dos fundadores da
17
Depoimentos 22 sistema integrado de
entidade
esgotamento sanitário 33
MBBR de poliuretano
enriquecida com
carbono (estudo de
caso) 38
Desafios e soluções
para a gestão de
lodo em estações de
tratamento 43
Ponto de vista Visão de futuro 9935 Smart plant: a
tecnologia em prol do
reaproveitamento de
Brasil tem papel
resíduos
fundamental
para garantir a
Tecnologia ajuda
a desburocratizar
de etes 45
sustentabilidade do licenciamento
planeta 26 ambiental 29
4 Saneas
30º Encontro
Técnico
AESabesp /
Fenasan 2019
ESPECIAL
300 ENCONTRO TÉCNICO
FENASAN 2019
“30 anos
construindo o
saneamento
ambiental
sustentável”
Os dias 17, 18 e 19 de setembro serão marcantes para a Associação dos
Engenheiros da Sabesp – AESabesp, que realizará pela trigésima vez
seguida seus dois principais eventos: o Encontro Técnico (Congresso
Nacional de Saneamento e Meio Ambiente) e a Fenasan (Feira
Nacional de Saneamento e Meio Ambiente). O maior encontro de
saneamento da América Latina será celebrado mais uma vez no
Pavilhão Branco do Expo Center Norte, em São Paulo/SP.
Celebrando o passado
com o olhar no futuro
N
Por Suely Melo esta entrevista, a presidente da AESa- que garantiriam a entrada de investimentos privados,
besp, Viviana Borges, destaca as novida- que se somariam aos públicos, destinados à universali-
des da edição especial e sobre a situação zação do saneamento. O setor carece de recursos finan-
do saneamento no país, os avanços e di- ceiros e de especialistas, sendo que a atratividade para
ficuldades e o papel do Encontro Técnico e da Fenasan capacitação técnica é decorrente das demonstrações cla-
neste cenário. ras de investimentos de médio e longo prazo, focando a
universalização do setor de saneamento brasileiro.
Saneas: Qual é a sua visão sobre o atual momen-
to do Setor de Saneamento no Brasil? Saneas: E neste contexto, qual a importância do
Viviana Borges: Embora alguns estados brasileiros Encontro Técnico AESabesp para o setor?
tenham modelo exemplar de gestão eficiente e sus- Viviana Borges: Primeiramente, o Encontro Técnico da
tentável rumo à universalização de água e esgoto, há AESabesp fomenta a troca de experiências entre os es-
de se considerar que o Brasil tem dimensões conti- pecialistas do setor, o que proporciona desenvolvimento
nentais. Ainda existem muitos brasileiros sem água técnico da área e atrai futuros profissionais, como estu-
potável e sem coleta e tratamento de esgoto. E há 77 dantes e recém-formados, vislumbrando oportunidades
milhões de pessoas impactadas pela falta de destina- de contribuir para as principais necessidades do setor.
ção adequada dos resíduos sólidos e pessoas sofrendo O congresso traz pessoas das mais diversas instituições
com dengue e outras doenças de veiculação hídrica. do Brasil inteiro para agregar informações aos temas
O setor de saneamento tem vivido discussões intensas, nas mesas redondas, com o propósito de construir o
principalmente em relação à alteração do Marco Legal melhor panorama do momento, buscando enxergar
do Saneamento Básico, que deve ser vista com bastante soluções para a universalização do saneamento. Além
cuidado, porque envolve a saúde e a qualidade de vida disso, o evento contempla os painéis institucionais, com
da população. Neste contexto, a AESabesp buscou ofere- técnicos nacionais e de fora do país, com o intuito de
cer o máximo de informações qualifi cadas para que seus apresentar as novas tecnologias e inovações do setor.
associados pudessem entender os riscos e defender a
universalização. A AESabesp entende que trouxe impor- Saneas: Este ano, o Encontro Técnico AESabesp e
tantes contribuições para esclarecer os associados, pre- a Fenasan terão sua 30ª edição, o que culminará
feitos, deputados e senadores sobre os riscos presentes em uma realização histórica. Como está sendo a
nas propostas de alteração do marco legal. Algum apri- construção do evento? Quais são as expectativas
moramento foi conquistado no PL 3261/2019 aprovado e os maiores desafios?
no Senado, antes do recesso parlamentar. Mas um novo Viviana Borges: O Encontro Técnico AESabesp e a Fe-
Projeto de Lei da Secretaria Executiva trouxe novamente nasan começaram a ser construídos com mais de um
questões já superadas. Um exemplo é o artigo que impe- ano de antecedência. O simples fato de termos que al-
de a prestação de serviços públicos de saneamento bási- cançar a meta do ano anterior já requer grande esfor-
co por entidade que não integre a administração do titu- ço. Neste ano, em especial, em função da edição dos
lar, realizado através dos conhecidos contratos programa 30 anos, a preparação tem sido intensificada e exigido
ou convênio ou termo de parceria. Em contrapartida, não maior participação dos nossos diretores, do corpo admi-
acrescentou pontos importantes, como os mecanismos nistrativo e da comissão organizadora. A expectativa é
enorme. Projetamos um crescimento constante do evento mesmo Saneas: Como você vê a participação do público jovem, como es-
em tempos incertos causados pela crise econômica, este ano, soma- tudantes, profissionais recém-formados e jovens profissionais,
da à instabilidade legal ou jurídica no setor de saneamento. em um evento desta magnitude e com tantos anos de história?
Viviana Borges: A sociedade precisa se conscientizar sobre a im-
Saneas: Considerando o tema central do evento “30 anos portância do setor de saneamento. Neste aspecto, o público jovem
construindo o saneamento ambiental sustentável “, como a tem a percepção mais aguçada, sendo assim, peça fundamental
programação está sendo pensada para contribuir no debate para a transformação e disseminação do valor do saneamento para
sobre as principais questões do setor? a saúde, qualidade de vida e prosperidade da população. A AESa-
Viviana Borges: A programação do evento se baseia nos qua- besp divulga o evento nas escolas e universidades e incentiva a par-
tros pilares fundamentais do saneamento: abastecimento de água, ticipação dos jovens profissionais com uma premiação, que neste
coleta e tratamento de esgoto, drenagem urbana e coleta e des- ano está na sua 6ª edição. O Prêmio Jovem Profissional seleciona
tinação final dos resíduos sólidos. Neste ano, teremos mais de 5 jovens estudantes ou recém-formados com idade até 30 anos, que
painéis e 12 mesas redondas, que discutirão temas como a própria apresentem trabalhos técnicos desenvolvidos acerca do tema meio
alteração do marco legal do saneamento, os desafios da regula- ambiente e saneamento ambiental (leia mais na página 16).
ção, segurança de barragem nos recursos hídricos e meio ambien-
te e saúde pública. Quanto às visitas técnicas, teremos três: na ETA Saneas: Qual é a importância, para as empresas, de participar
Vargem Grande, no CCO e na Central de Resíduos da Prefeitura. da Fenasan?
Em relação à Fenasan, a contribuição forte da AESabesp na fei- Viviana Borges: É fundamental a participação dos fornecedores
ra é a de disponibilizar um rol de tecnologias novas e consagra- e prestadores de serviços do setor de saneamento na Fenasan.
das com uma equipe técnica dos expositores, qualificada e bem Trata-se do maior evento de negócios em saneamento da America
disposta a interagir com os visitantes para oferecer as melhores Latina e onde tudo acontece: o que há de novidades do setor;
soluções práticas para os problemas nas diversas regiões do país. quais são as novas tecnologias nacionais e internacionais; além de
É uma feira que gera negócios, mas muito mais que isso, ela gera inovações em casos aplicados com sucesso e destaques mundiais.
desenvolvimento para o setor que vem a impactar a todos.
Saneas: Quais serão as inovações desta edição de 30 anos?
Saneas: Quais são os destaques para essa edição do Congresso? Viviana Borges: Estamos preparando diversas homenagens come-
Viviana Borges: Para comemorar a data especial, vamos dar inicio morativas aos 30 anos do Encontro Técnico e da Fenasan. Além dos
no 30º Encontro Técnico e Fenasan 2019 a uma obra que vai eternizar citados: palestra de inovação; lançamento do Polo Avançado da AE-
esta história. A forma escolhida pela AESabesp para narrar esta traje- Sabesp e do Compêndio e relatoria em todas as mesas redondas e
tória é por meio do Compêndio 2019 - “30 anos do Encontro Técnico painéis. O estande da AESabesp contará com uma área específica
e Fenasan”. A publicação resgatará a memória destes eventos, desde para divulgação dos cursos abertos oferecidos ao longo dos anos na
a sua criação até sua transformação nos dias atuais. Também farão sede da associação. Para destacar um deles, haverá a demonstração
parte do compêndio dados sobre os índices do saneamento a nível da bancada de transientes hidráulicos, trazida dos Estados Unidos,
nacional e propostas para ajudar na melhoria dos serviços de sanea- que foi utilizada durante o curso que fez muito sucesso, no primeiro
mento, abordadas nas mesas redondas e painéis durante os três dias semestre deste ano. O evento contará ainda com um novo espaço,
da edição de 2019, a partir das relatorias, que serão realizadas pela “Amigos da Água”, que vai ser palco de reuniões de especialistas
primeira vez este ano. Outra grande novidade desta edição é o lança- presentes no evento. A área do Campeonato de Operadores terá um
mento do Polo Avançado da AESabesp no Vale do Silício, na Califór- espaço que é o dobro do utilizado no ano passado, onde ocorrerão
nia (EUA) (leia mais na página 9). A AESabesp está focada na inovação 10 modalidades, inclusive com uma prova inédita chamada “integra-
para melhoria do setor e trará para falar sobre o tema um empreende- ção”. Os palestrantes das mesas redondas e autoridades serão pre-
dor brasileiro no Vale do Silício, que é a região mais desenvolvida no senteados com novos modelos dos famosos guarda-chuvas da AESa-
mundo no quesito inovação para o futuro da humanidade. Também besp, confeccionados especialmente para o evento. E pela primeira
serão lançados durante o evento outros Polos da Região Metropolita- vez, as passarelas da feira serão na cor azul (nos anos anteriores elas
na de São Paulo – RMSP: o Costa Carvalho, que se transformará nos eram vermelhas). E teremos ainda muitas surpresas que certamente
Polos Coronel Diogo, Centro e Costa Carvalho, e o MT. farão desta edição histórica um momento inesquecível.
8 Saneas
ESPECIAL
30 ANOS
C
Por Suely Melo om os olhos voltados para a inovação âmbito do planejamento estratégico da Diretoria da
no saneamento, a Associação dos Enge- AESabesp (gestão 2019-2021), cujo objetivo central é
nheiros da Sabesp – AESabesp instituiu ser uma impulsionadora de inovação no setor de sa-
no início de 2019 um Polo para tratar do neamento brasileiro.
tema e neste segundo semestre está avançando para A ideia, segundo Luis Felipe Macruz, coordenador
mais uma etapa: a criação do Polo Avançado no Vale de Inovação da entidade, é ter um braço com repre-
do Silício, na Califórnia, nos Estado Unidos - berço de sentação da AESabesp nesta área fora do Brasil. “O
grandes empreendedores em alta tecnologia e ideias Vale do Silício é um local estratégico quando se fala
visionárias que revolucionaram o mundo. A iniciativa, em inovação no mundo. É um grande ecossistema que
Luciano Bueno
Empreendedor brasileiro que conta com parceria do empreendedor e profissio- fomenta novas ideias, onde emergem oportunidades
radicado nos Estados Unidos,
com experiências em consultoria, nal do Vale, Luciano Bueno, será lançada neste mês de negócios fora dos ‘padrões´, rodeado de startups
empreendedorismo e venture de setembro, durante a edição especial de 30 anos do das mais diversas aplicações”, ressalta. E para dimen-
capital. É cofundador e CEO
da Horvath Co., startup de Encontro Técnico (Congresso Nacional de Saneamento sionar a importância da iniciativa, Macruz cita apenas
nanotecnologia têxtil, e está a
caminho de ser empreendedor e Meio Ambiente) e Fenasan (Feira Nacional de Sane- alguns, entre outros tantos, dos principais exemplos
serial. Participou do Shark Tank
Brasil e integra a seleta lista amento e Meio Ambiente). originários da região: Apple, Microsoft e NetFlix.
Forbes 30 Under 30.
O projeto do primeiro Polo internacional nasceu no Para dar andamento à proposta, foi montado um
grupo de trabalho, que é composto por Luis Felipe Macruz, pelos sociedade civil de interesse público”, completa.
ex-presidentes da AEsabesp, Reynaldo Young e Olavo Sachs, além O pontapé inicial rumo à construção de um ambiente de
do conselheiro Richard Welsch e Patrícia Goularth, coordenado- transformação da tecnologia voltada para um produto ou servi-
ra do Polo Costa Carvalho, em São Paulo/SP. Já foram realizadas ço inovador, segundo a presidente da AESabesp, foi a criação da
diversas reuniões e ações ao longo do ano para entender mais Coordenação de Inovação. Em seguida, veio a parceria com o em-
profundamente o contexto da inovação e startups no Brasil. “Pes- preendedor no Vale do Silício, que culmina em sua participação
quisamos e encontramos a oportunidade dessa parceria com o na edição de 30 anos do Encontro Técnico/ Fenasan. “O intuito
empreendedor Luciano nos Estados Unidos”, diz Luis Felipe. é favorecer nossos parceiros e, por consequência, colaborar com
No início do ano, Luciano Bueno veio ao Brasil e apresentou o desenvolvimento sustentável do saneamento”, diz Viviana. Ela
uma palestra sobre o universo da inovação e seu funcionamento inda reforça a afirmação de Luis Felipe Macruz sobre a questão
no Vale do Silício para o grupo que participou do planejamento das startups. “Faremos uma prospecção inicial e podemos partir
estratégico da AESabesp. para investir em startups que tragam soluções em saneamento no
De acordo com Macruz, o grupo está buscando parcerias com desenvolvimento de produtos e serviços de baixo custo, facilidade
universidades que têm cursos disponíveis no Vale para trazer ao de implantação e grande abrangência”, conclui.
Brasil e disponibilizar para profissionais da associação e do setor
em geral. “São cursos modernos voltados para inovação e em- Lançamento
preendedorismo. Eles são diferentes dos tradicionais, possuem A iniciativa será lançada em 18 de setembro (às 17h), segundo dia
uma modelagem diferenciada”, explica. “Queremos também do 30º Encontro Técnico AESabesp/ Fenasan 2019, que acontece de
que, por meio da AESabesp, possamos conectar empresas do se- 17 a 19 de setembro, no Expo Center Norte, em São Paulo/SP. Na
tor de saneamento, que tenham interesse ou necessidades com ocasião, Luciano Bueno ministrará uma palestra com o tema “Co-
startups que possam ajudar a resolver problemas ou impulsionar nexão AESabesp Brasil - Vale do Silício EUA: Inovação e Desafios”.
o crescimento dela”, complementa. “É um prazer fazer esta parceria com a AESabesp”, diz Luciano.
“Quis fazer parte disto desde o começo porque tenho muito sen-
Inovação e desenvolvimento sustentável so de give back, de dar de volta todo o conhecimento que tenho
A presidente da AESabesp, Viviana Borges, comenta a importân- adquirido aqui, com muito esforço, de alguma forma que possa
cia da iniciativa. “Com o mundo na sua dinâmica de transfor- contribuir com o nosso país”, declara.
mação, mudando cada vez mais rápido, é preciso inovar: pensar O desejo do profissional é que ele consiga ajudar outras pessoas
diferente, implantar as ideias para dar soluções aos problemas e a transformarem suas vidas por meio do que vê no Vale do Silício:
pensar em melhorias constantes”, destaca. inovação e empreendedorismo, entre outras coisas. “Estou fazendo
A engenheira enfatiza que a tecnologia a serviço do sanea- o meu máximo para auxiliar a AESabesp a ver mais de perto e enten-
mento sempre foi o forte da AESabesp. “Acreditamos que o setor der esta dinâmica de startups e interações com as grandes empre-
de saneamento traz saúde e melhor qualidade de vida para as sas. Este é só o começo, uma estratégia de início”, afirma Luciano.
pessoas e quanto mais a inovação trouxer soluções mais simples, “É algo que me satisfaz bastante. Fico até sem palavras porque é
convenientes e acessíveis melhor será para a sociedade”, enfatiza uma oportunidade de contribuir e também de aprender muito sobre
Viviana. “Assim, cumprimos nosso papel de uma organização da o que está acontecendo. Estou muito feliz!”, finaliza.
10 Saneas
ESPECIAL
30 ANOS
E
Por Suely Melo sta edição comemorativa dos 30 anos do da empresa para suprir uma deficiência. Existia a neces-
Encontro Técnico (Congresso Nacional de sidade de trocar informações, experiências e saber o que
Saneamento e Meio Ambiente) e da Fe- havia de mais moderno no mercado”, complementa.
nasan (Feira Nacional de Saneamento e Sobre fazer parte desta história, o engenheiro enfati-
Meio Ambiente) será repleta de atrações e atividades, za: “Sinto-me honrado. Tem sido gratificante acompa-
como conta Olavo Alberto Prates Sachs, que presidiu a nhar a evolução do evento”. Naquela primeira edição,
entidade entre 2016 e 2018 e é o diretor do congresso conta ele, foram apenas 14 trabalhos técnicos apresen-
em sua edição histórica. tados e 8 expositores. “Este ano, tivemos mais de 250
Engenheiro da Divisão de Planejamento, Gestão e trabalhos, que foram analisados e, após o filtro, 88 serão
Olavo Sachs
Desenvolvimento Operacional da Produção - MAGG apresentados. Temos mais de 200 expositores na feira.
Na AESabesp, foi coordenador da Sabesp e com uma trajetória de quase 16 anos na O crescimento foi muito grande - mesmo em meio à crise
do Polo Oeste (2003-2005) e
diretor cultural (2005-2012). Na associação (entrou em 2003, como bolsista), hoje,
gestão (2013-2015) respondeu
pela diretoria técnica. Olavo Olavo Sachs exerce o cargo de diretor cultural. Ele Evolução do evento
Sachs também é mestre
em Tecnologia Ambiental também preside a comissão responsável pela estrutu-
pelo Instituto de Pesquisas ração do Encontro Técnico.
Tecnológicas de São Paulo – IPT;
tem MBA em Administração “A edição de 30 anos é uma marca importante assim 1º Encontro 30º Encontro 1º Encontro 30º Encontro
para Engenheiros pelo Instituto Técnico Técnico Técnico Técnico
de Tecnologia Mauá; Pós- como resgatar a história de como tudo aconteceu, home- AESabesp AESabesp AESabesp AESabesp
graduado em Engenharia de
Segurança do Trabalho pela
Fundação Armando Álvares
nageando os pioneiros que idealizaram o Encontro Téc-
nico, realizado na gestão do Plínio Montoro”, diz Olavo.
8
Expositores
+200 14 +250
Expositores Trabalhos Trabalhos
Penteado – FAAP e graduado
Técnicos Técnicos
em Engenharia Sanitária pela “Ele teve a ideia de fazer um encontro dos profissionais
Pontifícia Universidade Católica -
PUC- Campinas.
DIA 17 DE SETEMBRO
Novidades
“Estamos procurando caprichar neste evento, os expositores mais fiéis ■■ Palestra Magna: Perspectivas do Saneamento
que estão conosco há um bom tempo serão homenageados e rece- Ambiental no Estado de São Paulo
berão um troféu especial em comemoração ao `Jubileu de Pérola´ do ■■ Segurança de barragem no setor de recursos
evento”, adianta Olavo. hídricos e saneamento
■■ Saneamento 4.0
Segundo ele, haverá mudanças no visual da feira. Os visitantes cir-
■■ Regularização fundiária e urbanização: uma
cularão por um carpete que será azul, em vez do vermelho habitual. questão de saneamento e saúde pública
A inspiração foi a Rio Water Week, realizada pela ABES, no Rio de ■■ Despoluição do Rio Pinheiros
Janeiro. “É uma coisa simples, mas que causará impacto. E está dentro ■■ A Nova Realidade para Efetivação dos
do contexto do saneamento e de nossa identidade visual”, explica. Empreendimentos da Sabesp, concedendo
aspectos da Lei 13.303/2016
Além disso, o estande da AESabesp “será maior e muito bonito”. O
■■ Atuação da CETESB na avaliação da
auditório será no formato de arena, como nas duas edições anteriores.
qualidade ambiental no Estado de São Paulo
“Os expositores gostaram do que foi feito no Congresso de 2017, pois - Bletem 2018 - Qualidade do Ar
há uma movimentação maior na feira, já que os congressistas obriga- ■■ Objetivos do desenvolvimento sustentável e a
toriamente têm que passar por ela. Incorporamos isso ao nosso evento interface com o saneamento
de 2018 e agora em 2019”, afirma Olavo Sachs. ■■ Biogás como Fontes renováveis e sustentáveis
de energia no setor de saneamento
A área destinada ao Campeonato de Operadores contará com 200m²,
■■ Saúde - reflexos do saneamento e poluentes
o dobro do ano passado e envolverá a Sabesp como um todo, ainda
ambientais
segundo Olavo. “Outras empresas também querem participar do cam-
peonato, mas não abrimos esta opção ainda”, diz. Temos também o
Prêmio Jovem Profissional (veja mais na página 16) para incentivar os DIA 18 DE SETEMBRO
DIA 18 DE SETEMBRO
jovens a apresentarem trabalhos. E os vencedores recebem um prêmio
■■ Palestra de Inovação - Case Vale do Silício/
em espécie. E ainda o prêmio “Melhores estandes – mais sustentáveis”.
Califórnia - EUA
O diretor do encontro destaca a apresentação da palestra com o tema
■■ Água de beber: inovações nos critérios
“Conexão AESabesp Brasil - Vale do Silício EUA: Inovação e Desafios”(leia de potabilidade e políticas públicas de
a entrevista na página 9), com o palestrante Luciano Bueno, empreende- saneamento e saúde
dor e profissional do Vale do Silício. “Estaremos criando o nosso primeiro ■■ Sistema de Integridade em empresas de
Polo Internacional da AESabesp. Queremos avançar as fronteiras do país saneamento
■■ ETEs sustentáveis
e ter um representante no Vale do Silício”, frisa. E ressalta também a
■■ Regulação em foco: desafios regulatórios
Palestra Magna “Perspectivas do Saneamento Ambiental no Estado de
para o avanço do setor de saneamento
São Paulo “ com Marcos Penido, Secretário de Infraestrutura e Meio
Ambiente do estado de São Paulo, e que os painéis e mesas redondas
trarão temas que estão no centro da pauta do país, como os resíduos DIA 19 DE SETEMBRO
sólidos, a despoluição do Rio Pinheiros e a revisão do Marco Legal do
■■ Perspectivas do marco legal do saneamento
Saneamento (veja ao lado todos os temas).
■■ Resíduos sólidos urbanos
Para finalizar, Olavo Sachs comenta com orgulho que tem o privilé-
■■ Atual situação da drenagem urbana nos
gio de trabalhar na Sabesp, ter tempo para atuar como voluntário na municípios brasileiros
associação e trabalhar com outros profissionais.“Isso é importante para ■■ A educação ambiental e o envolvimento da
aumentar o network, conhecer colegas de outras áreas da Sabesp e de sociedade
outras companhias do Brasil e exterior”.
12 Saneas
ESPECIAL
30 ANOS
O
Por Suely Melo s avanços ambientais do Brasil passam palestrantes. “O compartilhamento de experiências per-
pelos corredores da Feira Nacional de mite que o saneamento chegue a quem precisa”, diz.
Meio Ambiente – Fenasan. São 30 anos O diretor fala sobre o processo de preparação dos
apresentando o que há de mais moder- eventos. Ele explica que são meses de trabalho pen-
no em tecnologia no setor, promovendo a inovação e sando em cada detalhe para agradar congressistas e
o crescimento do mercado. visitantes, em qual a melhor distribuição nas grades
“Uma data para se festejar muito”, frisa o engenhei- de palestras para que todos aproveitem ao máximo,
ro Luciomar Santos Werneck, diretor da Fenasan 2019. estudando cada visita técnica, de forma a concretizar
“Nós, da comissão organizadora do evento, esta- os melhores benchmarkings. E ainda com uma palestra
mos nos esforçando ao máximo para fazer uma festa especial para o Jubileu de 30 anos da Fenasan e do
Luciomar Santos Werneck
Engenheiro civil pela marcante, digna desses 29 anos que nos antecede- Encontro Técnico.
Universidade Federal
de Juiz de Fora. ram”, enfatiza. Luciomar destaca que a feira, o maior
Pós-graduado em Engenharia
de Saneamento Básico pela evento mercadológico do saneamento na América
Faculdade de Saúde Pública
da Universidade de São Paulo Latina, agrega cada vez mais expositores de diversos
– USP, em Gestão Ambiental
pelas Faculdades Claretiano, e
continentes. “Esses expositores, nossos parceiros, se O compartilhamento de
MBA em Gestão Empresarial juntam a nós numa feira alinhada aos ODS (Objetivos
pela Fundação Instituto de experiências permite
Administração – FIA. de Desenvolvimento Sustentável, estabelecidos pela
Em 27 anos de trabalho na que o saneamento
Sabesp, Luciomar passou por ONU), com a adoção de práticas, produtos e estan-
diversas áreas da companhia des sustentáveis, fortalecendo um de nossos principais
chegue a quem precisa”
desde operação, manutenção
e planejamento. Atualmente, produtos que acontece simultaneamente à Fenasan e
responde pela gerência da
Divisão de Controle de Perdas ao Encontro Técnico, que é o Ecoeventus”, salienta “Uma comissão preocupada com o reconhecimento
da Unidade de Negócio Leste.
Também atuou fortemente (saiba mais na página 14). dos melhores expositores, do prêmio Jovem Profissio-
na gestão da qualidade e
certificações ISO e OHSAS.
Este esforço conjunto será celebrado em cada canto nal, com as minúcias das mesas redondas e painéis,
Já na AESabesp, começou a ter da Fenasan nesta edição especial, que promete marcar de maneira que todos tenham ideias convergentes e
mais contanto com a entidade,
segundo ele, quando, em a história do Saneamento e do Meio Ambiente no Brasil. divergentes, mas que busquem o bem comum: um sa-
1998, se transferiu do interior
do Estado para a capital. Em Engenheiro civil pela Universidade Federal de Juiz neamento de 1º mundo para o Brasil”, frisa Luciomar.
2001, participou da criação
do Polo Leste da AESabesp, de Fora, Luciomar integra o quadro de associados da Ele comenta também sobre o significado da Associa-
tornando-se seu primeiro AESabesp desde 1992, mesmo ano em que iniciou ção dos Engenheiros em sua carreira. “Para mim, fazer
coordenador até 2003. De 2003
a 2005, participou do Conselho seu trabalho na Sabesp. O contato com a Fenasan, parte da AESabesp ao longo destes anos trouxe um
Fiscal. Entre os anos 2005-
2007, participou do Conselho no entanto, só ocorreu em 1995, quando ainda era crescimento profissional extraordinário, pois me permi-
Deliberativo. Luciomar tornou-se
Diretor Financeiro na gestão realizada no Instituto de Engenharia. tiu relacionar com profissionais de alto gabarito”, con-
2007-2009. Entre os anos de “Na feira estão os principais produtores de insumos ta o engenheiro. “A convivência ao longo das diversas
2009 a 2012, foi coordenador
de Relações Institucionais, para o saneamento, sempre nos trazendo inovações gestões me acrescentou um aprendizado incrível. Da
e retornou ao Conselho
Deliberativo entre 2012 e tecnológicas, permitindo cada vez mais a redução de mesma forma, é para mim a importância da Fenasan e
2015. Ainda em 2012, assumiu
a coordenação do Conselho custos na geração de benefícios à população”, explica do Encontro Técnico. Muitas experiências, agregando
Editorial e Fundo Editorial
permanecendo até 2018. Hoje,
Luciomar. Ele ressalta ainda que o Encontro Técnico vem conhecimento, que creio ser fundamental a um profis-
integra a Diretoria Técnica da se fortalecendo ao longo dos anos, agregando mais sional do saneamento”, conclui Luciomar (saiba mais
entidade.
conhecimento aos congressistas e maiores desafios aos na página 14).
Ecoeventus®: consciência
e educação ambiental
U
m dos grandes orgulhos da AESabesp, o Esse modelo foi implantado no formato para atender
projeto Ecoeventus® tem levado para o ao mercado no que tange os momentos de retração e
Encontro Técnico/Fenasan educação am- expansão do mesmo, com ações adaptáveis ao cenário
biental e a conscientização em relação aos econômico e ao modelo de gestão da Associação.
temas da sustentabilidade. Com o Encontro Técnico e a Fenasan – Feira Nacional
Coordenado pela química Maria Aparecida Silva de Pau- de Saneamento e Meio Ambiente, entendeu-se que o
la, em sua 30ª edição a iniciativa promoverá o tão concor- projeto poderia ser utilizado como uma grande vitrine,
rido Prêmio AESabesp para expositores. Em 2008, quando na qual os atores (expositores, prestadores de serviços,
a Associação foi qualificada como OSCIP (Organização da a equipe AESabesp, palestrantes e visitantes) pudessem
Sociedade Civil de Interesse Público), esse prêmio foi adap- atuar no projeto como protagonistas e terem suas atitu-
tado para atender às novas frentes em que a entidade se des dentro deste evento mais sustentáveis, com mudan-
propôs a atuar, como explica Maria Aparecida: “Em 2009 ças comportamentais. E esse aculturamento poderia ser
após ter sido feita parceria de mudas de árvore, a AESabesp definido então como educação ambiental.
identificou uma oportunidade de desenvolver projetos que Quais as ações que podem ser aplicadas ao Projeto? Fo-
atendessem ao segmento de educação ambiental, práticas ram identificadas dez, as mais comuns e que podem ser en-
de sustentabilidade com um viés para as questões sociais tendidas e aplicadas pelos atores: palestras de sensibilização,
voltadas à sociedade civil”. redução de consumo de água e energia elétrica, reciclagem
A coordenadora conta que foi proposto por um gru- de resíduos e materiais recicláveis, redução de geração de
po de profissionais multifuncionais - a advogada Vanessa resíduos na fonte, No Print (redução da impressão em pa-
Hasson, a bióloga Sandra Jules e a própria Maria Apare- pel), utilização de transportes coletivo (a AESabesp dispo-
cida - algumas ações como plantio de mudas e carona nibiliza van) e/ou carona solidária, otimização do consumo
solidária. “Em 2010 foi decidido que essas ações deve- de alimento, sabão ecológico a partir do óleo de cozinha e
riam ser aprimoradas e estruturadas. Então desenhou-se o plantio (sem a preocupação da compensação ambiental).
por meio de uma dissertação de mestrado um modelo de “Para aplicar essas ações contamos com o apoio e
gestão de projetos com ações independentes que pudes- participação dos expositores da Fenasan e dos fornece-
sem ser aplicadas em qualquer evento: feira de negócios, dores da montagem da feira, estes últimos já praticam
esportivos e sociais, entre outros”. a sustentabilidade, otimizando também seus resultados
14 Saneas
financeiros”, ressalta Maria Aparecida. Prêmio AESabesp: reconhecendo os
Para os expositores, foram estruturados critérios de prêmio com expositores na Fenasan
perguntas rápidas, que permitem medir as ações em grupos para
identificar e mensurar os critérios Melhor Estande, Inovação Tecno- A excelência vem permeando as edições da Fenasan há 30 anos.
lógica, Atendimento ao Cliente e Destaque Fenasan, este conferido Sempre alinhada aos ODS – Objetivos de Desenvolvimento Susten-
tável, estabelecidos pela Organização das Nações Unidas (ONU), a
à maior pontuação dos três critérios.
AESabesp não poderia deixar de reconhecer e premiar os exposito-
A avaliação do prêmio é realizada por profissionais competentes, com
res que fazem da Fenasan a maior feira da América Latina.
conhecimento em implantação de critérios de premiação de qualidade O prêmio AESabesp para expositores da Fenasan é compos-
e referenciais normativos reconhecidos internacionalmente, tais como: to por quatro categorias: Melhor Estande; Inovação Tecnológica;
■■ Prêmio Nacional da Qualidade em Saneamento - PNQ, Atendimento ao Cliente e Destaque Fenasan, cujo objetivo é fa-
■■ Prêmio Paulista de Qualidade em Gestão, zer repensar o expositor a forma com que seus produtos serão
apresentados durante os três dias de feira – FENASAN – Feira Na-
■■ Prêmio Polícia Militar da Qualidade,
cional de Saneamento e Meio Ambiente.
■■ NBR ABNT ISO 9001 Atendimento a Clientes,
Para a categoria Melhor Estande são contabilizados para pre-
■■ NBR ABNT ISO 14001 - Meio Ambiente e NBR ABNT ISO 9004 - miação as fases de planejamento, execução e pós evento, bem
Sustentabilidade, como o perfil das empresas expositoras. É essencial, na avaliação,
■■ ISO 20121 - Sistema de Gestão para Sustentabilidade de Eventos. a forma como são transportados seus produtos: a utilização de
A AESabesp incrementa, a cada ano, ações voltadas as questões proteção, tais como embalagens, pallets, entre outros. Também
são identificadas a forma como são feitos os descartes, transporte
de inclusão social ao estabelecer parcerias com voluntários, coope-
dos funcionários, alimentação (evitam o desperdício tendo como
rativas de catadores de material reciclável e contratação de serviço
base a pegada hídrica), entre outros itens.
de pessoas com deficiência. No critério “Inovação Tecnológica”, são consideradas as em-
Estas ações permitem aos participantes desenvolver competên- presas que apresentam produtos e serviços com lançamentos de
cias para sua melhor colocação no mercado de trabalho e/ou au- alta tecnologia na FENASAN.
mento de renda. No quesito Atendimento ao Cliente, são considerados a quali-
dade na apresentação de produtos e serviços no estande.
O projeto Ecoeventus atua nos três vértices do triple bottom line:
E para a premiação máxima, o grande Destaque Fenasan, é
■■ econômico: o próprio Prêmio AEsabesp para expositores tem tra-
considerada a empresa que obtiver a maior pontuação em todos
balhado no conceito de feira com práticas de sustentabilidade; os critérios.
■■ no eixo social: trabalha com aprendizes, estagiários, pessoas es-
peciais, disponibilizando consultoria para regularização dos pro-
fissionais das cooperativas de reciclagem, remunerando o serviço
dos catadores durante a gestão dos resíduos e doando o material
reciclável para aumentar a receita dos catadores;
NESTES 9 ANOS DE ECOEVENTUS ®
■■ no eixo ambiental: dando destinação adequada do resíduo e fo-
mentando evitar o desperdício.
Foram plantadas Cabe destacar que por serem ações que dependem da motivação
1.900 MUDAS
do mercado para obter aporte de recurso e da mudança de hábi-
to dos atores para adotarem as práticas de sustentabilidade num
evento de três dias uma vez ao ano, faz-se necessário potencializar
Foram distribuídos
a comunicação de forma lúdica para gradativamente obtermos re-
5.300
BARRAS DE SABÃO ECOLÓGICO
sultados mais atrativos.
“Nestes 9 anos de desenvolvimento do projeto tivemos muitas
empresas que apoiaram e adotaram as ações, mas temos que pro-
Evitando que cheguem aos esgotos vocar o interesse em um maior número de expositores e demais
ou galeria de água pluvial
atores para podermos potencializar os resultados e, desta forma,
662 LITROS
DE ÓLEO
contribuirmos em maior escala com os Objetivos de Desenvolvi-
mento Sustentável”, frisa a coordenadora do projeto.
“A AEsabesp, com o Ecoeventus®, está na vanguarda do seg-
Foram recicladas
20
mento feira de negócios e, apesar de todo o cenário econômico
TONELADAS
DE RESÍDUOS que o país tem enfrentado, não deixou, em nenhuma edição do
Encontro Técnico e Fenasan, de implantar ações do projeto”, co-
memora Maria Aparecida
A
30ª edição do Encontro Técnico AESa- Sonho realizado
besp/Fenasan contemplará a 6ª edição Para a vencedora da edição de 2016, a engenheira Ca-
do PRÊMIO JOVEM PROFISSIONAL, ini- rolina Gemelli Carneiro, contemplada com um curso na
ciativa lançada em 2014, durante o 25º EPAL- Empresa Portuguesa das Águas Livres SA, AAL –
Encontro Técnico, que busca profissionais com idade Academia das Águas Livres em Lisboa – Portugal e que
de até 30 anos que, por meio de apresentação de tra- hoje está estudando na Itália, o Prêmio é uma oportu-
balhos técnicos no Encontro Técnico, contribuam com nidade única. “O Prêmio é fundamental para a minha
as necessidades do mercado de trabalho. Desta forma, carreira, consegui acesso além da realidade do Brasil e
o Prêmio colabora com a formação de jovens profis- continuo na Itália. É importante para aceitação no mer-
sionais, oferecendo oportunidades de divulgarem seus cado de trabalho e reconhecimento pessoal/profissional.
trabalhos no setor de saneamento e meio ambiente. Não foi fácil apresentar, mas o sentimento de conquistar
Esta troca de informações alavanca a discussão no algo é maior. A AESabesp valoriza o nosso nome, eu já
âmbito de políticas públicas e desenvolvimento tecnoló- vi muitas matérias sobre o meu projeto. Agradeço à
gico, além da possibilidade de ter nos trabalhos apresen- AESabesp, que ajudou a mostrar a minha capacidade e
tados aplicação de produtos e/ou serviços empregados a constar no meu currículo a premiação de uma grande
nas soluções de problemas nas diferentes situações do associação. Quero ressaltar a importância dos meus pais
saneamento e meio ambiente no Brasil e no exterior. – agradeço a e eles - para a realização do projeto”.
“É uma excelente oportunidade para os jovens profis-
sionais, pois permite a visibilidade de seus trabalhos no Avaliadores:
O Encontro Técnico AESabesp/Fenasan 2019
maior evento do setor na América Latina”, ressalta a co-
agradece aos avaliadores dos 252 trabalhos
ordenadora do Prêmio, Maria Aparecida Silva de Paula. técnicos da edição de 2019:
O prêmio seleciona, em duas etapas, jovens estudan- ■■ Aldo Takahashi
■■ Alexandre Luiz Yamanaka
tes ou recém-formados com idade de até 30 anos com ■■ Alisson Gomes de Moraes
trabalhos de destaque, relativos aos temas propostos. ■■ André Neves
■■ Eloísa Helena Cherbakian
Assim, a AESabesp identifica jovens e talentosos profis- ■■ Gilberto Alves Martins
■■ Gilberto Margarido
sionais, oferecendo-lhes oportunidade para mostrar sua ■■ Hiroshi Ietsugu
capacidade intelectual e produtiva na avaliação da situ- ■■ Lyuko Nagata
■■ Marcelo Miki
ação atual do meio ambiente, com trabalhos técnicos, ■■ Mariza Prota
voltados ao universo dos recursos hídricos, que desta ■■ Maurício Soutto Mayor
■■ Olavo Alberto Prates Sachs
forma contribua para a mudança neste cenário de es- ■■ Osvaldo Niida
■■ Reynaldo E Young Ribeiro
cassez em recursos hídricos de todo território nacional.
■■ Rosane Ebert Miki
“Nosso grande desafio é ajudar a formar futuros ■■ Sonia Nogueira
■■ Vania Lucia Rodrigues
profissionais transformadores das condições socioam- ■■ Walter Orsatti
bientais do país que poderão empreender, gerar em- E agradecemos também aos avaliadores da fase final:
prego, inovar e promover a transformação do Brasil no
■■ Dante Ragazzi Pauli
cenário econômico, fazendo pequenas mudanças no ■■ Marcos Tadeu Pereira
■■ Nercy Bonato
dia a dia”, afirma Maria Aparecida.
16 Saneas
ESPECIAL
30 ANOS
Histórias da AESabesp:
Conheça o trabalho de
José Taniguti, um dos
fundadores da entidade
S
Por Rui Dantas e hoje a AESabesp é conhecida e é refe- como deveria. Foi aí que criamos uma associação para
rência por sua atuação na disseminação batalhar pela valorização dos engenheiros”, lembrou
de conhecimento técnico em saneamento Taniguti. “Um núcleo de engenheiros, liderado pelo
básico não só no Brasil, mas no exterior, Paulo Ferreira, pensou em fundar e começou a traba-
muito se deve ao trabalho dos precursores que se es- lhar pela associação.”
forçaram pela fundação e fortalecimento da entidade. Segundo Taniguti, a primeira reunião se deu no au-
Conhecer e valorizar a história da Associação e as his- ditório Tauzer Quinderé, conhecido como Pudim, na
tórias desses profissionais permite entender a evolu- Sabesp da Costa Carvalho, local tradicional de reu-
ção do saneamento no Brasil e possibilita vislumbrar o niões, workshops, treinamentos, ao final da década
que vem pela frente no setor. de 1980. O objetivo primordial era atuar em prol da
O engenheiro José Taniguti foi um desses desbra- valorização da categoria dos engenheiros. “Foi uma
vadores que ajudou a criar e a ampliar a atuação da batalha bastante árdua no início, já que não tínhamos
AESabesp. Hoje aposentado, Taniguti lembra com sede, não tínhamos nada. Paulo Ferreira conseguia,
emoção como se deu a formação da instituição, em quando muito, cadastrar os engenheiros na associa-
meados dos anos 80. ção, e muitos deles estavam dispersos pelo interior”
“Naquele momento, entendemos que a categoria explica. A atuação de Paulo Ferreira ficou mais marca-
dos engenheiros não vinha sendo valorizada da forma da, assim, pela arregimentação dos profissionais.
O engenheiro recorda-se de que a gestão do segundo presiden- encontros em parceria com esta faculdade, na USP. Falou com
te, Ivan Norberto Borghi, batalhou para que houvesse o desconto o professor catedrático de Hidráulica da escola, à época, Kokei
da mensalidade ao associado na folha de pagamento (holerite). Uehara, e com o diretor da Politécnica, Francisco Landi.
Com isso, a AESabesp conseguiu levantar fundos para viabilizar Neste período, a Poli estava comemorando seu centenário e
suas atividades e projetos. “Foi aí que a Associação começou a os acadêmicos se entusiasmaram com a ideia de trazer a Sabesp
ganhar uma certa força.” para sediar seu encontro na universidade. “Fizemos um certifica-
Nesse período, Borghi procurou um local pra se tornar a sede da do para quem participou do curso que tinha o logo da Sabesp e
AESabesp, a mesma em que a instituição se encontra hoje, ape- também o da USP. Isso foi muito valorizado por quem fez o curso
sar da diferença na infraestrutura do local naquele tempo. “Era o e também por quem não fez”, disse.
local onde um operador da casa de máquinas morava. Hoje está À frente da Presidência, Taniguti transformou os Encontros Téc-
totalmente diferente. Nós conseguimos a cessão para usar sem nicos em eventos itinerantes, levando-os também a São José dos
precisar pagar aluguel”, comemora o ex-presidente. Campos, Lins, Franca e Presidente Prudente, mantendo os que já
O terceiro a se eleger presidente foi o engenheiro Plinio Mon- aconteciam na capital. Tudo isso no início da década de 1990. Ele
toro Filho, que promoveu algumas melhorias na sede, trazendo ainda enaltece como marco de sua gestão a luta pela valorização
móveis, instalando telefone etc. “Outra característica da gestão dos profissionais, com o desenvolvimento de um Plano de Carrei-
do Plínio foi valorizar a atuação social da AESabesp: o primeiro ra, chamado de Plano de Maturidade, para os engenheiros.
baile, o primeiro jantar dançante, tudo aconteceu nessa época. O projeto deu tão certo que o Plano de Maturidade acabou
Também ajudei a organizar e sei que até hoje continua tendo. Os sendo estendido a todos os profissionais da Sabesp. “Demos esse
jantares eram muito concorridos.” nome, pois esse plano demonstrava o quanto o profissional estava
Mas talvez o seu maior legado para a instituição, para a Sabesp maduro para desempenhar determinada função. Ele avaliava for-
em si e para toda a gestão de saneamento do Brasil foi a ideia de mação, cursos feitos, experiência etc. A pessoa ganhava pontos,
se promoverem os Encontros Técnicos (ET), uma semente que deu a partir desta sua formação e de seu conhecimento técnico, para
origem à própria Fenasan (Feira Nacional de Saneamento e Meio poder ocupar determinado cargo ou merecer aumento de salário.”
Ambiente). “Nos primeiros encontros, o pessoal preparava textos Taniguti, que hoje divide a vida entre São Paulo e Santos, revela-
com ilustrações para que os demais engenheiros conhecessem -se orgulhoso das conquistas. Não somente as vitórias realizadas
o trabalho realizado pelo expositor. O Encontro Técnico nasceu em sua gestão, mas por toda a história que a AESabesp escreveu
com o escopo de realizar a troca de experiências acima de tudo”, desde a histórica reunião no Pudim.
afirmou. “Se antes cada um fazia seu trabalho, de maneira até “A Sabesp e a AESabesp hoje são conhecidas internacional-
solitária, e os demais não ficavam sabendo, o ET fez com que essa mente. Vejo as realizações pelas redes sociais, pelo site, e me
situação mudasse”. surpreendo em saber como a AESabesp cresceu. Jamais pensei
Taniguti aponta como resultados imediatos a disseminação e que chegaria no estágio que está hoje. Isso é fruto de uma pro-
o uso de novas tecnologias e a economia de custos. Na época, gressão, do desenvolvimento, com o pessoal procurando sempre
a comunicação entre as áreas e a operação em diversas cidades inovar. São pessoas que procuraram sempre melhorar. Tornou-
não era tão elementar e cotidiana como hoje. “Às vezes a gente -se um polo de disseminação do conhecimento, do saber. Isso
via alguém mostrar uma solução caseira que era muito mais ba- contribui bastante para o desenvolvimento do saneamento com
rata, realizando o mesmo trabalho que outros faziam, mas que um todo.”
gastavam muito dinheiro com equipamentos, tecnologia etc. Isso E ele arremata, com muita propriedade: “Resolver o problema
resultou num grande conhecimento.” do abastecimento de uma metrópole enorme como São Paulo,
Plinio pensou que a AESabesp precisava de um novo líder, que transformando a água poluída da Guarapiranga e da Billings em
desse continuidade ao trabalho que vinha sendo feito e foi então água potável ou equacionar a questão da estiagem, que acon-
que Taniguti foi convencido e aceitou se candidatar a presidente teceu há alguns anos, sem fazer racionamento, é um feito que
da associação. Acabou eleito, no início da década de 1990. Em merece ser observado. Isso é fantástico.”
sua gestão, continuou a promover e aprimorou os ETs. Parabéns pela perseverança e por todo o trabalho, presidente
Ex-aluno da Poli, Taniguti teve a brilhante ideia de fazer um dos José Taniguti!
18 Saneas
Agosto a Outubro de 2019 19
ESPECIAL
30 ANOS
A 15ª edição
do Encontro
Técnico/
Fenasan
manteve-se
em evolução.
Foram 1.900
congressistas,
O Encontro
64 trabalhos
Técnico/Fenasan
de técnicos da
a passa a ter a
O 7º Encontro Sabesp e de
participação de
Técnico/Fenasan outras empresas
empresas de
foi realizado entre e entidades
outros países.
os dias 10 e 12 de São Paulo
Nesta 9ª edição,
de setembro, e do Brasil,
Alemanha,
O 1º Encontro no Instituto de 19 palestras
França e Estados
Técnico AESabesp Engenharia. empresariais,
Unidos estiveram
foi realizado entre Durante a além de 8
presentes.
os dias 21 a 23 de organização painéis e mesas
Também
agosto e contou desta edição, O 11º Encontro redondas.
foi aberta a
com 13 palestras e aconteceu a Técnico/ Na ocasião,
participação dos
248 participantes primeira chamada Fenasan foi lançado
empregados
A 1ª Fenasan O 5º Encontro de participação ocorreu nos Pela primeira o I Fórum de
operacionais
(Feira de materiais Técnico/Fenasan para associados dias 22, 23 e vez o Encontro Tecnologias de
da Sabesp. O
e Equipamentos abordou o tema interessados 24 de agosto Técnico/Fenasan Saneamento,
evento aconteceu
para Saneamento) O 3º Encontro “Desenvolvimento em apresentar daquele ano e aconteceu com a
nos dias 1, 2 e
aconteceu sob a Técnico/Fenasan de Novas trabalhos contou com a na Bienal do presença de 57
3 de setembro,
marquise da sede foi realizado Tecnologias em técnicos, participação de Ibirapuera. A representantes
recebeu 700
da Sabesp, com 8 no Instituto de Saneamento”. científicos e de 63 empresas, 13ª edição foi de empresas
congressistas e
representantes dos Engenharia/USP Foram gestão relativos 50% a mais recorde de público de saneamento
um público total
fabricantes, 1 para e contou com 20 apresentadas a Saneamento que em 1999, e e contou com 40 municipais e
de 1500 pessoas.
cada segmento. palestras. 22 palestras. Ambiental. 1.100 técnicos. expositores. estaduais.
2 4 6 8 10 12 14
1 3 5 7 9 11 13 15
O 2º Encontro Com 650 inscritos Em sua 6ª edição, Realizada nos 10º Encontro Transferência O 14º Encontro
AESabesp/ e 21 palestras, o Encontro dias 2, 3 e 4 Técnico/Fenasan do 12º Técnico/
Fenasan foi o 4º Encontro Técnico/Fenasan de setembro, (luta contra a Encontro Fenasan foi
realizado na Técnico e passou de dois a 8ª edição privatização Técnico/ realizado no Expo
Cetesb e contou a Fenasan para três dias, do Encontro da Sabesp). O Fenasan para Center Norte em
com cerca de 300 integraram com 25 palestras. Técnico/ evento contou o Transamérica edição histórica.
participantes e os eventos Fenasan recebeu com cerca de Expo Center. Foram cerca de
19 palestras. festivos das mais de 1000 800 pessoas, só 100 estandes
comemorações participantes. da Sabesp (fruto expositores e
dos 100 anos da de parceria), e mais de 10 mil
Escola Politécnica mais de 1000 visitantes, com
da Universidade congressistas. 108 trabalhos
de São Paulo apresentados, 4
(convite da Poli). painéis de debates
e 3 visitas técnicas.
20 Saneas
A 29º edição do Encontro
Técnico/Fenasan
apresentou 22 mesas
redondas, além de palestra
Comemoração magna com a presidente
Realização do do 25º Encontro da Sabesp, Karla Bertocco,
23º Encontro Técnico/ que abordou o tema
Técnico/ Fenasan. “Inovação Tecnológica
Fenasan, que Nesta edição, e Novos Negócios” e foi
Como OSCIP recebeu 15.000 aconteceu o I o destaque do evento,
(Organização da visitantes na Feira, Prêmio Jovem palestras motivacionais com
Sociedade Civil 220 empresas Profissional Luciano Pires e Gustavo
com Interesse expositoras, AESabesp. Com Borges, 2 minicursos, 191
Público), a 2.000 uma visitação de trabalhos técnicos para
AESabesp lançou participantes no 19.000 pessoas, apresentação oral, 95 para
na 21ª edição congresso, 12 exposição de modalidade pôster e 59
Encontro mesas redondas, 248 estandes trabalhos para a premiação
Técnico/ 2 cursos, 87 de empresas “Jovens Profissionais”.
Fenasan um apresentações do setor, Em arena montada na
projeto de técnicas apresentação Feira de exposição, a
Neutralização (trabalhos, de 80 trabalhos Sabesp constituiu o maior
de Carbono. O palestras técnicas técnicos, 8 Campeonato de Operadores
evento contou e institucionais) mesas redondas de sua história, com nove
com mais de 150 e 2 palestras e 3 minicursos, provas e o envolvimento
expositores e magnas de 0 evento de profissionais da Região
O 17º Encontro mais de 14.000 encerramento, superou todas O 27º Encontro Metropolitana, do Litoral
Técnico/ visitantes. O com Dráuzio as expectativas Técnico/ e do Interior do Estado.
Fenasan contou congresso Varella e Amyr e consolidou Fenasan já tinha Praticamente todos os 199
com mais de Com maior contemplou 5 Klink. E inda a sua posição se consagrado expositores da Fenasan
100 expositores espaço e mais mesas redondas, foi registrada a como o maior como o afirmaram ser esta uma
e recebeu expositores a 1 seminário, presença de 40 evento técnico- maior evento vitrine do setor, com vistas
cerca de 11 mil AESabesp realizou 140 palestras e jornalistas na Feira mercadológico mercadológico ao seu desenvolvimento e
profissionais a 19º Encontro mais de 1000 (frequência da da América da América grande potência de geração
do setor. Técnico/Fenasan. congressistas. sala de Imprensa). Latina. Latina. de negócios.
16 18 20 22 24 26 28 30
17 19 21 23 25 27 29
A 16ª edição Na 18ª edição O tema da A 22ª edição do Em sua 24ª edição, O 26º Congresso AESabesp e ABES Em edição
do Encontro do Encontro 20ª edição Encontro Técnico/ o Encontro Técnico/Fenasan (Associação Brasileira especial, o 30º
Técnico/ Técnico/Fenasan do Encontro Fenasan contou Técnico/Fenasan recebeu 20.000 de Engenharia Encontro Técnico
Fenasan contou foi criado o novo Técnico/ com 194 investidores voltou a ser realizado visitantes, Sanitária e AESabesp/
com mais de site do evento. Fenasan foi e teve em torno de no meio da semana 250 empresas Ambiental) unem-se Fenasan 2019
11.500 visitantes, Esta edição ”Sustentabilidade, 13.000 visitantes, (de 30 de julho a 1ª investidoras- para realizar “O será realizado de 17
alcançando novo contou com 12 caminho para a além de 2.000 de agosto), em novo expositoras na Feira, maior encontro a 19 de setembro,
recorde. mil visitantes e 3 universalização congressistas. espaço - no Pavilhão 10 mesas redondas de saneamento no Pavilhão Branco
mil congressistas. do saneamento Em 2011, a Feira Azul do Expo no congresso, 4 e meio ambiente do Expo Center
ambiental”. O migrou do Pavilhão Center Norte. As cursos, 2 Visitas das Américas”. Norte, em São
evento já recebia Amarelo para o novidades do Setor Técnicas: uma ao O Congresso Paulo-SP.
representantes Pavilhão Branco do de Saneamento Projeto Aquapolo ABES/Fenasan
de países como Expo-Center Norte, naquele ano foram e outra em uma 2017 superou
Portugal, Estados em São Paulo - SP, distribuídas em obra de Método todas as edições
Unidos, Austria, possibilitando 14 mil metros Não Destrutivo anteriores. Foram
Alemanha e que sua área total quadrados e em tubulação de 1.160 inscrições de
Espanha. crescesse de 8.828 contou com a com esgotos/Projeto trabalhos técnicos,
para 13.272 m² e a a participação de Tietê. Foram 105 49 painéis, quase
área expositora de 223 investidores/ palestras técnicas e 5.000 congressistas,
3.471 m² para expositores nacionais 1 palestra magna de 25.000 visitantes na
5.687 m². e internacionais, encerramento, com Feira, que recebeu
com uma visitação David Schurman. participantes e
de 17 mil pessoas. 152 jornalistas expositores de 25
O congresso circularam no países e de todos os
contou com 8 evento. estados brasileiros,
mesas redondas, e credenciamento
3 minicursos de de 180 profissionais
aperfeiçoamento, da imprensa das
100 palestras principais mídias
técnicas e 2 do país.
palestras magnas.
Depoimentos:
30 anos de
M
inha participação na AE-
tecnologia e inovação
contratação na Sabesp. Fui convi-
dada por Cid Barbosa, presidente
que iniciava uma nova gestão, para
Viviana Borges coordenar o primeiro Polo da AESA-
Presidente da AESabesp besp. À época, o Encontro Técnico e
gestão 2019-2021
Fenasan eram realizados no Instituto
de Engenharia, com cerca de 5 ou
6 estandes de exposição de equipamentos e cheguei a ajudar na
organização das salas de apresentações dos trabalhos. Na ges-
tão seguinte, recebi do presidente João Comparini a missão de
O
Congresso Técnico] AESa- coordenar o conselho editorial, cuja meta era publicar o jornal
besp-Fenasan chega à sua da associação todo mês. Difícil entender este desafio hoje, que
edição histórica de 30 anos enquanto recebo a visita da Cônsul dos EUA, o Instagram já pu-
mostrando que está mais forte e mais blicou nosso encontro, mas o jornal trazia conteúdo de peso com
vanguardista do que nunca, trazendo artigos escritos pelos associados sobre os assuntos mais relevantes
o que há de mais importante e inova- do momento. Na gestão seguinte, da presidente Eliana Kitahara,
Benedito Braga dor no setor de saneamento. Nos pai- fui diretora social e pude participar da grande decisão de levar
Presidente da Companhia néis, debates e na área de exposições, o Encontro Técnico e a Fenasan para a Bienal do Ibirapuera. Era
de Saneamento Básico poderemos acompanhar a evolução na correr riscos para fazer crescer nossa entidade, nosso trabalho
do Estado de São
nossa área e conhecer soluções que para desenvolver o setor que demandava mais disseminação de
Paulo - Sabesp
vêm sendo implementadas para vencer conhecimento e novas tecnologias. Nossos associados tinham lar-
os antigos e os novos desafios que temos enfrentado. ga experiência, capacidade, competência e conhecimento do pro-
Aliás, os desafios são a realidade do nosso dia a dia, em um país tão blema para compartilhar. Por outro lado, tínhamos fornecedores
grande e com alta demanda de infraestrutura. Na Sabesp, temos ven- pedindo mais espaço e a ampliação da feira. Em 2014, participei
cido grandes obstáculos, como a crise hídrica de 2014/2015, e agora do investimento da AESabesp na parceria com a organizadora da
estamos assumindo o compromisso de proporcionar um rio Pinheiros maior feira de saneamento do mundo. E em Munique, na Alema-
limpo até 2022 e o Tietê despoluído ainda na próxima década. São nha, fiz uma apresentação, como vice-presidente, disseminando a
grandes passos para todos nós e que temos uma enorme simbologia experiência e conhecimento da nossa associação.
para São Paulo e para o Brasil. Novos voluntários se somaram e revezaram na AESabesp. Todos com
Temos acompanhado a movimentação de reformas na área de sa- responsabilidade, cooperação e união, procurando inovar sempre, au-
neamento no Brasil. Acreditamos que há uma defasagem enorme que mentar a participação dos técnicos do setor e com isso contribuir para a
precisa ser superada e a atração do capital privado é fator fundamental melhoria do saneamento e, consequentemente, levar saúde e qualidade
para isso. Esperamos que o evento deste ano seja mais uma vez um su- de vida para população. Sinto-me honrada em presidir uma entidade
cesso e continue apontando os caminhos para o saneamento no país”. tão respeitada e forte. E é uma grande satisfação presidir a AESabesp
no momento em que o Encontro Técnico e a Fenasan completam 30
anos de promoção do desenvolvimento sustentável do saneamento”.
Expositores da Fenasan
H
á 30 anos, por iniciativa da Associação dos Engenheiros da Sabesp, nascia a
Fenasan. A Saint-Gobain Canalização, que na época ainda era denominada Com-
panhia Metalúrgica Barbará, apoiou desde o princípio o projeto por acreditar na
capacidade da AESabesp e reconhecer o enorme potencial do evento. Hoje, a Fenasan é
Gustavo considerada uma das maiores feiras do setor de saneamento da América Latina. Para nós,
Siqueira da Saint-Gobain Canalização, participar desta feira nos dá a oportunidade de debater
Diretor Geral melhorias, trocar informações e expor nossas soluções para o setor. Em sua 30ª edição,
Saint-Gobain
levaremos para a Fenasan, além das nossas linhas de tubos, conexões, válvulas, tampões
Canalização
Brasil e CEO e acessórios, o PAM Serviços - programa que oferece apoio técnico durante todas as
LATAM etapas das obras.”
22 Saneas
O
Encontro Técnico/Fenasan
foi algo que sonhamos.
A
ntes de ser eleito presiden- Algo que criamos para sem-
te da AESabesp, fui gerente pre crescer. Hoje vemos que valeu a
do Departamento de Pro- pena, que deu frutos e não para de
jetos do interior do estado. Fazia crescer. O Congresso é considerado
parte da minha atuação ter contato excelente para todos.
com diversas áreas da companhia. Gilberto Martins Na Feira, os fornecedores (parceiros)
Organizador da primeira
Plínio Montouro Tinha conhecimento de brilhantes
Fenasan
fazem com que seja possível a realiza-
Presidente da AESabesp na trabalhos relativos às questões de ção do que idealizamos. O número de
época do primeiro Encontro abastecimento de água, coleta e participantes nos eventos foi sempre
Técnico/Fenasan
tratamento de esgoto, que ficavam crescente, despertando o interesse de outros fornecedores e exposito-
restritos a cada diretoria. Os traba- res para participar.
lhos não eram difundidos na empresa. Quando assumi a Presi- Na última edição no Instituto de Engenharia, tivemos 30 expositores.
dência da Associação, uma das prioridades da nossa gestão foi a Na Bienal, 40. No Pavilhão Amarelo, quase 100, e no Pavilhão Branco
realização do Encontro Técnico, que tinha como objetivo difundir mais de 100. Nos últimos 3 anos, tivemos cerca de 200 expositores. E
os trabalhos técnicos que eram desenvolvidos pelas diversas dire- neste ano, teremos mais de 200.
torias propiciando uma integração técnica entre os profissionais O Encontro Técnico foi ficando mais conhecido e reconhecido nacional-
de todas as áreas da empresa. mente com a participação de representantes de todos os estados do país
Paralelamente à apresentação dos trabalhos, havia materiais hidráu- e todas as regiões. Até de municípios pequenos e distantes, como Itape-
licos que não eram muito bem conhecidos pelos técnicos. Nós os apre- tinga/BA, que participaram 7 vezes e fazem questão de estar presente.
sentamos na feira de saneamento. Aproveitamos e fizemos na Marqui- Nas 20ª e 21ª edições, já tinha gente de países como Portugal, Esta-
se do prédio principal da Sabesp - na Costa Carvalho - a exposição de dos Unidos, Áustria, Alemanha e Espanha.
materiais hidráulicos e eletromecânicos que estavam sendo lançados A Feira de Saneamento de Munique/Alemanha, a maior do mundo,
na época. começou a ficar interessada em nosso evento. Chegamos a montar,
O primeiro encontro foi realizado nas dependências da Cetesb, com eles, um minipavilhão com 6 expositores da Alemanha, em 2016.
na sala de treinamento e no auditório. Ficou evidente a carência que Reconhecemos os melhores expositores, com estandes voltados à
existia na empresa para esse tipo de evento. As instalações da Cetesb sustentabilidade, melhor atendimento e de inovações tecnológicas com
foram acanhadas, diante da grande participação dos profissionais da apresentação de novos produtos. Queremos dar um sentido à sua par-
empresa. O segundo encontro contou com a presença de profissionais ticipação para poderem mostrar que se integram ao evento. Os exposi-
e companhias de outros estados. Assim, o terceiro encontro (1992), tores costumam manter as placas e prêmios da AESabesp nas sedes das
sob a minha gestão, foi realizado no Instituto de Engenharia, que tinha empresas e, assim, vão disseminando a Fenasan.
instalações maiores. Basicamente assim foi o início desta história. A feira é a maior do segmento na América Latina. Tem expositor que
O objetivo era fazer uma difusão dos setores. A Sabesp opera 360 está conosco desde a 1ª edição. Outros participaram de mais de 20
municípios, a ideia era que todos os trabalhos fossem divulgados e edições e são fiéis e tradicionais no evento. É motivo de satisfação e de
aproveitados pelas outras áreas por meio dessa interação. Foi um pro- orgulho para nós.
cesso e uma evolução. Hoje vejo que se tornou um evento importante. O Congresso deste ano deverá ser reconhecido como o melhor de
Não só o encontro técnico, mas também a Fenasan. Promover esse tipo todos os anos. Será mais um evento marcante, não só pelos 30 anos,
de feira estimula os fornecedores a desenvolver novas tecnologias. Isso mas pelo que será realizado e pela sua evolução. No início, para registrar
é muito importante para o setor de saneamento. Sinto-me gratificado a participação contávamos com listas de presença, hoje temos equipa-
em ver essa evolução ao longo de todos esses anos.” mentos eletrônicos para fazer a identificação dos participantes”.
A
Fenasan é uma importante vitrine para mostrar o amplo portfólio da KSB em solu-
ções completas para as operações das empresas de saneamento, pois temos tec-
nologias de ponta em eficiência energética, baixo custo de manutenção, além da
Udson
alta durabilidade dos equipamentos. Estamos presentes desde a primeira edição da feira,
Alves por sermos a líder na fabricação de bombas hidráulicas, com uma das mais amplas linhas
Barreto de produtos e serviços voltadas para o segmento. Por isso, a expectativa da KSB é estar
Gerente
em contato com as empresas do setor que atuam na melhorias da infraestrutura do setor
da Área de
Saneamento no país, sempre com novas demandas para atender a população. E nós temos os produtos
da KSB Brasil adequados, com tecnologia e mão de obra nacionais, prontos para o segmento”.
R
Por Rui Dantas epresentante do Pacto Global, a iniciativa mente ligada ao ODS número 6, que trata do acesso
das Nações Unidas para o cumprimento à água tratada no mundo. “A Sabesp pode colaborar
dos Objetivos de Desenvolvimento Sus- com a mobilização dos diversos públicos que alcança
tentável, Carlo Pereira, secretário executi- com sua atividade, expandindo o conhecimento a res-
vo da Rede Brasil do Pacto Global, quer mobilizar as peito dos ODS”, afirmou Pereira. Leia abaixo a entre-
empresas para a importância do cumprimento desses vista na íntegra.
ODS na Agenda programada pela ONU até 2030. Carlo
Pereira e a própria ONU sabem que o papel do Brasil, Saneas: Em sua opinião, qual é a situação real do
neste contexto, é fundamental para garantir a susten- Brasil no que tange ao desenvolvimento susten-
tabilidade do planeta, já que o país possui uma das flo- tável, se comparado a outros países com experi-
restas mais importantes do mundo, grande quantidade ências melhores e piores acerca de tal tema?
Carlo Pereira de água doce, uma costa marinha gigantesca, biomas Carlo Pereira: O Pacto Global é uma iniciativa da
Secretário executivo da Rede
Brasil do Pacto Global diversificados, espécies e demais quesitos e atributos de ONU que engaja o setor empresarial para os ODS.
suma importância relativos ao meio ambiente. O tema Dessa forma, a nossa avaliação ocorre no âmbito das
dos ODS será abordado em painel durante o 30º En- empresas. O Brasil é o terceiro maior país em número
contro Técnico/Fenasan no dia 17 de setembro, às 17h. de membros na nossa rede local. Isso quer dizer que
Nesta conversa com a Saneas, o secretário executivo temos mais de 800 empresas e organizações interes-
ainda destacou o papel da Sabesp, entidade intima- sadas e dispostas a se envolver com o tema da sus-
26 Saneas
tentabilidade. Estamos no Brasil desde 2003 e percebemos uma ções participantes para que estabeleçam metas baseadas na ciência
ampliação da maturidade das organizações. Existem projetos con- e que contribuam para manter o aumento da temperatura da terra
sistentes em desenvolvimento. Isso não significa que ainda não há em 1.5 grau. As mudanças do clima irão impactar praticamente to-
muito a ser feito, especialmente no que diz respeito à ampliação dos os setores da economia. Alguns são totalmente dependentes
do entendimento de que a sustentabilidade dever ser vista como das condições climáticas, como a agricultura, por exemplo. Em um
parte essencial do negócio. contexto de zero emissões até 2050, será necessário iniciar urgente-
mente um processo da adaptação e diminuição das emissões. Temos
Saneas: O Brasil, a julgar pelo status atual, deverá cumprir a como meta conseguir o compromisso público, em relação ao clima,
Agenda 2030 e os ODS que ela propõe? de 100% dos nossos participantes até o final do próximo ano.
Carlo Pereira: O objetivo da Rede Brasil do Pacto Global é engajar as
empresas e organizações que fazem parte da Rede no cumprimento Saneas: Poderia fazer uma análise da agenda política atual no
da Agenda 2030. É nisso que direcionamos toda a nossa energia e Brasil, a partir da visão do Pacto Global/ONU/Agenda 2030?
esforços. O desafio é grande, mas seguimos em frente. Recentemen- Considerando a pauta e o viés político-econômico de nossos
te, iniciamos um planejamento estratégico com a parceria da con- governos, nas esferas municipal, estadual e federal, será pos-
sultoria Falconi, que deve nortear as nossas atividades com relação sível alcançarmos os objetivos definidos na Agenda 2030?
a apoiar o país a cumprir esta agenda durante os próximos 10 anos. Carlo Pereira: Seguimos com o princípio de trabalhar em parceria
com o governo na implementação de iniciativas que contribuam
Saneas: O que falta ao país para conseguir cumprir os ODS? para o atingimento dos ODS. Temos uma agenda muito clara no
Carlo Pereira: Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável são país, que abrange projetos nas áreas de Direitos Humanos, Ener-
amplos e ambiciosos. Em todos eles existem grandes desafios. Em- gia e Clima, Anticorrupção, Alimentos e Agricultura, Água, além
bora o país tenha vivenciado muitos avanços nos últimos anos, como do engajamento do setor privado em torno dos ODS. E continua-
redução da pobreza e da mortalidade infantil, ampliação do acesso remos com nossas ações. Somos a terceira maior rede de mundo,
à saúde, aumento da expectativa de vida, diminuição do analfabetis- com mais de 800 membros, e queremos expandir ainda mais a
mo, maior presença de mulheres e negros no mercado de trabalho nossa atuação nos próximos anos, ampliando, inclusive, o enga-
e em posições de liderança, desenvolvimento de fontes de energia jamento de pequenas e médias empresas. Esse é o nosso plano
renovável, entre outros, ainda existem gaps imensos a serem reduzi- no país e esperamos seguir contando com o envolvimento dos
dos. Somos um dos países mais desiguais do mundo e temos ainda governos federal, estaduais e municipais nos projetos conduzidos.
uma quantidade considerável da população que passa fome, não Entendemos que em um cenário de falta de engajamento público
tem saneamento e água tratada, muito menos energia elétrica. O com a Agenda 2030, o Pacto Global assume um papel ainda mais
mercado de trabalho ainda é desigual. Para conseguir cumprir os importante no Brasil, de continuar estimulando e motivando o se-
ODS, do ponto de vista empresarial, será necessário um entendimen- tor privado em ações de sustentabilidade. A Rede Brasil do Pacto
to generalizado de que a Agenda 2030 deve ser tratada como parte Global tem o compromisso de garantir que o país não retroceda
dos negócios e indicadora das grandes oportunidades de mercado. neste caminho, que não é brasileiro, mas mundial, e que envolve
Só assim conseguiremos dar escala e imprimir velocidade às ações. questões relacionadas às mudanças do clima, à erradicação da
pobreza, aos direitos humanos, e a outros vários desafios que a
Saneas: Qual o papel de um país como o Brasil, que possui humanidade precisará enfrentar e equacionar.
uma das maiores florestas do mundo, uma das maiores bio-
diversidades do planeta, enorme quantidade de água po- Saneas: Se considerarmos que a implementação das políti-
tável em seus rios e biomas dos mais diversificados neste cas públicas de proteção e desenvolvimento do meio am-
contexto da Agenda 2030? biente é de incumbência do governo federal, via Ministério
Carlo Pereira: O papel do Brasil é fundamental para garantir a sus- do Meio Ambiente, que sugestões você daria ao governo
tentabilidade do planeta. Como mencionou os aspectos ambientais, para assegurar o cumprimento da Agenda 2030?
gostaria de ressaltar uma das frentes mais importantes do Pacto em Carlo Pereira: A principal sugestão seria olhar para a sustentabili-
2019 e 2020, que é obter um engajamento público das organiza- dade como uma oportunidade para o desenvolvimento econômico
28 Saneas
VISÃO DE
FUTURO
Tecnologia ajuda
a desburocratizar
licenciamento ambiental
Em São Paulo, Cetesb amplia exponencialmente os serviços
A
Por Rui Dantas tecnologia está mudando o cenário do Segundo a presidente da Cetesb, a advogada es-
licenciamento ambiental no Brasil. O ins- pecializada em meio ambiente e professora de Direito
trumento da Política Nacional do Meio do Largo de São Francisco (USP), Patricia Iglecias, não
Ambiente, que foi estabelecida pela Lei nº houve perda na qualidade da análise, ou seja, nenhum
6.938, de 31 de agosto de 1981, tem estado na pauta projeto que não deveria ser aprovado foi erroneamen-
nacional, e a atuação da Cetesb - Companhia Ambiental te licenciado. O que houve foi uma mudança no mo-
do Estado de São Paulo - será tema de painel no dia 17 delo de gestão das solicitações de licenciamento, com
de setembro, no 30º Encontro Técnico/Fenasan, com par- largo uso de ferramentas online.
ticipação da presidente da companhia, Patricia Iglecias. “Recebemos uma média de 270 pedidos por dia”,
Por meio da Cetesb, o Governo de São Paulo vem afirmou. “Trata-se de um esforço muito grande para
trabalhando fortemente para desburocratizar as apro- aumentar as aprovações, para olhar as estratégias de
Patricia Iglecias
Presidente da Cetesb, é vações para licenciamento ambiental de obras ou re- análises e ter maior eficiência e agilidade”, explicou.
advogada especializada em meio
ambiente e professora de Direito
novações dos licenciamentos já existentes. Somente Essa atitude gera um maior número de investimentos,
do Largo de São Francisco (USP) neste ano, foram 30 mil pedidos aprovados, um nú- obras, empregos e, como consequência, é capaz de
mero 33% superior ao realizado em 2018, período no destravar a economia do Estado e do país.
qual foram aprovadas 19 mil solicitações.
30 Saneas
ARTIGO
TÉCNICO
Beatriz Couto
Panorama da dinâmica tecnológica e inovativa
Ribeiro
Possui graduação em
UNICEF (2017), 97% da população tem acesso à água porarem estes avanços tecnológicos em seus produtos
Engenharia de Alimentos proveniente de uma fonte melhorada1, mas apenas e processos e os venderem para as empresas do setor.
pela Universidade
Estadual de Campinas 39% da população brasileira tem acesso à instalações Essa peculiaridade, contribui para que a cultura or-
(2000), mestrado (2004)
e doutorado (2008) melhoradas de esgotamento sanitário2. ganizacional das empresas não se esforce em motivar
em Política Científica
e Tecnológica pela Diante desta situação, um importante instrumento ações próprias relacionadas à pesquisa e desenvolvi-
mesma Universidade para aumentar a cobertura e eficiência dos serviços mento (P&D), que poderiam contribuir para a supera-
e pós-doutorado no
Manchester Institute de abastecimento de água e esgotamento sanitário ção de desafios no setor e o fornecimento de serviços
of Innovation Research
(MIoIR) da University of é o fomento à capacidades tecnológicas e inovativas com maior qualidade. Como resultado, cria uma rela-
Manchester. É professora
doutora da Faculdade das empresas do setor. Entretanto, quando buscamos ção de dependência das empresas e seus fornecedores.
de Ciências Aplicadas da literatura especializada voltados a compreender a di- Apesar das características apresentadas que são bas-
Universidade Estadual
de Campinas (FCA/ nâmica da inovação no saneamento básico, existem tante marcantes nas empresas do setor, observa-se uma
UNICAMP) na área de
administração, professora poucos artigos e dados sobre o tema. mudança de comportamento neste sentido entre alguma.
plena nos Programas
de Pós-Graduação em Visando diminuir esta lacuna, este artigo apresenta
Administração e em
Política Científica e
alguns resultados de uma pesquisa que se preocupou Insights da Gestão da Pesquisa,
Tecnológica (DPCT/IG/
UNICAMP).
em levantar dados relacionados à dinâmica de ciência, Desenvolvimento e Inovação (PDI)
tecnologia e inovação (CTI) no Saneamento Básico Bra- no Setor de Saneamento Básico
sileiro. Os resultados apresentados são baseadas em in- Segundo os dados levantados na pesquisa, taxa geral de
formações das atividades realizadas pelas Companhias inovação das CESBs no período pesquisado (2014-2016)
Estaduais de Saneamento Básico (CESBs), entre o período foi bastante expressiva, alcançando a porcentagem de
de 2014-2016. Tal recorte se deve à própria limitação da 84,6%3, que compõem a soma das porcentagens de em-
pesquisa em conseguir abranger o universo de concessio- presas que implementaram inovações de produto (bem
nárias dos serviços de saneamento básico no Brasil. ou serviço) e/ou processo. Na pesquisa também notou-se
uma preferência por inovações em áreas como “Distri-
Dinâmica de ciência, tecnologia e buição de Água e Gestão do Abastecimento”, “Recursos
inovação (CTI) no Saneamento Básico Hídricos e Tratamento de Água” e “Coleta e Tratamento
Brasileiro de Esgoto” que compõem seu core business.
No que se refere ao padrão tecnológico do setor, este As empresas que participaram da pesquisa também
caracteriza-se como lento para mudanças, com alto cus- foram questionadas acerca da importância dada à deter-
to de investimento e flexibilidade limitada para fraciona- minadas atividades de inovação (gráfico 1).
Os resultados do gráfico 1, ilustram a forte dependência das em- barreira para a PDI constitui a ausência do tema dentro da estra-
presas em relação aos seus fornecedores, já que dentre as atividades tégia coorporativa. Este fato tem como consequência a inovação
vistas como de maior importância estão a aquisição de máquinas e não constituir um tema de destaque na organização.
equipamentos. Apesar disso, observa-se também a importância de
atividades, como, treinamento e atividades internas de P&D. Apontamentos Gerais
No que se refere criação de arranjos cooperativos com vistas a Os resultados obtidos permitem concluir que apesar da literatu-
desenvolver atividades inovativas, grande parte das empresas se ra especializada apontar o setor de saneamento básico como
engajaram neste tipo de ação. Entre os principais parceiros esta- supplier-dominated – compreensão do desenvolvimento tecnoló-
vam os fornecedores, universidades e institutos de pesquisa, assim gico no setor se dar exclusivamente pelos seus fornecedores – isso
como outras companhias do setor. Para treinamento, as empresas não impede que hajam iniciativas nas companhias de saneamento
recorreram principalmente às empresas de consultoria e aos cen- básico. Apesar disso, é importante destacar que as estruturas vol-
tros de capacitação profissional e assistência técnica. tadas à tecnologia e inovação entre elas são bastante heterogê-
Outro aspecto auferido foram os resultados e expectativas que mo- neas. Por meio dos dados ficou evidente de existem determinadas
vem as empresas a realizarem atividades relacionadas à PDI. Em um empresas com estruturas mais robustas e outras nem tanto.
primeiro patamar, como impacto mais relevante, temos a busca por (i) Concluindo, os resultados obtidos pela presente pesquisa tor-
melhorar a qualidade dos bens ou serviços da empresa; (ii) aumentar a nam-se relevantes frente aos prognósticos desafiadores do setor
capacidade de produção ou de prestação de serviços da empresa; (iii) re- de saneamento básico, relacionados a diminuição da disponibili-
duzir os custos de produção (incluindo trabalho e insumos) da empresa. dade hídrica, contaminação, necessidade do aumento da capa-
Estes resultados são relevantes na discussão dos fatores que movem cidade de produção, além do provável aumento de competição
as empresas em setores regulados a inovarem. Eles evidenciam a orien- – com a maior abertura às empresas privadas – dentro do próprio
tação das empresas à redução de custos, melhoria na qualidade dos setor. Neste contexto, novas pesquisas acadêmicas, assim como
serviços entregues e busca do aumento da rentabilidade da empresa. novas iniciativas setoriais, são muito bem vindas para ampliar o
As empresas também foram indagadas, acerca das barreiras enfrenta- entendimento sobre este assunto, de forma a contribuir para a
das pelas empresas analisadas para realizarem a gestão do PDI (gráfico 2). formulação de políticas e estratégias adequadas para a promoção
Com bases nos dados depreendidos, constata-se que a principal do desenvolvimento tecnológico e da inovação no setor.
Aquisição de máquinas e equipamentos
Escala de
nível de
importância 600
Atividades internas de P&D
500
tecnológicas no mercado
conhecimentos externos
produção e distribuição
Aquisição de software
Maior
Aquisição de outros
importância
400
Treinamento
300
Fonte: elaboração própria.
200
Gráfico 1. Importância atribuída às atividades inovativas Gráfico 2. Principais barreiras identificadas para estruturar as
atividades de gestão da inovação
1
Segundo a caracterização da Organização Mundial da Saúde e da Unicef (2017), foram caracterizadas desta forma, fontes de água que poderiam ser coletadas com
um tempo não superior a 30 minutos, incluindo viagens de ida e volta e filas.
2
De acordo com a Organização Mundial da Saúde e a UNICEF (2017) foram consideradas instalações melhoradas de esgotamento sanitário aquelas que não são
compartilhadas com outras famílias e onde as excretas são descartadas com segurança no local ou transportadas e tratadas externamente.
3
Estes dados são autodeclaratório das empresas que participaram da pesquisa.
32 Saneas
ARTIGO
TÉCNICO
■■ Custo do terreno para instalação da ETE compacta, bem como ETE-Compacta RAFA: Reator anaeróbio de fluxo ascendente
CAPEX e OPEX do equipamento; (RAFA). É um tanque de fibra com medidas e formato específico,
■■ Características do efluente que será tratado; totalmente fechado, onde é lançado o esgoto doméstico. É um mé-
■■ Corpo hídrico receptor do efluente tratado (corpo d’água, lago, todo econômico e muito eficiente que trabalha com bactérias ana-
represa, riacho, rio, etc.), vazão, classificação do corpo d’água eróbias (que não precisam de oxigênio para sobreviver), o que faz
que receberá os efluentes (Classe 2 a 4); geralmente o parâme- com que não seja necessário nenhum sistema de ventilação. O fluxo
tro mais observado é o de remoção de matéria orgânica (DBO), entra no reator através de tubo na parte superior e são direciona-
que varia de 80-95%; dos para o fundo do tanque. No perímetro do tanque existe uma
■■ Licenças e aprovações dos órgãos competentes CETESB, DAEE; calha coletora para coletar o efluente já tratado com ondulações.
■■ Prazo estimado para a chegada da rede coletora no local da Existem bactérias anaeróbicas que vivem nesse tanque e promovem
implantação da ETE compacta. as reações necessárias para degradar a matéria orgânica. Ai iniciar a
■■ Vida útil da ETE. operação de um tratamento deste tipo é preciso colocar uma quan-
tidade inicial de bactérias (promover um START no sistema). Essa
Objetivo quantidade fake breitling inicial de matéria orgânica com as bac-
Neste trabalho apresentaremos TRÊS exemplos de aplicação de térias pode ser proveniente de outra fossa já em funcionamento.
ETEs compactas realizados na MO, em locais onde a universali- Ainda neste item de metodologia aplicada, observamos algumas
zação por meio de Coletores Tronco da Sabesp, para envio ao “Premissas” a ser consideradas, tais como:
tratamento na ETE-Sabesp, se dará em prazo superior a 5 anos, Funcionamento: Necessário que haja o mínimo de automação
fazendo com que a MO invista a curto neste tipo de solução e am- de forma que o processo ocorra de maneira continua evitando
plie seus índices de forma antecipada, com o propósito de cumprir assim dispêndio com mão de obra. Nas etapas de tratamento pre-
assim as metas dos contratos de programa com os municípios ci- liminar que compõe caixa de areia e gradeamento para depois
tados neste trabalho, bem como proporcionar aumento do fatu- entrar na elevatória e assim seguir para etapas aeróbia e anaeró-
ramento da Sabesp nestes locais com a prestação de serviços de bia de tratamento, decantação secundária e no final é realizada a
coleta e tratamento de esgotos a estas populações, as quais já desinfecção, devem se dar de forma automática
estão atendidas pelo abastecimento de agua da Cia. Instalação: Recomenda-se que seja realizada sobre o solo
ou semienterrada. Para ambos os casos é necessária a execução
Metodologia – processo de tratamento de laje radier ou base. Outros detalhes também são necessários
e premissas como, casa de máquinas, painel elétrico. Os modelos compactos
Antes de relatar os TRÊS exemplos/cases de aplicação e o Status devem ter em sua característica principal a possibilidade de des-
em que se encontram suas implantações e operação, bem como montagem e reinstalação em outro ponto, sendo assim o projeto
sua forma de contratação, é necessário esclarecer que foram ado- deve buscar elementos construtivos e de montagem que, tenham
tados 2 (dois) tipos de processo de tratamento, RAFA ou Biodiscos fácil manutenção e não elevem o valor do OPEX e ainda permitam
que foram aplicados distintamente conforme a contratação, nes- a futura mobilidade do equipamento.
tas três ETE-Compactas, a saber: Com base nestas premissas de funcionamento e instalação, bem
ETE-Biodiscos: Formada por conjunto de discos, geralmente de como nos dois tipos de processo de tratamento, relatamos abaixo os
plástico de baixo peso, giram em torno de um eixo horizontal. Me- três “Cases” em que a MO tem trabalhado, com o propósito de in-
tade do disco é imerso no esgoto a ser tratado enquanto a outra crementar seu faturamento, bem como promover a universalização
metade fica exposta ao ar. As bactérias formam uma película ade-
rida ao disco que quando exposta ao ar é oxigenada. Esta quando Metodologia – implantação, CAPEX e
entra novamente em contato com o efluente contribui para a oxi- faturamento proporcionado
genação deste. Quando esta película cresce demasiadamente, ela Com base nas premissas consideradas no item anterior, temos abai-
se desgarra do disco e permanece em suspensão do meio líquido xo a descrição de cada ETE Contratada e seu respectivo formato
devido ao movimento destes contribuindo para um aumento da de contratação. Ressalta-se que nestas contratações foram levados
eficiência. Este sistema é limitado para o tratamento de pequenas em consideração fatores econômicos de CAPEX e Faturamento pro-
vazões. O diâmetro máximo dos discos é reduzido sendo necessá- porcionado pelo atendimento aos clientes com serviço de coleta e
rio um grande número de discos para vazões maiores. tratamento pela Sabesp. O OPEX também é considerado
34 Saneas
Case 1: ETE – NEW VILLE (Em Operação) – Aquisição Case 2: ETE – Nova Jerusalém (Em fase de licenciamento) -
Trata-se de um residencial de alto padrão na cidade de Santana Aquisição
de Parnaíba, que transferiu a operação de seu sistema de esgota- Trata-se de um residencial de padrão popular na cidade de Ca-
mento para a Sabesp, o qual possuía um tratamento de aeração rapicuíba, que está em fase de regularização fundiária junto aos
prolongada e que carecia de melhorias de operação, sendo assim órgãos estaduais e municipais deste residencial Nova Jerusalém
foi executado um estudo, licitação e aquisição de ETE Compacta (figura 3), e para tanto há necessidade de dar adequada destina-
(figura 1), na qual o fornecedor entregou o modelo com uso de ção a seus esgotos, sendo assim a Prefeitura local solicitou à MO
Biodíscos que possibilitou melhoria Operacional e a simplificação estudo para o caso. Tendo em vista que a implantação do CT 2-A
da operação. Importante observar que tal iniciativa de implanta- em Carapicuíba, aguarda liberação de áreas ocupadas por mora-
ção de ETE-compacta, se faz necessária pois o envio destes efluen- dias irregulares e adequação de suas margens, bem como as obras
tes para tratamento no sistema principal da Sabesp será possível da 4º. Etapa do Projeto Tietê na região, optou-se pela implantação
somente após a conclusão das obras da 4º. Etapa do Projeto Tietê de ETE-Compacta, considerando o pequeno espaço no residencial
na região central de Santana de Parnaíba, pois o residencial está para sua instalação, sendo assim foi realizada a licitação do serviço
à frente na estrada do Suru (sentido interior de São Paulo). A im- e a vencedora fornecerá modelo de Biodíscos e a sua instalação
plantação desta ETE e sua respectiva partida e operação se deu no se dará tão logo os agentes ambientais concedam a LI (Licença de
último trimestre de 2018 e foi inclusive noticiada pela revista Veja implantação), a expectativa é que ainda em 2019 este moradores
São Paulo conforme figura 2. sejam beneficiados com a Universalização
Dados do local: Dados do local:
Ticket médio aproximadamente: R$ 128,00 (Esgoto) – Tarifa a Ticket médio aproximadamente: R$ 80,00 (Esgoto) - Tarifa a
ser faturada por imóvel ser faturada por imóvel
Investimento (CAPEX): R$ 524.000,00 (3 módulos) Investimento (CAPEX): R$ 398.000,00 (2 módulos)
Atendimento: 322 Imóveis Atendimento: 133 Imóveis
da ETE-Fazendinha venha a ser realizada em caráter definitivo, foi ETE – Rafa (OPEX)
decidido a implantação de uma ETE-Compacta, provisoriamente, Será instalada no bairro da Fazendinha em Santana de Parnaíba, tem
a qual foi licitado um contrato de locação para uma capacidade de capacidade para tratar até 10,5 l/s (907m³/dia) de vazão média diária.
tratar vazão de 10 l/s por meio de sistema RAFA, proporcionando O sistema adotado é do tipo misto, anaeróbio-aeróbio, onde o
assim condições de atender incialmente clientes que estão com sistema aeróbio é da modalidade aeração prolongada com cres-
redes coletoras implantadas e disponíveis para conexão ao sistema cimento aderido fixo (IFAS - Integrated Fixed Film Activated Slud-
da Sabesp nesta região da cidade e a expectativa é que ainda em ge), com área total ocupada de somente 370m², ou seja, cerca de
2019 este moradores sejam beneficiados com a Universalização 0,41m² de área ocupada por m³ de esgoto tratado.
Dados do local: O consumo de energia previsto é da ordem de 0,39Kwh/m³ de
Ticket médio aproximadamente: R$ 67,00 (Esgoto) - Tarifa a esgoto tratado, aproximadamente R$ 0,18 por m³ tratado.
ser faturada por imóvel A eficiência total do sistema para remoção de DBO5-20 é esperada
Investimento (OPEX): R$ 68.000,00/mês acima de 94%, com concentrações no efluente final abaixo de 20mg/l.
Atendimento: 1600 Imóveis
ETE – Biodiscos (OPEX)
É uma estação de tratamento de esgoto compacta e modular, que
utiliza biodisco (reator biológico de contato), o equipamento pode
ser configurado para tratar a partir de 0,6 L/s de efluente. Por se
tratar de um sistema 100% aeróbio, por aeração atmosférica, o sis-
tema não necessita de sopradores, o que reduz consideravelmente
o consumo de energia, cerca de 0,73 kWh (0,6 L/s), além de não ser
necessário a operação full time, visto que a ETE possui um sistema
automatizado que necessita de pouca ou quase nenhuma opera-
ção, podendo ser monitorada a distância. O custo operacional total
Figura 4 - Imagem aérea do local indicando o local
da futura instalação do MIRACELL® é de aproximadamente R$ 0,33 por m³ tratado.
Dados estimados:
Metodologia – manutenção, operação e OPEX ■■ Consumo de energia elétrica, considerando a vazão 0,6 l/s de um (1)
Os Processos de tratamento descritos neste trabalho trazem a tec- módulo RBC mais um (1) decantador, é de R$ 0,13 por m³ tratado;
nologia por Biodiscos e por sistema RAFA, conforme já relatado na ■■ Valor de mão-de-obra é de R$ 0,07 reais por m³ tratado.
metodologia de implantação. Neste item odo trabalho o objetivo ■■ Manutenção e reposição de peças, R$ 0,08 reais por m³ tratado.
é apresentar dados estimados de OPEX compostos por: Descarte de lodo em aterro é de R$ 0,05 reais por m³ tratado.(Figura 5)
■■ Mão de Obra
■■ Energia Elétrica Resultados obtidos – técnicos, economicos
■■ Insumos e de remuneração
Os Resultados destas soluções técnicas, apresentam característi-
OPEX
36 Saneas
cas de qualidade de efluente (figura 5), operação (figura 6) e de Conclusões e recomendações
retorno financeiro à Sabesp. Desta forma anotamos abaixo alguns Este trabalho não tem a pretensão de esgotar o tema, mas apre-
resultados e algumas considerações acerca dos mesmos, que são sentar exemplos de realizações e projetos em andamento na
relevantes para o bom desempenho da MO-Unidade de Negócios MO-Unidade de Negócios Oeste da Sabesp, os quais objetivam
Oeste da Sabesp antecipar Universalização nos locais relatados. Concluímos que a
Qualidade do Efluente: Considerando a Resolução CONAMA ETE-Compacta se apresenta como uma solução viável, com Capex
no. 357, adotou-se solicitar o DBO abaixo da empresa contratada e Opex dentro dos limites orçamentários da Sabesp e podendo ser
para implantação. uma alternativa para antecipar a Universalização em locais onde a
somatória das vazões dos domicílios beneficiados não seja supe-
PARÂMETROS DE ENTRADA PARÂMETROS DE SAÍDA
(VALORES MÉDIOS) (MÁXIMOS PERMITIDOS) riores a 10 l/s, tendo em vista que em instalações superiores a esta
DBO: 300 mg/L/ 150 DBO: 45 mg/L/ vazão elevam os valores do Capex. Diante desta conclusão, cabe
DQO: 300 mg/L/ 100 DQO: 120 mg/L/ aqui citar alguns cuidados no aspecto técnico e comercial para
Sólido Suspensos totais: 400 mg/L Sólido Suspensos totais: 45 mg/L contratação de uma ETE-Compacta, a saber:
Figura 6 – Tabela com Parâmetros de entrada e saída da ETE 1- Técnica:
■■ Avalie a qualidade dos materiais empregados para construção
Operação: No caso da ETE-Compacta-Fazendinha, além da dos tanques;
Qualidade do efluente, também se requer desempenho na ope- ■■ Analise atentamente a especificação dos equipamentos compo-
ração com descontos pelo período em que houver uma parada nentes da ETE, como bombas elevatórias, sistemas de dosagem
do sistema, sendo assim estes indicadores fatores de desconto no e elementos eletromecânicos;
valor da locação mensal. ■■ Ler o memorial de dimensionamento da sua tecnologia, para que
se possa garantir que um determinado processo de tratamento
Fator de Qualidade (FQ): Caso a contratada não atender
quaisquer dos parâmetros do efluente definidos na Tabela1, está de fato dimensionado conforme os requisitos de projeto.
haverá a penalidade de 10% do valor da medição mensal. Os Também dê atenção especial para os projetos, hidráulicos, es-
valores dos parâmetros para fins de aferição desta condição serão truturais e elétrico;
calculados pela média das coletas semanais no mês, não havendo
coleta no mês será aplicado automaticamente o FQ. O fator de ■■ Fique atento ao manual de operação, observe o detalhamento
desempenho não poderá se superior a 1. e a viabilidade dos procedimentos necessários.
FQ = CD x Parcela A ■■ Boa aplicação para locais com vazões de até 10 L/S;
Fator de Qualidade (FO): Caso ocorra parada superior há uma hora, ■■ Licenciamento ambiental, é o caminho crítico do projeto, e deve
haverá desconto do valor mensal medição mensal, conforme fórmula: ser levado em conta nas contratações e implantações
FO: (HP / (N0 horas/Mês)) x Parcela A 2- Comercial/ Financeira:
Onde HP: horas paradas (horas) ■■ Forma de contratação que lhe for mais adequada, pois o mer-
Figura 7 – Critérios de remuneração por desempenho cado dispõe de fornecedores que trabalham com vários tipos
de contratação, podendo ser: Aquisição, Locação, BOT – Build,
Econômico/ financeiro: Nos três projetos aqui citados, levou- Operating and Transfer;
-se em consideração o Pay-Back (Pagamento do capital investido), ■■ Fato lembrar que na aquisição, será necessário pensar em trei-
bem como a TIR (Taxa de Retorno Interno), que especificamente nar pessoal para tal operação e levar em conta se a contratação
na Sabesp requer TIR de 8,11%, o qual foi atendido nos TRÊS pro- com operação inclusa facilite seu dia a dia, desde que o Opex
jetos deste relatório, sendo assim resumidamente temos: apresentado pelo fornecedor esteja adequado;
■■ ETE New Ville: Pay-Back aproximadamente em 12 meses ■■ Pay-Back e Estudo de Viabilidade Técnica focando a TIR e VPL;
■■ ETE Nova Jerusalém: Teremos Pay-Back aproximadamente em 36 meses ■■ Lançamento do efluente, pois o corpo receptor pode elevar cus-
ETE Compacta-Fazendinha: Teremos arrecadação em torno de to do projeto em função de sua Classe, sendo assim o corpo
R$ 107.000/mês que será suficiente para cobrir as despesas de lo- d’agua Classe 4 possui um menor Capex e Opex
cação e energia para a mesma, durante o período de locação. ■■ Analisar o prazo de implantação do futuro coletor na região, a
fim de estabelecer a vida útil da ETE Compacta a ser instalada.
Fator decisivo para tipo de contratação
Helvécio Carvalho
MBBR de poliuretano enriquecida com
de Sena
38 Saneas
Materiais e métodos
A tecnologia MBBR com mídia de Poliuretano enriquecida com
carbono e outros compostos1 foi aplicada em uma estação de tra-
tamento de esgotos (ETE Gêneses) em escala real.
É fundamental registrar que a única alteração feita na unidade
foi a substituição das mídias, não foram alterados por exemplo o
sistema de difusão de ar e tão pouco o soprador.
Esta unidade de tratamento já era operada em modulo de
MBBR, porém com mídia convencional de alta densidade, confor-
me demonstrado através da Figura 2. Figura 3 - Aplicação da Mídia de Poliuretano catalisada1
Após a retirada da mídia antiga (Figura 2) da ETE Gêneses, foi
colocado a mídia de poliuretano enriquecida com carbono e ou- A avalição da microestrutura da mídia de poliuretano (figura 1)
tros compostos1 nos dois reatores aerados, a nova mídia está de- através de microscopia de varredura eletrônica (MEV) observou-
monstrada através da Figura 3. -se estrutura ovoide que propicia os macro poros e proteção aos
Os tanques de aeração da ETE Gêneses possuem um volume microrganismos contra compostos tóxicos possibilitando assim o
total de 64,5m , a quantidade volumétrica da mídia antiga (Figura
3
desenvolvimento adequado de enzimas específicas.
2) era 32m3 (50% do volume dos tanques aerados), enquanto Wolf (WOLFF, 2005) trabalhando com dois tipos de mídia de
para a mídia de poliuretano enriquecida com carbono e outros MBBR demonstra que a mídia com suporte mais irregular é mais
compostos1 (Figura 3) foram aplicados 4,51 m3 (7% do volume favorável ao desenvolvimento de microorganimos, inclusive as
dos tanques aerados). áreas formadas pela macro cavidades são maiores do que a mídia
Segundo orientação da Norma regulamentadora brasileira convencional utilizada na pesquisa.
(NBR 12.209:2011, 2011) a quantidade de biomídia recomendada As reentrâncias favorecem a fixação e a colonização das bacté-
está entre 30 à 70% do volume do tanque. (Figura 2) rias e desenvolvimento de nichos de organismos de lento cresci-
mento, como as nitrobacters (WOLFF, 2005).
Condições de Operação
A vazão média e mediana histórica da ETE Gêneses é de 6,09 e
5,73 m3/hora.
Considerando o volume total do tanque de aeração (64,5 me-
tros cúbicos), para a vazão histórica há um tempo de detenção de
10,6 horas.
Apresenta-se através da Tabela 1 a característica média do
esgoto bruto afluente à ETE Gêneses, que pode ser classifica-
do entre um esgoto médio à forte (Metcalf & EDDY, 2003).
Figura 2 - Mídia antiga da ETE Gêneses -
foto tirada com aeração desligada
A substituição das mídias ocorreu no dia 18 de agosto de 2018 Mínimo 26,5 25 2,8 78,0 0,5 7,9 7,0
e o primeiro monitoramento foi feito no dia 24 de agosto de Máximo 94,3 550 9,8 1.207,0 8,2 111,3 8,3
Durante o período da pesquisa a vazão média e mediana foi de afluente de 332 mg DBO5,20/L e no efluente de 35 mg DBO5,20/L.
7,13 m /hora e 6,88 m /hora, portanto entre 17 à 20% superior
3 3
Com remoção média do período de 89,33%.
a média e mediana histórica. A comparação entre os dados históricos e o primeiro período
da pesquisa (28 dias) demonstra que em termos percentuais as
Resultados remoções foram idênticas, porém a concentração afluente média
O sistema operou com carga média de DBO5,20 em 40,7 kg aumentou em 61,67%. Consequentemente a concentração mé-
DBO5,20/dia, DQO em 83,8 kg DQO/dia e 8,6 kg N-NH4 /d dia no efluente tratado subiu 52,50%
A ETE Gêneses compõe-se também de um reator UASB, mas No segundo período da pesquisa (40 dias) a concentração de
não foi possível monitorar o efluente desta unidade de tratamen- DBO5,20 no efluente tratado com a mídia de poliuretano enriqueci-
to, portanto vamos estimar que esta unidade anaeróbia foi res- da1 (MBP) foi de 4 mg/L.
ponsável pela remoção de 50% das cargas orgânicas e 0% da Esta melhora é ocasionada pela maturação do biofilme (SENA,
carga nitrogenada, temos assim a síntese dos dados que estão 2011), o diferencial com a mídia de poliuretano enriquecida1 é
apresentados através da tabela 2. que já no primeiro período houve o atendimento a remoção exigi-
da por lei, demonstrando altíssima aderência microbiológica.
Carga Carga Carga DQO Carga DQO Carga de A substituição das mídias ocorreu no dia 18 de agosto de 2018
DBO5,20 DBO5,20 bruta efluente do Nitrogênio
e o primeiro monitoramento foi feito no dia 24 de agosto de 2018
bruta efluente do Kg DQO/dia reator UASB amoniacal
Kg DBO5,20 reator UASB Kg DQO/dia kg N-NH4 e com apenas 06 dias de inoculação a remoção de DBO5,20 foi de
/dia Kg DBO5,20 /dia
/dia 89,9% (afluente 317 mg DBO5,20/L, efluente 32 mg DBO5,20/L).
3
Não foi considerado a perda de sólidos pelo efluente final.
40 Saneas
A concentração de nitrogênio nitrato no efluente tratado não
ultrapassou 10 mg N-NO3/L, o que indica a desnitrificação simul-
tânea, justificando também a estabilidade do pH.
Simulação
Utilizando-se como base as seguintes condições:
■■ Concentração de nitrogênio amoniacal no esgoto bruto = 50,0
mg/L
■■ Concentração de nitrogênio nitrato no efluente tratado <=
10,0 mg/L
■■ Concentração de nitrogênio amoniacal no efluente tratado <=
Figura 4 - Concentração de nitrogênio amoniacal no efluente tratado da
ETE Gêneses - antes e depois da substituição da mídia 10,0 mg/L
■■ Concentração de oxigênio nos tanques aerados = 3,0 mg/L
Figura 4 - Concentração de nitrogênio amoniacal no efluente ■■ Temperatura de trabalho = 25ºC
tratado da ETE Gêneses - antes e depois da substituição da mídia ■■ Taxa de recirculação para o tanque anóxico = 1
Uma das questões fundamentais feita durante a pesquisa foi o ■■ SALNO3R = 0,5 g/m2/d
motivo das oscilações nas remoções e o motivo da concentração ■■ SALDBO5,20R = 5,0 g/m2/d
não se manter baixa como os obtidos no dia 26/10/18.
Considerando a média de remoção, houve uma melhora de 6 Para as condições acima utilizando a mídia poliuretano enrique-
vezes no processo de nitrificação. Antes da substituição da mídia cida1 que possui 20.000 m2/m3, temos:
a remoção média era de 13,2% e após a substituição elevou-se ■■ Tanque de desnitrificação :
para 60,8%. ■■ Volume do tanque = 21,7 m3
Seis dias após a substituição da mídia, houve amostragem na ■■ Quantidade de mídia = 1,0 m3 (4,6% do volume do tanque)
ETE Gêneses e o sistema já apresentou remoção de nitrogênio ■■ Concentração de nitrogênio nitrato no efluente < 2,0 mg/L
amoniacal de 61%. ■■ Tanque de remoção de carbono:
Na terceira amostragem a remoção de nitrogênio amoniacal re- ■■ Volume do tanque = 21,7 m3
duziu de 76% para 44%, o que levou a questionamentos. ■■ Quantidade de mídia = 1,0 m3 (4,6% do volume do tanque)
A redução na remoção, foi causada pela alteração no sistema ■■ Concentração de DBO5,20 < 2,0 mg/L
de aeração da ETE Gêneses. A operação mantinha uma determi- ■■ Tanque de remoção de nitrogênio:
nada potência no soprador para causar o máximo de homoge- ■■ Volume do tanque = 21,7 m3
neização possível com a mídia antiga (figura 2), ao observarem ■■ Quantidade de mídia = 0,5 m3 (2,31% do volume do tanque)
que a mídia de poliuretano enriquecida1 fluidizava com menor ■■ Concentração de N-NH4 < 5,0 mg/L
quantidade de ar, houve a alteração da potência, sem que o pes-
quisador fosse avisado. Para as condições acima utilizando a mídia polipropileno que
Após a identificação do ocorrido, foi solicitado a manutenção possui 650 m2/m3, temos:
da concentração de oxigênio dissolvido próximo de 3,0 mg O2/L, ■■ Tanque de desnitrificação :
porém devido a deficiência do soprador, não foi possível atingir ■■ Volume do tanque = 253,5 m3
esta meta. ■■ Quantidade de mídia = 29,0 (11,4% do volume do tanque)
A limitação de aeração, traduz-se nas variações na remoção de ■■ Concentração de nitrogênio nitrato no efluente < 2,0 mg/L
nitrogênio amoniacal. ■■ Tanque de remoção de carbono:
Considerando a melhora na remoção de nitrogênio amoniacal e a ■■ Volume do tanque = 253,5 m3
formação de nitratos, há dois aspectos que foram acompanhados. ■■ Quantidade de mídia = 50,0 m3 (19,7% do volume do tanque)
O primeiro era a alteração do pH no tanque de aeração, visto ■■ Concentração de DBO5,20 < 2,0 mg/L
que não houve suplementação de alcalinidade no esgoto afluen- ■■ Tanque de remoção de nitrogênio:
te, os dados demonstraram que o pH se manteve 6,6 à 7,7 upH. ■■ Volume do tanque = 253,5 m3
■■ Quantidade de mídia = 80 m3 (31,56% do volume do tanque) Há indicativo que na situação atual (mídia de poliuretano en-
■■ Concentração de N-NH4 < 5,0 mg/L riquecida1) é possível atingir remoções de nitrogênio amoniacal
A simulação matemática indica que haveria uma redução signi- acima de 90%, desde que haja suprimento de oxigênio.
ficativa no volume dos tanques, visto que a área disponível está Observa-se também que o processo de desnitrificação ocorre
diretamente relacionada ao dimensionamento dos reatores (HEN- dentro da mídia de poliuretano enriquerida1 considerando que a
ZE, M.C.M., EKAMA, & BRDJANOVIC, 2008). concentração de nitrogênio nitrato sempre ficou abaixo de 10 mg
Foi adotado o critério de se manter pelo menos um tempo de N-NO3/L e o pH no tanque de aeração se manteve na faixa entre
retenção hidráulico de 60 minutos, mesmo que os cálculos indi- 6,0 à 7,0.
quem tempos menores. Apesar da mídia de poliuretano enriquecida1 apresentar peque-
nos poros, quando comparado à outra mídias, não se observou a
Conclusões oclusão dos macro poros. Provavelmente devido a formação de
A utilização de uma quantidade de mídia poliuretano enriqueci- um biofilme de menor espessura e maior atividade microbiana.
da1 em um pequeno percentual comparado com a recomendação A simulação entre a mídia de poliuretano enriquecida1 e mídias
normativa (NBR 12.209:2011, 2011) demonstrou-se como uma convencionais demonstra que haveria uma redução significativa
excelente alternativa com resultados de remoção expressivos. no volume dos tanques, quando estamos nos referindo a unida-
A remoção de DBO5,20 atingiu cerca de 92%, e a remoção de des novas. Para unidades já existentes poder-se-á utilizar o poten-
nitrogênio amoniacal ficou em média 61%, remoção 06 vezes cial desta mídia para aumentar a capacidade da unidade.
melhor do que a situação anterior a esta pesquisa.
42 Saneas
ARTIGO
TÉCNICO
Nilton
Desafios e soluções para a gestão de
Bartalini
lodo em estações de tratamento
Tecnologias avançadas têm auxiliado a superar os diversos desafios no
gerenciamento do lodo proveniente de estações de tratamento de efluentes
municipais e industriais
Formado em tecnologia de
projetos mecânicos, pela Ao mesmo tempo em que o aumento da coleta de ■■ Diminuir o volume do lodo destinado a aterros, di-
Faculdade de Tecnologia
de São Paulo, com esgoto traz inúmeros benefícios, como melhoria da minuindo também o custo de destinação final;
diploma reconhecido pela
Universidade Estadual saúde, preservação ambiental e valorização imobiliá- ■■ Encontrar formas de redução e reúso do lodo, dimi-
Paulista (UNESP). Tem
22 anos de experiência ria, surge também um grande desafio: o tratamento nuindo assim o volume e o custo de destinação a aterros;
na indústria de papel e do esgoto coletado e, consequentemente, a gestão ■■ Reúso limitado por conta de metais pesados e ou-
celulose, nas etapas de
fabricação, captação do lodo proveniente deste tratamento. tros contaminantes.
e tratamento de água,
atuando também no Rico em nutrientes e matéria orgânica, mas tam- Inclusive, por ser um resíduo proveniente das estações
tratamento dos efluentes
gerados em Pulp and bém muitas vezes com a presença de patogênicos, o de tratamento, o lodo enquadra-se na Política Nacional
Paper. Possui também 11
lodo ocupa uma parcela significativa do custo total de de Resíduos Sólidos (PNRS), instituída pela lei nº 12.305,
anos de experiência em
projetos de equipamentos operação de ETEs (Estações de Tratamento de Esgoto / de 02 de agosto de 2010, que reúne o conjunto de prin-
hidrodinâmicos,
etapa atual, atuando Efluentes), por conta de consumo elevado de energia, cípios, objetivos, instrumentos, diretrizes, metas e ações
diretamente na aplicação,
desenvolvimento de água e de polímeros para seu tratamento, e trans- adotados pelo Governo Federal, isoladamente ou em re-
e implantação no
tratamento de efluentes
porte para sua disposição final. gime de cooperação com Estados, Distrito Federal, Mu-
municipais e indústriais. nicípios ou particulares, com vistas à gestão integrada e
Trabalhou em indústrias
metalúrgicas e empresas Principais aspectos do cenário atual ao gerenciamento ambientalmente adequado dos resí-
especializadas em
fabricação de papel e da gestão de lodo no Brasil duos sólidos. De acordo com seu artigo 7º, um dos ob-
celulose, tais como Cia.
Suzano de Papel e Celulose Alguns dos principais pontos da gestão de lodo no jetivos da PNRS é a “não geração, redução, reutilização,
e Joh. Clouth GmbH & Brasil são: reciclagem e tratamento dos resíduos sólidos, bem como
CO. (Joh. Clouth Brasil).
Atualmente desenvolve ■■ Os lodos de ETAs (Estações de Tratamento de Água) disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos”.
a coordenação técnica e
comercial da aQuamec, são dispostos em cursos de água sem nenhum tra- Entre as formas possíveis de reutilizar o lodo, estão:
atendendo empresas
públicas e privadas do tamento, na maioria dos casos; ■■ Reaproveitamento industrial;
setor de saneamento.
■■ Os lodos de ETEs (Estações de Tratamento de Esgo- ■■ Fabricação de tijolos e cerâmicas;
to / Efluentes) gerados no Brasil são da ordem de ■■ Produção de agregado leve para construção civil;
200.000 toneladas/ano; ■■ Produção de cimento;
■■ Em muitos casos, os polímeros e floculadores uti- ■■ Reaproveitamento agrícola;
lizados nos processos físico-químicos das estações ■■ Fertilizante orgânico e compostagem;
de tratamento são de baixa qualidade, por questões ■■ Recuperação de solos degradados.
financeiras, e, portanto, as etapas subsequentes e a
qualidade final do lodo são prejudicadas;
■■ Os lodos gerados, quase na totalidade, seguem
para aterros.
Adensador Aspecto de
de lodo de lodo adensado
acionamento
central para
tanques
circulares
44 Saneas
ARTIGO
TÉCNICO
Isabelly Silva
9935 Smart Plant: a tecnologia em prol
Siqueira
Tecnóloga em Hidráulica e
Saneamento Ambiental e
do reaproveitamento de resíduos
Graduanda em
Engenharia Civil de ETEs
Karyn Lopes
Vasconcello
Resumo sejam supridas de forma que as próximas gerações possu-
Graduanda em Engenharia
Civil e Técnica em O desenvolvimento humano sempre esteve vinculado am os mesmos recursos para seu uso e desenvolvimento.
Administração ao consumo de recursos naturais. Com impactos ao Dentre os recursos naturais explorados, a água é
46 Saneas
NÍVEL REMOÇÃO
Preliminar - Sólidos em suspensão grosseiros (materiais de maiores dimensões e areia)
Primário - Sólidos em suspensão sedimentáveis
- DBO em suspensão (matéria orgânica componente de sólidos em suspensão sedimentáveis)
Secundário - DBO em suspensão (matéria orgânica em suspensão fina, não removida no tratamento primário)
- DBO solúvel (matéria orgânica na forma de sólidos dissolvidos)
Terciário - Nutrientes, patogênicos, compostos não biodegradáveis e metais pesados;
- Sólidos inorgânicos dissolvidos e sólidos em suspensão remanescentes
Notas: 1- A remoção de nutrientes (por processos biológicos) e de patogênicos pode ser considerada como integrante do tratamento secundário,
dependendo da concepção do tratamento local; 2 - DBO - Demanda Bioquímica de Oxigênio.
detenção adequado até que os sólidos suspensos sejam com- prejuízo à cadeia produtiva e colocando-os de volta em circulação,
pactados pela ação da gravidade no fundo do tanque, otimi- gerando economia financeira e benefícios ao planeta. O sistema
zando o processo de secagem; SMART Plant promove o conceito de recuperação de recursos de
■■ Adensadores por Flotação: consiste na separação da água do efluentes através de uma plataforma tecnológica desenvolvida
sólido por meio do ar, que é introduzido na solução através de com o intuito de impulsionar o desenvolvimento de novos produ-
uma câmara de alta pressão. Quando a solução é despressuriza- tos e oportunidades de negócios (Figura 6).
da, o ar dissolvido forma micro-bolhas que sobem, arrastando Em ETEs, o sistema traz soluções eco-inovadoras e eficientes
os flocos de lodo para a superfície; em termos de energia para otimizá-las e fechar a cadeia de valor
■■ Estabilização: consiste estabilização total ou parcial das subs- circular, aplicando técnicas de baixa emissão de carbono para re-
tâncias instáveis e da matéria orgânica presentes no lodo fresco, cuperação de materiais que de outra forma seriam perdidos. Para
com o intuito de restringir patogênicos, reduzir volume, umida- isso, tem como foco quatro pilares centrais:
de e possibilitar sua utilização como húmos ou condicionador
de solo para fins agrícolas;
■■ Condicionamento químico de lodo: preparação do lodo para
sua desidratação mecânica na etapa subsequente, resultando
na coagulação de sólidos e a liberação da água adsorvida;
■■ Desidratação mecânica de lodo: consiste na remoção da umi-
dade e redução do volume do lodo por meio de equipamentos
mecânicos, como filtros e centrífugas, resultando em uma alta
concentração de sólidos e baixa turbidez do filtrado;
■■ Secagem térmica do lodo: processo de secagem através da eva-
poração de água com a aplicação de energia térmica, obtendo-
-se um volume final de lodo reduzido significativamente;
■■ Disposição final: destinação final do lodo digerido e desidrata- Figura 6: Conceito circular smart plant.
do, normalmente encaminhado aos aterros sanitários.
2.1.3. Tratamento terciário I Economia circular;
Em virtude da existência de poluentes específicos, como matéria II Monitoramento robótico;
orgânica, compostos não biodegradáveis, nutrientes, metais pesa- III Gestão de resíduos urbanos; e
dos etc., que não podem ser removidos nos processos comuns de IV Integração dos sistemas de tratamento de efluentes.
tratamento descritos anteriormente, tem-se a necessidade da apli- 2.2.1. Fases do processo
cação de tratamentos terciários de efluentes por meio de técnicas O sistema consiste em implementar sistemas automatizados com
físico-químicas ou biológicas de processamento. Os processos que o objetivo de otimizar o processo de tratamento de esgoto, recu-
podem ser adotados nos tratamentos terciários podem ser classi- peração de recursos, eficiência energética e redução de emissões
ficados basicamente em: de gases de efeito estufa (Figura 7).
■■ Tecnologias de Transferência de Fase: quando os contaminantes O projeto SMART-Plant envolve sete técnicas de recuperação de
passam da fase aquosa para outra fase, que é capaz de ser trans- materiais que podem ser aplicadas à ETEs existentes, cada uma é
mitida para a atmosfera ou ser convertida em resíduo sólido; demonstrada através de um sistema piloto totalmente operacional:
■■ Tecnologias Destrutivas: o poluente é, de fato, transformado em de- SMARTech1; SMARTech2a; SMARTech2b; SMARTech3; SMARTe-
corrência da oxidação da matéria orgânica em matéria inorgânica. ch4a; SMARTech4b; SMARTech5. Segundo os idealizadores do pro-
jeto, os sistemas pilotos serão otimizados por mais de dois anos em
2.2. SMART Plant na gestão de resíduos de ETEs ambiente real em cinco estações municipais de tratamento de efluen-
A SMART Plant utiliza métodos para otimizar o gerenciamento tes, incluindo também duas instalações de pós-processamento:
de resíduos de diversas fontes, com o objetivo de utilizá-los com ■■ SMARTech1
máxima eficiência, minimizar sua disposição no meio, recuperar e A Tecnologia SMARTech1 permite a coleta primária de celulose nas
regenerar produtos e matérias-primas, reutilizando-os sem causar ETE’s de médio e grande porte. A celulose é um ingrediente-chave
48 Saneas
Figura 7: Plataforma tecnológica SMART-Plant.
do papel higiênico, portanto está presente em grandes quanti- ETE. Consiste em dois reatores em batelada sequencial, um para cres-
dades nos esgotos, podendo ser usada para fazer bioplásticos e cimento bacteriano heterotrófico e outro para crescimento de nitri-
materiais de construção como asfalto. A implantação do equipa- ficadores autotróficos. Também é usado um vaso de intercâmbio e
mento denominado filtro Salsnes (Figura 8) permite a recuperação um sistema químico para recuperação de fósforo como cristais de
máxima de matérias-primas utilizando a concentração de efluen- estruvita (Figura 10).
tes passados pela peneira fina dinâmica. ■■ SMARTech3
O filtro Salsnes separa as lamas celulósicas do esgoto bruto, que
são então refinadas e limpas por pós- processamento. Isso permite
substituir os processos de tratamento convencionais como decan-
tação, floculação e desidratação (Figura 9).
■■ SMARTech2a
A Tecnologia SMARTech2a permite a recuperação secundária de
biogás usando um biofiltro anaeróbico a base de poliuretano. Este
processo permite a recuperação do biogás de ETEs de pequeno e
médio porte que apresentam picos de carga orgânica irregulares.
Funciona usando um biofiltro com uma inovadora matriz de imobi- Figura 8: Filtro Salsnes.
lização baseada em polímeros, que é aplicada no processo de lodos
ativados. Assim como a recuperação de biogás, que pode ser usada
para gerar energia, a tecnologia resulta em alta remoção de de-
manda química de oxigênio (DQO) e sólido suspenso total (SST), de
modo que o efluente tratado possa ser reutilizado na agricultura.
■■ SMARTech2b
A tecnologia SMARTech2b torna possível a recuperação de recursos
de energia eficiente secundária. O sistema recupera 50% do fósforo,
que pode ser usado como fertilizante, extrai materiais usados para
produzir bioplásticos e reduz em 25% os custos de operação de uma
Figura 9: Mecanismo de separação de sólidos - Filtro Salsnes.
50 Saneas
recuperação de energia também ocorrerá através do tratamento
anaeróbico de esgoto, que consiste em um biofiltro híbrido anae-
róbio que aplica uma nova matriz polimérica para imobilização de
microorganismos anaeróbicos seletivos.
■■ Recuperação de Nutrientes
O nitrogênio e o fósforo serão recuperados do efluente secundário
usando meios de troca iônica. O fósforo será removido através da
adoção de um meio híbrido de permuta iônica para remoção de
Figura 15: Recuperação de Nutrientes: Sulfato de Amônia e Fosfato de Cálcio. fósforo e a amônia será removida usando mesólite, que é um tipo
de zeólito. Tanto a amônia como o fosfato serão recuperados usan-
do produtos químicos para regenerar os materiais absorvidos e ad-
sorvidos, e recuperar os nutrientes como produtos químicos de alto
valor agregado de sulfato de amônia e fosfato de cálcio. (Figura 15).
Os nutrientes também serão recuperados como estruvita e lodo
que é rico em fósforo, através do tratamento de esgotos muni-
cipais e água de rejeição de lodo. No primeiro caso, precipita-se
com a adição de magnésio e ajuste adequado do pH.
Figura 16: Biopolímeros. No segundo caso, o aumento da remoção de fósforo biológico
resulta no acúmulo de altas concentrações de fósforo na lama.
Os produtos químicos produzidos e as lamas possuem alto valor
agronômico e serão aplicados no solo para demonstrar o aumento
da produção vegetal.
■■ Produção de Biopolímeros
Os biopolímeros serão recuperados tanto nas águas residuais como
na linha de tratamento de lodo. Na linha principal de tratamento de
águas residuais, o processo será aplicado para produzir biopolímeros e
estruvita, garantindo uma qualidade adequada de efluentes tratados.
Figura 17: Celulose limpa, seca e desinfetada.
O biopolímero produzido (Figura 16) será utilizado em conjunto
com o lodo celulósico recuperado para desenvolver compostos plás-
ticos de lodo que podem ser utilizados no setor de construção civil.
■■ Recuperação de Celulose
A integração entre a peneiração dinâmica e o pós-processamen-
to com filtro separa as fibras de celulose de papel higiênico nas
águas residuais para produzir lodo altamente concentrado. O re-
sultado é uma celulose comercializável limpa, seca e desinfetada
3. Resultados
As tecnologias SMART Plant têm sido aplicadas em seis países inte-
grantes do projeto: Holanda, Reino Unido, Espanha, Itália, Grécia e
Israel. Os resultados obtidos e os quais são previstos em cada etapa
são discorridos nos itens a seguir.
3.1. Holanda - Geestmerambacht
A Estação de Tratamento de Efluentes de Geestmerambacht situa-se
Figura 19: Sistema de filtro Salsnes instalado na ETE Geestmerambacht.
52 Saneas
fluxo afluente é de 675 m³/dia, trata os esgotos domésticos do
Campus da Universidade de Cranfield, as águas pluviais do esco-
amento das ruas e do campo de aviação. O processo é composto
por tratamento primário e secundário seguido de filtração.
Nesta ETE foram feitas instalações para aplicação da tecnologia
através do processo de troca iônica (Figura 26) para remoção e
recuperação de nutrientes.
A planta piloto de Pós-processamento A (Figura 27) está localizada
Figura 25: ETE Cranfield.
em Londres, no Reino Unido. O sucesso da produção do Composto
Plástico de Lodo - SPC irá multiplicar a indústria de processamento,
localizada à jusante, com um valor de 500 milhões de euros, reduzin-
do, assim, a dependência de fontes de matérias-primas estrangeiras
e aumentando a competitividade do setor de construção europeu.
3.5 Itália – Carbonera
A ETE municipal de Carbonera, localizada na região de Veneto no
Norte da Itália (Figura 28), trata 15.000 m³/dia.
A ETE possui a tecnologia que permite obter lodo rico em fós-
Figura 26: Equipamento para troca Iônica.
foro e polímeros.
3.6 Grécia – Psitália
A ETE de Psyttalia (Figura 29) é a maior estação de tratamento
de esgotos na área metropolitana de Atenas, comportando uma
vazão média de aproximadamente 730.000 m³ por dia e é uma
das maiores na Europa e no mundo.
A tecnologia será aplicada na ETE Psitália para alta recuperação
de biogás e fósforo.
QUANTIDADE
ATIVIDADE VAZÃO MÉDIA -processamento A, gerando subprodutos como celulose, água de
LOCALIZAÇÃO DE LODO
INDUSTRIAL ESGOTO(L/S)
(TON/DIA) reuso, fósforo e bioplástico.
Metalurgia, A celulose pode retornar ao processo produtivo dos papéis; a
ETE Barueri Mecânica, Papel, 12.000 400
Farmacêutica e Têxtil água de reuso pode ser utilizada na limpeza e resfriamento de
Têxtil, Química e maquinários; e o fósforo pode ser componente de ligas metálicas,
ETE Suzano 1.500 60
Curtume que são produtos da indústria metalúrgica.
ETE São Metalurgia,
Nas ETEs Parque Novo Mundo e ABC poderiam ser aplicadas as
Miguel Mecânica, Papel, 1.500 90
Farmacêutica e Têxtil tecnologias: SMARTech1, SMARTech2a, SMARTech2b, SMARTe-
ETE Parque
Metalurgia, ch4a, SMARTech4b, SMARTech5 e Pós-processamento A, gerando
Mecânica, Papel,
Novo Mundo 2.500 165 subprodutos como a celulose, água de reuso, fósforo e bioplástico,
Farmacêutica, Têxtil e
Borracha este último para produção de borracha nas indústrias da região.
Metalurgia, A ETE de Suzano poderia implantar as tecnologias: SMARTe-
ETE ABC Mecânica, Papel,
3.000 175 ch2a, SMARTech3, SMARTech4 e Pós- processamento B, gerando
Farmacêutica,
Borracha e Química subprodutos como água de reuso, fertilizantes e fósforo. A indús-
Tabela 3: Dados das cinco principais ETEs da RMSP tria de curtume presente em Suzano gera esgoto com nutrientes,
Fonte: Adaptado de GONÇALVES, 2018 e SABESP, 2018 11,35 – 39.
que poderiam gerar um grande volume de fertilizantes mediante
aplicação do Pós-processamento B.
O Biogás também é um resíduo gerado pelas ETEs da RMSP, po-
rém ele não é aproveitado comercialmente, mas apenas queimado.
Para torná-lo um subproduto comercialmente viável, é necessário
um alto investimento para adequar os digestores anaeróbicos.
5. Conclusão
A geração de resíduos provenientes do alto consumo de produtos
verificado no mundo é um dos grandes problemas que os gover-
nos tentam resolver. Porém, as ações públicas muitas vezes acon-
tecem com grande atraso ou até mesmo não acontecem, fazendo
com que o problema não pare de crescer.
Uma parte desses resíduos está no tratamento de esgotos efe-
tuado pelas ETEs, que geram grandes quantidades de lodo. Na
RMSP, pouco é aproveitado economicamente e ambientalmente
com esse resíduo para diminuir seu impacto, mas isso poderia ser
diferente se fossem adotadas tecnologias avançadas de recupera-
ção de resíduos, tal como a SMART Plant.
Este artigo mostrou que essa tecnologia já está bem desenvol-
vida em diversos países desenvolvidos, trazendo muitos resultados
positivos dentro das fases de tratamento de esgotos, como po-
límeros, biogás, fósforo e celulose. Isso significa que as ETEs da
RMSP também poderiam aplicar essa tecnologia, conforme análi-
se feita. Adequações são necessárias, entretanto, para que o de-
senvolvimento se torne realmente sustentável, faz- se necessário
adotar tecnologias pareadas com a sustentabilidade.
54 Saneas
CLORO,
ESSENCIAL PARA A VIDA
Utilizado no tratamento de água, o cloro elevou
a qualidade e expectativa de vida da população,
diminuindo drasticamente a incidência de doenças
em geral. Graças a sua eficiência amplamente
comprovada, ele continua sendo até hoje o produto
mais presente no dia a dia das pessoas.
Agende-se:
15 a 17 de setembro de 2020
Pavilhão Branco
Expo Center Norte
São Paulo – SP