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Palhoça
2017
ADRIEL ZENON RAMLOW
DENER CARLOS DA SILVA
Palhoça
2017
AGRADECIMENTOS
O Brasil tem, em sua grandiosidade, a aplicação de rede de coleta de esgoto sanitário por
gravidade como um padrão nos dias atuais. Porém, de maneira ainda lenta, em alguns
locais estão sendo aplicadas tecnologias novas que prometem tornar o sistema de
esgotamento mais eficaz em sua função de coletar e transportar os resíduos gerados por
edificações das mais variadas. O sistema de esgotamento à vácuo tem conquistado o
mercado aos poucos sendo utilizado na sua maioria em navios, aeronaves e ônibus. Tal
sistema em edificações ainda não se tornou algo comum, mas traz vantagens como a
economia de água e facilidade em aplicações em locais com níveis topográficos
irregulares.
Palavras Chave: Esgoto por Gravidade. Sistema de esgoto separador absoluto por
gravidade. Esgoto à vácuo.
LISTA DE FIGURAS
1 INTRODUÇÃO
1.1 OBJETIVOS
1.1.1 GERAL
Tem como objetivo comparar os dois tipos de esgotamento, à vácuo e por gravidade,
levando em conta aspectos construtivos.
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1.1.2 ESPECÍFICOS
d) Apresentar uma proposta inicial de rede de esgoto para uma edificação comercial
para as duas tecnologias de esgotamento.
1.2 JUSTIFICATIVA
1.4 METODOLOGIA
dissertações, teses e internet. Utilizar-se-á ainda a abordagem dedutiva (do geral para o
específico).
A proposta de metodologia do trabalho será desenvolvida considerando as
seguintes etapas gerais:
a) Revisão bibliográfica abordando os principais conceitos introdutórios ao
tema;
b) Levantamento de dados para estudo aprofundado do assunto;
c) Aplicações do objeto de estudo; e
d) Análise final.
Não serão tratados neste trabalho os aspectos sobre custos relacionados à mão de
obra e equipamentos necessários para a implantação dos sistemas estudados bem como
só será apresentada uma proposta geral de rede de esgoto à vácuo para uma edificação
comercial.
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1 INTRODUÇÃO
de coletores ou ramais prediais. Os coletores principais que estão descritos pela norma
são:
3.1 Ligação predial: Trecho do coletor predial (ver NBR 8160) compreendido
entre o limite do terreno e o coletor de esgoto.
3.2 Coletor de esgoto: Tubulação da rede coletora que recebe contribuição de
esgoto dos coletores prediais em qualquer ponto ao longo de seu comprimento.
3.3 Coletor principal: Coletor de esgoto de maior extensão dentro de uma
mesma bacia.
3.4 Coletor tronco: Tubulação da rede coletora que recebe apenas contribuição
de esgoto de outros coletores.
3.5 Emissário: Tubulação que recebe esgoto exclusivamente na extremidade
de montante.
A função da rede coletora, Segundo Dias (apud Freire, 2014), consiste em coletar
e transportar o esgoto seguramente e rapidamente de modo que evite o contato com o
ambiente externo e ao mesmo tempo impeça a septicidade e minimize a formação de
gases. Importante que a rede facilite a inspeção, desobstrução e a manutenção da mesma
(Dias, apud Freire, 2014).
Conforme a Figura 1, é possível perceber o funcionamento da rede coletora de
esgoto sanitário, ela é coletada das edificações e levada para a estação elevatória que será
citada no item 2.2.2. A partir da estação elevatória o esgoto segue até a estação de
tratamento que será descrita no item 2.2.3. A água resultante da passagem pela estação de
tratamento é despejada para seu leito natural sem trazer prejuízos ao ambiente.
2.2.6 NORMATIZAÇÃO
O primeiro registro do sistema é datado 1888 onde teve sua patente registrada nos
Estados Unidos quando Adrian LeMarquand inventou um sistema de coleta de águas
servidas por pressão barométrica. A aplicação comercial do sistema a vácuo foi criada
pela empresa Liljendahl-Electrolux (conhecida atualmente como Electrolux) na Suécia
em 1959. Desde então foram originado quatro sistemas no mercado, desenvolvidos
pelos fabricantes Liljendahl-Electrolux, Colt-Envirovac, Vac-Q-Tec e AIRVAC sendo
que estes possuem diferenças significativas de conceito de projeto e operação (Wang;
Shammas, 2013 apud Fernandes, 2015).
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2.3.1 COMPONENTES
A rede coletora pode ser dividida em duas partes, rede de coleta e a rede de coleta
à vácuo, segundo definições estabelecidas pela Associação Brasileira de Normas
Técnicas (2009):
b) Rede de coleta a vácuo, à qual são ligadas as conexões de serviço. A rede de coleta
à vácuo é composta pela linha principal de vácuo e pelas linhas secundárias de vácuo.
(ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2009).
As redes à vácuo possuem diâmetros de 75, 100, 150, 200 e 250mm sendo que a
especificação de pressão de 6,50 Kgf/cm² para tubos de PVC (cloreto de polivinila) ou
PE (polietileno). Em regiões planas as linhas de vácuo são implantadas utilizando um
perfil denominado “dente de serra”, patenteado pela AIRVAC, com uma declividade
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mínima de 0,20% na direção do fluxo, para a recuperação do nível adota-se o uso de lifts
(elevações) que são compostos por dois joelhos de 45º conforme Figura 4. As
características do perfil garantem a uniformidade de vácuo ao longo da rede. (Planos
Engenharia, 2012 apud Fernandes 2015).
a) Caixa de Válvula
Segundo a Associação Brasileira De Normas Técnicas (2009), é o dispositivo
posicionado em frente a um número determinado de economias domésticas, que permite
a ligação e a inspeção entre cada economia doméstica e a tubulação convencional. A
tubulação que passa pela caixa deve estar de acordo com as regras de vigilância sanitária
vigentes e das normas NBR 9648 e NBR 9649 da Associação Brasileira de Normas
Técnicas, acerca das suas dimensões.
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A Caixa de Válvula, que pode ser vista na Figura 9, conecta as casas ao sistema
de esgoto a vácuo. Até 8 casas podem ser ligadas a uma Caixa de Válvula. A Caixa é
manufaturada em polietileno e quando 40 litros de líquido se acumulam nela, a válvula
de interface se abre. (Norbra, 2017).
A Válvula AIRVAC de 3" opera aberta permitindo a saída do esgoto da caixa para
a linha de vácuo. Esta válvula opera num ciclo de 5 a 7 segundos, sendo 3-4 segundos
para o líquido, seguido de 2-3 segundos para o ar. O sensor de nível é simples. Assim que
o sensor do nível de esgoto sobe, o ar preso dentro do tubo sensor de 2" empurra o
diafragma no controlador da válvula/unidade sensor da válvula, sinalizando a mesma para
abrir-se. Quando a quantidade de esgoto chegar a aproximadamente 40 litros, a válvula
se abre automaticamente. (Norbra, 2017).
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b) Tanque Coletor
É um reservatório de esgoto sanitário doméstico localizado na estação de vácuo.
O reservatório opera sob pressão menor do que a atmosférica e é conectado ás bombas de
vácuo, à rede de coleta e às bombas de vácuo, à rede de coleta e as bombas de recalque.
(ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2009).
As Linhas de esgoto à vácuo são geradas por bombas de vácuo que se localizam
na estação coletora de esgoto à vácuo. O esgoto flui das casas até as caixas de válvula
através do acionamento da válvula de vácuo de 3". Este é impulsionado até o tanque
coletor na estação e então as bombas de esgoto transferem este esgoto até uma estação de
tratamento ou qualquer emissário mais próximo. Não há necessidade de ligações elétricas,
somente os equipamentos na estação são operados por energia elétrica podendo ser
substituída por um gerador de energia. (Norbra, 2017).
2.3.3 RECOMENDAÇÕES
b) Paranaguá – PR
A empresa Norbra começou a planejar a instalação do Sistema de Coleta de Esgoto
à Vácuo em Paranaguá – Pr. Após a concretização da parceria com a empresa Águas de
Paranaguá, uma das filiais da Águas Do Brasil, a pedido do prefeito da cidade, pois no
ano de 2000, a cidade sofreu muito com uma epidemia de malária, na qual após diversos
estudos, foi constatado que houve uma contaminação através de infiltrações nas
tubulações de abastecimento de água, devido ao precário sistema de coleta de esgoto
(convencional).
Com a instalação do sistema em Paranaguá, onde sua estação de vácuo pode ser
vista na Figura 13, a Norbra alcançou o índice de maior projeto de coleta de esgoto a
vácuo no mundo, pois com a instalação de 968 válvulas de 3", obtendo se uma vazão de
150 l/seg, o sistema contempla 6.000 casas e beneficia aproximadamente 35.000
habitantes e tem capacidade para atender no futuro até 70.000 habitantes, portanto é
considerado o maior empreendimento na história da instalação do Sistema de Coleta de
Esgoto a Vácuo. (Nobra, 2017).
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2.3.5 NORMATIZAÇÃO
O sistema de coleta de esgoto por meio de rede à vácuo é relativamente novo, por
este motivo no Brasil só se tem até o momento uma norma da Associação Brasileira de
Normas Técnicas que foi feita em 2009, a NBR 15710.
A norma NBR 15710 traz outras normas da Associação Brasileira de Normas
Técnicas que corroboram a aplicação da rede de coleta à vácuo, sendo estas:
a) ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 5363:
Instalações Elétricas em atmosferas explosivas. Rio de Janeiro, 1997. – Tipo de
proteção “d” – Especificação;
3.1 INTRODUÇÃO
3.2.1 NORMATIZAÇÃO
3.2.2.3 VENTILAÇÃO
prédio, a uma altura adequada e garantindo que águas provenientes de chuvas não tenham
acesso a essa tubulação.
O sistema de ventilação pode ser feito de duas formas conforme diz a Associação
Brasileira de Normas Técnicas (1999). A primeira forma seria com ventilação primaria e
secundaria, e a segunda forma seria somente com a ventilação primária. Os tipos de
ventilação primária ou coluna de ventilação e ventilação secundária ou ramal de
ventilação são respectivamente, a ventilação que escoa dos tubos de queda e que seguem
até a atmosfera, e ventilação que escoa de ramais, colunas ou barriletes. A Figura 14
marca entre suas indicações a presença destes dois itens.
A Figura 15 apresenta as alturas mínimas exigidas pela Associação Brasileira de
Normas Técnicas (1999) a serem respeitadas quanto a saída da coluna de ventilação na
cobertura. Estas devem ser compostas de peças e/ou sistemas que impeçam a entrada de
água na mesma.
Os subcoletores são uma parte do sistema de esgoto que tem por definição ser a
tubulação que recebe os efluentes de um ou mais tubos de queda ou ramais de esgoto,
segundo a Associação Brasileira de Normas Técnicas (1999).
Conforme a Associação Brasileira de Normas Técnicas (1999), os coletores
prediais são o trecho de tubulação que fica no final da última inserção de subcoletor,
ramal de esgoto e/ou descarga, ou caixa de inspeção geral e o coletor público ou sistema
particular.
Os dois tipos de coletores citados, pedem a preferência de serem retilíneos, porém
nem sempre isso é possível, portanto a NBR 8160 pede que as tubulações sejam
conectadas com peças que não ultrapassem o ângulo de 45º com a presença de elementos
que permitam a inspeção.
Importante ressaltar que os subcoletores e coletores principais devem ter
declividade mínima de 2% para tubulações de 75 milímetros de diâmetro, 1% para
tubulações de 100 milímetros de diâmetro e máxima de 5% conforme especificado pela
Associação Brasileira de Normas Técnicas (1999). Esta declividade permite o
escoamento dos efluente no sistema predial visando eficiência e não interrupção dos
mesmos.
Para seu dimensionamento é necessário obter a declividade e diâmetro da
tubulação a partir da somatória resultante vinda dos tubos de queda das unidades Hunter
de contribuição. Com o valor desta e a tabela presente na norma NBR 8160 da Associação
Brasileira de Normas Técnicas (Tabela 4), é possível determinar as dimensões e
inclinações dos subcoletores e coletor principal.
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3.3.1 VAZÕES
3.3.2 DECLIVIDADES
a) DECLIVIDADE MÁXIMA
b) DECLIVIDADE MÍNIMA
3.3.3 RECOBRIMENTO
3.4.1 NORMATIZAÇÃO
existente nas tubulações é alta podendo trazer riscos a tubulação caso sejam utilizadas
conexões de curvas e joelhos com ângulos superiores a 45º ou tês de ligação. A conexão
com o tubo de queda deverá utilizar junção simples de 45º ou cotovelo de 45º obedecendo
o afastamento de no mínimo 25 centímetros entre peças, conforme mostrado na Figura
19.
As mudanças de direção da tubulação devem ser feitas utilizando curvas com
grande raio e de 45º como foi dito anteriormente, as curvas de 90º, ou joelhos de 90º, ou
tês de ligação, por mudarem de direção muito bruscamente, provocam, com o passar do
tempo de uso, fissuras na rede devido à pressão e velocidade em que o esgoto percorre a
rede de vácuo.
As tubulações devem ser constituídas de material PVC (Policloreto de Vinila)
marrom (mesmo usado na tubulação de água fria), com diâmetros externos de 50 a 100
milímetros e inclinação mínima nas tubulações horizontais de 0,2% no sentido para o qual
o efluente percorre.
primária e secundária, conforme mostrado na Figura 20, de tal forma que apresente o
menor número possível de conexões afim de otimizar a condutância (ITL –
INNOVATIVE TEACHING LABORATORY, 1996 apud Resende Filho 2009)
4.1 METODOLOGIA
A partir de um projeto modelo de uma edificação com banheiros tipo será feito
um estudo comparativo entre os sistemas de esgotamento à vácuo e por gravidade, este
visará verificar peças de uso, as tubulações que podem ser utilizadas e seu funcionamento.
dando origem ao ramal de descarga que ligar-se-á no tubo de queda que descerá até os
subcoletores. Antes da chegada ao tubo de queda, existe a ligação do ramal de ventilação
ligando à coluna de ventilação que segue até a cobertura. A Figura 23 representa o
sistema.
No sistema de esgoto à vácuo presente nesse projeto modelo irá ser somente
conectada a bacia sanitária compatível para o sistema, com a válvula de vácuo embutida
nela como mostrada na Figura 16. Um diferencial desse sistema é que o tubo de transporte
do esgoto é conectado na bacia pela parede como mostra a Figura 24.
para uma caixa sifonada através de tubulações, usualmente, de PVC. Águas provenientes
de vasos sanitário se ligam diretamente a tubos de queda, recebendo no percurso da
tubulação a água advinda da caixa sifonada.
direcionado para o tubo de queda. A metodologia usada para realização do traçado deste
sistema, foi apresentada no item 3.4.2.1.
Visando a aplicação do sistema de esgotamento à vácuo para projeto modelo foi
optado pelo modelo de tubulação para recolhimento do tipo horizontal, sendo este
diretamente ligado na parede sem estar apoiado na laje.
O esgoto gerado pela bacia sanitária à vácuo apresentada na Figura 28 segue
caminho em direção ao tubo de queda, identificado na mesma como “TQ-02”.
a tubulação de queda acontece também com a junção de 45º voltada para baixo, tais
procedimentos foram empregados para diminuir a perda de vácuo dentro das tubulações.
esgoto, que faz com que o material possa ser retirado dos tanques de coleta, a partir de
um comando de sensores de dentro do tanque que opera quando o material residual
começa a passar de 30% de sua capacidade total.
Após a bomba de esgoto retirar o material residual dos tanques de coleta, essa
bomba localizada na estação de vácuo transportará o fluido para um tubo de queda
localizado no pilotis, demonstrado na Figura 34. Dali em diante como já foi citado no
item 4.7.2 o sistema torna-se gravitacional tendo um único tubo de queda saindo da
estação de vácuo e indo até o piso térreo.
No térreo acontece a mudança de direção para a horizontal onde antes de ser
lançada na rede de coleta de esgoto, possui uma caixa de inspeção e ligação.
Como a partir do pilotis o sistema se torna gravitacional, o desenho do sistema
ficará idêntico ao sistema gravitacional, conforme Figura 36, do item 4.7.1.
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5 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES
5.1 CONCLUSÕES
REFERÊNCIAS
GAVA, Gauber J.C. et. al. Educação ambiental em recursos hídricos. Disponivel em:
< http://www.maenatureza.org.br/projetoeducando/folders/poster28_ete2/>. Acesso em:
3 jun. 2017.