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METEOROLOGIA
A Meteorologia é a ciência que estuda os fenômenos da atmosfera e pode ser dividida em dois grandes
ramos:
Meteorologia Pura: Voltada para a área da pesquisa – meteorologia sinótica, dinâmica, tropical,
polar etc.
Meteorologia Aplicada: Voltada para uma das atividade humanas – meteorologia marítima,
aeronáutica, agrícola, bioclimatologia etc.
Assim, a Meteorologia é a ciência que se destina ao estudo dos fenômenos que ocorrem na atmosfera
terrestre.
ORGANIZAÇÃO DA METEOROLOGIA
Dois organismos internacionais ligados à ONU (Organização das Nações Unidas) regem as atividades
ligadas à Meteorologia Aeronáutica em termos mundiais: a OACI (Organização de Aviação Civil
Internacional) ou, em inglês, ICAO (International Civil Aviation Organization), e a OMM (Organização
Meteorológica Mundial).
A OACI é o órgão dedicado a todas atividades ligadas à aviação civil internacional - incluindo a
Meteorologia Aeronáutica - sendo um de seus principais objetivos possibilitar a obtenção de informações
meteorológicas necessárias para a maior segurança, eficácia e economia dos vôos.
A METEOROLOGIA AERONÁUTICA por sua vez, é o ramo da Meteorologia Aplicada que estuda
os efeitos que os fenômenos meteorológicos fazem nas aeronaves e tudo mais pertinente à aeronavegação.
MOVIMENTOS DA TERRA
Tendo como referência o Sol, a Terra executa dois movimentos básicos dentro do sistema solar:
1. MOVIMENTO DE ROTAÇÃO
Este movimento da Terra é feito com velocidade constante em torno de um eixo imaginário, cuja
direção são os pólos terrestres. A rotação da Terra em torno do seu eixo se faz no sentido Oeste-Este, num
período de, aproximadamente, 24 horas. Assim, a Terra tem sempre uma de suas faces voltadas para o Sol (o
dia), enquanto a outra fica às escuras (a noite).
Neste movimento, a Terra percorre uma trajetória elíptica, de oeste para este em torno do Sol, num
período de 365 dias e ¼ de dia. Para minimizar erros na medida do ano, introduziu-se, a cada 4 anos, um
Ano Bissexto de 366 dias.
A órbita elíptica da Terra, no movimento de translação, faz com que ela periodicamente se situe mais
perto do Sol (Periélio) e mais afastada (Afélio). Estes dois pontos: Periélio e Afélio, recebem o nome de
Solstícios e ocorrem, respectivamente, nos dias 21 de dezembro e 21 de junho (Inverno e Verão no
Hemisfério Norte).
Apresenta, ainda, posições médias, eqüidistantes do Sol, chamadas Equinócios, que ocorrem nos dias
23 de setembro e 23 de março (Outono e Primavera no Hemisfério Norte).
Movimento de Translação
Coordenadas Geográficas
Paralelos: São círculos
perpendiculares ao Eixo
terrestre. Os paralelos vão
sempre em direção leste-oeste
EQUADOR (LATITUDE ZERO) - Maior circunferência do globo terrestre, com aproximadamente 40.000
km, divide a Terra em dois hemisférios.
CÍRCULO POLAR - Latitude de 66º 33’ (sessenta e seis graus e trinta e três minutos).
ZONA TROPICAL - Geograficamente, a Zona ou Região Tropical corresponde à área compreendida entre
os Trópicos de Câncer e Capricórnio.
ZONA TEMPERADA - Corresponde à área compreendida entre o paralelo 30º e o Círculo Polar (Ártico ou
Antártico).
ZONA POLAR - Corresponde à área situada acima do Círculo Polar, onde as temperaturas são, geralmente,
muito baixas.
Zonas Climáticas
ATMOSFERA
METEOROLOGIA AERONÁUTICA – CARLOS EDUARDO LINS 3
WINGLET - CURSO DE FORMAÇÃO DE COMISSÁRIOS DE VÔO
A Terra, em sua órbita em torno do Sol, acha-se envolvida por uma camada gasosa chamada Atmosfera.
A atmosfera padrão é definida como sendo uma mistura mecânica, inodora e incolor de gases, na qual
cada um dos seus componentes exerce uma função definida. Na atmosfera iniciam e evoluem a totalidade
dos fenômenos meteorológicos.
1 – COMPOSIÇÃO DA ATMOSFERA
A composição padrão, para fins de estudo, é aquela que considera o ar sem impurezas ou vapor d’água,
devido à grande variação no tempo e no espaço que estes apresentam. Essa composição padrão é a seguinte:
Nitrogênio 78 %
Oxigênio 21 %
Argônio 0,9 %
Outros Gases 0,1 %
OBS: O vapor d’água, apesar de ser fundamental para a maioria dos fenômenos que ocorrem na atmosfera
não faz parte da sua composição, assim como também as diversas impurezas: poeira, areia, cinza, fumaça
(conhecidas como núcleos higroscópicos) que contribuem para a formação das nuvens. Quanto à quantidade
de vapor d’água o ar pode ser classificado em:
OBS: O conteúdo de vapor d’água é maior no equador do que nos pólos, diminuindo com a altitude,
tornando-se quase desprezível acima de 30.000ft.
IMPORTANTE: A relação ar seco e ar úmido se faz notar pelo primeiro ser mais pesado que o segundo
devido ao peso molecular de seus componentes.
A principal função da atmosfera é exercer a filtragem seletiva dos raios solares, absorvendo, difundindo
e refletindo os comprimentos de ondas nocivos à vida:
ABSORÇÃO: Ocorre nas camadas superiores, quando as formas de energia mais penetrantes e
perigosas à vida chocam-se com os átomos da atmosfera. Ocorre principalmente nas camadas superiores
absorvendo as formas de energia mais penetrantes, tais como: Raios Ultravioleta, Raios X e Raios
Gama, mas também ocorre em camadas inferiores, como no caso da Radiação Infravermelha absorvida
pelo vapor d’água e impurezas.
DIFUSÃO: A difusão ocorre quando a luz passa através de um meio cujas partículas tenham o
diâmetro menor que o comprimento de onda da própria luz. Quando isso ocorre, parte da luz se espalha
em todas as direções. É a luminosidade ou distribuição dos diversos comprimentos de onda que compõe
a luz solar pela atmosfera dando origem a coloração do céu.
REFLEXÃO: Além da absorção e da difusão, uma boa parte da radiação solar, de natureza luminosa, é
refletida de volta para o espaço, principalmente pelas nuvens e pela superfície da Terra. É o que se
conhece como reflexão.
OBS: Chamamos de ALBEDO a relação entre a radiação refletida e aquela incidente, sendo que a Terra tem
albedo médio de 0,35 ou 35%. Superfícies claras e brilhantes possuem um albedo maior do que as
superfícies escuras.
3.1. Troposfera: Também chamada de baixa atmosfera, é a camada que se encontra em contato com a
superfície. Concentra de 75 a 80% do peso total da atmosfera e possui quase toda a umidade e a maior parte
das partículas atmosféricas. Sofre resfriamento e aquecimento por radiação. Tudo isso confere a ela a
capacidade de concentrar todos os fenômenos atmosféricos. É na troposfera que ocorre o fenômeno da
reflexão.
Graças ao aquecimento por contato com a superfície, a temperatura do ar diminui verticalmente nessa
camada a uma razão média de 0.65ºC/100m ou de 2ºC/1000ft, razão esta conhecida como Gradiente
Térmico. A extensão da Troposfera é variável de acordo com a latitude:
EQUADOR 17 a 19 Km
REGIÕES TEMPERADAS 13 a 15 Km
POLOS 7 a 9 Km
3.2. Tropopausa: Consiste na camada de transição entre a Troposfera e a Estratosfera. Possui uma
espessura de 3 a 5 km. Tem como principal característica a Isotermia.
3.3. Estratosfera: Camada que se estende até cerca de 70 Km acima da superfície terrestre, onde tem inicio
o fenômeno da difusão dos raios solares. Na estratosfera acontece também uma moderada penetração de
radiação ultravioleta, que se decompõe e forma uma zona de concentração de Ozônio entre 25 e 50 Km,
conhecida como Camada de ozônio (Ozonosfera).
3.4. Ionosfera: Mais elevada, a partir da qual se inicia a filtragem seletiva da radiação solar, através da
absorção dos raios solares. A Ionosfera é uma camada eletrizada, que vai de 70 km até cerca de 500 km de
altitude. A ionização da camada ocorre pela absorção dos raios gama, raios X e ultravioleta do Sol. Esta
camada auxilia na propagação das ondas de rádio.
3.5. Exosfera: A Exosfera caracteriza-se por representar a mudança gradativa da atmosfera terrestre em
espaço interplanetário. Sem topo definido, devido a sua baixíssima densidade, supõe-se que chegue à
altitude de 1.000 km. Nesta camada ocorre o fenômeno conhecido como Aurora Polar ou Boreal.
EXOSFERA
500 Km
IONOSFERA
70 Km
ESTRATOSFERA CAMADA DE OZÔNIO
TROPOPAUSA 3 A 5 Km
7 A 19 Km
TROPOSFERA
PRESSÃO ATMOSFÉRICA
METEOROLOGIA AERONÁUTICA – CARLOS EDUARDO LINS 5
WINGLET - CURSO DE FORMAÇÃO DE COMISSÁRIOS DE VÔO
A pressão atmosférica é definida como o peso exercido por uma coluna vertical de ar sobre a superfície.
A unidade de medida da pressão atmosférica é o hectopascal (hPa). A pressão média, ao nível do mar, é
admitida como sendo 1.013,25 hPa ou 1 ATM.
O instrumento utilizado para se medir a pressão atmosférica é o barômetro.
Por efeito de movimentos constantes do ar, variações de sua temperatura e teor de vapor de água, o peso
do ar sobre um dado ponto sofre variações constantes. A pressão, da mesma forma que a temperatura, nunca
se estabiliza por um período de tempo e, conjuntamente, esses dois parâmetros determinam a maior parte das
mudanças nas condições meteorológicas.
VARIAÇÃO DIUTURNA: São oscilações que a atmosfera sofre para cima e para baixo, sob o efeito
da atração solar. Esse movimento, conhecido por maré barométrica, semelhante às marés oceânicas,
ocorre duas vezes por dia, variando em função da latitude, sendo mais acentuados na região equatorial e
inexpressivo próximo aos pólos. As pressões máximas ocorrem por volta de 10:00 e 22:00 horas local e
as mínimas ocorrem às 04:00 e 16:00 horas local.
VARIAÇÃO DINÂMICA: Causada pelos deslocamentos horizontais dos grandes sistemas de pressão
e de massas de ar. É muito mais definida nas latitudes temperadas, onde ocorrem os maiores contrastes
entre as massas de ar.
OBS: À medida que se sobe na atmosfera, a Densidade do ar tende a diminuir, pois como este é
compressível, a diminuição da P.A ocasiona um conseqüente aumento de volume, influenciando no valor de
sua densidade (d = m/V)
IMPORTANTE: Nos pontos da atmosfera em que as pressões se encontram mais altas, dizemos que
existem Centros de Alta Pressão. Já nos pontos em que as pressões se encontram mais baixas dizemos que
existem Centros de Baixa Pressão. A pressão atmosférica em volta destes centros pode-se estender por áreas
mais ou menos extensas:
Centros de Alta Pressão ou Anticiclones (H): Associados a bom tempo sem ocorrência de fenômenos
meteorológicos significativos com ventos divergentes e atmosfera estável.
Centros de Baixa Pressão ou Ciclones (L): Associados a mau tempo com diversos fenômenos
meteorológicos significativos, ventos convergentes e atmosfera instável.
CALOR E TEMPERATURA
METEOROLOGIA AERONÁUTICA – CARLOS EDUARDO LINS 7
WINGLET - CURSO DE FORMAÇÃO DE COMISSÁRIOS DE VÔO
Calor nada mais é do que uma forma de energia. O calor surge a partir da agitação das moléculas de um
corpo qualquer quando aquecidos, tendo como conseqüência direta a dilatação e o aumento de seu volume.
A Temperatura, por sua vez, pode ser definida como o grau de calor de uma substância; ou a medida da
energia de movimento das moléculas. As temperaturas são medidas pelos termômetros e registradas pelos
termógrafos.
1 - PROPAGAÇÃO DO CALOR
O calor, como forma de energia, pode ser transferido de um corpo para outro, quando há uma diferença
de temperatura entre eles. O calor passa sempre de um corpo mais aquecido para outro menos aquecido.
A transferência ou propagação do calor na atmosfera se faz, basicamente, por quatro processos:
RADIAÇÃO: É o processo pelo qual o calor pode ser transferido de um corpo para outro sem contato entre
os corpos;
CONDUÇÃO: Transferência do calor, molécula a molécula, sem a mudança da posição relativa das
mesmas e sim por agitação.
CONVECÇÃO: Trata-se do processo mais comum da atmosfera e se traduz pela movimentação vertical do
ar por meio de correntes ascendentes (que conduzem o ar quente para níveis mais elevados, a partir da
superfície) e de correntes descendentes (que trazem volumes correspondentes de ar frio, dos níveis mais
elevados para a superfície). Esse fluxo de ar é conhecido como Correntes Convectivas ou Turbulência.
Propagação do calor
2 - ESCALAS TERMOMÉTRICAS
As escalas empregadas para uso geral são a Celsius e a Fahrenheit. Nessas escalas, os termômetros são
“graduados”, para que forneçam leituras de temperaturas em “graus”. A conversão entre escalas pode ser
feita através de tabelas, computadores e por meio de fórmulas de conversão. Apresentamos, abaixo, a
conversão entre as Escalas Celsius e Fahrenheit:
C = F - 32
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IMPORTANTE: EFEITO ESTUFA - É o resultado do acúmulo na atmosfera de uma série de gases, dentre
eles o dióxido de carbono (CO2), metano, ozônio e óxido nitroso. Esses gases efetuam uma espécie de
filtragem, impedindo que o calor contido na radiação solar que penetra na atmosfera e incide sobre a
A presença da umidade na atmosfera pode ser verificada e medida através de diversos elementos, tais
como: umidade absoluta, umidade relativa e temperatura do ponto de orvalho.
Umidade Absoluta (U.A.) É a quantidade, em gramas, de vapor d’água por unidade de volume, em
metros cúbicos, de ar. O máximo de vapor d’água que o ar pode conter é 4% de seu volume.
Umidade Relativa(U.R.) É uma relação entre a quantidade de vapor de água presente em um dado
volume de ar e a quantidade máxima de vapor de água que este volume de ar pode conter. A
umidade relativa é expressa em percentagem e pode variar de 0% a 100%.
OBS: Um volume de ar está Saturado quando contém todo o vapor d’água possível. Sua umidade relativa é
100%.
VENTO
OBS: O fluxo dos ventos é de suma importância para a aviação, pois interfere tanto nos processos de pouso
e decolagem (vento de superfície), quanto na navegação aérea em rota (vento de altitude).
Os ventos são classificados na atmosfera de acordo com a proximidade com a superfície sendo o Vento
de Superfície o mais importante para as operações de pouso e decolagem das aeronaves:
2 - TIPOS DE VENTOS:
1. Vento de Superfície: ocorre até os primeiros 100 metros de altura (camada limite) e é inteiramente
influenciado pela Força de Atrito com a superfície e a Força do Gradiente de Pressão.
2. Vento Barostrófico: Ocorre de 100 a 600 metros (camada de fricção). Ocorrem exclusivamente
devido ao Gradiente de Pressão.
5. Vento Ciclostrófico: Aparece apenas nas latitudes equatoriais e tropicais resultante da Força do
Gradiente de Pressão e da Força Centrífuga. São os ventos dos furacões.
O fluxo geral dos ventos, num dado nível, deve ser expresso pelos seguintes elementos:
Direção: É o sentido de onde o vento vem, dado em graus, com relação ao norte magnético, para fins de
navegação e com relação ao norte verdadeiro ou geográfico para fins meteorológicos.
Intensidade ou velocidade do vento: é a distância horizontal percorrida por uma quantidade de ar durante
uma unidade de tempo. Para fins meteorológicos, usa-se o Nó (kt), que equivale a 1,852 Km/h ou 1 NM/h.
OBS: Os dados do vento e superfície são obtidos por um instrumento denominado anemômetro.
Anemômetro
VISIBILIDADE
A visibilidade é definida como o maior alcance visual, sem auxílios, à visão. Isto significa que a
atmosfera se encontra em um elevado grau de transparência, podendo se definir objetos de médio porte a
certas distâncias.
Sabe-se que observar um objeto nada mais é do que ver a luz difundida ou irradiada por ele. Na
realidade, esta difusão de luz por parte do objeto permite definir seus detalhes de formato, cor, dimensões.
Este mesmo objeto será facilmente visto ou não, dependendo da transparência da atmosfera. Se esta contiver
elementos restritores (vapor d’água, poeira) em quantidade suficiente para restringir a visibilidade, os
objetos à distância não poderão ser vistos.
A visibilidade mais importante para a aviação é a Visibilidade Horizontal que pode ser reduzida devido
à presença de algum hidrometeoro ou litometeoro:
NUVENS
Um dos critérios mais utilizados para a identificação e classificação de nuvens é pela altura de formação
de sua base:
ESTÁGIO Região Regiões Regiões
Tropical Temperadas Polares
Alto de 6 a 18 km de 5 a 13 km de 3 a 8 km
NUVENS ALTAS
GÊNERO CARACTERÍSTICAS
Nuvens isoladas, aspecto delicado,
METEOROLOGIA AERONÁUTICA – CARLOS EDUARDO LINS 12
WINGLET - CURSO DE FORMAÇÃO DE COMISSÁRIOS DE VÔO
NUVENS BAIXAS
GÊNERO CARACTERÍSTICAS
Camada de nuvens esgarçadas de base muito
baixa e uniforme, coloração acinzentada e
Stratus (ST) que precipitam na forma de chuvisco.
Camada de nuvens cinzentas ou
Stratocumulus(SC) esbranquiçadas em forma de rolo
NEVOEIROS
O nevoeiro é um tipo de hidrometeoro que tem como característica restringir drasticamente a
visibilidade a valores inferiores a 1.000 metros, chegando a inviabilizar, com freqüência, as operações de
pouso e decolagem, pois pode causar a restrição operacional de um ou mais aeródromos durante várias
horas, principalmente no sudeste e sul do Brasil.
Apresentam-se como fortes névoas coladas ao solo ou ligeiramente suspenso (nunca acima de 30
metros de altura).
Podem ser conhecidos regionalmente como: neblina, sereno, cerração e acontecem com mais freqüência
no inverno e na primavera.
OBS: Quando apresentar visibilidade de 1.000m ou mais, o fenômeno nevoeiro será denominado de Névoa
Úmida. Neste caso a umidade relativa pode variar entre 80% e 100%.
1.1 Nevoeiro de Radiação: Também conhecido como Nevoeiro de Superfície, é formado, geralmente, em
noites de céu claro, quando o solo perde calor rapidamente por efeito da radiação terrestre.
1.2 Nevoeiro de Advecção: Forma-se como resultado do movimento horizontal do ar sobre a superfície
terrestre (ar frio sobre superfície quente ou ar quente sobre superfície fria). Costuma apresentar os seguintes
tipos:
Nevoeiro de vapor: Forma-se como resultado do contato de ar frio com superfície líquida aquecida.
É de ocorrência freqüente no outono e inverno, sobre mares, rios, lagos, lagoas e pântanos.
Nevoeiro marítimo: Forma-se como resultado do contato de ar quente com superfície marítima fria.
É de ocorrência freqüente no verão das latitudes temperadas.
Nevoeiro de brisa marítima: Forma-se como resultado do contato de ar marítimo quente com
litoral frio. É de ocorrência freqüente no inverno de latitudes temperadas e próximas aos pólos.
Nevoeiro glacial: Resultado da sublimação do vapor d’água próximo à superfície e sob temperaturas
abaixo de-30ºC. Ocorre apenas nas latitudes polares.
1. NEVOEIROS FRONTAIS: Formam-se associados com frentes (fria ou quente), como resultado da
evaporação de precipitação leve e contínua proveniente de nuvem estratiforme, que cai dentro do ar frio:
TURBULÊNCIA
A turbulência resulta da agitação do ar, seja por flutuações do vento apresentando diferenças de direção,
velocidade ou direção e velocidade simultaneamente, ou provocada por fatores físicos ou térmicos que
interfiram no fluxo normal do ar.
Uma vez que as aeronaves operam nesse meio, é importante um melhor conhecimento deste fenômeno
que afeta o desempenho e pode por em risco sua segurança.
1. CLASSIFICAÇÃO:
1.2. Turbulência Dinâmica: É provocada pelo gradiente de vento, seja na direção, na velocidade do vento,
ou em ambas e se divide em:
Cortante de Vento (WIND SHEAR ): Surge da variação de velocidade e/ou direção do vento em
uma pequena distância, a baixa altura (até 600m) resultando num efeito de rompimento ou de corte,
provocando o ganho ou perda de sustentação da aeronave e colocando em sério risco os vôos,
principalmente nos procedimentos de pouso e decolagem.
Frontal: Ocorre sempre em presença de uma frente, sendo mais intensa nas frentes frias, porque
estas são mais rápidas e fortes. É mais notada em baixas altitudes.
1.3 - Turbulência Orográfica: Surge do atrito do ar ao soprar contra elevações montanhosas, a partir da
interferência do relevo no fluxo de vento, provocando movimento agitado do ar. Tem como característica a
presença de nuvens lenticulares.
Leve: Variações momentâneas e suaves de altitude e/ou atitude da aeronave. A tripulação sente a
necessidade de utilizar o cinto de segurança, todavia os objetos soltos ainda continuam em repouso.
Moderada: Os tripulantes podem ser lançados, ocasionalmente, para fora de seus assentos, sendo
imprescindível o uso do cinto de segurança. Há um maior deslocamento dos objetos soltos e torna-
se difícil andar a bordo da aeronave.
Forte: A aeronave sofre acelerações verticais podendo ficar fora de controle. Os ocupantes são
violentamente pressionados pelos cintos, os objetos soltos são deslocados abruptamente e andar a
bordo é impossível. Devido aos violentos ziguezagues, os passageiros podem entrar em pânico.
MASSAS DE AR
Quando um grande volume de ar está em repouso ou se deslocando lentamente sobre uma superfície
uniforme, tende a adquirir as características de temperatura, pressão e umidade da superfície pela qual ela se
desloca, constituindo o que em meteorologia denominamos de MASSA DE AR.
Uma Massa de Ar nada mais é do que um vasto volume de ar, de grande espessura, que apresenta uma
certa homogeneidade horizontal e propriedades físicas quase uniformes ao mesmo nível, principalmente no
que concerne à temperatura, umidade e pressão.
TROPICAL (T)
POLAR (P)
ARTICA (A)
ANTÁRTICA (A)
COM RELAÇÃO À TEMPERATURA QUENTE (W)
FRIA (K)
COM RELAÇÃO À UMIDADE CONTINENTAL (C) = SECA
MARÍTIMA (M) = ÚMIDA
FRENTES
Quando uma massa de ar avança na direção de outra, determina com seu limite dianteiro um fenômeno
denominado frente. Define-se FRENTE como a superfície limite entre duas massas de ar de características
heterogêneas. Isto é, massas de ar que apresentam quantidades de umidade, pressão e temperatura distintas.
Dependendo da formação e característica das massas de ar envolvidas, os fenômenos meteorológicos
associados fenômenos poderão ser mais ou menos violentos. As principais características que definem a
aproximação de uma frente são: a diminuição da pressão e o aumento da temperatura.
A frente é denominada fria quando o ar frio desloca o ar quente ocupando o seu lugar. É evidente que,
quando a massa de ar mais frio avança em direção à massa quente, seu movimento fica facilitado, pois a
massa e ar frio é mais densa que a massa de ar quente. Por isso que as frentes frias são mais rápidas e
violentas.
Características principais:
A frente é denominada quente quando uma massa de ar quente avança sobre uma massa de ar frio e
ocupa seu lugar. Às vezes pode se caracterizar como o retorno da massa de ar frio que sofreu alterações. A
frente quente é a região de encontro entre essas duas massas de ar.
Características principais:
1.3. FRENTE OCLUSA: Ocorre quando uma frente fria alcança uma frente quente e uma ou outra eleva
a parcela de ar mais quente.
1.4. FRENTE ESTACIONÁRIA: É formada quando ocorre o equilíbrio de pressão entre a massa de ar
que empurra e a que antecede a passagem da frente, diminuindo a velocidade de deslocamento da frente (fria
ou quente).
TROVOADAS
O fenômeno conhecido como Trovoada designa as tempestades locais produzidas por nuvens
Cumulunimbus (CB). Principalmente para a aviação, ela constitui uma das condições meteorológicas de
maior risco, pois é responsável por uma série de fatores capazes de comprometer a segurança do vôo.
Durante uma trovoada, podem ocorrer fenômenos como ventos fortes, granizo, saraiva, descargas elétricas,
turbulência, tornados, formação de gelo e chuva intensa.
Embora as trovoadas sejam fenômenos típicos de verão, na região tropical ocorrem durante todo o ano;
nas regiões temperadas, durante a primavera, o verão e o outono e, nas regiões árticas ou antárticas,
ocasionalmente no verão.
1.1. ESTÁGIOS
O ciclo de vida de uma trovoada passa por três estágios consecutivos, cuja durabilidade e intensidade
dependerão dos fatores que deram origem ao fenômeno:
Ocorre com a formação do CB (extensão vertical até 18 km). Observa-se a incidência dos relâmpagos e
trovões, e tem inicio a precipitação em forma de pancadas de chuva ou granizo.
As correntes descendentes geram os ventos de rajada em superfície e ocorre forte turbulência sendo
máxima a condição de instabilidade atmosférica.
É estabelecido um equilíbrio entre as correntes ascendentes e descendentes.
Este estágio apresenta sérios riscos de acidentes para as aeronaves, com os instrumentos se tornando
não confiáveis devido à forte turbulência (ascendentes e descendentes muito intensas) e a energia envolvida.
Este estágio tem início logo que as correntes descendentes se espalham por toda a célula, neutralizando-
se a seguir. Com isso, cessa a alimentação de vapor d’água, a precipitação diminui e, em seguida, cessa. É a
morte da célula, pois grande parte dela logo se evapora, e com isso todos os fenômenos inerentes declinam
até o cessar total.
Esta fase também é caracterizada pelo aparecimento no topo do Cb de uma região conhecida como
bigorna, cabeleira ou penacho.
Uma trovoada em sua plena fase de vitalidade constitui-se numa verdadeira “fábrica de mau tempo”,
representado pelos seguintes fenômenos:
Precipitação
No interior da nuvem é líquida (chuva) nos níveis inferiores; é mista (chuva, granizo e neve) nos níveis
médios; e sólida (granizo e neve) nos níveis superiores.
Turbulência
Provocada pelas correntes convectivas (ascendentes e descendentes), apresenta-se em todas as
intensidades possíveis, podendo provocar consideráveis alterações da altitude da aeronave, com remoinhos
irregulares, capazes de fazer gerar acelerações extremamente perigosas para a estrutura do avião.
Relâmpago
O peso de certos cristais de gelo formados nos níveis médios e médio-superiores da nuvem (sobretudo o
granizo) faz com que eles caiam para camadas inferiores e colidam no caminho com gotas d’água. O
resultado é que se estilhaçam e eletrizam formando dois fluxos diversos: um descendente, que carrega a base
negativamente, e outro ascendente, que carrega o topo positivamente. A partir daí, os campos elétricos
formados ao redor das duas cargas intensificam-se e ionizam o ar ao redor, liberando uma tremenda
quantidade de energia em forma de centelhas não visíveis, que são o ponto de partida para a ocorrência dos
relâmpagos.
Ventos de rajada
Ocorrem como resultado das correntes descendentes que, ao atingirem a superfície, sopram para fora da
vertical correspondente à nuvem. São bastante intensos e quase sempre servem como indicadores de
trovoada nas vizinhanças.
Formação de gelo:
A grande quantidade de água propicia a formação de gelo na estrutura de um avião. Sendo o CB uma
nuvem cumuliforme, o gelo que irá se formar será predominantemente claro (mais perigoso) entre as
temperaturas de 0° C e -10° C. Em temperaturas inferiores outros tipos de gelo poderão aparecer.
Externamente, a acumulação de gelo ocorre nas superfícies expostas do avião, aumentando o seu peso e
a sua resistência ao avanço, diminuindo a sustentação. Quando ocorre nas partes móveis, como rotor e
hélices, afeta o controle da aeronave, produzindo fortes vibrações. Nos motores a reação a formação de gelo
na tomada de ar reduz sua área, causando um enriquecimento da mistura de combustível, causando um
aumento da temperatura. Isto pode, até mesmo, contribuir para apagar o motor.
Para a formação de gelo sobre a superfícies de aeronaves, são necessárias as seguintes condições:
TIPOS DE GELO
G
elo claro
Gelo opaco
Geada
EXERCÍCIOS
METEOROLOGIA
A TERRA NO ESPAÇO
5. A terra gira em torno de seu eixo imaginário no sentido de ____ para ____:
a) E / W b) N / E c) W / E d) S / N
ATMOSFERA
8. A camada da atmosfera que apresenta maior concentração gasosa e sofre o efeito direto do
aquecimento da superfície terrestre, é conhecida como:
14. Quanto mais alto se sobe na TROPOSFERA, tem-se _______ pressão e _________ temperatura.
15. Quantidade de energia solar que atinge a terra após o processo de filtragem seletiva da atmosfera:
PRESSÃO
16. Ao peso exercido por uma coluna de ar sobre uma determinada área da superfície da Terra,
chamamos de:
CALOR E TEMPERATURA
METEOROLOGIA AERONÁUTICA – CARLOS EDUARDO LINS 26
WINGLET - CURSO DE FORMAÇÃO DE COMISSÁRIOS DE VÔO
a) albedo
b) insolação
c) transporte vertical de calor na atmosfera
d) transporte horizontal de calor na atmosfera
21. A passagem de calor diretamente de molécula a molécula, transferindo uma à outra a energia de
sua agitação até que todas estejam vibrando igualmente é a definição de propagação de calor por:
22. A transferência de calor à distância, através de meio rarefeito, sem que haja contato entre os
corpos, é a forma de propagação conhecida como:
UMIDADE
23. O vapor de água pode ocupar até _____% de determinado volume de ar da atmosfera:
a) 2 b) 4 c) 50 d) 100
24. Um volume de ar quente com sua capacidade máxima de conter vapor d'água atingida chama-se:
a) ar seco b) ar úmido c) ar saturado d) ar puro
VENTOS
30. A força que faz fluir o vento na direção das pressões mais baixas, é chamada:
34. Nuvens de grande extensão horizontal e pouca espessura, são classificada quanto ao seu aspecto
como:
a) convectivas b)cirriformes c)cumuliformes d)estratiformes
35. As nuvens de trovoada são do Gênero:
a) cumulus b)stratocumulus c)altocumulus d)cumulunimbus
NEVOEIROS
46. Fenômeno semelhante ao nevoeiro, mas que restringe a visibilidade a 1000 metros ou mais e cuja
umidade relativa do ar pode variar entre 80% e 100%:
a) nuvem b) chuva c) névoa seca d) nevoa úmida
48. Nevoeiro causado por deslocamento de massa de ar quente e úmido sobre uma superfície mais
fria, chamamos de:
49. Quando ocorre deslocamento de ar frio para regiões onde exista água na superfície, sendo esta
relativamente quente, o nevoeiro que se formará pela condensação das partículas líquidas em
suspensão, será denominado:
TURBULENCIA
50. Uma aeronave em vôo apresentando agitações ascendentes e descendentes, tornando o vôo
desagradável, estará voando em:
a) Nevoeiro b)ar turbulento c)ar estável d)nuvens estratiformes
51. Turbulência observada em níveis elevados, geralmente acima de 20.000ft, associada a correntes de
jato, é do tipo:
a) mecânica b)térmica c)orográfica d)de céu claro
52. Turbulência que ocorre mediante atrito do vento contra obstáculos montanhosos, ocasionando
um turbilhonamento do ar?
a) Dinâmica b) Orográfica c) Térmica d) Wind shear
53. Turbulência causada em baixa altitude, ocasionada pela mudança de velocidade ou direção do
vento em uma pequena distância:
a) CAT b) WIND SHEAR c) Frontal d) Térmica
MASSAS/FRENTES
55. Um grande volume de ar sobre uma região, acaba adquirindo desta suas características físicas de
pressão, temperatura e umidade, tornando-se uma:
a) SW / NE b) NW / SE c) NE / SW d) SE / NW
61. Quando duas superfícies frontais de temperaturas diferentes se encontram e uma ou outra é
elevada, chamamos de:
63. Quando o ar frio desloca horizontalmente o ar quente tem-se a formação de uma frente;
a) fria b)quente c)oclusa d)estacionária
TROVOADAS
66. O gelo mais leve, de fácil remoção e de aspecto leitoso, que ocorre em nuvens cumuliformes com
temperatura abaixo de –10ºC é o:
a) claro b)cristal c)geada d)escarcha
67. O gelo mais perigoso para a aviação por ser pesado e aderente é:
a) geada b)amorfo c)claro ou cristal d)opaco ou escarcha
GABARITO
1- A 11 - D 21 - B 31 - B 41 - B 51 - D 61 - C
2-C 12 - A 22 - A 32 - C 42 - A 52 - B 62 - D
3-A 13 - A 23 - B 33 - C 43 - D 53 - B 63 - A
4-B 14 - D 24 - C 34 - D 44 - D 54 - C 64 - A
5-C 15 - D 25 - D 35 - D 45 - B 55 - A 65 - C
6-C 16 - D 26 - C 36 - B 46 - D 56 - D 66 - D
7-C 17 - A 27 - D 37 - B 47 - A 57 - D 67 - C
METEOROLOGIA AERONÁUTICA – CARLOS EDUARDO LINS 30
8-C 18 - B 28 - A 38 - B 48 - D 58 - B 68 - D
9-B 19 - A 29 - A 39 - D 49 - B 59 - B
10 - B 20 - C 30 - C 40 - B 50 - B 60 - A