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1. INTRODUÇÃO
Nos países desenvolvidos, onde grande parte da rede rodoviária já se encontra construída, o
envelhecimento dos pavimentos assume um papel preponderante na evolução da sua
qualidade, obrigando assim a dar maior atenção à conservação da rede rodoviária existente.
Para além dessa, existem outras motivações que levaram ao desenvolvimento de sistemas de
gestão no domínio rodoviário, como: as limitações de recursos financeiros face às
necessidades em conservação; a repercussão do estado dos pavimentos nos custos dos
utentes; o efeito do estado dos pavimentos sobre o meio ambiente e sobre os custos sociais
(ruído, poluição, etc.); a crescente escassez dos recursos energéticos e de materiais para a
construção de estradas; a possibilidade de avaliar o estado dos pavimentos através da
utilização de equipamentos de observação de alto rendimento; um maior conhecimento e
desenvolvimento da tecnologia de construção e conservação de pavimentos e; a existência de
computadores, sistemas informáticos, métodos de informação e gestão [1].
Logo após a sua construção, os pavimentos rodoviários começam a ser sujeitos a acções
diversas (cargas do veículos, condições climáticas, etc.) que contribuem continuamente para a
sua degradação, diminuindo a sua qualidade inicial. Assim, o nível de serviço da estrada onde o
mesmo está inserido vai gradualmente diminuindo. Para se conseguir manter o nível de
serviço é necessário proceder a acções de conservação e/ou reabilitação do pavimento, de
modo a manter as suas características funcionais e estruturais ao longo do seu ciclo de vida
(Figura 1).
PROJECTO de ACÇÕES DE PROJECTO DE
CONSTRUÇÃO CONSERVAÇÃO CONSERVAÇÃO
Ciclo
da Gestão da
Conservação
CONSTRUÇÃO DO AVALIAÇÃO DA
OBSERVAÇÃO
PAVIMENTO QUALIDADE
A avaliação da qualidade dos pavimentos pode ser realizada utilizando diferentes tipos de
análise dos parâmetros de estado, nomeadamente uma análise global, paramétrica ou mista.
Na primeira, os parâmetros de estado são agregados num só índice que procura fornecer uma
informação do estado global do pavimento. A segunda considera a definição de classes para
cada um dos parâmetros considerados relevantes para a caracterização do estado do
pavimento, em função das consequências que o mesmo terá para a qualidade do pavimento
[3]. Este tipo de análise tem o inconveniente de ser muito desagregada, embora permita uma
definição mais correcta do tipo de intervenção a realizar nos pavimentos. Na análise mista
combinam-se os diferentes valores ou intervalos de valores dos diversos parâmetros de estado
adoptados, definindo-se um índice de qualidade para cada pavimento através da utilização de
matrizes de múltiplas entradas. Este último tipo de análise pretende eliminar os
inconvenientes da análise global e manter, tanto quanto possível, as vantagens dos dois tipos
de análise [5].
Para se poder determinar o momento adequado para intervir utilizam-se modelos de previsão
do comportamento dos pavimentos. Estes modelos são representações matemáticas de
fenómenos físicos e devem ser tão
tão fiáveis quanto possível. Através destes modelos, deverá ser
possível prever o comportamento futuro dos
do pavimentos a partir do seu estado actual, dos
factores de degradação e dos efeitos resultantes das acções de conservação.
Modelo de custos
Depois de avaliada a qualidade estrutural e funcional dos pavimentos, estes são separados em
dois grupos: os que precisam de intervenção imediata e os que só necessitam de intervenção
no futuro. Após essa diferenciação, o passo seguinte é determinar a acção de conservação a
aplicar em cada um deles. Como, regra geral, o custo de todas as intervenções excede o
orçamento disponível, é necessário ordenar os projectos utilizando um critério que pode
basear-se questões técnicas, económicas, administrativas ou mistas [5].
REFERÊNCIAS
[1] Pereira, P.A.A., Miranda, C.V. Gestão da Conservação dos Pavimentos Rodoviários.
Universidade do Minho, 1999.
[2] ARTC – Association des Routes et Transport du Canada. Guide de la Gestion Routière.
Montréal, 1987.
[3] Branco, F., Pereira, P., Picado Santos, L. Pavimentos Rodoviários. Edições Almedina,
Coimbra, 2005.
[4] Ferreira, A., Picado-Santos, L. A Gestão da Qualidade das Redes Rodoviárias – O Estado da
Arte e os Desenvolvimentos Futuros. INGENIUM, II Série, Nº 98, Março/Abril 2007.
[5] Picado-Santos, L., Ferreira, A. Contributions to the Development of the Portuguese Road
Administration´s Pavement Management System. Proc. 3rd European Pavement and Asset
Management Conf., CD ed., paper 1138, Coimbra, 2008.
[6] Ferreira, A., Picado-Santos, L., Wu, Z., Flintsch, G. Selection of pavement performance
models for use in the Portuguese PMS. Int. J. Pav. Engineering, Vol. 12 (1), pp. 87–97,
2011.
[7] Santos, B., Picado-Santos, L., Cavaleiro, V. A simplified road user costs model for
Portuguese highways. Transportation Research Record, paper 11-0646, (in printing), 2011.
[8] Walls III, J. and Smith, M. R. Life-Cycle Cost Analysis in Pavement Design. Rep. No. FHWA-
SA-98-079, Federal Highway Administration, Washington D.C., 1998.