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UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE – UERN

Faculdade de Letras e Artes – FALA


Nome: Francisca das Chagas da Silva 5º Período-Matutino
Disciplina: Estrutura e Funcionamento do Ensino Básico Data 29/03/2021
Prof.ª: Nuzia Roberta Lima

A EJA (Educação de Jovens e Adultos) é uma modalidade de ensino voltada para


pessoas a partir de 15 anos, que por algum motivo não tiveram acesso ao ensino na
idade apropriada. Tempos atrás o ensino para jovens e adultos era resumido a
garantir que eles aprendessem ler e escrever apenas, com o tempo percebeu-se
que havia também a necessidade de preencher outras lacunas que foram criadas
pela falta de oportunidade dessa parte da população de frequentar a escola no
período regular.

Para garantir que essa parcela da população que não frequentou a escola na idade
própria, possa ter acesso e receber a educação básica, existe a Lei de Diretrizes
Bases da Educação (LDB) 9.304, de 1996, no artigo 37, e o Parecer CNE/CEB nº
11/2000, aprovado em 10 de maio de 2000, dispõe sobre as “Diretrizes Curriculares
Nacionais para a Educação de Jovens e Adultos. ”

Ao longo dos anos a modalidade de ensino EJA sofreu várias alterações, até
apresentar a forma que conhecemos hoje. Quando os jesuítas chegaram ao Brasil e
deram início a educação para os índios, apesar, de não ser de caráter acadêmico e
sim instrucional, já se via o início da educação voltada para adultos. Depois por volta
de 1878 surgiram os primeiros cursos noturnos para adultos, mas, apenas para
pessoas do sexo masculino.

Já em 1934 o governo ver a necessidade de criar um plano nacional de educação


(PNL), o artigo 150 da constituição de, 1934, apresenta a determinação que garante
o ensino gratuito e integral a todos, inclusive, aos adultos que não conseguiram
frequentar a escola no período regular. Em 1947 surge o Serviço Nacional de
Educação de Adultos (SNEA), a Campanha Nacional da Educação de Adolescentes
e Adultos (CEAA) e também ocorre o primeiro Congresso Nacional de Educação de
Jovens e Adultos.

Com a Campanha Nacional da Erradicação do Analfabetismo no Brasil (CNEA) de


1958 a 1961 o EJA ganhou popularidade como uma das principais formas de
combate ao analfabetismo no país. Porém em 1964 quando começou a ditadura
militar, a educação sofreu uma forte opressão, no entanto foi criado o Movimento
Brasileiro de Alfabetização (MOBRAL) que durou até o fim da ditadura em 1985,
neste mesmo ano o Ministério da Educação criou a Fundação Educar, que devia
garantir o direito a educação para jovens e adultos, mas, a fundação só durou cinco
anos. Finalmente em 1934 foi promulgada a LDB 9394/96, onde era reafirmada a
necessidade de um EJA gratuito que garantisse o acesso de jovens e adultos ao
ensino público.

Como forma de incentivo à para que os alunos continuassem seus estudos no EJA,
em 2005 o decreto 5.478 adicionava a integração da educação profissional do
ensino médio na modalidade de EJA, e em 2006 o projeto foi ampliado para todo o
ensino básico passando a se chamar PROEJA (Programa Nacional de Integração da
Educação no EJA).

O ensino para jovens e adultos resgata uma autoestima, que, talvez tenha sido
perdida, no passado, quando por algum motivo esse aluno foi impedido de continuar
na sala de aula. O profissional que ensina na EJA deve ter bastante sensibilidade e
está disposto a se envolver com os alunos, a maioria deles além de estudar,
trabalham, tem afazeres domésticos e estão abrindo mão de muitas coisas, às
vezes, até de um descanso, para poderem está na sala de aula, por isso é fácil
perder alunos nessa modalidade.

Os educadores que se comprometem com a Educação de Jovens e Adultos,


tem que possuir consciência da necessidade de buscar mecanismos,
métodos e teorias que estimulem o público alvo a não abandonar a sala de
aula, ou seja, o professor é o estimulador, o mediador de seus alunos
(NASCIMENTO,2013, p.13).

Paulo Freire foi responsável pelo método de alfabetização para jovens e adultos,
esse método leva em consideração as experiências vividas pelos alunos. A cultura
dos estudantes é transformada no meio para despertar o interesse por novas
descobertas. De acordo com características apresentadas por Freire, fica evidente
que o profissional que deseja trabalhar no Ensino de Jovens e Adultos, precisa está
disposto a se envolver intimamente com a bagagem que o aluno traz com ele, pois
nesse ponto pode-se descobrir a chave para manter o aluno a vontade em sala de
aula e deixar fluir a aprendizagem, “Não há razão para se envergonhar por
desconhecer algo, testemunhar a abertura dos outros, a disponibilidade curiosa à
vida, a seus desafios, são saberes necessários à prática educativa” (FREIRE apud,
NASCIMENTO, 2013,p.13).
.
A EJA é um instrumento importante para o combate ao analfabetismo e
consequentemente a exclusão social, ao longo dos anos, essa modalidade de
ensino vem melhorando a vida de milhares de cidadãos fazendo com que
enxerguem um futuro mais animador, em posse de um novo poder que lhes foi
apresentado, o poder do conhecimento, que, transforma vidas e torna sonhos reais.

REFERENCIAS:
A HISTÓRIA DO EJA NO BRASIL, Resumos Animados, Youtube,28 mar de
2020,7min4s.Disponível em:<https://www.youtube.com/watch?v=Z0dlUnphk0 >
Acesso em: 27 mar de 2021.
NASCIMENTO, S.M. Educação de Jovens e Adultos EJA, na Visão de Paulo Freire. Ano
de depósito :2013. (Monografia de Especialização). Universidade Tecnológica Federal
do Paraná. Ano de defesa:2013.

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